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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DA PRODUÇÃO

8ª. EDIÇÃODISCIPLINA: GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

FEG/UNESP GUARATINGUETÁ

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RECURSOS HUMANOS E PSICODINÂMICA DO

TRABALHO

- Segunda Parte -

PROFa. WILMA LUCIA CASTRO DINIZ CARDOSO

28 DE ABRIL DE 2009

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SÍNDROME DE BURNOUT

A Síndrome de Burnout é um quadro clínico mental extremo.

Significa “exaustão, esvaziamento”.

Esse termo foi usado pela primeira vez por Freundenberg (1974) quando o definiu como “um estado de frustração ou fadiga causado pela dedicação excessiva ou prolongada à uma causa, ocorrendo também se a pessoa persistir em uma meta realisticamente inatingível: quanto mais se tenta, maior o desgaste”.

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* Porém, a definição de “Burnout” mais aceita e utilizada foi proposta por MASLACH & JACKSON (1981), que referem que essa Síndrome é composta basicamente por três elementos:

=> Síndrome de esgotamento emocional, onde há uma evidente diminuição dos recursos emocionais e a predominância do sentimento de inutilidade;

=> Despersonalização: onde começam a ocorrer atitudes progressivamente negativas, de cinismo e falta de sensibilidade para com as outras pessoas;

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=> Sentimentos de baixa auto-realização no trabalho: sensação de perda de eficiência no trabalho e de não cumprimento de suas responsabilidades.

• Algumas características importantes:

1) Mais comum em profissionais com alto grau de contato interpessoal;

2) Quase nunca é notado nos estágios iniciais;

3) Desenvolvimento lento, raramente agudo;

4) Ocorre em distintas faixas etárias e em ambos os sexos;

5) Em pessoas competentes, auto-suficientes e que escondem suas fraquezas;

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6) Mais provável de ocorrer após certo tempo de atividade (10 a 15 anos);

7) Ocorre mais em certas categorias profissionais, como por exemplo, médicos, enfermeiros, professores, advogados, engenheiros com alto cargo executivo...

AS MUDANÇAS DE ATITUDE OBSERVADAS NOS SUJEITOS SÃO...

1) Diminuição das metas no trabalho;

2) Menor responsabilidade pelos resultados do trabalho;

3) Descaso para com o paciente ou cliente ou aluno;

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4) Alienação do trabalho;

5) Fechamento e isolamento em si mesmo;

6) Dúvidas e inseguranças sobre sua competência profissional.

IMPORTANTE ACRESCENTAR...

Apesar de alguns momentos os sintomas se assemelharem aos do estresse, a Síndrome de Burnout possui uma característica especial: esses só se apresentam em situações de trabalho. Num outro ambiente, o sujeito sente-se bem, passando até a ser questionado pela veracidade de seus sintomas...

É considerada hoje uma doença do trabalho, sob o título “Esgotamento pelo Excesso de Trabalho na CID-10”.

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FORMAS DE PREVENÇÃO DO BURNOUT

1) Aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia;

2) Prevenir o excesso de horas extras;

3) Dar melhor suporte (apoio) social às pessoas;

4) Melhorar as condições sociais e físicas de trabalho;

5) Investir no aperfeiçoamento profissional e pessoal dos trabalhadores.

6) Reconhecer e Valorizar os profissionais da empresa como o ponto central a ser atingido por todos.

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SÍNDROME DE KAROSHI

Karoshi: morte por excesso de trabalho KARO = sobrecarga de/no trabalho SHI = morte

Definição original: morte súbita, por patologia coronária esquêmica ou cérebro-vascular, em trabalhadores com jornadas de trabalho prolongadas, com mais de 60 horas semanais de jornada de trabalho ou mais com mais de 50 horas-extras mensais, sob ritmo intenso e estressante.

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•É mais comum em trabalhadores de quadros gerenciais e administrativos, no qual além da jornada, outros fatores estão associados:

=>procura por ascensão profissional;

=>numerosas viagens a trabalho;

=>obediência às normas rígidas;

=>mudanças recentes de local de trabalho.

* Em trabalhadores braçais e de produção está associado ao trabalho noturno, número de pessoas insuficientes em seu setor e longo trajeto entre local de trabalho e moradia.

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•Certos acontecimentos devem anteceder as mortes:

Ansiedade e excitação motora relacionadas ao trabalho;

Rápido e inesperado aumento de carga de trabalho;

Problemas ou mudanças no ambiente de trabalho, de caráter inesperado, nas últimas 24 horas.

* No Brasil a sua incidência ainda não está sendo controlada estatísticamente, porém é de nosso conhecimento dos pesquisadores na área da saúde do trabalhador que esses eventos são mais frequentes a cada ano que passa. As razões atribuídas, muitas vezes a esse eventos, porém, não são diagnosticadas como “Karoshi”, por um desconhecimento ainda existente dessa síndrome.

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•O fenômeno foi primeiramente identificado no Japão por Uehata (1989) que descreveu a Síndrome de Karoshi como fatalidades às doenças associadas ao trabalho que são agravadas por um clima tenso no ambiente profissional.

•Observou ainda que não foi encontrada nenhuma correlação das mortes súbitas com outros fatores que não a exacerbação das atividades laborais.

• Uehata (1991) afirmou que no Karoshi foram caracterizados um baixo nível de suporte (apoio?) social, onde o grau de controle de trabalho variava sensivelmente.

• Os trabalhadores achavam o trabalho prazeiroso e consequentemente ignoravam a necessidade de descanso regular e até a necessidade de acompanhamento de saúde.

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• Essas constatações de Uehata sugere que não só os trabalhos de alta tensão/estresse, mas também os trabalhos normais (ativos?) podem ser de alto risco para o desencadeamento do Karoshi.

• A literatura ressalta que gerentes e engenheiros têm uma alta responsabilidade por suas atitudes. Se eles têm demandas extremas e entusiasmo pelo que fazem, podem não controlar suas horas de trabalho.

• Tais trabalhadores podem ser um grupo de risco para o Karoshi.

Há algo, porém, que ainda precisa ser assinalado em relação não só ao Karoshi, mas também em relação ao

Estresse no Trabalho e na Síndrome de Burnout...

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A personalidade Tipo A!

Personalidade de padrão de comportamento descoberto por

Freedman e Rosenman (1959) que afirmam que pessoas com essa tipologia estão mais propensos à

acidentes coronarianos.

Propuseram o conceito de Tipo A de comportamento. Muitos estudos sugerem que a hipertensão, o fumo e o colesterol aumentado, somados com essa tipologia,

são riscos mais frequentes para a presença do Estresse, Burnout e o Karoshi entre trabalhadores.

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•As características principais do indivíduo tipo A são as seguintes:

•Senso de premência do tempo ou a “doença da pressa”;

•Procura por números, orientando-se pela quantidade e não pela qualidade;

•Insegurança de “status”, onde o comportamento manifesto é confiante e seguro, mas de forma latente é inseguro e não confiante;

•Agressão e hostilidade, sendo a competitividade sua característica principal, tendendo sempre a desafiar outras pessoas.

•Crenças irracionais ou “certezas” nas quais o indivíduo acredita e que não tem sustentação lógica, real.

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LER/DORT

* Lesões por Esforços Repetitivos ou Distúrbio Osteomuscular relacionado ao Trabalho (CID-10).

*As LER/DORT constituem atualmente em importantes patologias no contexto organizacional e das relações entre o estresse e o trabalho.

*O indivíduo, no decorrer de seu desenvolvimento, constrói e estrutura formas – tanto no corpo, como na mente – de ser e reagir aos diferentes estímulos a que é submetido.

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* Está sempre procurando, com isso, manter o equilíbrio de seu organismo, porém os vários impactos pelos quais passa, deixam marcas e modificam seu corpo.

* É dentro dessa perspectiva que entenderemos o fenômeno das LER/DORT:

=> Pelos gastos imensos atuais com essas patologias, elas são consideradas problemas de saúde pública.

=> Elas abrangem uma série de comprometimentos, principalmente com incidência nos membros superiores, destacando-se a tenossinovite. (digitadores!)

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=> Atualmente não são “privilégio” apenas daquele tipo de profissional, mas são detectadas em trabalhadores que exercem outras funções de caráter repetitivo.

=> Como a etiologia das LER/DORT é multifatorial fica muitas vezes difícil diagnosticá-las dentro dos modelos médicos bio-físico-químicos baseados em um raciocínio linear, pois se o fator desencadeante fosse somente por esforços repetitivos, A MAIORIA DOS TRABALHADORES AS DESENVOLVERIAM!!!

=> Precisamos entendê-las dentro de outra perspectiva, a PSICOSSOMÁTICA!

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=> Elas são exemplarmente PSICOSSOMÁTICAS, isto é, envolvem não só características bio-física-químicas, como também características psicológicas!

=> O problema é que não é possível precisar ainda claramente, quais seriam as características psicológicas mais marcantes, já que elas se confundem com as de outras doenças.

=> O que temos feito, então, são pesquisas regulares com pacientes que já possuem o diagnóstico “fechado”

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Então, nessas pesquisas as conclusões mais comuns dizem respeito à presença constante de transtornos ansiosos e transtornos depressivos nesses sujeitos.

Sugerimos que os transtornos ansiosos são mais frequentes no início do diagnóstico e os transtornos depressivos como consequência, isso devido a conscientização dos sujeitos das limitações a que geralmente se verão expostos, além das descrenças daqueles que os chefiam ou com eles trabalham da veracidade de sua patologia. (indolentes!)

=> Almeida (1995) além desses transtornos, encontrou em seus pesquisados tendências perfeccionistas (não admitem falhas), necessidade de ultrapassarem seus limites, de receberem reconhecimento e de encobrirem erros do passado.

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=> Segundo essa autora ainda, apresentam grande insatisfação pessoal, preocupação intensa com produção, tanto em termos de qualidade como de quantidade.

=> Além disso, apresentam grande dificuldade em admitir seus “sentimentos de impotência”.

* Nos estudos da Psicossomática há a busca da correlação entre perfis de personalidade e tipos de doenças (DUNBAR & ALEXANDER, 1991). Almeida, porém, tenta refutar essa correlação e enfoca as questões das LER/DORT com as relações do trabalhador com seu trabalho.

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=> Isto é, segundo ela o campo dos conflitos e dos processo patológicos não está restrito às fronteiras da pele do ser humano.

=> Os processos sociais devem ser percebidos e compreendidos dentro de um contexto interpessoal e socioeconômico-cultural.

=> Logo, como o trabalho é importante para a estruturação e a construção das identidades, nas relações de trabalho com características alienantes, Almeida vê que aí está a base e o fundamento para se ter a compreensão das patologias ocupacionais, vinculadas à organização do trabalho, como as LER/DORT.

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Completa Almeida (1995):

é necessário que o trabalhador se perceba por inteiro naquilo que faz, já que o trabalho (geralmente) é fragmentado. Não podendo reconhecer-se neste produto, apenas pode (o trabalhador) reconhecer-se como um pedaço dele.

=> Muitas vezes o trabalho repetitivo é burocratizado (trabalho prescrito, segundo C. Dejours), tirando do trabalhador as possibilidade de criatividade, elemento indispensável à realização e satisfação naquilo que ele faz, além de impedir o desenvolvimento de desejos de transformação constante.

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=> Diante desses aspectos muitas vezes presentes na organização do trabalho e nas relações dos trabalhadores com ele, a consequência é a frustração, raiva e sofrimento.

=> E quando não conseguimos lidar com esses sentimentos eles são transferidos para nosso corpo e nossa mente, através de psicossomatizações e das doenças que acompanham as manifestações do estresse.

ENTÃO...

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• As LER/DORT, na perspectiva

sociopsicossomática, configuram-se como

doenças que remetem a um sentido figurado,

uma metáfora das relações de trabalho em

nossa época, pois o sujeito deflete suas

frustrações... contra si mesmos... já que não se

permitem fazê-lo contra a organização...

• Essas conclusões nos levariam a muitas outras

considerações, mas... deixemos para outro momento.

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CONSUMO DE DROGAS E DE ÁLCOOL NO TRABALHO

* O ser humano sempre procurou fugir de sua condição natural cotidiana, empregando substâncias que aliviassem seus males ou que propiciassem prazer.

* O homem primitivo aparentemente mostrou-se pelo menos nesse setor como portador de uma certa sabedoria, como se uma fronteira separasse o possível do perigoso, quando consumia drogas para aliviar suas dores.

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* Com o passar dos séculos, esse tipo de auto-regulação, esse senso inato de limites desapareceu.

* O recurso das drogas inicialmente de cunho religioso ou médico disseminou-se com o homem nas suas migrações marginalizando-se ou tornando-se culturalmente aceitável ou até mesmo banal.

* Numa perspectiva histórica, podemos afirmar que a droga tornou-se um problema de saúde pública atingindo simultaneamente os médicos e os legisladores a partir da metade do século XIX. (BERGERET, 1991)

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* Inicialmente se concentrando em certas regiões do planeta, o fenômeno está disseminado por todo o mundo, predominantemente nos países industrializados.

* As duas Grandes Guerras vieram sucedidas pelo consumo de drogas pesadas pelos adultos sem, contudo, constituir um problema social. Após os anos 60, atingiu populações cada vez mais jovem, num movimento de crítica a todo sistema ocidental de valores e passou a despertar preocupação. (CALANCA, 1991)

* Diante dessa realidade e querendo falar delas no ambiente de trabalho, iniciaremos por salientar algumas definições fundamentais:

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* DROGAS PSICOTRÓPICAS: “são aquelas que agem no sistema nervoso central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora sendo, portanto, passíveis de auto-administração”. (OMS, 1981)

•USO DE DROGAS: de acordo com a OMS, o uso de drogas pode ser classificado em:

•Uso na vida => quando a pessoa fez uso de qualquer droga pelo menos uma vez na vida;

•Uso no ano => quando a pessoa utilizou drogas pelo menos uma vez nos 12 meses que antecederam uma provável consulta.

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•Uso frequente => quando a pessoa utilizou drogas seis ou mais vezes nos 30 dias que antecederam a provável consulta.

•Uso de risco => padrão de uso ocasional, repetido ou persistente, que implica em alto risco de dano futuro à saúde física ou mental do usuário, mas que ainda não resultou em significantes efeitos mórbidos.

•Uso prejudicial => padrão de uso que já cause dano à saúde física ou mental.

* DEPENDÊNCIA => só existe quando ocorrer pelo menos 3 dos seguintes sintomas ao longo dos últimos 12 meses:

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•Forte desejo ou compulsão de consumir drogas;

•Consciência de dificuldades na capacidade de controlar a ingestão de drogas;

•Uso de substâncias psicoativas para atenuar sintomas de abstinência com plena consciência da efetividade de tal estratégia;

•Estado fisiológico de abstinência;

•Evidência de tolerância, necessitando de doses crescentes da substância para alcançar os efeitos antes produzidos;

•Negligência progressiva de prazeres e interesses outros em favor do uso de drogas.

•Persistência no uso, a despeito de manifestações danosas.

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* As consequências na saúde do uso de substâncias ilícitas são numerosas e diversas e não estão diretamente relacionadas à ação direta da droga propriamente dita, mas também ao modo de administração e a fatores de estilo de vida associados.

* Alguns fatores complicadores incluem o uso do tabaco e do álcool, envolvimento em atividades sexuais de risco; exposição à violência; dieta pobre. (causa ou consequência...)

* Basta ainda afirmar que a dependência à droga é curável tanto de um ponto de vista clínico quanto social. Os quadros sociais, porém, sugerem que, associada a aqueles fatores complicadores, se torna menos curável do que deveria ser.

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* QUANTO AO USO DE ÁLCOOL, ESPECIFICAMENTE, VEREMOS AGORA ALGUMAS DEFINIÇÕES:

•Abuso de Álcool - refere-se ao uso desta substância para modificar ou controlar o estado mental, de uma maneira ilegal ou prejudicial para si ou para os outros.

•Dependência ou Alcoolismo - caracteriza-se pela busca ou uso compulsivo, repetitivo do álcool a despeito de evidentes conseqüências físicas e/ou psicológicas e sociais. (JAFFE, 1992; SHARP, 1992)

•Recaída - refere-se ao retorno do uso do álcool após um período significativo sem utilizar tal substância. (GOLDSTEIN, 1994)

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* O Alcoolismo é o segundo transtorno psiquiátrico mais prevalente na atualidade, sendo superado apenas pelas depressões. (HASIN e cols, 1990; HELZER e cols, 1991).

•Outros estudos demonstram que 90% da população já usaram bebida alcoólica durante a vida; 60 a 70% bebem habitualmente; 40% tiveram problemas temporários em decorrência do uso do álcool; 20% dos homens e 10% das mulheres usam abusivamente e 10% dos homens e 3 a 5% das mulheres são dependentes do álcool.

•Representam 20 a 30% de toda a clientela psiquiátrica.

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* A faixa etária em que mais se consome álcool é dos 20 aos 40 anos, com freqüentes problemas clínicos e psiquiátricos associados (incluindo transtornos de conduta, depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, jogo patológico e transtorno de personalidade anti-social), dificuldades de convivência familiar e social, além de evidentes prejuízos na capacitação e desempenho profissionais. (NIDA, 1991 e outros).

* Segundo Dupont (1984), quanto mais precoce o início do alcoolismo e mais tardia a intervenção terapêutica, maior a chance de tornar-se mais grave e com maior dificuldade de recuperação.

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* O Alcoolismo é o segundo transtorno psiquiátrico mais prevalente na atualidade, sendo superado apenas pelas depressões. (HASIN e cols, 1990; HELZER e cols, 1991).

* O uso do álcool geralmente é caracterizado por períodos de remissão e recaídas freqüentes. O primeiro episódio ocorre freqüentemente na adolescência e o início da Dependência propriamente dita ocorre, na maior parte das vezes, entre os 20 e 30 anos de idade. (US Department of Health and Human Services, 1992)

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* No Brasil, apesar de não dispormos de dados completos ou confiáveis relativos à utilização de drogas e álcool entre funcionários de empresas, não há razão para suspeitar que a situação nesse local seja menos grave, pelas queixas dos empregadores que nos procuram pleiteando acompanhamentos a esses operacionais.

•Trazer essa questão do uso das drogas e do uso do álcool no ambiente de trabalho tem como objetivo aqui alertar sobre essa realidade que muito pode prejudicar ao trabalhador quanto à própria empresa, assim como tornar perigoso para o bem-estar de todos.

* Portanto, a seguir, algumas sugestões de prevenção para evitar esses problemas:

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Através de Treinamentos e Palestras:

• Informar a população de funcionários e chefias sobre os riscos potenciais do consumo de

substâncias lícitas e ilícitas e do álcool;

• Introduzir o tema drogas nas estratégias mais amplas de prevenção à agravos à saúde e promoção

de estilo de vida mais saudável;

• Revitalizar os projetos de atendimento efetivo a trabalhadores, visando a redução de danos em

indivíduos que já apresentem consumo problemático.

. Possibilitar a participação de pessoas da família quando da revitalização desses projetos, como forma

de apoio social.

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RESULTADOS ESPERADOS:

Reduzir a incidência e prevalência de drogadição e do alcoolismo na população alvo.

Reduzir a extensão e severidade dos problemas associados a esse consumo no ambiente de trabalho

e nos níveis pessoal, familiar e social

Combater o desconhecimento e o estigma em torno desses transtornos, criando uma percepção social que proporcione uma melhor qualidade de vida às

pessoas acometidas e a seus familiares.

Fornecer subsídios permanentes ao público alvo quanto à informação, à prevenção e ao tratamento desses

problemas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

* Acredito que amar o que se faz é maravilhoso...

* Acredito que lutar por suas necessidades é por si só muito motivador...

* Acredito que “vestir a camisa da empresa” é o dever (indispensável) de todos...

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* Acredito, porém, que tudo isso deva ser feito com prazer, alegria e em um ambiente que nos favoreça o bem-estar e nossa melhor qualidade de vida.

* Logo, meus senhores, sejamos também amigos de nós próprios e não apenas workholics muitas vezes inconsequentes, não zelando por nossos sonhos que só poderão se tornar realidade através de atitudes responsáveis para conosco e para com as pessoas que amamos.

* Que esse seja um “alerta” constante em suas vidas...

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OBRIGADA!

CONTATOS:

E-mail particular: [email protected]

Tel.: (12) 3152-1837

Celular: (12) 9785-2715