Desenho_Técnico-edificacoes

download Desenho_Técnico-edificacoes

of 136

description

DESENHO TECNICO

Transcript of Desenho_Técnico-edificacoes

  • SRIE CONSTRUO CIVIL

    DESENHOTCNICO

    VOLUME 2

  • Srie conStruo civil

    desenhotcnico

    voluMe 2

  • CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNI

    Robson Braga de AndradePresidente

    DIRETORIA DE EDUCAO E TECNOLOGIA - DIRET

    Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor de Educao e Tecnologia

    SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI

    Conselho Nacional

    Robson Braga de AndradePresidente

    SENAI Departamento Nacional

    Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor Geral

    Gustavo Leal Sales FilhoDiretor de Operaes

  • Srie conStruo civil

    desenhotcnico

    voluMe 2

  • SENAI

    Servio Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional

    Sede

    Setor Bancrio Norte Quadra 1 Bloco C Edifcio Roberto Simonsen 70040-903 Braslia DF Tel.: (061) 3317-9001 Fax: (061) 3317-9190 http://www.senai.br

    2012. SENAI Departamento Nacional

    2012. SENAI Departamento Regional da Bahia

    A reproduo total ou parcial desta publicao por quaisquer meios, seja eletrnico, me-cnico, fotocpia, de gravao ou outros, somente ser permitida com prvia autorizao, por escrito, do SENAI.

    Esta publicao foi elaborada pelo Ncleo de Educao Distncia do SENAI Bahia, com a coordenao do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departa-mentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distncia.

    SENAI Departamento Nacional Unidade de Educao Profissional e Tecnolgica UNIEP

    SENAI Departamento Regional da Bahia Ncleo de Educao Distncia - NEAD

    FICHA CATALOGRFICA

    S491d

    Servio Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.

    Desenho tcnico/ Servio Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Servio Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional da Bahia. Braslia: SENAI/DN, 2012. 2v. (108 p.): il. (Srie Construo Civil, v. 2)

    ISBN 978-85-7519-550-5

    1. Desenho Tcnico. 2. Construo Civil. I. Servio Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. II. Ttulo

    III. Srie.

    CDU: 744

  • lista de ilustraesFigura 1 - Exemplo de esboo ou croqui .................................................................................................................16Figura 2 - Homem cantando a msica casa no campo de Elis Regina ..........................................................16Figura 3 - Diagrama dos processos projetuais.......................................................................................................17Figura 4 - Desenhos de variados projetos ...............................................................................................................17Figura 5 - Esqueleto e parte estrutural do prdio ................................................................................................19Figura 6 - Homem e o Edifcio .....................................................................................................................................20Figura 7 - Analisando uma planta e verificando a obra depois de construda ..........................................23Figura 8 - Peas grficas .................................................................................................................................................24Figura 9 - Planos de vistas: puras .............................................................................................................................27Figura 10 - Pranchas com plantas, cortes e fachadas ..........................................................................................28Figura 11 - Demonstrao de seo horizontal ( Planta Baixa ) ......................................................................29Figura 12 - A planta baixa um quebra-cabea ...................................................................................................29Figura 13 - Tcnico de edificaes em vrias tarefas da construo civil ....................................................30Figura 14 - A casa seccionada ......................................................................................................................................31Figura 15 - Folha de porta em perspectiva e planta baixa ................................................................................32Figura 16 - Vista e planta baixa de janela ................................................................................................................33Figura 17 - Diferentes tipos de esquadrias .............................................................................................................33Figura 18 - Plantas baixas: pavimento trreo e pavimento superior .............................................................34Figura 19 - Legenda com simbologia .......................................................................................................................34Figura 20 - Desenho de criana ..................................................................................................................................35Figura 21 - Planta de layout ..........................................................................................................................................39Figura 22 - Planta decorada..........................................................................................................................................40Figura 23 - Bolo recheado .............................................................................................................................................45Figura 24 - Desenho do bolo cortado .......................................................................................................................46Figura 25 - Etapas de corte do bolo ..........................................................................................................................46Figura 26 - Figura representativa de uma edificao cortada .........................................................................47Figura 27 - Casa seccionada como uma fatia de bolo ........................................................................................47Figura 28 - Cortes longitudinal e transversal na planta baixa e perspectivas ............................................48Figura 29 - Plantas e cortes ...........................................................................................................................................48Figura 30 - Sequncia de um corte ............................................................................................................................49Figura 31 - Linha de corte desviada ..........................................................................................................................50Figura 32 - Representao do nmero de corte e da folha ..............................................................................50Figura 33 - Linhas de chamada, formando os cortes ..........................................................................................51Figura 34 - Representao de corte ...........................................................................................................................52Figura 35 - Corte e seo ...............................................................................................................................................54Figura 36 - Tipos de hachuras, segundo a norma NBR 12298/1995 ..............................................................54Figura 37 - Desenho de uma casa explicitando a cobertura ............................................................................59Figura 38 - Desenhos com tipos diferentes de casas ..........................................................................................60Figura 39 - Casa com telha cermica .........................................................................................................................61Figura 40 - Reaproveitamento de gua ...................................................................................................................62

  • Figura 41 - Desenho relativo a cobertura ................................................................................................................63Figura 42 - Partes de um telhado ...............................................................................................................................64Figura 43 - Tipos de telhas ............................................................................................................................................65Figura 44 - gua sem escoamento, por falta de inclinao ..............................................................................66Figura 45 - A gua sendo escoada, pois tem inclinao ....................................................................................66Figura 46 - Plantas de cobertura de vrio tipos de telhado..............................................................................67Figura 47 - Inclinao do telhado ...............................................................................................................................68Figura 48 - Trama da estrutura do telhado .............................................................................................................69Figura 49 - Trama do telhado sobre tesoura ..........................................................................................................70Figura 50 - Estrutura do telhado .................................................................................................................................71Figura 51 - Diferentes apoios das teras ..................................................................................................................72Figura 52 - Calha e condutor vertical ........................................................................................................................73Figura 53 - Rufo e contra-rufo ......................................................................................................................................74Figura 54 - Cobertura mineral .....................................................................................................................................75Figura 55 - Cobertura vegetal, cobertura de sap ...............................................................................................75Figura 56 - Cobertura vegetal, ocas ...........................................................................................................................76Figura 57 - Cobertura de taubilhas ............................................................................................................................76Figura 58 - Cobertura de lonas ....................................................................................................................................77Figura 59 - Cobertura de telha metlica ..................................................................................................................77Figura 60 - Cobertura de policarbonato ..................................................................................................................78Figura 61 - Cobertura de concreto armado ............................................................................................................78Figura 62 - Telha de pet ..................................................................................................................................................79Figura 63 - Telha de cobre .............................................................................................................................................79Figura 64 - Telhado cermico .......................................................................................................................................79Figura 65 - Telhas de fibrocimento ............................................................................................................................80Figura 66 - Sr. Z, um senhor super arrumado ......................................................................................................83Figura 67 - Fachadas de frente e lateral em perspectiva ...................................................................................84Figura 68 - Fachadas com indicaes de materiais ..............................................................................................85Figura 69 - Carto postal ...............................................................................................................................................86Figura 70 - Pelourinho ....................................................................................................................................................87Figura 71 - Propaganda de So Paulo sobre poluio visual ...........................................................................88Figura 72 - Mapa da casa de Helena ..........................................................................................................................92Figura 73 - Planta de localizao ................................................................................................................................93Figura 74 - Planta de situao .....................................................................................................................................95Figura 75 - Imagem do Google Earth .......................................................................................................................96Figura 76 - Mapa de orientao solar .......................................................................................................................96Figura 77 - Fotos de 3 tipos de janela .................................................................................................................... 101Figura 78 - Detetive ...................................................................................................................................................... 103Figura 79 - Desenho divertido de parafuso ......................................................................................................... 104Figura 80 - Detetive com lupa .................................................................................................................................. 104Figura 81 - Marcao de detalhes ........................................................................................................................... 106Figura 82 - Exemplo de apresentao grfica em 3D ...................................................................................... 112

  • Figura 83 - Prancha desenhada mo .................................................................................................................. 115Figura 84 - Foto do primeiro computador ........................................................................................................... 116Figura 85 - Evoluo dos computadores .............................................................................................................. 117Figura 86 - Croqui do Estdio Maracan ............................................................................................................... 118Figura 87 - Interface do programa AutoCad ....................................................................................................... 119Figura 88 - Prottipo 3D: maquete impressa ...................................................................................................... 120

    Quadro 1 - Linhas de acordo com a NBR 6492/1994 ............................................................................................38Quadro 2 - Tipos de cobertura .....................................................................................................................................74Quadro 3 - Principais diferenas entre apresentao de projetos ............................................................... 112

  • Sumrio1 Introduo ........................................................................................................................................................................13

    2 Desenho de projetos de arquitetura de edificaes .........................................................................................152.1 Projeto de edificaes................................................................................................................................172.2 Tipologias funcionais das edificaes ..................................................................................................172.3 Elementos da edificao ...........................................................................................................................192.4 Projetos complementares ........................................................................................................................212.5 Peas grficas de um projeto de edificao .......................................................................................23

    3 Plantas................................................................................................................................................................................273.1 Plantas baixas ...............................................................................................................................................283.2 O projeto.........................................................................................................................................................293.3 Tecnicamente falando, o que planta baixa? ...................................................................................313.4 Elementos de uma planta baixa .............................................................................................................313.5 Representao dos elementos ...............................................................................................................323.6 O que deve conter na planta baixa .......................................................................................................353.7 Linhas de representao ...........................................................................................................................383.8 Extramos da planta baixa todos os outros desenhos ...................................................................39

    4 Cortes .................................................................................................................................................................................454.1 Corte longitudinal e corte transversal .................................................................................................474.2 Marcao da linha de corte .....................................................................................................................504.3 Como fazer um corte .................................................................................................................................514.4 Espessura da linha .......................................................................................................................................524.5 O que deve conter em um corte ............................................................................................................524.6 Hachuras dos cortes ...................................................................................................................................54

    5 Cobertura ..........................................................................................................................................................................595.1 Onde voc mora? ........................................................................................................................................605.2 A gua escoa para onde? ..........................................................................................................................615.3 Elementos da cobertura............................................................................................................................625.4 Forma da cobertura ....................................................................................................................................635.5 O telhado ........................................................................................................................................................645.6 Material da cobertura ................................................................................................................................655.7 Inclinao .......................................................................................................................................................66

    5.7.1 Clculo da inclinao ...............................................................................................................675.8 Estrutura .........................................................................................................................................................68

    5.8.1 Trama .............................................................................................................................................695.8.2 Estrutura de apoio ....................................................................................................................705.8.3 Estrutura telhado plano inclinado ......................................................................................71

    5.9 Sistema de drenagem das coberturas .................................................................................................725.10 Exemplos de coberturas e suas estruturas .......................................................................74

  • 6 Fachadas ...........................................................................................................................................................................836.1 O que deve conter em um desenho de fachada ..............................................................................846.2 Que cara tem a sua fachada?...................................................................................................................86

    7 Planta de localizao e situao ...............................................................................................................................917.1 A planta de localizao ..............................................................................................................................927.2 A planta de situao ...................................................................................................................................93

    8 Detalhamento de projetos ...................................................................................................................................... 1018.1 Os detetives ................................................................................................................................................ 1028.2 A escala do detalhe .................................................................................................................................. 1048.3 Detalhes construtivos gerais ................................................................................................................ 1058.4 Marcao de detalhes ............................................................................................................................. 105

    9 Apresentao de Projetos ........................................................................................................................................ 1099.1 Pranchas ...................................................................................................................................................... 1109.2 Diferenas entre apresentao do projeto legal e apresentao de projetos para concursos de idias e para o cliente ...................................................................................................................... 111

    10 Desenho tcnico assistido pelo computador ................................................................................................ 11510.1 A era da informtica .............................................................................................................................. 11610.2 Desenho auxiliado por computador - cad .................................................................................... 117

    10.2.1 Tecnologia aplicada desde o estudo preliminar ao executivo ............................ 11810.2.2 Autocad ................................................................................................................................... 119

    Referncias

    Minicurrculo da autora

    ndice

  • introduo

    1

    Bem-vindo ao universo das edificaes! Estamos iniciando uma caminhada pelo processo de aprendizagem tcnica industrial na rea da Construo Civil. Essa unidade tem como obje-tivo geral desenvolver as competncias para representar graficamente desenhos tcnicos para construo de edificaes, de acordo com as normas tcnicas aplicveis ao desenho.

    Para dar conta de tantas competncias, ns aprenderemos fundamentos tcnicos e cientfi-cos que nos capacitaro a interpretar desenho tcnico e representar desenho tcnico. Tambm sero potencializadas as capacidades sociais, organizativas e metodolgicas descritas a seguir:

    a) Planejar e organizar o prprio trabalho;

    b) Atuar de forma tica;

    c) Aplicar princpios de qualidade, sade, segurana do trabalho e ambientais;

    d) Avaliar o trabalho realizado, na perspectiva de melhoria contnua;

    e) Aplicar tcnicas de comunicao oral e escrita.

    No Volume 1, pudemos conhecer bastante sobre o desenho tcnico e as vrios itens que o compe, seja o formato do papel em que feito o desenho, a sua escala, as linhas, as cotas, as normas tcnicas, ou seja, bases necessrias para a produo do desenho tcnico, alm da definio do que perspectiva e projeo.

    No Volume 2, abordaremos o Projeto! A partir de agora, mergulharemos no Universo do De-senho de Projetos de Arquitetura de Edificaes, que nos ensinar a definio de cada elemen-to que o compe, como representar as edificaes, assim como interpretar o desenho tcnico.

    Vamos dar continuidade a nossa viagem rumo ao conhecimento?

    Sejam bem-vindos!

  • Desenho de projetos de arquitetura de edificaes

    2

    Vamos olhar sempre frente! O conhecimento abre portas, com ele, as oportunidades sur-gem e vamos cada vez mais longe. prazeroso aprender algo novo, ou aprimorar o nosso conhecimento, concordam?

    O conhecimento fonte de liberdade para o homem. (Autor desconhecido).

    A capacidade do nosso crebro de armazenar informaes incalculvel, quanto mais co-nhecimento passamos a adquirir, mais se abre espao para que novas informaes cheguem!

    Vamos aprender como representar nossas ideias projetuais1, ou seja, como passar de forma correta e tcnica nossos projetos de edificaes para o papel. Afinal, o desenho nosso princi-pal instrumento para transmiti-las. Verdade? Vamos pensar sobre isso!

    Geralmente os projetistas, ao conceberem uma ideia de uma edificao, a fim de no esque-c-la, recorrem a um esboo2, tambm chamado de croqui, um desenho mo livre e, quando se do conta, j h vrios desenhos espalhados por todos os cantos tentando representar as ideias para determinado projeto. So tantos os desejos que transportam para o papel! Sonham em fazer isso, fazer aquilo.

    [...] O criador de pensamentos gosta de v-los construdos, mesmo que seja em desenhos: a maneira mais simples de transform-los em imagens visveis por si e por outras pessoas. O artista quer ver sua ideia apreciada; ele pode ser um narcisista mas sua ideia nunca o ser. Ela pede divulgao: a emoo partilhada. (MONTENEGRO, 1987, p. 48).

  • DESENHO TCNICO16

    1 PROjETUAIS:

    Segundo Aulete (2008), projetual significa de ou relativo a projeto (ensaio projetual).

    2 ESBOO:

    Segundo Aulete (2008, p.420), esboo significa primeiras anotaes que vo dar origem a um desenho ou a uma obra de arte.

    3 ESCALA:

    Segundo a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (1994), escala a relao dimensional entre a representao de um objeto no desenho e suas dimenses reais. Ver captulo Escala no Volume 1.

    Figura 1 - Exemplo de esboo ou croquiFonte: SENAI, 2012.

    No Brasil, a maioria das pesquisas aponta o sonho da casa prpria como um dos maiores sonhos dos brasileiros (Figura 2). Viu s como somos importantes? Temos a chance de construir, construmos os sonhos das pessoas, e os nossos tambm, literalmente!

    E como seria a casa dos seus sonhos? Seria uma casa na praia? No campo, com piscina, churrasqueira, parquinho, salo de festas? Aproveite para comear a de-senhar sua casa!

    Figura 2 - Homem cantando a msica casa no campo de Elis ReginaFonte: SENAI, 2012.

    Pense sempre positivo e corra atrs que voc conseguir!

    4 PROPORO:

    Segundo Aulete (2008, p.815), proporo parte dividida de algo inteiro em relao ao todo.

    5 TIPOLGICAS:

    Segundo Aulete (2008, p.958), tipologia estudo ou classificao dos tipos humanos ou de outra natureza.

  • 2 DeSenHo De ProJetoS De ArQuiteturA De eDiFicAeS 17

    Depois de estudarem todas as propostas em esboo, os projetistas tm que escolher a melhor e, a partir dessa deciso, transformam o desenho mo em um desenho tcnico! E como fazem isso?

    Vamos conhecer o conceito, tipologias, consideraes relevantes e peas gr-ficas de um projeto de edificaes.

    2.1 ProJeto De eDiFicAeS

    Desenvolver um projeto significa transpor sua ideia para o papel, onde sero definidas escala3, dimenso, proporo4, a forma do projeto, sempre lembrando que de extrema importncia obedecer s normas tcnicas, de segurana e sa-de do trabalho, alm das legislaes especficas.

    Figura 3 - Diagrama dos processos projetuaisFonte: SENAI, 2012.

    2.2 tiPologiAS FuncionAiS DAS eDiFicAeS

    Temos as classes tipolgicas5 funcionais das edificaes6, isso significa dizer qual sua funo, para que aquela edificao foi pensada? Para ser um Hospital? Complexo Esportivo? Um Prdio Residencial? Uma Escola? Ou ainda: qual outra funo assumir?

    Figura 4 - Desenhos de variados projetosFonte: SENAI, 2012.

  • DESENHO TCNICO18

    Podemos dividir essas classes tipolgicas em:

    Habitacional, Educacional, Cultural, Religiosa, Comercial, Industrial, Adminis-trativa, Esportiva, de Sade, de Lazer, de Comunicao, de Transporte, de Abaste-cimento e Segurana.

    importante lembrar que pode nos aparecer o prazeroso desafio de aplicar nossos servios tcnicos em projetos de novas edificaes, mas tambm temos grande responsabilidade em intervir em uma edificao j existente.

    A NBR 13532 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1995b) fixa as condies exigveis para elaborao de projetos de arquitetura e para a constru-o de edificaes. Como cita a norma, as intervenes podem ocorrer em:

    a) Edificaes novas:

    Construo;

    Pr-fabricao e pr-moldagem;

    Montagem.

    b) Edificaes existentes:

    Ampliao;

    Reduo;

    Modificao;

    Remanejamento;

    Revitalizao;

    Reciclagem;

    Reconverso;

    c) Recuperao:

    Reforma;

    Preservao;

    Conservao;

    Reparao;

    Restaurao.

    E para fazer um projeto precisamos conhecer quais so os elementos que compe uma edificao.

    6 EDIFICAES:

    Segundo Aulete (2008, p.379), edificao construo, prdio, casa.

  • 2 DeSenHo De ProJetoS De ArQuiteturA De eDiFicAeS 19

    FIQUE ALERTA

    Antes de reformas, importante verificar as condies da estrutura da edificao!

    2.3 eleMentoS DA eDiFicAo

    O que uma edificao tem em comum com o corpo humano?

    Figura 5 - Esqueleto e parte estrutural do prdioFonte: DREAMSTIME, 2012.

    Descobriu?

    Quando olhamos para uma pessoa, logo visualizamos sua aparncia fsica, mas sabemos que existe toda uma estrutura que sustenta seu corpo: o esqueleto.

    O corpo humano formado por diversos componentes (rgos) que se rela-cionam harmonicamente. juntos eles so uma mquina de perfeito funciona-mento.

    Percebeu o quanto nosso corpo tem em comum com os nossos edifcios? Va-mos ver:

    O esqueleto do nosso edifcio a parte estrutural: a fundao, os pilares, as vigas, e os demais elementos estruturais que trabalham em conjunto suportando e distribuindo as cargas da construo ao solo. Como o esqueleto do corpo hu-mano, o esqueleto do nosso edifcio tambm responsvel por manter toda a estrutura em p.

  • DESENHO TCNICO20

    So diversos os tipos de estruturas, dados pelo material que as compem, como exemplos temos: a estrutura de concreto armado, a estrutura de concreto protendido, a estrutura de madeira, estrutura metlica, estruturas mistas, etc.

    RGOS = DEMAIS ELEMENTOS

    j os rgos da nossa construo podem ser representados pelos demais elementos que compem a edificao: coberturas, forros, vedaes verticais, re-vestimentos e acabamentos, impermeabilizao, equipamentos para comunica-o visual, equipamentos mobilirios, e incorporados, jardins, parque e outros.

    Figura 6 - Homem e o EdifcioFonte: DREAMSTIME, 2012.

    Segundo a NBR 13532/1995 - Elaborao de projetos de edificaes Arquite-tura - A Edificao composta de ambientes exteriores acessos, vias, pavimen-tos, escadas, jardins,etc.- e de ambientes interiores espaos internos tais como circulao, salas, dormitrios, sanitrios,etc.

    Segundo Montenegro (1987, p. 93), h um conjunto de reflexes feitas por alu-nos, sobre as semelhanas e diferenas das pessoas e dos edifcios, que perfeita:

    Semelhanas A janela representa os olhos e os ouvidos do prdio. A roupa (ou pele) do edifcio o seu revestimento. Os canos so as artrias do prdio.

  • 2 DeSenHo De ProJetoS De ArQuiteturA De eDiFicAeS 21

    O esgoto o aparelho excretor do prdio. Os pilares so as pernas do edifcio. As fundaes correspondem ao p do homem. A estrutura o esqueleto da construo. Os tijolos so as clulas da construo. A construo e o homem precisam de equilbrio e de apoio.

    Diferenas O homem vive; o prdio inerte. O homem pensa. O prdio no. O homem anda; o prdio imvel. O homem se faz em 9 meses; o prdio pode demorar. O homem dura menos do que o prdio. Um abrigo, o outro abrigado.

    Para que o projeto de edificaes esteja completo e possa ser edificado, faz-se necessrio os projetos complementares ao projeto arquitetnico, que tem como objetivo fornecer condies necessrias ao pleno funcionamento da edificao.

    2.4 ProJetoS coMPleMentAreS

    Os projetos complementares viabilizam o nosso conforto na edificao, fazem com que o nosso edifcio realmente funcione, tornando-o propicio para nossa moradia, ou para as variadas tarefas que exercemos, tais como estudar, comer, trabalhar, ter uma consulta mdica,etc. Estes projetos nos permitem ainda utilizar os recursos oferecidos pelas redes de abastecimento da cidade em que moramos tais como energia, gua, telefonia, esgoto entre outras.

    Um exemplo de projetos complementares o de instalaes prediais: eltricas e mecnicas, hidrulicas e sanitrias.

    H profissionais especficos e responsveis pela concepo e detalhamento de cada projeto complementar.

    necessrio para a perfeita funcionalidade do edifcio, que todos esses proje-tos complementares estejam compatibilizados, e que os profissionais envolvidos tenham um bom relacionamento para poder tomar as melhores decises em con-junto, havendo assim harmonia entre os projetos.

  • DESENHO TCNICO22

    cASoS e relAtoS

    Para todo problema, existe uma soluo!

    Uma empresa de Arquitetura que trabalha com licitao de projetos j estava com o prazo apertadssimo para a entrega do projeto para o qual ganhou a licitao: um centro cultural numa capital brasileira. Este grande e complexo projeto era formado por teatro, cinema, auditrios, cafeteria, biblioteca e vrios outros espaos.

    Os projetos de instalaes hidrulicas, eltricas, ar condicionado eram ter-ceirizados, ou seja, eram contratados por meio de empresa, intermediria entre o tomador de servios e a mo de obra, atravs de contrato de pres-tao de servios. O processo que eles adotaram foi o seguinte: a equipe da empresa de Arquitetura fez uma base do projeto de arquitetura, e essa base foi passada para os terceirizados, porm conforme o tempo passava, a equipe de arquitetos e tcnicos observou que eram necessrias mudanas no projeto de arquitetura, e ento algumas partes do projeto eram nova-mente estudadas e reformuladas.

    E agora o que fazer com o projeto de instalaes, j que aquela base em que foi feita todo o projeto, havia passado por mudanas? Imaginou o retrabalho? Tamanha confuso entre as velhas e novas informaes!

    No havia compatibilidade de projetos. Partes do encanamento da rede hidrulica passavam por janelas, por portas, ou furavam vigas, ou seja, no havia nenhuma integrao entre os projetos. Resultado: a empresa pode-ria no cumprir com os prazos determinados pela licitao e receberia mul-tas altssimas, alm da qualidade do projeto que ficaria comprometida.

    Cansados desses retrabalhos, a equipe da empresa decidiu se reunir para unir as foras e ideias para tentar contornar este problema, pesquisas fo-ram feitas, e joo Antnio, o Tcnico em edificaes, descobriu a tecno-logia BIM. A tecnologia BIM a integrao de todas as informaes que compem o projeto. Tudo o que eles necessitavam! Todos aprovaram, e os donos da empresa decidiram investir em cursos para capacitar a equipe! Todos saram ganhando!

    Viu quantas questes temos que levar em conta em uma edificao? bom saber que voc j est ficando por dentro deste Universo da Construo Civil!

  • 2 DeSenHo De ProJetoS De ArQuiteturA De eDiFicAeS 23

    Agora que voc j est esperto sobre o que compe um edifcio, olhar as edificaes com outros olhos ao sair rua! Esse olhar curioso muito importante! Quando temos curiosidade, nos interessamos e aprendemos coisas novas! Am-pliando assim nosso conhecimento!

    Figura 7 - Analisando uma planta e verificando a obra depois de construdaFonte: SENAI, 2012.

    SAIBA MAIS

    Mantenha-se atualizado! No nosso universo da construo, surgem novidades a cada segundo! Para nos manter atu-alizados, interessante estarmos sempre lendo revistas e artigos da nossa rea, assim como acessar sites que abordam estes contedos! H vrios interessantssimos na internet!

    Agora, vamos ver como representar esses projetos e do que cada um precisa.

    2.5 PeAS grFicAS De uM ProJeto De eDiFicAo

    As peas grficas de um projeto so formas padronizadas de apresentao dos desenhos tcnicos com o objetivo de informar todos os itens necessrios para total compreenso de todas suas particularidades.

    Segundo a NBR 6492 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1994) um projeto precisa apresentar as seguintes peas grficas:

    a) Plantas;

    Planta de situao;

    Planta de locao (ou implantao);

    Planta de edificao.

  • DESENHO TCNICO24

    b) Corte;

    c) Fachada;

    d) Elevaes;

    e) Detalhes ou ampliaes.

    Este conjunto de desenhos explicar e comunicar as propostas do projeto.

    Figura 8 - Peas grficasFonte: SENAI, 2012.

    Vocs iro entender melhor o que significa tudo isso a partir da leitura das pginas seguintes!

    recAPitulAnDo

    Como vimos no nosso maravilhoso mundo da construo civil, os projetos nascem a partir de sonhos e desejos. O projeto visa a atender, da melhor forma, o que foi solicitado, sempre levando em conta as normas tcnicas e legislaes especficas.

    Pode-se comear um projeto a partir de esboos e croquis das ideias que se tem e, a partir deles, desenvolver uma proposta para o projeto. Para repre-sent-las, utiliza-se o desenho tcnico que o melhor meio para comunicar os projetos de edificaes, obedecendo s normas tcnicas.

    7 VEDAES VERTICAIS:

    Pode-se entender como vedaes verticais, elementos construtivos com a funo de vedar verticalmente a edificao, como por exemplo: as paredes.

  • 2 DeSenHo De ProJetoS De ArQuiteturA De eDiFicAeS 25

    Vimos tambm que o projeto de edificaes pode contemplar a construo de uma nova edificao, assim como a interveno de uma edificao j existente.

    Descobrimos tambm que podemos criar um paralelo entre o corpo huma-no e nossos edifcios. Fizemos a analogia de que o esqueleto representa a parte estrutural da nossa construo e de que os rgos so representados pelos elementos que compem a nossa edificao como coberturas, reves-timentos, acabamentos, vedaes verticais7, formando um sistema que, as-sim como o corpo humano, funciona perfeitamente.

    Os projetos complementares a exemplo do projeto de instalaes prediais tornam o edifcio funcional, pois nos permite utilizar recursos ligados rede de abastecimento da nossa cidade, tais como gua, energia eltrica, siste-ma de esgoto, etc.

    Aprendemos tambm que, de acordo com a NBR 6492 (ASSOCIAO BRA-SILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1994), um projeto precisa apresentar as seguintes peas grficas: planta de situao, planta de locao (ou implan-tao), planta de edificao, corte, fachada, elevaes, detalhes.

  • Plantas

    3

    Plantas so peas grficas que representam a projeo ortogrfica ou ortogonal, que nada mais que a representao bidimensional de um objeto tridimensional. Como mostra a Figura :

    Figura 9 - Planos de vistas: purasFonte: SENAI, 2012.

    Podemos concluir que plantas so os desenhos tcnicos que compem o projeto da edifica-o. Isso significa dizer que a expresso plantas abrange toda representao do que compe a edificao, por isso temos as plantas baixas, as plantas de fachada, de cortes, a planta estru-tural, as plantas de detalhamento.

    VOC SABIA?

    PLANTA DIFERENTE DE PRANCHA. A prancha o papel de formato A definido pela escala dos desenhos, onde estaro impressas as plantas do projeto da edifica-o, ou seja, a prancha o meio em que as plantas so impressas.

  • DESENHO TCNICO28

    Ns geramos os documentos necessrios para se construir uma edificao, ou seja, como vimos anteriormente, desenhamos o conjunto de plantas e a organi-zamos em pranchas, ou seja, em folhas de papel com dimenses padronizadas nos formatos A (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1987): A0, A1, A2, A3, A4 (conforme j vimos no Volume 1). Para voc entender melhor, vamos dar um exemplo: vamos supor que voc tenha feito as plantas baixas, dois cortes, duas fachadas de um prdio de 10 andares. Ser que todas essas plantas iro ca-ber numa nica prancha?

    Pode at caber, mas ficar confuso. Os desenhos estaro em escalas definidas em projeto, o que ir garantir a legibilidade das plantas. As mesmas estaro divi-didas em pranchas de acordo com o seu contedo, por exemplo, na Prancha de Fachada, estaro as Plantas das Fachadas da edificao.

    Figura 10 - Pranchas com plantas, cortes e fachadasFonte: SENAI, 2012.

    Uma planta deve conter o mximo de informaes em formas de desenhos e textos em escala apropriada para melhor compreenso do projeto. A falta de informaes pode provocar atraso da obra, aumento de custos com retrabalhos ou comprometer todo projeto.

    3.1 PlAntAS bAixAS

    Quando cortamos uma laranja ao meio, por exemplo, podemos visualizar seus gomos internos, suas sementes e a espessura de sua casca. O mesmo ocor-re quando seccionamos uma edificao horizontalmente e visualizamos de cima para baixo suas paredes, portas e outros elementos presentes, interna e externa-mente, que se interceptam com este plano horizontal.

  • 3 PlAntAS 29

    Figura 11 - Demonstrao de seo horizontal ( Planta Baixa )Fonte: SENAI, 2012.

    3.2 o ProJeto

    Na planta baixa, os sonhos se encontram:

    joo quer um quarto de tamanho satisfatrio, com banheiro, com espao para um guarda-roupa grande, com janela para a rua e, se puder, uma varanda!

    j Maria que mora com joo, alm do quarto dela, tambm deseja uma sala grande, em que caiba um sof para seis pessoas, uma televiso enorme, e tantas outras coisas mais!

    Na planta baixa, deve-se representar, de forma coordenada, os desejos de to-dos que iro viver, ou estudar, ou apenas trabalhar ali, e isso d trabalho! A planta baixa um quebra-cabea onde os desejos precisam se encaixar.

    Figura 12 - A planta baixa um quebra-cabeaFonte: SENAI, 2012.

  • DESENHO TCNICO30

    Finalizada essa briga dos sonhos, dos desejos, aps todos entrarem em acor-do, temos a Planta Baixa pronta!

    Agora, sabemos realmente como ser a forma do projeto, o partido arquite-tnico1, como sero os espaos propostos, seus acessos, suas dimenses, as re-laes entre os ambientes, a proporo entre os mesmos, o posicionamento das aberturas tais como portas e janelas.

    A partir da planta baixa, os projetistas2 e a equipe de execuo da obra (tcnico em edificaes, mestre de obras, pedreiros, etc.) iro identificar todas as informa-es necessrias para o entendimento do projeto e para a construo do edifcio, como por exemplo: saber exatamente onde comea e termina cada parede, onde estar a porta, onde estar a janela e qual a altura do peitoril3, onde ser a cozinha, quantos quartos tero...

    Figura 13 - Tcnico de edificaes em vrias tarefas da construo civilSENAI, 2012

    FIQUE ALERTA

    Todas as nossas decises de projeto devero atender ao cdigo de obras da nossa cidade, de fcil acesso atravs dos sites das prefeituras dos municpios, assim como deve-ro cumprir as exigncias das normas e legislaes espec-ficas para projetos de arquitetura.

    1 PARTIDO ARQUITETNICO:

    Associao de ideias e conceitos definida a partir de variadas determinantes e condicionantes que definem o projeto de arquitetura.

    2 PROjETISTAS:

    Profissionais especializados, cuja atividade a de realizar projetos especficos de sua rea. Exemplo: arquiteto, engenheiro civil, eltrico, etc.

    3 PEITORIL:

    Segundo Ching (2010), peitoril: pea horizontal colocada na base do vo de uma janela, o ressalto formado por tal pea.

    4 VISTA SUPERIOR:

    Segundo Ching (2010), vista superior significa planta de um ambiente tal como visto de cima.

  • 3 PlAntAS 31

    3.3 tecnicAMente FAlAnDo, o Que PlAntA bAixA?

    Planta Baixa, tambm chamada de Planta de Edificao, a vista superior4 de um ambiente ou de todo um pavimento aps passarmos imaginariamente um corte horizontal a 1,50m a partir do nvel de referncia como exemplo, o piso do pavimento - dessa forma, poderemos ter a planta baixa de todo o pavimento, ou apenas do pavimento trreo (Figura 14), da cozinha, do quarto, do subsolo...

    Figura 14 - A casa seccionadaFonte: SENAI, 2012.

    Vamos organizar nossos pensamentos, dessa forma, aprendemos e no es-queceremos mais!

    3.4 eleMentoS De uMA PlAntA bAixA

    Vamos seguir um raciocnio lgico: Se a planta baixa um corte horizontal acima de 1,50m do piso, quais so os elementos que iro form-la? Os que fo-rem cortados pelo plano secante5 correto? Ento, podemos concluir que: A planta baixa a representao dos elementos que sero cortados imaginariamente a 1,50m. Mas, quais so esses elementos? Imaginem-se dentro de suas casas, quais elementos esto na altura igual ou superior a 1,50m? Vamos pensar:

    a) Esquadrias janelas e portas;

    b) Portas;

    c) Pilares.

    Por conveno, as louas sanitrias sero sempre representadas.

  • DESENHO TCNICO32

    d) Pia, vaso sanitrio...

    Na planta baixa, veremos tambm os elementos marcantes que esto abaixo ou acima de 1,50m, porm sero vistos em projeo6. Nas prximas pginas, ve-remos como so representadas as linhas de projeo.

    Vamos dar alguns exemplos dos elementos que podem estar em projeo na planta baixa:

    a) Esquadrias altas;

    b) Beirais, marquises.

    3.5 rePreSentAo DoS eleMentoS

    Mas afinal, como vamos representar uma porta sendo cortada? E uma janela? Um pilar?

    Por conveno, cada elemento tem sua representao grfica padro, que, para podermos visualizar de forma mais fcil, podemos dizer que a represen-tao dos componentes construtivos cortados imaginariamente a 1,50m e vistos de cima. E essa uma linguagem universal, ou seja, esta simbologia utilizada no Brasil do Oiapoque ao Chu!

    Como exemplo, vamos ver como representar em planta baixa uma porta de abrir de uma folha, que tem seu movimento de abertura nos seguintes sentidos:

    Figura 15 - Folha de porta em perspectiva e planta baixaFonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2011a.

    j a representao de uma janela de duas folhas feita dessa forma:

    5 PLANO SECANTE:

    Plano secante, tambm chamado de plano de corte, o plano que intercepta imaginariamente um objeto e o corta e toda sua extenso.

    6 PROjEO:

    a representao grfica do objeto no plano.

  • 3 PlAntAS 33

    Figura 16 - Vista e planta baixa de janelaFonte: SENAI, 2012.

    interessante observarmos que existem diversos tipos de esquadrias - a exem-plo de portas como podemos ver na norma NBR 15930-1:2011- porta de madeira para edificaes parte 1: terminologia e simbologia (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2011b) - assim como h diversos tipos de janelas, os mesmos so classificados e sero representados de acordo com o nmero de folhas (par-tes fixas ou mveis, que controlam a passagem de iluminao e/ou ventilao pela rea da janela, ou a passagem de pessoas pela rea da porta, na qual so fixados vidros, chapas, persianas e outros elementos de vedao) e o movimento de abertura, como vemos nos exemplos abaixo:

    Figura 17 - Diferentes tipos de esquadriasFonte: SENAI, 2012.

  • DESENHO TCNICO34

    O mesmo acontece com os demais elementos da planta baixa, cada um tem sua simbologia prpria. Vamos identific-los juntos? Antes de olhar a legenda, tente identificar os elementos atravs de sua simbologia representada em planta baixa:

    Figura 18 - Plantas baixas: pavimento trreo e pavimento superiorFonte: SENAI, 2012.

    Resposta:

    paredes

    pilar

    porta

    janela

    Figura 19 - Legenda com simbologiaFonte: SENAI, 2012.

  • 3 PlAntAS 35

    Prestou ateno que as paredes, estruturas, janelas, e todas as partes compo-nentes da edificao so representadas por linhas? Se pararmos para pensar, ns sabemos disso desde crianas, pois, desde a primeira vez que pegamos um lpis para desenhar, ns fizemos nada mais, nada menos que unir linhas para represen-tar algo, formando, assim, nosso desenho!

    Figura 20 - Desenho de crianaFonte: SENAI, 2012.

    FIQUE ALERTA

    Num desenho tcnico, as espessuras de linhas represen-tam a proximidade do objeto. Elementos mais distantes do plano secante so representados com linha mais finas e os que esto sendo cortados pelo plano, sero representados com linhas de maior valor, mais espessa e escura.

    3.6 o Que Deve conter nA PlAntA bAixA

    Considerando que temos as diversas fases do projeto, como vemos em se-quncia: primeiro o Estudo Preliminar, depois o Anteprojeto e, por fim, o Proje-to Executivo, cada uma dessas etapas tem suas exigncias quanto aos elemen-tos a serem representados.

    O Projeto Executivo a etapa final do Projeto, portanto possui as maiores exi-gncias quanto aos elementos representados, afinal precisa de todas as informa-es e detalhamentos para que a obra seja executada, vamos aqui apresentar segundo a NBR 6492 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1994), em geral, o que deve conter nas plantas em geral, incluindo as plantas baixas, nas 3 etapas:

  • DESENHO TCNICO36

    Estudo preliminar :

    As plantas, cortes e fachadas devem conter:

    a) Simbologias de representao grfica, conforme as prescritas nesta Norma;

    b) Indicao do norte;

    c) Caracterizao dos elementos do projeto: fechamentos externos e internos, excessos,circulaes verticais e horizontais, reas de servio e demais ele-mentos significativos;

    d) Indicao dos nomes dos compartimentos;

    e) Cotas gerais;

    f) Cotas de nveis principais;

    g) Escalas;

    h) Notas gerais, desenhos de referncia e carimbo.

    Nessa etapa, possvel analisar se todas as necessidades programadas pelo cliente foram representadas, assim como podemos estimar o investimento para sua construo. Se o cliente aprovar o estudo preliminar, o prximo passo pre-parar o projeto para aprovao junto ao municpio e aos rgos legais respons-veis. Para isso, todas as particularidades do projeto devem respeitar s normas e leis especficas. A prxima etapa a elaborao de um projeto com mais detalhes, chamado de anteprojeto.

    Anteprojeto:

    a) Simbologias de representao grfica, conforme as prescritas nesta Norma;

    b) Indicao do norte;

    c) Sistema estrutural;

    d) Indicao das cotas parciais e totais;

    e) Caracterizao dos elementos do projeto:

    Fechamentos externos e internos;

    Acesso;

    reas de instalaes tcnicas e de servios;

    Circulaes verticais e horizontais;

    Cobertura/telhado e captao de guas pluviais;

    Acessos e demais elementos significativos;

    f) Marcao de cortes e fachadas;

  • 3 PlAntAS 37

    g) Marcao de projeo de elementos significativos acima ou abaixo do pla-no de corte;

    h) Indicao dos nveis de piso acabado;

    i) Escalas;

    j) Notas gerais, desenhos de referncia e carimbo.

    Caso todas as exigncias legais sejam atendidas, o projeto ser aprovado para construo. Ento, todos os projetistas envolvidos devero ser gerenciados, a fim de compatibilizar todos os projetos. Passamos, ento, para a prxima etapa cha-mada de projeto executivo, que deve conter todas as informaes necessrias para perfeita execuo de cada detalhe da obra.

    SAIBA MAIS

    O anteprojeto por servir para aprovao pelos rgos legais responsveis tambm chamado de Projeto Legal. Pesquise como so os tramites deste processo. Quais so os dados que o anteprojeto precisa ter para servir de documento.

    Projeto Executivo:

    a) Indicao de todas as cotas necessrias para a execuo da obra, exceto onde houver ampliao;

    b) Caracterizao dos elementos do projeto:

    Revestimentos internos e externos;

    Indicao dos nveis de piso acabado e em osso;

    reas de instalaes tcnicas e de servios;

    c) Denominao e numerao dos compartimentos com suas respectivas re-as teis para referncia dos acabamentos constantes no quadro geral de acabamentos;

    d) Codificao dos elementos a serem detalhados: portas, janelas, escadas, en-tre outros;

    e) Marcao dos detalhes e ampliaes;

    f) Indicao das cotas entre os eixos, cotas parciais e totais.

    Com todos os projetos executivos compatibilizados, os mesmos so aprova-dos pelo gerente responsvel e liberado para obra.

  • DESENHO TCNICO38

    VOC SABIA?

    Os elementos bsicos de um projeto constituem-se no s em peas grficas como plantas, cortes, fachadas, elevaes, detalhes, escala, mas tambm peas escritas, tais como: programa de necessidades, memorial justi-ficativo, discriminao tcnica, especificao, lista de materiais e oramento.

    3.7 linHAS De rePreSentAo

    No desenho tcnico, as linhas que formam o desenho, so de diversos tipos, uma linha cheia, a outra trao e ponto, a outra trao e dois pontos, etc., cada uma tem seu significado, como veremos abaixo, de acordo com a NBR 6492 (AS-SOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1994), temos as seguintes linhas de representao:

    Linhas de contorno - Contnuas

    A espessura vaira com a escala e a natureza do desenho

    Linhas situadas alm do plano do desenho - Tracejadas

    Mesmo valor que as linhas de eixo

    Linhas de eixo ou coordenadas - Trao e ponto

    Linhas de projeo - Trao e dois pontos

    So indicadas para representar projees de pavimentos superiores,

    marquises, balanos, etc.

    Linhas de cotas - Contnuas

    coordenadas.

    Linhas auxiliares - Contnuas

    Para construo de desenhos, guia de letras e nmeros, com trao; o

    mais leve possvel, conforme exemplo

    Linhas de indicao e chamadas - Contnuas

    Mesmo valor que as linhas de eixo, conforme exemplo.

    Quadro 1 - Linhas de acordo com a NBR 6492/1994Fonte: SENAI, 2012.

    7 MOBILIRIO:

    Segundo Aulete (2008, p. 681), mobilirio ou moblia significa conjunto de moveis de uma casa, escritrio, hotel, etc).

  • 3 PlAntAS 39

    3.8 extrAMoS DA PlAntA bAixA toDoS oS outroS DeSenHoS

    A planta baixa nos serve de base para fazer todas as nossas outras plantas - cortes, fachadas - assuntos dos prximos captulos, por isso que nela devem con-ter todas as informaes necessrias para seu pleno entendimento, tais como: n-veis e cotas principais, reas, denominao dos espaos, marcao de cortes, etc.

    Temos tambm a Planta de Layout, que nada mais do que a Planta Baixa com o mobilirio7 representado, por exemplo, um quarto ser arrumado da seguinte forma: a cama ficar no canto esquerdo em relao porta, sendo que em cada lado da cama ter um criado-mudo, o guarda-roupa ficar embutido, etc. Dessa forma, o projetista estuda o melhor posicionamento dos mveis na edificao, facilitando a anlise da composio do espao, se ele ser bem utilizado e quais peas mobilirias melhor se encaixam. Possibilita tambm analisar como ficar a circulao devido dimenso dos objetos em relao rea do ambiente.

    interessante concluirmos que, a partir da distribuio do mobilirio, determi-na-se como as pessoas utilizaro aquele espao. Por isso, ao se fazer um projeto, tambm importante apresentar a Planta de Layout.

    Figura 21 - Planta de layoutFonte: SENAI, 2012.

    Existem tambm as plantas decoradas, que so plantas de layout com uma programao visual diferenciada, so confeccionadas por um design grfico, ten-do como base o projeto entregue pelo projetista, visando publicidade daquele empreendimento.

    A planta decorada uma pea grfica criada com o principal objetivo de ven-der o empreendimento. Sabe quando estamos andando na rua e vem algum e nos entrega aqueles panfletos ou folders8, divulgando a venda de imveis? O que

  • DESENHO TCNICO40

    vem geralmente impresso nos folders a planta baixa decorada daquele empre-endimento que est sendo anunciado.

    PLANTA BAIXA DECORADAAPTO. TIPO 03 DORMITRIOS.A = 55,91m E 56,07m

    Figura 22 - Planta decoradaFonte: SENAI, 2012.

    Temos certeza de que, agora, vocs esto experts em Planta Baixa!

    Como j dizia nosso saudoso Chacrinha Quem no se comunica se trumbica!

    Pois , uma boa comunicao precisa de um bom transmissor, um bom meio de comunicao e um bom receptor. Portanto o projetista, sendo o transmissor das ideias do projeto, deve saber especificar todos os detalhes necessrios para o completo entendimento do tcnico em edificaes, que o receptor, utilizando como meio de comunicao as plantas baixas.

    Caso um desses 3 vetores de comunicao no seja satisfatrio, poder ocor-rer grandes prejuzos, como descrito no caso abaixo por exemplo.

    8 PANFLETOS E FOLDERS:

    Materiais grficos publicitrios impresso de um ou dos dois lados, cuja principal finalidade a divulgao de empresas, eventos e empreendimentos, etc. Folder difere de panfleto, pois o primeiro possui dobras em sua folha, e o panfleto no.

  • 3 PlAntAS 41

    cASoS e relAtoS

    Onde est a porta?

    A equipe da empresa Construo S.A, estava trabalhando na obra de Bru-na, construindo a casa, que ela sempre sonhou.

    Cristiano sempre foi um pedreiro muito trabalhador e honesto, porm sem-pre se atrapalhava com a leitura das plantas baixas; era s ele pegar uma planta baixa, para vir tona sempre esta mesma pergunta: Que diacho isso aqui homem? O que significa mesmo, isso aqui?

    Pedro, tcnico em edificaes, era o responsvel por supervisionar a obra, e sempre estava presente para tirar dvidas, e verificar se o projeto estava sendo corretamente seguido, verificar qual era a dvida de Cristiano. Ele percebeu que o pedreiro tinha bastante dificuldade para ler e interpretar os projetos, principalmente em relao simbologia das portas e janelas.

    Quando Bruna chegou para ver como estava andando a obra, estranhou: Onde est a porta que est prevista no projeto? Ento Pedro pediu a Cris-tiano para solucionar o problema e abrir o vo da porta.

    Depois desse ocorrido, Pedro decidiu tomar uma atitude. Lembrou que tambm j teve essa dificuldade e conseguiu venc-la. Ento decidiu dar de presente a Cristiano curso de curta durao de Leitura e Interpretao de Projetos de Edificaes.

    Cristiano aprendeu, finalmente, tudo o que lhe causava dvidas na Planta Baixa e nunca mais falou: Que diacho isso aqui homem? Significa o que mesmo isso aqui, heim?

    Todos ns precisamos buscar aprimorar nossos conhecimentos. E preencher as lacunas da nossa aprendizagem em todos os campos do conhecimento e na rea tcnica de construo civil, a falta de conhecimento pode levar a grandes prejuzos financeiros, e at graves acidentes na obra. Descubra sempre o que voc precisa para melhorar seus conhecimentos e se esforce para ser um bom profissional.

    Pronto! Neste captulo sobre Planta Baixa, falamos de sonhos, de desejos, ago-ra vamos falar de Comida!

    Como assim? Vocs vo entender no prximo captulo.

  • DESENHO TCNICO42

    recAPitulAnDo

    Vimos que o momento em que projetamos uma planta baixa a hora que temos que lidar com os diversos desejos das pessoas que utilizaro aque-les espaos, e aliado a isso, utilizamos nossos conhecimentos tcnicos para tornar esses sonhos em realidade.

    Convm lembrar que temos que atender s exigncias do Cdigo de Obras e das Normas e Leis decorrentes dele.

    Planta baixa nada mais que um corte horizontal a 1,50m em relao a um nvel de referncia, que pode ser o piso do pavimento que est sendo cortado. Onde os elementos que estaro a esta altura sero representados em planta baixa, como exemplo das paredes, portas, janelas, pilares e cada um por conveno tem sua simbologia prpria e universal. necessrio que determinados elementos estejam presentes em planta baixa para que a planta fale por si s, para que, na hora que dermos a planta para a equi-pe de execuo da obra, no haja maiores dvidas.

    E tudo precisa estar realmente bem claro, coerente e bem decidido na plan-ta baixa, pois a mesma serve como base para todos os nossos outros dese-nhos, como cortes, fachadas, e elevaes, que so os assuntos que veremos nos prximos captulos!

  • Anotaes:

    3 PlAntAS 43

  • cortes

    4

    Qual seu bolo preferido? Imagine esse bolo com vrias camadas de recheio a exemplo da Figura 23.

    Vou dar um exemplo no mnimo saboroso. Nossa amiga Helena, que cozinha muito bem, d a seguinte sugesto para rechear o nosso bolo de ovos:

    Figura 23 - Bolo recheadoFonte: SENAI, 2012.

    Recheio para bolo

    1 camada de leite condensado;

    1 camada de chantilly;

    1 camada de creme de caf;

    Cobertura de chocolate branco.

    Como sabemos, todos estes recheios tm cores e sabores diferentes. Entre uma camada de massa e outra, vem o recheio. Como ser que este bolo ficar depois de cortado?

    Eis aqui o resultado!

  • DESENHO TCNICO46

    Figura 24 - Desenho do bolo cortadoFonte: SENAI, 2012.

    Voc deve estar se perguntando o que um pedao de bolo tem haver com o nosso assunto correto? Vamos ver!

    Primeiro, vamos analisar cada etapa do corte desta fatia de bolo na Figura 25:

    Figura 25 - Etapas de corte do boloFonte: SENAI, 2012.

    Primeiro decidimos qual parte do bolo cortar (primeira ilustrao da Figura 25, da esquerda para a direita).

    Depois, com a ajuda de uma esptula, o cortamos de cima para baixo, sempre em linha reta, verdade?

    E o que voc v depois do bolo partido?

    Todas as camadas e recheios, e, em cima, sua cobertura.

    exatamente isso que ir acontecer quando tambm cortamos nossa edificao!

    Podemos dizer que a Linha de Corte representada, no nosso exemplo, pela esptula, com a qual cortamos o bolo. Por onde ela passar, o bolo ser cortado, assim como na Figura 26:

  • 4 corteS 47

    Figura 26 - Figura representativa de uma edificao cortadaFonte: SENAI, 2012.

    Ento o corte nada mais que um Plano Secante Vertical que divide a edifica-o em duas partes.

    Figura 27 - Casa seccionada como uma fatia de boloFonte: SENAI, 2012.

    4.1 corte longituDinAl e corte trAnSverSAl

    Quando seccionamos uma edificao para obter um corte, o campo de visua-lizao, muitas vezes, insuficiente para compreenso do projeto, sendo neces-srio seccionarmos em outro sentido que geralmente perpendicular ao plano de corte inicial. A esses dois tipos de cortes damos o nome de corte longitudinal e transversal.

    O corte longitudinal aquele que a linha de corte ir percorrer o sentido de maior dimenso da edificao.

  • DESENHO TCNICO48

    O corte transversal atravessa o corte Longitudinal, ou seja, corta perpendicu-larmente, no sentido de menor dimenso. Os dois formam uma cruz.

    Corte Longitudinal

    Corte Longitudinal

    Corte Transversal

    Corte Transversal

    Perspectiva

    Planta Baixa

    Figura 28 - Cortes longitudinal e transversal na planta baixa e perspectivasFonte: SENAI, 2012.

    Vamos visualizar melhor com os cortes da edificao abaixo.

    Qual voc acha que o corte longitudinal e qual o transversal?

    TELHA CERMICA i=25%

    TELHA CERMICA i=25%

    projeo dereservatrioCAP.: 1000L

    +3,53m

    +6,23m

    2.70

    3.29

    6.00

    1.00

    1.10

    .50

    .10

    1.00

    1.10

    .50

    .10

    2.56

    1.60

    .50

    .50 .10

    2.10

    .60

    .60

    7.97

    1.00

    2.10

    .50

    2.11

    .08

    .90

    .17

    1.76

    +3,53m

    1.00

    1.10

    .50

    .10

    1.00

    1.10

    .50

    .10

    Figura 29 - Plantas e cortesFonte: SENAI, 2012.

    Resposta:

    O primeiro corte, do lado esquerdo, mais comprido que o corte do lado direi-to, portanto o longitudinal; e o segundo o transversal!

  • 4 corteS 49

    FIQUE ALERTA

    importante verificar sempre a denominao do corte para que no haja nenhum mal entendido! Por exemplo, em um Corte A, a altura do forro de gesso est informada com 2,30m e, no Corte B, a altura do forro 2,40m. Se o forro executado abaixo da altura especificada, pode im-possibilitar a instalao das esquadrias e, se for executado acima, poder deixar expostas parte das vigas.

    Quando cortamos uma edificao, seja no sentido longitudinal ou transversal, a linha de corte a divide em duas partes, onde cada uma receber uma denomi-nao como vemos abaixo.

    Depender da necessidade do projeto apresentar o corte de apenas um lado, ou dos dois, o importante sempre verificar na planta baixa a que sentido o corte se refere.

    PLANTA DE COBERTA

    LINHA DE CORTE

    O PLANO SECANTE DIVIDE A EDIFICAO EM 2 PARTES

    PLANO SECANTE

    CUJO CORTES SERO DENOMINADOS AA E BB

    CORTE A-A CORTE B-B

    Figura 30 - Sequncia de um corteFonte: SENAI, 2012.

    VOC SABIA?

    Pode haver deslocamentos do plano secante onde for necessrio? Essa deciso depender da necessidade de expor, no mesmo corte, elementos que no seriam cor-tados pela linha de corte reta, sem desvios. Segundo a NBR 6492 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNI-CAS, 1994), isso poder acontecer, devendo ser assinala-dos, de maneira precisa, o seu incio e final.

  • DESENHO TCNICO50

    Figura 31 - Linha de corte desviadaFonte: SENAI, 2012.

    4.2 MArcAo DA linHA De corte

    Como j sabemos, escolhemos por onde a Linha de Corte ir passar de acordo com os ambientes da edificao que queremos expor. Segundo a NBR 6492 (AS-SOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1994), a marcao da linha de cor-te dever ser suficientemente forte e clara para que mostre imediatamente onde ele se encontra. O nmero do corte e da folha ser representado como mostra a Figura 32:

    NMERO DA FOLHA

    NMERO DO DESENHO NA FOLHAFigura 32 - Representao do nmero de corte e da folha

    Fonte: SENAI, 2012.

  • 4 corteS 51

    4.3 coMo FAzer uM corte

    A deciso do que ser cortado ser feita na planta baixa. Passamos a linha de Corte de um extremo a outro da planta baixa, preferencialmente em ngulo reto em relao s paredes, delimitamos os ambientes que sero cortados, ou seja, definimos o Plano Secante.

    Uma srie de dvidas surge a partir desta deciso. Procuraremos responder a algumas delas de forma clara e objetiva:

    Por onde voc quer que passe o corte?

    Isto ir depender de quais ambientes e detalhes construtivos, voc quer mostrar.

    O ideal que o plano secante mostre o mximo de detalhes construtivos possveis.

    Deciso tomada, traamos a linha de corte na planta baixa. Onde ela passar, puxaremos as linhas que formaro o nosso corte. Essas linhas so chamadas de linhas de chamada representadas conforme a Figura 33.

    Figura 33 - Linhas de chamada, formando os cortesFonte: SENAI, 2012.

  • DESENHO TCNICO52

    Todas as informaes que precisamos para fazer os cortes, tais como p direito (altura do pavimento), espessura das paredes, qual a dimenso das esquadrias, dos pilares, vigas. Todas essas informaes estaro presentes na planta baixa.

    4.4 eSPeSSurA DA linHA

    Os elementos cortados pelo plano secante vertical sero representados por linhas fortes, mais escuras e grossas em relao aos elementos que no esto sen-do cortados e que sero representados por linhas mdias, finas e em tons um pouco mais claros. Como vemos na Figura 34:

    Figura 34 - Representao de corteFonte: SENAI, 2012.

    4.5 o Que Deve conter eM uM corte

    Segundo a NBR 6492 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1994), na etapa do Projeto Executivo, as plantas de Corte devem conter:

    a) Simbologias de representao grfica, conforme as prescritas nesta Norma;

    b) Eixos do projeto: linha que divide o projeto no sentido transversal e longitu-dinal em partes simtricas;

    c) Sistema estrutural: representaes de pilares, vigas, paredes e lajes;

    d) Indicao das cotas verticais: distncias do piso a teto, piso ao forro, altura total da edificao e outras distncias relevantes para obra;

    e) Indicao das cotas de nvel acabado e em osso: informa, com simbologia prpria, a distncia vertical em relao a um plano de referncia;

  • 4 corteS 53

    f) Caracterizao dos elementos de projeto:

    Fechamentos externos e internos: paredes externas e muros divisrios e paredes internas e divisrias internas;

    Circulaes verticais e horizontais: elevadores, escadas, rampas e cor-redores;

    reas de instalao tcnica e de servio: depsitos de matrias de lim-peza, lajes para condensadores de ar-condicionado, quadro de medi-dores, etc.;

    Cobertura/telhado e captao de guas pluviais: inclinaes, materiais e estrutura da construo do telhado, calhas etc.;

    Forros e demais elementos significativos: tipo de forro, sancas de ges-so etc.;

    g) Denominao dos diversos compartimentos seccionados: sala, quarto, uni-dades sanitrias, etc.;

    h) Marcao dos detalhes: indicao com crculos nas partes do projeto que sero representadas de forma mais detalhada em outro desenho;

    i) Escalas: indicao da escala de cada desenho;

    j) Notas gerais, desenhos de referncia e carimbo: textos contendo informa-es complementares, legenda das pranchas do projeto e dados dos empre-endimento e responsveis;

    k) Marcao dos cortes transversais nos cortes longitudinais e vice-versa: mar-cao com linha vertical e identificao da interseo entre os cortes.

    Todas essas informaes so importantes, pois nos comunicam as caracters-ticas da edificao.

    Existe uma diferena entre o termo corte e seo.

    O corte mostra tanto a interseo do plano de corte com os elementos da edi-ficao e do terreno, como tambm a projeo da parte desta edificao que fica alm do plano de corte. j na seo, mostrada apenas a interseo do plano de corte com os elementos da edificao e do terreno. Por esse motivo, usamos as sees para estudar a implantao de um loteamento, por exemplo, onde as par-tes alm do plano de corte no tem tanta importncia quanto s cotas de nveis, cortes e aterros.

  • DESENHO TCNICO54

    As portas no aparecem pois no fazem interseo com o plano de corte

    Figura 35 - Corte e seoFonte: SENAI, 2012.

    4.6 HAcHurAS DoS corteS

    Como voc representaria um corte que passa por uma parede de tijolos?

    Da mesma forma que representaria um corte passando por uma estrutura de concreto? E se a estrutura for de madeira?

    Para cada tipo de material cortado, existe uma representao especfica, va-mos ver abaixo alguns dos exemplos:

    Figura 36 - Tipos de hachuras, segundo a norma NBR 12298/1995Fonte: SENAI, 2012.

    1 HACHURA:

    Hachura o conjunto de traos de diferentes configuraes cujo objetivo representar graficamente determinado material construtivo.

  • 4 corteS 55

    Essas representaes servem para que, ao olharmos para planta de corte, sai-bamos qual o material construtivo daquele elemento da edificao que est sendo cortado. Porm, importante lembrar que essas representaes so cha-madas de hachura1 e sero representadas a depender da escala do desenho, se for muito pequeno no h como represent-la, pois as linhas ficam muito prxi-mas umas da outras, impedindo a identificao da hachura.

    j ouviu dizer que o Desenho fala? Pois , o Desenho realmente diz mui-tas coisas, e se ele estiver bem representado transmitir, de maneira eficiente, as ideias nele contidas.

    cASoS e relAtoS

    Cortando o mobilirio

    Beatriz sempre foi apaixonada pelo mundo da construo civil e, com o passar do tempo, seu amor pela construo, arquitetura e engenharia s fazia aumentar. Por isso, decidiu fazer o curso do SENAI para ser tcnica em Edificaes. Uma das unidades curriculares era Desenho Tcnico Aplicado cuja competncia a de desenvolver desenhos tcnicos (plantas, cortes, cotagem, vistas e perspectivas) utilizando simbologia, escalas e sistemas de cotas adequados.

    Pois bem, em outra unidade curricular, um dos trabalhos que Beatriz tinha que fazer era projetar uma casa de at 80,00 m em um bairro de Salvador, e fazer todas essas plantas para mostrar que aprendeu todo esse contedo.

    Beatriz se deliciava. j no ano seguinte, veio introduo ao conhecimen-to tcnico, onde o desenho tcnico era apresentado. E todos os assuntos relativos ao desenho de projetos de arquitetura, planta baixa, cortes, co-bertura, fachadas, detalhamentos, etc. Beatriz tinha que projetar outra casa apresentando todo esse contedo.

    Criada a volumetria e as plantas baixas do projeto, estava na hora de fazer os cortes.

    Decidiu que uma das linhas de corte passaria pelos quartos para melhor explicit-los. Beatriz estava to realizada fazendo este trabalho que decidiu detalhar os cortes. Para isso, criou a Planta de Layout dos quartos do hotel, pondo mesa, cadeira, cama, guarda-roupa e as demais moblias do quarto. Obviamente que quando a linha de corte passava na planta de layout, es-taria cortando tambm, o mobilirio correto? Foi assim que Beatriz racioci-

  • DESENHO TCNICO56

    nou, e o que ela fez? Desenhou tambm a mesa cortada, a cama cortada, a cadeira cortada, na planta de Cortes. No outro dia, foi entregar o trabalho, quando o professor viu:

    Beatriz! No acredito no que estou vendo! Voc cortou o mobilirio, me-nina!

    Todos riram, porque convencionalmente no se representa o mobilirio em cortes, apenas os elementos construtivos, tais como parede, pilares, vigas, laje. Ainda hoje, depois de formada e com larga experincia em projetos, Beatriz lembra desse ocorrido e d risadas!

    recAPitulAnDo

    Vamos relembrar tudo o que vimos neste captulo! Falamos sobre cortes, onde vimos o Plano secante vertical que divide a edificao em duas partes, seja no sentido longitudinal ou transversal, onde o primeiro corta a edifica-o no sentido de sua maior dimenso, j o segundo a corta no sentido de menor dimenso.

    Vimos tambm que podem haver deslocamentos do plano secante para expor partes da edificao que no seriam cortadas pela linha de corte em lina reta, sem desvios.

    Vimos tambm que todo elemento da edificao, que ser cortado pelo plano secante, ser representado por linhas fortes, mais escuras, j os que no sero cortados, sero representados por linhas mdias, finas e em tons um pouco mais claros.

    De acordo com NBR 6492 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNI-CAS, 1994), as plantas de corte, na etapa do projeto executivo, precisam es-tar representadas algumas informaes, que ajudam a nos comunicar com as caractersticas da edificao.

    E que as hachuras servem para representar o material construtivo que constitui determinados elementos construtivos.

  • Anotaes:

    4 corteS 57

  • cobertura

    5

    Lembrando os exemplos citados no captulo anterior, que nos fez ficar com desejo de co-mer um bolo bem recheado e gostoso, a cobertura a parte de cima, a parte que cobre o nosso delicioso bolo.

    Trazendo para o nosso universo da construo civil, a cobertura cobre o nosso edifcio, ou seja, a parte superior da nossa edificao, que protege das chuvas, dos ventos, do sol, etc.

    Figura 37 - Desenho de uma casa explicitando a coberturaFonte: SENAI, 2012.

    A cobertura um dos elementos mais importantes da edificao, pois, alm de proteg-la de possveis danos causados pelas variaes do clima, contribui para a durabilidade dos mate-riais que compem a edificao e determina o conforto trmico e acstico de toda a edificao. Alm de exercer enorme influncia esttica, afinal pode ser considerado o elemento mais visvel da construo.

  • DESENHO TCNICO60

    5.1 onDe voc MorA?

    Voc sabe qual a cobertura da sua casa ou do seu prdio? E quando voc anda pelas ruas, j reparou qual a cobertura das casas e edifcios comerciais que te cer-cam? Que cobertura aquela da igreja? E daquele supermercado?

    j parou para prestar ateno nas variadas cores, formas, e tipos de cobertura que temos?

    O desenho da cobertura define a tipologia da edificao.

    Olha s nossos amigos da Figura 38, cada qual com sua casa:

    Figura 38 - Desenhos com tipos diferentes de casasFonte: SENAI, 2012.

    Concorda que realmente a cobertura diferencia bastante uma casa da outra?

    A cobertura d personalidade s construes. O desenho da cobertura define o estilo da construo. Isso vale no s para as casas, mas para todas as edifica-es!

    Agora, imagine-se olhando para uma cobertura, qualquer que seja sua classifi-cao, quais so as caractersticas que mais chamam a sua ateno?

    Vamos comear pelo desenho abaixo:

  • 5 coberturA 61

    Figura 39 - Casa com telha cermicaFonte: SENAI, 2012.

    Vamos ver se acertamos:

    Ao olharmos atentamente para alguma cobertura, o que mais nos chama ateno, :

    O Material da Telha e a Inclinao dessa Cobertura!

    Ou seja, o desenho da cobertura, sua cor, tamanho e forma!

    Acertamos? Tomara que sim!

    Vamos prosseguir! Pelo visto, j estamos compreendendo o que realmente a Cobertura! Vamos parte por parte!

    5.2 A guA eScoA PArA onDe?

    Vamos pensar um pouco, o que acontece com a nossa cobertura quando cho-ve?

    A chuva cai na cobertura e, simplesmente, escoa? E cai onde?

    Para que no alague nossa porta, destrua nossa calada, necessrio coletar e conduzi-la para determinado ponto de escoamento. Para isso acontecer de ma-neira eficiente e segura, necessrio especificar o sistema de drenagem da nossa cobertura, que ir captar e fazer o escoamento correto da gua. Adiante, vamos conhecer mais sobre as partes constituintes do sistema de drenagem.

  • DESENHO TCNICO62

    VOC SABIA?

    Podemos aproveitar as guas pluviais para irrigar jar-dins, abastecer bacias sanitrias, etc. como tambm utiliz-la em sistemas de resfriamento? Dessa forma, contribumos tanto para o Desenvolvimento Sustentvel do Meio Ambiente, como reduzimos os custos de Abas-tecimento de gua!

    Figura 40 - Reaproveitamento de guaFonte: SENAI, 2012.

    SAIBA MAIS

    Pesquise na Internet o termo sistema de aproveitamento de guas pluviais entenda como ocorre o aproveitamento da gua da chuva: Como a gua coletada? como trabalha o sistema de drenagem? Qual o papel da cisterna? E por ltimo, como feita a distribuio dos pontos de abasteci-mento?

    5.3 eleMentoS DA coberturA

    Vamos reunir tudo o que ns comeamos a compreender sobre Coberturas? A partir das informaes vistas at agora, podemos concluir que so cinco os princi-pais pontos a serem observados em uma Cobertura, vamos recapitular:

    Quando olhamos para uma Cobertura, o que mais nos chama ateno o de-senho da cobertura, ou seja, a FORMA DA COBERTURA, e o MATERIAL que a com-pe, que a colore; e, como a principal funo da cobertura o escoamento de guas, para que isso acontea, necessrio um mnimo de INCLINAO, alm de

  • 5 coberturA 63

    uma ESTRUTURA que suporte esse conjunto de telhas. Depois que a gua escorre pelo telhado, ela recolhida e destinada para um ponto de drenagem, para isso existe o SISTEMA DE DRENAGEM DA COBERTURA.

    Vamos nos organizar e enumerar esses pontos:

    1. FORMA DA COBERTURA;

    2. MATERIAL;

    3. INCLINAO;

    4. ESTRUTURA;

    5. SISTEMA DE DRENAGEM.

    Figura 41 - Desenho relativo a coberturaFonte: SENAI, 2012.

    Vamos saber um pouquinho mais sobre cada um deles:

    5.4 ForMA DA coberturA

    Podemos classificar a cobertura em:

    1. Cobertura plana

    Pode ser dividida em Horizontal e Inclinada:

    a) Horizontais: Inclinao entre 1% a 3%.

  • DESENHO TCNICO64

    Exemplo: Laje de Concreto Impermeabilizada.

    b) Inclinadas: Inclinao a partir de 3%.

    Exemplo: Coberturas em Telhado.

    2. Cobertura curva

    Exemplos: Cpulas, Abbadas, Estruturas em Arco, Cascas, etc.

    Vamos dar maior ateno s Coberturas Planas, pois tm mais importncia na prtica do tcnico em edificaes?

    5.5 o telHADo

    O telhado um tipo de cobertura plana inclinada composta por telhas, alm, claro, da estrutura de apoio. O desenho formado por estas telhas pode ter diver-sos formatos, lembrando que cada plano de escoamento das guas, que compe o telhado chamado de gua. Um telhado pode ter diversos planos, ou seja, por ter uma gua, duas guas, trs, etc.

    Figura 42 - Partes de um telhadoFonte: SENAI, 2012.

  • 5 coberturA 65

    5.6 MAteriAl DA coberturA

    Hoje em dia, h inmeros materiais resistentes gua que podemos utilizar em nossas coberturas, de variadas formas, tamanhos e cores, das j famosas te-lhas cermicas s telhas de material reciclado.

    Temos as telhas Cermicas, Telhas de Ardsia, de Taubilhas, Metlicas, de Fi-brocimento, de Concreto, Shingle, etc.

    Na Figura 43 podemos ver alguns exemplos:

    Tegula Cinza Grate

    Tegula Cinza Perola

    Italiana Americana Americana mesclada

    Colonial Plana Colonial Vermelha

    Paulistinha Portuguesa

    Portuguesa de Vidro

    Romana Romana Vidro Sanduche com poliuretano

    Portuguesa Mesclada

    Canalete 49

    Brasilit

    Canalete 50

    Ondulada Tropical

    Etermax Shingles ShinglesBlack

    Cumeeira

    Figura 43 - Tipos de telhasFonte: SENAI, 2012.

    Os principais requisitos a serem atendidos pelas telhas, para ter um bom de-sempenho, so os seguintes:

    a) Baixa absoro de gua;

    b) Impermeabilidade;

    c) Resistncia a maresia;

    d) Resistncia a gelo e degelo;

    e) Resistncia salinidade do ar atmosfrico;

    f) Bom desempenho trmico;

    g) Resistncia flexo.

  • DESENHO TCNICO66

    5.7 inclinAo

    j sabemos que a funo da cobertura escoar a gua da chuva e, para isso acontecer, necessrio que haja uma inclinao mnima.

    Sem inclinao, impossvel a gua escoar:

    Figura 44 - gua sem escoamento, por falta de inclinaoFonte: DREAMSTIME, 2012.

    necessrio um mnimo de inclinao para que a gua escoe:

    Figura 45 - A gua sendo escoada, pois tem inclinaoFonte: DREAMSTIME, 2012.

    A inclinao, alm de fazer escoar a gua, impede que a gua volte por efeito dos ventos no sentido contrrio e penetre nas juntas das telhas das coberturas.

  • 5 coberturA 67

    A inclinao tambm determina os mais diversos formatos que a cobertura pode ter, dados pela combinao dos planos de gua e suas devidas inclinaes, que determinar a esttica do projeto, o estilo arquitetnico.

    Figura 46 - Plantas de cobertura de vrio tipos de telhadoFonte: SENAI, 2012.

    5.7.1 ClCulo da inClinao

    Vamos aprender como calcular a inclinao do telhado - cobertura plana incli-nada - e, para isso, dois dados so de extrema importncia:

    O Material - tipo de telha e o Tamanho do Vo a ser coberto.

    Todo fabricante de telhas tem que informar o grau mnimo de inclinao que a telha pode atingir. Por exemplo, os telhados cermicos, geralmente a inclinao mnima de 30% (trinta por cento).

    nMero De guAS

    O Tamanho do vo a ser coberto e a esttica desejada no projeto determina o nmero de guas a ser utilizado.

    Com estes dados em mos, vamos utilizar a frmula representada na Figura 48:

  • DESENHO TCNICO68

    I= h x 100C

    C

    h

    Figura 47 - Inclinao do telhadoFonte: SENAI, 2012.

    i = inclinao;

    h = altura do telhado;

    c = comprimento do vo a ser coberto (lembrando que, nesse clculo, est includo o beiral1).

    O resultado da inclinao dado em Percentagem. Por exemplo, se a altura for igual a dois metros e o comprimento do vo for oito metros, a inclinao ser 25% (vinte e cinco por cento).

    5.8 eStruturA

    A estrutura do telhado tem como funo sustentar as telhas e transmitir seu peso para os demais elementos estruturais da edificao.

    Para cada tipo de telha, existe uma estrutura especfica, que poder ser met-lica, de concreto ou de madeira.

    Para melhor entendimento, vamos dividir a estrutura do telhado em duas par-tes:

    Trama e estrutura de apoio.

    1 BEIRAL:

    a fileira de telhas do telhado que se encontra mais afastada do edifcio ou residncia que tem por finalidade evitar que as guas da chuva escorram pela fachada.

  • 5 coberturA 69

    5.8.1 Trama

    As peas que recebem as telhas formam uma trama, tambm chamada de ar-mao do telhado. Trama a estrutura que serve para sustentar e fixar as telhas. Cada telha pede um tipo de trama, de acordo com a sua dimenso. Vamos pegar como exemplo o nosso velho conhecido telhado cermico onde a trama com-posta pelas teras, caibros e ripas de madeira. Observe a trama do telhado da Figura 48:

    TERA

    CAIBRORIPA

    TESOURA

    Figura 48 - Trama da estrutura do telhadoFonte: SENAI, 2012.

    Vamos conhecer a funo de cada uma dessas peas que compem a Trama:

    1. Ripas: o primeiro suporte das telhas, onde as mesmas repousam. A distncia entre uma ripa e outra, chamada de galga, depender da espe-cificao dada pelo fabricante da telha;

    2. Caibros: So peas que apoiam as ripas. O espaamento entre um caibro e outro depende de duas constantes: a resistncia das ripas e do tipo de telha. Os caibros so colocados na direo perpendicular a das ripas;

    3. Teras: Peas que sustentam os caibros, transferindo o peso dos mesmos para a estrutura de apoio. O espaamento entre as teras depender da re-sistncia dos caibros e do tamanho e tipos da telha. So paralelas s ripas, e perpendicular aos caibros.

    Percebam:

    Que os elementos estruturais da cobertura, ou seja, os elementos da trama e a estrutura de apoio so montados, seguindo a direo perpendicular uns aos outros;

  • DESENHO TCNICO70

    Que a espessura dos elementos estruturais segue uma ordem crescente, ou seja, que a ripa mais fina que o caibro, que mais fino que a tera.

    Ateno: Para as telhas metlicas, de fibrocimento, e outras de maior dimen-so, possvel eliminar o uso de ripas e caibros, reduzindo, assim, os custos.

    5.8.2 EsTruTura dE apoio

    Chamada tambm de estrutura de suporte, a estrutura de apoio tem como funo receber o peso do telhado, ou seja, o peso do telhamento e da trama, e distribu-lo para os elementos estruturais do edifcio. Dependendo do formato da cobertura, h diversos tipos de estrutura para sustentar a trama e o telhamento. Mas como j falamos anteriormente, vamos nos dedicar ao estudo das coberturas planas inclinadas.

    Caibro

    Ripo

    Tera

    Tesoura

    Figura 49 - Trama do telhado sobre tesouraFonte: SENAI, 2012.

    Na estrutura de um telhado, podero ser utilizados os seguintes materiais:

    a) Madeira;

    b) Concreto: Geralmente Pr-Moldado;

    c) Metlica: Alumnio, Ao;

    d) Sem Estrutura Auto-Portante.

    A depender do tipo de cobertura, o material selecionado:

    2 TRELIADA:

    Trelia o nome dado ou sistema estrutural composto por barras interligadas por articulaes denominadas ns.

  • 5 coberturA 71

    a) Para as Coberturas Planas: O sistema de apoio poder ser de Madeira, Metal ou Concreto Armado, ou ainda a combinao dos mesmos, assim teremos um sistema misto;

    b) Para as Coberturas C