Curso de Mestrado 2014-2016 -...

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Alimentação. Fontes, Cultura e Sociedade Curso de Mestrado 2014-2016 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Pormenor de “Alegoria do Gosto”, Jan Brueghel “o Velho” (1618), Museu do Prado

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Alimentação.Fontes, Cultura e SociedadeCurso de Mestrado 2014-2016

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

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DIREÇÃO DO CURSO

Maria Helena da Cruz Coelho

Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Investigadora do Centro de História da Sociedade e da Cultura. Tem desenvolvido o seu ensino e investigação no âmbito da História Medieval (história política, religiosa, institucional, económico-social, o mundo rural, o poder municipal, a biografia, a vida quotidiana, a alimentação).

http://www.uc.pt/chsc/investigadores/mhcc([email protected])

Carmen Soares

Professora Associada da Faculdade de Letras e membro da direção do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, tem desenvolvido a sua investigação, ensino e publicações nas áreas das Culturas, Literaturas e Línguas Clássicas, da História da Grécia Antiga e da História da Alimentação.

http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=7724126685525965([email protected])

APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS

1ª fase de candidatura 15 de Março a 3 de Abril

2ª fase de candidatura 1 de Junho a 15 de Julho

3ª fase de candidatura 15 de Agosto a 5 de Setembro

Fase extraordinária 15 a 31 de Outubro

Candidatura online em www.uc.pt/candidatos/online

Mais informações e contatos:

Faculdade de LetrasUniversidade de CoimbraLargo da Porta Férrea3004-530 Coimbra+351 239 859 900 http://www.uc.pt/fluc/candidaturas

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O QUE É?

É, antes de mais, uma aposta inovadora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Constitui uma oferta única, no panorama português de estudos universitários, na área dos Estudos Culturais sobre a Alimentação.

A temática geral da alimentação é abordada sobre perspectivas diversas e complementares, a saber:

• a evolução que teve ao longo da história, com particular destaque para a importância das fontes

(orais, escritas e iconográficas) e metodologias para o conhecimento da história da alimentação;

• papel da gastronomia na dinamização do turismo;

• presença da alimentação nas artes (em particular na literatura e no cinema);

• diálogo privilegiado que a alimentação sempre tem estabelecido com as religiões;

• as dimensões distintas que os alimentos assumem, quando empregues para fins terapêuticos ou

agressores para a saúde.

COMO SE ORGANIZA O PLANO DE ESTUDOS?

O curso tem a duração de dois anos.

No 1º ano o aluno frequenta 8 disciplinas semestrais, distribuídas em número de quatro por cada semestre. Ao longo do ano serão realizadas Visitas de Estudo e/ou Conferências/Colóquios, também considerados como unidade curriclar (4 ECTS).

No 2º Ano há que optar por um dos 3 seguintes modelos de formação: dissertação de mestrado, tra-balho de projecto ou estágio e respectivo relatório. Não obriga à presença do aluno em Portugal, excepto na data das provas públicas de defesa do trabalho elaborado.

Observação: em vez de um ano completo, os alunos podem optar por completar uma formação de pós-graduação iniciada numa universidade brasileira, frequentando em Coimbra apenas um semestre do curso (1º semestre: Setembro-Janeiro; 2º semestre: Fevereiro-Junho) ou através de estágios de investigação, coorientados por docentes de Coimbra e da universidade de origem.

QUEM SE PODE CANDIDATAR AO CURSO?

De acordo com as disposições gerais em vigor na Universidade de Coimbra, podem candidatar-se ao ciclo de estudos conducente ao grau de mestre:

a) Titulares do grau de licenciado ou equivalente legal;b) Titulares de um grau académico superior estrangeiro conferido na sequência de um 1.º ciclo de estudos, organizado de acordo com os princípios do Processo de Bolonha por um Estado aderente a este Processo;c) Titulares de um grau académico superior estrangeiro que seja reconhecido como satisfazendo os objectivos do grau de licenciado pelo conselho científico responsável pelo ciclo de estudos de mestrado;

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d) Em casos devidamente justificados, podem aceder aos ciclos de estudos de mestrado os candidatos que apresentem um currículo científico e profissional relevante para a frequência deste ciclo de estudos e que, como tal, seja reconhecido pelo conselho científico responsável pelo ciclo de estudos de mestrado.

1º AnoUNIDADES CURRICULARES DOCENTES ECTS

1º Semestre

Metodologia e Fontes para a História da Alimentação Mª. José Azevedo Santos 7

Sabores do Passado: a Cozinha Grega e Romana Carmen Isabel Leal Soares 7

A Mesa Medieval: Ritos e Interditos Mª. Helena da Cruz Coelho 7

Os Territórios da Alimentação: Rotas dos Saberes e dos Sabores Norberto Santos 7

2º Semestre

Mesa e Imaginário Alimentar na Literatura Europeia Albano Figueiredo 7

Gastronomia e Sociabilidade na Época Contemporânea Rui Cascão 7

Eat Drink Man Woman: o Cinema e a Comida Jorge Humberto Seabra 7

Religiões e Alimentação ou Alimentos, Medicamentos e Venenos

Paula Barata Dias

Ana Leonor Pereira7

UNIDADES CURRICULARESOrganizaçãO SemeStral

PrOgrama daS UnidadeS CUrriCUlareS

metOdOlOgia e FOnteS Para a HiStória da alimentaçãO

Maria José Azevedo dos Santos

1. Fontes: definição.2. As fontes quanto ao suporte: orais, iconográficas, manuscritas, impressas, digitais.3. As fontes quanto à natureza: gastronómicas, administrativas, legislativas, literárias, artísticas.4. Acesso às fontes manuscritas. Leitura e transcrição de documentos originais. Referência especial ao mais antigo Livro de Cozinha português: O Livro de Cozinha da Infanta D. Maria de Portugal. 5. Metodologia para a elaboração de trabalhos científicos: definição de conceitos; fases da investi-gação; pressupostos a considerar na elaboração de um trabalho científico; recolha da bibliografia; sistematização das leituras; leitura do material recolhido; representação do plano da hipótese/tese; esquema geral do trabalho.

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SabOreS dO PaSSadO: a COzinHa grega e rOmana

Carmen Soares

1. Breve contextualização histórico-cultural da Grécia e Roma Antigas.2. Introdução ao estudo da cozinha grega e romana antigas: etimologia e significado de “gastronomia” e “cozinha”; principais mitos relacionados com os alimentos básicos da chamada “Dieta Mediterrânea”.3. Fontes para o estudo da alimentação na Grécia e Roma antigas: livros de culinária, tratados ag-rícolas, tratados médicos e de dietética, tratados de zoologia e de botânica, textos enciclopédicos, epigrafia e graffiti, fontes materiais.4. Refeições e alimentos: alimentos da refeição típica; o banquete: tradição greco-latina do convívio cultural privado.5. Estabelecimentos de consumo de alimentos e bebidas: as tabernas romanas.6. Os profissionais da comida7. Alimentação e saúde: literatura filosófica, médica, botânica e zoológica.

a meSa medieval: ritOS e interditOS

Maria Helena da Cruz Coelho

1. O abastecimento da mesa2. A cozinha: práticas e gostos culinários3. Interditos alimentares religiosos, sociais e dietéticos. 4. Espaços, oficiais e baixela da mesa5. Ritos e cerimoniais dos banquetes.

OS territóriOS da alimentaçãO: rOtaS dOS SabereS e dOS SabOreS

Norberto Santos

1. Tomar conhecimento do modo de organização das rotas turísticas.2. Organizar uma rota turística associada à gastronomia e alimentação.3. Conhecer a realidade socioeconómica em que se desenvolve os processos de valorização das rotas turísticas associadas à alimentação, produtos agrícola e géneros alimentares.4. Identificar os produtos gastronómicos e alimentares associados a territórios específicos.5. Entender a relevância da certificação.6. Conhecer as indicações geográficas e denominações de origem dos produtos agrícolas e dos gé-neros alimentícios.7. Saber conceitos básicos de lazer e turismo.8. Analisar as práticas de lazer.9. Avaliar a diferentes escalas o mundo da alimentação na sua relação com o turismo.

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meSa e imagináriO alimentar na literatUra eUrOPeia

Albano Figueiredo

1. Conceitos operatórios: a latitude do conceito de Literatura; a linguagem ao texto literário;noções de periodologia e genologia literárias; da evolução periodológica literária no ocidente europeu (da Idade Média à atualidade); a criação literária e seu diálogo histórico com a mesa e o imaginário alimentar.2. Mesa e Imaginário Alimentar: definição semântico-temática e delimitação operacional; reper-cussões na criação literária europeia; os autores, as obras e a integração da alimentação como área de exploração estética e ética.3. Do imaginário alimentar na literatura medieval e do Renascimento.4. Mesa e imaginário alimentar na literatura oitocentista europeia: um processo de tematização exemplar. O caso da produção realista e naturalista; espaço público e gastronomia: os romances queirosianos.5. Alguns aspetos da literatura do séc. XX na Europa: a literatura neorrealista e sua dialética com o imaginário alimentar; o pós-modernismo.

gaStrOnOmia e SOCiabilidade na ÉPOCa COntemPOrânea

Rui Cascão

1.Introdução: questões teóricas e metodológicas; definição de conceitos (gastronomia, sociabilidade, comensalidade).2. Identidades e representações alimentares: alimentos permitidos e alimentos proibidos (tabus alimentares); o lugar da alimentação nos vários sistemas civilizacionais; critérios alimentares diferen-ciais; a alimentação entre a tradição e a inovação; alimentação e hábitos culturais.3. A evolução das práticas e dos hábitos alimentares no mundo ocidental: da “civilização dos cos-tumes” aos modelos alimentares actuais.4. Fases do processo de globalização alimentar à escala mundial – da época moderna aos dias de hoje.

Eat drink man WOman: O Cinema e a COmida

José Humberto Seabra

A. Conceptualização

I. O filme como fenómeno histórico-cultural1. O filme como produto do tempo2. O filme como memória3. Filme, memória e identidadeII. Metodologia de análise fílmica1. O filme como narrativa2. Filme e unidades narrativas3. Processos de fundamentação e objectivação

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B. A alimentação no cinema

I. A alimentação como recurso narrativo: Charcutaria mecânica (Lumière, 1895-1900), Refeição de crianças (Lumière, 1895-1900), O bolo infernal (Méliès, 1903), A greve (Sergei Eisenstein, 1924), A noiva de Frankenstein (James Whale, 1935), A quimera de ouro (C. Chaplin, 1942)II. A alimentação como elemento narrativo principal: Eat, drink, man, woman (Ang Lee, 1994), Julie and Julia (Nora Ephron, 2009), O segredo de um cuscuz (Abdellatif Kechiche, 2007), A festa de Babete (Gabriel Axel, 1987)

religiõeS e alimentaçãO

Paula Barata Dias

I – Introdução:1. Conceito de religião. As religiões do mundo. Breve apresentação. Origens, história e característi-cas das principais expressões religiosas:2. O acto de comer fisiologia, sensação, percepção.3. Comer e ver – caminhos para a experiência do sagrado.4. A religião e os rituais- o uso dos alimentos na observância religiosa: comparação e confronto.

II –Alimentos nas religiões do Mediterrâneo.O Egipto Antigo. O mundo greco-romano. O Judaísmo. A cultura cristã. O Islamismo.

III – Síntese1. Religião e disciplina alimentar – o jejum e a abstinência. A festa.2. A cozinha do sacrifício. Os frutos da terra. Os animais. O canibalismo.3. Os alimentos como via de acesso ao sobrenatural: entusiasmos; adivinhação; vidência; transmi-gração.4. Dimensão metafórica dos alimentos como expressão do sagrado.5. Dimensão identitária dos alimentos como expressão do colectivo. A fome e a abundância.

alimentOS, mediCamentOS e venenOS

Ana Leonor Pereira

1. Época Contemporânea, Cultura Científica e Civilização Planetária2. Instituições Científicas e Indústrias nas áreas da Nutrição, Farmácia e Toxicologia. Biografias de Cientistas e História de Inovações em Alimentos, Medicamentos e Venenos Educação para a Saúde, Bioética e Biodiversidade.3. A Era das Dietas, os seus Mitos, Publicidade e Comportamentos Alimentares. Associações de Defesa da Saúde Alimentar nos séculos XX e XXI.

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