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info TRIMESTRAL | JAN.FEV.MAR. 2007 • Nº 11 • 2 Magazine de informação da Ordem dos Engenheiros REGIÃO NORTE Braga da Cruz, um engenheiro multifacetado

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infoTRIMESTRAL | JAN.FEV.MAR. 2007 • Nº 11 • €2 Magazine de informação

da Ordem dos EngenheirosREGIÃO NORTE

Braga da Cruz,um engenheiro multifacetado

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info

Pela dignificação da Engenharia

Sendo este o número da Info com o qual se encerra o intenso egratificante mandato iniciado há três anos, proponho-me fazer um brevebalanço da actividade e a projecção para o mandato que se vai iniciar.Decididos a pugnar pelo reconhecimento interno e externo de que aOrdem dos Engenheiros (OE), para além da defesa dos interessesprofissionais dos engenheiros, zela pelo interesse público,competindo-lhe assegurar a boa harmonização destes interesses edeterminados a transformar a Ordem num verdadeiro parceiro socialcom uma intervenção activa, responsável e respeitada nas matériasque se relacionam com a Engenharia e sejam determinantes para odesenvolvimento do país, este mandato teve como principaisrealizações:a reorganização interna e o controlo de gestão, definindo eimplementando regras e procedimentos visando assegurar a boa gestãodos recursos e um funcionamento eficiente e tão transparente quantopossível, centrado no utilizador;o reforço e desenvolvimento dos dispositivos de gestão da informaçãobem como das ferramentas que permitirão aproximar a Ordem dos seusmembros, facilitando a relação entre ambos;a divulgação dos bons exemplos de práticas e realizações de Engenharia,a par da homenagem aos maiores vultos da Engenharia da região,chamando a atenção para o papel determinante da Engenharia nodesenvolvimento socioeconómico da região e do país;o forte envolvimento no debate da regulamentação profissional, gerandona região algumas das principais propostas da Ordem em matérias tãoimportantes como a da revisão do Decreto 73/73 ou a da coordenação desegurança em obras de edifícios e de Engenharia Civil, ou a dolicenciamento de pedreiras, etc;o incentivo à formação contínua, seja por via da promoção de formaçãofinanciada e não financiada, seja pela divulgação da oferta qualificadaexistente no mercado;o incremento das relações transfronteiriças com organizações similares,nomeadamente o Colégio de Ingenieros de Caminos, Canales y Puertos e,mais recentemente, o Ilustre Colégio de Ingenieros Industriales. Num enoutro casos focados no estudo das condições de exercício profissionalnesta euro-região, bem como na articulação das intervenções de um ladoe de outro da fronteira em defesa do prestígio da profissão e das boaspráticas profissionais;o desenvolvimento de estudos detalhados sobre temas de especialinteresse como sejam o projecto de qualificação de edifícios, a definição

Gerardo Saraiva de MenezesPresidente do Conselho Directivo da Região Norte

índice6 10Notícias

Entrevista

Destaque 2216Vida Associativa

32Disciplina

Propriedade: Ordem dos Engenheiros – Região Norte.Director: Luís Ramos ([email protected].).Conselho Editorial: Gerardo Saraiva de Menezes, Luís Leite Ramos, FernandoAlmeida Santos, Maria Teresa Ponce de Leão, António Machado e Moura, JoaquimFerreira Guedes, José Alberto Gonçalves, Aristides Guedes Coelho, Hipólito Camposde Sousa, José Ribeiro Pinto, Francisco Antunes Malcata, António FontainhasFernandes, João da Gama Amaral, Carlos Vaz Ribeiro, Fernando Junqueira Martins,Luís Martins Marinheiro, Eduardo Paiva Rodrigues, Paulo Pinto Rodrigues, AntónioRodrigues da Cruz, Maria da Conceição Baixinho.Redacção: Susana Branco (edição), Liliana Marques, Natércia Ribeiro, SóniaResende e Rita Machado.Paginação: Paulo Raimundo.Imagens: Arquivo QuidNovi.Grafismo, Pré-impressão e Impressão: QuidNovi. Praceta D. Nuno Álvares Pereira, 20 4º DQ – 4450-218 Matosinhos. Tel.229388155.www.quidnovi.pt. [email protected]ção trimestral: Jan/Fev/Mar – n.º 11/2007. Preço: 2,00 euros. Tiragem: 12 500exemplares. ICS: 113324. Depósito legal: 29 299/89.Contactos Ordem dos Engenheiros – Região Norte:Jorge Basílio, secretário-geral da Ordem dos Engenheiros – Região Norte.Sede: Rua Rodrigues Sampaio, 123 – 4000-425 Porto. Tel. 222 071 300. Fax.222002876. http://norte.ordemdosengenheiros.ptDelegação de Braga: Largo de S. Paulo, 13 – 4700-042 Braga. Tel. 253269080. Fax. 253269114.Delegação de Bragança: Av. Sá Carneiro, 155/1º/Fracção AL. Edifício Celas – 5300-252 Bragança. Tel. 273333808.Delegação de Viana do Castelo: Av. Luís de Camões, 28/1º/sala 1 – 4900-473 Viana do Castelo. Tel. 258823522.Delegação de Vila Real: Av. 1º de Maio, 74/1º dir. – 5000-651 Vila Real. Tel. 259378473.

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editorial

Ficha Técnica

Lazer

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Agenda

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da política de segurança na construção, a estruturação dabolsa de peritos e a adopção de um sistema de acreditaçãodo desenvolvimento profissional contínuo dos engenheiros;a preparação e produção de importantes edições técnicas eculturais de especial relevância para os engenheiros e asociedade, tais como a Monografia da Ponte Maria Pia, aHistória da Engenharia Civil, o Manual de Reabilitação deEdifícios, a colecção Memórias, de homenagem aosmaiores vultos da Engenharia, entre outros;a promoção de importantes congressos e conferências,com a participação de reputados especialistas, de entre osquais se destacam o I e o II Congressos da ConstruçãoSustentável, o III Encontro Norte de Portugal/Galiza, os 5º e6º Congressos de Segurança e Higiene no Trabalho e os I eII Encontros Regionais do Engenheiro.No mandato que agora se inicia exigir-se-nos-á que, paraalém da determinação em continuar os processos eprojectos em curso (mormente o rigor da gestão, asrelações transfronteiriças, os estudos técnicos, as edições eos congressos e conferências que já conquistaram o seuespaço no mercado), nos empenhemos activamente noestudo e desenvolvimento de propostas no âmbito dosgrandes desafios que se colocarão nos tempos maispróximos à Ordem dos Engenheiros, nomeadamente:o movimento de adaptação do ensino da Engenharia àsnovas orientações europeias, devendo a OE pugnar pela

manutenção de uma formação de padrão elevado, capaz degarantir as competências necessárias à superação dosdesafios que se colocam aos profissionais de hoje;a prossecução da política de acreditação da formaçãosuperior e da pós-graduada, ajudando o mercado arecentrar-se na qualidade e eficiência da formação emdetrimento do negócio da formação a qualquer preço;o desenvolvimento de um novo modelo de qualificaçãoprofissional que estimule, valorizando devidamente, odesenvolvimento profissional contínuo;a reflexão sobre a organização mais apropriada à defesado interesse público e o dos profissionais da Engenharia,capaz de garantir eficiente intervenção pública em sedede regulamentação da profissão e do desenvolvimentodas demais competências delegadas pelo Estado; A preocupação com a qualidade da intervenção exige amobilização dos colegas com maior experiência e reflexãofeita sobre estas temáticas, ao mesmo tempo que nosimpõe a criação de condições para que haja umaparticipação tão alargada quanto possível da generalidadedos membros da Ordem.A riqueza e consistência do universo dos membros daOrdem dos Engenheiros é garantia bastante para que,como sempre, a intervenção da Ordem seja responsável,sustentada e firme, centrada na defesa do interesse públicoe na dignificação da Engenharia.

infoPágina 4 EDITORIAL

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Reabilitação urbana da baixa apresentada na OERN

“A Sociedade e o Processo deReabilitação da Baixa” foi o mote deuma conferência realizada no passadodia 28 de Novembro, na sede da Ordemdos Engenheiros – Região Norte(OERN). Perante uma sala cheia,Joaquim Branco expôs aos presentes omasterplan de todo o processo derevitalização urbana e social da baixa doPorto. O presidente da comissãoexecutiva da Porto Vivo – Sociedade deReabilitação Urbana (SRU) começou porfazer um enquadramento geral dosprincípios de actuação da SRU,enquanto entidade responsável pelaoperacionalidade e celeridade dosprocessos burocráticos. SegundoJoaquim Branco, “a grande aposta daSRU é a re-habitação da baixa.

É devolver os habitantes à cidade”. Umobjectivo, diz o mesmo responsável,acrescido de outras vertentesigualmente prioritárias, como o fomentoe a promoção do negócio, adinamização do comércio, aincrementação do turismo e lazer e arequalificação do espaço público (comparticular incidência no estacionamentono centro histórico).De acordo com o plano estratégico,até 2011, a Porto Vivo propõe-sereconverter aquele que considera serum eixo prioritário da cidade e que selocaliza entre as zonas da Trindade eda Ribeira, e de Carlos Alberto a S.Lázaro e que nas palavras de JoaquimBranco constitui a imagem principalda cidade: “Aqui está consolidada aidentidade do Porto e é nesta zonaque se podem gerar as dinâmicasmais fortes da reabilitação”, refere.Estes eixos fazem parte dadenominada Zona de Intervenção

Prioritária, que é apenas parte da áreacrítica de reconversão e recuperaçãourbanística. Esta será a área deactuação conceptual da SRU do Portonuma extensão que contempla partedas freguesias do Bonfim, Cedofeita,Stº Ildefonso e Massarelos, e atotalidade das freguesias da Sé, S. Nicolau, Miragaia e Vitória.Sobre este longo processo dereestruturação da cidade, JoaquimBranco lembrou ainda que se trata deuma consequência natural dasmudanças que o Porto sofreu ao longodos anos, nomeadamente as dadeslocalização para a periferia,sublinhando a importância dereposicionar o centro da cidade comoespaço de atracção e eleição. Umatendência mundial, diz o responsávelpela SRU, e facilitada em muitasvertentes: “As novas políticas europeiasestimulam o desenvolvimento doscentros das cidades. O novo regimejurídico de reabilitação é outro dosinstrumentos que agilizam o processo.É um regime que planeia, gere, actua elicencia”.A Porto Vivo tem realizado váriasexposições públicas sobre areconversão da baixa portuense e asede da OERN, no Porto, foi mais umexemplo dessas apresentações,consideradas por Joaquim Brancoestratégicas: “Ao passarmos amensagem directamente aos própriosactores e interessados em todo oprocesso, então essa mensagem éacrescida de valor. Aqui na Ordem,por exemplo, vi uma plateia deengenheiros, alguns arquitectos e,sobretudo, potenciais investidores epromotores. A comunicação directacom os agentes envolvidos éfundamental”. De resto, comoconcluiu o presidente da Porto Vivo,“a maior dificuldade é a reabilitaçãode mentalidades”.

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Página 7info NOTÍCIAS

Energia eólicaavança em Portugal

Portugal atingiu já um terço da metafixada para 2012 quanto à produçãode energia eólica.Dos 5100 megawatts (MW) previstos,o nosso país apresenta uma potênciainstalada de 1716 MW produzidospor mais de mil aerogeradores emfuncionamento. O balanço foiapresentado no final do passado mêsde Janeiro por Álvaro Rodrigues, doInstituto de Engenharia Mecânica eGestão Industrial (INEGI), quesublinhou o facto do país ter chegadoao final do ano passado com 1055turbinas instaladas e operacionais. A somar à potência instalada está aconstrução de mais 536 turbinas,iniciada em Dezembro passado, oque representa um acréscimo de 1062megawatts, preparando-se desta

forma Portugal para atingir os 2779MW de energia eólica. Em 2010, deacordo com o Programa Nacionalpara as Alterações Climáticas,Portugal deverá ter 4700 megawattsde potência instalada em parqueseólicos. Para já, e exceptuando osconcursos lançados em 2006 peloGoverno, o nosso país garantiu 59%da energia eólica para daqui a trêsanos e 54% da meta traçada para2012.

Três grandes barragensem Portugal até 2020

Uma maior rentabilização dopotencial hídrico e de projectos demicrogeração (produção eléctricadescentralizada) são as linhasmestras da nova estratégiagovernamental para as energiasrenováveis e ambiente apresentada nofinal do passado mês de Janeiro pelosministros da Economia, ManuelPinho, e do Ambiente, Nunes Correia.As metas nacionais para uma energialimpa foram assim reforçadas numaestratégia que prevê/ambiciona aindaa construção, até 2020, de pelomenos três grandes barragens paraprodução eléctrica para além do rioSabor. Obras necessárias, segundo oministro Nunes Correia, para oaproveitamento de 70% do potencialhídrico, face aos actuais 46%. A aposta no potencial hídrico passapelo desenvolvimento em metas, até2020, de um Plano EstratégicoNacional no sentido de duplicar apotência destes aproveitamentoscomparativamente a 2006. Numfuturo mais imediato, o ministro doAmbiente deixou claro que as

prioridades passam pelo reforço dasbarragens da EDP da Bemposta e dePicote, bem como pela duplicação dapotência no Alqueva.O Governo vai ainda criar incentivosfiscais para fomentar a chamadamicrogeração, cujo objectivo é tornaros consumidores em produtores deenergia, utilizando por exemplo emsuas casas painéis fotovoltaicos ouminicentrais eólicas.

UTAD arranca com uma nova licenciatura

Engenharia da Reabilitação eAcessibilidade Humanas é a novalicenciatura lançada pela Universidadede Trás-os-Montes e Alto Douro(UTAD), em Vila Real, que devearrancar já no próximo ano lectivo. O curso, já adaptado ao modelo deBolonha, terá a duração de três anose pretende colocar no mercado osprimeiros licenciados da Europa comeste tipo de formação já em 2010.Segundo avançou Francisco Godinho,do Departamento de Engenharias daUTAD, a nova licenciatura estávocacionada para a aplicação daCiência e da Tecnologia na melhoriada qualidade de vida de populaçõescom necessidades especiais em áreastão diversas como educação, saúde,emprego, transportes, acesso atecnologias e serviços, reabilitaçãofuncional e recreação. Uma iniciativaque está em sintonia com aaprovação em 2006, pelo Conselho deMinistros, do Plano Nacional para aPromoção da Acessibilidade queprevê uma série de medidas nestamatéria. Além de integrar um modelo deformação transversal na área dasCiências de Engenharia, o novo curso

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é igualmente interdisciplinar no seutodo, congregando áreas das CiênciasSociais e do Comportamento,Ciências da Gestão e Serviços Sociais.

Energia nuclear tem o apoio de 12% dos portugueses

O recurso à energia nuclear emPortugal é apoiada apenas por 12% dapopulação nacional. Umapercentagem que coloca o nosso paísna sexta posição mais baixa da UniãoEuropeia (UE) a 25. Os dados derivamde uma sondagem publicada emBruxelas. Este primeiro eurobarómetroda Comissão Europeia (CE) sobre apercepção que os europeus têm dasquestões energéticas concluiu queapenas um em cada cinco cidadãoseuropeus se mostra favorável aonuclear e que 55% da população da UEprefere as energias renováveis.No caso nacional, 77% dosportugueses prefere a energia solar, aenergia eólica (70%) e a energia

produzida pelo mar (70%) e finalmentea energia hidroeléctrica (68%).O eurobarómetro da CE refere aindaque 43% da população da UE admiteque a Europa possa seguir umaestratégia energética baseada noaproveitamento das energiasrenováveis, enquanto 34% doseuropeus relega a energia nuclear paradaqui a 30 anos como sendo um dostrês principais recursos energéticos. Mais consensual parece ser apreocupação relativamente aos custosenergéticos: um terço dos europeus e66% dos portugueses elegem a baixados preços do consumo de energiacomo uma das suas prioridades.

Consumo eléctrico em Portugal com 6% de energia eólica

A energia eólica representou seis porcento da electricidade consumida emPortugal no ano passado. Issomesmo consta do relatório “A energiaeólica em Portugal - 2006”apresentado pela Rede EléctricaNacional (REN). Segundo o mesmodocumento, a entrada emfuncionamento de 36 parques, em2006, traduziu-se num aumento dapotência instalada para 1513megawatts (MW), ou seja, umacréscimo de 60%. A potência dos 137 parques eólicosexistentes em Portugal, emDezembro, traduziu-se em mais de14% do total da capacidade instaladano sistema eléctrico nacional,duplicando os valores de 2005.De acordo com o mesmo relatório daREN, os encargos associados àprodução eólica aumentaram 70%comparativamente a 2005.

Alfândega da Fé recebefábrica decomponentes parapainéis solares

O concelho de Alfândega da Fé foi olocal escolhido por uma empresaespanhola para a instalação de umafábrica de equipamentos e componentespara a produção de energias renováveis. Com sede em Valladolid, a MecapisaPortugal vai começar por investir cercade um milhão de euros e criar dezpostos de trabalho. Nesta fase inicial, anova fábrica deve produzir seguidoressolares, uma espécie de girassolelectrónico que fará rodar painéissolares em direcção ao sol. Segundo um dos proprietários daMecapisa Portugal, a escolha deAlfândega da Fé prende-se com a apostana internacionalização da empresaespanhola aliada ao facto do presidenteda autarquia ter oferecido boascondições para a instalação da fábrica.Além dos seguidores solares, que devemcomeçar a ser produzidos durante estemês de Março, os responsáveisgarantem que a fábrica deverá maistarde produzir outro tipo decomponentes, como placas solarestérmicas e caldeiras para consumo debiomassa, o que se traduzirá numacréscimo de postos de trabalho.

UM já formou maisde dez milengenheiros

Da Escola da Universidade do Minho(UM) já saíram mais de dez millicenciados dos vários cursos deEngenharia. Trinta e um anos após oarranque dos cursos de Engenharia na

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UM, o director enalteceu a formaçãode excelência da escola, que envolvenove departamentos, e os seusimpactos a nível nacional. O denominado “Dia da Envolvente”,promovido em Dezembro, juntoudocentes e investigadores da UM nocentro de Braga que expuseramdiversos projectos, catapultandoempresários e futuros alunos, face ànecessidade premente da promoçãoda actividade científica e tecnológicabem como em relação aos desafios deBolonha.Com uma taxa de cobertura doscursos na ordem dos 96%, a UMregistou descidas nos cursos deTecnologias de Sistemas Informáticose de Engenharia Têxtil. Um decréscimojustificado por António Cunha,respectivamente pela alteração donome do curso e pela crise no sector.Ainda assim o presidente da Escola deEngenharia foi peremptório naafirmação de que “o emprego técnicocontinua em alta”. Ilustrando a excelência da formaçãoda Escola de Engenharia, AntónioCunha destacou o pioneirismo da UMnos sectores da Biotecnologia e dosPolímeros. Duas áreas, diz, queexemplificam o impacto da formaçãoda UM que, apesar de se centralizarna região, é nacional.

Professor DoutorManuel Jazelino Vieira da Costa

No passado dia 8 de Setembro faleceuo professor Doutor Manuel JazelinoVieira da Costa, Professor CatedráticoJubilado do Departamento deEngenharia Electrotécnica e deComputadores (DEEC) da Faculdade

de Engenharia da Universidade doPorto (FEUP). Era natural de Urgeses,concelho de Guimarães, onde nasceuem 1931. Concluiu a Licenciatura emEngenharia Electrotécnica na FEUP,em 1955. Iniciou a actividade docentena FEUP, no ano lectivo de 1955/56.Doutorou-se em 1961 tendoapresentado uma tese dedoutoramento intitulada “Fornos deIndução”. Realizou as provas deAgregação em 1972. Foi professorcatedrático em 1979. O professorJazelino Costa colaborou durante maisde 40 anos na Faculdade deEngenharia da Universidade do Porto eem particular no DEEC. Além daactividade docente à qual sempre sededicou com grande empenhamento,exerceu diversas funções na Faculdadee no Departamento. Era um homemexigente consigo e com os outros.Destacou-se pela sua cultura superiore pelo seu profissionalismo reservadoque transparecia nas mais simplescausas. De entre as várias actividadesque desenvolveu salienta-se a criação,no início da década de 60, doLaboratório de Electroquímica, ao qualfoi atribuído o seu nome em cerimóniapública, aquando da sua Jubilação emJaneiro de 2001.

Quando Jazelino Costa iniciou a suaactividade docente a universidade eramuito diferente da actual. Auniversidade não dispunha daspossibilidades que, apesar de tudo,tem presentemente e vivia muito domodo como os professoresconseguiam conciliar o serviçodocente e os desenvolvimentosteóricos com a vida prática. Umadualidade que hoje em dia se perdeuum pouco, mas que é essencial paraos docentes de Engenharia. Umprofessor de Engenharia que nãotenha contacto com a vida prática éum professor que normalmente nãoalcança os melhores níveis deavaliação pelos alunos. Hoje em diaos professores estão em regime deexclusividade com a faculdade, masquando o professor Jazelino iniciou asua carreira docente era corrente aacumulação com uma actividadeprofissional exercida fora daFaculdade. Para o professor Jazelino,aulas e contactos com os alunossempre estiveram em primeiro lugar.O professor Jazelino Costa exerceuuma ampla actividade profissional nodomínio do Projecto de InstalaçõesEléctricas, tendo sido as sucessivasgerações dos seus alunos muitobeneficiadas com a sua grandeexperiência profissional.Além da disciplina de Projecto deInstalações Eléctricas, o professorJazelino Costa leccionou inúmerasdisciplinas da área da utilização deenergia, tendo sido professor de váriasgerações de engenheiros. Publicounumerosos artigos relativos aos trabalhosde investigação, essencialmente na áreados Processos Electroquímicos eProcessos Electrotérmicos. Publicouigualmente muitos textos didácticosrelativos às matérias que leccionava.Era Membro Conselheiro da Ordemdos Engenheiros.

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“Ser engenheiro não é o mesmo que ser licenciado em Engenharia”

Luís Braga da Cruz, engenheiro civil

infoPágina 10 ENTREVISTA

Engenheiro Civil, professor, ministro da Economia,presidente da Comissão de Coordenação da Região Nortee presidente da Assembleia Regional Norte da Ordem dosEngenheiros, Luís Garcia Braga da Cruz é uma pessoaversátil, cujo maior defeito é não saber recusar: “O meuprincipal defeito é a dispersão. Não saber dizer nãoquando me pedem para fazer mais alguma coisa. O risco énão saber resistir à tentação do envolvimento em novasexperiências e de não fazer bem o que é fundamental”. Ocerto é que a conduta, quer do homem quer doprofissional, se deve à preservação de um valorfundamental que adoptou de uma frase proferidainsistentemente pelo seu pai: “Quem não vive comopensa, mais cedo ou mais tarde, acaba a pensar comovive”.

Coimbra foi a cidade que viu nascer Braga da Cruz. Dos seus64 anos, 20 foram passados na cidade dos estudantes: naescola primária, ao longo de sete anos do liceu e nos trêsprimeiros anos passados na Faculdade de Ciências, nosdenominados preparatórios de Engenharia. Ter frequentado aUniversidade de Coimbra no início da década de 60, amesma instituição onde o seu pai leccionava Direito, foi paraBraga da Cruz uma experiência fascinante, não tanto pelosestudos mas pela vivência enriquecedora: “Naquela altura opaís dispunha apenas de três pólos universitários e Coimbra

Para o engenheiro civil, “a energia continua a ser umdos sectores mais interessantes pelo que significa dedesafio tecnológico para os engenheiros. Mas também ématéria de cidadania”

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Texto de Susana Branco. Fotos de Alfredo Pinto

info Página 11ENTREVISTA

era demandada por jovens de todo o país. Gentes de muitasorigens e com diferentes ambições que se cruzavam e que,pela primeira vez, identificavam o papel que poderiam vir ater na construção dos factores de mudança do país em queviviam. Muitos deles vieram de facto a ser agentes dastransformações que ocorreram no país. A sociedadeacadémica era marcada por um ambiente irrequieto, de forteestímulo cultural, ao qual nenhum estudante podia ficarinsensível. Talvez não se estudasse muito, mas foi umagrande lição para a vida”. Tal como a vida académica deCoimbra, o perfil de Braga da Cruz caracteriza-se por umhomem pouco acomodado e movido por grandes desafiosque o levaram muito além da Engenharia Civil. Mas terá sidoa descoberta de uma realidade urbana distinta que marcou asua trajectória de vida, quando Braga da Cruz ingressou naUniversidade do Porto (UPorto) em 1962. “À doce ilusão de Coimbra seguiram-se três anos de muitotrabalho, exigência e estímulo. Descobri uma cidade cheia deidentidade, decisiva para o progresso do país, com a qualmais tarde me identifiquei completamente. A formação queencontrei na Universidade do Porto era muito maispreocupada com a preparação de profissionais comorientação para o mercado. Retenho a qualidade, experiênciae prestígio do corpo docente da Faculdade de Engenharia daUniversidade do Porto (FEUP). Mais do que transmitirem umrobusto conhecimento teórico e técnico, os professoresensinavam-nos sobretudo a sermos engenheiros”, lembra. O aprofundamento de conhecimentos, que de resto resume opercurso académico de Braga da Cruz com a sua passagempelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) – ondese iniciou na aplicação dos computadores ao cálculo deestrutura – e enquanto docente e investigador na FEUP, éfundamental para o engenheiro: “À medida que umengenheiro evolui na sua carreira vai sendo progressivamentedesafiado para funções de gestão. Podemos questionar-nos seserá função da escola conferir aos engenheiros ab initio maiorcapacidade nas áreas de Economia e Gestão”, refere. Braga daCruz confessa que identifica actualmente nos elencoscurriculares algum défice de formação nestas áreas, umalacuna porventura, diz, responsável pela progressiva perda derelevância social da função de engenheiro. “Uma formaçãocomplementar é muito recomendável para um engenheiro efoi o que aconteceu comigo, quando decidi frequentar o PADE– Programa de Alta Direcção de Empresas da AESE. Porqueescolhi o PADE? Foi uma recomendação que me foi dada peloengenheiro Belmiro de Azevedo”, conclui. O serviço militar ligado à arma de Engenharia foi benéficopara Braga da Cruz e constituiu uma primeira aproximaçãoao seu desempenho profissional: “Os melhores classificadosno curso para oficial miliciano eram os últimos a sermobilizados para o Ultramar. Por isso não cheguei a ter essaexperiência, mas também por isso, mais tarde em 1973, tivede frequentar o curso de promoção a capitão deEngenharia”.

Apesar de não ter muitos ascendentes familiares na área daEngenharia, Braga da Cruz sempre quis ser engenheiro.Inicialmente de Minas porque, lembra, a Geologia o seduzia:“A caracterização geológica e geotécnica de um local édeterminante para a solução de barragem a adoptar. Nummomento em que pelo uso dos computadores no cálculo dabarragem como estrutura já não oferece dificuldades, ascondições das fundações podem ser o maior factor deincerteza e risco que importa minimizar”. No 2º ano, o alunode Engenharia de Minas mudou para a área de Civil e nuncamais se arrependeu. Depois de ter concluído o curso, Braga da Cruz foiconvidado para trabalhar no Departamento de EngenhariaCivil da FEUP, entre 1977 e 1986. Mais tarde, em 2002 eapós a experiência governativa, voltou a assumir adocência quando foi convidado a regressar à mesma

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faculdade para coordenar a disciplina “História daEngenharia Civil”, uma nova matéria incluída no primeiroano do curso. Um desafio que o professor consideragratificante: “Foi um desafio que encarei com algumentusiasmo. O objectivo parece ser muito interessante:levar o aluno a saber olhar para as manifestações da nossaprofissão ao longo dos tempos, compreender o papel doengenheiro e o estilo da sua actuação”.No ensino da Engenharia, Braga da Cruz tem ainda umapalavra positiva a dizer sobre a nova forma de preparaçãodos engenheiros introduzida pelo processo de Bolonha: “Nasociedade contemporânea tudo é mais global e mais rápido.Assim, temos que conferir competências profissionais maisdepressa e ter engenheiros mais disponíveis para aceitar odesafio da mobilidade a nível europeu e mundial, semperder qualidade”. Mas, segundo o engenheiro, estarealidade também exige uma maior formação no ensinosecundário. “Esta formação deve ser mais exigente eorientada, porventura com maior participação das escolasde Engenharia e da própria Ordem dos Engenheiros, aonível da definição do que é mais importante adquirir comopreparação para o ensino superior”, sublinha.Do seu vasto currículo incluem-se ainda várias funçõesadministrativas e de gestão bem como uma extensaactividade associativa. Actualmente, Braga da Cruz éadministrador da Fundação de Serralves, membro doconselho consultivo da Sociedade de Reabilitação Urbanado Porto e desde este ano membro da comissão directivada Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.Paralelamente à sua vida profissional esteve igualmente osector da energia. Até 2005, foi presidente do conselho deadministração da ENERNOVA – Novas Energias, S.A., eda EDP Produção –Biloeléctrica, S.A., e desde o anopassado que preside ao conselho de administração doOMIP – Operador do Mercado Ibérico de Energia (póloportuguês). Uma área de eleição para o engenheiro:“Considero que a energia continua a ser um dos sectoresmais interessantes pelo que significa de desafiotecnológico para os engenheiros. Mas também é matériade cidadania, pelo que representa de mudança da nossaatitude como cidadãos, mais conscientes e responsáveis”.De todo o seu percurso profissional, Braga da Cruz destacadois momentos particulares: o período mais marcante da suaactividade política, como ministro da Economia do XIVGoverno Constitucional, entre 2001 e 2002, e o período dasua vida em que o trabalho mais o motivou, enquantopresidente da Comissão de Coordenação da Região Norte. Mas a intensa vida profissional não permite muitadisponibilidade para a vida particular de Braga da Cruz.Casado, o engenheiro tem oito irmãos, cinco filhos e esperao nono neto. Uma família numerosa que muito orgulha oengenheiro e que por isso lhe deixa alguma mágoa pelo factode muitas vezes ser um familiar ausente: “De facto considero

que será esse o maior factor de alguma má consciência quefui armazenando: não ter dedicado à família e aos amigos otempo que eles mereciam. Pode ser que, ao fim de 41 anosde actividade profissional, Deus me dê ainda mais algunspara dedicar aos netos e lhes transmitir o que fui retendo debom no muito que me foi dado ver e viver”. O respeito pelos outros, a lealdade e o espírito de serviço sãooutros dos valores morais por que se rege Braga da Cruz.Nas respostas que se seguem revela ainda um sentido críticoe um espírito aberto ao desenvolvimento e à inovação.

Desde 2004 que preside à Assembleia Regional Norte da OE.Qual é o balanço que faz dos últimos três anos destainstituição sob os auspícios do presidente do ConselhoDirectivo – o engenheiro Gerardo Saraiva de Menezes?Muito positivo. Há três anos fui desafiado por um grupo dejovens engenheiros da Região Norte para os acompanharnum programa eleitoral. Seduziu-me o facto de ser umacandidatura que pretendia introduzir alguma inovação na

Luís Braga da Cruz, engenheiro civil

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gestão dos interesses dos engenheiros, mas que pretendiater um verdadeiramente carácter regional, porque valorizavao trabalho das delegações regionais, com vontade detrabalhar e ser útil.

Depois das eleições, no passado dia 28 de Fevereiro, adirecção mantém-se na Ordem dos Engenheiros - RegiãoNorte. Quais são as suas expectativas para o próximotriénio?Acho óptimo, porque nos últimos três anos houve umtrabalho muito positivo. Para começar houve umapreocupação em melhorar a coesão entre os engenheiros daRegião. Também esteve presente um esforço por manter osengenheiros empenhados na compreensão da problemáticaregional, em especial os mais novos. Assim poderiam sentir-se socialmente mais úteis contribuindo para a alteração doperfil da nossa especialização regional. Os engenheiros têmrevelado interesse em estar mais bem informados, ter melhorconhecimento e maior capacidade para intervirem noprocesso do desenvolvimento económico do País. Há quereforçar esta perspectiva, continuar a privilegiar aspreocupações com a inovação no exercício da profissão,atrair os mais jovens para a oportunidade de criarem a suaprópria empresa, valorizando o empreendedorismo.

Actualmente preside ao conselho de administração do OMIP.Por exemplo, no que concerne à energia eólica Portugalatingiu já um terço da meta fixada para 2012 com umapotência instalada de 1716 MW. No ano passado este tipo deenergia representou seis por cento da electricidadeconsumida no nosso país. Considera que Portugal temevoluído no âmbito das energias renováveis?Portugal tem uma estratégia clara para a energia, de que asenergias renováveis são uma componente. Estou convictoque a meta definida pela directiva europeia de Setembro de2001, com que Portugal se comprometeu – 39% do consumoeléctrico anual em 2010 ser produzido a partir de fontesrenováveis – vai mesmo ser ultrapassada. Entendo que ondehaverá mais a fazer é do outro lado do problema, isto é, dolado da procura, mediante o reforço das acções e daspolíticas favoráveis a uma maior economia de energia, porredução das perdas e das alterações de hábitos de vida. Ossectores dos transportes e da habitação serão aqueles onde épossível obter maiores ganhos. Existe já alguma legislaçãopublicada sobre a conservação da energia nos edifícios evontade política para modificar hábitos na área dostransportes. Vamos a ver onde conseguimos chegar.

As sinergias com Espanha são fundamentais nesta matéria?O MIBEL (Mercado Ibérico de Energia Eléctrica) comomercado regional pode ser uma iniciativa interessante queantecipe algumas das vantagens da construção do futuromercado único de energia a nível europeu. Há objectivos

comuns que podem trazer mais concorrência, maior podernegocial e uma descida dos preços. Temos um único vizinhofísico, temos com ele uma relação comercial crescente. Porisso não será de estranhar que a construção de uma lógicaconjunta de mercado liberalizado deva explorar maiorintegração dos dois sistemas ibéricos peninsulares.

Tal como o Governo defende, o futuro energético de Portugalpassa, além de uma maior rentabilização do potencial hídrico,pelos denominados projectos de microgeração nos quais osconsumidores passam a ser simultaneamente produtores deenergia. Concorda?Estou de acordo. A produção descentralizada pode, quando forgeneralizada, vir a ter um contributo muito significativo para aprodução nacional. Tem a vantagem de mobilizar o contributode pequenos investidores. Faz reduzir as perdas em linha etambém contribui para aumentar a responsabilidade docidadão perante a problemática energética.

Tendo em conta a sua actividade profissional vasta, ligada aoLNEC e às grandes estruturas, como pontes e barragens, o queacha da estratégia governamental para as energias renováveis eambiente que prevê a construção de pelo menos mais trêsgrandes barragens (além da do rio Sabor) até 2020?Quando tive responsabilidades governativas em 2001 e2002, procurei dar um contributo a favor das energiasrenováveis, em especial as que correspondem às tecnologiasmais maduras: eólicas e fotovoltaicas. Desde então a suaimplantação em Portugal não cessou de crescer. O actualGoverno foi ainda mais longe na definição das metasquantitativas a atingir, procurando também conferir maiselevada incorporação nacional aos equipamentos degeração. Foi tudo muito positivo, mas não basta para que se

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Braga da Cruz elege duas pontes como exemplos, res-pectivamente de boa e má Engenharia: A Ponte doInfante e a nova ponte de Entre-os-rios

reduza a dependência energética externa, um dos problemasmais graves que afectam a nossa economia. Portugal é dospaíses europeus com recursos hídricos significativos quemenos bem soube aproveitar o seu potencial hidroeléctrico.A grande maioria desses países mobilizaram a sua dotaçãoem água a níveis próximos da exaustão, por exemplo: Suíça(98%), França (97%), Alemanha (86%), Itália (86%),Espanha (80%). É completamente inaceitável que Portugalse fique por uns modestos 60%. Temos competênciatécnica para fazer bem o que falta cumprir. Somosresponsáveis perante os desafios ambientais associados aoprojecto e à execução das grandes barragens. Os 40% aindapor explorar em Portugal correspondem a uma produçãomédia anual de 6.500 GWh, quantidade de energia eléctricanão negligenciável, que permitiria reduzir o défice da nossabalança externa de alguns milhares de milhões de euros porano e colocar-nos numa posição muito mais confortável em

relação à dotação dos direitos de emissões de CO2, cujaposição nacional é deficitária a um nível preocupante e quemuito pode condicionar o restante desenvolvimentoindustrial do país. A maior parte do potencial hidroeléctricopor aproveitar está na parte nacional da Bacia Hidrográficado Douro, principalmente nos seus afluentes: Coa, Sabor,Tua, Paiva e Tâmega. Defendo que a aproveitamentoHidroeléctrico do Sabor é um projecto de muito elevadointeresse público. As medidas de mitigação ambientalprevistas no projecto criam condições ímpares para asalvaguarda de espécies protegidas, de apoio debiodiversidade e enriquecem as condições ecológicas dazona da albufeira. Por todas essas razões entendo que o

Luís Braga da Cruz, engenheiro civil

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Projecto do Sabor é também uma opção ambiental exemplare que não pode esperar mais. E, para além do Sabor, énecessário pensar com urgência no resto.

Foi por duas vezes presidente da Comissão de Coordenação daRegião Norte. Como comenta o Quadro de ReferênciaEstratégico Nacional? Mais de um terço das verbascomunitárias destinam-se a programas regionais centrados noNorte do País?A CCRN terá sido o período da minha vida em que o trabalhomais me motivou. Beneficiei de uma equipa muito bempreparada, que fazia das questões do desenvolvimentoregional uma ilusão. Depois de vários períodos deprogramação estamos perante uma nova oportunidade. Porforça de um atraso relativo persistente, no Norte de Portugaliremos mais uma vez ter acesso a avultados recursos, o queé positivo. Porém, a preocupação pela boa utilização dofundos estruturais é desta vez mais crítica. Por um lado,pode ser a última vez que esta ajuda é tão abonada, dada arecente adesão de novos estados membros, com um grau derendimento inferior ao nosso, que também disputam osfundos. Mas, além disso, também a tipologia dos projectosque podem ser apoiados é agora mais restritiva. O nossopotencial de crescimento está mais dependente daqualificação dos recursos humanos e da capacidade devalorização da função empresarial e menos do efeito de infra-estruturas habituais. Temos de ter isto em muito boa conta.

Como acha que o país deve aproveitar esta últimaoportunidade de desenvolvimento?Sendo muito mais selectivo nas escolhas. Tendo consciênciaque as ajudas se irão orientar de preferência para acções denatureza imaterial, temos de nos saber preparar para essaexigência. Quanto aos projectos municipais, têm de terimpacto a uma escala regional, devendo ser explorado onível de entendimento intermunicipal, contrariandotendências para actuações isoladas ou individualistas.

Teve igualmente várias funções administrativas e degestão. Entre elas, foi presidente da Fundação Rei AfonsoHenriques, em Zamora. Como sabe, os grandesportugueses estão em voga. Para o engenheiro Braga daCruz, Afonso Henriques é o Grande Português?A FRAH corresponde a uma ambição justa de conferirmaior coesão aos territórios da grande bacia hidrográficado Douro. Trata-se de um espaço dividido entre dois países,mas com traços físicos com alguma proximidade, mas quea história antagonizou. Acredito que é possível neledesenvolver projectos de cooperação, com vantagens paraos dois lados. Na relação de Portugal com Zamora houveuma outra figura com grande sentido estratégico que usouaqueles territórios para ter ganhos decisivos para Portugal.Falo de D. Dinis que, aproveitando alguma fraqueza deCastela, fez avanços significativos em território castelhano.

Em posição de força levou o adversário a assinar o tratadode Alcañices (1297), pelo qual a nossa fronteira adquiriu aconfiguração que praticamente tem hoje.

Um bom e um mau exemplo de Engenharia…Citando apenas exemplos recentes. Como bom exemplo: anova Ponte do Infante, sobre o Douro. Antes de maisconseguiu demonstrar que é possível conceber novosatravessamentos, entre Porto e Gaia, de carácter urbano,sem gastar muitos milhões. Além disso representa umaboa conciliação entre aspectos fundamentais: garantiuuma boa solução estética, conseguiu uma inserçãocorrecta numa zona urbana difícil, tem elegância equalidade como solução estrutural. Um mau exemplo: ada nova ponte de Entre-os-Rios (IC 35), no que dizrespeito à implantação dos acessos na margem esquerdado Douro, que tem um impacto visual inaceitável, comtaludes de escavação de algumas dezenas de metros,constituindo uma solução incompatível com a qualidadevisual do cenário paisagístico do Douro. Não importa queum engenheiro faça apenas bem os cálculos e consigasoluções confortáveis para o utilizador, é necessário tersensibilidade para o impacto visual das suas obras e quesaiba respeitar os valores da paisagem.

O futuro da Engenharia, em geral, e da Engenharia Civil, emparticular, passa por onde?Por uma formação exigente dos novos profissionais, o quesignifica ter disponíveis critérios de valorização relativa decada escola e de acreditação dos seus cursos. Mas passatambém por poder dignificar a profissão e defender o acto doengenheiro. Ser engenheiro não é o mesmo que serlicenciado em engenharia e isso implica reconhecer umimportante papel de vigilância sobre a produção legislativa eregulamentar que define quem pode fazer o quê. Essavigilância cabe à Ordem dos Engenheiros e também aosengenheiros que são chamados a elaborar as regras técnicasem que assentam as referidas normas.

Quais são os seus hobbies?Ao longo da vida, o tempo disponível torna-se cada vez maisuma variável escassa. Assim os hobbies também vãomudando. Já andei por muitas tarefas que entretinham a partedita livre da minha vida desde a numismática romana até àagricultura e jardinagem. Emprestei um pouco da minhadisponibilidade a obras sociais e culturais. Em matéria dedesporto limito-me a algum jogging. Hoje, posso dizer que ohooby mais intensivo será a leitura, em especial o que dizrespeito à História.

Tem algum lema de vida?Aos meus filhos, quando eram pequenos costumavaperguntar: então o que é que aprendeste hoje? Não seria umlema, mas foi uma atitude que sempre procurei reter.

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Ordem dos Engenheiros – Região Norte

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Depois das eleições para os novos órgãos directivosregionais da Ordem dos Engenheiros, a Info deixa aquialguns testemunhos sobre o balanço do primeiro mandatoe as perspectivas de futuro dos próximos três anos dainstituição. Testemunhos em prol do progresso daEngenharia e com enfoque particular sobre cada uma dasespecialidades.

CONSELHO DISCIPLINAR

O que me apraz dizer é quesempre encontrei, naqualidade de presidente doConselho Disciplinar daRegião Norte, o apoioessencial dos serviços, porparte dos colegas Paes eFigueiredo, o que se deve àorientação do engenheiroGerardo Saraiva de Menezes.Acresce que, logo no início donosso mandato, me propôs

para assessorar o Conselho Disciplinar um colega eadvogado Barreto Archer que nos prestou uma ajudainestimável. A melhor prova disso é que dois colegas (oLuíz Almeida e o Maciel Barbosa), que me acompanharam,decidiram recandidatar-se para o próximo triénio, nãoobstante o elevado número de trabalhos que os espera.Há ainda um aspecto para o qual pretendo chamar aatenção dos colegas, especialmente os engenheiros civisque estão mais sujeitos às reinvindicações por parte dascâmaras e dos clientes. E, infelizmente, alguns colegas sãodemasiado confiantes nas informações que os empreiteirose os encarregados lhes fornecem, assinando termos deconformidade das obras com os projectos que, em algunscasos, não se verificam.No triénio, de 39 participações apresentadas contraengenheiros, só 12 processos seguiram para a faseacusatória: 2 terminaram com a absolvição; 4 com a penade advertência; e 6 com a pena de censura registada.

Engenheiro Aristides Guedes Coelho

DELEGAÇÃO DISTRITAL DE BRAGANÇA

O engenheiro GerardoSaraiva de Menezes é umexcelente gestor. O trabalhopor si realizado resulta numbalanço muito positivo,traduzido numa eficazorganização administrativa,num proveitoso programa deformação e apoio aosmembros e na defesa doreconhecimento da profissão. Os colégios deverão pugnar

pela melhoria de qualidade do desempenho dos membros edesenvolver a discussão interprofissional sobre osproblemas que se colocam aos engenheiros. Espera-se que a Ordem dos Engenheiros tenha maiorprotagonismo na sociedade, seja uma instituição cada vezmais forte e zeladora dos interesses dos seus associados e contribua para a divulgação e promoção da Engenhariaportuguesa, nas suas diversas áreas.

Engenheira Maria Conceição Baixinho

AGRONÓMICA

Considero que o balanço do mandato que agora termina émanifestamente positivo, por razões de diversa ordem. Deuma forma sintética, saliento o trabalho desenvolvido noplano financeiro e as acções de promoção da Engenharia naZona Norte.Num primeiro momento, considero que deve ser dada acontinuidade à actividade que tem vindo a ser desenvolvidasobre as competências do engenheiro, no domínioagronómico. Deve ser consolidada a especialidade deEngenharia Agronómica, mediante a definição das áreas deintervenção e competência, dos requisitos e dos critérios dequalificação para o exercício da profissão, contribuindo paraa definição dos critérios de mobilidade profissionaleuropeia. Deverá merecer particular relevância oestabelecimento de interfaces entre as associações deestudantes, os gabinetes de saídas profissionais das

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universidades e as entidades empregadoras que setraduzam numa transição mais fácil da vida académica paraa vida profissional dos engenheiros. Adicionalmente, deveser estimulada a interligação dos membros da Ordem àsempresas e instituições do sector agrário.As principais expectativas para o futuro mandato centram-sena necessidade de consolidação das diversas áreas deintervenção e de competências dos engenheiros, bem comona definição dos critérios de qualificação para o exercício daprofissão numa perspectiva de permitir a mobilidadeprofissional na Europa.

Engenheiro António Fontainhas Fernandes

AMBIENTE

No entender do Conselhoregional do Colégio deEngenharia do Ambiente(CRNCEA) o desempenhodo engenheiro GerardoSaraiva pautou-se pelacompetência e pelo rigor. Competência no queconcerne à abordagem dosdesafios actuais colocadosao binómioEngenharia/comunidade, à

defesa do exercício da profissão e à prossecução demelhores perspectivas para os profissionais deEngenharia. Rigor na organização da estrutura da Ordem dosEngenheiro – Região Norte (OERN) e no cumprimentodo plano de actividades apresentado anualmente. Estas particularidades reflectiram-se positivamente nasacções propostas e realizadas pelo CRNCEA durante opresente biénio. Note-se que parte dessas acçõescontaram com o envolvimento pessoal do engenheiroGerardo Saraiva, facto que denota o seu notórioempenho no sucesso da Ordem dos Engenheiros e nacoesão das ligações entre as múltiplas especialidades. O Colégio de Engenharia do Ambiente (CEA) da Ordemdos Engenheiros (OE) tem como missão primordialpugnar pela afirmação da Engenharia do Ambiente eapoiar os engenheiros do Ambiente no exercício da suaactividade profissional.Para o futuro mandato o Conselho Regional Norte doColégio de Engenharia do Ambiente pretende continuara envidar esforços pela defesa da qualidade do exercícioprofissional da Engenharia do Ambiente e, em estreitaconcertação com o Colégio Nacional, continuar aprocurar que a especialidade assuma um papelpreponderante na acção da Ordem dos Engenheiros.Nesta perspectiva, as expectativas centram-se em todasas acções que visem:– Contribuir para o reforço e valorização da Engenharia doAmbiente no quadro económico e social da Região Norte;– Promover a colaboração dos membros do Colégio deEngenharia do Ambiente em grupos de trabalhoorientados para a análise do exercício da actividadeprofissional e do percurso de formação;

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Ordem dos Engenheiros – Região Norte

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– Incentivar o envolvimento da Ordem dos Engenheirosna aprendizagem de competências ao longo da vidaprofissional dos engenheiros do Ambiente, considerandoa qualidade da pós-graduação e da formação contínuacomo mecanismos para a prossecução desse objectivo; – Reforçar a cooperação com escolas de Engenharia,entidades de I&D e associações empresariais na RegiãoNorte;– Estimular a realização de parcerias transfronteiriçascom entidades, organizações e associações profissionaisno âmbito da Engenharia do Ambiente;– Apoiar e coordenar a organização de eventos técnicosdestinados à divulgação, formação e discussão de temasde interesse para a Engenharia do Ambiente;– Pugnar para o desenvolvimento de programas eacções tendentes ao reforço dos serviços e vantagensdecorrentes da inscrição dos engenheiros na Ordem dosEngenheiros; – Reforçar a intervenção e a presença sistemática daespecialidade de Engenharia do Ambiente naspublicações da OE (e.g. revistas Ingenium e Info) econtribuir para a dinamização do Portal do Engenheirono âmbito das suas valências;– Apoiar o Colégio Nacional de Engenharia do Ambientena prossecução das suas actividades (e.g. conclusão doprojecto relativo à “História da Engenharia do Ambienteem Portugal”, organização dos Encontros Nacionais doColégio de Engenharia do Ambiente e de outros eventos,definição de linhas de orientação estratégica para oexercício da actividade profissional);– Conjugar esforços com outras associações einstituições profissionais, incentivando e apoiando todasas iniciativas que se revelem de interesse para aEngenharia do Ambiente e para a Ordem dosEngenheiros;– Colaborar com os conselhos regionais de outrasespecialidades, com o intuito de promover a Engenhariae a Ordem dos Engenheiros.

Engenheiro Luís Marinheiro

CIVIL

Os aspectos mais marcantes do mandato que agora se concluipor parte do Conselho Directivo da Região Norte são, noentender do Colégio Regional de Engenharia Civil:– Melhoria considerável dos aspectos de gestão da Ordem naRegião Norte, com modernização e racionalização deprocessos;– Grande rigor nos aspectos financeiros;– Visão estratégica da missão e vocação da Ordem na região;– Melhoria da visibilidade da Ordem junto dos membros e dopúblico em geral;– Melhoria da comunicação com os membros e dinamizaçãode maior número de iniciativas de interesse para osengenheiros, designadamente formação;– Início do processo de modernização das instalações;– Apoio aos colégios nas iniciativas por estes promovidasvisando a elaboração e desenvolvimento de trabalho relativo aoenquadramento legislativo da actividade, de divulgação técnicaespecífica e de melhoria de imagem da Engenharia e dosengenheiros.Os aspectos que devem ser defendidos tendo em vista umamaior afirmação da Engenharia Civil e dos Engenheiros Civissão:– Continuar a defender a melhoria do enquadramentolegislativo do sector da construção, privilegiando a qualidade e

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o reconhecimento da gradação dos actos de acordo com umperfil de competências;– Valorizar e dar visibilidade à intervenção dos engenheiroscivis na construção, evidenciando o seu papel como agentesdecisivos para o resultado final;– Aproximar mais a Ordem dos membros engenheiros civis,particularmente dos mais novos, melhorando os processos decomunicação;– Incentivar a formação dos engenheiros civis e dosmecanismos de reconhecimento dessa mesma formação;– Promover as adaptações internas no seio da Ordeminduzidas pelo processo de Bolonha;– Promover o debate sobre estratégias de desenvolvimentoregional; (iniciativa transversal);

Engenheiro Hipólito de Sousa

ELECTROTÉCNICA

Faço um balanço muitopositivo da actividade do actualPresidente do ConcelhoDirectivo da Região Norte. Diriaque se tratou de um mandatoem que a actividade dopresidente foi marcada poruma preocupação de granderigor no tratamento dasdiversas questões, por umnotável dinamismo ecapacidade de iniciativa e ainda

por uma capacidade de liderança que abrem elevadasexpectativas para o próximo mandato. Julgo que a fasquia está,de facto, bastante elevada mas acho que seremos todos nósos principais beneficiados com a sua acção e, em particular aEngenharia, não deixará de sair certamente mais engrandecidae mais apta a servir a nossa sociedade. O exercício da actividade profissional dos engenheiroselectrotécnicos e a forma como essa actividade écondicionada através de disposições regulamentares eregulatórias continuam nas nossas preocupações para opróximo mandato. Não deixaremos de nos preocupar com a melhoria daformação técnica dos nossos membros, procurandoproporcionar-lhes condições para reforçarem os seusconhecimentos e as suas competências.

A memória de ilustres colegas continuará a ser lembrada eevocada, sobretudo numa perspectiva de bons exemplos aapontar para as gerações futuras.

Engenheiro António Machado e Moura

FLORESTAL

Numa breve análise não podemos deixar de identificar ogrande dinamismo que foi imprimido na Região Norte.Esperemos que nestes próximos anos tal atitude possa serconsolidada de forma a que a alavancagem proporcionadapossa ser aproveitada na plenitude por todas asespecialidades.Em prol da Engenharia, a expectativa será a de que possaser efectuada a integração plena do processo de Bolonhasem que se criem situações de efeito nefasto.Em prol da Engenharia Florestal, em particular, será a deque a equipa que vai ser eleita possa presenciar umaefectiva evolução do panorama florestal, assistindo eparticipando numa discussão que se quer contínua erecuperadora da nobreza que lhe é inerente.A ambas as equipas os sinceros desejos de um construtivomandato 2007/2010. Claro que este desejo se estende àtotalidade dos futuros órgãos dirigentes a nível nacional edo Norte em particular.

Engenheiro João Gama Amaral

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Ordem dos Engenheiros – Região Norte

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GEOGRÁFICA

Entre outros, há um aspectoparticular, bastanteimportante para aespecialidade de EngenhariaGeográfica, que foi a iniciativade levar os membrosestagiários a entregar os seusrelatórios de estágio.Normalmente, por diversosmotivos, os estagiáriosprolongavam muito os prazosde entrega dos seus estágios

levando a que o número de membros efectivos semantivesse muito baixo. Foi possível assim motivar osmembros estagiários, em geral já envolvidos em trabalhosprofissionais significativos na área, a traduzirem a suaexperiências em relatórios para avaliação, fazendo crescersignificativamente, em termos relativos, o número demembros efectivos do colégio. Este facto contribui para acriação de uma maior massa crítica, necessária para fazercrescer a especialidade de Engenharia Geográfica na região.Uma expectativa a realçar é a continuação de uma culturade exigência de competência técnica e responsabilizaçãodos engenheiros. A Ordem actua perante a sociedade comogarante do exercício das diferentes especialidades deEngenharia com critérios de qualidade e exigência deresponsabilidade. Esse papel da Ordem é bastanteimportante no caso particular de uma especialidade demenor dimensão, como a Engenharia Geográfica, podendoprojectar a actividade do engenheiro geógrafo em prol dodesenvolvimento do país com elevados padrões dequalidade.

Engenheiro José Alberto Gonçalves

INFORMÁTICA

O balanço é, sem dúvida,extremamente positivo. Pelosseus méritos próprios, decarácter, de personalidade ede empenho, bem como pelomérito da restante equipa queliderou, o engenheiro GerardoSaraiva representou de formaprestigiante a Região Norteda Ordem dos Engenheiros(OE).Enquanto coordenador do

Colégio de Informática da Região Norte, não tendo sequersido eleito pela lista do engenheiro Gerardo Saraiva,gostaria também de salientar que sempre notei da suaparte interesse, cuidado e até carinho pelos colégios que,tal como o de Engenharia Informática, são recentes eigualmente pequenos.A Engenharia é extraordinariamente social. A Engenharia,qualquer que ela seja, dá contribuições ímpares para odesenvolvimento das sociedades. Assim, é pouco aceitávelque uma instituição como a Ordem dos Engenheiros sejatão pouco ouvida quer social quer politicamente. Oprogresso da Engenharia passa, indiscutivelmente, pormelhor fazer compreender ao país e à sociedade em geral asua enorme importância e responsabilidade na vida daspessoas. Não é suficiente que apenas os engenheirosachem que a Engenharia é muito importante. Emconclusão, creio que está na hora de deixar de “olhar para oumbigo” e, com credibilidade e rigor, passar a mensagempara a sociedade. A Medicina está na moda? Compete-nosa nós colocar a Engenharia também na moda. Esse creioser o grande desafio futuro.Quanto à Engenharia Informática as expectativas são deprocurar cativar mais membros para o colégio através deiniciativas aliciantes, como fóruns de discussão, palestras eencontros. Claro que o Colégio Regional estará em sintoniacom as directrizes do Colégio Nacional mas, agora queBolonha deixou de ser assunto de discussão permanente enem sempre com sentido, talvez seja possível que oColégio de Informática possa implementar novas políticasde cativação e realizar actividades de maior impacto einteresse.

Engenheiro Fernando Martins

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QUÍMICA

O impacto da lista que preencheu os órgãos directivos daRegião Norte da Ordem dos Engenheiros, com mandatoora cessante e que se recandidata, caracterizou-se por umaalteração nítida do status quo – relativamente a diversassituações menos claras, mas sobretudo ao nível da tomadade decisões frequentemente adiadas, sempre emolduradaspor aquele pragmatismo que caracteriza o engenheiroGerardo de Menezes – bem ao estilo da abordagem de umverdadeiro engenheiro. A profissionalização, que incutiudesde a primeira hora à gestão dos destinos da Ordem dosEngenheiros na Região Norte, está bem patente naabrangência e diversidade de intervenções desenvolvidas,bem ilustradas pela riqueza de conteúdo dos relatórios deActividades – já para não mencionar os resultadosconfortavelmente positivos das Contas, para os quaiscontribuiu pró-activamente. O vigor que trouxe à Ordemdos Engenheiros na Região Norte acabou por se reflectir nanotável e inovadora movimentação que, a nível doConselho Directivo Nacional, conseguiu motivar – e,nalguns casos, liderar. Mais uma vez, o empenho pessoal, apar do exemplo de aturado trabalho e constanteassertividade, colheram junto dos pares – e contribuírampara tornar maior aquela que já é a maior Ordemrepresentativa de profissões liberais em Portugal, e assimjustificar cabalmente essa nova “casa” que, em breve,passará de uma agradável utopia a uma inultrapassávelrealidade.A proposta de intervenção da equipa de coordenação doColégio de Engenharia Química da Região Norte, para omandato 2007-2010, decorre objectivamente e integra-senaturalmente nas grandes linhas propostas na

recandidatura da lista, sob a égide do engenheiro GerardoMenezes: (I) apoiar os engenheiros químicos no exercícioda sua profissão, incluindo componentes sociais eculturais; (II) promover o reconhecimento da qualificaçãoprofissional dos engenheiros químicos, em especial noque concerne a prática de actos de Engenharia; (III)assegurar a comunicação e o fluxo de informação entre osengenheiros químicos, e entre estes e as instituições comactividades relevantes na área de Engenharia Química; e(IV) fomentar a colaboração activa entre o EnsinoSuperior e as empresas, no âmbito da EngenhariaQuímica. Ao abrigo do exposto, as expectativas do futuromandato prendem-se especificamente com odesenvolvimento das seguintes acções: (I) contribuir paraa adequação, qualidade e relevância da formaçãoprofissional inicial dos jovens licenciados em EngenhariaQuímica, através da avaliação de estágios curriculares ouprofissionais tendentes ao ingresso na Ordem; (II)assegurar a adequação e uniformização da terminologiaespecífica em português utilizada pelos engenheirosquímicos, através da proposta e validação de um glossárioespecífico; (III) promover a actualização e a formaçãocontínua em Engenharia Química, e em áreascomplementares que concorrem para aquela; (IV)aprofundar e consubstanciar o carácter integrador daEngenharia Química enquanto elemento de síntese dediversas formas de conhecimento e intervenção, atravésda colecção estruturada de testemunhos de profissionaisde relevo e com sucesso, e detentores do título deengenheiro químico; (V) prosseguir com a renovação doprocesso de acreditação dos cursos de EngenhariaQuímica, e na atribuição dos títulos de especialista, epromover o seu reconhecimento no exterior; (VI)organizar encontros profissionais e debates, de diversatipologia, acentuando a relevância e o contributo daEngenharia Química para o desenvolvimento do país; e(VII) reconhecer e publicitar os contributos passados,dignos de nota, de engenheiros químicos de referência,porquanto exemplo e motivação para os profissionais dofuturo. A motivação é grande – no sentido de prosseguirnesse grande esforço colectivo de renovação emodernização da Ordem dos Engenheiros, iniciado hátrês anos, sempre em prol do progresso da Engenharia eda valorização dos engenheiros.

Engenheiro Xavier Malcata

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70 anos da OE celebrados no Casino da Póvoa

No passado dia 7 de Dezembro, oCasino da Póvoa foi o local escolhidopara celebrar o aniversário da Ordemdos Engenheiros (OE). Estacelebração, aquando dos seus 70anos, foi promovida pelo Conselhodirectivo da Região Norte da Ordemdos Engenheiros.Com o objectivo, não só de reunir osengenheiros da Região Norte mastambém as instituições que apoiarama Ordem dos Engenheiros - RegiãoNorte (OERN), este encontro ficoumarcado pela exposição do projectode reformulação da sede regionalnorte desta Ordem.“Esta sessão comemorativa significaa história de uma associaçãoprofissional que se confunde emmuitos momentos com a história dopróprio país, onde os engenheiros

sempre que foram chamados paracolaborar e definir estratégias para odesenvolvimento do país, esteprogrediu”, declarou à Info obastonário da Ordem dosEngenheiros. Fernando Santoacrescentou que apesar dasdificuldades verificadas, quando em2001 se deu a entrada do Euro ePortugal perdeu a moeda comofactor de competitividade, grandesprogressos foram feitos naEngenharia portuguesa que sempredeu resposta aos desafios políticos econtou com um grande investimentoem obra pública nos últimos 20 anos.Este ano de aniversário da OE foipautado por várias comemorações,integrando esta cerimónia promovidapela OERN cujo presidente doconselho directivo, Gerardo Saraivade Menezes, define como o festejardo rigor de uma organização que écrucial para a defesa da qualidade eda exigência em todos os trabalhosque envolvem a Engenharia do país.

A ocasião especial serviu ainda paraprestar agradecimentos a váriasentidades e individualidades, que emvários momentos apoiaram a Ordemdos Engenheiros, como o bastonárioda OE, Fernando Santo, o vice-presidente do Conselho DirectivoNacional da OE, Sebastião Feyo deAzevedo, o presidente do ConselhoDirectivo da OE da Região Centro,Celestino Quaresma, entre outrasOrdens, associações e empresas. A par desta celebração, o projecto derequalificação da sede da Ordem naRegião Norte foi também apresentadoneste encontro como reforço davontade de estar junto dos mercadospara ter uma intervenção maisqualificada nos momentos de discutiras soluções adoptadas. SegundoGerardo Saraiva de Menezes, quetambém salientou este investimentoda Ordem na Região Norte, esteedifício foi todo ele construídoexclusivamente à custa dos recursosdos membros da Ordem dosEngenheiros.A propósito do novo investimento,“estes últimos anos têm sidopautados por uma aproximaçãofranca entre a OERN e a Ordem dosArquitectos também da RegiãoNorte”, como referiu o arquitectoCristovão Iken, vice-presidente dasecção regional Norte desta Ordem.Uma colaboração reforçada com aescolha da Sousa Lima & Rocha Reis,Lda, empresa de arquitectos que seráresponsável pela remodelação dasede da OERN. A obra, que seencontra em fase de licenciamento,passará por uma reorganizaçãosobretudo dos acessos verticais euma melhor racionalização de todasas operações nos respectivos pisos eprevê um auditório, conforme revela oarquitecto Nicolau de Sousa Lima, umdos principais responsáveis pelo

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projecto. Este considera areformulação do edifício uma mais-valia para a OERN permitindo, diz,“autonomizar completamente osespaços e criar sobretudo valênciasnum edifício que neste momento nãoexiste”.“Nunca como agora foi tão justificadaa existência de uma organizaçãocomo a Ordem dos Engenheiros,baseada no bom exemplo dos 70anos que se celebram”, defendeuGerardo Saraiva de Menezes, paraquem a Ordem de amanhã saberácontinuar com eficácia o seu processode afirmação pública.Para o bastonário, Fernando Santo, aOrdem dos Engenheiros (criada em1936) teve sempre uma preocupaçãoque foi a de colocar a Engenharia aoserviço do país. Marcada por várias etapas, a Ordemdos Engenheiros ultrapassou asdificuldades e fez grandes progressosaos longo dos anos, dos quais sepode destacar a aposta na EngenhariaQuímica, na Siderurgia Nacional e na

construção de obras públicas. Estacronologia foi lembrada pelospresentes na cerimónia que sereferiram aos anos 50 e 60 como operíodo mais notável doreconhecimento dos engenheiros emPortugal. Nas palavras de Fernando Santo, “asituação actual é encarada comalguma preocupação, pois o nossopaís ocupa um dos crescimentosmais baixos da Europa e a economiacontinua a não se desenvolver. Umapreocupação acrescida sendo aEngenharia um recurso estratégiconacional que poderá dar frutos seforem feitas as reformas que sãoindispensáveis, quer a nível deensino, quer a nível de qualificaçõesprofissionais ou mesmo a nível devalorização da Engenharia como áreaa seguir pelos mais novos”.A Ordem dos Engenheiros conta nosnossos dias com 41 mil membros,sendo a maior Ordem profissional dopaís. Um facto que leva o bastonárioda OE a reforçar a ideia de que “a

Engenharia continua a ser um recursoque deve ser tratado de formaprioritária”.Num ambiente de festa, oseptuagésimo aniversário da Ordemdos Engenheiros foi assinalado com oobjectivo de proporcionar agradáveismomentos de convívio entreengenheiros, familiares e amigos,onde o bolo e champanhe foram umdos momentos altos deste festejo,tendo a noite terminado com oespectáculo Vaidades.

Encontro Nacional do Colégio de EngenhariaInformática

A “Gestão e Controlo do Risco emInformática” foi o tema do 4ºEncontro Nacional do Colégio deEngenharia Informática (EEI) que teve

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lugar no passado dia 2 de Dezembro,no Palácio de Vila Flor (emGuimarães). Segundo o engenheiroMário Martins, presidente dacomissão organizadora, trata-se deum tema transversal a todas asengenharias e de um problemafacilmente identificado noutras áreas,ao contrário do que se passa com aInformática: “As questões de riscoestão associadas a todas asengenharias e na Engenharia Civil porexemplo, quando cai uma ponte, nãorestam dúvidas. No caso daInformática, nós não temoscoeficiente de segurança nesta áreaporque estamos a trabalhar comcoisas intangíveis”, diz. Este encontro, protagonizado poruniversitários e representantes dealgumas das mais importantesempresas nacionais da área, serviu paraanalisar a questão do risco emInformática nas suas mais variadasvertentes, como o risco nos projectos,nos processos, nas metodologias, nastecnologias e finalmente o risco na

informação. Sobre o risco associado atodas as fases de um projectoinformático, desde o desenvolvimentode software, à sua aplicabilidade,desempenho e numa perspectiva decontinuidade de negócio e segurançadas redes locais, os vários intervenientesforam unânimes em afirmar que o riscoé muitas vezes gerido em função deuma relação projecto/orçamentodecidida pelo cliente. Além das diversas engenharias, comoreferiu Rui Gomes da empresa KPMG,“a gestão do risco em Informática éum tema cada vez mais envolvente porse enquadrar num número cada vezmaior de negócios”. Um facto quelevou os participantes deste EEI areflectirem sobre a importância dacontinuidade de negócio. Sobre estaquestão Jorge Brás, representante daempresa ENABLER, versou sobre o“De-risking de projectos com altoimpacto na continuidade do negócio”,citando o exemplo de uma grandecadeia de distribuição que dependetotalmente de sistemas de informação,

seja na realização de operaçõesbásicas, seja em processos de tomadade decisões complexas. “O clientenormal de um hipermercado não seapercebe de que este não funcionasem um conjunto de sistemas deinformação por trás que, se falharem,obrigam a fechar o hipermercado numcurto espaço de tempo”, acrescentou.Estabelecendo um paralelismo comuma operação ao coração com odoente acordado e a caminhar, JorgeBrás sublinhou ainda que os projectosde mudanças de sistemas deinformação em contextos deste géneroobrigam à aplicação de umametodologia rigorosa e a métodos degestão de mudanças especiais paraque se consigam efectuar mudançasde sistemas críticos sem que o negóciodeixe de funcionar.“Business Resilience - A melhorprática para Continuidade doNegócio” foi a temática escolhida porJaime Pires, da IBM, que consideraque o início deste século ditou umanova evolução: “Nós estamos amover-nos para aquilo que se chamaBusiness Resilience (virtualcomputing, aplicações integradas denegócio, etc.), no qual a perda dedados e as janelas de recuperaçãocomeçaram a apresentarnecessidades inferiores a 24 horas”,refere.Como explicou Jaime Pires, mais doque recuperação e continuidade, “oResilience é suficientemente flexívelpara permitir a adaptação às diversassituações, quer sejam positivas ounegativas”.No final deste 4º Encontro deEngenharia Informática, osparticipantes chegaram a váriasconclusões: por vezes contratualiza-sejunto de um cliente o factor de risco;no caso de grandes projectosassociados a grandes empresas, os

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riscos são partilhados; apesar dasexcelentes competências técnicas dosuniversitários, estes não têm qualquerapetência para questões de avaliaçãode risco nem tal consta dos actuaiscurrículos de Engenharia de Software;finalmente, certas empresas fazem dofactor de risco o seu negócio.Mário Martins, coordenador doColégio de Informática Norte eorganizador deste encontro,aproveitou ainda esta ocasião paralembrar que a maioria das pessoas edas instituições públicas e privadasnão possuem a ideia de que haja anecessidade de uma EngenhariaInformática avalizada, credível,regulada, certificada, orientada eresponsabilizada. “Há um nível dedespreocupação e de falta deinformação geral que é preocupante”,afirma. Pedro Guerreiro, um doscoordenadores regionais do Colégiode Informática (Sul) presentes nesteencontro, corrobora desta ideia: “Oserros estão relacionados com osriscos ignorados. Por outro lado, aprópria evolução tecnológica aumentao grau de risco nos vários sistemasque quando se encontram têm pontosde ruptura. Mas também é verdadeque se o risco aumenta, os benefíciosdos sistemas de informaçãoaumentam muito mais”. Face à importância social da Informática,em geral, e da Engenharia Informática,em particular, o engenheiro MárioMartins deixou ainda um apelo: “Parabem da Engenharia Informática, bemcomo para o seu desenvolvimento, exige-se o mesmo rigor que a sociedade exigea outras engenharias como Civil,Electrotécnica e Mecânica. A Ordem dosEngenheiros deve assumir de forma claraum papel fundamental nesta desejadamudança de perspectiva e atitude, a bemda sociedade actual e futura”.

QREN debatido em Viana do Castelo

No passado dia 18 de Janeiro, quandoo Governo português apresentou emBruxelas o Quadro de ReferênciaEstratégico Nacional (QREN),reuniram-se na Escola Superior deTecnologia e Gestão de Viana doCastelo representantes das Ordensprofissionais dos advogados, doseconomistas, dos engenheiros e dosmédicos para debater as perspectivasde desenvolvimento no âmbito dasoportunidades de investimento dopróximo Quadro de Apoio.Nesta conferência, presidida por JoãoMoura e Sá, ex-presidente daComissão de Coordenação doDesenvolvimento da Região Norte,discutiram-se as linhas mestras àsquais deverão obedecer as políticasde desenvolvimento do país noperíodo 2007/2013 e, sobretudo, assuas implicações no contexto daRegião Norte e do Alto Minho emparticular.

Apesar de traçar um cenáriopessimista, no que diz respeito aomodelo de gestão e à forma como vãoser levados à prática os princípiosdefinidos pelo Governo, João Moura eSá considera que as Ordensprofissionais podem ter um papelrelevante no que se refere aodesenvolvimento dos programasoperacionais. “As Ordens podemfuncionar aqui de duas formasdiferentes: enquanto lobby junto dopoder político, no sentido deexercerem pressão para que asorientações sigam um determinadocaminho; e como contributo paraaumentar a qualificação dosportugueses e melhorar acompetitividade das empresas,melhorando a própria competitividaderegional”, sublinhou. Opinião semelhante tem SintraCoelho, da Ordem dos Economistas,que acrescentou que irá propor à suadelegação um espaço de debate sobrea mesma matéria, não só ao nível dodistrito de Viana como das outrasrepresentações do país.

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Criadas as oportunidades deinvestimento apoiado para asempresas nacionais, no âmbito dopróximo Quadro de Apoio, Pedro Silva(da Ordem dos Médicos) sublinhouque “a participação activa no processode planeamento se reveste departicular importância, pois vaicontribuir para melhorar as condiçõesde vida da população”.António Cruz, da Ordem dosEngenheiros, centra-se na importânciada formação e da qualificação dosengenheiros e numa participação nopróprio planeamento dosinvestimentos de forma a que a RegiãoNorte e, em particular, o distrito deViana do Castelo tenham umdesenvolvimento sustentado, comestruturas vocacionadas para umautilização racional. Estas serão asprincipais medidas que a associaçãoprofissional que representa pensatomar no âmbito do QREN. Apesar do Governo ter definido quemais de um terço das verbascomunitárias destinadas a programasregionais será orientado para o Norte,na tentativa de corrigir as assimetriasregionais que caracterizam o território,João Moura e Sá considera que, doponto de vista da gestão, “este seráum quadro extremamente centralizadoque vai continuar a privilegiar Lisboaem detrimento do resto do país”.

Engenharia aplicada na saúde

Numa altura em que se assiste aalgumas reformas no sector da saúde,a Engenharia aparece como umparceiro nas mais variadas áreas.Nesse âmbito, a Universidade doMinho, em Braga, promoveu umaconferência sobre “O futuro das

tecnologias na saúde”, no passado dia8 de Janeiro. Uma iniciativa que juntoua Ordem dos Engenheiros e aAssociação Portuguesa da Engenhariada Saúde.Fernando Santo, bastonário da Ordemdos Engenheiros, e Carlos Tomás,presidente da Associação Portuguesade Engenharia da Saúde, abriram asessão, cujo objectivo centrou-se,principalmente, no alinhamento devisões, perspectivas, desafios eoportunidades que se desenham parao futuro das tecnologias e das ciênciasda Engenharia no sector da saúde. Umfuturo que se revela simultaneamentecrítico e promissor.Desta forma, durante a conferênciaforam realçadas as oportunidades dedesenvolvimento para a indústria epara a juventude, num quadro deintegração europeia e de globalizaçãomundial.Desafiando o sistema de saúde arecorrer aos cuidados da Engenharia, obastonário da Ordem dos Engenheiros,Fernando Santo, afirmou que a áreadas novas tecnologias surge pararesponder aos novos desafios que se

colocam à saúde, desde a protecção debase anti-sísmica na construção deedifícios hospitalares até à receitadigital. A título de exemplo, obastonário mencionou o Hospital daLuz, localizado em Lisboa, o qualpossui já uma base anti-sísmica quepermite separar as fundações dospilares num sistema com capacidadede absorver cerca de 50 por cento daenergia sísmica. “É essencial que oshospitais mantenham a suafuncionalidade em caso de sismo”,afirmou o profissional. O bastonário da Ordem dosEngenheiros abordou ainda a eficiênciaenergética, a qualidade do ar e osmeios complementares de diagnósticonas unidades de saúde que necessitamde técnicos qualificados para ajudar aescolher e a manter em funcionamentoos equipamentos.No que diz respeito aos profissionaisque se encontram na área da saúde,Fernando Santo afirma que “hácarências significativas de técnicosdentro do sistema de saúde”. Já o presidente da AssociaçãoPortuguesa de Engenharia da Saúde

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lembrou que a logística, a organizaçãoe os sistemas informáticos são áreaspara as quais os médicos não sãopreparados durante a sua formação. Por sua vez Inácio Para, secretário--geral da Fundação espanhola Bamberg,acredita que as tecnologias deinformação podem introduzir melhoriassignificativas na prestação dos cuidadosde saúde, dando como exemplo osavanços na nanotecnologia, ebiotecnologia que se juntam à tele-medicina e à história da clínicaelectrónica.

Vice-presidente da AEPvisita a sede regional Norte da Ordem dos Engenheiros

No passado dia 23 de Fevereiro,deslocou-se em visita à sede regionalNorte da Ordem dos Engenheiros oengenheiro Couto dos Santos, vice-presidente da Associação Empresarial dePortugal (AEP), tendo sido recebido pelopresidente do Conselho Directivo daRegião Norte, Gerardo Saraiva deMenezes, e outros membros do mesmoConselho Directivo. Esta visita permitiuuma ampla troca de impressões tendoem vista a análise da possibilidade deestabelecimento de um protocolo decolaboração entre as duas instituições.No restaurante da Ordem dosEngenheiros - Região Norte teve lugarum almoço de trabalho, durante o qualos engenheiros Gerardo Saraiva, TeresaPonce de Leão, Fernando de AlmeidaSantos e António Machado e Mouraabordaram as várias áreas de interessemútuo com vista à celebração de umprotocolo, permitindo juntar sinergias emelhorar as relações até agoraestabelecidas entre as duas instituições.

Ambas as partes reconheceram asvantagens e o interesse doestabelecimento de um acordo, tendo asáreas da formação e da organização deeventos sido claramente identificadascomo prioritárias. Está neste momento jáa decorrer um trabalho de estudo eaprofundamento das principais ideiasavançadas com vista à preparação dotexto do referido protocolo.

Eleições na Ordem dos Engenheiros: Região Norte - 710votantes

A 28 de Fevereiro decorreram as eleiçõesna Ordem dos Engenheiros para elegeros futuros dirigentes.Na Região Norte, à qual apenasconcorreu uma lista única, as eleiçõesdecorreram ao longo de todo o dia,sendo os colégios de Engenharia Civil ede Engenharia Electrotécnica os quemais votos obtiveram, num total de 358 e150, respectivamente.Os restante colégios tiveram um númeromais reduzido de votantes, devidotambém a deterem um menor númerode membros.As delegações de Braga e de Vila Realtiveram uma adesão de 48 votantes,seguindo-se as delegações de Viana doCastelo e de Bragança com 34 votantes.

Constituição da Agência de Energiado Porto conta com a OE como parceiro

No dia 1 de Março, pelas 11h, decorreuna sala D. Maria da Câmara Municipaldo Porto a subscrição da escriturapública de constituição da Agência deEnergia do Porto (AdE Porto). Estainiciativa da autarquia portuense, decriar a Agência de Energia do Porto(AdE Porto), surgiu após umacandidatura bem sucedida aoprograma Intelligent Energy daComissão Europeia que apoia acriação de agências locais ou regionaisde energia.A Agência de Energia do Porto é umaassociação sem fins lucrativos quevisa promover e colaborar nadefinição, aplicação edesenvolvimento da estratégiaenergético-ambiental e de mobilidadeda cidade conjuntamente com outrasentidades, entre elas distribuidoras deenergia, utilizadoras e entidades decariz profissional onde se enquadra aOrdem dos Engenheiros. A Ordem dos Engenheiros – RegiãoNorte, representada pela engenheiraTeresa Ponce de Leão, assinou aescritura que formaliza o processo deconstituição da AdE, juntamente comos membros de outras entidades, numtotal de 20, entre elas a AEP,AICCOPN, INESC, INETI, GalpEnergia, e o próprio município doPorto.Entre figuras ilustres, após a escriturae os discursos do vice-presidente daCâmara Municipal do Porto, ÁlvaroCastello-Branco e do presidente daCâmara Municipal do Porto, Rui Rio,realizou-se a primeira assembleia daAgência de Energia do Porto.

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Agostinho Peixoto, consultor/especialista em Turismo

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Turismo Religioso: As Solenidades da Semana Santa em Braga

A tradição religiosa cristã em Portugalconcentra-se em particular no Norte dePortugal, tendo o seu maior expoenteem Braga, conhecida como a “Roma”portuguesa. Nesta cidade asSolenidades da Semana Santaconstituem em cada ano que passa umdos mais importantes cartazesturísticos nacionais. É o ponto maisalto da fé, atraindo à cidade e à regiãomilhares de peregrinos, visitantes eturistas que fazem desteacontecimento o momento sem par doturismo religioso em Portugal.A celebração completa da SemanaSanta de Braga enquadra-se no grandearco do tempo que vai da “Quarta-feirade cinzas” ao dia de Páscoa. Duranteeste período realizam-se nas principaisigrejas e na Sé Catedral um conjuntode concertos, exposições espalhadaspela cidade e actos religiosos de rarabeleza que atraem todo o tipo decrença. A cultura assume durante assolenidades um papel principal.Destaca-se a imposição das Cinzas, nodia 21 de Fevereiro que é depoispreenchida com actos religiosos eactos culturais. Entre estes contam-seo Lausperene Quaresmal, Via Sacra eConferências Quaresmais em SantaCruz (1º, 2º e 3º domingos daQuaresma) e a Procissão de Penitênciaao Bom Jesus do Monte (25 deMarço). Entre os actos culturaiscontam-se sobretudo uma série deconcertos de música religiosa, a queacrescem uma Via Sacra ao vivo (30 deMarço) e duas exposições. Seguem-se os actos da Semana Santae Páscoa, que se iniciam com a

trasladação da imagem do Senhor dosPassos da Igreja de Santa Cruz para ade S. Paulo (Seminário). Desta igrejasairá a Procissão dos Passos (noDomingo de Ramos). A Vigília Pascal eo Domingo de Páscoa encerram asfestividades. No programa cultural destaca-se aparticipação de dois coros estrangeiros(um de Vigo e outro de Hamburgo), ao

lado de coros e orquestras nacionais.Haverá, ao todo, sete concertos,distribuídos por diversas igrejas dacidade mas com maior incidência naCatedral. Destaque também para a Via Sacra aovivo, em reposição pelo Grupo dosPassos de Celeirós, que se esperavenha a ser aperfeiçoada em diversosaspectos de encenação.

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Celebrações Religiosas

31 MARÇO SÁBADO21h30, Trasladação da imagem doSenhor dos Passos, da igreja de SantaCruz para a igreja do Seminário.Segue-se a Via Sacra, que percorre os“calvários”

1 DE ABRIL, DOMINGO DE RAMOS11h00, na igreja de S. Paulo – Bênção eProcissão dos Ramos11h30, na Sé Catedral – Missa doDomingo de Ramos17h00, Procissão dos Passos e Sermãodo Encontro

4 DE ABRIL, QUARTA-FEIRA21h30, Cortejo bíblico “Vós sereis omeu povo” (Procissão de NossaSenhora da “burrinha”)

5 DE ABRIL, QUINTA-FEIRA SANTA10h00, na Sé Catedral – Missa Crismale Bênção dos Santos Óleos 16h00, na Sé Catedral – Lava-Pés eMissa da Ceia do Senhor 22h00, Procissão do Senhor “EcceHomo”

6 DE ABRIL, SEXTA-FEIRA SANTA10h00, na Sé Catedral – Ofício deLaudes, alocução sobre as SetePalavras de Jesus na Cruz eSacramento da Reconciliação15h00, na Sé Catedral – Celebração daPaixão e Morte do Senhor e ProcissãoTeofórica22h00, Procissão do Enterro do Senhor

7 DE ABRIL, SÁBADO SANTO10h00, na Sé Catedral – Ofício deLaudes e Sacramento da Reconciliação21h00, na Sé Catedral – Vigília Pascal eProcissão da Ressurreição

8 DE ABRIL, DOMINGO DE PÁSCOA11h30, na Sé Catedral – Missa Solenedo Domingo de Páscoa. Visita Pascal

Concertos e Espectáculos

10 DE MARÇO, SÁBADO, 21H30, SÉCATEDRALChoral Poliphonico (Coimbra)

16 DE MARÇO, SEXTA-FEIRA, 21H30,SÉ CATEDRALKammerchor Musica Viva deHamburgo (Alemanha)Orquestra de Câmara de Braga,Paixão segundo S. João de J. S. Bach

23 DE MARÇO, SEXTA-FEIRA, 21H30,SÉ CATEDRAL Coro e Orquestra do Conservatóriode Música Calouste Gulbenkian, deBraga

24 DE MARÇO, SÁBADO, 21H30,IGREJA DE S. VICTORCoral Clássico de Vigo

29 DE MARÇO, QUINTA-FEIRA,21H30, IGREJA DO HOSPITALGrupo de Câmara do Porto

02 DE ABRIL, SEGUNDA-FEIRASANTA, 21H30, IGREJA DE SANTACRUZConcerto coral-sinfónico pela CapelaMusical de Santa Cruz, CappellaBracarensis, Grupo Vocal Ançã-ble eOrquestra de Cordas

03 DE ABRIL, TERÇA-FEIRA SANTA21H30, SÉ CATEDRAL Coro da Sé do Porto, orquestra esolistas

Via Sacra ao Vivo

30 MARÇO, SEXTA-FEIRA, 21H30Paixão do Senhor: “Nos passos deJesus, a vitória da Vida”. Desde a Praçado Município ao Largo de S. Paulo.Grupo dos Passos da Paróquia deCeleirós (Braga).

Exposições

NO POSTO DE TURISMO DE BRAGADe quem é ELE?, Pinturas de Luís deMatos

NO ESPAÇO COMERCIAL DO BRAGAPARQUEPeças seleccionadas do Tesouro-Museu da Sé de Braga

A visita é obrigatória, pois é tradiçãode que quem assiste uma vez jamaisdeixará de ir a Braga.

www.semanasantabraga.com

Programa da Semana Santa 2007

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Acórdão do Conselho Disciplinar da Região Norte da Ordem dos Engenheiros – SínteseProcesso CDISN 12/2005

Factos provados:Que o arguido foi autor do projecto de arquitectura e dosprojectos de estabilidade, água, saneamento e térmico efoi o técnico responsável pela direcção técnica efiscalização da obra de uma edificação para habitaçãocolectiva de moradias em banda, situada no lugar X,freguesia Y, concelho Z, a que correspondeu o Alvará deLicença de Construção nº N/02, emitido em 14/05/2002.Que os Alvarás de Licença de Utilização de 6 fracçõesautónomas (A, B, E, G, H e I) daquela edificação,adquiridas pelos cidadãos participantes no presenteprocesso disciplinar ao Sr. A, foram emitidos, emSetembro de 2002, com base num termo deresponsabilidade subscrito pelo arguido, no qual declarouque a obra e, designadamente, as partes comuns daedificação se encontravam concluídas e em conformidadecom o projecto aprovado.Que, até à data da denúncia, os proprietários das fracçõesautónomas acima mencionadas se têm deparado com aseguinte situação: não existe fornecimento de energiaeléctrica, estando esta a ser fornecida a partir do quadroeléctrico provisório da obra; o fornecimento de água está aser feito através de um poço existente na obra, que secanos meses de Verão; o fornecimento de gás está a serfeito através de botijas, embora exista um reservatório quenão se encontra em funcionamento; a ligação e vedaçãodas caixas de saneamento ainda não está concluída,existindo caixas de águas pluviais, luz e telecomunicaçõesque não têm tampa; e o caminho que circunda oempreendimento ainda não se encontra pavimentado,estando em terra batida com muitos buracos.Que o arguido não respondeu ao pedido deesclarecimentos que lhe foi dirigido pelo ConselhoDisciplinar da Região Norte da Ordem dos Engenheiros,no âmbito da fase de averiguações do presente processodisciplinar e não alegou qualquer circunstânciajustificativa dessa sua atitude que pudesse constituir justoimpedimento.Que o arguido não tem antecedentes disciplinares.

Decisão:Os factos provados nºs 1 a 3 revelam que o arguidoprestou falsas declarações no termo de responsabilidadeque subscreveu como director técnico da obra, e com baseno qual foi concedida a licença de utilização, dizendo quea obra estava concluída e executada de acordo com oprojecto aprovado, que, aliás, tinha sido também, emgrande medida, elaborado por si, quando, na verdade,existiam diversas desconformidades entre a obraexecutada e a situação que se verificaria caso tivesse sidoconcluída de acordo com o projecto aprovado.Procedendo deste modo, o arguido não pugnou peloprestígio da profissão que exerce, desempenhando deforma repreensível a sua actividade profissional eviolando, por conseguinte, o dever deontológico previstosna norma do nº 1 do artigo 88º do Estatuto da Ordem dosEngenheiros.Conclui-se, ainda, que a violação da norma deontológicaacima citada foi culposa, pois o arguido tinha a obrigaçãode conhecer aquela norma, bem como o significado ealcance da subscrição de um termo de responsabilidadeprofissional e tinha também a obrigação de saber que asdeclarações que prestou no termo de responsabilidadeque subscreveu não correspondiam à verdade dos factos.Não sendo de excluir o dolo, pelo menos na formaeventual, certo é que o arguido omitiu deveres de cuidadominimamente exigíveis a um profissional de engenhariaque actuasse com a diligência de um “bom pai de família”(artigo 487º/nº2 do Código Civil), agindo, por isso, comnegligência.O facto provado nº 4 revela que o arguido, sem que paratal alegasse qualquer justo impedimento, não respondeuao pedido de esclarecimentos que lhe foi dirigido peloConselho Disciplinar da Região Norte da Ordem dosEngenheiros no âmbito da fase de averiguações ouinquérito do presente processo disciplinar, violando, destemodo, culposamente, o dever estatuído pela normaprevista na alínea g) do nº 1 do Artigo 83º do Estatuto daOrdem dos Engenheiros.

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Do exposto conclui-se que o arguido, ao violar, da formadescrita, os deveres deontológicos consagrados no nº 1 doartigo 88º e na alínea g) do nº 1 do artigo 83º do Estatutoda Ordem dos Engenheiros praticou duas infracçõesdisciplinares, nos termos do disposto no artigo 67º domesmo Estatuto da Ordem dos Engenheiros.Considerando o facto do arguido não ter antecedentesdisciplinares, mas tendo em conta as exigências de

prevenção geral e de defesa do interesse públicoassociadas ao exercício da Engenharia, decide-se, nostermos do disposto no Artigo 71º do Estatuto da Ordemdos Engenheiros e no artigo 5º do RegulamentoDisciplinar, pela aplicação ao arguido, em cúmulo jurídicopelas duas infracções disciplinares praticadas, de umapena de Censura Registada, prevista na alínea b) do nº 1do Artigo 70º do Estatuto da Ordem dos Engenheiros.

info DISCIPLINA

Pin da Ordem dos Engenheiros – Região Norte à venda na sede

e nas delegações distritais por 5 euros

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infoPágina 34 AGENDA

ENCONTROS, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS EXTERNOS

26 A 28 DE OUTUBRO LOCAL: FEUP, PORTOORGANIZAÇÃO: FEUPSÍSMICA 20077º ENCONTRO DE SISMOLOGIA E ENGENHARIASÍSMICA

ENCONTROS, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS OE

21 DE ABRILLOCAL: BRAGA, UMINHOORGANIZAÇÃO: OERN/UMINHOLançamento do Livro do Professor J. Barreiros Martins -“Verde de honra”

31 DE MAIO E 1 DE JUNHOLOCAL: PORTO, CENTRO DE CONGRESSOS DOPORTO – EDIFÍCIO DA ALFÂNDEGA7º CONGRESSO INTERNACIONAL DESEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE DO TRABALHOMais informações em: www.cis2007.org

7 A 9 DE SETEMBRO 2007LOCAL: PONTE DE LIMAORGANIZAÇÃO: OERNII ENGINEER’S TROPHY

17 E 18 DE OUTUBROLOCAL: GALIZAORGANIZAÇÃO: OERN/ICCGICONGRESSO NORTE DE PORTUGAL/ GALIZA DEENGENHARIA INDUSTRIAL

DEZEMBRO LOCAL: BRAGAORGANIZAÇÃO: OERN10º ANIVERSÁRIO DE CRIAÇÃO DA DELEGAÇÃODISTRITAL DE BRAGA

FORMAÇÃO OE

10 DE ABRIL A 30 DE MAIOLOCAL: PORTO, SEDEORGANIZAÇÃO: OERN6º CURSO DE PROJECTISTA DE SISTEMASSOLARES TÉRMICOS

12 E 19 DE MAIOLOCAL: PORTO, SEDEORGANIZAÇÃO: OERN31º CURSO DE ÉTICA E DEONTOLOGIAPROFISSIONAL

7 E 14 DE JULHOLOCAL: BRAGA, UMINHOORGANIZAÇÃO: OERN32º CURSO DE ÉTICA E DEONTOLOGIAPROFISSIONAL

MAIS INFORMAÇÕES: [email protected] ou 22 207 13 00

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