Cosplayer n.22

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Vigésima segunda edição da Cosplayer E-zine, Maio 2015

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EDIT

ORIA

LCosplayer nº 22 | Maio de 2015

capa Asheria fotografia Samuel Pereira

Direcção Executiva Daniela Oliveira

Assistente ExecutivaAna Salvador

Design e Paginação Daniela Oliveira, Madalena Ramires, Maria João Forte, Ricardo Catarino, Rita Carmelo

Escritores André Pereira, Daniela Oliveira, Filipe Jesus, Maria João Forte, Miguel Pinto, Patrícia Bordeira

Fotografia Samuel Pereira, Tiago Vasconcelos, Raquel Pipa, Vanda Allen

Edição de Texto e Tradução André Pereira, Patrícia Bordeira

Esta revista é amiga do ambiente.

disclaimerA Cosplayer E-Zine é uma revista online, sobre costume play e assuntos relacionados, de distribuição gratuita e sem fins lucrativos. Todos os conteúdos presentes são autorizados pelos seus devidos autores e o conteúdo verbal presente em entrevistas representa apenas a opinião dos próprios e não da revista.

No caso da inexistência da atríbuíção de devidos créditos em certos conteúdos, pedimos desculpa pelo incómodo e é favor contactar para que tal seja remediado assim que possível.

86ENTREVISTA: ANIMYUEntrevista à banda de covers e dança,ANIMYU

O verão está a chegar e a nova edição da Cosplayer está à vossa frente com novidades refrescantes!Além das habituais rubricas sobre os últimos eventos em Portugal, deliciem-se com as nossas fotografias, inspirem-se nas nossas páginas de tendências e metam as mãos ao trabalho para fazerem os vossos melhores fatos. Quem sabe, poderão ser vocês na próxima edição!Desta vez, entrevistamos dois cosplayers muito talentosos, a portuguesa Paula Nunes e o italiano Leon Chiro, que nos revelam alguns dos seus segredos para criar um bom cosplay.Também nesta edição, temos um fantástico tutorial de LED, para iluminarem os vossos cosplays e brilhar ainda mais!Este número já é vosso. Façam o que quiserem dele, digam-nos o que acharam e vemo-nos por aí?

A equipa da Cosplayer [email protected]

www.cosplayerzine.net

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CO

NTE

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COSPLAYER INTERNACIONALLEON CHIROEntrevista ao cosplayer Italiano,Leon Chiro

EM FOCO: ASHERIAEntrevista à cosplayer portuguesa, Paula Nunes (Asheria)

04 WINTER MASQUERADE BALL II

08 COSPLAYER REVELAÇÃO

14 COSPLAY PHOTOSHOOT #12

20 TENDÊNCIAS VERÃO

26 AONIME 2015

30 ENTREVISTA: LEON CHIRO

42 ANICOMICS LISBOA 2015

48 SHOWCASE DEVIANTART

58 EM FOCO: ASHERIA

72 TUTORIAL

80 VOXPLAYER

86 ENTREVISTA: ANIMYU

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A Associação Portuguesa de Cosplay volta a apostar numa noite diferente e abre as portas da Fábrica 22 com o Winter Masquerade Ball II; o resultado? Mais do que positivo!REPORTAGEM: ANDRÉ PEREIRA FOTOGRAFIA: SAMUEL PEREIRA

A sala estava cheia! Enquanto uns dançavam na pista ao som de temas de séries e jogos e outros jogavam nas arcade, muitos

ocupavam a zona do bar para provar as bebidas temáticas criadas especialmente para a noite, com nomes e cores apelativas a condizer. Havia um pouco de cada coisa para todos e ninguém se aborreceu, pelo menos este que vos escreve. Não podemos comparar o que se passou naquela noite com um evento normal de grandes dimensões, isso seria errado e cansativo. O que a APC fez foi retirar o melhor desses eventos, como o convívio, e proporcionar uma grande noite aos seus visitantes e acreditem, eles foram muitos.

Claro que nem tudo foi perfeito, mas nada que se pudesse apontar à equipa da organização, mas ao espaço em si. No entanto, são detalhes que nos passam ao lado assim que subimos as escadas para o baile.

Podemos ter as músicas, os jogos e as bebidas que quisermos, mas sem pessoas não temos festa. E sem esta festa ou baile, provavelmente não teríamos mais no futuro. Felizmente tal não aconteceu. Enquanto a música continuar a tocar, peçam uma bebida (com moderação) e desfrutem porque não sabemos quando poderá ser o próximo.

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mafaldaalmeidaMafalda Almeida, de Braga, iniciou-se no cosplay no Iberanime OPO de 2009 e desde então não parou. Para além da sua preferência por videojogos, filmes e comics, não esconde o seu amor pelas capas de super-heróis.

ENTREVISTA: MIGUEL PINTO FOTOGRAFIA: KATHRYN E HÉLDER ARCHER

Fala-nos um pouco sobre ti. O que fazes? De onde vens?O meu nome é Mafalda Almeida e penso que a melhor palavra capaz de me definir é “sonhadora”, daí o meu nick de cosplayer. Sou estudante e vivo em Braga. O meu tempo livre é maioritariamente dedicado aos videojogos e ao Cosplay. Sou apaixonada pela arte de criar e de tornar realidade personagensque me inspiram, pois tudo isto exige desafios e novas aprendizagens.

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O que fazes? De onde vens? Chamo me Raul Bittencourt Batista,

tenho 25 anos e sou de Sintra. Neste momento estou desempregado, mas trabalhava numa loja de informática. Agora vou fazendo biscates (arranjo de computadores, consolas), também desenho, faço retratos de pessoas e agora comecei a aceitar encomendas para acessórios de fatos.

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Supergirl, DC ComicsFoto por: Kathryn

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Como é que descobriste o cosplay?Descobri na Internet, penso que em 2009, quando me deparei com o termo “cosplay” em muitas imagens de pessoas vestidas das suas personagens favoritas. Despertou logo o meu interesse e fui imediatamente pesquisar sobre isso. Descobri que havia eventos dedicados a esta arte e, em 2010 que ia haver o Iberanime no Porto pela primeira vez, foi aí que fiz o meu primeiro cosplay (Misa Amane).

Costumas participar nos eventos? O que mais te atrai?Sim, mas só costumo ir aos eventos situados no Norte do país. O convívio é, sem dúvida, o que me atrai mais. Conhecemos pessoas com gostos em comum e tornamo-nos bons amigos! Tenho sempre interesse em ver os Cosplays dos outros, noto um enorme avanço desde o primeiro evento a que fui. Também os concursos me despertam interesse, adoro encarnar a personagem e representá-la em palco, daí a minha participação.

Que género de personagens mais te motivam a fazer cosplay?Personagens que me inspirem com a sua personalidade e/ou história e que me identifique com elas em algum aspecto. Sou mais virada para os videojogos, filmes e comics, pois é o que sempre me despertou mais interesse desde pequena.

Que aspectos consideras mais importantes num fato de cosplay?A personagem em si e não só o fato, é importante relacionar-me com ela em algum aspecto que me cative na sua construção. No fundo, para mim o Cosplay não é só construir a personagem, mas tornarmo-nos nela. Gosto de fatos que me desafiem, que me levem a aprender novas técnicas e desenvolver capacidades. Pessoalmente gosto muito de capas, é um dos requisitos que me leva a escolher um fato!

Que personagens gostarias de fazer no futuro?Bem, penso que um dos problemas dos cosplayers em geral é o facto de a lista não parar de aumentar. Tenho muitos sonhos de Cosplay e já realizei muitos deles, no entanto desde o início adoptei o “critério” de não revelar os meus projectos antecipadamente, espero que compreendam.

Tens alguma página onde possamos acompanhar o teu percurso enquanto cosplayer?Sim, tenho uma página no Facebook onde podem acompanhar todos os meus trabalhos e estou disponível para ajudar no que precisarem: www.facebook.com/pages/Mystic-Dreamer-Cosplay/537650792985684

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Catwoman, DC ComicsFoto por: Kathryn

Babydoll, Sucker PunchFoto por: Kathryn

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Batgirl, DC ComicsFoto por: Hélder Archer

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Ellie, Last Of UsFoto por: Kathryn

Supergirl, DC ComicsFoto por: Kathryn

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1º LugarCosplayers: Evii & KibaPersonagens: Mako Mankanshoku & Guts - Kill la KillFotógrafo: Ayatsu

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COSPLAYPHOTOSHOOT#12

REPORTAGEM: FILIPE JESUS FOTOGRAFIA: SAMUEL PEREIRA

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Para um dia cuja precipitação não parecia ceder, as tréguas a quinze minutos antes da fotografia de grupo pareceram providas de uma

mão divina. Terá sido São Valentim, aliado com a prospecção de um toque de Cosplay no seu festejo anual?

Para quem não sabe, o Cosplay Photoshoot é um encontro anual de cosplayers para uma mega fotografia de grupo que se realiza no Parque das Nações, dentro da época carnavalesca. Sem qualquer custo ou interesse financeiro por detrás, o Photoshoot visa relembrar aos cosplayers a máxima que define este hobby: que o seu objectivo maior é a

diversão e o prazer pessoal de cada um. Para aqueles que não dispensam um q.b. de competição saudável, os organizadores do Photoshoot (Cosplayer E-zine e APC) preparam sempre um pequeno concurso fotográfico.

Todavia, este ano o Photoshoot deu-se no dia 14 de Fevereiro, um dia que muitos casais aproveitam para dar um romantismo extra à sua relação. Tratando-se do Dia de São Valentim, o Photoshoot aproveitou a ocasião e celebrou o dia com a temática in love no seu concurso de fotografia.

Como frequentador quase-assíduo deste encontro anual, arrisco-me a fazer uma

2º Lugar e Escolha do PúblicoCosplayers: Shangai Kid & MikPersonagens: Ninja Anbu - Yamato & Ninja Ambu -NarutoFotógrafo: Andres Liveevi

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observação sem grandes suportes numéricos mas que reflecte a dinâmica presente nos Photoshots. Se as convenções servem como um passo de partida para conhecer a comunidade de Cosplay, o Photoshoot tem servido como um ponto de entrada na comunidade portuguesa.

Quem vem a um Photoshoot, sabe que além das fotografias não resta muito mais a fazer senão socializar e conviver num meio que trata todos por igual, e sai sempre com a experiência de que isso é o mais gratificante. Posto isto, acho extremamente positivo que a cada nova edição apareçam mais caras novas.

No que diz respeito ao cosplays presentes, os registos encontram-se cada vez mais variados e, quiçá, mais refinados. Desde jogos indie como Journey, passando a séries dos anos 80 como He-Man e a um grupo do aclamado TRPG da Nintendo, Fire Emblem, os estilos dispensam-se em gostos e géneros cada vez mais fora do casual. No que diz respeito aos clássicos maiores, não faltou homenagem a Naruto!

No entanto, a tendência deste ano vai certamente para Kill La Kill. Não é, portanto, novidade que dois dos três grupos vencedores do concurso de fotografia sejam deste êxito da Trigger! Parabéns aos vencedores e a todos os participantes!

3º Lugar Cosplayers: Jack e MiyakoPersonagens: Matoi Ryuko e Mako Mankanshoku(Genderbend) - Kill la KillFotógrafo: Bibi

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COSPLAY:TENDÊNCIAS

É difícil deixar de reparar que os filmes de super-heróis tornaram-se num dos géneros mais populares de entretenimento hoje em dia. Filmes e até séries de televisão baseadas em comics apelam a novos públicos com conteúdos para todos os gostos, desde enredos dramáticos ou assustadores a histórias repletas de aventura, acção, humor e romance.

Um dos filmes do género mais aclamado dos últimos tempos tanto pela crítica como pelas bilheteiras foi sem dúvida o primeiro Avengers, que mostrou aos fãs os seus heróis favoritos interagirem num só ecrã e a lutar juntos um só mal. A segunda instalação dos Avengers, A Era de Ultron, estrou este mês e promete ser ele também

ARTIGO: MARIA JOÃO FORTE

MARVELS’S AVENGERSThe Age of Ultron

~

EXPERIÊNCIA:Entre média a avançadaGÉNERO:Sci-Fi, Aventura, ComicsPONTOS DE INTERESSE: Fatos de Super Heróis e Acessórios

#comics #marvel #BD#movie #heróis #spandex

marvel.com/avengers

VERAO

um sucesso onde podemos contar com os nossos heróis conhecidos, apresentando agora novas personagens incluído Scarlet Witch e Quicksilver do universo de X-Men.

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COSPLAY:TENDÊNCIAS

EXPERIÊNCIA:Entre média a avançadaGÉNERO:Sci-Fi, Aventura, ComicsPONTOS DE INTERESSE: Fatos de Super Heróis e Acessórios

#comics #marvel #BD#movie #heróis #spandex

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Dungeon ni Deai wo Motomeru no wa Machigatteiru Darou ka “Será que é certo engatar raparigas em masmorras?”, só o título explica tudo o que necessitamos de saber sobre a série. Um novo anime de acção e comédia, com muitas aventuras, desatinos e talvez romance?

A enigmática vestimenta da pequena deusa Hestia não passou despercebida aos olhos da comunidade, chamando a atenção de múltiplos artistas, cosplayers e memes pelo o mundo inteiro. Parece ser uma aposta de cosplay que promete bom humor.

IS IT WRONG TO TRY TO PICK UP GIRLS IN A DUNGEON?

EXPERIÊNCIA:AvançadaGÉNERO:Fantasia, Comédia, AventuraPONTOS DE INTERESSE: Fatos icónicos e divertidos

#dungeons #lolis #random#romance? #seinen #JCStaff

danmachi.com

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Love Live é o que se pode chamar de um projecto multimédia, contado no seu portefólio com, CDs, AMVs, mangas, Light novels, jogos, duas temporadas de anime e agora um filme que estreará no próximo mês de Junho. A premissa da série é bastante simples, centrada num grupo de raparigas de liceu que decidem tornar-se ídolos para salvar a sua escola, que cada vez tem menos alunos.

É fácil perceber porque Love Live chama a atenção de tantos cosplayers. A série tem um enorme leque de personagens, personalidades e roupas que oferecem algo para todos os gostos!

DIGIMON ADVENTURE TRI

LOVE LIVE!School Idol Project

EXPERIÊNCIA:CasualGÉNERO:Aventura, Comédia, JuvenilPONTOS DE INTERESSE: Uniformes Confortáveis, Nostalgia

#kids #digimon #15anos #Digivice#monsters #aventura #Bandai

EXPERIÊNCIA:MédiaGÉNERO:Magia, Fantasia, RomancePONTOS DE INTERESSE: Uniformes e Fatos de Espetáculo

#escolar #cute #shoujo #idol #pop

digimon-adventure.net/eng/

lovelive-anime.jp/worldwide

Podemos esperar para estas próximas estações mais um blast do passado! Após 15 anos a primeira e tão nostálgica série de Digimon vai ter uma continuação e com ela voltam os nossos amigos de infância que também cresceram connosco.

Seis anos após os eventos da primeira temporada, Sora, Izzy, Mimi, Jo, Matt, TK e Tai voltam mais uma vez com os seus respectivos Digimon para proteger o mundo digital de um mal desconhecido.

Esta continuação será realizada através de uma série de 6 filmes, estando o primeiro intitulado de Saikai (Reunião) planeado para estrear dia 21 de Novembro deste ano. Como dizem os teasers, podemos encontrar-nos outra vez!

danmachi.com

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O novo trabalho da Blizzard parece ser um jogo online diferente do habitual que seguirá uma mecânica semelhante ao jogo Team Fortress. Overwatch é também ele um shooter jogado entre equipas com diversas personagens com diferentes habilidades, incluindo soldados, cientisitas, aventureiros entre outras classes que prometem lutar arduamente (e estilosamente) pela vitória.

Talvez seja muito cedo para vermos muitos cosplays de Overwatch, mas de certo que terá aderência, tendo em conta a qualidade de design que já podemos observar.

OVERWATCH

EXPERIÊNCIA:AvançadoGÉNERO:First Person ShooterPONTOS DE INTERESSE: Armaduras, Armas e Acessórios

#armadura #blizzard #rpg#online #FPS #multiplayer

eu.battle.net/overwatch/pt

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Nesta edição do tendências destacam-se não um, mas dois fighthing games de peso na industria. Mortal Kombat conta agora com a sua 10ª edição e Tekken com a 9ª, ambos os jogos já têm uma base de jogadores forte assim como personagens icónicas que os acompanharam desde o ínicio.

Tanto Mortal Kombat como Tekken, não se apoiam só em sucessos antigos tentando trazer algo de novo aos fãs a cada instalação, através de novos enredos, movimentos e personagens.

MORTAL KOMBAT X& TEKKEN 7

EXPERIÊNCIA:AvançadoGÉNERO:First Person ShooterPONTOS DE INTERESSE: Armaduras, Armas e Acessórios

#armadura #blizzard #rpg#online #FPS #multiplayer

EXPERIÊNCIA:VáriasGÉNERO:Sobrenatural, DramaPONTOS DE INTERESSE: Armaduras, Vestidos, Armas

#santograll #batalha #história#heróis #mitologia

EXPERIÊNCIA:VáriasGÉNERO:Luta, AcçãoPONTOS DE INTERESSE: Conforto, Desportivo

#fighting #PVP #game

www.fatestaynightusa.com

www.mortalkombat.com

www.tekken-official.jp/special

eu.battle.net/overwatch/pt

Mais uma vez podemos ver destacado no tendências a saga Fate/Stay Night agora através da animação de Fate Unlimited Blade Works. Mais uma vez os fãs têm mais oportunidades para representar estes heróis aproveitando um enredo e um caminho diferente para inspiração.

Fate Unlimited Blade Works já foi adaptado para filme no ano 2010, mas a série irá ter a sua conclusão ainda esta estação, no fim de Junho. Agora só nos resta esperar pela a animação do Fate/stay night: Heaven’s Feel, um dos caminhos mais brutais e controversos.

FATE STAY NIGHTUnlimited Blade Works

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AONIME 2015

TEXTO E FOTOGRAFIA: TIAGO VASCONCELOS

A afluência foi bastante boa e tal como é tendência nacional, cada vez mais pessoas aderem ao cosplay, quer

seja simplesmente para se divertirem ou, em alguns casos que já levam a actividade mais a sério, para entrarem nos concur-sos de cosplay. Falando do concurso, a já familiar Joana Ferreira (L’Aquila Cosplay) conquistou o terceiro lugar com o seu fato de Arno Dorian de Assassin’s Creed Unity, Jessica Adhara (Adhara Cosplay) conseguiu o segundo lugar com o fato de Hachikuji Mayoi de Nisemonogatari e a local Mafalda Almeida (Mystic Dreamer Cosplay) ganhou o concurso com um fenomenal skit a acom-panhar o seu fato de Batgirl. A AON fica assim de parabéns por mais uma edição do AON-ime e com a esperança que consigam man-ter a tendência para o ano, conseguindo um evento cada vez maior e melhor!

Realizou-se este ano mais um AONime, no passado dia 14 de Março, desta feita no Parque de Exposições de Braga, um espaço que acolheu bastante bem este evento em gradual crescimento, organizado pela Associação de Otakus do Norte (AON).

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Oliver Queen (Arrow)Foto por: Eduard Luzhetskiy

ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRA FOTOGRAFIAS CEDIDAS PELO LEON CHIRO

Leon Chiro

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Commander Shepard (Mass Effect 3)Foto por: Valentin Offner32

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Para começar, fala-nos um pouco sobre ti. Que idade tens, o que fazes e ondevives?

LEON: O meu nome é Leon Chiro, sou um cosplayer italiano com uma paixão muito grande por desporto e pelo mundo dos videojogos. Tenho 23 anos e por agora vivo e estudo em Rome. Viajo muito graças ao cosplay e é uma das coisas que me faz mais feliz neste momento na minha vida. Tenho a oportunidade de conhecer muitas pessoas especiais por todo o mundo e isto representa uma das minhas maiores satis-fações.

Como descobriste o cosplay? O que te atraiu para começares a praticar este hobby? E qual foi o teu primeiro cosplay? Fizeste tu o teu próprio fato?

LEON: Estava a trabalhar como modelo e modelo fotográfico para agências e proje-tos diferentes. Um dia decidi experimentar criar umas fotografias especiais com um fotógrafo, para tentar trazer um videojogo para a realidade. Claro que escolhi o Tidus, umas das minhas personagens favoritas de

Leon Chiro, cosplayer italiano, já há muito que conquistou o mundo do cosplay com os seus fatos detalhados e sua caracterização impressionante. A Cosplayer entrevista este verdadeiro “camaleão”

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sempre. Um amigo informou-me sobre a palavra “cosplay” e sobre as convenções e o mundo do cosplay. Experimentei ir a uma convenção e apaixonei-me por este mundo! O Tidus foi o meu primeiro cos-play também e tive ajuda com a parte da costura. Tudo o resto fiz eu, incluindo os acessórios e a espada (Brotherhood). Fiquei tão feliz com esta experiência, lem-bro-me de todas as emoções.

Conta-nos um pouco do teu processo de selecção e construção de um novo fato. O que te inspira numa personagem ou fato para o recriares? Quanto tempo demora normalmente um fato a ser terminado?

LEON: Tem tudo a ver com a paixão! Esco-lho sempre personagens que adora ou que me influenciaram. 95% das personagens de quem fiz cosplay são de videojogos e demoro desde 5 dias a 1 mês a fazer o fato. Depende muito do tempo livre e da dificuldade! Por exemplo, fiz o meu cos-play de Draven de League of Legends em 7 dias mas no meu Caius Ballad de Final Fan-tasy XIII-2 demorei 1 mês só com a espada (Ragnarok).

Todos os cosplayers têm pontos fortes e fracos. Quais são as áreas que gostarias de melhorar?

LEON: Os meus pontos fortes são a in-terpretação de armaduras/armas e a con-

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Xemnas (Kingdom Hearts 2)Foto por: Matteo PainAlzak

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Psycho Krieg (Borderlands 2)Foto por: 4mate.fr

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Caius Ballad - Final Fantasy XIII-2Foto por: Alessio Buzi - Fotomania

Dante (Devil May Cry 3)Foto por: Melania Morabito - Evanescent Photography

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strução de acessórios. Também faço o meu melhor na maquilhagem e perucas das per-sonagens que interpreto. Mas o meu ponto fraco sempre foi a costura, especialmente as bases complicadas.

Até agora, qual foi o fato em que gastaste mais tempo?

LEON: Como referi, é o Caius Ballad. De-morei cerca de 2 meses para concluir tudo e foi uma enorme satisfação no fim! Este cosplay tem praticamente tudo: armadura, acessórios grandes, peruca e maquilhagem, interpretação, luzes LED, etc, tudo feito com amor! Até ao momento, qual o fato de que mais te orgulhas? Qual o fato que atraiu mais atenção?

LEON: A maioria das vezes, os fatos mais “simples” são sempre os mais complicados de fazer. Pelo menos, esta é a minha opin-ião! Quando tens uma armadura grande com muitos detalhes, a atenção não está focada na simplicidade mas em todo o fato é muito mais fácil “impressionar”. Mas quando tens apenas algumas coisas porque o cosplay de-verá ser “fácil” de fazer, acho sempre que é mais difícil interpretar porque não tens muitos detalhes e o público irá se focar nas

Dante (Devil May Cry 3)Foto por: Melania Morabito - Evanescent Photography

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Ezio Auditore (Assassin’s Creed 2Foto por: Marcella Fava

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COSPLAYER 39Prince of PersiaFoto por: Alexis-Franck Mbea Photograpy & Sebastian Lanzara

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Draven (League of Legends)Foto por: Reflex Studio & Sebastian Lanzara

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poucas coisas que vê. Por exemplo, o meu cosplay de Vegeta não tem muitos detal-hes, por isso a construção e peruca, mais o físico fazem 90% do fato. Sem isto, as pessoas não ficariam impressionadas pelo fato. Penso que esclareci bem!

As tuas personagens estão bem caracteri-zadas (maquilhagem, perucas, cicatrizes, barba falsa, etc). Poderias nos dar algu-mas sugestões de como fazer?

LEON: É sempre melhor gostar do que se faz! E, claro, se queres fazer algo mesmo bom, tens de tentar e tentar. Não pode melhorar sem desperdiçar materiais/tecidos e experimentar. É muito impor-tante porque tudo se consegue com ex-periência! Nunca deixes de ser humilde e procura inspiração noutros artistas

Quão importante é a fotografia na apre-sentação dos teus fatos? LEON: É muito importante! Muitas vezes, uma perspectiva diferente pode mudar o fato por completo. Tive alguns fotógrafos pessoais e outros muitos bons que fazem

sempre um óptimo trabalho, comigo e com outros cosplayers. Também somos bons ami-gos e isto influencia sempre os resultados fi-nais, como uma boa amizade/sintonia entre o modelo e o fotógrafo.

O que nos podes dizer sobre o teu próximo projecto de cosplay?

LEON: Claro! Tenho alguns projectos grandes em mente mas tudo o que posso dizer é que são de Final Fantasy e… Deus EX! Não posso dizer muito mais e estou muito entusiasma-do por anunciar! Estejam prontos para ver muita coisa futuramente!

Por fim, queres deixar uma mensagem aos nossos leitores?

LEON: Sejam vocês próprios e nunca de-sistam! O Cosplay é magia e amizade, nun-ca percam estas 2 coisas! É muito impor-tante ser humilde e simpático com todos e ser positivo! Podem ter tudo com tempo e paciência, nunca se apressem. Desejo-vos tudo do melhor e espero que tenham gos-tado da entrevista! Do coração e #fomento (energia e “hype”).

Cosplayer i.d.Nome: Leon Chiro Nickname: Leon Chiro Cosplay Art Aniversário: 31 de Maio 1991Nacionalidade: ItalianoLocalidade: Roma, ItáliaProfissão: Estudante (Universidade) e Cosplayer profissional

Cosplayer desde: 2011Número de fatos: 25Personagem favorita: Tidus - Final Fantasy XWebsite: facebook.com/LeonChiroCosplayArt

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Aqualidade crescente do ANICO-MICS atrai cada vez mais pessoas à Biblioteca Orlando Ribeiro, com visitantes de todo o país a afluírem

ao evento, mas nem sempre funciona com os muitos visitantes a ficarem à porta ou nos espaços circundantes, convidativos a uma bela tarde ao ar livre. Mas não é so-bre isso que devemos falar, mas do evento em si. Não obstante estas dificuldades e olhando para o cartaz, conseguimos ver que o sumo que o evento nos proporciona era bastante doce, não havendo um mo-mento morto com actividades sempre a decorrer; palestras; workshops; danças; karaoke e, claro, o Cosplay.

Dentro e fora do auditório, era fantástico ver os resistentes ao calor com os seus fatos, ora a interpretar as suas persona-

O Anicomics, evento já conhecido de quem é visitante assíduo, voltou mais uma vez a Telheiras nos dias 11 e 12 de Maio, para uma nova edição.REPORTAGEM: ANDRÉ PEREIRA FOTOGRAFIA: RAQUEL PIPA & MARIA JOÃO FORTE

gens, ora a pousar para as objectivas dos curiosos. E é o que mais atrai as pessoas a estes eventos, os fatos e o trabalho árduo dos cosplayers que esperam ser reconheci-dos em palco. Palco esse que poucos con-seguiram ver, mas que se podia na mesma na mesma assistir às actividades no mes-mo através de ecrãs no exterior.

Decorreu também a primeira eliminatória do Eurocosplay este ano em terras lusas, em que a vencedora foi Carolina Vargas, com um cosplay e actuação da série de anime Kuragehime (Princess Jellyfish).

Esperamos com ansiedade pelo próximo ANICOMICS.

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DeviantArt

ShowcaseSabe mais em: cosplayerezine.deviantart.com

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Sheryl Nome (Macross Frontier)Cosplayer: 龙鹄Fotógrafo: JencusSingapura

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Mistress9 (Sailor Moon)Cosplayer: LeonorGraciasFotógrafa: Nádia RuivoPortugal

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Eve - Glacial Set (Elsword)Cosplayer: boingbakachiFotógrafo: Leonardo BigliazziItália

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Sheryl Nome (Macross Frontier)Cosplayer: Rah-13Fotógrafa: Manon-BlutsanguenPortugal

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Nerine (Shuffle)Cosplayer: CalssaraFotógrafa: black---butterflyAlemanha

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Alice Liddell (Alice in Wonderland)Cosplayer: NekoNiNiFotógrafa: Raquel PipaPortugal

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Milk (Sakizou)Cosplayer: MirianRoseFotógrafa: Raquel PipaPortugal

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Kendappa - o (RG Veda)Cosplayer: Misaki - SaiFotógrafa: mokrushinaUcrânia

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ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRA FOTOGRAFIA: SAMUEL FELIX EDIÇÃO: LEONOR GRÁCIASALGUMAS FOTOS FORAM GENTILMENTE CEDIDAS PELA PAULA NUNES.

Paula Nunes começou a sua carreira de cosplayer em 2009, mas já conhecia este hobby em Portugal desde alguns anos antes. Uma cosplayer com um especial olho para detalhes, já esteve presente na final do European Cosplay Gathering em 2013. A Cosplayer esteve à conversa.

AsheriaPAULA NUNES

Hana (Gate 7)Foto: Samuel Pereira

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Sheryl Nome (Macross Frontier) Foto por: Leandro Martins

Sheryl Nome (Macross Frontier) Foto por: Leandro Martins

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Para começar, fala-nos um pouco sobre ti! Quem é a Paula Nunes?

PAULA: Uma pessoa criativa que precisa de estar constantemente ocupada e rodeada de arte e de desafios. Deixei o curso de Geo-logia para ir estudar Produção e Marketing de Eventos e logo a seguir Design de Co-municação e Produção Audiovisual porque queria “realizar sonhos”. Acima de tudo, tra-balho muito para realizar os meus.

Como descobriste o Cosplay? O que te at-raiu neste hobby para começares a prat-icá-lo?

PAULA: Desde a minha descoberta do Cos-play até ter começado realmente a fazer, foram uns longos 10 anos. Quando comecei a usar a internet em 2000 já via anime e, como o meio de comunicação online que havia na altura era o mIRC, comecei a ir ao canal anime da Ptnet. Foi lá que ouvi falar dos poucos eventos que havia na altura, mas que já tinham um espacinho na sua programação para os poucos cosplayers portugueses. Comecei a pesquisar mais sobre o assunto. Fascinou-me imenso a ca-pacidade de transpor designs do ecrã para a realidade. Ainda cheguei a tentar fazer 3 fatos – Misao de Rurouni Kenshin, a Maya de Burn Up W e a Princesa Serenity, mas como na altura só sabia costurar um bo-cadinho à mão e só tinha disponível os re-talhos minúsculos que desviava do baú da minha mãe, nunca acabei nenhum desses

Sheryl Nome (Macross Frontier) Foto por: Leandro Martins

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Hana (Gate 7)Foto: Samuel Pereira

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Hana (Gate 7)Foto: Samuel Pereira

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fatos. Fui sempre seguindo a evolução deste hobby magnífico, tanto em Portugal como no estrangeiro, enquanto aprendia a fazer moldes e a costurar sozinha, fazendo fatos históricos e, mais tarde, vestidos lolita. Em 2009 conheci a Susimiu, que era da turma da minha irmã e já tinha feito cosplay antes, que propôs irmos juntas ao Cosplay Photo-shoot do ano seguinte, onde me estreei.

Qual foi o teu primeiro Cosplay? Foste tu própria que o fizeste?

PAULA: Foi o uniforme masculino da Utena do filme. Fi-lo sozinha em 15 dias, o que foi uma batalha. Foi a primeira vez que fiz calças e chapéus, mas o facto de ter de sair da minha zona de conforto em tão pouco tempo ainda me deu mais vontade de ten-tar fazer o fato.

Os teus amigos e família apoiam-te neste hobby? Qual é a sua opinião?

Paula: A minha família apoia-me imenso. Óbvio que se preocupam porque se gasta muito tempo e dinheiro, mas adoram ver-me trabalhar e esforçar-me para fazer as coisas bem feitas, que foi algo que sempre me tentaram incutir desde criança. Além disso, o jeito para a costura vem de família e o jeito para trabalhos manuais foi herdado do meu pai, que adora trabalhar com ma-

Mad Moxxi (Borderlands 2) Foto por: Samuel Pereira

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COSPLAYER 65Bard (Aion - Dark Betrayal) Foto por: N8e

deira e acaba por ficar mais entusiasmado quando tenho props para fazer do que eu própria! A minha irmã acompanha-me mui-tas vezes a eventos e acaba por ser a minha maior ajuda. Grande parte dos meus amigos pertencem à comunidade ou interessam-se por cosplay. São um grande apoio para quando a motivação embaixo ou quando se esbarra com algum obstáculo que parece não ter solução, embora a maioria das con-versas seja por haver sempre tentativas de acrescentar personagens a uma lista já con-siderável de coisas que gostava de fazer. Os que não se interessam são pessoas muito respeitadoras e que me apoiam nas minhas escolhas.

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És tu quem faz os teus próprios fatos de Cosplay? Explica-nos um pouco o teu pro-cesso de como escolhes a personagem até à construção do fato.

PAULA: Sou eu que faço os meus fatos, acessórios e props. Nunca aprendi a cos-turar, o que sei vem de família e corre nas veias, arranjou maneira de se manifestar com muito esforço e treino. A maior parte das escolhas vem precisamente de estar a ver anime ou a jogar qualquer coisa e, para além de gostar da personagem, ainda rep-

resenta um desafio que me faça evoluir de alguma forma. Também acontece ver uma imagem, despertar-me a curiosidade e só depois ter acesso ao meio de onde ela vem. Já me apaixonei ainda mais por designs as-sim, mas também já descartei fatos por serem de personagens sem personalidade ou com as quais não me identifico de todo. Passo muito tempo a pesquisar referências, técnicas, materiais e depois a juntar tudo o que preciso. Só depois é que ponho mãos à obra. Acaba por demorar muito mais tempo, mas os custos também se dividem por esse

Hana (Gate 7)Foto: Samuel Pereira

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tempo todo e não pesa tanto no orçamen-to, mesmo que tenha que comprar algumas coisas já durante a confecção. Nestes anos que faço cosplay mudei muito a maneira como trabalho e neste momento prefiro ter um resultado o mais perfeito possível, mesmo que tenha de adiar vários meses a finalização de um projecto ou refazer vezes sem conta alguma peça.

Até hoje, qual é o fato de que tens mais or-gulho? E porquê?

PAULA: A versão oiran da Hana de Gate 7! Apaixonei-me pela personagem desde o oneshot e pelo design assim que o vi na ilus-tração no primeiro capítulo do manga. É um fato muito colorido, cheio de detalhes es-condidos e tecnicamente muito aliciante. Es-tive muito tempo agarrada a livros e fóruns de kimonos até ter decidido participar com o fato no ECG e começar a trabalhar. Foi um ano de pesquisa, tentativas, erros e traba-

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68 COSPLAYERGladiator (Aion - Ascension) Foto por: CoolADN

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Cosplayer i.d.Nome: Paula Nunes Nick: AsheriaAniversário: 25 de NovembroNacionalidade: PortuguesaLocalidade: Lisboa / Castelo BrancoProfissão: FreelancerCosplayer desde: 2009Número de fatos: 20Personagem favorita: Red de Transistor Website: facebook.com/AsheriaWorkshop

Madam Red (Kuroshitsuji) Foto por: Leandro Martins

lho que culminou com ganhar as selecções do ECG para ir representar Portugal a França em 2013. Vai ter sempre um lugar enorme na minha memória devido à fantástica ex-periência que me proporcionou.

Podes nos dizer o que vai ser o próximo projeto de cosplay?

PAULA: Neste momento estou a trabalhar na Flemeth de Dragon Age II, que conto já ter terminado para o Iberanime LX. Tenho mais alguns projectos mas ainda não sei a ordem pela qual os vou terminar e, depois disso, possivelmente volto a fazer cosplay de Aion.

Como vês o teu futuro como Cosplayer? Vais continuar a fazer Cosplay durante muitos anos?

PAULA: Tenho o péssimo hábito de negli-genciar a parte de fazer photoshoots com os meus fatos acabados. Tenho passado muito tempo a fazer coisas que depois não mos-tro e estou-me a esforçar para mudar isso.

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Espero poder fazer cosplay durante mesmo muito tempo porque é algo que realmente me realiza e me deixa feliz. O desafio man-tém a chama acesa.

Para além do cosplay, o que costumas fazer nos teus tempos livres? Tens outros hob-bies?

PAULA: O meu maior hobby para além do cosplay é mesmo videojogos, que é de onde vem a maior parte das personagens que tenho feito. Quando não estou a costurar passo muito tempo a jogar. Também devoro livros, filmes, séries e anime. Gostava de voltar a fazer mais ilustração e vídeo; é algo que está a voltar aos bocadinhos e às coisas que gosto de fazer.

Queres deixar alguma mensagem aos lei-tores da Cosplayer?

PAULA: Não desistam face às adversidades! Fazer cosplay é frustrante e muitas vezes desconfortável, mas assim que vestimos

Hana (Gate 7)Foto: Samuel Pereira

os fatos, colocamos os acessórios e no final do evento fazemos uma retrospectiva e ve-mos as fotos, compensa todo o sofrimento que tivemos para acabar as coisas e é dos melhores sentimentos do mundo. Acima de tudo, não se esqueçam de se divertir. Afinal, play faz parte de cosplay.

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TutorialTira de LEDs programável em cosplay

Esquemas de montagem

Se pretenderem que a vossa futura espada tenha luz e alterne as cores ou replicar o visor frontal do KIT, estão no sítio certo!

Para este tutorial irão ser apresentados três esquemas diferentes de montagem para diferentes tamanhos e durações. Cabe ao leitor escolher o esquema que mais se adequa às suas necessidades.

ARTIGO: FILIPE JESUS FOTOGRAFIA: CATARINA BRÁS

IMPORTANTE: Este tutorial pressupõe que o leitor tenha conhecimentos básicos de eletrónica e soldadura. A Cosplayer E-zine não se responsabiliza por quaisquer danos que possam advir da aplicação deste tutorial. Tenham cuidado ao manusear o ferro de soldar, façam as montagens sempre com as baterias desligadas, verifiquem sempre as ligações e nunca trabalhem em condições adversas. Caso não se sintam confortáveis, peçam ajuda a um amigo experiente. Previnam-se!

Alimentação• Esquema 1: 3 Pilhas Alcalinas AA 1.5V em série com suporte; • Esquema 2: 3 Pilhas Alcalinas AA 1.5V em série + 3 Pilhas Alcalinas AAA 1.5V

com respectivos suportes;

Lista de Materiais

• Arduíno Uno R3;• Tira de LED WS2812B;• Cabos eléctricos (0.2mm2);• Ferro de Soldar e solda;• Caixa de derivação;• Cola quente;• Tesoura;• Alimentação (depende do esquema,

ver secção própria).

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ESQUEMA 1 TIRA ATÉ 30 LEDS, MUITO CURTA DURAÇÃO 15 MINUTOS

Todos os esquemas foram testados com um programa de teste nas condições apre-sentadas, sempre com as baterias carrega-das. Nenhum apresentou problemas.

No entanto, e dado que o consumo de-pende de inúmeros factores (ex. cor e bril-ho dos LED, tamanho e espessura dos cabos, qualidade das baterias), vejam os valores apenas como referências e testem sempre com a vossa configuração, evitando assim surpresas desagradáveis.

Notem também que existem outras abor-dagens ao problema, como a utilização de baterias tipicamente usadas em mo-delismo (LiPo) com conversores DC-DC. No entanto, essas alternativas fogem do foco deste tutorial, destinado a pessoas com apenas os conhecimentos básicos de eletrónica.

Como a tira de LED e o Arduíno conse- guem suportar uma tensão de 4.5V, 3 pilhas Alcalinas AA 1.5V em série dão tensão su-ficiente ao circuito. Esta arquitectura fun-ciona bastante bem para uma tira de LED pequena (até 30) e para um curto espaço de tempo, mas com o aumento do número

de LED começa a não conseguir manter a tensão perto dos 4.5V. Esta descida de ten-são, além de baixar o brilho dos LED, pára o funcionamento correcto do Arduíno. Ainda assim, se usado apenas durante um skit, serve o seu propósito.

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ESQUEMA 2 TIRA ATÉ 60 LEDS, MÉDIA DURAÇÃO 1 HORA

Uma forma simples de contornar o pro-blema do esquema 1 passa por alimentar o Arduíno com um pack de baterias à parte. Dado o baixo consumo do Arduíno, bas-tam 3 pilhas alcalinas AAA 1.5V em série para que a alimentação dure durante pelo menos uma hora.

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ESQUEMA 3 TIRA ATÉ 90 LED OU MAISLONGA DURAÇÃO 3 HORAS

Uma alternativa recente e segura para alimentação são os PowerBanks, carrega-dores de telemóvel e tablets portáteis!

Existem muitos modelos com especifica-ções diferentes, mas o mais importante é terem uma saída de 5V a 2A e, se possível, outra saída de 5V a 1A. A minha em parti-cular é uma PowerBank 10400 da Intenso, que adquiri a 20,99€ na Niposon, em Lis-boa. O esquema foi baseado nessa Power-Bank.

Como alimentar então o circuito? Simples, através das entradas USB. Adquiram dois cabos USB, cortem-nos e preparem o fio vermelho e preto para poderem ser liga-dos aos circuitos. Certifiquem-se de que deixam o cabo bastante curto para que não existam perdas de tensão indesejadas. Esta é, de longe, a melhor abordagem ao pro-blema para um cosplayer. Os PowerBanks são electronicamente se-guros, recarregam por micro USB, já sepa-ram as alimentações das duas portas USB, incluem um amostrador com o nível de carga e podem ainda incluir um botão para ligar/desligar.

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Unidade de Processamento

É no Arduíno que a magia acontece. Este dispositivo é programado através do com-putador e, quando ligado à tira de LED, controla-a de acordo com o que lhe pro-gramaram! Apesar de existirem muitos modelos, recomendo o Arduíno Uno R3 como primeira compra.

Podem adquirir um Arduíno Uno R3 através de lojas de electrónica especializa-da ou pela internet. Deverá ficar por volta de 25€.

Para o programarem, vão precisar de ins-talar um software no vosso computador (Arduino 1.6): http://www.arduino.cc/en/Main/Software

Após a instalação, irão ter na vossa pasta “Documentos“ uma nova pasta chamada “Arduíno”. Essa pasta, por sua vez, terá uma pasta chamada “libraries”. Nesta pas-ta deverá ficar o software que permite co-municar com os LEDs e colocar a cor que queremos. Existem vários, mas recomendo o NeoPixel da Adafruit. Façam download do zip em https://github.com/adafruit/Adafruit_NeoPixel/archive/master.zip e descompactem dentro da pasta “libraries”. Se tinham o software do Arduíno aberto, fechem e voltem a abrir depois de descom-pactarem esta pasta.

Para criarem um programa simples:• Liguem o Arduíno ao PC com um cabo

USB e abram o software instalado (Ar-duino 1.6);

• No menu “Ferramentas”, vão a “Plac-as” e seleccionem “Uno”. Ainda no menu “Ferramentas”, vão a “Porta” e

seleccionem a porta extra que aparece quando ligam e desligam o Arduíno do PC.

• Em “Ficheiros”, vão a “Exemplos”, “Adafruit NeoPixel” e seleccionem o “strandtest”. Irá abrir uma nova janela com código;

• Nesse código, verifiquem se têm na linha 4 “#define PIN 6” logo no início. Aqui colocam a entrada do Arduino onde o cabo de dados da tira (verde) está ligado. Se seguiram os esquemas apresentados, deixem no valor 6;

• Procurem também na linha 13 “Ada-fruit_NeoPixel strip = Adafruit_NeoPix-el(60, PIN, NEO_GRB + NEO_KHZ800);” e substituam o valor 60 pelo número de LED na tira que pretendem iluminar;

• Cliquem no segundo botão da barra de ícones (seta a apontar para a direita). Se tudo correr bem, aparecerá em baixo uma barra e a mensagem de que o programa foi carregado no Arduíno.

Este pequeno programa de exemplo serve para mostrar ao utilizador diferentes pa-drões nas luzes e como se programam. Se querem o vosso próprio padrão, editem este código antes de o carregarem no Ar-duíno ou criem um novo e baseiem-se neste. Para aprenderem mais sobre como programar, vão a: www.arduino.cc/en/Tu-torial/HomePage

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TIRA DE LED

MONTAGEM

A tira de LED é composta por diversos pontos de luz fixos entre si através de uma fita condutora. Recomendo vivamente tiras de 30LED/1m de WS2812B, nonwaterproof.

Adquiri 5 metros no eBay por 30 € para um projecto pessoal (pesquisem “ambilight”) e estou extremamente satisfeito. Certifiquem-se de que são mesmo as WS2812B e de que a entrada é de 5V, ou podem não funcionar correctamente com os esquemas apresentados!

1. Colocar o programa no Arduíno conforme descrito anteriormente;

2. Contar a tira de LED com o tamanho pretendido pelo picotado;

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3. Soldar os cabos aos terminais da tira. Verifiquem se estão a soldar do lado certo da tira: a seta na tira deve apontar para fora!

4. Fixar os cabos conforme descrito no esquemático, com recurso a uma caixa de derivação ou solda;

5. Utilizar cola quente q.b. (ou terminais próprios) para melhor fixação no Arduíno;

6. Verificar todas as ligações e ligar as baterias! Voilá!

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Que tipo de situações consideras invasivas por parte das pessoas que te abordam nos eventos?

Fazer cosplay não implica consentimento para abusos por parte de visitantes nos eventos. No entanto, existem situações que podem deixar qualquer cosplayer desconfortável enquanto interage com os visitantes como, por exemplo, um comen-tário de caráter sexual, um toque ou um apalpão em alguma parte do corpo. Fora dos eventos estas situações podem chegar ao stalking pelo Facebook.

Como é que achas que um cosplayer deve lidar com estas situações?

ARTIGO: MIGUEL PINTO

VoxplayerNesta edição do Voxplayer damos voz (vox) a algumas cosplayers da nossa comunidade sobre um tema bastante controverso “Cosplay is not consent”.

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ÍRIS: Penso que um cosplayer deve chamar logo a atenção da pessoa que o está a fazer e fazer queixa a alguém da organização do evento (ou voluntário que passe a palavra). Agora, o que realmente aconteceria numa situação real… penso que ou ficaríamos estáti-cos ou alguém poderia ter um infeliz acidente e precisar de primeiros-cuidados…

Antes de tudo quero referir que estamos num país em que a nossa cultura tem por base ser bastante recatada, por isso considero que são bastante raros os casos em que existe algum tipo de situação “muito” estranha. Mas isto pode também ser devido ao facto de eu tentar sempre meter as pessoas mais à vontade (muita gente aproxima-se de mim envergonhada, por isso tento fazer piadas sobre o meu “cosplay”/corpo à mostra, normalmente as pessoas ficam de ânimo mais leve e até falam mais à vontade comigo, lá brincamos com a situação).

O que quero dizer é que para mim uma situação pode não ser invasiva, mas para outra pessoa poderá ser, depende da nossa mentalidade, bem-estar connosco próprios e forma de estar nos eventos. Considero que a única situação que achei invasiva foi quando um rapaz quis tirar uma foto comigo e, sem pedir autorização, agarrou-me pela cintura e puxou-me para ele (eu estava com um cosplay que tinha a barriga à mostra pela primeira vez). Senti-me desconfortável porque foi repentino e não estava nada à espera.

Em conclusão, tenho feito alguns cosplays mais reveladores, e não tenho tido problemas com ninguém, sou uma pessoa que aceita bem os comentários que costumam fazer (provavelmente porque prefiro interpretá-los como elogios na grande parte) os quais não costumam ser tão impróprios como acontece em países como os Estados Unidos.

ÍRIS SANTOS

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ANA: Não me lembro de lidar com algo desse género, pelo menos a um nível demasiado desagradável e dentro da comunidade de cosplay. Eu pessoalmente sou uma pessoa mais directa e, no caso de me tentarem fazer algo, eu não sou de ficar calada. Mas como se diz, “faz o que eu te digo e não o que eu faço” e consid-ero que tais coisas como comentários ou tenta-tivas de aproximação devem ser ignoradas, mas quando já se torna algo mais físico já não se pode ficar calado. Chamem alguém, peçam ajuda a amigos, ameacem a chamar autoridades em caso de se tornar grave – Mas ignorar no momento em que passam da tua zona de conforto, não.

Acho que o tipo de situações que uma pessoa pode considerar invasiva vai sempre depender de pessoa a pessoa: Há quem não goste que lhes abracem sem permis-são, há quem dispense olhares nas pernas ou no peito ou comentários de qualquer género quanto ao seu corpo ou a forma como o expõe, há aquelas pessoas que não querem que lhe tirem fotos ou filmem, entre outros.

Toda a gente tem o direito à imagem e de vestir o que quiser e bem lhe apetece, quer seja em cosplay ou não. O respeito é bonito, e aos poucos e poucos só podemos ter esperanças que as pessoas tenham mais cuidado de como se aproximam de um cosplayer.

ANA VILHENA

*WINNER*

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FLÁVIA: Depende das situações. Eu acho que existem casos e casos. Se for algo mais ligeiro, é chamar a pessoa e deixar bem claro o que fez e que não é admissível, com ou sem fato. Se for um caso mais abusivo, o melhor seria em primeiro lugar avisar a pessoa, ou seja começar por tratar como se fosse um caso ligeiro. Se a pessoa não parar, óbvio que passaria para resoluções mais drásticas. Avisaria primeiro a comuni-dade, acho que evitar casos semelhantes com outras pessoas seria ideal. Se chegasse então a extremos, chamaria as autoridades competentes.

Sinceramente, acho que somos uma “comunidade pacífica” tendo em conta notícias que tenho ouvido de outros países... Acho que as situações mais complicadas que possa ter ouvido falar cá tenham sido apalpões, piropos impróprios,

linguagem abusiva, uma “guerrazita” de palavras e talvez fotos mais impróprias. Coisas que não digo banais, mas que acon-tecem já com roupa “normal”, quanto mais com cosplay. Óbvio que não gosto que aconteçam, mas infelizmente temos que lidar com elas, seja qual for a situação e, se não conseguirem lidar, por favor, peçam ajuda. Gritem, esperneiem se for preciso, não consintam, não é de todo admissível. Eu própria passei por algumas situações indesejadas as quais foram resolvidas na altura. Enfim, este não é de todo um tema fácil a abordar, mas a minha opinião continua a ser a mesma. Além de cosplay-ers somos humanos, homens/mulheres, raparigas/rapazes, que têm o direito de serem respeitados, com ou sem cosplay.

FLÁVIA COELHO

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SOFIA: Perante uma destas situações acho que é importante manter a calma e mostrar desconforto de maneira directa sem armar confusão, porque muitas das vezes é isso que as pessoas querem quando tomam esse tipo de atitudes, e a última coisa que queremos é fazer-lhes a vontade. Se nos sentirmos ameaçados de maneira mais séria, acho que se deve procurar estar acompanhado ou mesmo alertar os seguranças do evento.Da minha parte só ouvi uns quantos piropos inofensivos portanto nunca me senti atacada de nenhuma forma. Algo que consideraria realmente invasivo seria algo como um apalpão, mesmo levantarem uma peça de roupa (saia/vestido) ou até mesmo insistir para fazermos algo que não queremos.

RITA: Numa situação verbal em que não houve contacto físico, penso que o melhor é ignorar, o confronto geralmente leva a mais confusões.

Em caso de apalpão ou um toque que achem que seja impróprio, expressem o vosso desconforto quer seja falando nor-malmente ou libertando todo o inferno na pessoa para que a mesma nunca mais sinta a necessidade de fazer o mesmo.

Felizmente nunca estive perante nenhuma situação grave. Mas há pessoas que não sabem o que é espaço pessoal, o que pode levar a muitos desconfortos numa simples conversa ou a tirar uma fotografia. Também há certas perguntas que se devem evitar, quer sejam de carisma sexual ou não.

SOFIA RODRIGUES RITA RODRIGUES

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CAROLINA: Antes de tudo, é importante definir o que pode ser considerado abusivo ou normal dentro do contexto de evento e de cosplay. Para mim, toda a invasão de espaço pessoal – quer se pergunte ou não – e todos os comentários que possam ter uma conotação agressiva sexualmente ou no respeitante ao aspecto são abusivos. Mas outras pessoas po-dem considerá-lo normal. Assim, se alguém me perguntar “posso tocar em qualquer parte do teu corpo”, sentir-me-ei descon-fortável, mas outra pessoa pode encontrar-lhe alguma graça. Da mesma forma, admito que não me senti bem da única vez em que o tema “cosplay is not consent” se aplicou a mim. Nessa época ainda não se falava sobre este assunto e um jovem, voluntário do evento, questionou-me agressivamente sobre a minha vida privada, com conotação grave, logo antes da minha entrada em palco. Evidentemente que me perturbou e que a coisa não correu tão bem como podia ter corrido… Acredito que, nestas situações, a sinceridade é a melhor opção. Se alguém disser algo que te deixe

desconfortável, diz desde logo que isso não está certo e para, por favor, pararem. Se a situação continuar ou se repetir, sou da opinião que a organização do evento deve ser informada para se tomarem medidas.

Da mesma forma, acho que esta atitude deve ser tomada no caso de uma situação semelhan-te ocorrer a uma pessoa conhecida, ou mesmo um desconhecido que demonstre desconforto evidente. Existem muitos jovens nos nossos eventos que ainda não têm uma ideia certa do que fazer neste tipo de situações: piropos, toques, abusos, tudo isso é ainda estranho para eles. Assim, podem não saber o que fazer. Nessas situações, acho que tomar uma atitude pode ser o mais correcto. Ainda assim, tudo depende do contexto e não devemos tomar acções precipitadas que possam colocar em causa a diversão de todos os interveni-entes. Apesar de tudo, é importante não cair no exagero. Eventos de anime, comics e cultura pop são um local onde há uma certa liberdade e onde, digamos, “tudo é possível”. Existem coisas que não são admissíveis (e isto aplica-se tanto a rapazes como a raparigas).

CAROLINA VARGAS

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ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRA FOTOGRAFIA: SAMUEL PEREIRA

ANIMYUEntrevista a

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Gostaríamos de saber um pouco mais sobre cada uma de vocês. Quem são e o que fazem?

Kim: Sou a Kim, sou... o pai da banda, te-nho feito os uniformes e estudo Design de moda.

Manon: Eu sou a Manon, tenho 26 anos, sou fotógrafa e estudo Comunicação e Multimédia.

Yuki: Olá, eu sou a Inês, tenho 21 anos e estou a tirar o mestrado em treino despor-tivo.

Doki: Eu sou a Doki, tenho 18 anos e es-tou ainda a terminar o 12º ano de escolari-dade.

Como surgiu a iniciativa de formar o grupo Animyu?

Kim: Vou tentar resumir: eu fazia parte de uma “dupla” de danças J-pop e Vocaloid, fomos as primeiras do género a ser con-vidadas para eventos porque até à data fazia-se à entrada com grupos de pessoas que gostavam de dançar. Entretanto isso abriu portas a outros grupos e quisemos aumentar o nosso número, fizemos um casting para um dos Anicomics e forma-ram-se as “BB5”. Infelizmente coincidiu com uma altura em que eu não estava bem de saúde e fui forçada a desistir de dançar

assim como tudo o que fosse esforço físico. Nessa altura, vi-me sem o único hobby que tinha e gostava que era dançar, então ocu-pei-me com a parte da música visto que ja tinha tido bandas anteriormente.

Quando recuperei e finalmente podia vol-tar a fazer o que gostava, a comunidade, já estava saturada de grupos de dança. Então surgiu a ideia de formar uma “banda” de covers, tinhamos de marcar a diferença em algum aspecto, não podiamos ser só mais um grupo de dança. Basicamente convidei pessoas que conhecia e elas convidaram outras tantas, inicialmente éramos 7, mas aos poucos, quer por falta de tempo, ca-pacidades ou disponibilidade, foram de-sistindo. Acabámos por convidar a Manon e ficar com esta formação de 4. Tal como eu, ela já tinha tido bandas, foi só uma questão de conseguirmos dançar e cantar ao mesmo tempo, que não é tarefa fácil quando não se faz playback, acreditem. Acho que aprendi a tolerar artistas que fazem playback, justifica-se em muitos ca-sos! Nós não podemos/conseguimos fazer, mas compreendo perfeitamente.

Manon: Eu não estive no grupo desde a formação, mas decidi aceitar a proposta quando fui convidada porque cantar e dan-çar sempre foi algo que fiz desde pequena. Já tinha saudades de estar envolvida num projecto deste género na comunidade vis-to que não fazia nada desde os Tempura.

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Yuki: Eu sempre quis fazer parte de uma banda que envolvesse não só o canto, mas também a dança, à semelhança dos grupos de idol no Japão. Quando a Kim me convi-dou fiquei muito feliz por poder fazer parte do projecto.

Doki: Eu nunca tinha feito parte de um grupo deste género embora já tivesse pon-derado entrar para um grupo de dança. Acabei por ser convidada para as Animyu e achei que era capaz de ser uma boa opor-tunidade visto que não era apenas dança, íamos cantar também, o que me agradou bastante!

De onde vêm as vossas influências enquan-to grupo?

Kim: Falo por mim quando digo que as minhas influências em nada se reflectem no grupo, fazemos covers de músicas de k-pop, j-pop e anime. Na verdade vejo algum anime, mas o género de música que prefiro

é grunge e metal... às vezes oiço hip-hop e pop mas, não ocupa muito espaço no meu iPod, para ser sincera. Gosto genui-namente de 2ne1 e G-dragon, mas agora em termos de dança já é diferente, aprendi muita coisa de grupos idol tipo Morning Musume, dançarinos do Nico Nico Douga, Miume, Ry, Kozue... e o Taemin dos Shinee confesso que o admiro enquanto dançari-no, gosto do estilo dele.

Manon: As minhas influências sempre vi-eram muito mais do Jrock de bandas como Malice Mizer e Lareine e de algum J-pop e Vocaloid, do que propriamente do K-pop que realmente não é um estilo que con-heça ou que esteja por dentro. O que, por um lado, é bom porque fiquei a conhecer imensas coisas novas.

Yuki: Da minha parte vêm sobretudo do J-pop e anime e também do K-pop. Quando comecei a aprender estas coreografias, eram sobretudo de bandas de J-pop como

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AKB48 e Morning Musume e só então mais tarde é que conheci o K-pop.

Doki: As músicas que costumo ouvir regu-larmente são praticamente todas k-pop, por isso fazer covers deste estilo de música é o ideal para mim!

Falem-nos um pouco do processo criativo. Quem “desenha” as coreografias?

Kim: Ninguém. Somos uma banda de co-vers, logo as coreografias tambem são co-vers, pertencem ao artista. É um processo um pouco aborrecido na minha opinião, é uma das razões que me levou a formar uma banda original fora das Animyu. Co- vers podem ser muito divertidos, mas não nos deixam espaço para alterar nada. A nossa criatividade só é exercida nos uni-formes ou nos vídeos que juntamos para acompanhar a performance.

Como é o ritmo dos vossos ensaios, costu-mam passar muito tempo a ensaiar?

Kim: Individualmente sim. Infelizmente as faculdades/escolas não nos deixam muito tempo para ensaiar em grupo, é dificil gerir horários de 4 pessoas e quase nunca te-mos dias compatíveis, a distância entre nós tambem não ajuda. Eu vivo na margem sul de Lisboa, são 2h30 para chegar ao ensaio, por exemplo.

Portugal tem uma falta enorme, diria até mesmo astronómica, de salas de ensaio abertas ao público. Salas de dança equipa-das com espelhos existem nas escolas de dança, poucas são as que estão disponiveis para alugar e as que estão têm um preço ridículo. São mais as salas de ensaio equi-padas para bandas, nessa área não temos tido problemas.

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Manon: Eu tento ensaiar quando posso! A minha casa é pequena e não tem muito espaço, portanto para mim é muito impor-tante as pequenas reuniões que consegui-mos ter para ensaiar, porque com o espaço que tenho é dificil de conseguir vizualizar tudo como quero. Tirar uns minutos diári-os para ver cada uma das coreografias é o meu método mais eficaz, até para não me esqueçer do que já ficou para trás. Nunca se sabe quando vai ser preciso.

Doki: Eu costumo ensaiar quase todos os dias, nem que seja por uns 15 minutos, já não consigo não ensaiar regularmente, não só porque quero mostrar o meu me-lhor, mas também porque é algo que gosto sempre de fazer. Tentamos gerir bem o tempo enquanto estamos juntas para en-saiar, mas muito trabalho tem de ser feito em casa visto que estamos juntas apenas uma ou duas vezes por semana.

E Cosplay? Alguma de vocês faz cosplay? O que acham deste hobby?

Kim: Eu experimentei uma ou duas vezes, não é coisa que me agrade para ser sin-cera. Mas quando vou aos eventos é so-bretudo pelo cosplay... dos outros! Gosto de ver, não gosto de fazer.

Manon: Eu faço cosplay há cerca de 8 anos e é um hobby que tenciono continuar por mais uns quantos enquanto puder. Cos-play já faz parte de mim e ajuda-me a ser

criativa e a desenvolver novas capacidades que antes não tinha. Não imagino a minha vida sem cantar, mas também não a con-sigo imaginar, neste momento sem a com-ponente cosplay. É uma enorme libertação para mim.

Yuki: Faço cosplay há cerca de 2 anos e meio. Já tinha feito um fato de um anime antes de conhecer este hobby e assim que tomei conhecimento da sua existência, da quantidade de pessoas envolvidas e even-tos, fiquei feliz por os poder fazer até com outras pessoas, sem ser considerada uma ”pessoa estranha”. Aprendi muito graças ao cosplay, seja em costura, maquilhagem, trabalhar com diferentes materias, fiz mui-tos mais amigos e ganhei mais auto-con-fiança. Adoro!

Doki: Eu faço, mas agora que ando ocupa-da com a banda já estou a abrandar. Penso que como tudo na vida, fazer cosplay tem aspectos positivos e negativos. Já conheci muita gente através do cosplay, e aprendi coisas novas, mas também já assisti a mui-to drama e nervosismo por causa desta atividade...

Têm alguma página onde os vossos fãs pos-sam acompanhar o vosso trabalho diário e futuras passagens pelos eventos?

Sim! Podem visitar a nossa página do face-book em: www.facebook.com/animyu

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