Cross Docking

download Cross Docking

of 20

description

Cross-Docking

Transcript of Cross Docking

  • A EVOLUO DA DISTRIBUIO: Cross Docking

    Patricia Fernandes de Oliveira [email protected]

    Resumo As constantes mudanas no mercado levaram a um redirecionamento do foco empresarial

    para o consumidor final. Assim, as formas tradicionais de distribuio que empurravam a

    produo para o mercado, passaram a ser substitudas por novas formas onde o

    abastecimento puxado pela necessidade de mercado. Entre estas novas formas de

    distribuio apresenta-se o sistema Cross Docking. Neste artigo, esse sistema ser

    apresentado, buscando compreender sua estrutura e seus objetivos. O Cross Docking

    opera transferindo a mercadoria diretamente da rea de recebimento para a rea de

    embarque, sem armazen-la, buscando com isso oferecer melhores servios e manter a

    oferta constante de produtos. Alm disso, a pesquisa tem como objetivo identificar as

    vantagens e desvantagens do seu uso e os obstculos de implementao. Entretanto,

    existe pouca investigao sobre o conceito desse sistema, suas modalidades e suas

    principais caractersticas. Alm disso, o seu uso no muito difundido no territrio

    nacional, existindo operadores logsticos que oferecem tal servio mas que no operam

    em tempo integral, mas sim em forma de contrato com os clientes. Dessa forma, a

    avaliao dos objetivos colocados foi realizada atravs de uma anlise conceitual

    baseada em uma pesquisa bibliogrfica e documental, buscando-se assim, apresentar um

    referencial terico com relao aos conceitos e definies referentes ao sistema Cross

    Docking. Tal sistema se apresenta como um novo sistema de distribuio que busca

    oferecer melhores servios e manter a oferta de produtos, atravs da utilizao de

    estoques e preos reduzidos. Para isso, ele reduz o manuseio de materiais dentro das

    instalaes, transferindo a mercadoria diretamente da rea de recebimento para a rea de

    embarque.

    Palavras-Chave: Logstica, Armazenagem, Cross Docking.

  • 2

    1. INTRODUO O ambiente do mercado atual, marcado por uma concorrncia cada vez mais acirrada,

    pela globalizao da economia e por uma revoluo tecnolgica acelerada, levou as

    empresas a visarem melhorias em seus sistemas, principalmente de produo e de

    logstica e distribuio, visando alcanar maior eficincia e melhores servios, e

    consequentemente, um posicionamento no mercado favorvel.

    Segundo Apte & Viswanathan (2000), diversas empresas alcanaram melhorias

    significativas em suas operaes de manufatura por meio da aplicao de sistemas

    operacionais, onde o planejamento das operaes passou a atuar de forma sincronizada

    com o fornecimento. Com os resultados obtidos, o foco empresarial sofreu um

    redirecionamento. Este deixou de priorizar as operaes de produo e passou a priorizar

    as operaes de logstica e distribuio. A nfase seria no sentido de manter os estoques

    em nveis mnimos ao longo da cadeia logstica e realizar as entregas com baixo volume e

    com maior freqncia. Isto porque, com a reduo de estoques, os custos de operao

    correspondentes, principalmente das atividades de picking1, so reduzidos tambm.

    Surge ento, com o objetivo de reduzir o nvel dos estoques e realizar entregas

    freqentes em pequenas quantidades, e com custo operacional reduzido, o sistema de

    distribuio Cross Docking. As instalaes que se utilizam deste sistema no realizam as

    atividades de armazenagem e picking, isto porque a carga recebida por diversos

    fornecedores imediatamente preparada para ser transferida para a rea de embarque.

    Nesse contexto, este artigo busca compreender e apresentar o sistema de distribuio

    Cross Docking e as tcnicas que podem promover uma melhoria da eficincia das

    atividades de logstica e de distribuio.

    1 Picking a atividade responsvel pela coleta do mix correto de produtos, em suas quantidades corretas da rea de armazenagem para satisfazer as necessidades do consumidor. Fonte: Rodrigues (1999)

  • 3

    2. CONSIDERAES GERAIS LOGSTICA & SCM De acordo com o Council of Logistics Management2 (2001), a logstica uma parte do

    processo da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla de forma eficiente

    e efetiva o fluxo direto e reverso e estocagem de bens, servios e a informao

    relacionada, do ponto de origem ao ponto de consumo, com o propsito de atender aos

    requerimentos dos clientes.

    O ambiente altamente competitivo, aliado ao fenmeno da globalizao dos mercados,

    tem exigido cada vez mais das empresas maior agilidade, melhores desempenhos e

    constante procura pela reduo dos custos. Neste contexto, onde as exigncias por

    melhores nveis de produtividade e de qualidade de servios so constantes, a logstica

    assume um papel fundamental entre as diversas atividades da empresa.

    Entretanto, a necessidade de gerenciar as complexas redes de produo juntamente com

    as de distribuio, buscando manter um alto padro de qualidade em seus servios,

    geraram mudanas que ocorreram dentro do canal de distribuio, reestruturando os seus

    relacionamentos. Neste contexto, surge o SCM (Supply Chain Management), que busca

    uma coordenao muito prxima das operaes dentro do canal de distribuio criando

    parcerias.

    Segundo Cooper (1994), SCM supervisiona todos os passos da movimentao de

    materiais, apesar dos limites polticos, geogrficos e coorporativos, desde o fornecimento

    da matria-prima at a ltima entrega ao consumidor final, com o objetivo de satisfazer

    um grupo particular de consumidores. A autora afirma ainda que SCM uma filosofia de

    integrao para gerenciar todo o fluxo de distribuio.

    Neste contexto, segundo Campos (2001), a busca pela maior integrao entre os elos da

    cadeia e por uma maior eficincia, transferem o foco empresarial para o consumidor final.

    A razo que, segundo Tan (2001), em uma cadeia de suprimentos realmente integrada,

    so os consumidores finais que puxam o estoque atravs da cadeia de suprimentos e

    no a produo que o empurra. Com isso, o objetivo passa a ser oferecer melhores

  • 4

    servios, produtos confiveis e manter a oferta dos mesmos com alta flexibilidade, por

    meio da efetiva utilizao de estoques e preos reduzidos. Assim, de acordo com Campos

    (2001), as formas tradicionais de distribuio esto sendo substitudas por novas formas,

    onde o abastecimento puxado pela necessidade de mercado. Entre estas novas

    formas de distribuio apresenta-se o sistema Cross Docking.

    Harrington (1998) afirma ainda que o estoque um velho paradigma e que as empresas

    no usam mais os armazns para apenas estocar seus bens, mas sim para lidar com o

    fluxo de processos integrados dentro da sua cadeia de suprimentos. O Cross Docking se

    apresenta ento, neste novo cenrio, como uma prtica que busca a reduo das

    atividades dentro do armazm, tornando-o menos complexo, ao retirar ou reduzir ao

    mximo possvel as atividades de estocagem e picking.

    3. SISTEMAS DE DISTRIBUIO

    A distribuio fsica representa o transporte de materiais que ocorre a partir do produtor

    at o consumidor final e o canal de distribuio o caminho particular pelo qual os

    produtos passam. Um canal de distribuio pode ser representado por uma ou mais

    empresas que participam desse fluxo de produtos. Entretanto, no existe uma maneira

    nica e ideal para atender todos os clientes. Dessa forma, Bowersox & Closs (2001)

    apresentam trs estratgias logsticas alternativas de distribuio. Essas estratgias

    alternativas so elas:

    1. Estrutura Escalonada: o fluxo de produtos corre em srie entre as empresas e

    instalaes medida que se movem da origem at o destino final, como

    ilustra a Figura 1.

    Figura 1 Estrutura Logstica Escalonada Fonte: Bowersox & Closs (2001)

    2 O Council of Logistics Management uma organizao profissional sem fins lucrativos formada por indivduos de todo o mundo que possuem interesse e/ou responsabilidades em logstica e em suas atividades correlatas que formam a profisso em logstica. Fonte:

    Fornecedor Distribuio Industrial ou Depsito de

    Consolidao

    Fabricante Atacadista ou

    Centro de Distribuio

    Varejista Cliente

  • 5

    2. Sistemas Diretos: sistemas diretos so arranjos logsticos projetados para

    expedir produtos de um ponto ou de um nmero limitado de pontos de

    armazenagem centralizados, diretamente para o destino dos clientes.

    Figura 2 Estrutura Logstica Direta e Escalonada Fonte: Bowersox & Closs (2001)

    3. Sistemas Flexveis: este sistema logstico combina as vantagens da estrutura

    escalonada com as do sistema direto. Esta estratgia de distribuio oferece

    um tratamento diferenciado para itens com diferentes caractersticas. Assim,

    materiais ou produtos de grande sada permanecem em depsitos avanados,

    enquanto que outros itens de maior risco ou de maior valor podem ser

    armazenados em um local central para serem distribudos diretamente aos

    consumidores. O uso deste tipo de estratgia logstica justificado pelas

    exigncias especficas dos clientes. Esse sistema possui outras duas

    vertentes, seriam elas:

    3.1 Sistemas Flexveis de Emergncia: tm como objetivo resolver

    falhas no desempenho logstico planejado e normalmente utilizado

    para atender clientes importantes ou caso a natureza do produto

    requeira solues imediatas.

    3.2 Sistemas Flexveis de Rotina: envolvem procedimentos de apoio

    para atender clientes especficos que, atravs de acordos,

    selecionam a forma de movimentao que suas mercadorias sero

    transportadas. Segundo Bowersox & Closs (2001), existem dois

    arranjos logsticos que se destacam. So eles o fluxo por meio de

    Cross Docks e a consolidao por terceiros.

    Fornecedor Distribuio Industrial ou Depsito de

    Consolidao

    Fabricante Atacadista ou

    Centro de Distribuio

    Varejista Cliente

    Entrega direta da fbrica - EDF Entrega direta da loja - EDL

  • 6

    Na operao de Cross Dock so evitados a armazenagem e o manuseio das mercadorias

    por meio da sincronizao do envio das mesmas pelos fornecedores e a posterior

    separao e consolidao dos pedidos, para realizar em seguida a entrega direta ao

    destino. Segundo Bowersox & Closs (2001), as operaes de Cross Docking esto se

    tornando cada vez mais comuns.

    A outra forma de sistema flexvel seria por meio da utilizao de uma empresa de logstica

    para realizar a consolidao e entrega dos pedidos.

    A estrutura de funcionamento desses sistemas est apresentada na Figura 3.

    Figura 3 Estrutura Logstica Flexvel Fonte: Bowersox & Closs (2001)

    Os sistemas de distribuio vm apresentando um desenvolvimento nos ltimos tempos e

    o uso de operaes tipo Cross Docking tem crescido. Isto porque as empresas vm

    buscando principalmente uma melhoria na eficincia da distribuio, por meio da reduo

    dos custos referentes as atividades realizadas nos depsitos, e a manuteno do nvel de

    servio oferecido aos clientes. Dessa forma, ser apresentado a seguir o sistema flexvel

    Cross Docking citado anteriormente.

    4. CROSS DOCKING

    4.1 Apresentao do Sistema

    Fornecedor Distribuio Industrial ou Depsito de

    Consolidao

    Fabricante Atacadista ou

    Centro de Distribuio

    Varejista Cliente

    Entrega direta da fbrica - EDF Entrega direta da loja - EDL

    Acordos com prestadores de servio

    Operao de Cross-Dock Operao de Cross-Dock

    Acordos com prestadores de servio

  • 7

    EAN International (2000), em seu artigo sobre Cross Docking, o define como sendo um

    sistema de distribuio no qual a mercadoria recebida, em um armazm ou CD, no

    estocada mas sim imediatamente preparada para o carregamento de entrega. De acordo

    com o mesmo artigo desenvolvido pela EAN International, o Cross Docking a

    transferncia das mercadorias entregues, do ponto de recebimento, diretamente para o

    ponto de entrega, com tempo de estocagem limitado ou, se possvel, nulo.

    As instalaes que operam com o Cross Docking recebem carretas completas (FTL) de

    diversos fornecedores e realizam, dentro das instalaes, o processo de separao dos

    pedidos atravs da movimentao e combinao das cargas (ou no), transferindo-as da

    rea de recebimento para a rea de expedio. As carretas partem ento com a carga

    completa, formada pela combinao de diversos fornecedores (FTL). O uso do FTL, tanto

    para o recebimento quanto para a expedio, permite que os custos de transporte sejam

    reduzidos, j que no percurso a ser realizado, o caminho estar utilizando sua

    capacidade total de carga. A Figura 4 ilustra o seu funcionamento.

    Figura 4 Cross Docking Adaptado de Apte & Viswanathan (2000)

    Segundo Jones (2001), o Cross Docking apresenta suas origens no final do sculo XIX,

    quando o Servio Postal Americano comeou a responder ao grande acrscimo do envio

    de correspondncias, transferindo parte das encomendas para suas estaes de

    retransmisso para realizar as entregas. Hoje, suas estaes de retransmisso evoluram

    e podem ser caracterizadas como estaes modelo de operaes Cross Docking.

    O Cross Docking, tambm chamado de distribuio flow through, permite que a

    administrao dos Centros de Distribuio (CD) concentre-se no fluxo de mercadorias e

    no na armazenagem das mesmas. Sendo assim, esse um sistema de distribuio

    baseado na movimentao de material. Sisko, citado por Aichlmayr (2001), afirma ainda

    A

    B

    C

    Centro de Distribuio

    A

    B

    C

    A/B/C

    A/B/C

    A/B/C

    Varejo 1

    Varejo 2

    Varejo 3

  • 8

    que, para uma operao ser classificada como Cross Docking, o produto no pode

    permanecer mais que 72 horas parado no CD.

    A aplicao deste sistema busca reduzir ou eliminar, se possvel, duas das atividades

    mais custosas realizadas em um armazm. Segundo Schaffer (1998), estas seriam a

    estocagem e o picking. Assim, ao buscar reduo de custos atravs da reduo do

    manuseio de materiais, e reduo do nvel de estoques, o Cross Docking trabalha com

    pedidos de ordens dos clientes em menores quantidades, entregues em ritmo mais

    freqente, mantendo o nvel de servio ao cliente. Essa tcnica proporciona diversas

    vantagens tanto para o fornecedor quanto para o cliente. Dentre as diversas vantagens

    identificadas, destacam-se, segundo EAN International (2000):

    1) Reduo de custos: todos os custos associados com o excesso de estoque

    2) Reduo da rea fsica necessria no CD: com a reduo ou eliminao do

    estoque, a rea necessria no CD reduzida.

    3) Reduo da falta de estoque nas lojas dos varejistas: devido ao ressuprimento

    contnuo, em quantidades menores e mais freqentes.

    4) Reduo do nmero de estoques em toda a cadeia de suprimentos: o produto

    passa a fluir pela cadeia de suprimentos, no sendo estocado.

    5) Reduo da complexidade das entregas nas lojas: realizada uma nica entrega

    formada com toda a variedade de produtos dos seus diversos fornecedores.

    6) Aumento do turn-over no CD: a rotatividade dentro do CD aumenta, j que o

    sistema opera com entregas em menores quantidades e com maior freqncia.

    7) Aumento da shelf-life do produto: o tempo de vida que a mercadoria perderia no

    estoque, ela ganha na prateleira venda.

    8) Aumento da disponibilidade do produto: devido ao ressuprimento contnuo

    9) Suaviza o fluxo de bens: torna-se constante devido as encomendas freqentes.

    10) Reduo do nvel de estoque: mercadoria no pra em estoque

    11) Torna acessvel os dados sobre o produto: devido ao uso de tecnologias de

    informao que proporcionam a intercomunicao entre os elos da cadeia, como

    por exemplo o EDI que unifica a base de dados.

    A desvantagem que se pode identificar, segundo Schaffer (1998), estaria nos custos e

    esforos que os outros membros da cadeia de suprimentos teriam que absorver para que

  • 9

    o sistema Cross Docking alcance o sucesso. Esses esforos estariam voltados para a

    implementao de melhorias em seus sistemas com o objetivo de fornecer a base

    necessria para o funcionamento efetivo do Cross Docking. Entretanto, convencer os

    membros da cadeia a absorver estes custos e esforos no uma tarefa fcil, pois deve-

    se ter em mente a cooperao entre todos dentro da cadeia produtiva para atingirem o

    sucesso.

    Com relao aos obstculos referentes ao uso do sistema, Witt (1998) cita como

    principais: a sincronia entre o fornecimento e a demanda, melhoria nos sistemas de

    planejamento e de comunicao das empresas e o desenvolvimento de uma colaborao

    inter e intra-organizacionais, aproximando todos os colaboradores da cadeia de

    suprimentos de forma global. Estes so, segundo o citado autor, os obstculos que

    devem ser superados de forma a permitir a implementao do sistema em uma empresa.

    Segundo Zinn (1998), o Cross Docking uma forma bem diferente da distribuio

    tradicional e dos sistemas de redistribuio e o autor cita como principal diferencial entre

    estes sistemas, o uso da informao, como fator essencial para o Cross Docking. To

    importante quanto gerenciar o fluxo fsico (movimentao de mercadorias), est o

    gerenciamento do fluxo de informaes, que deve ser contnuo. Informaes exatas sobre

    a mercadoria, sobre os fornecedores e os clientes so crticas para o gerenciamento

    efetivo de um armazm ou CD que se utilize do sistema Cross Docking. As informaes

    mais relevantes para o eficaz funcionamento do sistema, segundo Schwind (1996),

    enviadas via EDI so:

    O que est sendo enviado qual o produto; Como est sendo enviado - identificao da transportadora utilizada; Qual a quantidade e a configurao da encomenda (ordem de pedido); Como a encomenda est marcada e identificada; Localizao da doca de descarga das mercadorias e da doca de posterior

    recarga para embarque;

    Descrio do destino intermedirio e final da mercadoria; Data e hora de recebimento das mercadorias e data e hora de envio das

    mesmas;

    Como o produto deve ser manuseado.

  • 10

    O uso dessas informaes permite que a instalao que opera com o sistema Cross

    Docking possa planejar seus procedimentos e operaes, antes que as mercadorias

    sejam recebidas. Dessa forma, organizando seus equipamentos e mo-de-obra, o

    recebimento e a transferncia das mercadorias para a expedio passa a ser realizado

    da forma mais sincronizada e gil, ou seja, no h perda de tempo quando a mercadoria

    chega ao CD.

    Alm disso, pelo fato do Cross Docking operar em tempo real, ou seja, tendo o material

    chegado ao armazm ou CD, ele deve se mover rapidamente atravs da instalao, por

    isso o acesso informao deve ser o mais rpido possvel, com maior exatido e sem

    interrupes.

    De acordo com Zinn (1998), o Cross Docking combina a administrao de estoques com

    o processamento de informaes para criar um sistema capaz de reabastecer com

    freqncia um grande nmero de pontos de entrega. A combinao entre movimentao

    e informao permanente, isto porque, se houver o envio no coordenado de

    encomendas, o estoque em trnsito pode aumentar, necessitando assim de maior espao

    para armazenagem. Desta forma, o Cross Docking no funcionar de maneira eficiente.

    As principais ferramentas e prticas da tecnologia de informao que so importantes

    para o Cross Docking so:

    1. EDI (Eletronic Data Interchange): Segundo Bowersox & Closs (2001), o EDI

    considerado um meio de intercmbio de documentos e informaes entre

    empresas, de computador para computador, em formato padro. As

    informaes podem ser trocadas via modem ou at mesmo via

    Intranet/Internet, com um mnimo de interveno pessoal.

    2. Cdigo de Barra: Segundo Silva (1989), o cdigo de barras uma forma de

    compr uma informao atravs da representao grfica de dgitos numricos

    ou caracteres alfanumricos, por meio da combinao de barras paralelas, que

    so legveis a equipamentos eletrnicos como o scanner de mo.

  • 11

    3. Scanning Leitura ptica: o processo de ler as informaes contidas nos

    cdigos de barras por meio de leitores pticos de no-contato do tipo

    scanners, Silva (1989).

    4. Rdio Freqncia: os sistemas de comunicao via rdio freqncia so

    capazes de identificar, localizar e determinar a condio dos itens,

    promovendo uma reduo do tempo necessrio para contabilizar, localizar,

    monitorar e controlar a distribuio

    5. WMS (Warehouse Management System): Segundo Azevedo (19--), o WMS

    um sistema de gesto por software que possui um alto nvel de controle e

    acuracidade do inventrio. Dessa forma, o sistema permite uma melhoria das

    operaes do armazm atravs do eficiente gerenciamento de informaes,

    permite administrar e rastrear todos os processos de movimentao de

    mercadorias e gerenciar a alocao de recursos humanos, equipamentos e

    endereos.

    4.2 Implementao do Cross Docking O sistema Cross Docking apresenta um grande potencial para controlar os custos de

    logstica e distribuio e para manter o nvel de servio aos clientes, j que busca eliminar

    ou reduzir o estoque no produtivo na cadeia de suprimentos e, junto ele, eliminar

    tambm os custos, o tempo e o trabalho necessrio para o seu gerenciamento. Com isso,

    as economias advindas da implementao e do uso do sistema Cross Docking, segundo

    Richardson (1999), variam de 5% a 20% dos custos de manuseio de materiais, podendo

    atingir economias maiores. O Cross Docking possui ento, uma capacidade de reduzir os

    custos de forma estratgica, pois essa reduo no afeta o seu nvel de servio, ou seja,

    os produtos tornam-se mais disponveis aos clientes e sua entrega mais rpida.

    Entretanto, o sistema de distribuio Cross Docking no to simples de ser executado.

    Dessa forma, antes de ser implementado, a empresa deve avaliar se o uso desse sistema

    lhe trar bons resultados. Para isso, Napolitano, citada por Terreri (2001), afirma que a

    deciso de se implementar tal sistema deve avaliar os seguintes itens:

  • 12

    1. Anlise geral: a empresa deve assimilar o conceito geral do sistema de no

    criar estoques e se adaptar ao acompanhamento da movimentao das

    mercadorias.

    2. Avaliar as operaes em estoques: identificar quais produtos podem ser

    processados pelo Cross Docking, determinar espao suficiente para acomodar

    as operaes do sistema e encontrar fornecedores capazes de suportar as

    operaes do sistema, oferecendo um servio consistente.

    3. Identificar os custos e economias envolvidos: identificar a mudana no custo

    total resultante da introduo do Cross Docking no sistema atual da empresa.

    Dessa forma, torna-se possvel a avaliao do impacto da insero desse

    sistema na lucratividade da empresa.

    4. Reunir os equipamentos necessrios: a escolha dos produtos mais adeqados

    para serem processados pelo Cross Docking seria o primeiro passo, sendo

    que a escolha dos mtodos de troca de informao e de comunicao entre

    os fornecedores tambm muito importante.

    5. Implementar um programa piloto: o programa piloto pode demonstrar como

    que os componentes escolhidos (itens anteriores) iro trabalhar para oferecer

    os nveis de servio esperados, antes que o sistema seja completamente

    implementado.

    Aps as anlises, tendo decidido implementar o Cross Docking, deve-se ter em mente

    que o sistema no to simples de ser executado. Segundo Schaffer (1998), existem pr-

    requisitos para serem cumpridos para que o sistema alcance o sucesso. Esses pr-

    requisitos, segundo o autor, so:

    1) Parceria: quando um membro da cadeia de suprimentos implementa o sistema

    Cross Docking, geralmente os custos e esforos dos outros membros aumentam.

    Por isso, todos os membros da cadeia de suprimentos devem ser capazes de

    suportar as operaes do Cross Docking.

  • 13

    2) Confiana da Qualidade: a qualidade deve ser construda e no inspecionada, ou

    seja, a responsabilidade da qualidade est na produo, isto porque o Cross

    Docking no mantm estoque de produtos acabados, o produto deve ser testado

    assim que sai da produo.

    3) Comunicao entre os membros da Cadeia de Suprimentos: dados sobre vendas,

    pedidos, previso de demanda, entre outros dados, devem ser compartilhados de

    forma a facilitar o planejamento de cada elo da cadeia de suprimentos.

    4) Comunicao e Controle das Operaes: informaes como: que produto e

    quando ser recebido, em que quantidade e com qual destino, so essenciais para

    o planejamento das operaes dentro das instalaes (armazns ou centros de

    distribuio) que se utilizam do sistema Cross Docking. Segundo Apte &

    Viswanathan (2000), no deve haver surpresas quando as portas da instalao

    so abertas no incio do dia.

    5) Mo-de-Obra, Equipamentos e Instalaes: como o sistema Cross Docking

    envolve a quebra de cargas consolidadas, separao de pedidos e reconsolidao

    de cargas, crucial o planejamento da rea necessria, equipamentos e mo-de-

    obra para realizar tais tarefas. Deve haver espao suficiente e mo-de-obra e

    equipamentos especializados para as tarefas de desconsolidao e

    reconsolidao das cargas.

    6) Gerenciamento Ttico: alm de todo o planejamento, parceria, uso de

    equipamentos e sistemas adeqados e alteraes na fora de trabalho, o Cross

    Docking requer um certo nvel de gerenciamento ttico do trabalho. Isto porque,

    quando ocorrem problemas, recursos e mo-de-obra devem ser reorganizados de

    forma a normalizar a situao sem que ocorram grandes perdas.

    Com relao aos pr-requisitos, a EAN International (2000) refora que as restries de

    espao devem ser consideradas com alto grau de importncia. Isto porque, com o espao

    limitado nos horrios de pico, quando a utilizao do espao tanto no cho quanto nas

    docas intenso, as tarefas de desconsolidao e reconsolidao so executadas sob

    grande presso podendo gerar erros.

  • 14

    Devido a sua complexidade de operao e implementao, Schaffer (1998) apresenta um

    programa de implementao do sistema Cross Docking que, segundo o autor, deve ser

    seguido formalmente, a fim de se atingir o sucesso. Este programa deve incluir os

    seguintes passos:

    1. Formao de uma equipe multi-funcional;

    2. Desenvolvimento de mudanas necessrias dentro dos processos;

    3. Desenvolvimento de um plano para implementar tais mudanas;

    4. Implementao e teste das mudanas;

    5. Desenvolvimento de um plano e de um programa de implementao do

    Cross Docking;

    6. A implementao do programa piloto do Cross Docking;

    7. Avaliao do programa piloto e implementao das modificaes

    necessrias;

    8. Implementao do Cross Docking;

    9. Uma reviso peridica da operao e implementao das melhorias

    necessrias.

    Apte & Viswanathan (2000) apresentam ainda dois fatores cruciais para o sucesso do

    Cross Docking, alm dos j citados acima. Esses seriam a taxa de demanda e o custo de

    falta de uma unidade em estoque. Isto porque, devido a complexidade do sistema Cross

    Docking, ele funciona de maneira mais eficiente se for aplicado para a distribuio de

    produtos que apresentem a taxa de demanda estvel e constante e o custo de falta de

    uma unidade em estoque baixo.

    Quando a taxa de demanda estvel e constante, mais fcil realizar o planejamento

    dirio, visando o balanceamento entre o que entra e o que sai, sem criar estoques

    intermedirios. O fato dos custos de falta de uma unidade em estoque serem baixos,

    compensam o aumento da probabilidade de ocorrncia de falta de estoque que o sistema

    Cross Docking proporciona. Isto porque, ao reduzir o nvel de estoque ao mnimo, a

    probabilidade de falta em estoque aumenta, sendo que, se o custo referente a esta falta

    for baixo, h uma compensao e preferncia pelo uso do sistema devido aos outros

    benefcios que ele traz. Assim, deve-se escolher quais produtos so capazes de suportar

  • 15

    a distribuio por Cross Docking. levando em considerao os dois fatores citados

    anteriomente, taxa de demanda e custo de falta de uma unidade em estoque. Apte &

    Viswanathan (2000) apresentam um quadro comparativo desses fatores, correlacionando

    com o Cross Docking, como mostra o Quadro 1.

    Quadro 1 Fatores de Sucesso

    Adaptado de Apte & Viswanathan (2000)

    Cross Docking pode ser

    implementado com sistemas

    e planejamento apropriados

    Armazenagem e Distribuio

    Tradicional so preferidos

    Cross Docking preferido

    Cross Docking pode ser

    implementado com sistemas

    e planejamento apropriados

    Entretanto, apesar de certas caractersticas do produto terem sido citadas como fatores

    de sucesso do uso do Cross Docking, Schwind (1995) afirma que o Cross Docking pode

    ser aplicado a qualquer operao de recebimento/embarque e o artigo publicado pela

    revista Material Handling Engineering (1994), afirma que o tipo de produto a ser

    processado no interfere no sistema, desde que o seu recebimento seja coordenado com

    o seu embarque e essa coordenao obtida pelo uso de sistemas de informao como

    os citados anteriormente.

    4.3 Modalidades de Cross Docking

    O sistema Cross Docking pode operar de formas diferentes, definindo modalidades de

    Cross Docking. Entretanto, diversos autores diferem em suas definies referentes s

    modalidades de Cross Docking existentes, gerando vrias classificaes.

    Inicialmente, Lacerda (2000) classifica o Cross Docking como sendo puro ou futuro. No

    Cross Docking puro, os produtos chegam pelas docas de recebimento e atravessam a

    plataforma diretamente para serem embarcados. O Cross Docking futuro no movimenta

    os produtos imediatamente para os veculos de entrega, mas sim os mantm em uma

    Estvel e constante Instvel e flutuante

    Alto

    Baixo

    Custo de Falta de uma Unidade em

    Estoque

    Taxa de Demanda do Produto

  • 16

    rea de espera para o posterior carregamento. No entanto, o autor ressalta que quanto

    mais futuro for o Cross Docking, maior ser a sua necessidade de espao para a espera.

    Outra classificao seria a apresentada pela EAN International (2000), que mostra o

    Cross Docking podendo ser realizado de duas maneiras. Uma maneira seria o Pre-

    Packed Cross Docking, onde os pacotes so preparados pelos fornecedores de acordo

    com as ordens de cada loja. O CD que opera com este Cross Docking apenas separa e

    embarca os pacotes por lojas e no h manuseio das ordens no CD. A outra maneira

    seria o Intermediate Handling Cross Docking. Nesse tipo de Cross Docking o CD recebe,

    quebra e consolida as cargas, definindo a unidade de distribuio de acordo com o

    consumo das lojas, ou seja, a preparao dos pedidos feita pelo CD atravs do

    manuseio de material.

    Uma outra classificao mais especfica foi apresentada por John A. White III, citado por

    Richardson (1999) e pelo artigo da revista Modern Materials Handling (1998). Segundo

    White III, o Cross Docking pode ser classificado como:

    Movimento Contnuo Unitizado: considerado a forma verdadeira de Cross Docking, a mercadoria flui diretamente das docas de recebimento para as docas de embarque.

    Movimento Consolidado: a mercadoria recebida quebrada e parte dela destinada a um cliente enquanto outra parte destinada a outro ou ento direcionada ao estoque

    e combinada com outros itens do estoque tradicional para formar um pedido completo

    e ser embarcada. Este tipo de Cross Docking considerado hbrido pois pode se

    utilizar do estoque tradicional tambm.

    Movimento de Distribuio: os produtos ao serem recebidos so quebrados e combinados entre si para serem distribudos em cargas completas para os respectivos

    clientes.

    J Zinn (1998) afirma que o Cross Docking uma tcnica flexvel e que pode ser

    implementado com diferentes nveis de sofisticao, tanto no aspecto de comunicao

    quanto no de distribuio. Assim, o autor classifica o Cross Docking em quatro diferentes

    formas:

  • 17

    Direto ou Palete fechado: cada fornecedor prepara um palete por loja e durante a operao os paletes so re-arranjados por loja e cada uma receber apenas um

    caminho contendo o sortimento de produtos pedido.

    Reprocessamento: essa modalidade opera quando o volume destinado a cada loja insuficiente para um palete fechado. Nesse caso, os paletes podem ser abertos e a

    carga fracionada para as diversas lojas.

    Breve armazenagem: nessa modalidade, o Cross Docking opera com uma pequena armazenagem, pois nesse caso o volume fornecido insuficiente no s para formar

    um palete fechado, mas tambm para realizar entregas com a mesma freqncia.

    Assim, os pedidos so formados parte pelo que fornecido e parte pelo que mantido

    em estoque.

    Combinado: o Cross Docking opera combinando as caractersticas das opes anteriores.

    Esses tipos de classificao possuem uma relao entre si e, se bem observados,

    verifica-se na realidade uma necessidade de aprofundamento no assunto. No entanto, as

    classificaes so coerentes entre si, na medida em que todas elas levam em

    considerao fatores diferenciados. Dessa forma, a cada modificao no cenrio ou nos

    fatores de operao, a classificao vai se tornando mais sofisticada, flexvel. Como

    existem diversas variaes de Cross Docking, o sucesso est em decidir qual a melhor

    maneira de execut-lo, levando em considerao o tipo de negcio e a linha do produto,

    Terreri (2001). Na realidade, segundo Apte & Viswanathan (2000), o sistema Cross

    Docking no usualmente utilizado como um sistema puro, mas sim, este normalmente

    combinado com uma estratgia tradicional de armazenagem e distribuio.

    6. CONCLUSES FINAIS

    O Cross Docking um novo sistema de distribuio que busca oferecer melhores servios

    e manter a oferta de produtos, atravs da utilizao de estoques e preos reduzidos. Para

    alcanar tais objetivos ele reduz o manuseio de materiais dentro das instalaes,

    transferindo a mercadoria diretamente da rea de recebimento para a rea de embarque.

    Assim, ele reduz o nvel de armazenamento e acelera a entrega do produto. Entretanto,

    esse sistema pode ser utilizado de formas diferentes e a forma ser utilizada pode

    depender do tipo de produto e da estratgia da instalao.

  • 18

    Sendo o Cross Docking um sistema complexo, para se obter sucesso com o seu uso,

    fabricantes, distribuidores e varejistas devem trabalhar em constante e sincronizada

    integrao dos fluxo de materiais com o fluxo de informao. Alm disso, o uso de um

    programa de implementao passa-a-passo tambm deve ser seguido, j que essa tarefa

    no simples.

    Assim, existem algumas questes chave que devem ser levadas em considerao para o

    melhor aproveitamento deste sistema de distribuio, como: o uso de sistemas de

    informao adequados, equipamentos e mo-de-obra treinados, seleo dos produtos

    capazes de suportar o sistema, criao de uma parceria entre os elos da cadeia de

    suprimentos, entre outros fatores que foram apresentados neste artigo, com o intuito de

    melhorar o sistema de distribuio tornando-o mais eficiente e atingindo as redues de

    custo esperadas.

    O assunto ainda possui amplo espao para estudos posteriores, principalmente no que se

    refere classificao das modalidades de operao, definio dos pr-requisitos para

    implementao do sistema e os fatores de sucesso do mesmo, no sentido de convergir

    em conceitos e definies. Constata-se tambm que a literatura sobre tal sistema

    apresenta-se repetitiva, sem novas consideraes e avaliaes, para isso anlises crticas

    e novas pesquisas precisam ser desenvolvidas. Alm disso, a verificao da real

    capacidade do sistema de reduzir custos e agilizar o fluxo de mercadorias tambm se

    torna uma rea rica.

    7. BIBLIOGRAFIA AICHLMAYR, Mary. Never Touching the Floor. Transportation & Distribution. p 47-52,

    Setembro 2001.

    APTE, Uday M. & VISWANATHAN, S. Effective Cross Docking for Improving Distribution

    Efficiencies. International Journal of Logistics: Research and Applications. p.291-302,

    Vol 3, n 3, 2000.

    AZEVEDO, Fbio. WMS: Sistemas de Gerenciamento de Armazns. Departamento de

    Engenharia Industrial. PUC-Rio. 32 transparncias. [19--]. Disponvel em

    Acesso em: 12 jan. 2003.

  • 19

    BALLOU, Ronald H. Logstica Empresarial: Transportes, Administrao de Materiais e

    Distribuio Fsica. 1 ed. So Paulo: Editora Atlas S.A., 1993.

    BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logstica Empresarial: O Processo de

    Integrao da Cadeia de Suprimentos. So Paulo: Editora Atlas S.A., 2001.

    CAMPOS, Vera. Na Mira da Eficincia. Revista Distribuio. Agosto, 2001. Consultado no

    site www.revistadistribuicao.com.br

    COPPER, Martha C. Logistics in the Decade of the 1990s. Robeson, James F., Copacino,

    William C. The Logistics Handbook. Associate Editor: Howe, R. Edwin. 1994.

    HARRINGTON, Lisa H. The New Warehousing. IndustryWeek. 1998.

    JONES, Allen. Cross Docking is it right for you? Canadian Transportation & Logistics. Setembro, 2001. Disponvel em

    . Acesso em: 05

    ago. 2002.

    LACERDA, Leonardo. Armazenagem Estratgica: Analisando Novos Conceitos. Artigo

    Coppead, 2000. Consultado no site: www.cvlog.net no dia 25/02/02.

    OLIVEIRA, Patricia Fernandes. Um Diagnstico da Distribuio por meio da Prtica do

    Cross Docking: Caso ECT. Dissertao de Mestrado. Departamento de Engenharia

    Industrial. Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Rio de

    Janeiro. Fevereiro, 2003.

    RICHARDSON, Helen L. Cross Docking: Information Flow saves Space. Integrated

    Warehousing & Distribution. p. 51-54, November 1999.

    RODRIGUES, Alexandre Medeiros. Estratgias de Picking na Armazenagem. 1999.

    Disponvel em: Acesso em: 11 mar. 2003

    ROWAT, Christine. Cross Docking: the Move from Supply to Demand. Artigo consultado

    no site: www.dmg.co.uk/distribution/library/9804i.htm no dia 02/03/02.

    SCHAFFER, S. Burt. Cross Docking can Increase Efficiency. Automatic ID News. P.34-37,

    Vol 14, Issue 8, July 1998.

    SCHWIND, Gene F. A Systems Approach to Docks and Cross Docking. Material Handling Engineering. p 59-62, Fevereiro 1996.

    SCHWIND, Gene F. Considerations for Cross Docking. Material Handling Engineering. p 47-51, Novembro 1995.

    SILVA, Vera Lcia Pinheiro da. Aplicaes Prticas do Cdigo de Barras. So Paulo: Ed

    Nobel, 1989.

  • 20

    TAN, Keah Choon. A Framework of Supply Chain Management Literature. European

    Journal of Purchasing & Supply Management. p 39-48, 2001.

    TERRERI, April. Profiting from Cross Docking. Warehousing Management. p 29-34,

    Setembro 2001.

    VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatrios de Pesquisa em Administrao. 3 ed.

    So Paulo: Editora Atlas S.A., 2000.

    WITT, Clyde E. Crossdocking: Concepts Demand Choice. Material Handling Engineering.

    p 44-49, Julho 1998.

    ZINN, Walter. Cross Docking. Revista Tecnologstica. p.22-24, Junho 1998.

    __________________. Cross Docking: How to use the EAN-UCC Standards. EAN

    International. Release 1, January 2000.

    __________________. Cross Docking: A Common Practice Today, Sure to Grow

    Tomorrow. Modern Materials Handling. p.19-21, May 1998.

    __________________. Cross Docking: Hyperactivity on the Dock. Material Handling

    Engineering. p 57-58, Novembro, 1994.

    www.clm1.org Acesso: 11 mar. 2003