De Angelis Et Al 2004 Metodologia Levantamento

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Número 20, 2004 Engenharia Civil UM 57 Metodologia para levantamento, cadastramento, diagnóstico e avaliação de praças no Brasil Bruno Luiz Domingos De Angelis 1 , Rosana Miranda de Castro 2 Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá, Brasil, Av. Colombo, 5790, 87020-900, Maringá, Paraná, Brasil. e-mail: [email protected] Generoso De Angelis Neto 3 Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá, Brasil RESUMO O presente trabalho tem por objetivo o desenvolvimento de uma metodologia que permita levantar, cadastrar, diagnosticar e avaliar (quali-quantitativamente) as praças públicas, a partir de dois enfoques: a praça enquanto estrutura física, e a praça vista pela população local. Para atingir o objetivo colimado enfoca-se os seguintes aspectos: estudo do mobiliário, estruturas e similares, levantamento quali-quantitativo da vegetação, a inserção da praça na trama urbana, tipologia, estudo da toponímia e enquete de opinião. 1. INTRODUÇÃO No decorrer da História a praça tem sido um espaço onde fatos relevantes têm ocorrido. Na ágora, Sócrates fora colocado sob processo; no Fórum de Roma nasceu o Império homônimo; a Praça de São Petersburgo foi o berço da Revolução Comunista na extinta União Soviética; na Plaza de Mayo, Buenos Aires, surgiu e resiste o movimento de mães que buscam seus filhos desaparecidos durante o regime militar; a Praça de Tiananmen 4 , em Pequim, é símbolo e testemunha da agonia e morte dos que buscavam democracia e liberdade na primavera de 1989. A sociedade, em constante mutação, tem conferido feições diversas às praças ao longo do tempo. Assim o é desde a ágora onde, segundo Saldanha (1993), mais do que praça de mercado ela era o espaço central e vital, tornado historicamente símbolo da presença do povo na atividade política. Centro dinâmico da cidade grega, a ágora é a antecessora remota de nossas praças. Munford (1982), entende que a função social do espaço aberto persistiu nos países latinos - plaza, campo, piazza, grand-place - descendendo diretamente da ágora. De acordo com Benevolo (1993), as praças do mundo islâmico eram espaços abertos, e o centro comercial - majdan - não é uma praça, tratando-se de um conjunto de ruas com essa função específica. As grandes cidades da China e do Japão antigos também não tinham praças 1 Engenheiro Agrônomo, Professor Doutor 2 Engenheira Agrônoma, Mestranda em Agronomia 3 Engenheiro Civil, Professor Doutor 4 Conhecida como Praça da Paz Celestial, pode ser grafada também como T’ien-Na-Men.

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De Angelis Et Al 2004 Metodologia Levantamento

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  • Nmero 20, 2004 Engenharia Civil UM 57

    Metodologia para levantamento, cadastramento, diagnstico e avaliao de praas no Brasil

    Bruno Luiz Domingos De Angelis1, Rosana Miranda de Castro2

    Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Maring, Brasil, Av. Colombo,

    5790, 87020-900, Maring, Paran, Brasil. e-mail: [email protected]

    Generoso De Angelis Neto3

    Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maring, Brasil RESUMO O presente trabalho tem por objetivo o desenvolvimento de uma metodologia que permita levantar, cadastrar, diagnosticar e avaliar (quali-quantitativamente) as praas pblicas, a partir de dois enfoques: a praa enquanto estrutura fsica, e a praa vista pela populao local. Para atingir o objetivo colimado enfoca-se os seguintes aspectos: estudo do mobilirio, estruturas e similares, levantamento quali-quantitativo da vegetao, a insero da praa na trama urbana, tipologia, estudo da toponmia e enquete de opinio. 1. INTRODUO No decorrer da Histria a praa tem sido um espao onde fatos relevantes tm ocorrido. Na gora, Scrates fora colocado sob processo; no Frum de Roma nasceu o Imprio homnimo; a Praa de So Petersburgo foi o bero da Revoluo Comunista na extinta Unio Sovitica; na Plaza de Mayo, Buenos Aires, surgiu e resiste o movimento de mes que buscam seus filhos desaparecidos durante o regime militar; a Praa de Tiananmen4, em Pequim, smbolo e testemunha da agonia e morte dos que buscavam democracia e liberdade na primavera de 1989. A sociedade, em constante mutao, tem conferido feies diversas s praas ao longo do tempo. Assim o desde a gora onde, segundo Saldanha (1993), mais do que praa de mercado ela era o espao central e vital, tornado historicamente smbolo da presena do povo na atividade poltica. Centro dinmico da cidade grega, a gora a antecessora remota de nossas praas. Munford (1982), entende que a funo social do espao aberto persistiu nos pases latinos - plaza, campo, piazza, grand-place - descendendo diretamente da gora. De acordo com Benevolo (1993), as praas do mundo islmico eram espaos abertos, e o centro comercial - majdan - no uma praa, tratando-se de um conjunto de ruas com essa funo especfica. As grandes cidades da China e do Japo antigos tambm no tinham praas

    1 Engenheiro Agrnomo, Professor Doutor 2 Engenheira Agrnoma, Mestranda em Agronomia 3 Engenheiro Civil, Professor Doutor 4 Conhecida como Praa da Paz Celestial, pode ser grafada tambm como Tien-Na-Men.

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    pblicas; a clebre Tiananmen de Pequim uma criao recente. Plaza Mayor e Plaza de Armas so invenes hispnicas, onde a primeira se constitui no elemento central da urbe, assumindo diversas funes ao longo do tempo: mercado, torneios, touradas, jogos, representaes teatrais e prtica da justia. A praa das armas, de acordo com Rigotti (1956) e Velasco (1971), assume duas formas bastante distintas: aquela de verdadeira praa urbana, e aquela situada extramuros da poli, prxima aos alojamentos militares, onde se realizavam exerccios e artes de guerra. a partir do Renascimento que a praa se insere em definitivo na estrutura urbana, sendo que aquelas estruturas - o largo do mercado, o adro fronteirio igreja e outros espaos vazios - existentes nas cidades medievais no so ainda verdadeiras praas. Para Matas Colom et al. (1983), no Renascimento que a praa se converte em um dos principais elementos urbansticos para transformao e embelezamento das cidades; mais do que valor funcional, a praa adquire valor poltico-social, e tambm o mximo valor simblico e artstico. As praas que antecederam o modernismo tinham uma funo endgena e estavam submetidas a um edifcio (sagrado como a igreja; espao cvico anexo a um edifcio municipal; propriedade de um palcio) ou identificada com um uso especfico (mercado). Favole (1995) v a praa contempornea como um espao que no tem uma funo especfica, nem depende de um edifcio ou de um monumento. Sua finalidade a de se constituir em um lugar atrativo de encontro e reunio. Quanto s funes das praas, tm-se que diferentes autores exprimem-nas das formas as mais diversas, indo do romantismo praticidade. Segundo Webb (1990), microcosmos da vida urbana, as praas oferecem excitao e descanso, comrcio e cerimnias pblicas, um lugar para encontrar amigos e ver o mundo passar. Para Lamas (1993), a praa o lugar intencional do encontro, da permanncia, dos acontecimentos, de prticas sociais, de manifestaes da vida urbana e comunitria e, conseqentemente, de funes estruturantes e arquiteturas significativas. Lugar fundamental da vida social, espao de encontro, de trocas de palavras e mercadorias, a praa, segundo Casseti e Lietti (1995), considerada como o mbito da visibilidade, onde aparecer significa existir na qualidade de ator social. De forma concisa, Spirn (1995) exprime o carter das praas: lugares para ver e ser visto, para comprar e fazer negcios, para passear e fazer poltica. Por sua vez, Placanica (1995, p.55) afirma que a praa contempornea a anttese,

    [...] a negao de uma praa, visto que essa, nascida como lugar essencialssimo de encontro - fsico, econmico, ideal, cultural - [...]foi reduzida a depsito de realidade embaraada, inanimada e inalterada; local de passagem absolutamente efmero, no qual impossvel permanecer, e menos ainda reunir-se.

    2. A PRAA NO BRASIL De acordo com Robba e Macedo (2002), a praa brasileira como figura urbana praticamente desconhecida em sua essncia tanto por seus usurios como criadores, sejam eles arquitetos, engenheiros, tcnicos diversos, curiosos e outros mais. Duas figuras se destacam no imaginrio popular: de uma lado, a viso do jardim, e, do outro, a da praa de esportes, ambas bastante limitadas e pouco abrangentes. Reis Filho (1968) registra que no Brasil a presena de praas e largos vem de longa data, remontando aos primeiros sculos da colonizao e ocupando a posio de valorizadores do espao com funo organizacional. Sobre esses espaos recaam as atenes principais dos administradores, pois constituam pontos de ateno e focalizao urbanstica, localizando-se ao seu redor a arquitetura de maior apuro, j que eram pontos de concentrao da populao. Segundo Marx (1980) as praas no Brasil colnia estavam associadas aos adros das igrejas, servindo para reunio de pessoas e diversas atividades, no s religiosas como tambm as de

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    recreio, mercado, polticas e militares. Nesse contexto Robba e Macedo (2002, p. 16) afirma que os espaos secos, que caracterizaram as piazze e plazas da Europa, no Brasil so chamados de largos, ptios ou terreiros, e o termo praa est normalmente associado a espaos ajardinados. Um dos primeiros jardins pblicos construdos no Brasil foi o Passeio Pblico do Rio de Janeiro. Suas obras foram iniciadas em 1779 por ordem do vice-rei D. Lus de Vasconcelos que incumbiu Valentim da Fonseca e Silva - o Mestre Valentim - de projetar um jardim de prazer, isto , um jardim pblico, para servir populao da cidade (Terra, 1995). As preocupaes de ordem higinica o levaram a aterrar a lagoa existente (Lagoa Grande ou do Boqueiro da Ajuda), com o desmonte do Outeiro das Mangueiras. Embora destinado a um pblico restrito, ser o primeiro jardim estruturado nas proximidades do contexto urbano. Inaugurado em 1783 teve sua prpria histria ligada a todo o decorrer do desenvolvimento da cidade. Pelos registros existentes constata-se que ele foi traado nos moldes de um jardim francs, pois a idia de perspectiva infinita, proporcionada pelo mar que chegava at seus limites, dava-lhe um ar de grandiosidade. O seu estado atual em muito assemelha-se reforma realizada em meados do sculo XIX pelo botnico Auguste Marie Franois Glaziou, admitido por D. Pedro II para elaborar e supervisionar os Jardins Imperiais. Ocupado no s com a reforma do Passeio Pblico, mas tambm com o paisagismo da Quinta da Boa Vista e o Campo de Santana, Glaziou em pouco tempo imprimiu sua marca na cidade: canteiros de desenho oval cortados por lagos, pequenas cachoeiras e grutas de pedra. Alm da edificao de jardins, dedicou-se tambm criao de herbrios, descobrindo muitas espcies e introduzindo plantas brasileiras nas praas e ruas. De acordo com Segawa (1996), o Passeio Pblico do Rio de Janeiro foi contemporneo ao surgimento dos primeiros jardins pblicos europeus na segunda metade do sculo XVIII, smbolos do pensamento iluminista a invocar algumas formas de sociabilidade nas quais a aristocracia e a burguesia encontravam um lugar comum. At o ajardinamento do Campo de Santana (a partir de 1880), o Passeio Pblico foi, por quase um sculo, o nico recinto com as caractersticas de local para ver e para ser visto. Incontveis so as praas existentes no Brasil, onde, com caractersticas prprias, confundem-se ora com reas pblicas ajardinadas ou canteiros centrais de avenidas gramados. Diferentemente das praas renascentistas e/ou daquelas medievais que permeiam as cidades europias, as praas brasileiras com perfis daquelas contam-se aos poucos: o Ptio do Colgio, em So Paulo; o Largo do Pelourinho, em Salvador; e o Ptio de So Pedro, no Recife. Se nos pautarmos por um enfoque antropolgico, no estaremos incorrendo em erro se afirmarmos que a praa no Brasil tem sua origem anterior implantao do Passeio Pblico do Rio de Janeiro. Se considerarmos que os ndios construam suas ocas alinhadas formando um crculo, cujo centro, vazio, era o local das reunies, festas e ritos, ento teremos a o primeiro registro desses espaos em nosso pas. Embora tais espaos no fossem nominados como praas, sua funo, porm, as evoca. Sem dizer da centralidade, outra caracterstica muito comum s praas e to presente nas aldeias indgenas (tabas). H alguns anos era possvel encontrar no Brasil interiorano, rural (o das pequenas cidades no contaminadas pela virulncia da globalizao, onde shopping-centers, quando muito, existiam no imaginrio das pessoas) a praa televisiva. Esta se fazia presente a preencher o vazio das noites e cio dos fins de semana. Televisiva porque aquele espao comportava um monitor de TV que permitia comunidade afluir praa em busca de entretenimento. Sem dizer da avidez por um mundo novo que se descortinava e se materializava na forma de sons e imagens. possvel que ainda hoje, em algum canto perdido desse pas, possamos encontrar uma praa televisiva.

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    Quando se busca a apreenso das praas no Brasil, uma imagem inicial se fixa com freqncia recorrente: um espao pobre e abandonado. Travestidas de estacionamentos ou cercadas por grades (tendncia que se observa nos grandes centros urbanos), as praas sucumbem sob o peso de um urbanismo selvagem em detrimento do lazer e do interesse coletivo. Diante dessa realidade, rouba-se da populao o seu espao mais nobre. Essa por sua vez, a despeito de tudo quanto se criou e surgiu de alternativo para seu entretenimento, sequer protesta pelo espao que se esvai. a cumplicidade passiva da populao que alimenta atitudes dos gestores pblicos atravs de uma ao pautada pela especulao e pelo descaso com a coisa pblica (De Angelis, 2000). Constata-se, via de regra, que ditames polticos tornam-se norteadores de concepes que, necessria e exclusivamente, deveriam ser tcnicos, a partir de leituras sociolgicas. No Brasil esse comportamento tem se tornado norma, resultando em espaos que nem se coadunam com as reais necessidades dos seus usurios, nem se inserem na paisagem de forma harmnica. Verifica-se a ausncia de critrios, da fase de elaborao do projeto sua implantao. No se atenta para o potencial da rea, anseios da populao lindeira, mobilirio mais adequado a cada caso, sua insero na malha urbana, localizao e distribuio, caractersticas do entorno e disponibilidade de recursos financeiros e humanos. Nesse contexto, De Angelis (2000) afirma que se desenvolvem projetos padres e implantam-se praas seriadas, onde a criatividade no tem vez. A populao e a configurao urbana no tm como prescindir do espao pblico que a praa. Se nos grandes centros habitados outras opes de lazer, ou mesmo outros logradouros pblicos fazem-se presentes, nas cidades interioranas e de menor porte que ela, a praa, revela toda simbologia da centralidade e do esprito comunitrio. 3. METODOLOGIA O estudo das praas ou de qualquer outro espao pblico est inserido em um contexto maior que o desenho urbano, apresentando-se como a forma mais adequada de tratar e encaminhar o processo de evoluo e renovao dos fragmentos urbanos. O desenho urbano pressupe, entre outros, conhecimento dos diferentes logradouros que formam a cidade. Em se tratando de praas, a abordagem deve se dar sobre os elementos construdos e no construdos, o que significa proceder anlise do seu mobilirio e estruturas, sua tipologia, conformao, insero na malha urbana, vegetao e toponmia. Esse conhecimento propicia um diagnstico preciso sobre esses espaos, ao mesmo tempo que fornece subsdios para o planejamento da cidade como um todo. Nesse contexto, no h que se esquecer ainda da questo da vivncia nas praas, aqui entendido como sendo as diferentes manifestaes humanas e os diversos usos que se confere a esses espaos. A ttulo de ilustrao pode-se citar: o lazer, a violncia, a economia (in) formal, a prostituio, entre outros. Analisar esses aspectos requer a concorrncia de profissionais das mais diversas reas (sociologia, antropologia, psicologia, economia,...). Nesse sentido oportuno que ao se efetuar a avaliao das praas, considere-se tambm esses aspectos mencionados, de tal forma que se tenha um quadro real da situao dos logradouros; afinal, as praas so utilizadas pelos seres humanos para as mais diferentes atividades. A metodologia que se prope para o levantamento, cadastramento, diagnstico e avaliao das praas est baseada em dois pontos fundamentais: estrutura fsica e uso. No primeiro caso far-se-a uso de levantamentos quantitativos (equipamentos e vegetao) e avaliao qualitativa. Para o segundo caso prope-se uma enquete de opinio, a qual pode ser aplicada aos usurios e/ou no das praas, segundo o enfoque que se pretende com a pesquisa. Associado a esses dois pontos, e para um conhecimento mais amplo desses espaos,

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    oportuno que se analise e se avalie: sua insero na trama urbana, sua tipologia e se proceda ao estudo da toponmia. Na seqncia apresenta-se de forma detalhada todo o procedimento metodolgico abordado no presente tpico. 3.1. Estudo do mobilirio, estruturas e similares O termo mobilirio urbano tem sua origem a partir da traduo literal do francs mobilier urbain ou do ingls street furniture. Segundo Creus (1997), a palavra mobilirio traduz a idia de mobiliar ou decorar (do italiano arredo urbano; arredare = decorar) a cidade, o que, em seu entendimento errado. Esse conceito provm de uma poca do urbanismo classicista onde o mobilirio urbano vinha ao encontro de uma concepo de ornamentao e decorao, muitas vezes em detrimento da funcionalidade. Para se estudar o mobilirio preciso que se levante a existncia dos mesmos. Nesse caso optou-se pela elaborao de duas fichas: uma que tem por objetivo levantar quantitativamente os equipamentos e estruturas das praas - ficha 1; e uma segunda que permite avaliar qualitativamente essas estruturas ficha 2. A ficha 1, como o prprio nome sugere (levantamento quantitativo dos equipamentos e estruturas existentes), prope levantar a existncia ou no de equipamentos e estruturas, quantific-los e, sempre que possvel e necessrio, determinar o material com o qual so confeccionados. A escolha das estruturas e equipamentos que compem o presente levou em considerao o que de mais comum se encontra nas praas, podendo a relao apresentada ser acrescida ou subtrada. Outra informao que deve constar da ficha 1, aproveitando que se est coletando os dados in loco, a forma geomtrica da praa. Ficha 1 - LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DOS EQUIPAMENTOS E ESTRUTURAS

    EXISTENTES NOME DA PRAA:_________________________________________________________________ LOCALIZAO: ___________________________________________________________________

    FORMA GEOMTRICA: QUADRANGULAR CIRCULAR RETANGULAR

    OUTRA: ________________________________ REA: _______________ m

    DATA DA AVALIAO: _____/_____/_____ EQUIPAMENTOS/ESTRUTURAS SIM NO QUANTIDADE

    1. Bancos - material: 2. Iluminao: - alta( ) - baixa( ) 3. Lixeiras 4. Sanitrios 5. Telefone pblico 6. Bebedouros 7. Caminhos material: 8. Palco/coreto 9. Obra de arte qual: 10. Espelho d'gua/chafariz 11 Estacionamento 12. Ponto de nibus 13. Ponto de txi 14. Quadra esportiva 15. Para prtica de exerccios fsicos 16. Para terceira idade 17. Parque infantil

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    18. Banca de revista 19. Quiosque de alimentao e/ou similar 20. Identificao 21. Edificao institucional 22. Templo religioso

    A ficha 2 - avaliao qualitativa - objetiva avaliar o estado de conservao das estruturas e equipamentos existentes. Da mesma forma que a ficha anterior, optou-se por relacionar equipamentos de ocorrncia mais comum. Todos os equipamentos listados devem ser avaliados por conceitos - pssimo, ruim, regular, bom e timo -, aos quais correspondem notas que variam numa escala de 0,0 (zero) a 4,0 (quatro), conforme explicitado a seguir: 0 | 0,5 pssimo; 0,5 | 1,5 ruim; 1,5 | 2,5 regular; 2,5 | 3,5 bom; 3,5 | 4,0 timo. Em qualquer situao, qualquer que seja um elemento a ser avaliado qualitativamente preciso estabelecer, previamente, critrios claros e determinar parmetros rgidos que iro nortear o trabalho. Em no sendo dessa forma, os objetos a serem avaliados sofrero diferentes avaliaes, seja em funo do carter subjetivo da questo, ou em funo da influncia pessoal do avaliador. Dessa forma, estabeleceu-se critrios que devem pautar a avaliao feita sobre cada um dos equipamentos arrolados na ficha 2, os quais so apresentados na seqncia. Bancos: estado de conservao; material empregado em sua confeco; conforto; locao

    ao longo dos caminhos - se recuados ou no; distribuio espacial - se em reas sombreadas ou no; desenho; quantidade; distanciamento.

    Iluminao: alta ou baixa - em funo da copa das rvores; tipo - poste, super poste, baliza, holofote; localizao; conservao; atendimento ao objetivo precpuo.

    Lixeiras: tipo; quantidade; localizao; funcionalidade; material empregado; conservao; distanciamento.

    Sanitrios: condies de uso; conservao; quantidade. Telefone pblico: localizao - na praa, prximo ou distante de; conservao. Bebedouros: tipo; quantidade; condies de uso; conservao. Piso: material empregado; funcionalidade e segurana; conservao. Traado dos caminhos: funcionalidade; largura; manuteno; desenho. Palco/coreto: funcionalidade; conservao; design; uso - freqente, espordico, sem uso;

    se compatvel com o desenho da praa. Obra de arte (monumento, esttua, busto): significncia da obra de arte; conservao;

    insero no conjunto da praa. Espelho dgua/chafariz: em funcionamento; se inserido ou no no contexto da praa;

    conservao. Estacionamento: conservao; sombreamento; segurana. Ponto de nibus e de txi: se na praa, prximo ou distante de; presena ou no de abrigo;

    conservao. Quadra esportiva: quantidade; conservao; material empregado; com iluminao;

    cercada. Equipamentos para prtica de exerccios fsicos: tipo e quantidade; material empregado;

    conservao. Estrutura para terceira idade: estruturas existentes; conservao. Parque infantil: brinquedos que o compem; material empregado e cor; se em rea

    reservada e protegida; conservao. Banca de revista: localizao - perifrica ou central, em evidncia ou no; material

    empregado em sua construo; design; esttica - se compatvel com a praa.

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    Quiosque para alimentao e/ou similar: tipo - treiler, carrinho, construo em alvenaria,... -; higiene; esttica; localizao.

    Segurana: em funo da localizao, freqncia de pessoas, policiamento e conservao. Conservao: estado geral da praa - equipamentos, estruturas, varrio, limpeza. Localizao: se prximo ou distante de centros habitados; facilidade de acesso. Vegetao: estado geral; manuteno. Paisagismo: escolha e locao das diferentes espcies; criatividade; insero do verde no

    conjunto. Conforto ambiental: no presente item inseriu-se conjuntamente o conforto acstico, o

    conforto trmico, o conforto visual e a condio de tranqilidade. Os quesitos analisados foram: presena de agentes causadores de poluio sonora; localizao; trnsito de veculos; relao entre rea sombreada e no; impermeabilizao da rea da praa e seu entorno; e caracterizao visual da praa e seu entorno.

    Ficha 2 - AVALIAO QUALITATIVA

    ESTRUTURAS AVALIADAS NOTA AUSNCIA 01. Bancos 02. Iluminao alta 03. Iluminao baixa 04. Lixeiras 05. Sanitrios 06. Telefone pblico 07. Bebedouros 08. Piso 09. Traado dos caminhos 10. Palco/coreto 11. Monumento 12. Espelho d'gua/chafariz 13. Estacionamento 14. Ponto de nibus 15. Ponto de txi 16. Quadra esportiva 17. Equipamentos para exerccios fsicos 18. Estrutura para terceira idade 19. Parque infantil 20. Banca de revista 21. Quiosque para alimentao e/ou similar 22. Vegetao 23. Paisagismo 24. Localizao 25. Conservao/limpeza 26. Segurana 27. Conforto ambiental

    3.2. Levantamento quali-quantitativo da vegetao O levantamento quantitativo da vegetao das praas deve ser feito mediante a contagem individual das espcies arbreas e de palmceas, sendo que as arbustivas e herbceas (ou forraes) devem ter sua rea medida. Os diferentes grupos vegetais devem ser classificados de acordo com o gnero e espcie a que pertencem, assim como a famlia botnica. Os dados coletados devem ser passados para a ficha 3. A avaliao qualitativa da vegetao j est contemplada no item anterior (estudo do mobilirio, estruturas e similares).

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    Ficha 3 LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DA VEGETAO FOLHA

    CD.*1

    NOME COMUM

    NOME

    CIENTFICO

    FAMLIA

    N. DE INDIVDUOS

    OU REA

    FREQUNCIA RELATIVA

    (%) C*2 P*3

    *1 Av rvore; Pa palmcea; Ar Arbusto; He Herbcea (ou forrao) *2 Caduciflia *3 Pereniflia 3.3. A insero da praa na trama urbana Uma cidade tem por espinha dorsal de sua estrutura as vias pblicas, sendo que, de toda infra-estrutura urbana, essa a primeira a se fazer presente (Zmitrowicz e Angelis Neto, 1997). Seus cruzamentos e intersees determinam no somente o fluxo de automveis pela urbe, mas tambm o surgimento de logradouros pblicos, no caso presente, as praas. Enquanto aquelas formam como que uma teia a unir pontos distantes, ora largas, ora estreitas, ora em desnvel ou planas, as praas formam um conjunto espaado como que a quebrar a monotonia das vias. A importncia das vias pblicas para as praas reside no fato de sua forma poder vir a ser definida por aquelas, determinando os diferentes tipos de configurao. importante salientar que a importncia do estudo da insero da praa na trama urbana reside no fato de que seus contornos, definidos pelas vias pblicas, acabam por definir no somente sua forma, mas tambm sua funo. Sitte (1992), ao abordar a influncia das vias pblicas na conformao das praas, diagnosticou trs sistemas principais - o sistema retangular, o sistema radial e o sistema triangular -, e alguns secundrios, decorrncias daqueles. Na dcada de cinqenta Rigotti (1956) apresentou os primeiros estudos mais acurados sobre a insero das praas na trama urbana, levando em considerao a presena e nmeros de vias enquanto elemento estruturador desses espaos. nesse contexto que o referido autor classifica as praas em quatro grupos: praas radiais (quando diversas vias confluem simetricamente ou no a um nico foco no centro de um amplo espao); em leque (so consideradas uma parte menor da anterior, onde a confluncia em um ponto limitada a poucas vias que partem em raios de um nico setor); de juno tangencial (so as que permitem uma circulao giratria, a partir de uma nica via que faz a circulao da mesma); e, de juno axial ou de atravessamento direto (a interseo ortogonal de duas vias propicia o aparecimento desse arqutipo). Nossa proposio para o estudo das praas no Brasil, considerando-se os tipos mais usuais, consiste em: praas conformadas por uma nica via resultam em praas redondas ou ovais, onde vrias

    vias, geralmente em nmero de quatro, desembocam na mesma (figura 1); praas conformadas por duas vias propiciam trs subtipos diferentes de conformar o

    espao (figura 2): subtipo (a) - Formado a partir de uma via que cruza uma segunda que, por sua vez, est circundando o espao em questo. Essa interceptao de vias acaba por propiciar o aparecimento de uma praa descontnua, ou seja, h o surgimento de dois bolses, criados em ambos os lado de uma das vias. Nesse caso, como resultado, tem-se uma praa circular bipartida; subtipo (b) - esse subtipo propicia o aparecimento de praas que se comportam como alas dentro da trama urbana, visto serem formadas pela interceptao de uma via retilnea com outra que apresenta traado semicircular; subtipo (c) - o espao se forma a partir de um ngulo resultante da interseo de duas vias, sem que estas interrompam a continuidade da praa; na parte posterior da praa encontram-se edificaes.

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    praas conformadas por trs vias propiciam dois subtipos (figura 3): subtipo (a) praa triangular, criada a partir da interceptao de trs vias; subtipo (b) - a praa formada por duas vias paralelas e uma ortogonal a elas, sendo que a quarta face ocupada por edificaes.

    praas conformadas por quatro vias propiciam o surgimentos de dois subtipos (figura 4): subtipo (a) - origina praas quadrangulares ou retangulares, frutos que so do cruzamento de quatro vias, sendo duas a duas paralelas entre si; subtipo (b) - o caso da praa triangular bipartida, conformada por duas vias que se interceptam ortogonalmente, e duas outras que, ao se cruzarem, formam o vrtice de um tringulo; a praa, nesse caso, secionada em duas partes.

    praas conformadas por cinco vias so praas retangulares ou quadrangulares, conformadas por quatro vias paralelas, duas a duas, sendo que a essas soma-se uma quinta, a qual secciona a praa ao meio (figura 5).

    PRAA

    Subtipo (a)

    PRAA

    Subtipo (b)

    Figura 1 Esquema de praas conformadas por uma via

    PRAA

    PRAA

    Subtipo (a)

    PRAA

    Subtipo (b)

    PRAA

    Subtipo (c)

    Figura 2 Esquema de praas conformadas por 2 vias

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    PRAA

    Subtipo (a)

    PRAA

    Subtipo (b)

    Figura 3 Esquema de praas conformadas por 3 vias

    PRAA

    Subtipo (a)

    PRAA PRAA

    Subtipo (b)

    Figura 4 Esquema de praas conformadas por vias

    PRAA

    PRAA

    Figura 5 Esquema de praas conformadas por 5 vias 3.4. Tipologia O estudo da tipologia ou dos arqutipos das praas encontra em diversos autores trabalhos desenvolvidos. Enquanto Zucker (1959) classifica as praas em cinco arqutipos que vai da praa fechada em seu prprio espao praa envolvida por edifcios, ou ainda a praa amorfa onde seu espao indefinido, Sitte (1992), analisando a relao entre as praas e os seus edifcios circundantes, identifica duas categorias de praas: as de largura e as de profundidade. Por sua vez, para Moughtin (1992) h duas maneiras de se categorizar as praas: pela sua funo e pela sua forma. Dodi (1946) props a seguinte tipologia para as praas, segundo suas funes: praa de igreja, praa de escola, praa cvica e representativa,

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    praa de mercado, praa de feira, praa da estao e praa para estacionamento de veculos. Rigotti (1956) props algo semelhante a que propunha Dodi (1946), porm enquadrando as praas em dois grandes grupos: de descanso e de circulao. Por sua vez, as praas de circulao dividem-se em praas de estacionamento para autos, praas de estao e praas para edifcios pblicos. J as praas de circulao comportam os seguintes subtipos: praas de mercado, de igrejas e palcios, de reunio e monumentais, e praas para espetculos. Por sua vez, Matas Colom et al. (1983), em estudo desenvolvido sobre as praas de Santiago do Chile, no apresentam mudanas considerveis no estudo da tipologia das praas. O autor classifica aquelas praas em quatro categorias: praa de significao simblica, de significao visual, praa com funo de circulao e praa com funo recreativa. A praa com significao simblica um marco urbano que se recorda com claridade. , quase sempre, de desenho monumental e se relaciona com algum acontecimento de importncia nacional. A praa com significao visual aquela que no se recorda por si, seno pelo monumento ou edificao, geralmente pblica, que a define e ao qual ela est subordinada. A praa com funo recreativa aquela que se reconhece pelo desenvolvimento de atividades de entretenimento, passeio ou encontro. Por fim, a praa com funo de circulao aquela que, devido sua localizao, converte-se em um lugar de passagem obrigatria de veculos e/ou pedestres. importante que se contextualize o momento em que se d a caracterizao da praa. Isso porque provvel que um estudo histrico ensejaria outra tipologia no passado, da mesma forma que no futuro poderia ser uma outra. A partir da exposio terica apresentada acima, e considerando-se as peculiaridades do Brasil, propomos a seguinte categorizao: praa de igreja, de descanso e/ou recreao, de circulao, monumental e de significao visual. 3.5. Estudo da toponmia entendimento de Marx (1996) que o nome dos lugares lana luz sobre a evoluo das cidades e abre novas perspectivas para o estudo da urbanizao, da vida e do espao urbano em geral. A Histria demonstra a importncia dos nomes que se d aos logradouros pblicos. Esses registram no tempo a evoluo scio-poltico de um lugar. So espelhos de uma poca e, mutveis que so, retratam a dinamicidade prpria da evoluo da urbe. De acordo com Dias (1998, p.7) [...] o esforo de perenizao da memria de personagens e fatos da histria local ou nacional. Tendo por parmetro estudos histrico-lingsticos desenvolvidos por Fernandes (1941), Cardoso (1961) e Dick (1997), possvel arrolar os topnimos em categorias ou referenciais, a saber: hiero-hagiotoponmico (estudo dos nomes sagrados), antropotoponmico (estudo do nome das pessoas), histo-sociotoponmico (estudo dos nomes, fatos e datas de carter social e/ou histrico), fitotoponmico (estudo do nome das plantas), zootoponmico (estudo dos nomes dos animais) e os topnimos geogrficos (estudo dos nomes dos lugares geogrficos). O conhecimento e anlise acurada dos topnimos das praas permite que se conhea a histria desses espaos ao longo do tempo. 3.6. Enquete de opinio Ouvir a opinio da populao local com relao s suas praas de fundamental importncia, visto que, alm de nesses espaos ocorrerem de forma ordenada determinadas atividades que visam o lazer da populao nas suas diversas manifestaes, tem-se ainda que a dinmica do local dada pelas relaes que se estabelecem entre os freqentadores e o local/equipamento. No basta haver a oferta de praas, preciso, sobretudo, atentar para as caractersticas especficas de quem as demanda. Os usurios no s processam uma

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    filtragem quanto significao de uma praa pblica e de determinados equipamentos, como apresentam possibilidades e/ou disponibilidades para o desenvolvimento de determinadas atividades a partir de sua idade, sua situao social e cultural. Assim sendo, a enquete permite diagnosticar as caractersticas especficas dos usurios (e, se no usurio, porque no freqenta), onde os mesmos tm um papel de cdigo na apreenso de seus comportamentos e atitudes frente a uma praa. Essa leitura por sua vez, permite detectar as possibilidades e limitaes da utilizao dos locais e dos equipamentos disponveis.

    QUESTIONRIO DA ENQUETE DE OPINIO z1. IDADE zSEXO: M F z2. ENDEREO RESIDENCIAL z3. NVEL DE INSTRUO z4. RENDA FAMILIAR z5. ATIVIDADE OCUPACIONAL TRABALHADOR (ATIVIDADE) ESTUDANTE DONA DE CASA APOSENTADO DESEMPREGADO z6. EM MDIA, QUANTAS HORAS VOC TRABALHA POR SEMANA? z7. EM MDIA, QUANTO TEMPO VOC DEDICA AO LAZER? z8. NOS SEUS DIAS DE FOLGA, NA MAIOR PARTE DAS VEZES, VOC: FICA EM CASA SAI z9. QUANDO VOC FICA EM CASA NOS DIAS DE FOLGA, O QUE MAIS FAZ (AT 3 OPES)? V TV OUVE MSICA L DESCANSA APENAS AFAZERES DOMSTICOS ATIVIDADES LIGADAS AO TRABALHO OU ESTUDO OUTROS z10. QUAIS LUGARES (AT 3) VOC COSTUMA FREQUENTAR NOS SEUS DIAS DE FOLGA? CAMPO CINEMA CLUBE PARQUE PRAA SHOPPING CASA DE PARENTES E/OU AMIGOS PRAIA OUTROS z11. VOC FREQUENTA ALGUMA PRAA? SIM - QUAL (OU QUAIS)? NO - POR QU? SE A RESPOSTA PERGUNTA ACIMA FOR NEGATIVA, PASSE DIRETAMENTE PARA A DE N.

    18. z12. QUAL, OU QUAIS DIAS DA SEMANA VOC VAI PRAA? DURANTE A SEMANA SBADO DOMINGO FERIADOS z13. EM QUE PERODO VOC VAI COM MAIS FREQUNCIA PRAA? MANH TARDE NOITE z14. EM MDIA, QUAL O SEU TEMPO DE PERMANNCIA NA PRAA? z15. QUAL, OU QUAIS, OS MOTIVOS QUE O LEVAM A UMA PRAA? TOMAR SOL DESCANSAR CAMINHAR PRATICAR ESPORTES LER OUTROS

    LEVAR CRIANA/FILHO PARA BRINCAR z16. O QUE VOC MAIS GOSTA E O QUE MENOS GOSTA NA(S) PRAA(S) QUE VOC FREQUENTA? z17. O QUE VOC ACHA NECESRIO MELHORAR NAS PRAAS QUE FREQUENTA? z18. QUAL SUA OPINIO SOBRE AS PRAAS DE SUA CIDADE?

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    4. RESULTADOS O que se espera como resultado, atravs da presente metodologia, um mais acurado conhecimento das praas no Brasil. Conforme colocado anteriormente, embora contando com um sem nmero de praas, no h no pas um critrio que venha a ser balizador da forma de se avaliar uma praa. No que com o presente trabalho pretende-se dar a ltima palavra sobre a temtica. Pretende-se, sim, iniciar uma profcua discusso sobre a temtica, visto os poucos estudos existentes e a complexidade desses espaos pblicos. As informaes levantadas de forma sistemtica e dentro de padres tcnicos condizentes, propiciaro: conhecimento da real situao de cada um desses espaos; conhecimento do conjunto das praas de uma cidade; avaliar o grau de satisfao (ou insatisfao) da populao com relao s praas; aquisio de informaes que permitam a tomada de decises para essas reas pblicas,

    consoante com as necessidades de cada bairro ou regio de uma cidade. 5. CONCLUSO O desenvolvimento de uma metodologia de avaliao de praas permite o planejamento continuado de uma poltica urbana para o setor. A aplicao da presente metodologia enseja o acompanhamento e conhecimento de todo o universo de uma praa, assim como o conjunto delas. Alm da anlise quali-quantitativa pretendida, a praa avaliada por quem, efetivamente, faz uso desse logradouro: a populao. De posse dessas informaes o planejador urbano tem uma viso clara sobre a situao das praas na cidade, levando-o a elaborar os projetos de implantao e/ou manuteno em consonncia com os anseios da comunidade. Dessa forma ser possvel dispor desses espaos na urbe no somente como um fragmento ou retalho do desenho urbano, mas sim como um espao onde o cidado possa estar para vivenciar seu tempo com o lazer, ou simplesmente ficar na praa. Em assim sendo, a praa no Brasil estar cumprindo um pressuposto bsico que advm dos tempos da gora grega, qual seja, um local de encontro, de sociabilizao, de ver e ser visto. Para atingirmos esse objetivo, muito tem a se fazer, e o princpio, queremos crer, reside na conscientizao da populao quanto a importncia desses espaos, seja do ponto de vista da qualidade ambiental como de vida. 6. REFERNCIAS

    Benevolo, L. Histria da cidade. So Paulo: Retrospectiva, 1993. Cardoso, A.L. Toponmia braslica. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exrcito Editora,

    1961. Casseti, F.; Lietti, R. La piazza televisiva. In: Vitale, M.; Scafoglio, D. (orgs.). La

    piazza nella storia: eventi, liturgie, rapresentazioni. Napoli: Edizioni Scientifiche Italiane, 1995. p. 225-233.

    Creus, M.Q. Espacios, muebles y elementos urbanos. In: Serra, J.M. Elementos urbanos: mobilirio y microarquitectura. 2. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 1997. p. 6-14.

    De Angelis, B.L.D. A praa no contexto das cidades o caso de Maring, PR. 2000. 366f. Tese (Doutorado em Geografia Humana) Faculdade de Filosofia, Letras e Cincias Humanas, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2000.

    Dias, R. A vida atrs das placas. Maring M9, Maring/PR, ano 1, n.10, p.7-11, fev. 1998.

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    Dick, M.V.P.A. A dinmica dos nomes na cidade de So Paulo 1554-1897. So Paulo: Annablume, 1997.

    Dodi, L. Elementi di urbanistica. Milano: Cesare Tamburini, 1946. Favole, P. La plaza en la arquitectura contempornea. Barcelona: Gustavo Gili, 1995. Fernandes, X. Topnimos e gentlicos. Porto: Editora Educao Nacional, 1941. Lamas, J.M.R.G. Morfologia urbana e desenho da cidade. Lisboa: Fundao Calouste

    Gulbenkian/Junta Nacional de Investigao Cientfica e Tecnolgica, 1993. Marx, M. Cidade brasileira. So Paulo: Melhoramentos/EDUSP, 1980. _____. Apresentao. In: Dick, M.V.P.A. A dinmica dos nomes na cidade de So

    Paulo 1554-1897. So Paulo: Annablume, 1996. Matas Colom, J.; Necochea Vergara, A.; Balbontn Vicua, P. Las plazas de Santiago.

    Santiago: Ediciones Universidad Catlica de Chile, 1983. Moughtin, J.C. Urban design: street and square. Oxford: Butterworth-Heinemann,

    1992. Mumford, L. A cidade na histria: suas origens, desenvolvimento e perspectivas. 2. ed.

    Trad. Neil R. da Silva. So Paulo: Martins Fontes, 1982. Reis Filho, N. G. Contribuio ao estudo da evoluo urbana no Brasil (1500/1720).

    So Paulo: EDUSP, 1968. Rigotti, G. Urbanistica - la tecnica. 2. ed. Torino: Editrice Torinese, 1956. Robba, F.; Macedo, S. S. Praas brasileiras. So Paulo: EDUSP/Imprensa Oficial do

    Estado, 2002. Saldanha, N. O jardim e a praa: o privado e o pblico na vida social e histrica. So

    Paulo: EDUSP, 1993. Segawa, H. Ao amor do pblico: jardins no Brasil. So Paulo: Studio Nobel, 1996. Sitte, C. A construo das cidades segundo seus princpios artsticos. Trad. Ricardo

    Ferreira Henrique. So Paulo: tica, 1992. Spirn, A.W. O jardim de granito: a natureza no desenho da cidade. Trad. Paulo Renato

    Mesquita Pellegrino. So Paulo: EDUSP, 1995. Terra, C. G. Jardins pblicos e sua importncia no espao urbano: Rio de Janeiro -

    sculo XIX. In: CONGRESSO NACIONAL DE HISTRIA DA ARTE, 5. 1995, So Paulo - SP. Anais... v. 1. So Paulo, 1995. p. 97-101.

    Velasco, A. Ciudad y spacios verdes. Madrid: Servicio Central de Publicaciones/Ministerio de la Vivienda, 1971.

    Webb, M. The city square. London: Thames and Hudson, 1990. Zmitrowicz, W.; Angelis Neto, G. Infra-estrutura urbana. So Paulo: EDUSP, 1997

    (Texto Tcnico da Escola Politcnica da USP, Departamento de Engenharia de Construo Civil, TT/PCC/17).

    Zucker, P. Town and square: from the agora to the village green. New York: Columbia Press, 1959.