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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA IBMR - LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA LUCAS DE GUSMÃO LOBO BUENO MOACYR ROBERTO CARLOS FERREIRA VARGAS Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de Diabéticos Tipo II Rio de Janeiro 2017

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CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA

IBMR - LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

LUCAS DE GUSMÃO LOBO BUENO MOACYR

ROBERTO CARLOS FERREIRA VARGAS

Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de

Diabéticos Tipo II

Rio de Janeiro

2017

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LUCAS DE GUSMÃO LOBO BUENO MOACYR

ROBERTO FERREIRA VARGAS

Efeitos do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de

Diabéticos Tipo II

Monografia apresentada ao IBMR -

Laureate International Universities

como requisito parcial para a obtenção

do grau de Bacharel no Curso de

Educação Física.

ORIENTADOR: Prof. Ms. Bruno Ramalho

Rio de Janeiro

2017

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LUCAS DE GUSMÃO LOBO BUENO MOACYR

ROBERTO FERREIRA VARGAS

Efeitos do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de

Diabéticos Tipo II

Monografia apresentada ao IBMR -

Laureate International Universities como

requisito parcial para a obtenção do grau de

Bacharel no Curso de Educação Física.

ORIENTADOR: Prof. Ms. Bruno Ramalho

Aprovada em ___ de _______ de 2017.

Grau obtido ______

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Dr Mauro Moraes Macêdo

_____________________________________________

Prof. Dr. Roberto Poton

____________________________________________

Prof. Dra. Lúcia Nogueira

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RESUMO

Introdução: atualmente, o envelhecimento, o sedentarismo, uma alimentação desregrada

e um estilo de vida moderno, vem trazendo um grande problema de saúde pública, através

do desenvolvimento de complicações que levam as DCV. A DM2 é uma dessas doenças,

que atingem principalmente indivíduos com sobrepeso, obesos e sedentários e que tem

aumentado a prevalência nos últimos anos, se tornando uma epidemia no mundo. O

exercício físico é uma forma eficaz, segura e com custo baixo de prevenir e controlar a

DM2, sendo sugerido por importantes associações médicas nacionais e internacionais.

Objetivo: realizar uma revisão sistemática sobre o efeito crônico do TR no controle

glicêmico de portadores de DM2. Metodologia: foi realizado uma revisão da literatura,

com pesquisas realizadas nas bases de dados PUBMED, SCIELO e LILACS. As buscas

foram realizadas nos idiomas Inglês e Português, através de estudos realizados entre 2012

a 2017. Resultados: foram encontrados 217 artigos nas bases de dados do PUBMED,

SCIELO e LILACS. Após remoção dos duplicados e análise de títulos e resumo, 4 artigos

contemplaram o critério de elegibilidade e foram incluídos nessa revisão. As amostras

variaram entre 30 a 103 sujeitos sedentários, a partir de 40 anos de idade, de ambos os

sexos, que participaram da intervenção com TR em um período maior que 8 semanas,

com frequência média de 3 vezes na semana, com 5 a 9 exercícios para os principais

grupamentos musculares, de 2 a 3 séries e entre 8 a 12 repetições. Apenas os estudos de

Bacchi et al. 2012 e Hammed et al. 2012 apresentaram redução significativa na HbA1c

com valores respectivamente de p= <0,0001 e p= 0,001, porém todos os estudos dessa

revisão apresentaram outros resultados que beneficiam o portador da DM2. Conclusão:

o TR feito de forma isoladamente pode trazer benefícios para o portador da DM2 que vão

além do controle glicêmico, sendo recomendado a sua prática em programa de exercícios

físicos com a supervisão de um profissional de educação física, para ser realizado de

forma segura e eficaz.

Palavras-chave: Diabetes, Diabetes tipo 2, Controle Glicêmico, Treinamento resistido

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ABSTRACT

Introduction: Actually, aging, sedentary lifestyle and the modern habits have been

caused health problems, through the growth of complications that lead to CVD. DM2 is

the most important thing, for the majority of overweight, obese and sedentary people and

this fact has been increased in recent years, and it has been becoming an epidemic all over

the world. There is an effective and safe way to prevent and control DM2and it has been

suggested by some important international and medical associations. Objective:

performing a systematic review about RT chronic effect. Methodology: reviewing the

literature, searching PUBMED, SCIELO and LILACS databases. The researches were

conducted in English and Portuguese, from 2012 to 2017. Results: 217 articles were

found in the PUBMED, SCIELO and LILACS databases. We removed the duplicates,

analysis of titles and summary and four articles were considered eligibility by criteria,

and they were included in this review. We analyzed samples from 30 to 103 sedentary

people, from 40 years old, both sexes, whose participated of the RT intervention during

more of 8 weeks, with a 3 times a week frequency, considering from 5 to 9 exercises for

the main muscular groups, considering from 2 to 3 series and from 8 to 12 repetitions.

The studies of Bacchi et al. 2012 and Hammed et al. 2012 presented a significant

reduction in HbA1c with values of p = <0.0001 and p = 0.001 respectively, but all the

other studies present other results that benefit the DM2 patient. Conclusion: Considering

just the RT can bring benefits to the DM2 patient whose, in addition to glycemic control,

is recommended to practice in a physical exercise program supervised by a physicist to

be safely and effectively.

Key words: Diabetes, Type 2 diabetes, Glycemic control, Resistance training

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACSM - American College of Sports Medicine

ADA - American Diabetes Association

IDF - Internacional Diabetes Federation

SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes

SUS - Sistema Único de Saúde

OMS - Organização Mundial de Saúde

DM - Diabetes mellitus

DM1 - Diabetes mellitus 1

DM2 - Diabetes mellitus 2

DMG - Diabetes mellitus gestacional

DCV - Doenças cardiovasculares

ND - Nefropatia diabética

NeD - Neuropatia diabética

RD - Retinopatia diabética

PA - Pressão arterial

HbA1c - Hemoglobina glicada

GLUT - Transportador de glicose

TOTG - Teste oral de tolerância à glicose

HOMA-IR - Modelo de avaliação da homeostase de Resistência à Insulina

HOMA2-IR - Modelo 2 de avaliação da homeostase de Resistência à Insulina

RI – Resistência à Insulina

1RM - 1 repetição máxima

TR - Treinamento Resistido

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TA - Treinamento Aeróbico

TC - Treinamento Combinado

GC - Grupo Controle

QoL - Qualidade de vida em Inglês “Quality of Life”

TUG – Teste de tempo para levantar, caminhar e sentar, do inglês “Time Up Go”

MS – Membro(s) Superior(es)

MI – Membro(s) Inferior(es)

MME - Massa Muscular Esquelética

VO2máx - Volume máximo de oxigênio

DXA - Densitometria por dupla emissão de raios-X

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LISTA DE SÍMBOLOS

↑ Aumento significativo

↓ Redução significativa

↔ Sem alteração significativa

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma....................................................................................................33

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................9

2 OBJETIVOS................................................................................................................13

2.1 Objetivo geral.............................................................................................................13

2.2 Objetivos específicos.................................................................................................13

3 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................14

3.1 Diabete mellitus.........................................................................................................14

3.1.1 Classificações da diabete mellitus...........................................................................15

3.1.1.1 Diabetes mellitus tipo 1........................................................................................16

3.1.1.2 Diabetes mellitus tipo 2........................................................................................17

3.2 Fisiopatologia.............................................................................................................18

3.2.1 Ação da insulina......................................................................................................19

3.2.2 Ação do glucagon....................................................................................................20

3.2.3 Glicose....................................................................................................................20

3.2.4 Hba1c......................................................................................................................21

3.2.5 Ação da GLUT-4.....................................................................................................22

3.3 Complicações da diabetes..........................................................................................22

3.3.1 Complicações crônicas microvasculares.................................................................22

3.3.2 Complicações crônicas macrovasculares................................................................24

3.4 Exercício e diabetes....................................................................................................24

3.4.1 Treinamento aeróbio e diabetes mellitus tipo 2........................................................27

3.4.2 Treinamento resistido e diabetes mellitus tipo 2......................................................27

4 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................31

4.1 Bases de dados consultadas........................................................................................31

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4.2 Critérios de inclusão...................................................................................................31

4.3 Critérios de exclusão..................................................................................................31

4.4 Estratégia de Busca....................................................................................................32

5 RESULTADOS ...........................................................................................................33

6 DISCUSSÃO................................................................................................................35

7 CONCLUSÃO.............................................................................................................42

REFERÊNCIAS .............................................................................................................

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1. INTRODUÇÃO

A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica, que consiste em um grupo de

distúrbios metabólicos, caracterizados pela ausência da insulina ou defeito em sua ação,

que resulta em elevados níveis de glicose no sangue (hiperglicemia). Devido a sua

fisiopatologia, complexas alterações vasculares e metabólicas podem ocorrer, associadas

a maior risco de complicações cardiovasculares (GUYTON & HALL, 2011; IDF, 2015)

Segundo Lenasi &. Klonizakis (2016), a DM é uma doença crônica, endócrina e

metabólica. Sua prevalência e incidência tem aumentando em todo o mundo: De acordo

com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2014, 422 milhões de pessoas foram

acoemtidas por DM. O DM ocasiona, devido ao seu mecanismo fisiopatológico, uma

série de alterações metabólicas e vasculares complexas, associadas a neuropatias, que

posteriormente comprometem a função vascular e levam a complicações

cardiovasculares, aumentando os níves de morbidade e mortalidade.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2016), a DM está se tornando

uma epidemia, devido ao seu grande aumento nos últimos anos. Uma grande parte da

população com DM, cerca de 80%, vivem em países em desenvolvimento, onde a

epidemia é mais intensa e há um aumento no número de jovens acometidos com a DM,

as quais, coincidem com o problema que as doenças infecciosas ainda representam. O

aumento da população com DM está relacionado com a progresiva prevalência de

sedentarismo e obesidade, aumento da urbanização, do crescimento, do envelhecimento

populacional e também com o aumento de sobrevida dos pacientes com DM.

Segundo American Diabetes Association (ADA, 2017), a DM é classificada

atualmente por sua etiologia e se divide em DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), DM

gestacional e DM por outros tipos específicos. A DM2 é a forma mais comum de DM,

representa cerca de 90% de todos os casos e está diretamente associada a fatores

genéticos, estilo de vida e obesidade.

O DM2 é Caracterizado principalmente pela resistência à insulina, associada à

diminuição da absorção de glicose mediada pela insulina, o que resulta em hiperglicemia

sistêmica. Nas fases iniciais, pode haver hiperinsulinemia compensatória que é a

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produção aumentada da secreção de insulina pancreática. Contudo, isso causa

progressivamente a deficiência de insulina devido à exaustão e disfunção pancreática

(LENASI & KLONIZAKIS, 2016).

Devido ao seu começo insidioso, pode ser diagnosticada vários anos após o seu

início, quando algumas complicações já foram estabelecidas. Outro fato relevante é que

mesmo os adultos jovens podem ser afetados. Além disso, os pacientes normalmente

apresentam outras comorbidades agravantes e sintomas como hipertensão arterial (PA),

dislipidemia, obesidade e inatividade física. É um fato bem conhecido que a progressão

do DM2 pode ser adiada com modificações no estilo de vida, ou seja, inserindo-se em

programas de dieta e exercícios físicos (LENASI & KLONIZAKIS, 2016).

A característica de ambos os tipos de DM é o descontrole glicêmico, com

hiperglicemia subsequente levando a glicação nociva das proteínas da parede plasmática

e vascular, bem como o desarranjo de várias vias metabólicas, agravando o perfil lipídico,

marcadores de inflamação e hemostasia e desequilíbrio do sistema nervoso autônomo,

todos os quais favorecem o desenvolvimento acelerado de alterações vasculares

ateroscleróticas. DM leva à disfunção de macro e micro-vasos, sendo este relacionado ao

metabolismo, disfunção do sistema nervoso endotélico e autônomo, que por sua vez estão

ligadas a alterações vasculares (LENASI & KLONIZAKIS, 2016).

Após meados do século XX, houve um aumento da incidência de Doenças

Crônicas Não-Transmissíveis, incluindo a DM2. Esta se trata de uma questão de saúde

pública, a qual carece de cuidados ininterruptos e multidisciplinares (MENDES et al.,

2013).

Um dos fatores fundamentais à manutenção da saúde do portador da DM2, é a

prática regular de exercício físico, a qual possibilita a melhora do controle glicêmico,

lipídico, pressórico e a redução da massa corporal. Além disso, o paciente necessita de

terapia nutricional, apoio psicológico e social, usar medicação correta, receber educação

em DM para realizar automonitoramento e tomar os devidos cuidados que a doença exige.

Podemos afirmar que é evidente a escassez de políticas públicas de saúde que atendam

essa demanda. O exercício físico destaca-se por ser uma atividade que proporciona

benefícios biopsicossociais, ao passo que apresenta baixo custo. Precisamos frisar que

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existe a necessidade de supervisão profissional, assim como um programa de exercícios

personalizados, a fim de evitar interferências na adesão (MENDES et al., 2013).

O Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta um grande desafio quanto à aplicação

da atividade física com finalidade terapêutica, haja vista que precisa implementar um

programa que assegure uma maior adesão e efetividade. Outro problema enfrentado na

adesão a programas de atividades físicas para DM consiste na insuficiência de estudos

sobre educação em DM, combinada às atividades físicas supervisionadas, principalmente

as de alta intensidade, com intervenções nutricionais e atividades educativas. Parte dos

programas de exercício físico para DM, não apresentam aconselhamento nutricional,

assim como programas de intervenção educativa e dietética não englobam a atividade

física supervisionada (MENDES et al., 2013).

Assim sendo, percebe-se a importância da conscientização dos profissionais de

saúde sobre a relevância do trabalho multidisciplinar, como também da formação e

aperfeiçoamento do profissional de educação física para atuar nesta área.

Comprovadamente, a atividade física promove melhorias na saúde e na qualidade de vida,

prevenindo e controlando a DM. Considerando este fato, podemos dizer que é

incontestável a urgência de se implantar tais programas nas políticas públicas de saúde

no Brasil (MENDES et al., 2013).

Esse estudo de revisão pretende esclarecer algumas informações importantes

relacionadas ao exercício físico e DM. Sabendo que a DM2 é a forma mais comum e está

diretamente ligada ao estilo de vida, atingindo normalmente pessoas na fase adulta que

se encontram em inatividade física e com sobrepeso: um dos meios não farmacológicos

mais eficazes de tratamento para o portador de DM2, é a participação em programas de

exercícios físicos, que apresentam diversos benefícios para o controle glicêmico, sendo

feito regularmente e supervisionado por um profissional de educação física, para se obter

melhores resultados de forma segura e conseguir viver bem com esta patologia. O

treinamento resistido (TR) é bastante praticado atualmente nas academias, estúdios e

ambientes abertos e pode ser uma forma eficaz por ter entre outros fatores pelo controle

glicêmico para o portador de DM2.

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A questão norteadora do nosso estudo foi analisar os efeitos do TR no controle

glicêmico em portadores de DM2, através de estudos que controlaram os níveis de HbA1c

basais e após intervenção dos participantes em programas de TR feitos regularmente,

durante um período mínimo de 8 semanas.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Verificar, buscando na literatura científica, os efeitos do treinamento

resistido no controle glicêmico de portadores da diabetes tipo II.

2.2 Objetivos Específicos

Verificar os efeitos do treinamento resistido no controle glicêmico em

portadores do diabetes tipo II através da Hba1c;

Observar as diferentes formas do exercício físico para o controle

glicêmico;

Identificar se há protocolos de treinamento resistido para o portador de

diabetes tipo II.

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1. DESENVOLVIMENTO

3.1 Diabetes mellitus

A Diabetes Mellitus (DM) não é considerada uma simples doença, mas sim um

grupo de distúrbios metabólicos que estão relacionados a hiperglicemia (nível alto de

glicose sanguínea). No DM a hiperglicemia é resultado de um defeito na ação da insulina,

na produção da insulina ou em ambos casos (ROBBINS, 2010).

A DM é uma condição crônica que ocorre quando o corpo não pode produzir a

insulina suficiente ou a ação da insulina é prejudicada. O diagnóstico é observado através

de elevados níveis de glicose no sangue. A insulina é um hormônio produzido no pâncreas

e tem a função de transportar glicose da corrente sanguínea para as células do corpo, onde

é usada como energia. A Falta ou ineficácia da insulina em uma pessoa com DM, significa

que a glicose continua a circular no sangue e com o passar do tempo e elevados níveis de

glicose no sangue (hiperglicemia crônica) começam a danificar diversos tecidos do corpo,

levando ao desenvolvimento de outras complicações para saúde (IDF, 2015).

Na DM a concentração de glicose atinge níveis elevados devido a sensibilidade à

insulina nos tecidos ou ausência da insulina, reduzindo a eficiência periférica da glicose

e elevando a secreção da mesma, podendo aumentar a glicose plasmática a níveis por

cerca de 300 a 1.200 mg/dL. Com o aumento da glicose no sangue, podem ocorrer

diversas complicações no organismo (GUYTON & HALL, 2011).

O consenso atual de diagnóstico para DM é que qualquer pessoa com um nível de

glicose em jejum >125 mg/dL, uma glicose aleatória > 200 mg/dL e sintomas

hiperglicêmicos ou 2h de glicose > 200 mg/dL após o teste oral de tolerância à glicose

(TOTG) são portadoras da DM. As medições de glicose no sangue obtidas no diagnóstico

inicial de diabetes refletem um período estreito de atividade metabólica, enquanto que a

medição de glicose no sangue ligada à hemoglobina glicada (HbA1c) fornece um nível

médio de glicose no sangue durante um período prolongado, geralmente antes de 60 a 90

dias (ACSM, 2016).

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Existem também os indivíduos que apresentam uma glicose em jejum > 100

mg/dL e < 126 mg/dL, ou os valores do TTGO são > 140 mg/dL mas < 200 mg/dL, são

considerados pré diabéticos. Os indivíduos pré-diabéticos tem risco significativo de

evoluir para a DM, se não tiverem uma prevenção adequada ao longo do tempo

(ROBBINS, 2010).

A hiperglicemia crônica causa diversas lesões teciduais na DM, devido à falta de

controle da glicose sanguínea durante longos períodos, os vasos sanguíneos começam a

funcionar anormalmente em diversos tecidos do organismo e por alteração em sua

estrutura, resultam de um fornecimento de sangue inadequado para os tecidos. Isso faz

com que aumentem complicações como o risco de ataque cardíaco, AVC, doença renal

em estágio terminal, isquemia, gangrena nos membros, retinopatia, cegueira além de

afetar diversos outros tecidos, como por exemplo a neuropatia (periférica ou autonômica).

Essas anormalidades resultam em alterações nos reflexos cardiovasculares, descontrole

vesical, diminuição de sensibilidade e em outros sintomas de lesão de nervos periféricos

(GUYTON & HALL, 2011).

A DM está se tornando uma epidemia, estima-se que a população mundial

portadora da DM pode chegar a 471 milhões em 2035. Uma grande parte desses

indivíduos, cerca de 80% vivem em países em desenvolvimento, que a epidemia é mais

intensa e o número de jovens acometidos com a doença só cresce, as quais coincidem

com o problema que as doenças infecciosas ainda representam. O aumento da população

com DM está relacionado com a progressiva prevalência de sedentarismo e obesidade na

população, aumento da urbanização, do crescimento e do envelhecimento populacional e

também com o aumento de sobrevida dos pacientes com DM (SBD, 2016).

3.1.1 Classificação do Diabetes Mellitus

A hiperglicemia é uma característica comum entre as formas de DM, mas as

anormalidades envolvidas no desenvolvimento da hiperglicemia variam amplamente. As

formas de classificações prévias da DM foram baseadas na idade que começa a doença

ou na forma de terapia utilizada, porém atualmente é classificada com base na etiologia

(ROBBINS, 2010).

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American Diabetes Association (ADA, 2017), Classifica o DM nas seguintes

categorias gerais:

I. Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) - devido à destruição autoimune de células

Beta, geralmente levando a deficiência da insulina.

II. Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) - devido a uma perda progressiva das

células beta secretora da insulina e a resistência à insulina.

III. Diabetes Mellitus gestacional (DMG) - diabetes diagnosticado no segundo

ou terceiro Trimestre da gravidez que não era claramente diabetes visível

antes da gestação.

IV. Tipos específicos de diabetes devido a outras causas - síndromes de

diabetes monogénicas, tais como diabetes neonatal e diabetes de início de

vida dos jovens (MODY), doenças do pâncreas exócrino (tais como

fibrose cística) e fármacos ou induzida por produtos químicos (como o uso

de glicocorticóides, no tratamento de HIV / AIDS, ou após transplante de

órgãos)

A Sociedade Brasileira de Diabetes (2016, p21) publicou a classificação atual:

A classificação atual do DM baseia-se na etiologia e não no tipo de tratamento,

portanto, os termos “DM insulinodependente” e “DM insulinoindependente”

devem ser eliminados dessa categoria classificatória. A classificação proposta

pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação Americana de

Diabetes (ADA), e aqui recomendada, inclui quatro classes clínicas:1–3 DM

tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2), outros tipos específicos de DM e DM

gestacional. Há ainda duas categorias, referidas como pré-diabetes, que são a

glicemia de jejum alterada e a tolerância à glicose diminuída. Essascategorias

não são entidades clínicas, mas fatores de risco para o desenvolvimento de DM

e doenças cardiovasculares (DCV).

3.1.1.1 Diabetes mellitus tipo 1

Indivíduos portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) tem uma deficiência

absoluta de insulina causada por uma redução acentuada nas células beta, secretoras da

insulina no pâncreas. Consequentemente, indivíduos com DM1 precisam substituir a

insulina exôgena por insulina através de injeção ou bomba de infusão. A deficiência da

insulina, tem como resultado a hiperglicemia e com isso os portadores de DM1 são

propensos a desenvolver a cetoacidose (ACSM, 2016).

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A DM1 é uma doença autoimune que se caracteriza pela destruição das células

Beta e uma absoluta deficiência de insulina. A DM1 é responsável por aproximadamente

5% a 10% de todos os casos de DM e é mais frequente em pacientes mais jovens - menos

que 20 anos de idade (ROBBINS, 2010).

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2016), mostra que o DM1 se subdivide

em 1A (autoimune) e 1B (idiopático). O 1A é a mais comum, encontrada em 5 a 10% dos

casos de DM1 e ocorre através da destruição das células beta, produtora da insulina no

pâncreas. O 1B não tem uma etiologia definida para essa forma de DM, se encontra em

minoria dos casos de DM1 e os indivíduos portadores desse subtipo podem desenvolver

cetoacidose e variados graus da deficiência da insulina.

3.1.1.2 Diabetes Mellitus tipo 2

Os indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) tem uma deficiência relativa

de insulina, uma vez que podem ter níveis de insulina elevados, reduzidos ou normais; no

entanto, a hiperglicemia é comum nestes indivíduos, independentemente do seu estado de

insulina, embora a fisiopatologia da DM2 ainda não seja totalmente clara. Possíveis

fatores são contribuintes: genética, o ambiente, anormalidades da insulina, aumento da

produção de glicose no fígado, aumento da gordura corporal e secreções hormonais

defeituosas no intestino (ACSM, 2016).

A resistência à insulina e a produção de insulina defeituosa são características

comuns na DM2: com a resistência à insulina, a glicose não entra facilmente nos tecidos

sensíveis à insulina (principalmente tecido muscular e adiposo) e aumenta a glicose no

sangue. Devido a glicose elevada no sangue, as células beta do pâncreas secretam mais

insulina na tentativa de manter uma concentração normal de glicose no sangue, em

algumas pessoas, as células beta podem se exaurir ao longo do tempo e diminui a secreção

de insulina (ACSM, 2016).

Aproximadamente 90% a 95% dos pacientes diabéticos são diagnosticados com

DM2, e a grande maioria apresenta obesidade. Classicamente é considerado como “de

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início na vida adulta”, porém a prevalência de DM2 em crianças e adolescentes está

aumentando cada vez mais na população mundial (ROBBINS, 2010).

A maioria dos indivíduos com DM2 apresentam de início sobrepeso ou são

obesos, a obesidade é claramente um contribuinte significativo para a resistência à

insulina. Diversas anormalidades na secreção de insulina têm sido identificadas, mas,

praticamente, todas as pessoas com DM2 perderam a primeira ou fase aguda da liberação

de insulina, permanecendo a sensibilidade ou resistência à mesma. Indivíduos com DM2

não desenvolvem cetoacidose exceto sob condições de stress anormal (por exemplo,

trauma) (ACSM, 2016).

A DM2 é claramente influenciada geneticamente, porque ocorre em gêmeos

idênticos com quase total concordância. O início é insidioso, com poucos ou nenhuns

sintomas clássicos, e infelizmente muitos indivíduos não são diagnosticados até ocorrer

danos em algum órgão envolvido. A DM2 está associada com o envelhecimento,

obesidade, inatividade física, história familiar de diabetes, história de diabetes gestacional

e raça ou etnia. A DM2 geralmente ocorre a partir dos 40 anos, mas com as taxas

crescentes de obesidade e inatividade física está se desenvolvendo no público mais jovem

(ACSM, 2016).

3.2 Fisiopatologia

O pâncreas é o principal órgão relacionado a DM, além de ter suas funções

digestivas, secreta hormônios importantes, como a insulina e o glucagon. Esses

hormônicos são essenciais para regulação normal do metabolismo da glicose, dos lipídios

e das proteínas. O pâncreas é formado por dois tecidos principais: os ácidos, responsáveis

pela secreção do suco digestivo e as ilhotas de Langherans, responsáveis por secretar a

insulina e o glucagon direto para o sangue. As ilhotas de Langherans se encontram entre

1 a 2 milhões em um pâncreas humano, medindo aproximadamente 0,3 milímetro de

diâmetro, organizadas em pequenos capilares por onde suas células secretam esses

hormônios. Existem 3 principais tipos celulares nas ilhotas de Langherans, diferenciadas

através de suas características morfológicas, definidas como células alfa, beta e delta. As

células beta, encontradas no centro de cada ilhota são predominantes entre as outras

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células e são responsáveis por secretar a insulina. As células delta também tem sua

importância, pois elas que secretam o glucagon (GUYTON & HALL, 2011).

3.2.1 Ação da insulina

A insulina é um hormônio secretado pelas células beta do pâncreas, sua função é

levar a glicose circulante no sangue para outras células do corpo, para serem usadas como

fonte energética (IDF, 2015).

A insulina é associada com a “açúcar no sangue” popularmente, mas na verdade

apresenta no metabolismo dos carboidratos efeitos profundos. Porém, as anormalidades

no metabolismo das gorduras que apresentam complicações, como a acidose e

arteriosclerose, as causas mais comuns de morte em portadores da DM. Nos portadores

da DM prolongada há uma redução na capacidade de sintetizar proteínas que leva ao

consumo dos tecidos, além de muitos distúrbios celulares funcionais. A insulina afeta o

metabolismo das proteínas e gorduras assim como o metabolismo dos carboidratos

(GUYTON & HALL, 2011).

A insulina é secretada na corrente sanguínea e circula na sua forma livre quase

inteiramente, tendo uma meia-vida plasmática de aproximadamente 6 minutos, sendo

eliminada na sua maior parte entre 10 a 15 minutos da circulação; com exceção da parte

da insulina ligada aos receptores nas células alvo, o resto é degradado pela enzima

insulinase, no fígado em maior parte, e em menor quantidade nos rins, nos músculos e em

outros tecidos. Essa remoção do plasma de forma rápida é importante, porque sua pronta

desativação e ativação as vezes são fundamentais para o controle das funções da insulina

(GUYTON & HALL, 2011).

Após uma refeição rica em carboidratos, a glicose é absorvida imediatamente para

o sangue causando uma rápida secreção de insulina. A insulina causa a captação,

armazenamento e utilização da glicose para os tecidos do organismo, em principal os

músculos, tecido adiposo e fígado. Os músculos dependem da glicose e ácidos graxos

como fontes de energia. O motivo para isso consiste no fato de que a membrana muscular

em repouso é ligeiramente permeável à glicose, exceto quando ocorre estimulação pela

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insulina na fibra muscular; entre as refeições, a insulina secretada é insuficiente para

promover a entrada da glicose em quantidades significativas nas células musculares

(GUYTON & HALL, 2011).

3.2.2 Ação do glucagon

O glucagon é um hormônio secretado pelas células alfa das ilhotas de Langherans

do pâncreas e suas funções são opostas a da insulina: quando a glicose sanguínea diminui,

ele aumenta a concentração de glicose e por isso também é conhecido como o hormônio

hiperglicêmico. O glucagon quebra o glicogênio hepático e aumenta a gliconeogênese no

fígado, resultando em um aumento na disponibilidade de glicose para outros órgãos do

organismo. O principal efeito do glucagon é sua capacidade de provocar a glicogenólise

no fígado, que resulta em um aumento de glicose sanguínea em período de minutos.

Quando a glicose sanguínea apresenta uma concentração aumentada, ocorre uma inibição

na secreção do glucagon, sendo assim o fator regulador desse hormônio (GUYTON &

HALL, 2011).

3.2.3 Glicose

Segundo McArdle, 2016, a glicose, também conhecida por açúcar do sangue ou

dextrose, é constituída por uma molécula de 6 carbonos (hexose) e adquirida pela ingestão

de carboidratos ou formada pelo organismo. A gliconeogênese é um processo que ocorre

no organismo, para formação de novas moléculas de açúcar, principalmente no fígado

através dos resíduos de carbono de outros compostos (normalmente aminoácidos ou

também glicerol, lactato e piruvato). A partir da absorção de glicose no organismo, pelo

intestino delgado, a glicose pode seguir uma dessas vias:

I. Servir como fonte de energia para o metabolismo celular.

II. Armazenamento em forma de glicogênio no fígado e nos músculos.

III. É transformada em gordura (triacilglicerol) para ser usada como energia.

Durante exercícios curtos e intensos há uma grande utilização de glicose pelo

músculo. Essa utilização da glicose não necessita de grande quantidade de insulina,

Page 24: Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de ... · Palavras-chave: Diabetes, Diabetes tipo 2, Controle Glicêmico, Treinamento resistido . ABSTRACT Introduction: Actually,

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porque as fibras musculares são mais permeáveis à glicose, mesmo sem a insulina, devido

ao processo de contração muscular. Outra condição para a utilização muscular de glicose

em grandes quantidades, ocorre em algumas horas após a refeição: existe um aumento

elevado de glicose nesse período e isso faz com que aumente a secreção de insulina,

provocando um transporte rápido de glicose para as células musculares; isso faz com que

se aproveite mais glicose do que os ácidos graxos nesse período. Os músculos estocam a

glicose em forma de glicogênio muscular quando não são usados como fonte energética

rápida durante os exercícios, isso acontece nos momentos que o músculo não se exercita

depois da refeição. O glicogênio é utilizado pelo músculo em momentos de período curto

de uso energético extremo ou para fornecer um pico de energia anaeróbica durante alguns

minutos (GUYTON & HALL, 2011).

3.2.3 Hemoglobina Glicada

A glicose sanguínea pode-se tornar incontrolável quando há um excesso, essa

glicose extra entra nos eritrócitos e se liga à moléculas de hemoglobina que chamadas de

hemoglobina glicada (HbA1c) e servem para realização de um dos testes para DM (teste

de HbA1c). Os eritrócitos se formam e morrem constantemente e duram cerca de 3 meses

no organismo. O teste de HbA1c baseia-se na média dos níveis de glicose sanguínea

durante esses 3 meses. Os resultados são descritos na forma de porcentagem e quanto

maior for esse percentual, maior a média de glicose no sangue. O nível de HbA1c menores

que 5,7% são considerados normais, valores entre 5,7 e 6,4% são considerados pré-

diabetes e valores maiores já se caracterizam como DM (MCARDLE, 2016).

As principais organizações relacionas a DM, como Internacional Diabetes

Federation (IDF), American Diabetes Association (ADA) e Sociedade Brasileira de

Diabetes (SBD), consideram que o teste através da HbA1c, seja a principal e mais

eficiente forma para o controle glicêmico em portadores da DM.

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3.2.5 Ação da GLUT4

O transporte de glicose para o interior das células acontece com diferentes

proteínas definidas como GLUT (transportadores de glicose), que dependem da variação

nas concentrações de insulina e de glicose. As fibras musculares possuem GLUT-1 e

GLUT-4, durante o repouso a glicose penetra em maior parte pelo carregador GLUT-1.

A partir das altas concentrações de glicose ou de insulina no sangue (como acontece após

comer ou durante uma atividade física), a glicose entra nas células musculares pelo

transportador GLUT-4 que depende da insulina. A ação de GLUT-4 acontece através de

um segundo mensageiro, que permite o transporte da GLUT-4 intracelular até a superfície

para promover a captação da glicose. O fato de que GLUT-4 poder se movimentar até a

superfície da célula através de um mecanismo separado que não depende da insulina,

coincide com a explicação de que os músculos ativos absorvem glicose sem insulina

(MCARDLE, 2016).

3.3 Complicações da Diabetes

Na DM os altos níveis de glicose no sangue podem levar a complicações graves

que afetam o coração, vasos sanguíneos, olhos, rins e nervos. As pessoas com DM

também tem maior risco de desenvolver infecções. Países em desenvolvimento, contam

com o índice de a DM ser uma das principais causas de doença cardiovascular, cegueira,

rins e amputação de membros inferiores. O aumento da prevalência da DM2 nesses países

significa que sem estratégias eficazes para uma melhor gestão da DM, é provável que

ocorra um aumento das taxas dessas complicações. As complicações da DM podem ser

prevenidas com o controle da glicemia, pressão sanguínea e níveis de colesterol o mais

próximos do normal. Muitas complicações podem ser tratadas em seus estágios iniciais

através de programas que permitem o tratamento para prevenção dessas complicações

(IDF, 2015).

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3.3.1 Complicações Crônicas Microvasculares

A Nefropatia Diabética (ND) é uma complicação crônica da DM que atinge 20%

a 30% dos portadores de DM1 ou DM2. Aproximadamente metade dos novos casos de

insuficiência renal nos indivíduos em diálise é causado por ND sendo responsável pelo

aumento significativo da mortalidade, principalmente cardiovascular. O estágio inicial da

ND (microalbuminúria ou nefropatia incipiente) é representado pela presença de

pequenas quantidades de albumina na urina. O estágio avançado é definido como

nefropatia clínica (macroalbuminúria ou proteinúria) e a fase terminal é a insuficiência

renal. Indivíduos com ND também estão associados com outras condições crônicas, como

retinopatia diabética, doenças macrovasculares e hipertensão arterial sistêmica.

(TSCHIEDEL, 2014).

A Retinopatia Diabética (RD) é a principal causa de cegueira entre 20 e 74 anos:

é mais comum em portadores do DM1 e sua incidência está diretamente relacionada à

duração do DM; é encontrado em 25% dos portadores do DM1 após cinco anos do

diagnóstico, aumentando para 60%, 80% e 100% após, respectivamente, 10, 15 e 20 anos.

As alterações retinianas são raras na infância, independentemente do tempo de duração

do DM. No DM2 a RD é encontrada em 21% dos indivíduos recém-diagnosticados e pode

atingir 60% dos pacientes após 20 anos de doença. O controle glicêmico regular pode

atrasar a RD no DM1 ou DM2, por isso é importante alertar que alguns podem

desenvolver RD mesmo com o controle glicêmico adequado, já outros, podem estar

protegidos tendo um controle glicêmico inadequado (TSCHIEDEL, 2014).

A Neuropatia Diabética (NeD) é uma complicação crônica de início tardio e por

ser mais frequente da DM podendo ser confirmada na DM2, geralmente no momento do

diagnóstico. A DM1 costuma aparecer cinco anos ou mais após o diagnóstico; na infância

é rara, mas pode acontecer em adolescentes com DM de longa duração, definida em

portadores da DM pela presença de sintomas e/ou sinais de disfunção dos nervos

periféricos, após excluir outras causas. Comparando as complicações crônicas

microvasculares, o comprometimento do sistema nervoso periférico é uma das

complicações mais frequentes, atingindo entre 40% e 50% dos portadores da DM2 e em

menor frequência na DM1; segundo estudos atuais a NeD também ocorre quando há

tolerância diminuída à glicose (TSCHIEDEL, 2014)

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3.3.2 Complicações Crônicas Macrovasculares

As complicações Crônicas Macrovasculares da DM, também conhecidas como

Doenças Cardiovasculares (DCV), afetam o coração, o cérebro e os membros inferiores,

e acometem portadores com DM1 e DM2; a DCV é a causa mais comum de morte nesses

casos. A hiperglicemia é apenas um dos mecanismos que aumentam o risco de doença

macrovascular, inclusive pelo fato de a hipertensão arterial, a dislipidemia e o fumo

também serem fatores de risco. Existe uma sobreposição entre DM e Hipertensão, pois

ambas apresentam aspectos etiológicos e fisiopatológicos comuns. A hiperglicemia

crônica se associa a risco aumentado de problemas cardiovasculares e mortalidade por

diversas causas na DM2, independentemente de outros fatores de risco comuns; na

avaliação da DCV em pacientes assintomáticos com DM, não recomenda-se o

rastreamento de rotina para doença arterial coronariana, porque não melhora o problema

conforme os fatores de risco de DCV são tratados (TSCHIEDEL, 2014).

O pé diabético é uma consequência das disfunções vasculares nos membros

inferiores (doença vascular periférica) e/ou complicações neuropáticas

(polineuropatiaperiférica sensitivo-motora): 40% a 60% das amputações não traumáticas

de membros inferiores são realizadas em portadores de DM, e destas, 85% começam com

úlceras nos pés (TSCHIEDEL, 2014).

3.4 Exercício e Diabetes

A prática regular de atividade física é fundamental para preservação da saúde e

qualidade de vida de qualquer ser humano; em se tratando de DM, há evidências que os

exercícios físicos propiciam benefícios ao portador da doença, desde que esta esteja sob

controle, isto é, a glicemia deve ser regulada previamente. Precisam ser ressaltados

importantes aspectos relacionados à prática de exercício físico em pacientes diabéticos,

tais como: hipertensão, obesidade, lipídios sanguíneo e ácido úrico sérico (BROOKS, et

Al., 2011).

Observamos que o revés trata-se da hipoglicemia, visto que a utilização da glicose

é muito superior durante o exercício em comparação com o estado de repouso. O controle

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da glicemia abrange o equilíbrio entre a ingestão de alimentos, o gasto de energia e a

insulina, devendo o diabético manter o controle continuado da integralidade destes

fatores; qualquer alteração incidente em um dos elementos mencionados, exige o

ajustamento dos demais (BROOKS, et al. 2011).

Apesar de não haver comprovação de que a atividade interfira positivamente no

controle da glicemia no diabetes tipo I, é importante destacar que esta é bastante eficaz

na melhora da sensibilidade à insulina. Observa-se que exercício é eficiente na redução

dos efeitos colaterais d doença seja no DMI ou no DMII. A atividade física proporciona

a diminuição da pressão arterial e da gordura abdominal, bem como a melhora do perfil

lipídico, auxiliando, assim, no controle da patologia (BROOKS, et al. 2011).

O exercício regular apresenta benefícios para portadores da DM, como a melhora

da intolerância à glicose, o aumento da sensibilidade à insulina e a diminuição de HbA1c.

O exercício regular diminui as necessidades de insulina em portadores do DM1 ou DM2.

São benefícios gerados pelo exercício físico em portadores do DM: a melhora dos fatores

de risco de DCV (perfis lipídicos, pressão arterial, peso corporal e capacidade funcional)

e do bem-estar. A prevenção com exercícios regulares também podem impedir ou pelo

menos atrasar a progressão para DM2 em indivíduos com pré-diabetes que tenham alto

risco de desenvolver a DM (ACSM, 2014).

O exercício físico para adultos saudáveis pode ser aplicado ao portador da DM e

a participação em um programa pode ser fundamental para indivíduos com DM1 e DM2.

Diversos benefícios relacionados com a saúde cardiovascular são obtidos pelo exercício

e por esse motivo este é recomendado para portadores da DM em ambos subtipos.

Considerando indivíduos com pré-diabetes ou DM2, o exercício aumenta a sensibilidade

à insulina incrementando a captação celular de glicose a partir do sangue e colaborando

para um bom controle da glicemia; já para aqueles com DM1, a maior sensibilidade à

insulina não tem impacto significante sobre a função pancreática, no entanto, diminui a

necessidade de tomá-la. A perda de peso e manutenção do peso corporal são essenciais

para indivíduos com pré-diabetes e DM2, porém, o excesso de peso e de gorduras

corporais também podem ser encontrados em portadores da DM1 e a prática de exercícios

é importante nesse contexto (ACSM, 2014).

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É notório que os altos níveis glicêmicos, assim como a hiperinsulinemia, seguida

da resistência à insulina, colaboram para que as propriedades fisiológicas do endotélio se

percam, ou ao menos sejam prejudicadas; dessa forma o exercício físico é de essencial

importância para que se mantenha, ou mesmo se otimize as propriedades do endotélio

saudável, prevenindo ou atenuando lesões que culminam com a doença arterial

coronariana muito comum por exemplo em pacientes diabéticos (CORREA et al., 2012).

Os exercícios moderados são considerados como “protetores” contra doenças

cardiovasculares, pois o endotélio vascular é exposto a diversos estresses químicos e

mecânicos, e apesar de possuir células endoteliais que possuem uma variedade de defesas,

o desenvolvimento de múltiplas patologias associadas ao sistema cardiovascular pode

ultrapassar esses mecanismos, ocasionando danos estruturais e posterior falha de função.

A importância do endotélio vascular na doença sugere que diversos processos estão

envolvidos com as adaptações endoteliais ao exercício (CORREA et al., 2012).

Podemos afirmar que o exercício físico de intensidade moderada, poderia estar

relacionado como importante modalidade no tratamento dos pacientes com DM2, por

preservar e manter a função endotelial, atenuando e até prevenindo as lesões micro e

macrovasculares da doença. Destacamos também a importância do exercício no bem estar

físico e mental, desde a liberação de endorfinas até as mudanças positivas de auto imagem

(CORREA et al., 2012).

Os pacientes com DM2 podem estar expostos a um risco aumentado de lesão e

eventos adversos agudos durante a atividade física, sendo assim, a prescrição do exercício

para essa população também deve incluir recomendações para a prevenção e controle de

condições como o pé diabético, retinopatia diabética, nefropatia diabética, neuropatia

autonômica diabética, risco cardiovascular, distúrbios músculo-esqueléticos,

hipoglicemia, hiperglicemia, desidratação e interações entre o tratamento farmacológico

e o exercício físico (MENDES et al., 2016).

É importante ressaltar que possuidores de DM, que se encontram fazendo uso de

insulina ou agentes hiperglicêmicos, devem tomar precauções para prevenir a

hipoglicemia, uma vez que uma sessão de exercício é suficiente para aumentar a

sensibilidade à insulina (BROOKS, et al. 2011).

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3.4.1 Treinamento Aeróbio e Diabetes Mellitus tipo 2

Considerando várias modalidades de exercício físico, o treinamento aeróbio (TA)

é uma das que possui mais eficácia no controle do DM2. É consenso o efeito benéfico

deste exercício para o controle desse problema de saúde, além de reduzir o índice de

massa corporal (IMC), por meio da perda de peso (LIMA et al., 2012).

O TA deve fazer parte do tratamento do DM, tendo em vista sua influência

positiva na redução da glicemia; o TA regular também é capaz de proporcionar mudanças

metabólicas que resultam em melhora da homeostase da glicose, dessa forma, o TA

mostra ser bem eficaz no tratamento do DM2. Precisamos levar em consideração que

quando associado ao treinamento resistido (TR) há uma melhor resposta do metabolismo,

pois tanto o treinamento combinado(TC) quanto o TA evidenciaram um comportamento

positivo no controle glicêmico, visto que, o TC foi mais eficaz em relação à Hb1Ac, e o

TA em relação à glicose plasmática (MORO et al., 2012).

3.4.2 Treinamento Resistido e Diabetes Mellitus tipo 2

Treinamento Resistido (TR) é a modalidade de exercício que foca o trabalho

muscular, realizado com uso de pesos livres, aparelhos e peso corporal; sua finalidade é

gerar hipertrofia, resistência muscular e potência. Melhora a saúde e aptidão física, reduz

o desenvolvimento de doenças degenerativas e cardiovasculares em geral, quando é

realizado no mínimo duas vezes na semana (DOS SANTOS et al., 2016).

Segundo Fleck & Kraemer (2017), o TR, de força ou com pesos, é um dos mais

famosos exercícios físicos para melhorar a aptidão física. Este tipo de treinamento é

descrito pelo exercício que exige a movimentação da musculatura corporal contra uma

força oposta (pode ser usado como auxiliar, algum equipamento). São equipamentos que

podem ser utilizados: tiras elásticas, pliométricos, pesos e até mesmo corrida em ladeira.

A participação em programas de TR, apresenta o objetivo da conquista de

determinados benefícios a saúde e aptidão física: proporcionam aumento de força,

aumento de massa magra, diminuição do índice de gordura corporal, melhora no

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desempenho de atividade esportivas e o bem estar em realização para atividades diárias.

Podemos destacar também benefícios estéticos e de desempenho de força. O exercício

resistido proporciona alterações benéficas como regulação da pressão arterial, perfil

lipídico, e resistência à insulina em casos de diabéticos, contudo o este tipo de exercício

precisa ser bem elaborado e coerente. (FLECK & KRAEMER, 2017).

Os exercícios de TR são responsáveis pela manutenção ou desenvolvimento da

massa magra e por sua vez, colaboram para aumentar os níveis de glicogênio muscular,

fator importante para a homeostase da glicose. Este fato deve-se a estrutura muscular

esquelética representar 40% da massa corporal total e exercer papel importante sobre o

balanço energético, sendo responsável por mais de 30% do gasto de energia, e também

pela ação primária da captação, disponibilidade e estoque de glicose estimulada por

insulina (GOMES, 2009).

O TR tem influência direta no desempenho de força e a resistência muscular, o

que beneficia a realização das tarefas do cotidiano, proporcionando uma vida mais

saudável e ativa para portadores de obesidade e sedentarismo, principais características

do DM2, com isso o exercício de força colabora para o aumento de massa e potência

muscular, o que ajuda na manutenção da musculatura, além do que, oferta grandes

benefícios para idosos, pois com o envelhecimento, diminui-se a força e massa muscular,

o que pode prejudicar metabolismo energético (GOMES, 2009).

Há evidências que o TR pode diminuir o uso de medicação para os portadores de

DM, além de diminuição das concentrações de glicose sanguínea e aumento da massa

muscular, pois o exercício físico aumenta a captação da glicose pelo músculo esquelético,

assim a contração muscular serve como ignição para uma ativação mais intensa da enzima

AMPK já que esta ativação da enzima depende da razão AMP/ATP e creatina

fosfocreatina (GOMES, 2009).

A contração muscular colabora para o aumento de translocação do GLUT-4, este

é independente da insulina, e uma da hipóteses mais aceitas, que indicam esse aumento é

o acréscimo do cálcio intracelular. O cálcio é mediador do transporte de glicose, o

aumento de cálcio no citoplasma pode iniciar ou facilitar a ativação de moléculas ou

proteínas envolvidas no transporte da glicose, assim a contração muscular, hipóxia, óxido

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nítrico e bradicinina, estimulam esses mecanismos independentes de insulina realizando,

então, o transporte de glicose no músculo esquelético (GOMES, 2009).

Relacionado ao TR, nota-se a diminuição das concentrações de repouso de glicose

e insulina em pacientes de DM, sabe-se que os pacientes sedentários não desafiam a

glicose para haver alteração e manifestam uma menor resposta à insulina, quando

comparado a praticantes desta modalidade (BROOKS, et al, 2011).

Recomenda-se que portadores de DM2 respeitem as orientações gerais para

diabéticos fisicamente ativos, realizando exame médico antes do início do programa de

exercícios e executando teste ergométrico. Devem ser evitados exercícios se os níveis de

glicemia forem maiores que 250mg/dl e se houver cetose; ficar atento se os níveis forem

maiores de 300mg/dl e não houver cetose; consumir maior quantidade de carboidrato caso

a glicemia seja menor que 100mg/dl; aferir a glicemia antes e depois do exercício;

permanecer atento quando o programa de exercício necessitar alterações na insulina ou

na ingestão de alimentos; dominar a resposta da glicemia em diferentes tipos de exercício;

consumir maior quantidade de carboidrato com objetivo de evitar a hipoglicemia;

certifica-se da disponibilidade de alimentos com base em carboidrato durante e após a

realização dos exercícios; estimar o gasto de energia para auxiliar o equilíbrio da ingestão

é gasto de energia, bem como da necessidade da insulina; evitar a utilização da insulina

1h (uma hora antes do treino); diminuir a dose da insulina quando do exercício

antecipado; não injetar insulina a mais nos membros ativos; portar identificação medica;

proteger os pés a fim de evitar bolhas; ter um plano de emergência (BROOKS et al., 2011)

Esse tipo de exercício proporciona para os pacientes diabéticos, diversos

benefícios, como melhor absorção de glicose, desenvolvimento de massa magra, melhor

desempenho do metabolismo basal, composição corporal, dentre outros. O TR age sobre

o metabolismo e sobre as células, de forma positiva na prevenção e controle de doenças

metabólicas, favorecendo o emagrecimento, reduzindo os níveis hemodinâmicos, além

de estimular a sensibilidade a insulina (DOS SANTOS et al., 2016).

A doença arterial coronariana em indivíduos com DM2 é diminuída com o TR;

em jovens com DM controlada, o TR pode ser praticado com intensidade moderada a

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levemente intensa, já para idosos ou pessoas com histórico da enfermidade, é indicado o

treinamento com pesos leves e várias repetições (DOS SANTOS et al., 2016).

Segundo Colberg et al. (2016), os benefícios do TR para indivíduos com DM2

incluem melhorias no controle glicêmico, resistência à insulina, pressão arterial,

diminuição da massa gorda, aumento da massa magra e aumento da força muscular.

Através desses benefícios, o TR diminui o risco de desenvolvimento de complicações

associadas a doenças cardiovasculares.

Conforme Mendes et al. (2016) as diretrizes atuais indicam uma progressão lenta.

Inicialmente, os pacientes podem se beneficiar de menores volumes e intensidades de

exercícios. A recomendação mais consensual parece ser com a frequência semanal

mínima de TR de pelo menos duas vezes por semana, em dias não consecutivos, de 1 a 4

séries de 5 a 10 exercícios envolvendo os principais grupos musculares - é recomendável

uma progressão lenta na carga e volume utilizada. Inicialmente, apenas 1 a 2 séries de

cada exercício deve ser realizada, com uma carga que permita a conclusão de 10-15

repetições (50-69% de uma repetição de intensidade máxima-moderada). Após alguns

meses de treinamento, é recomendada uma carga que não permita a realização de mais de

8-10 repetições e que resulte em fadiga muscular local - deve ser selecionada (70-84% de

1RM).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, realizado nas bases de dados

multidisciplinares e nas bases específicas da área de saúde no período de abril de 2017 a

junho de 2017.

4.1 Bases de Dados consultadas:

- Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/

PubMed);

- Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

(LILACS);

- Scientific Electronic Library Online (SciELO)

4.2 Critérios de inclusão:

- Artigos científicos de revistas indexadas em inglês e português que

abrangem o período de 2012 a 2017;

- Artigos que descrevam ou mencionem o tema abordado;

- Pesquisas em indivíduos > 40 anos de idade;

- Número de participantes > 20;

- Controle > 8 semanas de treinamento.

4.3 Critérios de exclusão:

- Estudos que não se encaixam no tema abordado;

- Artigos científicos nos demais idiomas;

- Estudos realizados com animais;

- Estudos de revisão

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32

4.4 Estratégia de busca

Os principais descritores utilizados foram “diabetes”, “type 2 diabetes”, “glycemic

control”, “resistance training” e “strength training” a partir dos Mesh database/PubMed e

Keywords de artigos. Esses descritores foram utilizados de forma combinada com “and”

e usados também em português. Foram utilizados filtros para os últimos 5 anos e estudos

de controle randomizado realizado com humanos.

As buscas utilizadas nas bases de dados PubMed, Lilacs e Scielo, foram com os

descritores combinados e utilizados em inglês e português: “treinamento resistido and

diabetes”, “treinamento de força and diabetes”, “resistance training and diabetes”,

“strenght training and diabetes”, “resistance training and glycemic control and type 2

diabetes”, “strength training and glycemic control and type 2 diabetes”.

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33

5 RESULTADOS

Foram encontrados 217 artigos científicos, sendo 201 na PUBMED, 10 na LILACS e

6 na Scielo. Retirados os artigos que não foram aceitos nos critérios de inclusão para esta

revisão, foram aceitos 4 artigos por contemplarem os critérios de inclusão previamente

descritos (BACCHI et al.,2012; HAMMED et al.,2012; MAVROS et al.,2013; HSIEH et

al.,2016).

Total de estudos encontrados Estudos de outras fontes

(n= 217) (n=0)

Estudos Duplicados Removidos

(n= 89)

Estudos excluídos após resumo

- Não apresentavam tema diabetes tipo II;

- Número de participantes < 20;

- Idade dos participantes < 40;

- Período de intervenção < 8 semanas;

- Não utilizava o TR;

(n= 116)

Estudos com Texto completo

(n= 12)

Estudos excluídos após revisão

- Não avaliou TR isoladamente;

- Não apresentou método de treino;

. - Participantes com outras doenças.

(n= 8)

Estudos incluídos na revisão

(n= 4)

Figura 1 – Fluxograma

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Tabela1 – Tabela descritiva dos resultados da revisão sistemática.

(TR= Treinamento Resistido; TA= Treinamento Aeróbio; COM= Combinado; HbA1c= Hemoglobina Glicada; HOMA2- IR= Modelo2 de Avaliação de Resistência à Insulina; GC= Grupo Controle; GE= Grupo de Exercício; 1RM= 1 Repetição Máxima; QoL=

Qualidade de vida; MS= Membro Superior; MI= Membro Inferior; TUG= Time Up Go, PA= Pressão Arterial; RI= Resistência à

Insulina, HDL-C= Colesterol de Alta Densidade; LDL-C= Colesterol de Baixa Densidade; GxT= Interação grupo x tempo.)

Autores

Objetivos

Sujeitos

Período de

intervenção/

Frequência

semanal

Intensidade

e volume

Exercícios

Resultados

Bacchi et

al. 2012

Efeitos no

TR, TA e

COM na

HbA1c e

Fatores de

riscos

metabólicos.

n = 40;

Idade 66±2

(Grupo

TR) e 66±1

(Grupo

COM);

Homens e

mulheres.

TR;

16 semanas;

3 x por

semana;

60min/dia.

TR;

3 séries; 10

repetições;

70-80% de

1RM.

TA; 60-65%

freqüência

cardíaca de

reserva

9 exercícios

alternados

para os

principais

grupamentos

de MS e MI.

↓HbA1c (0,35%, p=<0,0001);

↑Sensibilidade à insulina (15%,;

↓Glicemia de jejum (12mg/dl,

p=0,004);

↓Gordura visceral (33,5cm3);

↑Força máx em MS (10,3kg,

GxT p= <0,0001);

↑Força máx em MI (12,3kg, GxT

p= <0,0001).

Hammed

et al.

2012

Efeitos do

TR nas

variáveis

glicêmicas,

musculoesqu

eléticas e

cardiovascul

ares.

n= 48;

idade 44,7

± 4,2;

dividido

em grupo

TR (24) e

GC (24);

Homens e

mulheres.

TR;

8 semanas;

(Grupo TR)

2 a 3 x por

semana;

(GC) 3 x por

semana.

3 séries; 10

repetições;

TR;

1-4 semanas

= 65% 1RM;

4-8 semanas

= 70% 1RM.

GC;

Bike 5’;

Alongament

o estático 10’

Supino

máquina,

Leg

Press,

puxada no

pulley,

cadeira

extensora e

bíceps

sentado.

↓HbA1c (r=0.62%, P=0,001);

↑Força máx em MS (r= 5.60kg,

p=<0,001);

↑Força máx MI (r= 16.08kg,

p=<0,001);

↓circunferência da cintura

(r=1.84cm, p=0,008);

↑HDL-C (r= 0.11mmol/L,

p=0,004);

↔peso corporal;

↔colesteroltotal;

↔triglicerídeos;

↔LDL-C;

↔ PA sistólica e diastólica.

Mavros

et al.

2013

Efeitos do

TR de alta

intensidade

na

composição

corporal, na

RI e Glicose

homeostase

n=103;

Idade não

especificad

a; Homens

e mulheres

TR;

48 semanas;

3 x por

semana

3 séries; 8

repetições;

80% de

1RM; Fase

concêntrica

explosiva e

Fase

excêntrica de

4’’;

GC;

Intensidade

baixa

Remada

máquina,

supino

máquina, leg

press,

extensão de

joelho,

flexão,

extensão e

abdução de

quadril.

↑AST da coxa (5,6%, p= <0,01);

↔HOMA2-IR

↔ HbA1c

↔gordura visceral;

Correlação entre:

↑massa muscular (r=-0,38)

↓Gordura total (r=0,42)

↓Gordura visceral (r=0,35) com

↓HOMA2-IR;

↓Atenuação muscular da parte

média da coxa (r-0,52,

p=<0,001) com ↓HbA1c.

Hsieh et

al. 2016

Efeito do TR

na função

muscular;

desempenho

físico; riscos

cardiometab

ólico e QoL.

n= 30;

Idade >65

anos;

homens e

mulheres.

GE;

TR;

3 x semana;

12 semanas;

GC;

atividades

diárias e

estilo de

vida.

3 séries;

8-12

repetições;

75% 1RM.

Desenvolvi

mento de

ombro,

flexão de

cotovelo,

abdução de

quadril,

flexão de

quadril,

flexão

plantar e

abdominal

na máquina.

↔HbA1c;

↓Glicose em jejum

(r=0,95mmol/L, TxG, P=0,060);

↑Força máx em MS (3.9 kg);

↑Força máx em MI (49.0 kg);

↓peso corporal (r=1,2 kg,

p=0.005);

↓percentual de gordura (r= 2.0%,

p=<.0005);

↓circunferência da cintura (r=

2,0 cm, p= 0,005);

↓tempo do 5sit-to-stands (r=2,2

s, P=0,002);

↓tempo de TUG (r=0,7s, p=

0,018);

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35

6. DISCUSSÃO

Essa revisão sistemática, trata-se de artigos originais de controle randomizado,

que tinham em comum um dos objetivos: a avaliação do controle glicêmico pela HbA1c

antes e após um período da realização de um programa de TR em portadores do DM2. O

estudo mais antigo usado nessa revisão, Bacchi et al. (2012) avaliou as diferenças entre

os efeitos do TR e TA durante 4 meses na HbA1c (resultado primário) e vários fatores de

risco metabólicos em indivíduos não treinados com DM2, além de identificar preditores

de melhoria metabólica induzida pelo exercício. O estudo de Hammed et al. (2012), teve

como objetivo determinar a eficácia de um programa de TR nas variáveis glicêmicas,

musculoesqueléticas, metabólicas, antropométricas e cardiovasculares em pacientes com

DM2 de idade, não treinados que vivem no norte da Índia. O estudo de Mavros et al.

(2013), investigou as mudanças da composição corporal em 12 meses de TR em relação

a resistência à insulina e controle glicêmico em adultos mais velhos com DM2. O estudo

mais recente encontrado foi o de Hsieh et al. (2016), que investigou os efeitos de 12

semanas de TR na função muscular, desempenho físico, riscos metabólicos e qualidade

de vida (QoL) em pessoas mais velhas com DM2.

Bacchi et al. (2012) mostrou em seu estudo, que após os 4 meses de intervenção,

o TR foi capaz de reduzir os níveis de HbA1c de forma similar ao TA, 35 e 40%,

respectivamente, na ausência de alterações significativas nos medicamentos

antidiabéticos. A melhora no controle da glicemia foi atribuída principalmente a uma

melhora na sensibilidade à insulina, sem alterações significativas na função das células

beta. Apesar de as mudanças na dieta terem sido mínimas durante o período de

intervenção, ambos os grupos tiveram reduções significativas na gordura abdominal,

particularmente visceral, com queda na relação gordura visceral/gordura subcutânea.

Curiosamente, observou-se que as mudanças nas características metabólicas e na

composição corporal foram semelhantes após o TA ou TR, apesar das diferenças

esperadas nos efeitos desses protocolos sobre a aptidão cardiorrespiratória e medidas de

força; esse estudo teve eficácia similar do TR versus TA no controle metabólico de

indivíduos com DM2 nos resultados de dois ensaios anteriores que comparam os efeitos

metabólicos desses protocolos de treinamento em pacientes com DM2, Sigal et al. (2007)

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36

relataram uma redução média de HbA1c após o TA ou TR, em 0,51 e 0,38%,

respectivamente.

Analisando uma outra vertente, Church et al. (2010) relatou a HbA1c

negligenciável após 1 ano de TA ou TR; apesar disso, as reduções foram maiores, 0,50 e

0,33%, respectivamente, nos dois grupos em pacientes com HbA1c basal de 7,0% ou

mais. Comparando ambos os estudos, a combinação de TA e o TR foi melhor do que

cada tipo de treinamento, sugerindo que a combinação pode ter efeitos sinérgicos, no

entanto, o volume do exercício foi maior no grupos de TC.

As avaliações desse estudo foram realizadas com métodos de última geração de

sensibilidade à insulina e função de células beta. O TA é amplamente aceito que melhore

a ação da insulina, enquanto os efeitos putativos na função das células beta são

controversos. Observou-se que, após 4 meses de treinamento, a sensibilidade à insulina

aumentou em ambos os grupos, em 30% no grupo TA e em 15% no grupo TR; por outro

lado, mostrou diferenças não significativas nas mudanças da função das células beta de

acordo com o tipo de exercício. A última questão, portanto, precisa de mais estudos.

Foram avaliados cuidadosamente vários fatores intermediários que podem

potencialmente contribuir para explicar os efeitos metabólicos do treinamento, como

mudanças na massa gorda corporal, distribuição de gordura, massa magra e desempenho

aeróbio; em análises multivariadas, a melhoria da HbA1c foi melhor predita pela

HbA1c basal e mudanças na medida DXA da gordura corporal e VO2máx. A relação

entre os níveis basais de HbA1c e a sua alteração após a intervenção é um achado esperado

em indivíduos diabéticos já que o HbA1c mais próximo é para valores normais, no

entanto, os dados que mostram associações independentes de melhora metabólica com

mudanças na aptidão cardiorrespiratória e na gordura corporal são intrigantes.

Os achados apontam que o TA e o TR podem melhorar o controle glicêmico e a

sensibilidade à insulina em pacientes DM2, reduzindo a gordura abdominal tanto visceral

quanto subcutânea. O aumento da capacidade de consumo de oxigênio e a redução da

gordura corporal podem ser preditores primários da melhoria metabólica induzida pelo

exercício nesses assuntos.

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37

O estudo de Hammed et al. (2012) mostra que após 8 semanas o TR parece

proporcionar um melhor controle glicêmico e melhorias substanciais na força muscular

de diabéticos não treinados de meia idade com uma etnia asiática-indiana, em comparação

com um grupo controle. O controle glicêmico foi maior em pacientes que receberam TR

em comparação com o grupo controle. A alteração na HbA1c foi de 0,6 ± 0,5% no grupo

de TR em comparação com o grupo controle, onde não houve alteração. Os resultados

para força muscular de membro superior e inferior do corpo tiveram resultados

significativos na interação Grupo x Tempo. Os resultados secundários apontaram que o

mais relevante foi a redução na medida da circunferência da cintura obtido pelo TR de

1,84 ± 2,7 cm em comparação com um aumento de 0,2 ± 2,4 cm em indivíduos do grupo

controle, e isso foi associado a um aumento nos níveis de HDL-C.

Alguns fatores foram sugeridos como contribuintes para um melhor controle

glicêmico, isto sendo observado com programas de TR. Dentre esses fatores estão: (1)

Aumentos na massa muscular, pois fornecem um reservatório maior para descarte de

glicose; (2) Efeitos diretos no músculo esquelético, visto que aumentam a atividade de

transporte de glicose; E (3) Ganhos secundários à perda de tecido adiposo, sobretudo,

tecido adiposo visceral, que é contribuidor da resistência à insulina (RI).

As reduções observadas nos níveis de HbA1c no grupo de TR neste estudo podem

resultar de mecanismos que envolvem níveis crescentes de GLUT4 muscular, receptores

de insulina, proteína quinase B, glicogênio sintase e atividade total de glicogênio sintase

após TR. Pesquisas anteriores como a de Holten et al. (2004) descobriram que o

treinamento de força por 30 minutos, três vezes por semana, aumentam a ação da insulina

no músculo esquelético pelos mecanismos mencionados.

Os ganhos de força muscular de membros superiores e inferiores do grupo de TR

podem ter levado ao aumento da ação da insulina no músculo esquelético, um efeito que

pode ser atribuído a adaptações musculares qualitativas ao TR. Notou-se poucos

benefícios em resultados secundários, como colesterol total, colesterol LDL,

triglicerídeos, pressão arterial sistêmica e composição corporal nesse grupo TR,

explicadas por uma redução na duração de contração muscular nas séries do treino, já que

o TR aborda uma atividade rápida e incisiva em grupos musculares e o metabolismo

anaeróbio envolvido requer períodos de repouso entre conjuntos, diminuindo a duração

Page 41: Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de ... · Palavras-chave: Diabetes, Diabetes tipo 2, Controle Glicêmico, Treinamento resistido . ABSTRACT Introduction: Actually,

38

total da contração muscular ativa. O estudo conclui que esta limitação pode ser superada

com a inclusão de TA, pois sendo de atividade contínua, aumenta a atividade do exercício

ativo.

Os achados sobre os níveis reduzidos de HbA1c sugerem que a redução da

duração do exercício ativo não foi um fator que determinou o controle glicêmico. Em um

estudo de Sigal et al. (2007) em que os efeitos do TA, TR e combinação de ambos foram

avaliados no controle glicêmico, foi observado mudanças semelhantes no controle

glicêmico em grupos de TR e TA, independentemente da duração do treinamento.

Estudos anteriores que investigaram os efeitos do TR em DM2 diferem desse

estudo, porque a maioria dos estudos tem sido realizada em adultos idosos sedentários

predominantemente de países desenvolvidos. A amostra desse estudo foi em pacientes de

DM2 de idade, não treinados que são índios asiáticos. Segundo Misra A. & Vikram, N.K.

(2004) e Misra et al. (2007) os índios asiáticos manifestam RI e DM2 em uma idade mais

jovem e em maior magnitude do que qualquer outro grupo étnico.

Estudos de Mavros et al. (2013), demonstraram que as alterações na RI e na

HbA1c estão relacionadas a alterações mediadas pelo exercício na composição corporal

em adultos mais velhos com DM2. Observa-se que há melhoras relevantes na RI e que na

homeostase da glicose dos participantes com DM2 também houve melhorias na

composição corporal, que somente foram obtidas através do TR de alta intensidade.

Observamos também que há indícios significativos alcançados no aumento de massa

muscular esquelética (MME) devido ao TR de alta intensidade e que estão associados na

redução na HbA1c com tendência de redução para modelo de avaliação de homeostase 2

de resistência à insulina (HOMA2-IR).

O TR de alta intensidade obteve resultados, além dos já citados, como reduções

no tecido adiposo visceral fato que também está diretamente ligados a melhorias no

HOMAR2-IR; contudo foi observado que essas alterações não apresentaram mudanças

benéficas ao metabolismo em exercícios de baixa intensidade. O estudo mostra que a

melhora na HbA1c e RI não dependeram de mudanças no peso corporal; é necessário que

haja um grupo de melhorias na composição corporal, sendo estes, aumentos na MME e

Page 42: Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de ... · Palavras-chave: Diabetes, Diabetes tipo 2, Controle Glicêmico, Treinamento resistido . ABSTRACT Introduction: Actually,

39

reduções no tecido adiposo visceral e reduções lipídios intramiocelulares (IMCL) para

HbA1c.

O estudo mostrou ainda que as melhorias no controle glicêmico desses indivíduos

com DM2 ocorrem independentemente da perda de peso. As reduções na HbA1c que

sejam de um patamar clinicamente significativo (-0,38%; -4,2 mmol / mol) apenas

puderam ser observadas nos indivíduos que aumentaram a MME após TR de alta

intensidade, quando comparado com aqueles que não obtiveram aumento de MME,

mesmo estando no mesmo exercício e grupo (+ 0,15%; +1,6 mmol / mol). Além disso, é

dito que uma redução de 1% na HbA1c favorece melhoras como redução de 15% no risco

de infarto do miocárdio e redução de 37% nas complicações microvasculares.

Dunstan et al. (2002) apresentaram reduções significativas na HbA1c em

indivíduos que participaram de TR em combinação com uma dieta para perda de peso em

comparação com uma dieta para perda de peso sozinha. Curiosamente, ambos os grupos

nesse estudo mostraram reduções significativas na gordura corporal; no entanto, o grupo

apenas usando a dieta de perda de peso também mostrou reduções na massa magra. Isto

está de acordo com os dados apresentados no estudo de Mavros et al. (2013), o que sugere

que manter ou melhorar o MME através do uso de um programa de TR de alta intensidade

é fundamental para melhorar a saúde metabólica de idosos com DM2.

A descoberta mais interessante desta investigação é que, apesar das mudanças

semelhantes na MME nos participantes no TR e nos grupos simulados, as melhorias na

RI e na HbA1c estavam apenas presentes nos grupos randomizados para TR de alta

intensidade. A intensidade do exercício dentro do grupo simulado foi provavelmente

insuficiente para promover a hipertrofia. Sendo assim, ganhos em MME dentro desses

participantes seriam atribuídos a outros fatores, como por exemplo a sobrenutrição. Ainda

sobre isso, aqueles que ganharam MME dentro do grupo simulado aumentaram a sua

gordura visceral em 9,2 cm 2, em comparação com indivíduos do grupo TR de alta

intensidade que ganharam MME e apresentaram redução na gordura visceral de -17,3

cm 2; Assim, as alterações favoráveis na MME, no tecido adiposo e na distribuição

mediada por TR de alta intensidade podem resultar em melhorias na saúde metabólica de

indivíduos com DM2, no entanto, são necessárias mais estudos sobre o assunto. Podemos

dizer que o mais importante, 50% e 41% dos participantes não possuíam MME e gordura

Page 43: Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de ... · Palavras-chave: Diabetes, Diabetes tipo 2, Controle Glicêmico, Treinamento resistido . ABSTRACT Introduction: Actually,

40

visceral efetivamente modificados, respectivamente, em relação ao TR de alta

intensidade. Concluindo, de modo geral, não foi encontrado alteração significativa na

HbA1c e na RI.

O estudo de Hsieh et al. (2016) mostra que após a intervenção de 12 semanas de

TR em pessoas com DM2 de 65 anos ou mais, foi investigado a QoL através de um

questionário específico para DM, porém não mostrou melhoras significativas após a

intervenção com TR, já na performance física mostrou melhoras significativas através do

teste de 5 repetições sit-to-stand e do teste TUG, além de apresentar efeitos favoráveis na

circunferência da cintura, diminuição nos níveis glicêmicos em jejum, diminuição na PA

diastólica máxima durante pico de exercício, além de efeitos benéficos na PA sistólica

em repouso e na força muscular máxima de membro superior e inferior.

O grupo do TR melhorou significativamente a força máxima de membro superior

(13,0%) e inferior (34,7%) em comparação com o grupo controle; as diferenças nos

resultados de força máxima nos músculos de membro superiores e inferiores podem ser

atribuídas aos exercícios realizados nesse estudo.

O TR afetou positivamente a performance física dos participantes no teste de 5

repetições “sit-to-stand” após a intervenção, diminuindo o tempo na realização do teste e

este está associado aos riscos de quedas e incapacidade em atividades de vida diária em

adultos mais velhos. O desempenho dos participantes no teste TUG também melhorou

significativamente após a intervenção.

As melhorias após a intervenção do TR incluiu circunferência reduzida da cintura

(- 2,0 cm, P = 0,005), menor peso corporal (- 1,2 kg, P = .005) e percentual de gordura

corporal (- 2.0%, P <.0005), e pico sistólico reduzido (- 13,1 mm Hg, P = 0,007) e pressão

arterial diastólica (- 8,8 mm Hg, P = 0,004) durante teste de exercício cardiopulmonar.

Em contraste, o grupo controle apresentou peso corporal significativamente inferior (- 0,7

kg, P = .007) e percentual de gordura corporal (- 1,1%, P = 0,017) após 12 semanas de

cuidados habituais.

O grupo de exercícios desse estudo mostrou tendência para menor níveis de

glicose em jejum, mas não níveis mais baixos de HbA1c. Em alguns estudos como de

Page 44: Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de ... · Palavras-chave: Diabetes, Diabetes tipo 2, Controle Glicêmico, Treinamento resistido . ABSTRACT Introduction: Actually,

41

Castaneda et al. (2002); Dunstan et al. (2002); Brooks et al. (2007); Kadoglou et al.

(2012), a intervenção com TR reduziu os níveis de HbA1c, mas resultados conflitantes

também foram encontrados em estudos como de Dunstan et al. (2005); Cheung et al.

(2009); Mavros et al. (2013). A literatura sugere que pessoas obesas ou aqueles com altos

níveis basais de HbA1c poderiam se beneficiar a mais do TR, Castaneda et al. (2002);

Dunstan et al. (2002); Brooks et al. (2007).

O nível médio de HbA1c basal dos participantes de Hsieh et al. (2016) foi de

7,2%, o que é semelhante àqueles relatado por Cheung et al., (2009) e Mavros et al.

(2013). Os estudos não encontraram efeitos de TR nos níveis de HbA1c. Um efeito

flutuante pode ser uma das razões para a ausência de observável melhoria no controle

glicêmico de longo prazo, no entanto, os participantes do estudo de Hsieh et al. (2016)

do grupo de exercícios, tendiam a diminuir seus níveis de glicose em jejum após TR em

comparação com o GC; dessa forma o treinamento de longo prazo, feito regularmente, e

/ ou maior volume de treinamento podem ser necessários. Dunstan et al. (2005), descobriu

que o TR não supervisionado não manteve os seus efeitos; assim, o regime de exercícios

pode ser crucial. A massa muscular esquelética dos participantes permaneceu inalterada

após TR, o que é contrário aos estudos anteriores com pessoas mais velhas com o DM2 ,

de Castaneda et al. (2002); Dunstan et al. (2002). Este achado é consistente com a falta

de alterações nos níveis de HbA1c porque o músculo esquelético é um ponto importante

para eliminação de glicose.

A partir dos resultados obtidos nos estudos incluidos nessa revisão, podemos

observar que apenas 2 estudos acharam diferença significativa na HbA1c, Bacchi et al.

(2012) e Hammed et al. (2012), após a intervenção com TR, além de outros resultados

positivos como na força muscular de MS e MI . Analisando os estudo de Mavros et al

(2013), não foi encontrado diferença significativa na HbA1c, porém os indíviduos que

particaparm do TR de alta intensidade e tiveram aumento de MME, além da diminuição

na composição corporal e gordural visceral, também obtiveram redução na HbA1c

comparado aos indivíduos que não aumentaram MME do mesmo grupo ou quem

aumentou MME no grupo simulado. Segundo o estudo de Hsieh et al. (2016), após 12

semanas de intervenção com TR, a HbA1c não teve diferença signifcativa, porém a

glicemia em jejúm teve diferença TxG (P=0,060), além de diminuição na composição

Page 45: Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de ... · Palavras-chave: Diabetes, Diabetes tipo 2, Controle Glicêmico, Treinamento resistido . ABSTRACT Introduction: Actually,

42

corporal((P=0,005), percentual de gordura (P <.0005) e aumento de força de 1RM em MS

e MI (3.9 kg e 49.0 kg, respectivamente).

Page 46: Efeito do Treinamento Resistido no Controle Glicêmico de ... · Palavras-chave: Diabetes, Diabetes tipo 2, Controle Glicêmico, Treinamento resistido . ABSTRACT Introduction: Actually,

43

6 CONCLUSÃO

Os resultados obsrvados neste trabalho de revisão sistemática fornecem

evidências para apoiar a inclusão do TR de intensidade moderada à alta intensidade em

indivíduos de maior idade, com DM2, baseado em uma estratégia que tem como objetivo

melhorar o controle glicêmico e a qualidade de vida. O TR pode ter um maior grau de

adesão desses indivíduos, que não aguentam realizar atividades de TA por muito tempo,

por isso um programa de TR seja bem aceito, por ser eficiente e seguro, podendo

apresentar benefícios que vão além do controle glicêmico, como na força muscular e na

composição corporal. Os resultados no controle glicêmico são semelhantes com o TA,

como visto no estudo de Bacchi et al. 2012, que mostram que quando feitos de forma

combinada, podem trazer um efeito ainda mais relevante.

Os benefícios do TR para indivíduos com DM2 incluem melhorias no controle

glicêmico, resistência à insulina, pressão arterial, diminuição da massa gorda, aumento

da massa magra e aumento da força muscular. Através desses benefícios, o TR diminui o

risco de desenvolvimento de complicações associadas as DCV. As diretrizes atuais

mostram que inicialmente os portadores de DM2 podem se beneficiar de menores

volumes e intensidades de exercícios. Períodos a partir de 8 semanas de TR, sendo

realizado de 2 a 3 vezes na semana, em dias não consecutivos, com intensidade de

moderada à alta, entre 60 a 90% de 1RM, incluindo entre 5 a 10 exercícios e que envolvam

os grandes grupamentos musculares (podendo usar de 1 a 4 séries para cada exercício e

repetições que variam de 8 a 15), são recomendados por sessão de treinamento, sendo

supervisionado por um profissional de educação física, com progressão de intensidade e

volume de acordo com cada indivíduo. Esses fatores podem trazer melhoras no controle

glicêmico, além de outros benefícios de forma eficiente e segura.

O aumento da MME e a redução da gordura corporal total, visceral e subcutânea

parecem ser os principais preditores da melhoria metabólica induzida pelo exercício

nestes parâmetros, porém precisam ainda de estudos futuros investigando esses fatores

no controle glicêmico. Outro ponto importante a destacar é que o aumento de força

encontrado nos participantes submetidos a TR nesses estudos é de extrema importância,

principalmente para o público mais velho, pois melhora o condicionamento para realizar

atividades de vida diária, colaborando diretamente para a funcionalidade.

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DEDICATÓRIA

(Lucas de Gusmão Lobo Bueno Moacyr)

Queria agradecer primeiramente a Deus, sem ele nada disso seria

possível. Dedico esse trabalho especialmente aos meus familiares e

minha namorada Jennifer Louise que me ajudaram e me deram forças

pra chegar até aqui. Agradeço a todos os professores e amigos que eu

fiz ao longo dessa caminhada. Obrigado a todos os envolvidos!

“Dias de luta, dias de glória.” CBJr

(Roberto Carlos Ferreira Vargas)

Primeiramente quero agradecer a Deus por guiar o meu caminho,

a minha família que sempre me apoia em tudo, minha namorada

Hyrllanna, que esteve ao meu lado sempre me incentivando e meus

amigos. Agradecer também aos mestres professores que me ajudaram

muito nessa minha trajetória e agradecer o amigo Celso que me ajudou

muito com as suas dicas. Devo isso tudo a vocês!

“Um dia você ainda vai olhar pra trás e ver que os problemas eram, na

verdade, os DEGRAUS que te levaram à VITÓRIA”.

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