DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - Operação de ... · A Margarida Friorenta: escrita por...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL - PDE

NORMA RAVANELI BUZZACARO

Unidade Didática com o Gênero Discursivo História Infantil: uma proposta de trabalho

conforme a metodologia da sequência didática

Francisco Beltrão - 2010

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Norma Ravanéli Buzzacaro

Unidade Didática com o Gênero Discursivo História Infantil: uma proposta de trabalho,

conforme a metodologia da seqüência didática.

Produção Didático-Pedagógica constituída na forma de Unidade Didática, apresentada como um dos requisitos do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional 2009/1010, ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, em parceria com a Secretaria de Tecnologia e Desenvolvimento. Orientadora: Profa. Dra. Terezinha da Conceição Costa-Hübes (UNIOESTE – Cascavel/PR)

Francisco Beltrão - 2010

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(...) Que é Flicts? Não digo, não quero dizer. Cada um que trave contato pessoal com Flicts, e sinta o que eu sinto ao conhecê-la: um deslumbramento, um pasmo radiante, a felicidade de renascer diante do espetáculo das coisas em estado puro.(...). Carlos Drummond de Andrade

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO INICIAL..................................................................................... 05 2 RECONHECIMENTO DO GÊNERO........................................................................ 06 2.1 PESQUISA SOBRE O GENERO............................................................................... 09 2.2 2.3

SELEÇÃO DE UMA AMOSTRA DO GÊNERO PARA LEITURA E ANÁLISE DISCURSIVA: TEXTO “FLICTS” DE ZIRALDO................................................... ANÁLISE LINGUISTICA.........................................................................................

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3 PRODUÇÃO ESCRITA............................................................................................. 19 4 CIRCULAÇÃO DO GÊNERO................................................................................... 20 5 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 20

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PROJETO PDE

Professora: NORMA RAVANÉLI BUZZACARO

Área: LINGUA PORTUGUESA

NRE: FRANCISCO BELTRÃO

Professora Orientadora: Dra. TEREZINHA DA CONCEIÇÃO COSTA-HÜBES

IES: UNIOESTE - CASCAVEL

Escola de Implementação: COLÉGIO ESTADUAL DE RENASCENÇA – ENSINO

FUNDAMENTAL E MÉDIO

Público objeto da intervenção: 2ª SÉRIE DO ENSINO FORMAÇÃO DE DOCENTES

Titulo: UNIDADE DIDÁTICA COM O GÊNERO DISCURSIVO HISTÓRIA INFANTIL: UMA PROPOSTA DE TRABALHO CONFORME A METODOLOGIA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA.

1 APRESENTAÇÃO INICIAL PROFESSOR (A): O Ensino Aprendizagem quanto à leitura de obras infantis, partindo da perspectiva de

trabalho com os gêneros discursivos, nos leva a redefinição do nosso papel de professor leitor,

diante da realidade e da prática de leitura do aluno.

Com esta unidade didática, pretendemos discorrer sobre o gênero discursivo histórias

infantis, da esfera literária, tendo como suporte o próprio livro, e apresentar o resultado da

análise realizada. A escolha deste gênero justifica-se por ser um desafio desenvolver, na sala

de aula, a leitura compreensiva e responsiva, objetivando tornar o leitor consciente, crítico e

criativo.

O gênero história infantil é atrativo e combina letras com imagens (é verbal e não verbal),

e vamos utilizá-lo para a compreensão do gênero discursivo com alunos do 2º ano, Ensino de

Formação Docente, do Colégio Estadual de Renascença, Município de Renascença, Estado do

Paraná, futuros docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. O objetivo é prepará-los

para o trabalho com esse gênero nos anos iniciais, quando estiverem atuando em sala de aula.

Após desenvolvermos o trabalho, em forma de Sequência Didática (SD), com o gênero

selecionado, focalizando, mas especificamente a obra Flicts, de Ziraldo, os futuros docentes

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criarão suas histórias infantis e as apresentarão aos alunos do 4º ano do ensino fundamental,

numa escola municipal de Renascença - PR, e os textos criados serão doados a esta instituição

para posteriores leituras com as demais séries/anos.

Este material também será utilizado para instrumentalizá-los no trabalho com este gênero,

o qual vem ao encontro do que propõem as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná –

DCE (Paraná, 2008), as quais ressaltam a importância e o papel do gênero discursivo no

ensino de Língua Portuguesa.

2 RECONHECIMENTO DO GÊNERO Professor (a),

Para ratificar a compreensão que os alunos, futuros docentes, já têm (ou não) sobre o

gênero, vamos conversar sobre histórias infantis, questionando-os:

� Vocês já leram histórias infantis? Sobre o que já leram?

� Lembram quem eram os autores?

� Com que idade conheceram esse gênero?

� Quem as lia ou as contava?

� Onde eram encontradas?

� E hoje ainda as leem?

� A escola oferece este estilo de leitura?

Após este diálogo é hora de explicar mais sobre o gênero em questão. Para isso,

apresentamos algumas informações a mais sobre o gênero.

A – História da Literatura Infantil

A Literatura Infantil, a partir do momento de sua escrita, apresenta-se ao leitor de

duas formas: em prosa e em verso. Em prosa encontramos lendas, contos, fábulas, histórias,

novelas etc. Em verso, organizam-se os poemas, as cantigas de roda, as canções de ninar etc.

Todavia, muito antes da escrita, esses gêneros eram transmitidos oralmente, destacando-se,

dentre eles, principalmente as narrativas:

Nos primeiros tempos, o homem não escrevia, conservava de memória os fatos e relatos. E os transmitia pela tradição oral, quer dizer, de viva voz, de pai para filho, de uma geração para outra. (Góis, 1984, p.103).

Segundo Góis, “A literatura Infantil tem sua origem na Idade Oral do mito; amas de

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leite, rapsodos (cantor ambulante) e educadores transmitiam de viva voz à infância”. (GOIS,

1984, p.63). Conforme a pesquisadora, as primeiras histórias surgiram na Grécia, depois em

Roma, onde relatavam as tradições de seus antepassados, bem como suas aventuras

extraordinárias.

O surgimento da Literatura Infantil, a partir do Sistema Educacional ocorre por volta

do século XX. Antes disso as crianças não eram vistas como crianças e sim como adultos em

miniaturas. Por esta razão, as origens da Literatura Infantil estariam ligadas à publicação de

obras infantis, lançadas por Perrault, depois Andersen, Irmãos Grimm e muitos outros

autores.

Por volta do século XX, surge no Brasil, a Literatura Infantil com a obra O patinho

Feio, de Andersen. Logo após, Monteiro Lobato lança seu primeiro livro: Narizinho

Arrebitado e, seguidos a este autor, muitos outros passaram a cativar este público.

B - Características de histórias infantis

Atualmente a criança vai muito cedo para a escola e a escuta de histórias infantis

passa a ser uma prática também neste ambiente, até porque, muitas já ouviram histórias

contadas pela mãe/pai, por se tratar de uma atividade educativa, nas mais diversas culturas do

mundo, quando se utiliza desse gênero para ensinar a discernir o bem e o mal. Além disso,

objetivam mostrar que na vida as escolhas acontecem em todos os momentos, assim como

nas histórias, acreditando que, por meio delas, possam promover a criança para o mundo, de

forma que os pequenos leitores/ouvintes fiquem mais cautelosos em relação à maldade, à

bondade, à tristeza etc. Conforme Silva:

As histórias infantis (...) na grande maioria das vezes auxiliam no desenvolvimento do discernimento entre o bem e o mal, escolhas que surgem em todos os momentos de nossa vida. O papel das histórias infantis (versões tradicionais) promove uma preparação do público infantil para o mundo, ou seja, suas mazelas, tristezas, maldades e decepções, pois, uma criança alienada dificilmente tornar-se-ia um cidadão com escolhas próprias, tornando-se assim, uma pobre criatura vítima das ideologias políticas da sociedade. (SILVA 1).

As histórias infantis são essencialmente lúdicas e mágicas, cujo conteúdo quase

sempre é do mundo do faz-de-conta, onde prevalece o sonho, a imaginação, o mistério, a

fantasia. Muitas vezes estas obras servem também de refúgio para a criança, quando passa a

ter atitudes de determinado personagem do livro favorito, proporcionando o enfrentamento

1 Texto on-line, sem data e sem página.

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de seus próprios problemas.

Não podemos deixar de ressaltar, também, a importância das ilustrações,

privilegiadas e sugestivas nestas obras, favorecendo a imaginação, permitindo uma leitura

muito além do desenho. Assim, a obra reúne a beleza da palavra e das imagens, propiciando

o despertar de emoções e do entretenimento. A magia das palavras e do desenho permite uma

leitura mais compreensiva e prazerosa aos pequeninos.

E o que dizer das surpreendentes inovações nos livros infantis? Capas encantadoras,

obras emborrachadas, onde a criança pode brincar com seu livro até no banho, obras em alto

relevo, que mostram a história, de modo fantástico, sem nenhuma palavra escrita, e há ainda

os que trazem desenho e voz, munidos de som. É um verdadeiro mundo encantado, cada vez

mais sofisticado para atrair a criança. Porém, nem sempre isso tudo desenvolve o hábito da

leitura porque este hábito depende da continuidade do ato de ler, da diversidade, do

compromisso e da conscientização de todos os professores, independente das disciplinas,

pois é papel do educador acreditar que a leitura é uma viagem sem fronteiras.

O investimento financeiro, a criatividade das obras está cada vez mais voltada para a

criança, “um consumidor em potencial”, seja para entretenimento, seja para comercialização.

Neste mundo encantado, muitas obras perdem a qualidade de texto, já que se apresentam de

forma descontextualizada (sem autor, sem ano e local de publicação etc.), a fim de dar

espaço ao comércio.

Sabemos que as histórias infantis desempenham um importante papel no

desenvolvimento da linguagem, cabendo-nos uma imensa responsabilidade quanto ao ensino-

aprendizagem da leitura no ensino fundamental. Portanto é importante entender e conduzir os

sonhos, a magia e a fantasia própria da criança, fazendo com que se encontre no livro infantil

e que sua mente, fértil e inesgotável, possa voar incansavelmente através do livro.Tudo isso,

exige conhecimentos e uma diversidade de leituras.

Ao professor cabe o desencadear das múltiplas visões que cada criação literária sugere, enfatizando as variadas interpretações pessoais, porque decorrem da compreensão que o leitor alcançou do objeto artístico, em razão de sua percepção singular do universo representado. (ZILBERMAN, 2005 p. 28).

O professor deve ser a mola-mestra para a formação do leitor crítico e com ideias

próprias, favorecendo ao interlocutor a compreensão do sentido da história, não esquecendo

que este sentido depende da vivência de cada leitor.

Fica evidente a necessidade da presença do professor/leitor como mediador do processo de iniciação do leitor/criança. (....)Seu repertório de leituras, sua capacidade de análise crítica dos textos e suas escolhas adequadas à idade e aos interesses de seus alunos já representarão um sólido e definitivo ponto de partida. (PAIVA, 2006

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p. 128).

Não podemos nos esquecer de fazer as adaptações dos livros de acordo com a idade e

maturidade da criança, que também deve ser uma preocupação ao ofertarmos leituras.

2.1 Pesquisa sobre o gênero

Professor (a): Para que os alunos, futuros docentes conheçam mais sobre o gênero discursivo história

infantil, agendaremos uma visita à biblioteca, estimulando-os a conhecer o material

disponível, visualizando e lendo as diversas obras infantis encontradas naquele espaço.

Afinal, também eles devem ler essas obras, caso pretendam trabalhar com as mesmas.

Também os levaremos ao laboratório de informática para que pesquisem mais sobre o

assunto, buscando críticas, análises e interpretações sobre as obras encontradas na biblioteca.

Após a visita à biblioteca da escola e a pesquisa no laboratório de informática, reuniremos

os alunos em grupos, de acordo com o número de obras localizadas. Vamos pedir que

observem a capa de alguns livros e por alguns minutos, sem lê-los, pediremos para

escreverem algumas linhas sobre o assunto que imaginam que a obra traz e depois leiam suas

conclusões. Feita a explanação, vamos estimulá-los a uma leitura silenciosa e, em seguida,

que oralmente exponham se as conclusões anteriores estavam de acordo com a obra lida.

Sugestões de obras infantis:

ALMEIDA, Fernanda Lopes de. (1) ROCHA, Ruth. (2) GUTTMANN, Mônica (3)

Professora (a), no quadro seguinte apresentamos alguns aspectos do contexto de produção dessas obras, a fim de propiciar reflexões sobre esse aspecto.

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A Margarida Friorenta: escrita por Fernanda Lopes de Almeida, ilustrada por Lilá

Figueiredo, 9ª Edição, Editora Ática, São Paulo, ano de publicação 1988, livro lançado em

1980, da série Passa Anel. A história inicia com “Era uma vez”, em discurso direto, onde o

diálogo acontece entre a Borboleta, Margarida, Ana Maria e o Cachorro. Importante ressaltar

que o cão assemelha-se aos humanos, andando sobre duas patas, e recebe recompensa por

atender ao pedido de Ana Maria. Nesta obra podemos observar que o carinho, a atenção é o

tema principal.

A Menina que Aprendeu a Voar: Autora Ruth Rocha, Ilustração Elisabeth Teixeira, 2ª

Edição, Editora Salamandra, São Paulo, publicado em 2006, lançado em 1982. Esta história

também inicia por “Era uma vez”, retratando o ofício de escrever. Nela, Ruth Rocha retrata

um contraste entre o mundo adulto (fechado, preconceituoso e vê o mundo muito estreito) e o

da criança (esperta e imaginativa). O fato de Joana voar é visto primeiramente somente pelas

crianças, passando aos leitores uma sensação de liberdade, de crítica ao adulto (pais,

professores) que impedem as crianças de imaginar, fantasiar. A autora passa uma imagem de

um adulto intolerante (escola) e desatento (família).

Armando e o tempo: Obra escrita por Mônica Guttmann e ilustrada por Mirella Spinelli, 2ª

edição, Editora Paulus, São Paulo, publicado em 2005. Esta obra faz parte do projeto de

leitura organizado por Ana Maria Pereira. Neste livro podemos desenvolver a

interdisciplinaridade ao pensarmos no tempo de duas maneiras. O cronológico e o pessoal ou

social. Este pode relacionar-se ao modo como aproveitamos nosso tempo, e que há um tempo

para cada coisa, o bom é que o homem pode romper os limites do tempo por meio do

conhecimento, a fim de compreender sua evolução, enquanto que o cronológico nos remete a

matemática, aos números, frações e decimais, enfatizando a compreensão nas operações.

Depois de lidos e discutidos os livros propostos anteriormente, algumas atividades

poderão ser desenvolvidas, a fim de explorar o contexto de produção de cada obra:

Atividades para os alunos

Livros 01 02 03

Qual é o titulo?

Quem é o autor?

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Quando foi publicado?

Onde?

Para quem?

Por quê?

Quem ilustrou?

Qual edição?

Quem publicou?

Observe as capas e os comentários das obras e responda:

Obra nº. 01

a) Por que o título A Margarida Friorenta?

b) O que significa friorenta?

c) O que vocês acham que vai acontecer nesta história?

d) Assinale somente o que está de acordo com o texto: Margarida estava sentindo frio:

( ) por falta de agasalho, ( ) falta de Amor; ( ) não tinha Liberdade; ( ) faltava-lhe

carinho; ( ) muita Felicidade.

Obra nº. 2

e) Em sua opinião, por que os adultos foram os últimos a perceber o vôo da menina?

f) Você concorda que há um contraste ente o mundo adulto e o da criança? Explique.

g) Por que a autora passa uma imagem de escola intolerante e de uma família desatenta?

Obra nº. 3

h) Qual a diferença entre o tempo do relógio e o tempo emocional?

i) O que você entende por: “O homem pode romper os limites do tempo por meio do

conhecimento”. Explique.

j) A que nos remete o tempo cronológico? Explique?

2.2 Seleção de uma amostra de gênero para leitura e análise discursiva: texto “Flicts”, de

Ziraldo.

Para um maior aprofundamento do gênero, selecionamos a obra “Flicts”, de Ziraldo,

procurando desenvolver leituras de seu conteúdo temático, atrelando ao contexto de produção;

explorar sua estrutura composicional; por último, focalizar o estilo, conforme propõe Bakhtin

(2003), ao apresentar uma ordem metodológica para o estudo da Língua.

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Após localizarmos o livro Flicts de Ziraldo, vamos levá-los à sala de aula para apresentá-

lo aos alunos. Como se trata de um livro publicado em 1969, vamos mostrar-lhes pelo menos

três edições desta obra, como sugestão:

� Lançamento em 1969, que traz na página 26 a bandeira da Inglaterra, quando

exploraremos a o contexto sócio-histórico para conhecer o motivo deste símbolo;

� A edição de 1985, na qual traz, no mesmo número de página, a bandeira brasileira,

questionando o que houve para que o autor mudasse de símbolo;

� E a edição 2009, quarenta anos de Flicts, na qual retrata toda a trajetória desta

maravilhosa obra.

Podemos ainda visitar o site: www.youtube.com.br digitar Flicts e clicar em pesquisa,

quando aparecerá diversas opções. Sugerimos que escolha a opção que consta a bandeira do

Brasil para ver esta linda história.

Eis a capa das três edições:

O interesse despertado em buscar mais informações sobre a obra FLICTS, é pela sua

magnitude e sobrevida. Uma obra que comemora quarenta anos e ainda é muito procurada

para leitura e pesquisa, merece um olhar mais atento. Também é instigante entender como um

livro, mesmo após tantos anos, nos faz refletir sobre questões de amizade, liberdade,

solidariedade e preconceitos. Passemos a análise da obra.

Contexto de Produção e Conteúdo Temático

CURIOSIDADE: Você sabia que o nome ZIRALDO é a combinação dos nomes de sua mãe

ZEZINHA e seu pai GERALDO?

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Ziraldo nasceu em 24/10/1932 em Caratinga, Mina Gerais, mais velho dos sete irmãos.

Formou-se em Direito em Minas Gerais e Belo Horizonte. Casou-se com Vilma, tem três

filhos e seis netos. Desenha desde criança, e sua paixão sempre foram os livros, lia de tudo.

Iniciou sua carreira com a revista “Era uma vez” e em 1954 iniciou seu trabalho no jornal “A

folha de Minas” com uma página de humor. Este mesmo jornal publicou seu 1º desenho

produzido quando tinha seis anos de idade. Ziraldo é conhecedor das letras, uma vez

jornalista, e das artes porque é desenhista, pintor, cartunista e chargista. Conhecido como

responsável pela revolução na ilustração de livros infantis.

Flicts é a primeira obra infantil do autor Ziraldo, lançada em 1969, conhecida como a

cor que procurava seu lugar no mundo. Este texto é constituído de poesia moderna e

demonstra isso por meio do verbal, e do não-verbal, representado pelas cores que interagem,

com a escrita, provocando intencionalidade comunicativa. Desta forma, os sentidos entre os

interlocutores são construídos.

A trajetória editorial percorre vários países, passando pelo Japão, Estados Unidos da

América, Inglaterra, Itália, Alemanha, Portugal, Equador, México e Bélgica. Mesmo sendo

lançado há mais de 40 anos, continua sendo editado e é um dos livros mais vendidos do

autor.

Ao lançar o livro em 1969, o Brasil vivia o período da TV em preto e branco, via

também o momento em que o homem pisou na lua pela primeira vez, bem como vivíamos no

regime militar, e neste período, o autor não era autorizado a utilizar símbolos nacionais. Por

esta razão, Ziraldo faz uso da bandeira do Reino Unido (Grã – Bretanha), nesta obra.

Somente em 1985, quando o Brasil vive um novo regime, o autor lança uma nova edição e

nesta substitui a bandeira do Reino Unido pelo verde e amarelo do Brasil. E em 2009 é

celebrado o lançamento de uma edição especial para festejar os 40 anos de sobrevida desta

encantadora obra.

O lirismo da narrativa e sua estrutura fazem com que esta obra seja uma mistura de prosa

e poesia. Percebemos uma forte presença de figuras de linguagem (metáforas, aliterações,

sinestesias, ironias), aliadas à imagem visual, que perpassam toda a obra.

O texto retrata o temor do abandono, o sentimento de não pertencer a nenhum grupo, a

rejeição, a exclusão causada pelas diferenças. A s personagens são caracterizadas por cores

fortes (vermelho – forte; amarelo – iluminado; azul – calmo, sereno; Flicts – frágil, aflito; a

antítese das outras cores). É um herói em busca de sua identidade, único, solitário, não se

reconhece em nada, percorre o mundo buscando seu lugar (caixa de lápis de cor, primavera,

arco-íris, nas bandeiras, mar, céu...), sem desistir, porém como tudo um dia cansa, ele cansou

de procurar. Para. Assim vai sumindo, e se depara com a lua e nela se incorpora, se

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encontra.

A busca pela identidade e a superação, auxiliam a criança na conquista de sua autonomia,

e esta obra nos mostra que todas as turbulências passam e que existe um lugar certo para

todos.

Sobre o Conteúdo da obra

Após ler o texto com os alunos, futuros professores, provocaremos reflexões sobre os

recursos utilizados pelo autor para construir o sentido do texto. Exploraremos que, através

das cores, Ziraldo consegue atingir crianças, jovens e adultos com sua história. Começa

escrevendo “Era uma vez uma cor rara e triste”, para depois lhe dar o nome FLICTS. Ao

longo da obra, utiliza-se de cores vivas e vibrantes, nos fazendo imaginar quem é FLICTS.

Na medida em que avançamos na leitura, percebemos que há o predomínio de cores sobre a

escrita, e o enunciado de modo simbólico nos remete a valores da vida. O comentário tecido

por Carlos Drummond de Andrade, na contra capa do livro, nos sensibiliza para a poesia, a

qual nos faz refletir sobre as simbologias em torno das cores.

As formas gráficas em que são posicionadas as cores também nos remetem a outras

circunstâncias, como por exemplo, as diversas fases na obra: a infantil (p. 22 a 37), escola,

laço, ciranda, fita; a adulta que dialoga com o mundo (p. 40 a 53), trabalho, faixa, escudo,

brasão, bandeira, estandarte; a fase dos elementos naturais (p. 54 a 61) céu, mar, fases da

lua; e ainda a do universo dos amigos (p. 62 a 79), companheiro, amigo, irmão. Aqui vale

ressaltar, que um adulto com o saber adquirido fará leituras de acordo com sua vivência

social, diferentes das leituras ingênuas das crianças.

Flicts no início, triste, sem brilho, sem saber qual é seu papel, ao final luz, iluminação,

fenômeno, palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade.

O mundo não é uma coleção de objetos naturais, com suas formas respectivas, testemunhadas pela evidência ou pela ciência: o mundo são cores. A vida não é uma série de funções da substância organizada, desde a mais humilde até à de maior requinte: a vida são cores. Tudo é cor... ...Aprendo isso, tão tarde! Com Ziraldo. Ou mais propriamente com Flicts... Que é Flicts?... ...Flicts é a iluminação – afinal, brotou a palavra – mais fascinante de um achado: a cor, muito além do fenômeno

visual, é estado de ser, e é a própria imagem. Desprende-se da faculdade de simbolizar, e revela-se aquilo em torno do qual os símbolos circulam, voejam, volitam, esvoaçam – fly, flit, fling

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- no desejo de encarnar-se. Mas para que símbolos, se Captamos o coração da cor? Ziraldo realizou a façanha, em seu livro. (ZIRALDO, 2009, p. 87)

Flicts como personagem, se apresenta solitário, único, não se encontra com as demais

cores, corre o mundo, mas não se acha, assim desiste e some no espaço. Ao parar de procurar

seu lugar, o encontra, ele é a lua, e a ela se incorpora, solitário.

Interessante que ao final, ele, que foi desprezado, ignorado e sofreu preconceitos, está

presente em todas as cores, depende do momento em que a lua se encontra (fases da lua), e

assim passa a ser alguém.

As crianças convivem com raças, cores, tamanhos, sexo, etnias diferentes. A leitura

desse livro pode auxiliar na desmistificação do preconceito, pois é na convivência que se

aprende a respeitar a todos.

ATIVIDADES PARA O ALUNO

Após conversarmos e construirmos sentidos sobre a obra, entendemos ser o momento de

fixar esses conhecimentos com algumas atividades. Para isso, preparamos as seguintes:

A - Contexto de Produção

A. Quem é o autor dessa obra? O que você sabe sobre ele? Conhece outras obras desse

autor? Vamos pesquisar um pouco mais?

Propomos aos alunos uma pesquisa no laboratório de informática, para conhecerem um pouco mais sobre a vida do autor ZIRALDO e ao fazer isso, explicamos que estarão valorizando o autor e resgatando o contexto de produção.

B. Ziraldo lida muito bem com as letras e com as artes. Você sabe por quê?

C. Onde e quando a obra FLICTS foi publicada pela primeira vez?

A sugestão é de apresentarmos três edições, da mesma obra, e conversar com os alunos sobre isso. Explicando o que é uma edição e o que muda de uma edição para outra.

D. Quando foi publicada a 1ª edição de Flicts?

E. Que diferenças há entre a 1ª edição e a edição comemorativa?

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F. Nessa edição comemorativa 40 anos quais os autores ou estudiosos que homenageiam

a obra Flicts?

G. A quem se destina este livro?

Vamos voltar ao laboratório de informática e pesquisar um pouco mais sobre a obra. Buscaremos as informações sobre sua tradução. Em quantos idiomas o livro foi traduzido e quais prêmios recebeu.

H. Podemos relacionar a produção dessa obra, com qual acontecimento importante para a

humanidade?

B – Questões de decodificação:

a) Quais são os personagens e que ações praticam?

b) Quem é Flicts? Como ele é descrito no decorrer do texto?

c) Em que tempo e lugar se desenvolve o enredo desta história?

d) Onde Flicts encontra a sua paz?

e) Na última página está escrito: “the moon is flicts” o que significa e quem escreveu esta

frase?

Mostraremos aos nossos alunos que toda a história tem um tema, um assunto principal. Vamos instigá-los a descobrir o tema desta obra, bem como a comentar sobre o que mais lhes chamou atenção.

C - Questões de Interpretação

a) O que o título “FLICTS” lhe sugere?

b) O que despertou curiosidade nesta obra?

c) Em que parte da história é necessário recorrer a outros conhecimentos da vida

cotidiana para interpretá-la? Por que o autor se utiliza desse recurso?

Neste momento, vamos à página 63 e observemos que o autor reforça a ideia de semáforo, e

dialoguemos com nossos alunos, sobre trânsito: respeito às leis, acidentes, imprudência,

velocidade etc., porém, devemos observar que a obra utiliza-se deste semáforo para dizer:

VERMELHO: Não. Você não pode ultrapassar a barreira

que nos separa para sermos amigos. Pare.

AMARELO: espere;

VERDE: vai embora, siga seu caminho.

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d) Por que Ziraldo utilizou-se de um semáforo nesta obra? Em que sentido ele o utilizou?

e) Na página 28 e 29 o arco íris dá as costas para Flicts. Por que as cores fizeram isto?

Quando e como conseguimos ver o arco íris?

f) Há algum tipo de preconceito nas atitudes das cores em relação à Flicts?

g) Na vida encontramos pessoas que dão as costas a outras? Explique.

h) Ziraldo utiliza-se de cores fortes, associando-as simbolicamente a outras situações.

Cite quais situações?

i) Por que Flicts aparece no livro sendo frágil, feio e aflito?

j) Quais outras cores citadas no livro e por que elas são vistas como belas?

k) Por que na caixa de lápis de cor não existe lugar para Flicts?

l) Por que a cor Flicts não encontra lugar na primavera?

m) Na página 30 e 31 há uma referência ao número sete. Você saberia explicar o que

significa?

n) O que você entende por “na sua Branca solidão”, na p. 39?

o) Você concorda com o autor quando se refere a Bandeira Brasileira “pelos países mais

bonitos”, na p. 45? Justifique.

D - Compreensão (extrapolação)

a) O que despertou curiosidade nesta obra?

b) Existem pessoas excluídas em nossa sociedade, assim como Flicts?

c) Na vida encontramos pessoas que dão as costas a outras, assim como fizeram as cores

para Flicts? Explique.

d) Em sua opinião, devemos procurar nosso lugar no universo, conforme fez Flicts?

Explique

e) Quais as diferenças de viver em 1969 e hoje?

f) Que atitudes você tomaria para ajudar Flicts a se encontrar?

g) Quais considerações você acha relevante sobre os apontamentos feitos por

Drummond?

h) O que você pensa sobre essa cor Flicts?

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2.3 Análise linguística

1) Quais palavras foram empregadas para caracterizar as cores:

a) Flicts:

b) Vermelho:

c) Amarelo:

d) Azul:

2) Você concorda com o autor ao escolher tais palavras? Por quê?

3) Na Gramática, as cores são chamadas de adjetivos. Por quê? Explique:

4) Nesse caso, quais palavras elas caracterizam?

5) No trecho:

“cor muito rara e muito triste” (p 11).

“Era apenas o frágil e feio e aflito Flicts” (p.18)

a) A quem se refere às palavras destacadas?

b) Que imagem de Flicts essas palavras ajudam a construir?

6) Em sua opinião, por que as cores iniciam com letra maiúscula? Explique.

7) Ao darmos vida a seres inanimados, dizemos que foram personificados. Na obra existem

personificações. Justifique.

Personificação: S.F. 1. Ato ou efeito de personificar. 2. Pessoa que representa ou evoca uma

coisa abstrata ou inanimada

Definição extraída do Novo Dicionário Aurélio, p1317.

8) Cor é uma palavra feminina. Flicts é uma palavra masculina. Explique o que as diferencia?

9) Flicts é um poema narrativo ficcional escrito em versos livres. O que são versos livres?

Verso Livre: Não se baseia em critérios predefinidos, mas em decisões que o poeta toma

intuitivamente ou em normas por ele criadas. (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA, p. 349,

V.14, 1998).Verso não metrificado, que não atende a outro critério senão as pausas

espontâneas do movimento lírico. (NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO DA LINGUA

PORTUGUESA. P.1769, 1986).

a) Cite exemplos.

10) No trecho da p.27:

Deixa eu ficar na berlinda? Deixa eu ser o cabra-cega?

Deixa eu ser o cavalinho? Deixa que eu fique no pique?

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a) A quem se refere à palavra eu?

11) Leia “Sete é um número tão bonito, disse o Vermelho vermelho” (p. 30).

a) O autor utiliza-se da palavra vermelho por duas vezes. O que as diferencia?

12) A obra inicia com “Era uma vez” (p. 11), permitindo que a imaginação do leitor possa

voar a qualquer tempo. Explique por quê?

13) Há verbos que demonstram ação, estado e fenômeno da natureza. Como você classificaria

os seguintes, destacados no trecho abaixo, da p. 41:

“Não há vagas” falou o Azul

“Não há vagas” sussurrou o Branco

“Não há vagas” berrou o Vermelho.

a) A quem essas ações se referem?

14) No trecho: “Quando a lua aparece - nos fins das tardes de outono - Do outro lado do mar

como uma bola de fogo ela é redonda e Vermelha” (p. 43).

a) A quem se refere o pronome destacado? Por que ele foi empregado?

3 - PRODUÇÃO ESCRITA

Salientamos que após a análise da obra literária Flicts, do autor Ziraldo, percebemos

nela a presença de diferentes vozes, as quais interferem na construção de enunciados,

mostrando a intencionalidade do autor em relação a obra. Neste livro, Ziraldo utiliza-se da

escrita e do desenho, de forma provocativa, atingindo assim seu objetivo.

Acrescentamos ainda que a eficácia do autor ao escrever a obra Flicts, para crianças, com

clareza e beleza faz dela uma obra de arte, e esta não conquista apenas crianças, mas também

adultos e jovens.

Assim, após desenvolver as atividades para conhecer e reconhecer o gênero discursivo

histórias Infantis, conduziremos os alunos do 2º ano do curso de Formação de

Docentes/futuros professores para a produção escrita de uma História Infantil, para ser lida a

alunos da 4ª série e posteriormente, doada a biblioteca daquela escola.

Nesse momento, é importante lembrar que esse gênero envolve tanto a linguagem verbal

como a não verbal, como forma de provocar o encantamento, a ludicidade do texto.

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4 - CIRCULAÇÃO DO GÊNERO.

Após a leitura e correção das produções, organizaremos os alunos, futuros docentes, para

a divulgação deste material em uma escola municipal, onde será apresentado e explicado

como foi o processo de produção do livro, e o mesmo, será lido para os alunos do 4º ano do

ensino fundamental, onde, após este trabalho, ocorrerá a doação do material produzido para

posterior leitura com as demais séries, deste estabelecimento de ensino.

REFERÊNCIA

AMOP. Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. Sequência didática: uma proposta para o ensino da Língua Portuguesa nas séries iniciais. [Organizadora: Terezinha da Conceição Costa-Hübes]. Cascavel: Assoeste, 2007a. Caderno Pedagógico 01.

______ . Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. Sequência didática: uma proposta para o ensino da Língua Portuguesa nas séries iniciais. [Organizadora: Carmen Teresinha Baumgärtner e Terezinha da Conceição Costa-Hübes]. Cascavel: Assoeste, 2007b. Caderno Pedagógico 02.

ALMEIDA, Fernanda Lopes. A Margarida Friorenta. Ilustrações: FIGUEIREDO, Lilá. 25 ed.São Paulo: Ática2009. BAKHTIN, Michael. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. _____. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2004. BARSA, Nova Enciclopédia. Encyclopaedia Britannica do Brasil. Rio de Janeiro – São Paulo: publicações Ltda, 1998. COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição; BAUMGARTNER, Carmen T. Sequência didática: uma proposta para o ensino de Língua Portuguesa nas séries iniciais. Cascavel: Assoeste, 2009. Caderno Pedagógico 03. DOLZ, Joaquim, NOVERRAZ, Micheli: SCHNEUWLY, Bernard. Seqüências Didáticas para o oral e a escrita: Apresentação de um procedimento. In: Scheneuwly, Bernard: Dolz, Joaquim e colaboradores. Gêneros orais e escritos na escola. (Tradução e organização: Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro). Campinas – São Paulo: Mercado das Letras, 2004. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. GÓIS, Lúcia Pimentel. Introdução á Literatura Infantil e Juvenil. São Paulo: Pioneira, 1984. GUTTMANN, Mônica. Armando e o Tempo. Ilustrações: SPINELLI, Mirella. 2 ed. São Paulo: Paulus, 2004.

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MAGNANI, Maria do Rosário Mortatti. Leitura, Literatura e Escola. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso E Leitura. 4. ed. Unicamp – São Paulo: Cortez, 1988. PAIVA, Aparecida. Ministério da Educação Práticas de Leitura e Escrita. MEC. Brasília, 2006. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Básica do Paraná. Curitiba: SEED. 2008. ROCHA, Ruth. A Menina que Aprendeu a Voar. Ilustrações: TEIXEIRA, Elisabeth. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2006. SILVA, Petrônio Vieira da; A Literatura Infantil e seu uso Pedagógico na Educação. http://www.fucamp.com.br/nova/revista/revista0610.pdf 9 pesquisa em: 07/05/2010. ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2005. _______.; MAGALHÃES, Ligia Cademartori. Literatura Infantil: Autoritarismo e Emancipação. 3. ed. São Paulo: Atica, 1987. ZIRALDO. Flicts, Edição Comemorativa, São Paulo: Melhoramentos, 2009. _____. ; Flicts. 3 ed.São Paulo. Melhoramentos, 1985. ______. ; Flicts. 1 ed. São Paulo: Melhoramentos, 1969.