CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE...

32
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA DOHLER S.A E A SUA POSIÇÃO NO MERCADO EM RELAÇÃO AS DEMAIS EMPRESAS DO SETOR TÊXTIL RAFAEL SIMADON SOARES Alvorada 2014/2

Transcript of CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE...

Page 1: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA DOHLER S.A E A SUA POSIÇÃO NO MERCADO EM RELAÇÃO AS DEMAIS EMPRESAS DO SETOR

TÊXTIL

RAFAEL SIMADON SOARES

Alvorada 2014/2

Page 2: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA DOHLER S.A E A SUA POSIÇÃO NO MERCADO EM RELAÇÃO AS DEMAIS EMPRESAS DO SETOR

TÊXTIL

RAFAEL SIMADON SOARES

Artigo Científico apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração pela Faculdade Luterana São Marcos. Orientadora: Profª. Mª Cilane Vieira

Alvorada 2014/2

Page 3: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

2

RESUMO

A proposta deste trabalho é fazer uma análise econômico-financeira da empresa Döhler S.A e compará-la a outras cinco empresas do setor têxtil, subsetor Fios e Tecidos. Esta empresa está localizada na cidade de Joinville – SC. Foi realizada uma pesquisa descritiva e exploratória quanto aos fins e documental, bibliográfica e estudo de caso quanto aos meios. Foram utilizados os Balanços Patrimoniais e Demonstrativos de Resultados da empresa Döhler S.A e das outras cinco empresas selecionadas. Com base nesses documentos, foram realizados os cálculos dos índices de liquidez, atividade, endividamento, rentabilidade, bem como foi feita a análise vertical e horizontal, necessidade de capital de giro e fator de solvência (Termômetro de Kanitz). Por fim foram apresentas as conclusões sobre os indicadores calculados anteriormente, podendo assim analisar a situação da empresa e seu posicionamento no mercado. Palavras-chave : Análise econômico-financeira. Setor têxtil. Índices. Demonstrações contábeis. 1 INTRODUÇÃO

Atualmente, no mundo dos negócios, toda tomada de decisão pode afetar de

maneira contundente o rumo dos negócios de uma empresa. Essas decisões devem ser tomadas com embasamento em diversos fatores, tanto internos quanto externos de uma empresa. Um dos fatores mais importantes nessas tomadas de decisão é a análise financeira, que visa sintetizar a situação econômica de uma empresa disponibilizando dados de fácil entendimento e interpretação aos controladores da instituição. Tais decisões podem ser no âmbito de investimentos na empresa, operacionalização ou aquisição de financiamentos.

Portanto, a empresa precisa ter gestores competentes e capazes de lidar com diversas situações. Os gestores precisam formular estratégias para aumentar a lucratividade da empresa, formular preços, identificar dificuldades e vantagens na empresa. Nesse contexto, o planejamento financeiro por parte dos controladores se mostra de primordial importância para a sobrevivência das empresas no atual cenário econômico, extremamente volátil.

A análise econômico-financeira propicia não somente informações aos gestores das empresas, mas também aos acionistas e aos possíveis futuros investidores. Desta forma, posicionando-os através de relatórios com índices de endividamento da empresa, rentabilidade dos produtos e serviços negociados, liquidez dos recursos, retorno sobre o patrimônio líquido, entre outros. Juntamente aos demonstrativos financeiros, as empresas informam também o resumo das ações tomadas no último ano e o planejamento para o próximo ano.

A análise dos indicadores financeiros de uma empresa não está relacionada apenas ao cálculo dos índices financeiros, e sim na eficaz interpretação dos dados e informações extraídas desses índices. É interessante, portanto, apurar determinados indicadores, focados e divididos em períodos, a fim de efetuar um comparativo com outras empresas do setor, evidenciando dificuldades e possibilidades de melhorias na empresa.

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi feito uma análise econômico-

Page 4: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

3 financeira da empresa Dohler S.A., uma das maiores empresas têxteis do Brasil. Fundada em 1881 na cidade de Joinville (SC-Brasil) por um imigrante alemão chamado Carl Göttlieb Döhler, conta com mais de três mil funcionários e está instalada num parque industrial com 200 mil m² de área construída. Atua na confecção de produtos de cama, mesa e banho, voltados principalmente para o uso doméstico e empresarial, tais como indústria moveleira, de colchões, hotéis e hospitais. A empresa exporta para a América do Sul e América do Norte, mantendo um Centro de Distribuição (CD) em Miami (USA).

Entendendo que uma análise eficiente das demonstrações financeiras é muito necessária para investidores, acionistas e credores; para a administração da empresa ela tem um papel ainda mais importante. É primordial para o controle geral da instituição, tomada de decisões, e um posicionamento dos números e a evolução dos mesmos.

Frente a essa reflexão, coloca-se a questão problemática: Como está o desempenho econômico-financeiro da empresa Döhler, nos últimos cinco anos analisados? Qual a sua posição frente aos concorrentes do setor que atua?

Para responder a questão problemática, este trabalho teve como objetivo geral fazer a análise econômico-financeira da empresa Döhler S.A. e traçar um comparativo entre principais empresas do setor. Foram analisados os balanços dos últimos cinco anos das empresas (demonstrações entre 2009 e 2013) a fim de montar uma performance histórica do período, concluindo com as análises referentes aos indicadores utilizados.

Para se atingir o objetivo geral, definiram-se os seguintes objetivos específicos:

• Coletar as informações das empresas e dados para cálculo dos seus indicadores financeiros (dos últimos cinco anos).

• Calcular os índices de liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade, bem como as análises horizontal e vertical, necessidade de capital de giro.

• Cálculo e análise do fator de solvência, segundo o Termômetro de Kanitz; • Analisar a situação econômico-financeira das empresas através da análise

de seus indicadores. • Fazer um comparativo dos indicadores com seis empresas do mesmo

setor, a fim de perceber o posicionamento da empresa Döhler dentro do mercado atuante.

As informações para análise econômico-financeira da empresa foram coletadas do próprio site da empresa (http://www.dohler.com.br), bem como os dados disponibilizados através do site da Bovespa (http://www.bmfbovespa.com.br).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A seguir, serão apresentados alguns conceitos sobre o assunto abordado,

com base em bibliografias de autores reconhecidos na área de administração financeira.

2.1 Conceito de Análise Econômico-Financeira

A análise econômico-financeira utiliza-se de indicadores financeiros como forma de avaliação das empresas. Segundo Silva (2010) os administradores que

Page 5: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

4 tomam decisões devem ter informações proveitosas acerca dos resultados de desempenho, no intuito de planejar, dar sustentação e tomar medidas adequadas.

Groppelli e Nikbakht (2010, p. 4) mencionam também que “a análise financeira proporciona aos controladores da empresa formas de decidir como fazer investimentos flexíveis e corretos no momento mais adequado possível trazendo mais vantagens”.

Como propõe Assaf Neto (2002 p. 148), “as estratégias são identificadas em três dimensões: operacionais, investimento e financiamento.” Braga (1995, p. 23) complementa que a função financeira tem dois objetivos principais: “obter recursos nas melhores condições possíveis e alocar esses recursos de maneira eficiente nas empresas.”

Com as tomadas de decisões mais adequadas, os administradores possuem maior possibilidade de valorização da empresa. Segundo Weston e Brigham (2004), para que haja um crescimento no valor de uma empresa, o caminho é aproveitar-se de suas vantagens, forças e corrigir os seus erros e fraquezas. Identificando as deficiências, pode-se pôr em prática medidas que a ajudem a melhorar a sua performance.

Para uma boa análise financeira, são de primordial importância os indicadores financeiros. Segundo Jordan, Ross e Westerfield (2008), os índices são ferramentas que auxiliam na comparação entre as empresas. Dessa forma, pode-se analisar outras empresas do setor, a fim de verificar o posicionamento e o desempenho da empresa no mercado atuante.

2.2 O Administrador Financeiro Segundo Gitman (2010) existem dois tipos de Administrador Financeiro que

atuam nas empresas, principalmente de médio e grande porte. O tesoureiro, que faz a gestão das atividades financeiras, como planejar investimentos, captar fundos, fazer a gestão do caixa e atividades de crédito, administrar a área de câmbio, entre outros; e o controller (contador-chefe) que lida com as atividades contábeis em geral, como assuntos fiscais, contabilidade financeira e contabilidade de custos.

Para Jordan, Ross e Westerfield (2008) o administrador financeiro deve se preocupar com três situações: Orçamento de Capital (gerenciamento dos recursos da empresa); Estrutura de Capital (gerenciamento da origem dos recursos, como empréstimos); e Capital de Giro (estoques e obrigações financeiras).

Segundo Groppelli e Nikbakht (2002, p.5):

O administrador financeiro além de se atualizar quanto às mudanças frequentes no campo das finanças, deve também adotar formas mais sofisticadas de planejamento num ambiente tão competitivo como o de hoje, atentando-se para as mudanças que ocorrem dentro e fora da empresa.

Em resumo, conforme Groppelli e Nikbakht (2002, p.5), “os administradores

financeiros são responsáveis pelo reconhecimento e pela resposta aos fatores de mudanças nos ambientes privados, públicos e financeiros”.

2.3 Demonstrações Financeiras Segundo Padoveze e Benedicto (2011), as demonstrações financeiras são um

Page 6: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

5 processo onde os administradores podem fazer uma avaliação da situação econômica, financeira, operacional e de rentabilidade, onde o objetivo é de obter informações a fim de avaliar a continuidade financeira e operacional da empresa.

Padoveze e Benedicto (2011) também ressalta que as demonstrações financeiras são apresentadas de forma simples, com grande agregação de valores. O detalhamento das informações só será disponibilizado de através dos sistemas gerenciais internos da empresa, dificilmente acessados pelos usuários externos.

2.3.1 Balanço Patrimonial (BP) O Balanço Patrimonial transcreve as categorias e volume de ativos investidos

no negócio e as dívidas frente aos financiadores e proprietários, segundo Helfert (2000).

Assaf Neto (2010, p. 47) diz que “o balanço apresenta a posição patrimonial e financeira de uma empresa em um dado momento”. Ou seja, é o principal objeto que apresenta a situação econômica e financeira de uma empresa.

Padoveze e Benedicto (2011, p. 27) consideram que a função básica do Balanço Patrimonial “é evidenciar o conjunto patrimonial de uma entidade, classificando-o em bens e direitos, evidenciados no ativo, e em obrigações e valor patrimonial dos donos e acionistas, evidenciados no passivo”.

Com base nos autores acima, pode-se dizer que o balanço patrimonial é a posição das contas de uma empresa em um determinado período, evidenciando o seu patrimônio através de bens e direitos e obrigações.

2.3.2 Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) Segundo Silva (1995, p.69), “a demonstração de resultado do exercício,

demonstra o resultado obtido pela empresa no período, ou seja, o lucro ou o prejuízo”.

Pode-se complementar o conceito com o que diz Helfert (2000, p. 34), que:

(..) o demonstrativo de resultado é, assim, um suplemento necessário ao balanço patrimonial, pois explica o componente principal de mudança na conta do patrimônio líquido e fornece uma variedade de informações para avaliação de desempenho.

Segundo Padoveze e Benedicto (2011), as demonstrações de resultados

devem ser elaboradas em períodos diário, semanal, anual ou mensal, sendo a última a mais utilizada.

Em resumo as citações dos autores estudados, pode-se afirmar então que a demonstração de resultado do exercício é o informe da empresa referente ao seu resultado num determinado período apurado, ou seja, se houve ganhos ou perdas naquela lacuna de tempo.

2.4 Índices Segundo Gitman (2010, p.48), “as informações constantes nas principais

demonstrações financeiras são de grande importância para diversas partes

Page 7: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

6 interessadas que necessitam regularmente de medidas relativas acerca do desempenho da empresa”.

A análise financeira tem como base os índices financeiros, que podem ser interpretados de forma a monitorar o desempenho histórico de uma empresa. A demonstração de resultados do exercício e o balanço patrimonial são as principais fontes para a base de cálculo dos índices financeiros mais utilizados, segundo Gitman (2010).

2.4.1 Índices de Liquidez Padoveze e Benedicto (2011) indica que os índices de liquidez mostram se os

ativos da empresa são capazes de cumprir com o pagamento de suas dívidas em determinado prazo. Quanto melhor o índice, maior são as condições de a empresa pagar suas dívidas.

Segundo Assaf Neto (2010, p. 163), os indicadores de liquidez “mostram a situação financeira de uma empresa em relação aos diversos compromissos financeiros, como empréstimo e financiamentos”.

Os principais índices de liquidez são: Liquidez Geral, Liquidez Corrente e Liquidez Seca. Estes índices estão relacionados abaixo, conforme fórmulas e definições propostas por Assaf Neto (2010), ilustrados no Quadro 1:

• Liquidez Geral (LG): indica a condição da empresa em pagar as suas dívidas em longo prazo. Quanto maior o índice, melhor a situação.

• Liquidez Corrente (LC): indica a condição da empresa em pagar as suas dívidas em curto prazo. Quanto maior o índice, melhor a situação.

• Liquidez Seca (LS): indica a condição da empresa em pagar suas dívidas em curto prazo, porém sem a contabilização do estoque, que em muitas vezes é vendido a prazo ou demora certo tempo até a venda. Quanto maior o índice, melhor a situação.

Quadro 1: Fórmulas dos Índices de Liquidez

Índices Fórmulas

Liquidez Geral Ativo Circulante + Realizável a Longo PrazoPassivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Liquidez Corrente Ativo CirculantePassivo Circulante

Liquidez Seca Ativo Circulante - Estoques - Despesas AntecipadasPassivo Circulante

Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2010)

2.4.2 Índices de Rentabilidade Os índices de rentabilidade possibilitam aos administradores avaliarem os

Page 8: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

7 lucros da empresa em referência ao nível de vendas, ativos ou investimentos aplicados pelos sócios ou acionistas, conforme ressalta Gitman (2010).

Matarazzo (2003) cita que esses índices evidenciam qual a rentabilidade dos recursos investidos na empresa, ou seja, qual o grau de eficiência econômica da empresa. Portanto, os índices de rentabilidade mostram o quanto renderam os investimentos realizados pela empresa no período, evidenciando se a mesma está sendo lucrativa ou não.

Os autores frisaram quatro principais tipos: Giro do Ativo, Margem Líquida, Rentabilidade do Ativo e Rentabilidade do Patrimônio Líquido.

Segue abaixo, as fórmulas e definições propostas por Gitman (2010), dos principais índices de rentabilidade, ilustrados no Quadro 2:

• Margem Líquida (ML): indica o percentual restante de cada R$ 1,00 de vendas, após a dedução de todos os custos e despesas, incluindo juros, impostos e dividendos de ações preferenciais. Quanto maior melhor.

• Lucro por Ação (LPA): indica o volume de lucro obtido para cada ação ordinária. Quanto maior melhor.

• Retorno do Ativo Total (ROA): indica o coeficiente de geração de lucros sobre os ativos disponíveis. Quanto maior melhor.

• Retorno do Capital Próprio (ROE): indica o retorno do capital investido pelos acionistas ordinários. Quanto maior melhor.

• Giro do Ativo Total (GA): indica a eficiência da empresa em empregar seus ativos para geração de vendas.

Quadro 2: Fórmulas dos Índices de Rentabilidade

Índices Fórmulas

Margem Líquida Lucro Disponível aos Acionistas OrdináriosReceita de Vendas

Lucro Por Ação Lucro Disponível aos Acionistas OrdináriosNúmero de Ações Ordinárias

Retorno do Ativo Total Lucro Disponível aos Acionistas OrdináriosAtivo Total

Retorno do Capital Próprio Lucro Disponível aos Acionistas OrdináriosPatrimônio Líquido

Giro do Ativo Total Receita de VendasAtivo Total

Fonte: Adaptado de Gitman (2010)

Page 9: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

8 2.4.3 Índices de Estrutura de Capital

Os índices de estrutura de capital de uma empresa mostram a participação de

recursos de terceiros que está sendo usado para a geração de lucros, conforme afirma Gitman (2010).

Segundo Silva (2010) estes indicadores têm relação com a composição da captação e medem o nível de imobilização dos recursos.

Os principais índices que foram citados pelos autores são: Endividamento Geral, Composição do Endividamento, Imobilização do Patrimônio Líquido e Participação de Capital de Terceiros.

Segue abaixo, as fórmulas e definições propostas por Gitman (2010) de índices de Endividamento Geral, Matarazzo (1998) de Endividamento de Curto Prazo e Ribeiro (2011) de Participação de Capitais de Terceiros e Imobilização do Patrimônio Líquido:

• Endividamento Geral (EG): indica qual a participação proporcional de capital de terceiros sobre o ativo total da empresa. Quanto menor o índice, menor é a participação de recursos de terceiros.

• Endividamento de Curto Prazo (ECP): indica qual é o percentual de dívidas de curto prazo, em relação ao endividamento total.

• Participação de Capital de Terceiros (PCT): indica qual a participação de capital de terceiros sobre o capital próprio da empresa. Quanto menor o índice, menor a utilização de capital de terceiros.

• Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL): indica a participação proporcional do Patrimônio Líquido no Ativo Permanente da empresa. Quanto menor o índice, menos o AP consome do Patrimônio Líquido.

Quadro 3: Fórmulas dos Índices de Estrutura de Capital

Índices Fórmulas

EG Passivo Exigível Total x 100 Ativo Total

ECP Passivo Circulante x 100 Passivo Exigível Total

PCT Passivo Exigível Total x 100 Patrimônio Líquido

IPL Ativo Não Circulante - Realizável a Longo Prazo x 100 Patrimônio Líquido

Fonte: Adaptado de Gitman (2010), Matarazzo (1998) e Ribeiro (2011)

2.4.4 Índices de Atividade Para Silva (2010), os Índices de Atividade estão relacionados com os índices

Page 10: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

9 de liquidez, pois não basta apenas verificar o volume de vendas ou formas de pagamento disponíveis na empresa disponíveis para quitação das suas dívidas, mas também saber quando estes recursos se converterão em recursos disponíveis.

Segundo Gitman (2010), índices de atividade indicam o tempo que diversas contas são convertidas em vendas efetivas ou caixa. Pode-se realizar uma análise então, que os índices de atividade têm início nas compras de matéria-prima e finda com o recebimento das vendas.

Segue abaixo, as fórmulas e definições descritas por Silva (2010) dos principais índices de atividade:

• Prazo Médio da Rotação dos Estoques (PMRE): indica a liquidez do estoque de uma empresa.

• Prazo Médio de Recebimento (PMRV): indica o prazo médio de recebimento das vendas a prazo.

• Prazo Médio de Pagamento (PMPC): indica o prazo médio de pagamento das obrigações junto aos seus fornecedores.

Quadro 4: Fórmulas dos Índices de Atividade

Índices Fórmulas

PMRE Estoques x 360 CMV

PMRV Contas a Receber x 360 Receita de Vendas

PMPC Fornecedores x 360 Compras

Fonte: Adaptado de Silva (2010)

2.5 Análise Horizontal (AH) A Análise Horizontal (AH) é um comparativo de todas ou determinadas contas

do Balanço Patrimonial e do Demonstrativo de Resultados, a fim de averiguar a evolução, crescimento ou diminuição das mesmas em relação ao exercício anterior, mostrando através de valores percentuais, conforme cita Padoveze e Benedicto (2011).

Segundo Assaf Neto (2010, p.101), trata-se de “um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números-índices, sendo seus cálculos processados de acordo com a seguinte expressão”, conforme o Quadro 5:

Quadro 5: Fórmula para Análise Horizontal

Análise Fórmula

AH [Vd / Vb] x 100

Onde: Vd representa o exercícioatual e Vb o exercício anterior.

Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2010)

Page 11: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

10

Padoveze e Benedicto (2011, p. 202), ainda ressalta que há a possibilidade de ser calculada a Análise Horizontal Real (AHR) a fim de “identificar o crescimento ou variação de período a período, levando-se em conta a inflação da moeda de cada período”. Seria expresso então pela seguinte fórmula: AHR= [(Análise Horizontal Nominal / Índice de Inflação do Período)-1]x100.

Conforme mencionado pelos autores acima, resume-se que a Análise Horizontal busca evidenciar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras da empresa, a fim de estabelecer um comparativo entre elas.

2.6 Análise Vertical A Análise Vertical (AV), segundo Padoveze e Benedicto (2011), é o estudo de

qual o percentual de participação de cada conta dos demonstrativos financeiros, tendo como base de 100% um determinado elemento patrimonial.

Segundo Assaf Neto (2010), também se trata de um processo comparativo de contas expressas em percentual, que auxilia e corrobora nas conclusões tiradas da Análise Horizontal, uma não sendo excludente a outra.

Conforme Assaf Neto (2010, p.103), esse processo “se aplica ao se relacionar uma conta com um valor afim ou relacionável”, conforme o Quadro 6:

Quadro 6: Fórmula para Análise Vertical

Análise Fórmula

AH [Conta / Total do Grupo] x 100

Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2010) Conforme os autores acima, sintetiza-se o conceito de Análise Vertical, um

estudo que identifica quais as contas de maior ou menor relevância dentro das demonstrações financeiras de uma empresa.

2.7 Necessidade de Capital de Giro (NCG) Para Matarazzo (1998), necessidade de Capital de Giro é um conceito

fundamental para a análise da empresa do ponto de vista financeiro, mas também de estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade.

Conforme Matarazzo (1998, p. 344):

O ativo circulante operacional é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra/produção/estocagem/venda, enquanto, o passivo circulante operacional é o financiamento, também automático, que decorre dessas atividades.

A necessidade de Capital de Giro, portanto, será a diferença destas duas

atividades (NCG=ACO-PCO). Matarazzo (1998, p. 344), também complementa que nas empresas podem ocorrer as seguintes situações básicas:

ACO menor que PCO: é a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para a qual a empresa deve encontrar fontes adequadas de financiamento.

Page 12: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

11

ACO igual a PCO: neste caso a NCG é igual a zero e, portanto a empresa não tem necessidade de financiamento para giro. ACO maior que PCO: a empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos operacionais. Sobram recursos das atividades operacionais, os quais poderão ser usados para aplicação no mercado financeiro ou expansão de planta fixa.

Matarazzo (1998) ainda menciona que a Necessidade de Capital de Giro pode

ter três tipos de financiamentos: Capital Circulante Próprio (parte do Patrimônio Líquido); Empréstimos de Longo Prazo e Empréstimos de Curto Prazo (Duplicatas Descontadas).

2.8 Modelo de Kanitz Utilizando a análise financeira, através dos indicadores mencionados, pode-se

verificar qual a possibilidade da empresa de entrar em processo de falência ou manter as suas operações no mercado.

Através de equações matemáticas, diversas são as formas de determinar a situação da empresa em relação a uma possível falência, como pode-se citar as fórmulas de: Kanitz, Altman, Elizatsky, Matias e Pereira.

Um dos modelos mais conhecidos e utilizados é o Modelo de Kanitz, que calcula o fator de insolvência das empresas.

A seguir, a Figura 1 mostra a fórmula para cálculo, conforme apresentado pelo autor:

Figura 1: Como calcular o fator de insolvência de Kanitz

Fonte: KANITZ, Revista Exame, 12/1974

Após o cálculo do fator de solvência, Kanitz propõe determinar em qual

estágio a empresa está em relação a sua solvência conforme a Figura 2:

Page 13: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

12

Figura 2: Termômetro de Insolvência

Fonte: KANITZ, Revista Exame, 12/1974

Desta forma, Kanitz indica qual a situação da empresa em relação a sua

solvência conforme abaixo: Solvente (acima de 0): Menor possibilidade de falência da empresa. Quanto

maior o valor, menor será essa possibilidade. Penumbra (0 a -3): Não se consegue determinar suficientemente a situação

da empresa, sendo necessária a utilização de mais índices para o ajudar no cálculo do fator de insolvência.

Insolvente (-3 a -7): Maior possibilidade de falência da empresa. Quanto menor o valor, maior será essa possibilidade.

3 METODOLOGIA O estudo teve como base a empresa Döhler S.A, indústria do segmento de

cama, mesa e banho, localizada em Santa Catarina. Foram utilizadas as demonstrações financeiras dos anos-exercício 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013, julgando-se um período adequado para uma análise consistente de desempenho recente da empresa. Foram utilizados os balanços patrimoniais e demonstrativos de resultados da empresa.

Vergara (2010) propõe dois critérios básicos para a classificação de pesquisas: quanto aos fins e quanto aos meios.

Quanto aos fins, a pesquisa foi de forma descritiva, pois foi exposta a posição da empresa em relação ao setor que está inserida. E também foi de forma exploratória, pois teve como finalidade apresentar de um modo geral o desempenho econômico-financeiro da empresa em estudo.

Quanto aos meios, a pesquisa classificou-se como documental, bibliográfica e estudo de caso. Documental, visto que foram coletados documentos como Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultado de Exercício e Relatório da Administração. Realizou-se de forma bibliográfica, tendo em vista que foram utilizadas informações de livros, artigos, revistas, para a formação da Fundamentação Teórica do trabalho. E, também, um estudo de caso, pois foi analisada uma empresa específica.

O universo de pesquisa ocorreu no setor têxtil e foi realizada uma amostra neste setor, sendo analisadas informações de cinco empresas do mercado, além da

Page 14: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

13 empresa em estudo. A seleção da amostra foi não probabilística por acessibilidade, pois foram definidos pelo autor os elementos pertinentes ao caso específico. A pesquisa classificou-se ainda, como quantitativa, pois foram analisados os dados contábeis da empresa em estudo e de suas principais concorrentes.

Os dados foram coletados através dos balanços patrimoniais e demonstrativos de resultados das mesmas, disponíveis no site da Bovespa (https://www.bmfbovespa.com.br/). O tratamento dos dados foi feito através de uma análise documental e os resultados foram apresentados em forma de tabelas e gráficos, permitindo a melhor visualização.

A pesquisa teve algumas limitações como a ausência de algumas informações por parte das empresas, que não são exigidas pelas normas da BMF&Bovespa. Houve dificuldade também em relação às outras empresas do setor, tendo em vista que muitas delas têm o Patrimônio Líquido negativo.

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Antes de iniciar a análise dos indicadores financeiros da empresa Döhler, foi

necessário fazer a coleta das demonstrações financeiras do site da Döhler e BMF&Bovespa, bem como das demais empresas. Com as demonstrações padronizadas do site da BMF&Bovespa, facilitou-se a comparação dos dados, bem como o trabalho do analista.

Primeiramente, foram selecionadas as empresas da seguinte classificação do setor de atividade: Consumo Cíclico / Tecidos, Vestuário e Calçados / Fios e Tecidos. Além disso, não foram utilizadas empresas com Patrimônio Líquido negativo.

Foi selecionada também uma faixa de empresas onde a soma da receita bruta dos últimos cinco anos tenha sido semelhante ao da Döhler, ou seja, que a variação da soma das receitas de cada uma das demais empresas não tenha ultrapassado o percentual de 75%, tendo como base a empresa Döhler. Desta forma, foram eliminadas as empresas Wembley, Coteminas e Springs, estas apresentando variação acima de 540% e também a empresa Encopar, devido a variação superior a 95%, conforme mostra a tabela nº 1.

Tabela 1: Empresas Classificadas

Empresa Receita de 2009 à 2013 (R$ mil) Variação

Wembley S.A. 10.873.988 657,95%

Cia de Tecidos Norte de Minas Coteminas 10.861.863 657,11%

Springs Global Participações S.A. 9.254.792 545,09%

Cia Fiação Tecidos Cedro Cachoeira 2.468.975 72,10%

Cia Tecidos Santanense 1.708.956 19,12%

Karsten S.A. 1.706.405 18,94%

Döhler S.A. 1.434.655 0,00%

Pettenati Indústria Têxtil S.A. 1.216.484 -15,21%

Cia Industrial Cataguases 969.064 -32,45%

Encorpar S.A. 12.125 -99,15%

Page 15: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

14

Gráfico 1: Empresas Classificadas

Portanto, foi realizada a análise econômico-financeira da empresa Döhler S.A. (empresa do estudo de caso), em comparativo com o setor, englobando as empresas Cedro, Santanense, Karsten, Pettenati e Cataguases.

4.1 Índices de Liquidez A seguir, a análise dos índices de liquidez (Geral, Corrente e Seca) da

empresa Döhler e da média do setor dos últimos cinco anos.

Gráfico 2: Índices de Liquidez

Page 16: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

15

O índice de liquidez geral mensura quanto a empresa possui de Ativo Circulante e Realizáveis a Longo Prazo para cada R$ 1,00 de dívidas totais, ou seja, avalia a capacidade de pagamento de dívidas de curto e longo prazo da empresa.

No gráfico 2, pode-se observar que a empresa Döhler teve ótimos índices durante os anos analisados. Em quatro dos últimos cinco anos possuem índices acima de 2,00, mostrando que a empresa tem plena capacidade de honrar com seus credores, com folga ainda de 100%. Em 2012, o índice foi de 1,94, provavelmente impulsionado pela aquisição de empréstimos no curto prazo no ano, em torno de R$ 29 milhões.

O índice de liquidez corrente indica quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo, ou seja, avalia a capacidade de pagamento de dívidas que tenham vencimento dentro do ano do exercício.

No gráfico 2, pode-se observar que a Döhler também tem ótimos índices, todos os anos acima de 4,00, exceto 2012, onde tomou recurso de terceiros, finalizando o ano com R$ 29 milhões de empréstimos de curto prazo, conforme citado acima. Pode ser ressaltado também que apenas a conta contábil “Caixa” da Döhler, de modo geral, consegue cobrir todo o Passivo Circulante da empresa. O índice de liquidez seca revela quanto a empresa possui de Ativo Circulante, não considerando Estoques, para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo.

No gráfico 2 ainda observa-se que a Döhler mantém o índice acima da média do setor, chegando a uma média de 2,89 nos últimos cinco anos. Isso demonstra que apenas com os recebimentos das Contas a Receber, considerando uma média de inadimplência de empresas de 5%, segundo a Serasa Experian, ainda assim a Döhler consegue cobrir todo o seu passivo de curto prazo.

Em comparação com as outras empresas do setor, a Döhler se mostra acima da média nos três índices calculados, com certa variação no ano de 2012, ano que foi verificado aumento na dívida de curto prazo da empresa. 4.2 Índices de Estrutura de Capital

A seguir, apresenta-se a análise dos índices de estrutura de capital

(Endividamento Geral, Endividamento de Curto Prazo, Participação de Capitais de Terceiros e Imobilização do Patrimônio Líquido) da empresa Döhler e da média do setor dos últimos cinco anos.

Page 17: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

16

Gráfico 3: Índices de estrutura de capital

O endividamento geral indica quanto as dívidas totais da empresa representam sobre o seu Ativo Total. Portanto, quanto menor o índice, melhor será a avaliação da empresa.

No gráfico 3, pode-se observar que a Döhler mantém uma média de 23% de endividamento em relação ao seu ativo, ou seja, de cada R$ 1,00 dos ativos a empresa financia R$ 0,23 com outro tipo de capital que não o próprio.

Do ponto de vista financeiro, a empresa tem pouca dependência desses terceiros e grande liberdade para tomada de decisões financeiras.

O endividamento de curto prazo mostra como é a política de obtenção de recursos da empresa, ou seja, se a concentração de dívidas está mais no curto ou longo prazo.

Este indicador mostra que a Döhler concentra cerca de 10% do seu endividamento no curto prazo.

Analisando esse índice, combinado aos bons índices de liquidez, pode-se verificar que a empresa utiliza os recursos de curto prazo para investimentos e não para cobertura de outras dívidas. Essa captação se justifica desde que a margem dos produtos vendidos consiga cobrir os custos dessa tomada de recursos.

A participação de capitais de terceiros da Döhler, manteve uma média de 31% nos últimos cinco anos.

Nota-se, que tanto o endividamento geral quanto a participação de capitais de terceiros da empresa, possui um valor concentrado, cerca de R$ 60 milhões (80,23%) em Tributos Diferidos no Passivo Não Circulante, ou seja, Imposto de Renda e Contribuição Social. Esse valor decorre de prejuízos ficais e bases negativas da contribuição social e de diferenças temporárias originadas entre receitas e despesas lançadas no resultado, entretanto, adicionadas ou excluídas

Page 18: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

17 temporariamente na apuração do lucro real e da contribuição social, conforme as Notas Explicativas da empresa. A imobilização do PL indica quanto o Ativo Permanente é financiado pelo Patrimônio Líquido da empresa. A Döhler apresenta uma média de 66% de imobilização do PL nos últimos cinco anos. Ou seja, sobram ainda 34% do PL para financiamento do Ativo Circulante da empresa, diminuindo a necessidade de capital de terceiros.

Em uma análise com o setor, a Döhler apresenta todos os seus indicadores de endividamento abaixo da média, na maior parte, com relativo distanciamento da curva do mercado. A empresa possui certa concentração nas dívidas de curto prazo, a fim de efetuar investimentos que, mesmo com os custos de captação, ainda apresentam boa rentabilidade. Dessa forma, conseguiu manter um nível de Caixa nos últimos anos em torno de R$ 50 milhões. Segundo as notas explicativas da empresa, a empresa adota uma política de gerenciamento de riscos que implica em manter um nível seguro de disponibilidades de caixa ou acessos a recursos imediatos. 4.3 Índices de Atividade

A seguir, mostra-se a análise dos índices de atividade (Estoque, Recebimento,

Pagamento e Ciclo de Caixa) da empresa Döhler e da média do setor dos últimos cinco anos.

Gráfico 4: Índices de Atividade

Os índices de atividade de uma empresa visam auxiliar na análise principalmente em relação ao capital de giro da empresa.

A Döhler, nos últimos cinco anos, apresenta um alto ciclo de caixa, ou seja, precisa de um alto valor de capital de giro para manter-se. Verifica-se que o reduzido prazo de pagamento aos fornecedores, é um dos principais fatores para essa alta necessidade de capital de giro. A Döhler parece não ter muita credibilidade com os fornecedores ou compra com menores preços devido ao pagamento em curto prazo. Como a empresa apresenta bons indicadores de rentabilidade e certo endividamento

Page 19: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

18 de curto prazo, pode ser notado que a empresa capta empréstimos bancários para adquirir dos fornecedores com menor custo, pelo menor prazo de pagamento. É uma decisão onde a empresa avalia os custos de captação em relação à barganha de preço que possa ter com os fornecedores. Em comparação ao setor, a empresa tem prazos muito menores, porém essa parece ser uma tendência no setor já que o prazo médio de pagamento do setor nos últimos cinco anos foi de 23 dias.

O ciclo de caixa da empresa não baixou de 227 dias no período, sendo que no ano de 2010 teve o maior índice, chegando a 262 dias, impulsionado pelo menor prazo de pagamento do período (10 dias) e o maior tempo de renovação de estoque (174 dias) de mercadoria parada.

Em relação ao setor, nota-se que a Döhler está com a média mais baixa que as outras empresas analisadas. Ou seja, a empresa paga com menor prazo e recebe mais tarde do que os seus concorrentes. Em geral, a empresa está com índices de atividade pior do que o setor, pois paga em curto prazo, seus estoques demoram mais tempo para circular e o seu prazo de recebimento é maior, podendo ser essa uma das formas para conseguir realizar suas vendas. Essa decisão somente será benéfica à empresa caso o poder de negociação com o fornecedor seja favorável e que a rentabilidade da empresa não diminua com o maior prazo de recebimento dos seus clientes.

4.4 Índices de Rentabilidade A seguir, será feito a análise dos índices de rentabilidade (Margem Líquida,

Retorno Sobre Ativos - ROA, Retorno Sobre o Patrimônio Líquido - ROE, Lucro por Ação e Giro do Ativo Total) da empresa Döhler e da média do setor dos últimos cinco anos.

Page 20: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

19

Gráfico 5: Índices de Rentabilidade

Os indicadores de rentabilidade de uma empresa têm o objetivo de mensurar o retorno de capital investido e identificar os fatores de rentabilidade obtidos pelos investimentos.

Pode ser observado no gráfico 5, que a Döhler teve um crescimento na sua margem líquida ao longo dos cinco anos analisados, passando de 2,36% no ano de 2009 para 10,89% em 2013. Isso se deve a uma melhor performance da empresa, principalmente em relação à conta Custo de Mercadoria Vendida que em 2009 representava 80,55% da conta Receita de Vendas, enquanto em 2013 esse percentual baixou para 66,33%. Ressalta-se, no entanto, que em 2012 teve uma redução na Margem Líquida em relação a 2011, interrompendo o contínuo crescimento. Isso ocorreu, pois mesmo a Receita tendo aumentado em 2012, o Resultado Financeiro da empresa foi pior que o de 2011. As Receitas Financeiras diminuíram R$ 1,27 milhão e as Despesas Financeiras aumentaram R$ 1,36 milhão. Segundo seu diretor comercial, Carlos Alexandre Döhler, “os produtos asiáticos têm forçado os preços para baixo” (ABRAS, 2012), sendo um dos motivos para perda de margem. Segundo nota explicativa de 2012 da empresa, a mesma teve que “praticar

Page 21: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

20 uma política mais agressiva de vendas” devido a frustração na projeção de venda, “decorrente especialmente do discreto crescimento do PIB”.

Comparando a Döhler com o setor, pode-se notar que ela, em 2009, apresentou o índice abaixo da média do setor chegando a 2,36%, enquanto a média das outras empresas girou ao redor de 4,04%.

Analisando o ROA - Retorno sobre o Ativo Total percebe-se que a empresa também teve um aumento desde 2009, chegando em 2013 com um índice de 6,95. Enquanto o Ativo Total da empresa aumentou 16,54% entre 2009 e 2013, a conta Lucro do Exercício aumentou 728,46%, passando de R$ 4,8 milhões em 2009 para R$ 40,11 milhões em 2013.

Em comparação com o setor, em 2009 e 2010, a Döhler obteve índices abaixo da média das outras empresas, ficando acima a partir de 2011 até 2013. Nesse indicador, a empresa Santanense destacou-se das demais, ficando como a melhor colocada em todos os anos analisados, com índice superior a 7 em todo o período.

Analisando o ROE – Retorno Sobre o Patrimônio Líquido, a empresa vinha com um índice abaixo da média do setor até 2010. Em 2011, a empresa ultrapassou a média do setor e manteve-se até 2013 acima da média. Em 2011, alcançou 6,01%, 2012 5,10% e 2013 9,11%, ou seja, a empresa, a partir do ano de 2011, alcançou índices de retorno sobre o capital próprio superiores ao setor, levando em consideração as opções atuais de investimentos no mercado.

O índice de Lucro por Ação da Döhler acompanhou a média do mercado no período estudado, exceto em 2010 onde teve índice de 2,46 por ação, muito acima da média do setor. Isso ocorreu, pois a empresa teve um aumento de lucro de 155,84% no ano de 2010, em relação ao de 2009, chegando a R$ 12,38 milhões, e mantendo o mesmo número de ações ordinárias, 3,6 milhões.

O Giro do Ativo Total da empresa apresentou média menor que a do setor durante todo o período analisado, ou seja, mostra que o Ativo da empresa teve menos renovações em razão das suas Vendas Líquidas que a média das empresas analisadas. 4.5 Análise Vertical e Horizontal

A Análise Vertical é realizada assumindo 100% do total geral do Ativo e do Passivo. Já a Análise Horizontal compara-se cada conta em um determinado período, fazendo uma relação percentual com o período anterior. Observam-se então, através da análise, alguns pontos relevantes do balanço da empresa.

Na tabela 2, serão apresentadas as contas do Ativo de maior representatividade e variação entre os anos da empresa Döhler:

Tabela 2: Análise Vertical e Horizontal Balanço Patrimonial Ativo - Döhler Descrição 2013 AV (%) AH (%) 2012 AV (%) AH (%) 2011 AV ( %) AH (%) 2010 AV (%) AH (%) 2009 AV (%)

Ativo Total 577.403 0,00 4,52 552.446 0,00 6,13 520.521 0,00 3,69 502.013 0,00 1,32 495.449 0,00

Ativo Circulante 275.335 47,69 7,81 255.392 46,23 7,14 238.376 45,80 8,04 220.632 43,95 -3,44 228.486 46,12

Caixa e Eq. de Caixa 63.209 10,95 -3,84 65.735 11,90 16,02 56.659 10,89 9,74 51.630 10,28 -46,37 96.278 19,43

Contas a Receber 101.776 17,63 12,26 90.658 16,41 3,40 87.676 16,84 12,59 77.869 15,51 30,19 59.811 12,07

Clientes 94.206 16,32 10,75 85.063 15,40 8,76 78.209 15,03 16,86 66.927 13,33 29,74 51.585 10,41

Outras Contas a Receber 7.570 1,31 35,30 5.595 1,01 -40,90 9.467 1,82 -13,48 10.942 2,18 33,02 8.226 1,66

Estoques 102.703 17,79 12,49 91.298 16,53 6,29 85.897 16,50 -5,15 90.564 18,04 25,95 71.907 14,51

Ativo Não Circulante 302.068 52,31 1,69 297.054 53,77 5,28 282.145 54,20 0,27 281.381 56,05 5,40 266.963 53,88

Ativo R. a Longo Prazo 16.368 2,83 -12,15 18.631 3,37 12,70 16.531 3,18 -13,94 19.209 3,83 -9,62 21.253 4,29

Imobilizado 284.154 49,21 2,62 276.910 50,12 4,87 264.045 50,73 1,30 260.664 51,92 6,59 244.547 49,36

Page 22: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

21

O Ativo Total da empresa vem aumentando gradativamente a uma taxa média de 3,92% ao ano. O Ativo Circulante da empresa corresponde a média de 46% do Ativo Total nos últimos cinco anos, enquanto o Ativo Não-Circulante corresponde a 54% desse total.

Ressalta-se que cerca de 50% do Ativo da Döhler, está concentrado no seu Imobilizado, somando em 2013 o valor de R$ 284 milhões. O Imobilizado da empresa está composto em sua maioria por Máquina e Equipamentos (Tecelagem, Preparação e Acabamento), girando em torno de R$ 104 milhões com taxa de depreciação de 3% a 5% ao ano; em Terrenos, cerca R$ 99 milhões não havendo depreciação e em Edifícios e Benfeitorias, com R$ 65 milhões a uma depreciação de 2% a.a. A empresa informa também que “A depreciação é calculada pelo método linear e leva em consideração a vida útil econômica dos bens. A vida útil econômica dos bens é revisada periodicamente com objetivo de adequar as taxas de depreciação”.

A conta Estoques também tem participação relevante no Ativo da empresa chegando a uma média de 16,67% do Ativo Total nos últimos cinco anos, com crescimento médio de quase 10% ao ano, com destaque para 2010, onde cresceu 25,95% em relação ao ano de 2009, chegando a R$ 90 milhões com prazo médio de renovação de 174 dias. No ano de 2013, desse total, R$ 38,8 milhões eram de Matéria-Prima, conforme notas explicativas do mesmo ano.

Na tabela 3, apresenta-se as contas do Passivo de maior representatividade e variação entre os anos da empresa Döhler:

Tabela 3: Análise Vertical e Horizontal Balanço Patrimonial Passivo - Döhler Descrição 2013 AV (%) AH (%) 2012 AV (%) AH (%) 2011 AV ( %) AH (%) 2010 AV (%) AH (%) 2009 AV (%)

Passivo Total 577.403 4,52 552.446 6,13 520.521 3,69 502.013 1,32 495.449

Passivo Circulante 57.429 9,95 -14,88 67.472 12,21 31,28 51.397 9,87 -0,29 51.549 10,27 16,25 44.344 8,95

Fornecedores 9.298 1,61 -7,32 10.032 1,82 52,30 6.587 1,27 20,46 5.468 1,09 -12,87 6.276 1,27

Empr. E Financiamentos 12.691 2,20 -56,64 29.267 5,30 69,34 17.283 3,32 -1,79 17.598 3,51 5,08 16.747 3,38

Passivo Não Circulante 79.684 13,80 8,37 73.532 13,31 8,57 67.725 13,01 6,05 63.859 12,72 -9,73 70.746 14,28

Tributos Diferidos 63.937 11,07 3,30 61.897 11,20 1,86 60.765 11,67 1,44 59.903 11,93 -0,16 60.002 12,11

Patr. Líquido Consolidado 440.290 76,25 7,01 411.442 74,48 2,50 401.399 77,11 3,83 386.605 77,01 1,64 380.359 76,77

Capital Social Realizado 150.000 25,98 0,00 150.000 27,15 0,00 150.000 28,82 0,00 150.000 29,88 0,00 150.000 30,28

Reservas de Lucros 167.109 28,94 23,94 134.831 24,41 12,72 119.620 22,98 17,77 101.571 20,23 15,67 87.809 17,72 O Passivo Total da empresa vem aumentando gradativamente a uma taxa média de 3,92% ao ano. O Passivo Circulante da empresa corresponde a cerca de 10% do Passivo Total nos últimos cinco anos, enquanto o Passivo Não-Circulante corresponde a 13,21% desse total. A Döhler concentra 76,21% (média do período) do seu Passivo em Patrimônio Líquido Consolidado, somando em 2013 o valor de R$ 440,2 milhões. O Capital Social se manteve nos últimos cinco anos, em valor absoluto de R$ 150 milhões. Juntamente ao Patrimônio Líquido, a Reserva de Lucros da empresa manteve crescimento de 17,52% ano a ano, chegando a R$ 167 milhões em 2013.

Em 2012 a Döhler obteve um aumento de 69,34% da conta Empréstimos e Financiamentos no Passivo Circulante (vencimento nos próximos 360 dias). Esse valor foi composto por R$ 8,2 milhões de ACC (Antecipação de Contratos de Câmbio) e principalmente em Capital de Giro, através de EGF (Empréstimos do Governo Federal), chegando a R$ 20 milhões. O EGF é um crédito oferecido pelo governo brasileiro, com taxa de 6,75% ao ano, que tem o intuito de financiar a estocagem de produtos abrangidos pela PGPM (Política de Garantia de Preços Mínimos), para futuramente serem vendidos com melhor condição de mercado. A

Page 23: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

22 empresa informa que utilizou esse capital de giro com intuito de adquirir algodão, matéria-prima básica da companhia. Essa ação serviu para driblar a volatilidade do preço do algodão que o setor sofreu em 2011. Com essa aquisição, a empresa estocou o produto por mais 12 meses.

Em 2013, o financiamento da produção através de EGF ficou em R$ 7,3 milhões e R$ 3,9 milhões de ACC, representando uma redução de 56,64% na conta Empréstimos e Financiamentos do Passivo Circulante, em relação a 2012.

Ainda acerca de Empréstimos e Financiamentos, no ano de 2011 a empresa começou a preparação para novos projetos de pesquisa e desenvolvimento pactuados com o FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos). Trata-se de uma empresa pública brasileira que promove o desenvolvimento econômico e social por meio de fomento a Ciência, Tecnologia e Inovação em diversas empresas, entre outras instituições. A empresa apostou nessa ação, com o objetivo de alcançar ganhos adicionais de produtividade e qualitativos na linha de produção da empresa. Começou em 2011 com um financiamento de longo prazo na ordem de R$ 868 mil, e atualmente está com um saldo total de R$ 4,6 milhões.

Na tabela 4, serão apresentadas as contas da Demonstração de Resultados de maior representatividade e variação entre os anos da empresa Döhler:

Tabela 4: Análise Vertical e Horizontal da Demonstração do Resultado - Döhler Descrição 2013 AV (%) AH (%) 2012 AV (%) AH (%) 2011 AV ( %) AH (%) 2010 AV (%) AH (%) 2009 AV (%)

Receita de Venda de Bens e/ou Serviços

368.302 0,00 17,41 313.678 0,00 4,18 301.088 0,00 22,10 246.601 0,00 20,30 204.986 0,00

Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos

-244.295 -66,33 8,18 -225.821 -71,99 5,89 -213.264 -70,83 13,73 -187.517 -76,04 13,56 -165.125 -80,55

Resultado Bruto 124.007 33,67 41,15 87.857 28,01 0,04 87.824 29,17 48,64 59.084 23,96 48,23 39.861 19,45

Despesas/Receitas Operacionais -78.912 -21,43 20,90 -65.273 -20,81 1,06 -64.588 -21,45 7,05 -60.332 -24,47 47,47 -40.910 -19,96

Resultado Antes do Res. Finan. e dos Trib.

45.095 12,24 99,68 22.584 7,20 -2,81 23.236 7,72 -1961,86 -1.248 -0,51 18,97 -1.049 -0,51

Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro

46.590 12,65 88,49 24.717 7,88 -11,73 28.002 9,30 65,70 16.899 6,85 147,71 6.822 3,33

Lucro/Prejuízo Consolidado do Período

40.114 10,89 91,01 21.001 6,70 -13,01 24.143 8,02 94,89 12.388 5,02 155,84 4.842 2,36

Lucro Básico por Ação ON 0,79 0,00 88,10 0,42 0,00 -12,50 0,48 0,00 -80,49 2,46 0,00 156,25 0,96 0,00 Na Demonstração de Resultado da Döhler, pode-se verificar alguns pontos

relevantes em relação ao período analisado. A Receita de Venda Bruta da empresa vem em constante alta, com uma

média de 16% ao ano. Destaca-se o ano de 2011, que a empresa teve um acréscimo de 22,10% em comparação ao ano de 2010, superando os R$ 300 milhões. As empresas analisadas tiveram em média altas de 8,78% ao ano, portanto a empresa que mais alavancou sua receita bruta no período foi a Döhler.

Em relação ao Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), a Döhler apresentou melhora nos últimos cinco anos. Para analisar o CMV, realizou-se a análise em conjunto com a Receita Bruta da empresa, pois as duas contas estão vinculadas diretamente à eficiência produtiva e qualidade na compra e venda dos seus produtos. Dessa forma, constata-se que o CMV da Döhler vem reduzindo sua representatividade em relação a sua Receita, ou seja, a Margem Bruta da empresa se mostra cada vez maior ao longo do período analisado. Enquanto em 2009 o CMV representava 80,55% da Receita, em 2013 ele representou menos de 66,33%. O Resultado Bruto da empresa nesse ano (2013) atingiu R$ 124 milhões (33,67% da Receita de Vendas).

Conforme notas explicativas, a empresa informa que vem investindo muito em tecnologia, máquinas e equipamentos, tendo um avanço na sua capacidade de

Page 24: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

23 produção, ou seja, a empresa teve um custo de produção menor em 2013 do que em 2009. Um dos principais projetos que a empresa investiu foi o FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), grande responsável pelo avanço no período analisado.

Para confirmar o bom desempenho da Döhler nesse coeficiente entre CMV e Receita, a média do setor em 2013 foi de 75,07%.

Observando o Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos, pode-se ratificar a melhoria da performance da empresa na sua rentabilidade. Do ano de 2012 para o de 2013, por exemplo, a empresa teve um aumento de 99,68% nessa conta, sendo que a receita entre esses dois anos aumentou 17,41%. Esse crescimento, de 2012 para 2013, também se percebe no Resultado Líquido da empresa, com uma variação de 91,01% entre os anos, chegando a R$ 40 milhões. Em 2009 e 2010, a empresa apresentou prejuízo no resultado operacional de R$ 1,04 milhão e R$ 1,24 milhão, respectivamente. Nesses dois anos a empresa obteve resultado positivo apenas devido às receitas financeiras, fato este que não ocorreu nos anos seguintes e nem com as demais empresas analisadas.

4.6 Necessidade de Capital de Giro A necessidade de capital de giro das empresas está diretamente ligada ao

seu ciclo financeiro. Dessa forma, pode-se observar na Tabela 5 que a necessidade de capital de giro da Döhler apresenta valores elevados, assim como o seu ciclo de caixa. Em 2013 teve o maior valor, chegando a R$ 168,9 milhões, ou seja, a empresa precisou desse valor para manter a operação da empresa em andamento. Em relação ao setor, percebe-se que em todos os anos a Döhler necessitou de mais capital de giro que o restante das empresas. Este indicador corrobora com a análise dos indicadores de atividade em que se mostraram deficientes em relação ao mercado.

Tabela 5: Necessidade de Capital de Giro

Empresa 2013 2012 2011 2010 2009

Döhler 168.989 152.091 142.379 134.111 103.309

Média do Setor 117.716 108.368 110.504 113.247 97.962

4.7 Termômetro de Kanitz

No intuito de prever a possibilidade de falência da Döhler, foi utilizado o

instrumento Termômetro de Kanitz, ou Modelo de Kanitz. A seguir, a tabela 6 com os resultados do período analisado:

Tabela 6: Fator de Insolvência – KANITZ

Modelo 2013 2012 2011 2010 2009

Kanitz 9,04 7,74 9,08 7,77 10,56 Através da tabela 6, observa-se que a empresa apresenta-se altamente

Page 25: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

24 solvente em todos os anos analisados, levando-se em conta que, conforme o Termômetro de Kanitz, a partir do indicador 0 (zero) a empresa é classificada como “solvente”.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme foi mencionado neste trabalho, a análise das demonstrações

contábeis de uma empresa auxilia nos processos decisórios da instituição. Essa análise visa auxiliar não apenas os gestores das empresas, mas também aqueles usuários externos que possam vir a ter alguma relação com a empresa.

Quanto ao problema de pesquisa, o atual trabalho evidenciou a situação econômico-financeira da empresa Döhler através da análise das demonstrações contábeis, bem como a posição que a mesma representava dentro do seu setor de atuação.

Em relação ao seu objetivo principal, pode-se considerar que foi atendido com êxito através dos cálculos dos indicadores de liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade, além da análise vertical e horizontal, necessidade de capital de giro e Termômetro de Kanitz. Mediante todos os indicadores calculados da Döhler e das outras cinco empresas selecionadas do setor têxtil, foi possível realizar um comparativo entre a empresa estudada e a média das outras empresas do setor.

A fundamentação teórica foi muito importante para a realização deste trabalho, direcionando a forma de realizar os cálculos dos indicadores e a análise da empresa e do setor de uma forma ampla.

A empresa Döhler, em relação aos seus concorrentes de setor, apresenta bons números.

Todos os índices de liquidez, geral, corrente e seca, estão acima da média do setor, evidenciando boa capacidade de pagamento das suas obrigações tanto em curto prazo como em longo prazo.

Em relação a sua estrutura de capital, a empresa se mostra dependendo pouco de capital que não seja o próprio. Todos os índices de estrutura de capital ficaram abaixo da média do setor em todos os anos. Os índices de endividamento geral, curto prazo e participação de capitais de terceiros ficaram em geral com um índice menor que a média do restante das empresas.

Um dos principais aspectos a melhorar por parte da Döhler está relacionado aos seus índices de atividade. Todos os índices de atividade calculados tiveram desempenho pior que o do restante do setor. A empresa possui um prazo médio de pagamento de 12 dias, enquanto o prazo de recebimento é de 94 dias e o de prazo de estoque é de 154 dias, formando um ciclo de caixa médio de 236 dias, o que gera uma necessidade de capital de giro elevada. Essa forma pode ser uma estratégia de negociação, pois o resultado financeiro da empresa nos cinco anos analisados foi positivo, ou seja, as receitas financeiras ficaram acima das despesas financeiras.

Quanto aos indicadores de rentabilidade, a Döhler apresenta crescimento constante no período analisado. Ou seja, com o decorrer do tempo, cada vez mais a empresa consegue lucrar em relação a sua receita de vendas bem como em relação aos investimentos realizados. Isso é bom, pois quanto mais vendas uma empresa consegue realizar com o mesmo investimento, maior será a possibilidade de ela obter lucros.

A análise vertical e horizontal do balanço patrimonial e da demonstração do resultado mostrou que a empresa vem crescendo ano a ano, chegando a um Ativo

Page 26: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

25 Total de R$ 577 milhões em 2013, bem como uma Receita de Vendas de R$ 368 milhões. De modo geral, a empresa cresce de maneira sustentável, tendo em vista que não aumenta em demasia seu endividamento e melhora seu desempenho em relação à lucratividade e rentabilidade.

Por fim, esta pesquisa não é conclusiva, definitiva, e outros trabalhos poderão vir a complementá-la. REFERÊNCIAS

ABRAS BRASIL, Fabricantes de cama, mesa e banho tentam se

reestruturar . Disponível em: https://abras.com.br/clipping.php?area=19&clipping=30753 Acesso em 23 de outubro de 2014.

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços . 7ª Ed. São

Paulo: Atlas, 2002. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços . 9ª Ed. São

Paulo Atlas, 2010. BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira.

Ed. 1ª São Paulo: Atlas, 1995. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira . 2ª Ed. Porto

Alegre: Bookman, 2004. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira . 12ª Ed. São

Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. GROPPELLI E NIKBAKHT, A.A, Ehsan Administração Financeira . 2ª Ed.

São Paulo: Saraiva, 2002. GROPPELLI E NIKBAKHT, A.A, Ehsan Administração Financeira . 3ª Ed.

São Paulo: Saraiva, 2010. HELFERT, Erich A., Administração Financeira . 9ª Ed. Porto alegre:

Bookman, 2004. JORDAN, Bradford D., ROSS, Sthephen A. e WESTERFIELD, Randolph W.

Administração financeira . 8ª Ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2008. KANITZ, Stephen Charles. Como prever falências de empresas . Artigo

publicado na Revista Exame, dezembro de 1974. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/61123852/EXAME-ComoPreverFalenciaEmpresa-Kanitz Acesso em 22 de outubro de 2014.

MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços: Abordagem

básica e gerencial . 6ª Ed. São Paulo: Atlas S/A, 1998.

Page 27: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

26

PADOVEZE, Clóvis Luís; BENEDICTO, Gideon Carvalho de. Análise das demonstrações financeiras . 3ª Ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e análise de balanços fácil . 9ª Ed. São

Paulo: Saraiva, 2011. SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, Análise e Interpretação das

Demonstrações Contábeis . 2º Ed. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, José Pereira. Análise financeira das empresas . 3ª Ed. São Paulo:

Atlas, 1995. SILVA, José Pereira. Análise financeira das empresas. 10ª Ed. Atual. São

Paulo: Atlas, 2010. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em

administração. 12ª Ed. São Paula: Atlas, 2010. WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da Administração

Financeira . 10ª Ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004

Page 28: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

1

Anexo I: Balanço Patrimonial Ativo - Döhler

 Conta   Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

1 Ativo Total 577.403 552.446 520.521 502.013 495.449

1.01 Ativo Circulante 275.335 255.392 238.376 220.632 228.486

1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 63.209 65.735 56.659 51.630 96.278

1.01.03 Contas a Receber 101.776 90.658 87.676 77.869 59.811

1.01.03.01 Clientes 94.206 85.063 78.209 66.927 51.585

1.01.03.02 Outras Contas a Receber 7.570 5.595 9.467 10.942 8.226

1.01.04 Estoques 102.703 91.298 85.897 90.564 71.907

1.01.06 Tributos a Recuperar 7.134 7.004 7.740 0 0

1.01.07 Despesas Antecipadas 513 697 404 569 490

1.02 Ativo Não Circulante 302.068 297.054 282.145 281.381 266.963

1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 16.368 18.631 16.531 19.209 21.253

1.02.01.03 Contas a Receber 0 0 0 447 3105

1.02.01.03.02 Outras Contas a Receber 0 0 0 447 3105

1.02.01.06 Tributos Diferidos 7.610 7.341 7.386 7.682 7.361

1.02.01.06.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 7.610 7.341 7.386 7.682 7.361

1.02.01.09 Outros Ativos Não Circulantes 8.758 11.290 9.145 11.080 10.787

1.02.01.09.03 Depósitos Judiciais 704 458 435 2110 3064

1.02.01.09.04 Créditos Tributários 6.612 9.306 8.672 8.970 7.723

1.02.01.09.05 Outros Ativos Não Circulantes 1.442 1.526 38 0

1.02.02 Investimentos 53 53 53 53 930

1.02.02.01 Participações Societárias 53 53 53 53 930

1.02.02.01.04 Outras Participações Societárias 53 53 53 53 930

1.02.03 Imobilizado 284.154 276.910 264.045 260.664 244.547

1.02.04 Intangível 1.493 1.460 1.516 1.455 233

Page 29: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

2 Anexo II: Balanço Patrimonial Passivo - Döhler

 Conta   Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

2 Passivo Total 577.403 552.446 520.521 502.013 495.449

2.01 Passivo Circulante 57.429 67.472 51.397 51.549 44.344

2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 13.773 10.713 11.456 14.361 11.731

2.01.01.01 Obrigações Sociais 14361 11731

2.01.02 Fornecedores 9.298 10.032 6.587 5.468 6.276

2.01.03 Obrigações Fiscais 4.849 3.525 3.684 3.551 2.176

2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 12.691 29.267 17.283 17.598 16.747

2.01.04.01 Empréstimos e Financiamentos 12.691 29.267 17.283 17.598 16.747

2.01.04.01.01 Em Moeda Nacional 12.691 29.267 17.283 17.598 16.747

2.01.05 Outras Obrigações 16.818 13.935 12.387 10.571 7.414

2.01.05.02 Outros 16.818 13.935 12.387 10.571 7.414

2.01.05.02.01 Dividendos e JCP a Pagar 9.663 7.843 8.055 5.267 3.119

2.01.05.02.04 Outras Contas a Pagar 7.155 6.092 4.332 5.304 4.295

2.02 Passivo Não Circulante 79.684 73.532 67.725 63.859 70.746

2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 7.182 6.020 1.767 0 8.333

2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 7.182 6.020 1.767 0 8.333

2.02.01.01.01 Em Moeda Nacional 7.182 6.020 1.767 0 8.333

2.02.02 Outras Obrigações 6.637 3.387 4.397 3.956 2.411

2.02.02.02 Outros 6.637 3.387 4.397 3.956 2.411

2.02.03 Tributos Diferidos 63.937 61.897 60.765 59.903 60.002

2.02.03.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 63.937 61.897 60.765 59.903 60.002

2.02.06 Lucros e Receitas a Apropriar 1.928 2.228 796 0 0

2.02.06.02 Receitas a Apropriar 1.928 2.228 796 0 0

2.03 Patrimônio Líquido Consolidado 440.290 411.442 401.399 386.605 380.359

2.03.01 Capital Social Realizado 150.000 150.000 150.000 150.000 150.000

2.03.04 Reservas de Lucros 167.109 134.831 119.620 101.571 87.809

2.03.07 Ajustes Acumulados de Conversão -26 -10 0 0 4278

2.03.08 Outros Resultados Abrangentes 123.024 126.438 131.593 134.849 138.088

2.03.09 Participação dos Acionistas Não Controladores 183 183 186 185 184

 2.03.05   Lucros/Prejuízos Acumulados  -194646 -174349 -160311

 2.03.06   Ajustes de Avaliação Patrimonial  80493 84993 86873

Page 30: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

3 Anexo III: Demonstração do Resultado – Döhler

 Conta   Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 368.302 313.678 301.088 246.601 204.986

3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -244.295 -225.821 -213.264 -187.517 -165.125

3.03 Resultado Bruto 124.007 87.857 87.824 59.084 39.861

3.04 Despesas/Receitas Operacionais -78.912 -65.273 -64.588 -60.332 -40.910

3.04.01 Despesas com Vendas -56.273 -46.374 -43.546 -37.668 -29.790

3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas -20.631 -18.129 -18.342 -17.232 -13.796

3.04.04 Outras Receitas Operacionais 6.586 3.290 1.025 1.871 3.671

3.04.05 Outras Despesas Operacionais -8.594 -4.060 -3.725 -7.303 -995

3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 45.095 22.584 23.236 -1.248 -1.049

3.06 Resultado Financeiro 1.495 2.133 4.766 18.147 7.871

3.06.01 Receitas Financeiras 10.158 10.118 11.390 23.218 15.688

3.06.02 Despesas Financeiras -8.663 -7.985 -6.624 -5.071 -7.817

3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 46.590 24.717 28.002 16.899 6.822

3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -6.476 -3.716 -3.859 -4.511 -1.980

3.08.01 Corrente -4.689 -2.042 -2.562 -5.074 -1.592

3.08.02 Diferido -1.787 -1.674 -1.297 563 -388

3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 40.114 21.001 24.143 12.388 4.842

3.11 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 40.114 21.001 24.143 12.388 4.842

3.11.01 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora 40.082 20.984 24.124 12.362 4.834

3.11.02 Atribuído a Sócios Não Controladores 32 17 19 26 8

3.99 Lucro por Ação - (Reais / Ação)

3.99.01 Lucro Básico por Ação

3.99.01.01 ON 0,79 0,42 0,48 2,46 0,96

3.99.01.02 PN 0,79 0,42 0,48 2,46 0,96

3.99.02 Lucro Diluído por Ação Anexo IV: Demonstrações Financeiras - Pettenati

Ativo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Ativo Total 329.675 335.306 320.106 313.043 311.911

Ativo Circulante 152.491 157.514 142.497 143.412 125.678

Clientes 61.305 59.108 53.901 53.771 51.369

Estoques 56.155 52.421 46.867 47.820 49.959

Ativo Não Circulante 177.183 177.791 177.608 169.630 186.232

Ativo Realizável a Longo Prazo 2.854 3.550 3.844 4.095 2.729

Passivo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Passivo Total 329.675 335.306 320.106 313.043 311.911

Passivo Circulante 110.242 162.164 75.370 77.854 96.766

Obrigações Sociais e Trabalhistas 14.103 12.661 11.836 11.374 11.815

Fornecedores 43.005 38.305 36.941 34.501 41.493

Obrigações Fiscais 4.212 3.898 4.863 2.396 5.570

Passivo Não Circulante 89.430 48.497 121.372 111.509 75.057

Patrimônio Líquido Consolidado 130.003 124.644 123.363 123.678 140.086

DRE - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 378.336 322.475 299.026 304.734 290.249

Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -324.768 -281.427 -266.182 -267.883 -247.215

Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos16.662 7.491 -4.568 -4.802 6.465

Resultado Líquido das Operações Continuadas 11.660 3.375 -4.330 -10.742 5.577

Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 11.660 3.375 -4.330 -10.742 5.577

Page 31: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

4 Anexo IV: Demonstrações Financeiras – Cedro

Ativo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Ativo Total 691.175 627.992 640.145 603.391 530.293

Ativo Circulante 270.906 214.131 237.502 234.349 193.069

Clientes 122.402 106.551 104.129 121.308 98.818

Estoques 105.051 79.262 86.514 80.278 68.310

Ativo Não Circulante 420.269 413.861 402.643 369.042 337.224

Ativo Realizável a Longo Prazo 32.909 49.388 40.291 32.773 22.569

Passivo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Passivo Total 691.175 627.992 640.145 603.391 530.293

Passivo Circulante 229.121 174.527 206.913 209.109 156.501

Obrigações Sociais e Trabalhistas 11.049 8.127 10.330 11.037 7.924

Fornecedores 26.367 21.970 18.067 20.417 16.544

Obrigações Fiscais 1.554 2.632 2.583 1.909 2.351

Passivo Não Circulante 131.988 132.193 122.214 91.192 77.687

Patrimônio Líquido Consolidado 330.066 321.272 311.018 303.090 296.105

DRE - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 584.440 504.939 527.276 494.341 357.979

Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -474.268 -409.356 -409.508 -391.552 -277.642

Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 39.677 31.421 42.593 28.594 30.321

Resultado Líquido das Operações Continuadas 16.090 16.418 15.929 14.653 3.277

Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 16.090 16.418 15.929 14.653 3.277 Anexo V: Demonstrações Financeiras – Ind. Cataguases

Ativo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Ativo Total 268.614 272.085 286.361 263.202 242.872

Ativo Circulante 149.362 139.249 150.870 140.739 128.099

Clientes 47.789 48.151 56.587 45.713 47.532

Estoques 64.430 56.764 61.756 54.761 42.905

Ativo Não Circulante 119.252 132.836 135.491 122.463 114.773

Ativo Realizável a Longo Prazo 8.378 18.108 18.444 11.388 11.559

Passivo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Passivo Total 268.614 272.085 286.361 263.202 242.872

Passivo Circulante 54.509 41.044 54.312 81.816 63.679

Obrigações Sociais e Trabalhistas 3.240 3.296 5.390 4.441 4.313

Fornecedores 7.194 3.791 5.484 8.427 7.190

Obrigações Fiscais 496 202 682 816 1.365

Passivo Não Circulante 68.041 88.570 85.812 43.124 49.125

Patrimônio Líquido Consolidado 146.064 142.471 146.237 138.262 130.068

DRE - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 189.472 193.083 223.732 191.610 171.167

Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -144.352 -157.720 -165.696 -148.463 -131.239

Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 4.319 4.635 13.057 10.724 8.139

Resultado Líquido das Operações Continuadas 5.470 5.685 15.075 14.657 15.927

Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 5.231 4.681 14.441 14.657 15.927

Page 32: CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE …acad.saomarcos.br/rsm/bitstream/123456789/104/1/PP2-RAFAEL+SOARES.pdf · A análise dos indicadores financeiros de uma empresa

5 Anexo VI: Demonstrações Financeiras – Karsten

Ativo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Ativo Total 364.033 420.893 353.028 401.054 338.154

Ativo Circulante 189.914 233.917 179.950 214.221 202.333

Clientes 75.213 79.199 104.316 120.537 89.384

Estoques 67.390 72.123 46.349 72.537 61.294

Ativo Não Circulante 174.119 186.976 173.078 186.833 135.821

Ativo Realizável a Longo Prazo 4.612 17.082 10.271 31.130 18.765

Passivo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Passivo Total 364.033 420.893 353.028 401.054 338.154

Passivo Circulante 155.920 150.399 224.505 166.379 116.614

Obrigações Sociais e Trabalhistas 13.339 15.496 15.735 18.175 13.418

Fornecedores 29.823 34.452 28.010 29.892 18.722

Obrigações Fiscais 10.683 5.726 4.513 3.141 2.141

Passivo Não Circulante 209.461 234.127 89.704 126.440 124.299

Patrimônio Líquido Consolidado -1.348 36.367 38.819 108.235 97.241

DRE - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 336.133 346.503 354.591 357.931 311.247

Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -216.531 -212.997 -269.332 -230.175 -211.586

Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 10.029 36.167 -37.562 32.883 27.033

Resultado Líquido das Operações Continuadas -38.224 -2.460 -69.397 17.277 8.655

Lucro/Prejuízo Consolidado do Período -38.224 -2.469 -69.439 17.162 8.341 Anexo VII: Demonstrações Financeiras – Santanense

Ativo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Ativo Total 416.906 324.874 342.993 308.993 263.965

Ativo Circulante 209.818 168.026 188.973 168.678 150.769

Clientes 92.014 95.594 93.062 83.550 74.445

Estoques 87.757 64.848 74.039 68.175 56.498

Ativo Não Circulante 207.088 156.848 154.020 140.315 113.196

Ativo Realizável a Longo Prazo 35.214 39.156 36.170 29.798 17.440

Passivo - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Passivo Total 416.906 324.874 342.993 308.993 263.965

Passivo Circulante 89.425 41.406 96.444 73.034 53.721

Fornecedores 15.102 11.577 20.843 26.789 9.425

Obrigações Fiscais 10.760 10.047 9.724 8.902 8.434

Passivo Não Circulante 55.061 38.437 25.347 33.987 25.649

Patrimônio Líquido Consolidado 272.420 245.031 221.202 201.972 184.595

DRE - Descrição  2013 2012 2011 2010 2009

Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 385.145 371.627 370.375 316.344 265.465

Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -294.676 -274.216 -285.470 -234.883 -196.849

Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 48.336 52.271 34.595 36.523 28.879

Resultado Líquido das Operações Continuadas 35.381 32.024 24.372 22.724 18.760

Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 35.381 32.024 24.372 22.724 18.760