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COMA MIXEDEMATOSO

MYXEDEMA COMA

Léa M. Z. Maciel

Docente. Divisão de Endocrinologia. Departamento de Clinica Médica. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP. CORRESPONDÊNCIA: Av. Bandeirantes, 3900 - CEP 14048 - 900 - Ribeirão Preto - SP - FAX: (16) 6331144 e-mail: [email protected]

MACIEL LMZ. Coma mixedematoso. Medicina, Ribeirão Preto, 36: 384-388, abr./dez. 2003.

RESUMO - O Coma Mixedematoso, manifestação extrema do estado hipotireóideo, represen-ta uma situação clínica incomum, mas, potencialmente, letal. Pacientes com hipotireoidismoapresentam um série de adaptações fisiológicas para compensar a falta dos hormônios tireoi-dianos, porém em determinadas situações, como por exemplo, na vigência de uma infecção,não serão suficientes, o paciente descompensará e caminhará para o coma. Pacienteshipotireóideos, graves têm uma história longa de cansaço, ganho de peso, constipação intesti-nal e intolerância pelo frio. Na suspeita de coma mixedematoso, os pacientes deverão ser admi-tidos em unidade de terapia intensiva para cuidados respiratórios e cardiovasculares. A maioriados pesquisadores recomenda o tratamento com levotiroxina (L-T4), ao invés da liotironina (T3),por via endovenosa. É de grande importância o reconhecimento da causa da descompensaçãoe tratá-la agressivamente.

UNITERMOS - Coma Mixedema.

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1- CONCEITO

Coma mixedematoso (CM) é uma condição clí-nica, rara, que se manifesta em pacientes com hipoti-reoidismo primário ou secundário, de longa duração, enão tratados. O termo “coma”, a rigor, é impróprio, pois,na maioria das vezes, o paciente não se apresentacomatoso. Talvez, o termo mais correto seria CriseMixedematosa. Trata-se de emergência metabólica ecardiovascular que, quando não prontamente diagnos-ticada e tratada, está associada à mortalidade superior a50% (1,2). É uma condição 4 a 8 vezes mais comumem mulheres do que em homens, o que se deve à maiorincidência do hipotireoidismo primário no sexo femini-no. O quadro pode ser precipitado por condições di-versas, tais como: exposição ao frio, infecção, trau-ma, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca(ICC), hemorragias gastrointestinais, hipoglicemia oudrogas (tranqüilizantes, sedativos, anestésicos, anal-gésicos, narcóticos, amiodarona, lítio, fenitoina) (3,45).

2- FISIOPATOLOGIA

No hipotireoidismo de longa duração, algumasadaptações fisiológicas ocorrem para manter a homeos-tase, ainda que mediante um balanço precário. A re-dução do metabolismo basal e a diminuição do consu-mo de oxigênio resultam em vasoconstrição periféri-ca para manter a temperatura corporal. O número dereceptores β, adrenérgicos está reduzido, usualmentecom preservação dos receptores a adrenérgicos e dasconcentrações de catecolaminas, levando a um dese-quilíbrio β/α adrenérgico, o que acarreta hipertensãodiastólica e redução do volume sangüíneo total(6,7).

O CM é uma forma de hipotireoidismo descom-pensado, na qual os mecanismos de adaptação nãoserão mais suficientes e, essencialmente, todos os ór-gãos são afetados.

Alterações neurológicas: não obstante ospacientes não se apresentem, na maioria das vezes,com quadro clínico de coma, alterações cognitivas

Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS ENDÓCRINAS, METABÓLICAS E NUTRICIONAIS36: 384-388, abr./dez. 2003 Capítulo IV

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Coma mixedematoso

3- QUADRO CLÍNICO

Praticamente, todos os pacientes apresentamuma história longa de hipotireoidismo, com queixas decansaço, intolerância ao frio, constipação intestinal epele seca. Pacientes com tais manifestações podemprogredir vagarosamente para letargia, delírio e comaou apresentar rápida progressão do quadro, que seprecipita por pneumonia ou outra infecção, exposiçãoao frio, ICC, acidente vascular cerebral, trauma ousuperdosagem de medicações (14).

Um conjunto de sinais clínicos podem ser en-contrados e auxiliarão o diagnóstico. (Tabela I)

Na avaliação laboratorial, as principais altera-ções encontradas encontram-se na Tabela II.

4- TRATAMENTO

Se houver suspeita clínica de CM, o tratamentodeverá ser iniciado imediatamente, mesmo antes daconfirmação laboratorial. O paciente em CM correrisco de vida e deverá ser estabilizado em unidade decuidados intensivos(15). As primeiras 24 - 48 horas sãocríticas.Prioridade Iniciais1. Ventilação mecânica, se houver hipercapnia/hipóxia

significantes.2. Reposição hormonal imediata, enquanto se aguar-

dam resultados confirmatórios.3. Aquecimento com cobertores comuns e uma sala

quente (aquecimento rápido, ativo, é contra-indica-do, pois pode provocar vasodilatação periférica einduzir o choque circulatório).

4. Administração de corticóides, após a coleta de san-gue para cortisol plasmático.

5. Tratamento de infecção associada.6. Correção de hiponatremia grave (Na < 120 mEq/L).

Outras intervenções incluem:- correção de hipoglicemia com glicose, endove-

nosa (EV);- tratamento de hipotensão grave, com adminis-

tração cuidadosa de solução glicosada a 5-10%,e solução fisiológica a 0,9% ou salina hipertônica,se existir hiponatremia <120 mEq/L);

- reajuste de dose de qualquer medicação paracompensar a diminuição da perfusão renal, ouo aumento da meia vida da droga, etc.;

- digital ou diuréticos deverão ser administradoscom cautela para os pacientes com ICC.

Reposição Hormonal: como a absorção in-testinal está comprometida, a terapia endovenosa está

importantes, como letargia, estupor, estão presentesem pacientes com CM. O mecanismo exato não ébem conhecido, mas a diminuição do fluxo cerebral,associada à diminuição do consumo de oxigênio e dasconcentrações de glicose, assim como a redução dosconcentrações de T4 e T3 influenciam a função cere-bral. Hiponatremia decorrente de disfunção renal podeser um fator contribuinte adicional.

Alterações cardiovasculares: bradicardia ediminuição da contractilidade miocárdica determinama diminuição do débito cardíaco(8). Essas alteraçõessão causadas por diminuição das proteínas contráteisdos miócitos e de enzimas, incluindo a Na+, K+ATPase,decorrentes da diminuição da transcrição gênica, naausência de T3. Documenta-se aumento da resistên-cia vascular periférica, que, embora dependente demúltiplos fatores, está associada à diminuição dos ní-veis de T3(9). O volume plasmático está reduzido; a au-mentada permeabilidade capilar determina acúmulo defluído nos tecidos e espaços e pode ser a causa do derra-me pericárdico, encontrado em muitos pacientes(10).

Alterações pulmonares: os pulmões, geral-mente, não são afetados gravemente e a mais consis-tente anormalidade é a diminuição do controle ventila-tório, acarretando, ambos, hipoxemia e hipercapnia(11,

12). A alteração no controle ventilatório pode causaraumento de sensibilidade a drogas sedativas e causardepressão respiratória em um paciente com hipotireoi-dismo grave. A disfunção dos músculos respiratóriospode ocorrer. O acúmulo de fluido pode causar derra-me pleural e diminuição da capacidade de difusão. Aobesidade, se existente, causa diminuição do volumepulmonar, da capacidade de difusão e poderá ser acausa primária da hipoventilação, hipóxia, hipercapniae depressão do controle respiratório, observadas nospacientes com alterações pulmonares.

Alterações renais: a função renal poderá es-tar gravemente comprometida, em parte em decor-rência do baixo débito cardíaco e da vasoconstrição,acarretando baixa taxa de filtração glomerular. Con-centrações reduzidas de Na+, K+ ATPase diminuem areabsorção de sódio, assim como a excreção de águalivre, resultando em hiponatremia(13), que usualmenteestá presente no CM.

Alterações gastrointestinais: o hipotireoidis-mo com vários níveis de gravidade está associado àdiminuição da motilidade intestinal. Nos pacientes comisso, poderá ocorrer atonia gástrica, megacólon ou íleoparalítico. Má absorção poderá, também, ser docu-mentada. Ascite, apesar de incomum, pode se mani-festar pelo aumento da permeabilidade capilar, insufi-ciência cardíaca ou outros mecanismos.

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indicada. O uso de T4 apenas, ou da combinação deT4 e T3, ou de T3 apenas permanece controverso (13,17).A conversão de T4 para o T3, nesses pacientes, estáprejudicada. Assim, a administração de T3 seria re-comendável. Entretanto, a administração de T3, porser de ação imediata e ter meia-vida curta, pode, commaior probabilidade, provocar arritmias, principalmentese a função miocárdica estiver comprometida.

Dose recomendada: dose de ataque: 200 - 500mcg de Levotiroxina (L-T4), EV. Seguida de dosesdiárias de 50 - 100 mcg, EV. Quando o paciente esti-ver se alimentando, a L-T4 deverá ser administrada,por via oral, na dose de 50 - 100 mcg/dia. Doses me-nores são recomendadas para o paciente idoso ouquando isquemia miocárdica for suspeitada. Algunspesquisadores recomendam dose adicional de T3, EV,para pacientes jovens e com baixo risco cardiovascularou quando não houver nenhuma melhora clínica nasprimeiras 24 a 48 h. A dose indicada é de 10 mcg a

cada 4 h ou 25 mcg a cada 8 h, por via EV.Terapia com esteróides: Hidrocortisona - 100

mg a cada 8 h, EV, continuadamente até que o a valorda dosagem de cortisol plasmático, colhido previamen-te, seja conhecido e mostre-se normal.

Infecção: freqüentemente o evento precipitan-te do coma mixedematoso é uma infecção oculta oudeclarada. Febre ou elevação de leucócitos, usualmen-te, estão ausentes, embora desvio à esquerda sejaobservado freqüentemente. Deve-se obter culturas dediversos fluidos e iniciar tratamento empírico com an-tibióticos de amplo espectro e, posteriormente, tal tra-tamento deve ser reavaliado, se a causa da infecçãofor identificada.

Isquemia miocárdica: pode ser o fator preci-pitante do CM no paciente idoso ou poderá ocorrersubseqüentemente.A dosagem da creatina fosfoqui-nase (CPK) com suas frações poderá ajudar no diag-nóstico e tratamento de um evento coronariano agu-

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do, porém, é importante estar ciente de que as con-centrações da CPK, freqüentemente, estão elevadasno coma mixedematoso(17,18).

Caso a isquemia ou o infarto sejam diagnosti-cados, ou mesmo se o paciente tiver fatores de riscosignificantes para doença coronariana, a terapia hor-monal tireoidiana deverá ser feita em dose menores.

Reposição de volume

Administração de glicose e de salina deverá serrealizada cuidadosamente, porque os pacientes são,usualmente, hipervolêmicos e podem desenvolver ICCem face da disfunção ventricular, decorrente do hipo-tireoidismo. Se o Na for < 120 mEq/l, considerar aadministração de salina hipertônica, EV, seguida defurosemide, EV.

Quando ocorrer hipotensão, que não melhoracom a reposição de líquidos, transfusão sangüíneadeverá ser considerada. Finalmente, administraçãocuidadosa de Dopamina poderá ser utilizada. Geral-mente, a hipotensão é resistente às drogas usuais atéque hormônios tireoidianos e glicocorticóides sejamadministrados em doses adequadas.

Tratamento cirúrgico

Os pacientes deverão ser estabilizados com T4e glicocorticóides antes de procedimentos cirúrgicos.Em situações que requerem cirurgia de urgência, de-verá ser administrada uma dose de 200-500 mcg deL-T4 e glicocorticóides, endovenosos, antes da indu-ção anestésica. Monitorização cardiovascular comcateter de Swan-Ganz é requerida.

Dieta

Considerando que a motilidade intestinal estáusualmente diminuída, a ingestão alimentar não de-verá ser permitida até que o paciente esteja alertae com ruídos hidroaéreos ativos, quando, então,alimentação pastosa deverá ser gradualmente ins-tituída.

São considerados fatores de mau prognóstico:temperatura corporal abaixo de 34°C; hipotermia per-sistente, não responsiva até 72 h de terapia; idade avan-çada; bradicardia com freqüência cardíaca menor que44 bp/min; septicemia; infarto do miocárdio e hipoten-são arterial.

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MACIEL LMZ. Myxedema coma. Medicina, Ribeirão Preto, 36: 384-388, apr./dec. 2003

ABSTRACT - Myxedema coma, the extreme manifestation of hypothyroidism, is a uncommonbut potentially lethal condition. Patients with hypothyroidism may exhibit a number of physiologicalterations to compensate for the lack of thyroid hormone. If these homeostatic mechanisms areoverwhelmed by factors, such as infection, the patient may decompensate into a myxedemacoma. Patients with hypothyroidism typically have a history of fatigue, weight gain, constipationand cold intolerance. Patients with suspected myxedema coma should be admitted to an intensivecare unit for vigorous pulmonary and cardiovascular support. Most authorities recommend treatmentwith intravenous levothyroxine (T4) as opposed to intravenous liothyronine (T3). It is alwaysimportant to search diligently to determine the underlying cause of the decompensation and totreat that aggressively.

UNITERMS - Myxedema Coma.