Cosplayer n.º18

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Décima oitava edição da Cosplayer E-zine - Janeiro 2014

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LCosplayer nº 18 | Janeiro de 2014

capa Patrícia Bordeira fotografia Shashin kaihi Photography

Direcção Executiva Daniela Oliveira, Marta Camilo

Assistente ExecutivaAna Salvador

Design e Paginação Daniela Oliveira, Madalena Ramires, Márcia Esperança, Maria João Forte, Ricardo Catarino

Escritores Álvaro Veiros, Ana Salvador, Daniela Oliveira, Filipe Jesus, Patrícia Bordeira, Márcia Sousa, Maria João Forte, Miguel Pinto

Fotografia Andreia Alves, Daniela Oliveira, Isadora Costa Leonor Grácias, Patrícia Bordeira, Sara Cordeiro, Tiago Vasconselos, Vanda Allen

Edição de Texto e Tradução Álvaro Veiros, André Pereira, Filipe Jesus, Patrícia Bordeira

Esta revista é amiga do ambiente.

disclaimerA Cosplayer E-Zine é uma revista online sobre costume play e assuntos relacionados de distríbuição gratuita, sem fins lucrativos. Todos os conteúdos presentes são autorizados pelos seus devidos autores e conteúdo verbal presente em entrevistas representa apenas a opinião dos próprios e não da revista.

No caso da inexistência da atríbuíção de devidos créditos em certos conteúdos, pedimos desculpa pelo incómodo e é favor contactar para que tal seja remediado assim que possível.

contacto [email protected] http://www.cosplayerzine.net

14HEROES OF COSPLAYAnálise da série americana sobre Cosplay

Ano novo, vida nova e, com isso, uma revista nova!

Bem-vindos a 2014 e à Cosplayer, a vossa revista portuguesa de Cosplay e entretenimento.Nesta edição, iremos passar os últimos eventos de 2013 em revista e dar o pontapé de partida para as tendências de cosplay que podemos esperar em 2014.Para além disso, analisámos o polémico Heroes of Cosplay e como reflecte o panorama do Cosplay, os processos, os dramas, a vida.Para embrulhar esta primeira edição, a alemã Calssara e a nossa Patrícia Bordeira cederam duas entrevistas interessantes que esperamos ser do vosso agrado.

Obrigado por tudo e vamos a mais um ano de trabalho e de sucesso!

A equipa da Cosplayer [email protected]

www.cosplayerzine.net

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CALSSARAEntrevista à cosplayer Alemã, Bell (Calssara)

KALISHEEDRAEntrevista à cosplayer Portuguesa, Patrícia Bordeira (Kalisheedra)

04 CENTRAL COMICS-CON

10 GAMESCOM 2013

14 HEROES OF COSPLAY

26 2º MANGA & COMIC EVENT DO ALGARVE

30 EUROSTEAM CON 2013

34 COSPLAY TENDÊNCIAS

40 ANIFEST

50 IBERANIME OPO 2013

58 ENTREVISTA: CALSSARA

68 SHOWCASE DEVIANTART

78 AMADORA BD

82 MANGAFEST 2013

88 EM FOCO: KALISHEEDRA

100 MIDORI CHRISTMAS PARTY

102 WINTER MASQUERADE BALL

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Realizou-se nos dias 13 e 14 de Julho no Hard Club (antigo Mercado Ferreira Borges - Porto), a primeira edição

do Central Comics Con. O primeiro evento português no qual o seu organizador, Hugo Jesus, fundiu num só evento a cultura japonesa com a americana e a portuguesa, agradando aos muitos fãs de várias faixas etárias que apareceram bem antes da abertura do evento para se certificarem de que seriam os primeiros a terem acesso a tudo o que havia para oferecer: desde merchandising, workshops, palestras, concursos, videojogos, filmes e muito mais.

Apesar do atraso inicial no Sábado, o resto do dia correu sem qualquer incidente. O espaço estava bem organizado. Havia várias bancas para todos os gostos, com preços acessíveis e material de todo

CENTRAL COMICS-CONREPORTAGEM: ANDREIA ALVES, FILIPE JESUS FOTOGRAFIA: ANDREIA ALVES

o tipo. Notou-se um cuidado especial por parte da organização em não terem bancas “repetidas” para gáudio dos seus visitantes. O karaoke esteve bastante concorrido e algumas pessoas tinham vozes que encantavam - enquanto outras “arranhavam”, mas todas eram alegremente aplaudidas.

Enquanto uns aventuravam-se no DDR (Dance Dance Revolution), outros divertiam-se com a visualização de animes, palestras sobre a animação 3D e a evolução da banda desenhada, torneios de TGC, videojogos, desfiles de lolitas, workshops. Os mais corajosos testavam os seus conhecimentos no concurso do Geek mais Fraco. Depois do concurso para os bilhetes do filme Batalha do Pacífico (onde todos esperavam atentamente para melhor

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ouvirem as perguntas, cuja resposta dar-lhes-ia acesso aos bilhetes. Acabaram por ser surpreendidos quando lhes pediram para irem buscar um copo ao bar, atropelando várias cadeiras pelo caminho) iniciou-se aquele que foi o momento mais alto do dia: o EuroCosplay, onde a vencedora da eliminatória do concurso foi a Ema Barroso com o seu cosplay de Connor de Assassins Creed III . Também foi apresentado o videojogo e filme português Collider. No final, o ambiente era de festa e de bom humor.

O segundo e último dia desta edição foi mais calmo. Durante a manhã, a programação realizou-se como previsto e sem atrasos. Na hora do almoço, a afluência aumentou significativamente, com a aproximação do concurso Ramenmania, onde as papilas gustativas dos participantes foram postas à prova quando tiveram de comer a muito generosa e picante “ramencesinha” (uma fusão de ramen e francesinha) e a apresentação do Quiz Musical por parte do João Loy, o actor que deu a voz ao Vegeta e a outras personagens do mítico “Dragon Ball”, fazendo as delícias do público com a sua boa disposição, disponibilidade e muita brincadeira à mistura, enquanto ajudava os participantes a acertarem na resposta.

Quando o Quiz ainda estava a decorrer, o organizador – Hugo Jesus – informou a plateia que o mesmo tinha de terminar. A plateia ficou surpreendida e perguntou a razão para tal e, em questão de segundos, o palco foi invadido pelos membros da organização, dando início a um flash mob surpresa onde todos dançavam ao som da música “Surfin’ Bird”. Os participantes do Quiz musical acabaram por se juntar a eles, assim como o João Loy, levando o público ao delírio.

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Quando chegou a hora do cosplay de grupos, só um dos inscritos apareceu: o grupo de Star Wars que, apesar de não ter tido ninguém com quem competir pelo prémio, mereceu-o pelo seu bom desempenho em palco. Inclusive, todos os presentes pediram para repetir o skit depois da entrega do prémio. Pedido esse que foi bem recebido pela parte dos cosplayers que ficaram maravilhados com as palavras encorajadoras recebidas do público. Houve um certo descontentamento quando a organização anunciou que o Nuno Markl já não iria comparecer mas como compensação, colocaram em exibição o vídeo que o mesmo enviou como pedido de desculpa aos seus fãs que o esperavam ansiosamente.

Domingo encerrou com a cerimónia de entrega dos XI Trofeus Central Comics

onde foram premiados os melhores da BD nacional de 2012, sob o ponto de vista dos utilizadores do site/fórum do Central Comics.

Ao longo de ambos os dias e de forma a evitar “tempo mortos”, havia sempre passatempos e entrega de ofertas. A Cosplayer aguarda por uma próxima edição!

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GAMESCOM2013Este ano a Cosplayer teve a oportunidade de ir ao GamesCom 2013 em Colónia Alemanha. Aqui tens umas fotos a mostrar as bancas dos jogos das novas consolas PS4 e Xbox One, Cosplay entre outros que havia nesta convenção de videojogos, considerada a maior da Europa e a par com a E3 nos Estados Unidos da América. FOTOGRAFIA: RICARDO CATARINO

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Acompanhamos a vida de um elenco extremamente diversificado, cada um com os seus objectivos pessoais.

Desde a autoproclamada embaixadora do cosplay e estrela da série, Yaya Han; Riki LeCotey, especialista em efeitos especiais, que ambiciona aperfeiçoar as suas habilidades enquanto cosplayer; Monika Lee, a “menina-prodígio” e ex-protegida de Yaya Han; Victoria Schmidt, cosplayer, dedica-se igualmente ao estilo e moda feminina fashion geek; Chloe Dykstra, actriz e modelo, apresenta diariamente a rubrica “Just Cos” no canal de YouTube Nerdist; o duo Jessica Merizan e Holly Conrad, cosplayers, fundadoras da empresa Crabcat Industries, trabalham na

elaboração de fatos para a indústria de entretenimento; Becky Young, cosplayer e actriz; e Jesse Lagers, aspirante a prop maker profissional.

A dinâmica narrativa da série segue uma estrutura muito semelhante de episódio para episódio: (1) apresentação dos cosplayers e os conceitos a desenvolver (2) o processo criativo, a confecção dos fatos e compra dos materiais (3) os primeiros problemas/dramas (4) chegada ao evento, últimos retoques nos fatos e o stress pré-competição (5) a competição de cosplay e atribuição dos prémios. A série tem o seu desenrolar neste enquadramento simplista simplista, um enfoque excessivo

ARTIGO: MIGUEL PINTO FOTOGRAFIA: HTTP://WWW.SYFY.COM/HEROESOFCOSPLAY

Retratar uma subcultura, os eventos e o quotidiano dos praticantes com o máximo de fidelidade não é tarefa que se presuma simples. Foi esse o desafio do canal televisivo norte-americano Syfy, que através de uma mini-série intitulada Heroes of Cosplay, composta por seis episódios, traz até à comunidade de cosplay e ao comum dos telespectadores a vida diária de nove cosplayers provenientes dos Estados Unidos.

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ideia, seria criticado tanto pelos fãs por dar ênfase a situações de conflito, e por Yaya Han que manifestou publicamente na sua página de fãs do Facebook o desagrado perante algumas considerações tecidas sobre Jessica Nigri e o cosplay enquanto prática, considerando que por questões de edição por parte da produção, a sua opinião fora interpretada erroneamente, ocultando o seu verdadeiro teor em alguns dos episódios.

Não obstante a polémica em alguns momentos da série, o primeiro episódio introduz o mais leigo dos espectadores, assim como os mais curiosos, ao mundo do cosplay. Wizard World em Portland é o primeiro evento onde alguns dos nossos heróis participam. É também neste primeiro episódio que o narrador da série nos introduz a todo o arsenal cultural como os comics, videojogos, séries de ficção científica e filmes que são actualmente um fenómeno a nível

na componente melodramática que desvia as atenções da verdadeira substância que caracteriza a subcultura. Aparentemente foi esta a estratégia dos produtores, ao optarem por uma linha que claramente desvirtua a prática aos olhos de uma comunidade que rapidamente se insurgiu contra o formato reality show adoptado, criticando os excessos de drama, a posição elitista de alguns praticantes em relação ao cosplay, as rivalidades entre cosplayers, esquecendo a essência do cosplay enquanto prática dedicada ao divertimento e expressão identitária, independentemente de raça, sexo, tipo de corpo, ou qualidade do fato.

A guerrilha de imagens que nos invade o ecrã e o excesso de “frankenbiting” (isto é, alteração de cenas originais, diálogos e imagens, com o propósito de comprimir o tempo, retirando material desnecessário) ou, neste caso em concreto, para reforçar propositadamente uma determinada

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global e que servem de fonte de inspiração para a prática. Yaya Han considera que o cosplay passou de uma subcultura para a cena mais mainstream da cultura pop e é hoje uma ferramenta de expressão da criatividade artística ao alcance de todos dos praticantes. No entanto, Yaya Han apresenta uma postura mais competitiva e profissional, relembrando constantemente a importância da sua imagem de marca no seio da comunidade cosplayer e a necessidade de apresentar diariamente novos projectos e canalizar o seu esforço para o desenvolvimento de um negócio centrado em torno desta actividade. Esta é, aliás, a visão que impera ao longo de toda série e que posiciona o cosplay como uma prática possível de capitalizar transformando um simples hobby em fonte de lucro através da criação de merchandising (materiais, posters), servindo-se do potencial das redes sociais para a “marketização” da sua imagem pessoal e divulgação dos seus trabalhos.

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Intitulando-se “embaixadora do cosplay”, (ou “rainha do cosplay” pelos fãs) Yaya Han surge ao longo da série como jurada nos concursos, mitificada como figura imponente e representativa da comunidade por outros “heróis” da série, regressa aos palcos após um hiato de quatro anos, no episódio seis, para uma performance em grupo no Planet Comic-Con com Monika Lee e Riki com um skit de Alice: Madness Returns. Mesmo não competindo durante grande parte da série, acompanhamos desde o primeiro episódio o processo de criação de alguns dos seus projectos, o stress diário de terminar os fatos atempadamente, as sessões fotográficas e toda a dinâmica por detrás da manutenção do seu estatuto na comunidade.

Porém, cosplayers como Holly, Jessica, e Chloe personificam uma visão mais “autêntica”, antagónica à ideia do cosplay como prática altamente competitiva.

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Holly é adepta da perspectiva de que os cosplayers devem adoptar um comportamento mais inclusivo, anti alienante, virado para a diversão, convívio, aperfeiçoamento das técnicas artesanais e troca de experiências. Chloe segue a mesma linha de raciocínio e partilha a opinião de que todos devem poder participar plenamente numa actividade como o cosplay independentemente do tipo de corpo (gordo/magro), sem serem alvo de exclusão ou discriminação. Sendo o cosplay uma prática que vive essencialmente da imagem e da representação fiel de personagens, Becky considera que, para além das suas aptidões enquanto actriz, o corpo deve ser o mais semelhante possível à imagem de referência da animação, demonstrando a sua perspectiva, logo no primeiro episódio, com uma ida ao ginásio, preparando-se para encarnar a personagem Merida do filme de animação Brave. A questão do corpo volta a ser alvo

de discussão num encontro de grupo, no segundo episódio, onde o cosplay é encarado por algumas das nossas heroínas, nomeadamente Yaya Han e Riki, como uma prática elitista, extremamente criteriosa relativamente à estética dos cosplayers, salientando inclusive a importância do valor monetário dos prémios dos concursos. Perspectiva descredibilizada por Chloe que, ironicamente, diz desconhecer a existência de um “Deus” do cosplay que tenha determinado regras de conduta sobre quem pode ou não fazer cosplay. Esta cena em particular deixou os fãs revoltados com tais comentários, levando Yaya Han e Riki a esclarecimentos sobre as suas declarações numa publicação de Facebook na página de fãs, culpando a produção pelo excesso de edição das cenas e alteração do contexto dessas mesmas declarações que deturparam o seu sentido. Manobras da produção ou não, estes primeiros momentos de “drama” levantam

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questões pertinentes sobre os julgamentos exercidos sobre a imagem corporal e a maneira como cada um percepciona o seu lugar na comunidade, pois é o corpo a componente de maior importância para os cosplayers que, através dele, dão consistência material a uma personagem de ficção.

O processo de criação dos fatos é também um dos pontos fortes da série. No segundo episódio, conhecemos outro herói que, mesmo não pertencendo ao elenco principal, destaca-se pela sua criatividade e engenho. Falamos de Jinyo, namorado da cosplayer Victoria, membro do Replica Prop Forum, que demonstra, ao longo da série, o seu génio ao recriar um vestido de Tron: Legacy numa versão mais feminina, luzente, e futurista. Para além de ser a personagem fulcral por detrás do sucesso de Victoria e da qualidade dos fatos que apresenta regularmente. Jessica e Holly

são igualmente um duo feminino que preza pela qualidade e inventividade dos projectos que elaboram ao longo da série. Exemplo disso são os fatos de Dungeons & Dragons e How To Train Your Dragon, inclusive quando competem a solo, no terceiro episódio, Jessica de Tank Girl e Holly de Laliari de Galaxy Quest, demonstrando que, para além do que se julga, competição e amizade podem coexistir no mesmo ambiente. Riki, cosplayer veterana, brilha na série com uma variante feminina, com muito sex appeal, de Rocketeer.

A categoria “sexy cosplay” é também vestida por Monika numa versão de Steampunk da Poison Ivy, algo criticada por Yaya Han que considera que a jovem estrela do cosplay deveria optar por dedicar-se ao crafting e não se deixar seduzir pelas influências de Jessica Nigri. Monika é, sobretudo, criticada pela falta de conteúdo emocional e expressividade

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em palco, embora tenha potencial como cosplayer. Empenho e ambição são também demonstrados por Jesse, amante de Steampunk, que apresenta projectos bastante arrojados ao longo da série, desde uma versão Steampunk de um Storm Trooper de Star Wars, Edward Kenway de Assassins Creed 4 e Vault Dweller de Fallout 3. Uma das novas caras na cena de cosplay, Chloe, protagoniza os momentos de maior descontracção e diversão na série, ao interpretar Lydia de Beatlejuice e Gaige de Borderlands 2. A cosplayer Becky vinga pelos seus dotes de actriz e por alguns cosplays que apresenta como Merida de Brave e a performance em grupo com Jessica e Holly no skit de How To Train Your Dragon. A série atribui também grande enfoque nas situações de stress, algo evidenciado nos últimos momentos já no quarto de hotel, onde se fazem os últimos preparos e arranjos nos fatos, minutos antes do concurso.

O longo percurso desde o conceito para um fato até ao evento culmina com a subida ao palco e à sujeição a critérios de avaliação por um júri de renome, que aprecia a qualidade e empenho no fato; a exibição; o nível de dificuldade; story-telling; e ligação com o público em palco. A imagem do cosplay que transparece ao longo dos seis episódios desta minissérie é a de uma prática centrada na competição, no drama e no stress. Apesar destes elementos serem parte comum da vida em comunidade, a série realça o seu lado negativo através de pessoas que se regem por um padrão de corpo ideal, em conformidade com os estereótipos de feminilidade/masculinidade que prevalecem na sociedade, estigmatizando aqueles que se desviam dessa norma dita aceitável através de um corpo que, neste caso, não corresponde exactamente ao de uma personagem de animação. Por outro lado, outros factores de distinção, como o

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nível de mestria na execução dos fatos e a questão de quem faz melhor o quê, é algo que é ilustrado na série quando Monika se recusa a fazer um cosplay em grupo com Becky por considerá-la uma cosplayer com poucas “credenciais” e “inferior”. Mesmo sendo criticados pelos fãs, estes momentos servem como autocrítica para a própria comunidade, pelos comportamentos que muitas das vezes excluem os praticantes, tendo como base uma visão elitista do cosplay. Razões de distinção como o nível de qualidade dos fatos, hierarquias, comparações físicas ou até de algo tão banal como a inveja e a crítica destrutiva deveriam servir como análise de consciência para alguns dos membros, pois o cosplay é uma prática que nasceu para a diversão, expressão criativa e identitária, e sentir que se pertence a uma comunidade que partilha entre si um gosto em comum que a torna, nesse sentido, única.

Embora esta possa ser uma das várias leituras possíveis sobre o “lado negro” que emerge em alguns dos momentos, a série realça também qualidades positivas, como o autodidactismo e o espírito do-it-yourself que é comum entre praticantes, a interajuda, a amizade apesar da competição e a sensação de reconhecimento nos eventos. Heroes of Cosplay, com os seus pontos negativos e positivos, é uma série que merece ser vista atentamente por todos os aficionados do cosplay, pelo seu valor enquanto entretenimento e pelos “heróis” (e por vezes vilões) que nos dão uma perspectiva diversificada da comunidade e dos temas pertencentes ao quotidiano dos cosplayers.

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O espaço foi uma das novidades deste ano, e fez bastante furor junto de quem quisesse tirar fotos

num salão antigo, cheio de sofás e espelhos! O aspecto “vintage” do evento, deu-lhe um toque único. A entrada do evento também contava com uma escadaria lindíssima que atraiu algumas câmaras. O salão principal, amplo, tinha muitas cadeiras, sofás e mesas espalhadas pelo espaço, onde os visitantes podiam conviver uns com os outros ou participar em diversas actividades que decorriam no palco (Karaoke, Conversas Geek, Tertúlia sobre SubCulturas, etc). No mesmo local, as BB5 animaram o público com o seu número de dança. O evento contou também com uma zona comercial, com várias lojas conhecidas (Casa da BD, PTMERCH, Neko e Kingpin Books) e até com uma loja espanhola (Sakura’s Workshop), com muitos artigos direcionados para a

moda lolita. As bancas de artistas já são um ponto essencial neste tipo de eventos, com a divulgação e venda das suas fantásticas ilustrações e artigos feitos à mão. Para os apaixonados pelas cartas, não faltaram torneios de Magic the Gathering, Yu-Gi-Oh e Pokemon para os apaixonados pelas cartas, exposição de figuras e de ilustrações de vários artistas algarvios.

No que toca aos Workshops, os habituais de Cosplay, Desenho, Gunpla e Sushi. Como novidade, houve dois novos Workshops, o de Caracterização que ensinava a fazer feridas com produtos básicos caseirose o Wokshop de adereços que apresentava materiais para fazer adereços, como espadas, asas e armaduras, recorrendo a fotografias para exemplificar os vários processos de construção.

Nos dias 24 e 25 de Agosto, o Algarve contou novamente com um fim-de-semana fantástico, cheio de actividades, workshops, cosplay e muita animação com o 2.º Manga & Comic Event do Algarve.REPORTAGEM: DANIELA OLIVEIRA / ANA SALVADOR FOTOGRAFIA: ISADORA COSTA / TIAGO VASCONCELOS

2º MANGA & COMIC EVENT DO ALGARVE

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O concurso de Cosplay contou com oito participantes que desfilaram pelo palco sempre com um sorriso para o público. Após o concurso, enquanto o júri decidia os vencedores (júri composto por Daniela Oliveira, Editora executiva da Cosplayer E-zine, Ana Isabela Santos, vencedora do ECG 2011 e Mário Freitas, director do ANICOMICS e proprietário da loja Kingpin Books), o público deliciou-se com um Show burlesco cheio de glamour e magia, a cargo da artista Red Sarah. Seguiu-se o anuncio dos vencedores do concurso de Cosplay: o primeiro lugar foi para Shi Sama com um fantástico cosplay de VI de League of Legends, o segundo lugar foi para Margarida Luz de Shampoo de Ramna 1/2 e o terceiro lugar foi para a Rita Jorge com um Cosplay de Sailor Mars de Sailor Moon. Apesar de poucos cosplayers, sentiu-se bastante divertimento e fair play por parte dos concorrentes. Para terminar o evento em grande, este contou com um Baile de Cosplay, onde se dançou ao som de PSY. A Cosplayer fica à espera da próxima edição deste evento por terras algarvias.

Os 8 cosplayers desfilaram pelo palco sempre com um sorriso para o público.

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Nem a chuva nem o vento foram capazes de impedir os fãs de Steampunk de afluir ao edifício Parnaso para a segunda edição

da ESC, Euro Steam Com, no passado dia 28 de Setembro. Como já antes tinha sido, por toda a Europa promoveu-se o Steampunk em cidades tão conhecidas como Madrid, Barcelona e Budapeste. O Porto acolheu de bom grado todos aqueles que compareceram das mais variadas regiões do país.

Tal como no ano passado, o ambiente acolhedor e a Clockwork Portugal, organizadora portuguesa do evento, fizeram com que o mesmo se passasse sem demoras e com boa disposição. Desde discussões sobre cinema à apresentação do Almanaque Steampunk 2013 (segunda edição do Almanaque), com direito a sessão de autógrafos de alguns dos autores que contribuíram para o mesmo, todos ficaram com este dia na memória para mais tarde relembrar.

EURO STEAM CON 2013O Steampunk volta ao Porto a todo o vapor.REPORTAGEM: ÁLVARO VEIROS FOTOGRAFIA: RITA MEDINA

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Como já é costume, fatos não faltaram das mais variadas formas e feitios. Já se encontram disponíveis datas para o ESC 2014. De acordo com a página oficial do evento - www.eurosteamcon.com - a terceira edição voltará nos dias 4, 5 e 6 de Outubro, portanto tratem de preparar esse cobre e limpar as ferramentas. Um ano passa depressa!

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COSPLAY:TENDÊNCIAS 2014

A Walt Disney trouxe este Inverno aos cinemas e aos nossos corações, Frozen, uma encantadora história sobre magia e irmandade.

O sucesso de Frozen é tal que o filme apesar de recente já é equiparado ao clássico o Rei Leão e marca um regresso brilhante da Disney.

Não só o filme é enternecedor como são as suas personagens, favoritas não só por crianças, mas também por adultos, e, claro, cosplayers! Este estilo escandinavo não sendo tão popular em animações traz aos cosplayers a oportunidade de expandir técnicas e horizontes, com fatos detalhados e delicados.

Ano novo! Cosplays novos!Se procuras algum cosplay especial para 2014 ou apenas pretendes reconhecer alguns dos fatos usados pelos teus amigos nos eventos, aproveita as nossas sugestões!ARTIGO: MARIA JOÃO FORTE

FROZEN

EXPERIÊNCIA:MédiaGÉNERO:Aventura, Comédia, Musical PONTOS DE INTERESSE: Bordados e detalhes,Tecidos pesados e diversos

#disney #inverno #princesas#neve #escadinávia

movies.disney.com/frozen

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COSPLAY:TENDÊNCIAS 2014

Esquerda: ElsaDireita: Annaw

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Free não é apenas natação, é uma série sobre competição, amizade e desporto, com o bónus de conter algum fanservice feminino e rapazes bonitos. Com uma narrativa que toca em temas e pontos reais, é através do desporto que descobrimos as desvantagens da competição e o seu peso numa amizade.

Mesmo sendo um anime de natação, um tema que só por si não é apelativo à maioria do mundo otaku, Free destaca-se-se como sendo um anime divertido acarinhado por muitos fãs e cosplayers.

FREE Iwatobi Swim Club

EXPERIÊNCIA:CasualGÉNERO:Comédia, Desporto , EscolaPONTOS DE INTERESSE: Conforto, Estilo Desportivo,Casacos Detalhados.

#natação #escolar #shonen#bishonen #desporto

iwatobi-sc.com

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Kantai Collection, também conhecido como Kancolle, é um jogo online free-to-play japonês, do género de Strike Witches, onde máquinas de guerra foram antropomorfizadas em raparigas giras que as conduzem com destreza. Apesar de ser recente conta já com uma enorme adesão pelos cosplayers nipónicos.

Após o sucesso do manga, Kancolle parte agora para várias plataformas, tendo já sido planeado um port para a PSP Vita e um anime que se espera sair no Verão de 2014 animado pela Diomeda.

O novo ano traz de volta Sword Art Online, onde Kirito e os restantes sobreviventes de SAO voltam ao mundo online depois das suas aventuras, desta vez para actuar numa investigação dentro do universo de GGO (Gun Gale Online), onde uma nova ameaça cai não só sobre o mundo online, mas também sobre o mundo real.

O novo anime de SAO promete trazer aos fãs novos fatos e novas personagens para poderem continuar a explorar o nosso hobby recriando a partir da sua série favorita.

KANTAI COLLECTION

SWORD ART ONLINE II

EXPERIÊNCIA:Média/Avançada (acessórios)GÉNERO:Mecha, Militar, SeinenPONTOS DE INTERESSE: Acessórios e Armas,Diversidade de Personagens

#ww2 #maquinaria #bishoujo#cute #jogo #naves #militar

EXPERIÊNCIA:AvançadaGÉNERO:Aventura, Fantasia, DramaPONTOS DE INTERESSE: Armas, Color-Blocking, Estilo Militar

#sci fi #mmorpg #armaduras#tecnologia #armas #apocalipse

www.kadokawagames.co.jp/KanColle/

www.swordart-online.net

iwatobi-sc.com

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O liceu do desespero e esperança é um dos locais favoritos dos cosplayers desde o lançamento do popular jogo para a PSP.Com a adaptação para anime na estação passada e o enorme sucesso da sequela Super Dangan Ronpa 2, o sucesso de Danganronpa não parece abrandar.

Danganronpa é a série perfeita para quem gosta de resolver mistérios sinistros, com muita personalidade e histórias aliciantes à mistura.

DANGAN RONPA

EXPERIÊNCIA:CasualGÉNERO:Horror, Psicológico, MistérioPONTOS DE INTERESSE: Diversidade de Personagens,Conforto, Pormenores,Uniformes Escolares

#escolar #thriller #policial#mistério #gore #crimewww.danganronpa.com

Trigger Happy Havoc

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Uma fabulosa fusão de Panty and Stocking e Gurren Lagann. À primeira vista Kill la Kill, parece um anime absurdo que se apoia no fanservice, mas com cada episódio que passa, abraçamos o absurdo e a loucura das personagens para momentos de puro entretenimento.

Kill la Kill passa-se num liceu preso a uma ditadura imposta por um poderoso conselho de estudantes, quando uma aluna estranha chega para desafiar o regime. O universo da série gira em volta de misteriosos uniformes mágicos que garantem aos utilizadores super-poderes. Um tema perfeito para cosplayers.

Também conhecido pelos fãs como DMMD, DRAMAtical Murder é uma visual novel para PC, que difere dos outros jogos do género pela sua história lúgubre passada num mundo pós-apocalíptico, pela arte fluída e pelas personagens cheias de expressão. A estas características junta-se o amor yaoi que dirige a personagem principal para quatro caminhos possíveis.O jogo saiu em 2012, mas a tradução e a sequela DRAMAtical Murder Reconnect tiveram lançamentos recentes, o que ofereceu à série um novo ressurgimento e novos fãs.

KILL LA KILL

DRAMAtical MURDER

EXPERIÊNCIA:Média e AvançadaGÉNERO:Acção, Comédia, EscolaPONTOS DE INTERESSE: Armaduras, Uniformes Especiais,Detalhes incomuns

#fanservice #luta #uniformes#superpoderes #comédia

EXPERIÊNCIA:CasualGÉNERO:Acção, Yaoi, Psicológico PONTOS DE INTERESSE: Casacos, Conforto, Acessórios

#yaoi #bishonen #mistério#cibernético #apocalipse

www.killlakill.com

www.nitrochiral.com/game/dmmd/

www.danganronpa.com

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Num evento que, nas palavras do principal organizador Fábio Ferreira, se caracteriza pelo sentimento de “familiaridade entre organização e visitantes”, o Anifest marca assim, na sua primeira edição realizada nos dias 21 e 22 de Setembro nas instalações da ETIC (Escola de Tecnologias Inovação e Criação), o panorama nacional com mais uma iniciativa de fãs para fãs. REPORTAGEM: MIGUEL PINTO FOTOGRAFIA: VANDA ALLEN, PATRÍCIA BORDEIRA

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Ora, instigados pela curiosidade que o primeiro evento do mês despertava, dias antes da estreia, navegávamos pela internet

em busca de informação no site oficial (www.anifest.org) para sabermos quais as principais atracções que aguardavam os fãs durante o fim-de-semana que prometia muita animação.

O cartaz e a programação deixavam antever algumas das actividades que iriam animar a atmosfera nestes dois dias de evento, desde as já habituais culturas geek que movem os fãs em torno de anime, manga, cosplay, videojogos, trading card games, e torneios de Pokémon VGC, para além das sessões de karaoke, os workshops (desenho, japonês, caracterização,

adereços, cosplay, e perucas), os grupos de dança (BB5, Mirai no Yume) e os concertos (The Penny Traitors e Ryuusei). Foi com este chamativo inicial, e impelidos pelo entusiasmo, que a Cosplayer E-zine marcou a sua presença, logo pela manhã de sábado, no primeiro dia do evento.

À chegada e dando de caras com a fachada amarela do edifício da ETIC, seguimos caminho pela calçada do espaço exterior, subindo os pequenos degraus, até nos depararmos, no interior, logo à entrada, com as primeiras bancas de artistas amadores que coloriam o ambiente com os desenhos em estilo anime (feitos também na hora) e acessórios (colares e porta-chaves). Lá dentro, circulávamos com alguma dificuldade pelos corredores

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estreitos da ETIC, abrindo caminho por entre as personagens do universo anime e de videojogos que inundavam a passagem, ora pousando para as lentes curiosas das máquinas fotográficas ora aproveitando o espaço para conviver. Ao mesmo tempo, encontrávamos os cosplayers convidados internacionais que marcaram presença nos dois dias de evento, como a polaca Aleksandra Shappi (Shappi’s Workshop) e o duo oriundo dos Países Baixos, Kai Nuenen (Envoysoldier cosplay) e Erik Huizinga (G4G cosplay). Pelo caminho, parávamos para vislumbrar algumas das exposições de cosplay preparadas pela organização, onde observávamos a espectacularidade estilística, a minuciosidade e técnica dos fatos em exibição.

Seguimos agora até ao fundo do extenso corredor principal, à zona onde marcavam presença as lojas, já familiares aos fãs, desde a Twin Guns, a Casa da BD e a Kingpin Books, com o merchandising com que habitualmente brindam os visitantes neste tipo de eventos (comics, manga, figuras de anime, peluches, t-shirts). Contudo, era no Espaço Atmosferas onde

gravitavam a maior parte das actividades que o Anifest prometia. O “Karaoke livre” e “Karaoke dance” inauguravam o primeiro dia de evento, animando o ambiente até ao início da tarde, dando lugar às coreografias de dança J-pop das BB5.

A atracção principal de sábado foi, inquestionavelmente, a eliminatória do European Cosplay Gathering (ECG) que invocou até ao palco performances de

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Legend of Zelda, Utena, Shugo Chara, Nightmare Before Christmas passando por Magic: the Gathering e Tsubasa Reservoir Chronicles. Na categoria individual, a grande vencedora foi Inês Silva com a personagem Chandra Nalaar de Magic: the Gathering. No final, em declarações à E-zine, Inês Silva explicava-nos a ideia base na concepção do skit que demonstrou ao público: “Foi fazer um summoning de uma criatura, portanto eu agarrei num scroll com um feitiço, fiz alguns movimentos para denotar feitiços de fogo e depois mostrei o dragão”. Apesar da fugacidade cénica que caracteriza as performances do ECG, não faltou chama à pyromancer Chandra Nalaar. Na categoria de grupo, os vencedores foram Flávia Coelho e Leandro Miguel com Tsubasa Reservoir Chronicles. Visivelmente extasiada com a sua vitória, Flávia Coelho confessou não estar à espera de sair vencedora na categoria de grupo. No entanto, e já a pensar na final na Japan Expo, Flávia levantou um pouco o véu dos seus planos para França: “Não, não vou fazer o mesmo fato, vou fazer outro fato, em princípio para França e se tudo correr

bem vai ser muito, muito grande mesmo. Mas não vou desvendar nada agora!”. A Cosplayer E-zine deseja boa sorte aos vencedores e esperamos que, para o ano, em França, conquistem o grande prémio!

A animação continuava, desta vez a cargo da Street Fighter Team que, entre hadoukens e shoryukens, apresentava uma demonstração de artes marciais protagonizada pelas míticas personagens do universo Street Fighter, Ryu e Ken. Pela tarde dentro dava lugar mais uma sessão de “karaoke livre” até a banda The Penny Traitors ocupar o palco e dar o show final que deu por encerrado o primeiro dia de Anifest. No domingo, o evento seguiu uma linha semelhante à do dia anterior, apresentando ao início da manhã o “karaoke dance”, o grupo de dança Skyara, prolongando-se até ao princípio da tarde com o concurso de karaoke. Em simultâneo, em salas das instalações da ETIC, tinham lugar outras actividades programadas,

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como os workshops de adereços, cosplay, perucas e o Quiz.

Por volta das 15h regressámos ao Espaço Atmosferas para assistir ao concurso de skits e ao desfile de cosplay; este último com a participação de 42 cosplayers que subiram ao palco para uma curta exibição dos fatos que levaram para este último dia de evento.

Uma das grandes surpresas de domingo foi, indubitavelmente, a presença do painel de luxo de dobradores portugueses composto por Mário Bomba, Sandra de Castro, Bárbara Lourenço e João Loy. Com os fãs ansiosos e em êxtase, João Loy inaugurou o painel entrando em cena com o tom autoritário que caracteriza a personagem de Dragon Ball a que durante anos deu voz nos ecrãs televisivos, o Vegeta: “Quem manda aqui?! Quem é?! É o Vegeta, porra!”. Para além das vozes nostálgicas que alimentavam os imaginários dos fãs, e por entre algumas gargalhadas, partilharam ainda as histórias da vida profissional, e deixaram alguns conselhos para quem ambiciona uma carreira como dobrador ou actor.

A última performance musical do dia ficou a cargo dos estreantes Ryuusei, banda dedicada à música j-rock/pop e covers de anime, dando por concluída a primeira edição do Anifest.

Alexandra Shappi

(Shappi Workshop)

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Alexandra Shappi

(Shappi Workshop)

Inês Silva

Vencedora ECG

Flávia Coelho e Leandro Miguel

Vencedores ECG

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Estivemos à conversa com o principal organizador do evento, Fábio Ferreira (Apokas) que nos contou de onde surgiu a iniciativa em criar

o Anifest: “As pessoas estão habituadas a ter um evento em Setembro e querem ter um evento. O Anifest era para nascer no ano passado, mas na altura juntei-me ao outro grupo, organizei o outro evento…e este ano disse: “este vai ser finalmente o ano do Anifest, eu vou fazer o evento em meu nome”. Arranjei eu a minha equipa de produção que me ajudou desde o início e foi aí que nasceu. Tivemos quase oito meses a tentar arranjar espaço depois quando arranjámos foi, noite e dia, quase sem dormir, a trabalhar em tudo para que isto pudesse estar tudo em ordem no dia“.

Para a realização deste projecto, Fábio Ferreira contou também com algumas caras conhecidas já presentes na organização de eventos e na comunidade: “A parte da produção faz a Ana Santos que é a Sakura, muitos a conhecem como cosplayer. Tenho a Annie Salvador que todos conhecem de quase todos os eventos porque ela está sempre no palco a ajudar os cosplayers. Tenho a Cheila, que é também a vocalista

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dos Ryuusei, vai dar o seu primeiro concerto neste evento, foi a designer da equipa. Depois tenho a Cláudia Nóbrega que me ajuda já há bastantes anos no voluntariado e é das poucas pessoas que eu conheço que tem jeito para tratar dos voluntários, que é uma coisa muito difícil de tratar. Depois também tenho a Marta Arnaldo, que me esteve a ajudar na bilheteira, é a cara do evento, porque são as primeiras pessoas que os visitantes vêem quando compram um bilhete ou quando fazem as primeiras queixas, então meti-a lá porque tenho confiança nela para resolver as coisas logo à entrada”.

Reconhecendo que “parte do evento é sempre uma repetição de qualquer evento” e que “não há muita originalidade”, Fábio Ferreira, ao criar o Anifest, tinha em mente oferecer mais alguma variedade: “Tentamos diferir é nas actividades em si, temos tido várias danças neste evento, temos o ECG que é uma actividade que toda a gente quer e que traz sempre bastantes pessoas. Temos também o Quiz, que todos os anos tem sido um chamativo também muito importante. A nível de actividades, lá está, não há coisas novas, mas vamos

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ter amanhã um painel de dobradores que é uma das actividades preferidas de todos os tempos em qualquer evento em que eu trabalho. Ter dobradores a falar com o público, a fazer as vozes das personagens que realizaram, acho que isso é o sonho de muita gente e infelizmente não acontece muito nos outros eventos porque não é fácil, é muito difícil arranjar um dobrador com disponibilidade para poder deslocar-se a um evento e falar para centenas de pessoas. Eu tive a sorte de conseguir quatro, é daquelas coisas em que tenho muito orgulho nisso. O painel de dobradores e o ECG para mim são os pontos fortes do evento” juntamente com o “spot fotográfico” e as “exposições de cosplay” que considera outro dos pontos a realçar nesta primeira edição do Anifest.

Tentou igualmente distinguir-se pela abordagem com que a organização adoptou durante o desenrolar do evento: “Ora bem, a meu ver, que costumo ir

a todos os eventos, talvez a coisa mais distinguível será talvez a familiaridade que há entre a organização e os visitantes. Nós tentamos estar sempre presentes, dar sempre a cara, falar directamente com as pessoas quando há alguma pergunta, alguma dúvida ou alguma queixa. (…) Neste caso tento ser eu a tentar resolver, eu quero ser aquela pessoa que dá a cara, resolve tudo e mostra a confiança que as pessoas podem depositar no evento”.

Com dois dias de animação incessante e com variedade para todos os gostos, a primeira edição do Anifest parece ter deixado, no geral, boas impressões entre os visitantes. A Cosplayer E-zine aguarda pelo regresso de mais um Anifest ainda com mais diversão.

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CAA PHOTOSHOOT MAGAZINE

WWW.CAAMAGAZINE.COM.BR

JÁ CONHECES A CAA?

É uma revista fotográfica publicada on-line para leitura gratuita, dedicada à divulgação dos trabalhos fotográficos desenvolvidos pela Click Arte Ação (CAA), empresa fotográfica dos fotógrafos Valesca Braga e Ronaldo Ichi.

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Leonor Gráciasde Astarothe - Trinity Blood

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Para além das já habituais presenças de várias bancas de merchandise relacionado com anime, cultura japonesa, gaming, TCGs e tudo

mais, tivemos também no Sábado a eliminatória nacional do World Cosplay Summit (WCS), assim como os concursos de Kamehameha e Fusão. Já no domingo, o público pôde assistir a um show com a cosplayer convidada, Calssara, proveniente da Alemanha e participante na edição de 2013 do WCS, assim como falar com ela e fazer-lhe perguntas. Ao início da tarde ocorreu o concurso de cosplay de grupo e mais tarde houve um concerto dos já habituais Gaijin Sentai, sempre a encher o público de energia!

IBERANIME OPO 2013Nos dias 12 e 13 de Outubro regressou ao Pavilhão Multiusosde Gondomar mais uma edição do Iberanime OPO. REPORTAGEM: TIAGO VASCONCELOS FOTOGRAFIA: ANDREIA ALVES,TIAGO VASCONCELOS, VANDA ALLEN.

O evento principal de Sábado, a eliminatória do WCS, contou com fantásticos skits.

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A afluência foi bastante considerável no sábado, tornando o espaço das bancas que circundavam o palco B parecer pequeno para tanta gente, embora o espaço reservado às bancas de artistas, LEGO e karaoke estivesse ligeiramente menos congestionado e com a plateia do palco A em constante rotação para as várias apresentações. Já no domingo, notou-se uma maior calma no interior do pavilhão, possivelmente em parte devido ao mau tempo que se fez sentir, mas ainda assim com um espaço bem recheado.

Ao longo dos dois dias foram ocorrendo vários workshops gratuitos no palco B, fosse de cosplay, desenho e pintura, língua japonesa, caligrafia, bonsai e outras actividades e concursos como o Noodles Monster, que implicava comer noddles o mais rápido possível. Em simultâneo, num espaço próximo, eram intercaladas as demonstrações de Kendo, Iaido e Jodoe lutas de Belegarth que o público podia experimentar livremente.

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O Iberanime contou com cosplay, desenho e pintura, língua japonesa, caligrafia, bonsai e outras actividades.

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A Nintendo repetiu a sua presença no Iberanime com um grande número de consolas 3DS e algumas 2DS, demonstrando os recém-lançados Pokémon X & Y, bem como Inazuma Eleven 3 e previews dos novos The Legend of Zelda: A Link Between Worlds, e Sonic Lost World em exclusivo nacional! A banca entreteu durante todo o fim-de-semana os visitantes que aproveitavam para fazer os seus Streetpass e trocar os novos Pokémons.

Os cosplayers apareceram em força em ambos os dias e com bastante qualidade, sendo que foi notada uma falta de um concurso individual de cosplay, com o WCS a requerer pares e o concurso de cosplay de grupo com um mínimo de 3 participantes. A marcar também presença estavam várias lolitas, com um espaço próprio organizado pela EGL Portugal e que contou com um meeting/Tea Party que encheu a sala no Domingo à tarde.

Os cosplayers apareceram em força em ambos os dias e com bastante qualidade.

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O evento principal de Sábado, a eliminatória do WCS, contou com fantásticos skits, embora infelizmente alguns tenham tido problemas técnicos em termos de apoio de vídeo e áudio. Destes, o vencedor foi o de Leonor Grácias e de Madalena Ramires, tornando-as as seleccionadas para representar Portugal em Nagoya, para a 12ª edição do World Cosplay Summit.

No geral, foi mais uma edição daquele que continua a ser o maior evento a nível nacional juntamente com as edições em Lisboa, que ocorreu sem nenhum problema de maior e deixou toda a gente a querer que o ano passe rápido até ao próximo Iberanime.

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Kougyoku Ren - MagiFoto por: Vanda Allen

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Podes falar um pouco de ti? Que idade tens, o que fazes e onde vives? CALSSARA: Chamo-me Bell (o meu nick é CALSSARA) e tenho 25 anos. Vivo no sudoeste da Alemanha, perto de Ludwisghafen. Trabalho como bibliotecária e organizo eventos na biblioteca da cidade.

Como conheceste o Cosplay? O que te chamou à atenção para começares?CALSSARA: Tinha ido ao meu primeiro evento e vi pessoas disfarçadas, simples! Gostei muito dos fatos! Por isso no ano a seguir decidi também experimentar. Então comecei a fazer o meu primeiro fato. Foi muito divertido e passou a ser o meu hobby. Não existe outra explicação para começar alguma coisa!

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ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRATRADUÇÃO: ANDRÉ PEREIRA

Calssara, de nome Bell, é um cosplayer alemã conhecida mundialmente. Já representou a Alemanha por duas vezes no World Cosplay Summit e, em 2012, ganhou o 1.º lugar no European Cosplay Gathering. A Cosplayer esteve à conversa.

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Demorei meio ano a fazer o meu fato de Saber que levei para a final da ECG em Paris.

Saber - Fate/Stay NightFoto por: Midgard1612.deviantart.com

Conta-nos um pouco sobre o teu processo de escolha e como fazes os teus fatos. Há alguma coisa na personagem ou no fato que te atrai? Quanto tempo costumas demorar a fazer um fato? CALSSARA: Varia sempre! Normalmente começa por ver algum anime ou ler manga. Se acabar por gostar, faço um fato. Não interessa se é complicado ou simples, basta gostar da série e estar disposta a começar o fato. Pode ser vários tipos de personalidades ou fatos. Gosto de coisas diferentes! Já o tempo para fazer um fato varia bastante, para fatos simples posso demorar entre dois dias a um mês, já para os fatos mais complicados posso demorar um ano. Por exemplo, o fato da Saber. Por norma gosto mais de fatos simples porque são confortáveis. O facto de ter uma profissão bastante cansativa não deixa muito tempo para trabalhar em fatos.

Cada cosplayer tem os seus pontos fracos e pontos fortes. Falando honestamente, qual seria o aspecto que gostarias de melhorar?CALSSARA: Não sou muito boa a estilizar perucas ou a fazer peluches - os meus ficam sempre com aspecto de zombies! As personagens dos meus fatos têm penteados muito simples portanto não é difícil como fazer crossplay de personagens com cabelos espetados.

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Demorei meio ano a fazer o meu fato de Saber que levei para a final da ECG em Paris.

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COSPLAYER IDNome: Bell Nick: CALSSARA Data de nascimento: 24 de Março Nacionalidade: Alemã Localidade: Sudoeste da Alemanha Ocupação: Bibliotecária e organizadora de eventos

Cosplayer desde: 2004 Número de fatos: Mais de 100 Personagem favorita: Saber Website: www.calssara.comhttp://facebook.com/calssara.cosplay

Shinku - Rozen Maiden Foto por: niklasliebig.deviantart.com

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Qual foi o fato em que gastaste mais tempo e quanto? CALSSARA: Demorei meio ano a fazer o meu fato de Saber que levei para a final da ECG em Paris. Estou feliz por ter ganho!

Até agora, qual é o fato de que te mais orgulhas? Qual é o fato que atraiu mais atenção? CALSSARA: O de Saber! Adoro-a e gosto muito do fato. Para além dessa, o de Nidalee, de League of Legends, também teve muita atenção.

Quão importante é a fotografia quando apresentas os teus fatos? CALSSARA: Muito importante! As recordações dos nossos fatos são preservadas em fotografias e podemos usá-las para mostrar o nosso trabalho a todos. No evento, apenas algumas pessoas vêem o teu fato, mas na Internet todos o podem ver. Devemos estar orgulhosos do nosso trabalho e mostrá-lo ao mundo inteiro. Na Alemanha, a fotografia é muito importante. Mesmo que tenhas um fato simples, se tiveres muitas fotografias, as

Nidalee - League of LegendsFoto por: Midgard1612.deviantart.com

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pessoas poderão gostar mais! Por outro lado, se tiveres um fato elegante e muito trabalhado, mas apenas tiveres poucas fotos de ti entre a multidão, então poderão não reparar em ti. Pessoalmente, boas fotos ajudam-me a ganhar confiança no meu trabalho.

Podes revelar à Cosplayer o teu próximo projecto? CALSSARA: Uma pergunta difícil! Tenho uma pasta com 120 ideias para fatos de cosplay e ainda não parou de crescer! E a

minha disposição para costura muda todas as semanas... Numa semana posso estar muito entusiasmada com um fato e na outra já poderei ter mudado de ideias para outro. Nunca consigo planear nada para o futuro. Mas de momento estou bastante entusiasmada com o Fire Emblem! Quem sabe se não farei nada daqui.

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Miyu - Vampire Princess Miyu Foto por: black---butterfly.deviantart.com

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Hannah Annafellows / Hanna Anafeloz - Kuroshitsuji II | MonoshitsujiFoto por: moi-rin.deviantart.com

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Showcase

Kuroneko . OreimoCosplayer: Sekai SaionjiFotagrafia: oShadowButterflyoItália

Sabe mais em cosplayerezine.deviantart.com

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ShowcaseSabe mais em cosplayerezine.deviantart.com

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Princess Zelda e Link . Legend of Zelda: Twilight PrincessCosplayers: Gaaaooo e Sofy 202Fotografia: Leonor GráciasPortugal

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Gwendolyn . Odin SphereCosplayer: MeguMegu88

Fotografia: oShadowButterflyoItália

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Himawari Kunogi . xxxHolicCosplayer: Cat-samaFotografia: Wanda-ChiPortugal

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Enira . Lineage IICosplayer: Neko-Neko-CosplayFotografia: oShadowButterflyoItália

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Kyouko Kirigiri . DanganronpaCosplayer: MiahptFotografia: Wanda-ChiPortugal

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Marisa Kirisame . TouhouCosplayer: AJMomo

Fotagrafia: SweetCandyCupkakePortugal

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Daenerys Targaryen . Game of ThronesCosplayer: Miss-Alice-MonsterFotografia: oShadowButterflyoItália

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O tema escolhido para esta edição foi “Cenários” (“o lugar onde a história acontece”, justifica a organização do evento) e o

autor em destaque foi Ricardo Cabral, que desenhou o cartaz do Festival e foi convidado a expor a sua obra. Um dos convidados de relevo foi Yoshiyasu Tamura, artista japonês mais conhecido pelos seus mangas publicados na revista Jump. Quanto a artistas nacionais, David Soares, Isabel Aboim Inglez, Ana Biscaia e Geraldes Lino tiveram os seus trabalhos expostos ao lado de exibições de temáticas mais específicas como Os nossos Mutts, 75 Anos com o Super-Homem e Spirou – 75 Anos de Grandes Aventuras. À semelhança de anos anteriores, a principal atracção foram os

Prémios Nacionais de Banda Desenhada, que representam o exponente máximo de reconhecimento profissonal no nosso país. O grande vencedor do prémio Melhor Álbum Português foi o livro O Baile, com argumento de Nuno Duarte e desenho de Joana Afonso.

O dia 9 de Novembro foi dedicado ao Cosplay. Foram três as principais atracções: um desfile de cosplay, um debate e um concerto. O Desfile de Cosplay, organizado pela Associação Portuguesa de Cosplay (APC), contou com a participação de mais de 50 cosplayers. Foram eleitas cerca de 10 Menções Honrosas em categorias como “A Coisinha Mais Fofa” e “O Skit Mais Cómico”. Este foi o segundo ano consecutivo em que

AMADORA BDA 24.ª edição do Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada realizou-se entre 25 de Outubro e 10 de Novembro, no Fórum Luís de Camões, na Amadora. Integrado no calendário de eventos internacionais de BD europeus e norte-americanos, é o maior festival português dedicado à 9.ª Arte. REPORTAGEM: MÁRCIA SOUSA FOTOGRAFIA: LEONOR GRÁCIAS

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Levi . Shingeki no Kyojin

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a APC coordenou o Desfile e nunca antes se verificou tão grande aderência. Também preparado pela APC foi o debate intitulado “À conversa sobre cosplay”, com duração de aproximadamente uma hora, para o qual foram convidadas personalidades de diversas áreas a reflectir sobre a evolução e o estado actual do cosplay em Portugal. A moderadora, Patrícia Bordeira (APC), contribuiu para um debate maduro e interessante entre os interlocutores: Mário Freitas, organizador de eventos dedicados ao cosplay e à cultura japonesa; Leonor Grácis, cosplayer e vice-presidente da APC; Carolina Vargas, cosplayer e participante assídua em concursos de cosplay; Miguel Pinto, investigador na área das ciências sociais; e António Lima, fotógrafo de cosplayers.

No final do dia, o concerto dos K-BLE Jungle (Dj Shiru & Eriko) animou o recinto exterior do evento. Fruto de uma parceria italiano-japonesa, a Associazione Ochacaffè, o duo cantou músicas originais e músicas de animes populares como Sailor Moon, Macross Frontier e A Princesa Mononoke, marcando o final de um grande evento com um ambiente mágico inefável.

Conta todos os anos com imensa afluência de fãs vindos de todo o país e, claro, com convidados de renome nacional e internacional – autores, desenhadores, editores, entre muitos outros.

Rarity . My Little Pony: Friendship is Magic

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A Cosplayer visitou o nosso país vizinho nos dias 22, 23 e 24 de Novembro, marcando presença no 2.º Festival de Videojogos e Cultura Japonesa de Sevilha.FOTOGRAFIA: ISADORA COSTA, DANIELA OLIVEIRA

Mangafest 2013

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Mangafest 2013

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Para começar, fala-nos um pouco sobre ti, quem é a Patrícia Bordeira? PATRÍCIA: A Patrícia é uma rapariga bastante simples. Trabalho como tradutora e tenho o cosplay como hobby. Para além disso, gosto de sair com os meus amigos, ver séries/filmes, ler, comer e dormir!

Como descobriste o cosplay? O que te atraiu neste hobby para começares a praticá-lo? PATRÍCIA: Lembro-me de, no início do ano 2000 (quando comecei a usar a Internet), ter encontrado online pessoas vestidas de

ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRA

Patrícia Bordeira, ou Kalisheedra, teve a oportunidade de representar Portugal no European Cosplay Gathering em 2012, mas o seu percurso começa muito antes. Com um rol muito vasto e variado de fatos, esta nossa cosplayer tem vindo a crescer, mantendo uma constante qualidade pela qual já é conhecida.

personagens e de ter achado imensa piada. Mais tarde, em 2005, travei amizade com uma rapariga que morava perto que me disse que ia haver um evento dedicado à cultura japonesa no Barreiro e decidi ir ver. Não fiz cosplay aí, mas a minha amiga fez. Diverti-me imenso e decidi experimentar fazer num próximo evento. Foi engraçado percorrer dezenas de lojas para encontrar peças que pudesse usar num cosplay, ainda é das partes que me dá mais gozo! Fiz então o meu primeiro fato e desde então nunca mais parei.

PATRÍCIA BORDEIRA

Kalisheedra

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Panty Anarchy - Panty & Stocking with GarterbeltFoto por: Sara Cordeiro

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Princesa Mulan - MulanFoto por: Sara Cordeiro

Qual a opinião da tua família e amigos sobre este hobby? PATRÍCIA: A minha mãe sempre achou um máximo eu estar a criar a minha própria roupa/acessórios. O meu pai e os meus irmãos também me apoiaram e achavam sempre piada, mas o único ponto negativo que os meus pais tinham era que eu gastava demasiado dinheiro (ossos do ofício!). Os meus amigos acharam estranho, mas depressa lhes passou e ainda consegui levar uma amiga minha a fazer cosplay comigo uma vez. Hoje em dia, a maioria dos meus amigos faz cosplay ou estão dentro do meio, e os que não estão acham interessante.

Fazes os teus próprios fatos de cosplay? Explica-nos um pouco o teu processo de selecção personagem e a construção do fato. PATRÍCIA: Sim, sou eu que os faço, mas não tenho nenhum processo definido na escolha. Às vezes escolho um fato que sempre quis fazer, outras vezes fico vidrada numa série/jogo e não descanso enquanto não fizer, outras vezes adoro o fato e mais

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Cosplayer i.d.Nome: Patrícia Bordeira Nick: Kalisheedra Data de nascimento: 27 de MaioNacionalidade: Portuguesa Localidade: LisboaOcupação: Tradutora

Cosplayer desde: 2005 Número de fatos: Mais de 30 Personagem favorita: Yuffie (FF7) e Faye (Cowboy Bebop)Website: facebook.com/KaliCosplay kalisheedra.deviantart.com

Mitsuru Kirijo - Shin Megami Tensei: Persona 3Foto por: Sara Cordeiro

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tarde vou gostando da personagem, etc. Adoro fazer cosplay em grupo e, se puder fazer, costuma ser logo a minha primeira opção. Depois de escolher, faço muita pesquisa. Pesquiso TUDO! Desde tutoriais que possam existir da roupa/acessórios, histórias de outras pessoas que fizeram o mesmo fato, vídeos, fotografias, etc.

Quanto tempo demoras em média a fazer um novo cosplay? PATRÍCIA: Posso demorar 1 a 2 semanas

(como aconteceu com o meu último fato), como posso demorar anos (tenho um fato que estou a fazer há cerca de ano e meio). Como só posso trabalhar nos fatos à noite e depois do trabalho, acabo por ter o tempo bastante condicionado e arrasto muito as coisas. Ultimamente não consigo concentrar-me em um só fato, farto-me demasiado rápido de um acessório ou de uma peça de roupa que esteja a fazer (principalmente quando começa a correr mal). O resultado é que acabo por ter

Yuuko Ichihara - xxxHolicFoto por: Vanda Allen

Adoro fazer cosplay em grupo.

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demasiados fatos incompletos que tenho mesmo de terminar!

Quando um fato de cosplay não está a correr como previsto, como dás a volta à situação? PATRÍCIA: Primeiro desespero!, depois respiro fundo e viro-me para a Internet. É bem possível que o problema que eu esteja a ter já alguém tenha tido, por isso procuro bem. Se não encontrar nada, pergunto às minhas amigas cosplayers se

têm alguma ideia do que possa fazer para solucionar. Se não, tento dar a volta da melhor forma possível para continuar com o aspecto exterior que quero. Se tudo o resto falhar, recomeço do zero (o que me irrita bastante...).

Até agora, qual é a tua criação favorita? PATRÍCIA: Pergunta sempre difícil! Adoro a Velvet porque é um fato por qual que me apaixonei logo quando o vi e depois ainda gostei mais por causa da personagem em

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Velvet - Odin SphereFoto por: Sara Cordeiro

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Maria - Silent Hill 2Foto por: Sara Cordeiro

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Yuuko Ichihara - xxxHolicFoto por: Vanda Allen

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si. Adorei como ficou e a recepção que teve. Adorei fazer de Enfermeira de Silent Hill, mesmo conseguindo ver e respirar pouco. Adorei fazer o fato da Oruha porque foi o meu maior desafio e pisei o palco da Japan Expo (Paris). Foi uma experiência marcante. É mesmo muito difícil dizer um favorito, gosto de quase todos!

Podemos saber que fatos estás a preparar neste momento? PATRÍCIA: Neste momento estou a terminar o meu cosplay de Parvati (dos jogos Shin Megami Tensei) porque é o que falta menos para terminar. Estou a planear uma versão genderbender (primeira vez!) de uma personagem que gosto muito para usar futuramente, a ver como corre.

Como vês o teu futuro como cosplayer? Vais continuar a fazer cosplay durante muitos anos? PATRÍCIA: Faço-me essa pergunta bastantes vezes. Já faço cosplay há muito tempo e às vezes sinto que devo parar e passar para outras coisas. No entanto, o cosplay ainda me dá um gozo tremendo, desde fazer os fatos até usá-los, por isso penso que, enquanto me sentir assim, não vou parar de fazer tão cedo.

Queres deixar alguma mensagem aos leitores da Cosplayer? PATRÍCIA: Não se esqueçam que, acima de tudo, o cosplay é diversão — seja só com os amigos, em eventos, fotografias ou mesmo para competição. O cosplay é também algo artístico, desde a sua criação até se vestir o fato. Tenham orgulho no que fazem e não tenham vergonha de fazer cosplay. Desde que se sintam felizes e bem com vocês próprios, façam cosplay!Watanuki Kimihiro - xxxHolic

Foto por: Catarina Brás

Rei Ayanami - Neon Genesis EvangelionFoto por: Alice Manso

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MIDORI CHRISTMAS PARTYCom um posicionamento arrojado, juntando o anime à quadra natalícia, o Midori fez o seu regresso no mês de Dezembro com uma Christmas Party, antecipando a chegada do Pai Natal ao brindar os fãs com toda uma panóplia de actividades que marcaram o ultimo evento do ano 2013.FOTOGRAFIA: VANDA ALLEN

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WINTERMASQUERADE BALL

FOTOGRAFIA: VANDA ALLEN, SAMUEL PEREIRA

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A Associação Portuguesa de Cosplay (APC) e a Xtreme Games juntaram-se no fim do ano passado, para trazer uma noite única dedicada ao cosplay e à dança, com diversão e elegância, muitas surpresas e muita música.

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WINTERMASQUERADE BALL

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