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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
COMPARAÇÃO ENTRE O METODO TRADICIONAL E METODO LÚDICO
NO ENSINO DO XADREZ: BRINCANDO E JOGANDO COM O XADREZ.
Laís Regina Telles Campos Rêgo1
Ernani Xavier Filho2
RESUMO: Há diferentes métodos de se ensinar o xadrez e nem todos atendem
as necessidades encontradas pelo professor em sala de aula. Neste estudo
analisou-se de forma distinta o método lúdico e tradicional para o ensino do
xadrez. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia de diferentes métodos
de ensino do xadrez na aquisição dos conteúdos do jogo xadrez. Trinta e nove
crianças com idade entre 10 a 12 anos participaram do estudo. Elas formaram
dois grupos vinte e um alunos formaram o GRUPO A trabalhou com o método
tradicional o GRUPO B trabalhou com o método lúdico, era formado por dezoito
alunos. Antes das sessões de prática foi aplicado pré-teste para análise do
conhecimento prévio sobre o jogo (questionário). Na fase de aquisição cada
grupo realizou quinze sessões teóricas e práticas uma vez por semana com
duração de cinquenta minutos cada uma. Ao final da aquisição foi realizado
pós-teste (questionário) e o teste de retenção composto de situações problema
e exercícios práticos no tabuleiro (finalizar o jogo com menor número de
lances). Após uma semana sem contato com o jogo, foi feito novo teste de
retenção para avaliar as informações retidas pelos participantes de cada
GRUPO. Os resultados mostraram que ambos os grupos aprenderam a tarefa
de maneira similar e que apenas no pós-teste houve diferença significativa
entre os grupos, contudo essa diferença não permaneceu nas demais fases do
experimento.
Palavras chave: xadrez, método tradicional, método lúdico
1 Professora PDE 2009. Professora de Educação Física – Arapongas, PR.
2 Orientador, Professor Doutor da Universidade Estadual de Londrina, Londrina - PR.
COMPARISON BETWEEN THE TRADITIONAL METHOD OF TEACHING AND
THE CHESS PLAYING METHODS: PLAYING WITH CHESS
ABSTRACT: There are different ways to teach chess and not all meet the needs
encountered by teachers in the classroom. In this study we analyzed separately the
traditional method of play and to teach chess. The aim of this study was to compare the
effectiveness of different methods of teaching chess in the acquisition of the chess
game. Thirty-nine children aged 10 to 12 years participated in the study groups forming
two twenty-one students formed the group has worked with the traditional method the
group B worked with the method of play was composed of eighteen students. Before
the practice sessions was applied to pre-test analysis of prior knowledge about the
game (questionnaire). In the acquisition phase each group held fifteen theoretical and
practical sessions once a week with a duration of fifty minutes each. At the end of the
acquisition both groups performed the post-test (questionnaire) and retention test
consisting of problem solving and practical exercises on the board (finish the game with
a lower number of bids). After one week without contact with the game, new test was
done to assess retention of information collected by participants of each group. The
results showed that both groups have learned the task in a similar way and only in the
post-test there was significant difference between groups, but this difference did not
remain in the remaining stages of the experiment.
Keywords: Chess, traditional method, method of play.
Introdução
O xadrez é considerado um jogo simples de aprender, porém ensinar
este jogo ou tornar-se um grande jogador é um processo difícil e demorado,
pois oferece segundo Sá (1988) diversas possibilidades, concordando com ele
LARA (2004, p.27) aponta como sendo um dos diversos recursos pedagógicos
com qualidade, em uma só atividade. Jogos que fazem com que o aluno a crie
estratégias de ação para uma melhor atuação como jogador/a em que ele/a
tenha que criar hipóteses e desenvolver um pensamento sistêmico, podendo
pensar múltiplas alternativas para resolver um determinado problema.
Existem formas diferentes de se ensinar e praticar o xadrez e nem
todas atendem as necessidades encontradas pelo professor em sala de aula.
Neste estudo analisou-se de forma distinta o método lúdico e tradicional para o
ensino do xadrez através de pesquisa experimental.
A palavra metodologia do Grego méthodos,’ método+log (o) +ia,
significa arte de dirigir o espírito na investigação da verdade. Ferreira (1986)
apud Tenroller3, 2006.
Em síntese, os métodos são – conjunto de ações, passos, condições
externas e procedimentos – que poderão ser utilizados pelo professor a fim de
facilitar o entendimento, desenvolvimento de habilidades motoras ou cognitivas,
propiciando aos alunos situações estimuladoras para aprendizagem.
Líbano (2002) apud Tenroller, 2006 caracteriza métodos de ensino
como a ação do professor ao dirigir e estimular o processo de ensino em
função da aprendizagem, quando se utiliza intencionalmente de um conjunto de
ações, passos, condições externas e procedimentos.
Cada método tem suas características, quer positiva e/ou negativas,
porém todos são maneiras organizadas e sistemáticas de possibilitar e criar
ambientes que, de modo eficiente e científico levem a resultados favoráveis
CANFIELD, 1981 apud TENROLLER, 2006.
3 TENROLLER, C.; MERINO, E. Métodos e Planos Para o Ensino dos Esportes, Canoas,
Ed. ULBRA, 1ª Ed. 2006.
O objetivo de adotar um método de ensino esta atrelado aos propósitos
que se busca atingir considerando a realidade do corpo discente; ou seja, de
acordo com o método adotado podemos esperar um determinado resultado do
processo de ensino, neste trabalho o enfoque é para o uso do método
tradicional e lúdico no ensino do xadrez para escolares de 10 a 12 anos.
De acordo com Cleneghan e Gallahue (1985) apud Tenroller (2006), ao
escolher o método deve-se considerar o professor, sua experiência, sua
personalidade, seus valores, suas metas de aprendizagem, o aluno, sua
maturidade, sua conduta e interesse para com as atividades propostas, o meio,
lugar, tempo e condições de segurança para execução de atividades.
Os autores conceituam dois métodos pedagógicos o direto e o indireto
sendo o direto considerado o tradicional é centrado no professor que tomará as
decisões a respeito do que, como e quando, o aluno realizará a atividade; já no
indireto o aluno atua tendo liberdade para realizar suas tarefas e atingir as
metas por ele definidas, sem imposição do professor.
Caracteriza-se o método lúdico ou recreativo, como sendo um dos mais
utilizados atualmente, a adoção deste método se faz presente em todos os
níveis e realidades de acordo com a criatividade e necessidade do professor. O
que se especula é que provavelmente o elemento técnico e tático abordados
de modo lúdico propicie, ao iniciante, um melhor aprendizado dos esportes, por
exemplo, já quando se fala em “alto nível” presume-se que o seu principal
efeito seria diminuir o nível de ansiedade do praticante TENROLLER (2006)
No dizer de Dias (2006) a atividade lúdica permite ao indivíduo ser
ativo durante o processo de aprendizagem sendo um instrumento de
exploração e desenvolvimento da capacidade motora e cognitiva, pois
geralmente parte de uma situação de prazer, caracterizada pela liberdade de
aprender durante a mesma e para o adulto representa descontração, lazer,
uma forma de desligar-se dos problemas cotidianos.
Vários autores referenciam a utilidade da atividade lúdica no
desenvolvimento global da criança, favorecendo aspectos de integração
afetiva, social e cultural (Christie 1985 apud Pessanha4); Heckhausen 1970
4 PESSANHA, A. M. Atividade Lúdica Associada à Literácea in NETO, C. A. Jogo &
Desenvolvimento da Criança, Ed. Faculdade de Motricidade Humana, Cruz Quebrada - Portugal, 2ª Ed. 2003.
apud Samulski5 determina os pontos que as condutas lúdicas desencadeiam;
novidade e mudança; o conteúdo de surpresas; o envolvimento na atividade; a
incerteza e o conflito. Sabendo que a aplicação dos métodos de ensino estão
diretamente ligados aos objetivos que pretendemos alcançar, clientela que
iremos trabalhar, e também ao profissional que norteará decisões e ações de
caráter pedagógico este estudo pretendeu verificar pesquisar em qual das
estratégias de ensino houve melhora significativa na aprendizagem do jogo
xadrez.
Desta forma o objetivo do estudo foi comparar a eficácia de diferentes
métodos de ensino para o xadrez; em indivíduos de quinta série do ensino
fundamental.
Material e Métodos
Esse estudo configura-se em um estudo exploratório de campo, com
abordagem quantitativa configurando-se como uma pesquisa quase-
experimental.
Sujeitos
Participaram da pesquisa trinta e nove meninos e meninas com idade
entre 10 e 12 anos alunos da 5ª série do Colégio Estadual Unidade Pólo de
Arapongas.
Grupos de estudo
Para execução do estudo foram formados, ao acaso, dois grupos sendo
que para cada um deles foi utilizado um método distinto em todas as fases do
experimento.
GRUPO A Método Tradicional
5 SAMULSKI, D. Educação por Meio do Movimento e do Jogo Heckhausen, H (1964), in
NETO, C. A. Jogo & Desenvolvimento da Criança, Ed. Faculdade de Motricidade Humana, Cruz Quebrada - Portugal 2ª Ed. 2003..
GRUPO B Método Lúdico
Design Experimental
Pré-teste Aquisição Pós-teste Retenção 1 Retenção 2
GRUPO A Q1 15 sessões Q2 Diagrama/Tabuleiro Diagrama/Tabuleiro
GRUPO B Q1 15 sessões Q2 Diagrama/Tabuleiro Diagrama/Tabuleiro
Procedimentos
Definidos os dois grupos foi realizado o pré-teste de 10 questões
(ANEXO 1) sobre conhecimentos gerais do jogo xadrez, visando analisar o
nível de conhecimento que possuíam do jogo, pois os sujeitos podem ter
contato superficial com a modalidade no ensino fundamental I.
Na fase de aquisição foram realizadas quinze sessões de prática uma
vez na semana com duração de 50 minutos durante o período letivo de Agosto
a Dezembro.
Nas sessões de prática foi abordado: história do xadrez, o tabuleiro,
peças e movimentos, desenvolvimento do jogo e lances impossíveis, etapas de
uma partida, xeque e xeque mate, casos de empate, lances especiais, final de
jogo.
Para grupo do Método Tradicional o professor teve o papel de
apresentar os conteúdos e propor atividades de fixação dos mesmos utilizando
somente os tabuleiros e quadro pedagógico para ensino do xadrez, no
conteúdo peças e movimentos as mesmas foram apresentadas uma a uma e o
professor intervinha durante os exercícios de fixação e posteriormente jogo.
Para o grupo Método Lúdico os conteúdos trabalhados foram os
mesmos o professor aplicou jogos diferenciados para fixação dos conteúdos
promovendo maior integração entre os indivíduos. O conteúdo peças e
movimentos foram apresentados em uma sessão e a aplicação foi feita com a
utilização de jogos diferenciados para fixação das mesmas.
As instruções, para ambos os grupos foram verbais seguidas de
demonstrações em tabuleiros didáticos.
Ao término da última sessão de prática os sujeitos realizaram o pós-teste
com as mesmas questões do pré-teste (ANEXO 1) e apresentaram soluções
para problemas dispostos nos diagramas e exercício prático de final no menor
número de lances (ANEXO 2).
Neste teste (ANEXO2) as 4 (quatro) primeiras questões foram de acerto
e erro, sendo 2 (duas) questões de mate em 1 (um) lance, em que os sujeitos
deveriam indicar com flecha o lance e 2 (duas) questões para análise do
diagrama e escrever se é Mate ou Empate; e mais duas questões no tabuleiro
de mate no menor número de lances; feita frente ao professor, em que houve
tomada de tempo para resolução do problema e contagem do número de
lances, obedecendo à regra dos 50 lances máximos, este teste foi aplicado na
retenção 1 juntamente com o pós - teste de questionário e na retenção 2 após
duas semanas da fase de aquisição, os sujeitos apresentaram soluções para
problemas nos diagramas; porém o diagrama de mate no menor número de
lances pôde ser escolhido na retenção 2 pois fariam apenas um exercício
sendo feita nova tomada de tempo e anotação do número de lances gastos,
O desempenho foi analisado através dos acertos na resolução do
questionário, solução dos problemas nos diagramas e nos exercícios práticos
no tabuleiro.
Resultados
Resolução das questões
O resultado do desempenho de cada grupo no que se refere às
respostas das questões básicas sobre o xadrez pode ser assim descrita: O
desempenho do GRUPO A em relação ao número de acertos de questões no
pré-teste foi o seguinte: a média de acerto foi de 4,76 questões com desvio
padrão de 1,45 e no pós teste o número de acertos foi de 8,29 questões com
desvio padrão de 1,50. (FIGURA 1)
Figura 1 Média de acertos do GRUPO A no pré e pós-teste.
O GRUPO B acertou 4,50 questões no pré-teste com desvio padrão de 0,89 e
no pós-teste 7,17 acertos e desvio padrão de 1,82. (FIGURA 2)
Figura 2 Média de acertos do GRUPO B no pré e pós-teste.
Fase de retenção:
Na retenção a analise dos resultados dos diagramas foi o número de
acertos de cada grupo. O GRUPO A acertou 3,19 diagramas em 4 exercícios e
o desvio padrão ficou em 0,93 no primeiro momento de avaliação, e no
segundo momento o resultado permaneceu em 3,19 acertos porém com desvio
padrão de 0,85.(FIGURA 3)
Figura 3: Média de acertos do GRUPO A na resolução dos diagramas
Já no GRUPO B os acertos na retenção 1 foram de 2,44 diagramas com
desvio padrão de 1,42, já no segundo momento os acertos foram 2,56 com
desvio padrão de 1,34 apresentando uma pequena melhora. (FIGURA 4)
Figura 4 Média de acertos do GRUPO B na solução dos diagramas
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO TABULEIRO
Após as duas primeiras fases do experimento os sujeitos dos grupos A e
B foram solicitados a realizar mais uma fase visando verificar o entendimento
sobre regras específicas do jogo no caso de xeque mate.
Nessa fase da pesquisa os sujeitos de ambos os grupos deveriam
resolver um problema específico de finalização do jogo no menor número de
lances possível (podendo chegar a 50 lances) e no menor tempo. O resultado
foi: GRUPO A obteve a média de 30,67 lances com desvio padrão de 16,73
para concluir o exercício e 157,57 segundos com desvio padrão de 73,27
segundos apenas seis sujeitos conseguiram dar o mate na retenção 1 ; já na
retenção 2 o número de lances foi 31,48 lances com desvio padrão de 16,62
lances e 161,05 segundos com desvio padrão de 87,68 segundos e quatro
sujeitos conseguiram chegar ao mate. (FIGURA 5 e 6)
O GRUPO B obteve a média de 31,89 lances com desvio padrão de
17,71 para concluir o exercício e 180,39 segundos com desvio padrão de
105,69 segundos apenas um sujeito conseguiu dar o mate na retenção 1; já na
retenção 2 o número de lances foi 31,94 lances com desvio padrão de18,96
lances e 144,65 segundos com desvio padrão de 93,10 segundos e apenas 1
sujeito conseguiu chegar ao mate.(FIGURA 5 e 6)
Figura 5: Média de lances para resolução do diagrama mate no menor número de lances entre GRUPO A e B.
Comparando os resultados entre os grupos observamos que: a média de
acertos no pré-teste foi: GRUPO A - 4,76 acertos por sujeitos com desvio
padrão de 1,45 acertos por sujeito e GRUPO B – 4,50 acertos por sujeito com
desvio padrão de 1,50 acertos entre si.
Os dois grupos apresentaram rendimento superior no pós-teste de
questões a média de acertos do GRUPO A foi de 8,29 com desvio padrão de
0,89 acertos e no GRUPO B 7,17 acertos com desvio padrão de 1,82 acertos.
Figura 6: Média de tempo gasto na resolução do diagrama mate no menor
número de lances entre o GRUPO A e B.
Analisando percentualmente o GRUPO A obteve uma melhora de
74,15% e o B de 59,33%, percebe-se que houve um crescimento no
rendimento de ambos os grupos. Todavia observamos uma melhora um pouco
maior no GRUPO A. (FIGURA 7)
Figura 7: Média de acertos do pré teste e pós teste entre o GRUPO A e B
Na fase de retenção 1 e 2 os resultados alcançados nas 4 (quatro)
primeiras questões foram: média de acertos GRUPO A 3,19 por sujeito, com
desvio padrão de 0,93 acertos por aluno e GRUPO B 2,44 acertos por sujeito
com desvio padrão de 1,42 acertos por sujeito; na retenção 2 o GRUPO A
obteve 3,19 de média de acertos por aluno com desvio padrão de 0,85 acertos
por aluno e a GRUPO B 2,56 de média de acertos por sujeito e desvio padrão
de 1,34 acertos por sujeito, se compararmos os acertos na GRUPO A
mantiveram o número e o desvio padrão foi menor já na GRUPO B além de
aumentar o número de acertos o desvio padrão também diminuiu da retenção 1
para retenção 2. (FIGURA 8)
Figura 8: Média de acertos nos diagramas entre o GRUPO A e B
Para analisar os exercícios de mate no menor número de lances, foram
considerados os tabuleiros escolhidos na retenção 1 em comparação aos da
retenção 2. Duas condições poderiam ocorrer: o sujeito conseguir dar xeque
mate em até 50 lances ou empatar o tabuleiro (por Rei afogado, insuficiência
de material ou por 50 lances). Como critério de análise, o xeque mate foi
considerado como acerto, e quando ocorreu empate, foi considerado o número
de lances dados para chegar ao resultado, independente do motivo de empate.
Nos tabuleiros da retenção1 seis sujeitos do GRUPO A conseguiram dar
mate e a média de lances no caso de empate ficou em 30,67 lances com
desvio padrão de 16,73 lances e tempo de resolução 157,7 segundos com
desvio padrão de 73,27 segundos; no GRUPO B um aluno conseguiu dar mate
e a média de lances nos casos de empate foi de 31,83 lances com desvio
padrão de 17,71 lances e a média de tempo foi de 180,39 segundos com
desvio padrão de 105,69 segundos; já na retenção 2 no GRUPO A quatro
sujeitos conseguiram dar mate e a média de lances par os casos de empate
ficaram em 31,48 lances com desvio padrão de 16,62 lances e a média de
tempo foi de 161,03 segundos com desvio padrão de 87,68 segundos, no
GRUPO B um sujeito conseguiu dar mate e a média de lances nos casos de
empate ficou 31,94 lances com desvio padrão de 18,96 lances e a média de
tempo para resolução foi de 144,65 segundos com desvio padrão de 93,10
segundos.
Na analise inferencial foi analisado o desempenho dos grupos
durante o experimento teste de Friedman apontou diferença significativa tanto
no GRUPO A x2= 1 (21) p= 0,0. O sitio dessas diferenças foi observada no
número de acertos no pré e pós-teste. Como para o GRUPO B x2= 1 (15) p=
0,0 o sitio dessas diferenças foi observada no número de acertos entre o pré e
o pós-teste ver tabelas TABELAS 1 e 2 abaixo.
Tabela 1 Desempenho do Grupo A
GRUPO A
ACERTOS
PRE -
POS
Z Z=-4,039a
Asymp. Sig. (2-
tailed)
P= 0,00
Tabela 2 Desempenho do Grupo B
GRUPO B
ACERTOS
PRE E POS
Z Z= -3,422a
Asymp. Sig. (2-
tailed)
P= 0,01
ANALISE DO DESEMPENHO ENTRE OS GRUPOS
Na analise entre os grupos o teste U de Mann-Whitney identificou
houve diferença significativa no total de acertos no pós-teste Z= -0,683
p=0,34 o Grupo A teve um maior número de acertos quando
comparados ao número de acertos do GRUPO B (FIGURA X) abaixo.
Não houve diferenças entre os grupos na fase de retenção em relação
ás demais fases do experimento
FIGURA 9 - Media do total de acertos entre os Grupos no pré-teste e pós-teste
FIGURA 10 - Média de acertos entre os grupos no pós-teste
Esse resultado deve ser tomado com cuidado, pois se refere apenas
a uma parte do experimento não havendo, de acordo com o referencial
teórico apresentado, um final adequado ao delineamento proposto.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir pelos resultados obtidos no estudo que o método
tradicional e o método lúdico apresentaram semelhanças quanto sua eficiência
no processo de aprendizagem inicial do jogo xadrez.
Estatisticamente só houve diferença significativa que comprove a
predominância de um método sobre o outro em apenas uma fase do
experimento na comparação entre o pré-teste e pós-teste. Esse resultado deve
ser tomado com cuidado, pois se refere apenas a uma parte do experimento
não havendo, de acordo com o referencial teórico apresentado, um final
adequado ao delineamento proposto.
Uma possível explicação para o resultado obtido nesse estudo possa ser
o número de sessões na fase de aquisição, que pode não ter sido suficiente
para que a as crianças retivessem os conteúdos mais aprofundados do jogo,
tendo em vista que na aquisição dos conceitos iniciais tais como nome das
peças, movimentos houve um aprendizado que nesse caso foi maior para o
grupo de prática tradicional.
Os resultados também apontam para uma retenção ineficiente, pois para
haver aprendizagem é importante que haja retenção, se não há retenção não
há aprendizagem (DEESE e HULSE 1975. p. 502).
Porém, nem todo o material adquirido é retido na nossa memória, sendo
que algumas partes serão lembradas, e outras serão perdidas ou substituídas
por novas informações, o que prejudica a qualidade de retenção. Esta
qualidade implica na recuperação e repetição do conteúdo adquirido durante
um período de tempo (DEESE & HULSE 1975. p. 502).
Conforme (MAGILL, 2002. p 141-142). A forma de interferir a
aprendizagem a partir do desempenho analisa a característica de persistência
do desempenho aperfeiçoado devido à prática da habilidade. A maneira mais
comum de avaliar esta característica é aplicar um teste de retenção, para
avaliar o quanto o aluno sabe ou quanto do que foi estudado foi retido. A forma
mais comum de aplicar um teste de retenção consiste em fazer com que as
pessoas desempenhem uma habilidade que já praticaram, mas que não
tenham praticado há certo tempo. A finalidade do teste de retenção é de avaliar
o grau de permanência ou persistência do nível de desempenho atingido
durante a prática, depois de certo período sem nenhuma prática.
O intervalo de tempo real entre o fim da prática e o teste é arbitrário.
Entretanto, esse intervalo deve ser suficientemente longo para permitir que se
dissipem quaisquer fatores que tenham afetado artificialmente o desempenho
da prática. A avaliação crítica é a diferença entre o nível de desempenho da
pessoa no primeiro dia de prática e no dia do teste.
Neste estudo buscou-se um intervalo razoável, duas semanas, porém
observamos que devido aos conteúdos serem diversos poderia haver mais
sessões que o possivelmente permitiria uma maior retenção dos conteúdos da
tarefa.
Consciente da importância de se trabalhar um método preciso e
adequado para aprendizagem de um conteúdo, sugere-se aos profissionais
que trabalhem com diferentes metodologias, pois indivíduos diferentes
aprendem e apreendem de maneiras diferentes em um mesmo grupo, devido a
isto buscarem diferentes tipos de métodos com características, vantagens e
desvantagens bem como as variabilidades de prática permite melhor
aprendizagem no desempenho do aprendiz.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SP Editora Pedagógica Universitária Ltda, 1988
TELES, M. L. S. Socorro! É Proibido Brincar! Rio de Janeiro, Vozes, 1999.
ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO
Nº PERGUNTAS
1- Quantas peças são utilizadas por cada jogador no início do jogo de Xadrez? R:
2- Quantas casas há no tabuleiro de Xadrez? R:
3- Qual jogador inicia uma partida de Xadrez? R:
4- Qual o objetivo do jogo de Xadrez? R:
5- O que é XEQUE-MATE? R:
6- Quais peças podem fazer o primeiro lance do jogo? R:
7- Como se movimentam os peões? R:
8- Quais as peças que não podem voltar? R:
9- Qual a única peça do jogo que pula as demais? R:
10- Como é feita a captura de uma peça no jogo de xadrez? R:
ANEXO – 2 RESOLUÇÃO DOS DIAGRAMAS E EXERCÍCIO NO TABULEIRO
Nome: ___________________ Série:
01. As Brancas jogam e dão mate em 1 lance, indique com flecha.
02. Analise o diagrama e escreva se é xeque mate ou empate. Lance das pretas.
03. Utilizando a regra dos 50 lances, as brancas dão mate no menor número de lances.
(EXECUTADO NO TABULEIRO FRENTE AO PROFESSOR)