DESENVOLVIMENTO, ACOMPANHAMENTO E CONFIGURAÇÃO DE...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA DESENVOLVIMENTO, ACOMPANHAMENTO E CONFIGURAÇÃO DE SISTEMAS DE CONTROLE AVANÇADO, PI E SDCD NA REFINARIA REFAP Michele F. Lazzari Florianópolis, Agosto de 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

DESENVOLVIMENTO, ACOMPANHAMENTO

E CONFIGURAÇÃO DE SISTEMAS DE CONTROLE AVANÇADO, PI E SDCD NA

REFINARIA REFAP

Michele F. Lazzari

Florianópolis, Agosto de 2007

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Agradecimentos Agradeço o apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor do Petróleo e Gás PRH-34 ANP/MCT.

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Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Departamento de Engenharia Química e Alimentos – EQA EQA 5615 - Estágio Supervisionado

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Porto Alegre, 23 de Agosto de 2007.

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“DESENVOLVIMENTO, ACOMPANHAMENTO

E CONFIGURAÇÃO DE SISTEMAS DE

CONTROLE AVANÇADO, PI E SDCD”

Professor Orientador: Pedro Henrique Hermes de Araújo Engenheiro Supervisor: Luis Gustavo Soares Longhi

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ÍNDICE ANALÍTICO

1. APRESENTAÇÃO ..................................................................................1

2. OBJETIVO ..............................................................................................2

3. INTRODUÇÃO ........................................................................................3

3.1 A Petrobrás e a REFAP .........................................................................3

3.2 O Petróleo e o Refino ............................................................................5

3.3 O Caminho do Petróleo.........................................................................7

4. A REFAP.................................................................................................9

4.1 Divisão Setorial......................................................................................9

5. DESCRIÇÃO DAS UNIDADES INDUSTRIAIS.....................................10

5.1 LOGÍSTICA...........................................................................................10

5.2 UNIDADE DE DESTILAÇÃO................................................................13

5.2.1 Baterias de Pré-Aquecimento.........................................................13

5.2.2 Dessalgadoras .................................................................................13

5.2.3 Torre Estabilizadora ........................................................................14

5.2.4 Fornos...............................................................................................14

5.2.5 Torre de Destilação Atmosférica ....................................................15

5.2.6 Torre de Retificação ........................................................................17

5.2.7 Torre de Destilação a Vácuo...........................................................17

5.2.8 Tratamento MEROX .........................................................................19

5.2.9 Unidade de Solventes......................................................................20

5.2.10 Unidade de Águas Residuais..........................................................20

5.2.11 Unidade de Coqueamento Retardado – UCR ................................20

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5.2.12 Unidade de Hidrotratamento de Correntes Instáveis – UHDT......21

5.3 UNIDADE DE CRAQUEAMENTO ........................................................22

5.3.1 Unidade de Craqueamento Catalítico – UFFCC ............................22

5.3.2 Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido de Resíduo – URFCC 25

5.3.3 Unidade de Geração de Hidrogênio – UGH ...................................26

5.3.4 Unidade de Recuperação de Enxofre – URE .................................27

5.4 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAIS – ETDI 28

5.5 UTILIDADES.........................................................................................31

5.5.1 Estação de Tratamento de Águas – ETA .......................................31

5.5.2 Sistema Térmico ..............................................................................34

5.5.3 Sistema de Ar Comprimido.............................................................35

6. ESTÁGIO SUPERVISIONADO.............................................................37

6.1 Atividades ............................................................................................37

6.2 Revisão Bibliográfica ..........................................................................38

6.2.1 PI – PLANT INFORMATION .............................................................38

6.2.2 SDCD – SISTEMA DIGITAL DE CONTROLE DISTRIBUÍDO ..........39

6.3 Trabalhos Realizados..........................................................................41

6.3.1 Controle Avançado ..........................................................................41

6.3.2 Balanceamento dos Passes do Forno F-201.................................44

6.3.3 Sintonia das Malhas de Controle da Unidade de Hidrotratamento . ...........................................................................................................50

6.3.4. Implementação de Controlador e Sintonia da Malha de Controle De Circulação Mínima Da Bomba do Sistema de Blowdown da Ucr .........53

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6.3.5 Estudo do Impacto da Concentração de Óleo Vegetal na Carga da Unidade de Hidrotratamento .........................................................................56

6.4 Participação em Cursos......................................................................59

7. CONCLUSÃO .......................................................................................61

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................62

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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Localização da REFAP .................................................................................... 4 Figura 2. Visão geral da Refap........................................................................................ 5 Figura 3. Esquema das Etapas de Beneficiamento do Petróleo na REFAP.................. 6 Figura 4. Esquema das Novas Unidades Implementadas Após a Ampliação ............... 6 Figura 5. Esquema da Logística do Petróleo .................................................................. 8 Figura 6. Localização dos Elementos Envolvidos na Logística do Petróleo .................. 8 Figura 7. Organograma da REFAP ................................................................................. 9 Figura 8. Área de Tancagem da Refinaria .................................................................... 10 Figura 9. Unidade de Destilação Atmosférica (U-50) ................................................... 16 Figura 10. Unidades de Destilação Atmosférica e a Vácuo (U-01 e U-02).................. 19 Figura 11. Unidade de Coqueamento Retardado ......................................................... 21 Figura 12. Unidade de Craqueamento Catalítico.......................................................... 25 Figura 13. Unidade de Geração de Hidrogênio ............................................................ 27 Figura 14. Unidade de Recuperação de Enxofre.......................................................... 27 Figura 15. Estação de Tratamento dos Despejos Industriais ....................................... 28 Figura 16. Esquema do Processo da ETDI................................................................... 31 Figura 17. Estação de Tratamento das Águas.............................................................. 32 Figura 18. Esquema Geral do Tratamento d’água na Refinaria................................... 33 Figura 19. Processo de Vaporização da Água.............................................................. 34 Figura 20. Diagrama de Blocos do Sistema de Ar Comprimido ................................... 36 Figura 21. Hierarquia de Controle ................................................................................. 42 Figura 22 Tabela de Verificação de Bias ...................................................................... 43 Figura 23. Tela Gráfica BTPF201.................................................................................. 48 Figura 24. Perturbação do tipo degrau.......................................................................... 51 Figura 25. Resposta do sistema à perturbação ............................................................ 51 Figura 26. Variação do sinal da PV devido uma perturbação no set-point .................. 53 Figura 27. Esquema da Malha de Controle da Circulação Mínima da Bomba B-650022........................................................................................................................................ 55 Figura 28. Esquema das Linhas de Carga da UHDT ................................................... 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Produtos derivados do petróleo..........................................................4 Tabela 2. Impurezas presentes na água e suas conseqüências......................32 Tabela 3. Atividades a serem realizadas durante o período de Estágio ..........37

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 Ganho do Controlador....................................................................51 Equação 2 Tempo morto..................................................................................51 Equação 3 Constante de tempo.......................................................................52

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SIMBOLOGIA ∆MV Variação da manipulada

∆PV Variação da controlada após

estabilizar

t0 Tempo em que foi feita a variação

t1 Tempo em que o sistema começa a

responder à variação

t2 Tempo em que o sistema atinge 63%

da resposta final

ovC Concentração final de óleo vegetal no vaso separador

oveC Concentração de óleo vegetal na entrada do vaso separador

V Volume do vaso separador Fe Vazão de entrada da carga no vaso

t Tempo de residência do inventário no vaso

τ Constante de Tempo

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1. APRESENTAÇÃO

Este trabalho descreve as atividades de estágio desenvolvidas na

Refinaria Alberto Pasqualini REFAP – S/A durante o período de 05 de março

de 2007 a 17 de Agosto de 2007. Ressalta-se que o estágio tem continuidade

até 19 de setembro de 2007, de acordo com as especificações contratuais,

concluindo as atividades iniciadas.

O desenvolvimento do estágio consolidou-se conforme um roteiro

estabelecido pelo supervisor, de maneira que este envolvesse atividades

relativas ao curso de Engenharia Química, como também relativas às

necessidades da empresa.

Num primeiro momento, houve a ambientação na empresa,

caracterizando-se pela Palestra de Integração, pelo estudo e

acompanhamento teórico e visitas às unidades de processo e serviços da

REFAP. Essa etapa integra o estagiário com a refinaria, com a força de

trabalho e com as normas e procedimentos que devem ser seguidos.

Após esta integração, foram realizadas atividades específicas de

engenharia desenvolvidas na Gerência de Otimização, sob supervisão

profissional.

Além da descrição das atividades realizadas durante o período de

estágio, este trabalho também tem o intuito de descrever a empresa, bem

como cada um dos seus processos industriais.

A descrição das atividades realizadas não apresenta dados da refinaria

assim como muitos dos resultados obtidos, conforme normas da empresa.

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2. OBJETIVO

A disciplina de Estágio Supervisionado Integrado visa aliar o

conhecimento obtido na universidade com a realidade da área de trabalho de

um Engenheiro Químico. Aprimorando, deste modo, a formação pessoal e

profissional do estagiário e interligando as instituições de ensino com as

empresas de diversos setores. O estágio também se apresenta como a

primeira experiência profissional e, portanto, uma das mais significativas na

vida do novo profissional a ser formado.

O estágio realizado objetiva, contudo, o fornecimento de conhecimentos

específicos de uma refinaria de petróleo, bem como os diversos processos

envolvidos que contribuem como ferramentas básicas de obtenção de

melhores desempenhos em uma atuação competente.

É de suma importância valorizar, sobretudo, as empresas que abrem as

suas portas para um profissional que tem como função a desempenhar, o

desenvolvimento e ampliação do seu aprendizado, empresas essas como a

REFAP – S/A que possibilita cada vez mais que o estagiário adquira o

conhecimento necessário à sua formação.

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3. INTRODUÇÃO 3.1 A Petrobrás e a REFAP

A criação da Petrobras, em outubro de 1953, foi autorizada com o

objetivo de gerenciar e executar as atividades relativas ao setor do petróleo no

Brasil. A Petrobras é uma companhia integrada que atua na exploração,

produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e seus derivados,

possuindo enorme responsabilidade social e profundamente preocupada com

a preservação do meio ambiente.

A Petrobras possui noventa e três plataformas de produção, mais de

dez refinarias, aproximadamente dezesseis mil quilômetros em dutos e mais

de sete mil postos de combustíveis.

A Refinaria Alberto Pasqualini REFAP – S/A, é uma empresa que faz

parte do sistema Petrobrás. Fundada em 16 de setembro de 1968, foi motivada

por fatores como a explosão da indústria automobilística nacional e o

crescimento do plantio de grãos, que repercutiu no uso intensivo de maquinário

agrícola, além do aumento da frota de caminhões para escoar essa produção.

Atualmente a Refap é uma subsidiária da Petrobras, sendo que esta

detém 70% das ações da refinaria enquanto a Companhia Espanhola Repsol

detém os 30% restantes.

A Refap localiza-se em Canoas a, aproximadamente, 12 quilômetros da

capital gaúcha, na divisa com o município de Esteio, Região Metropolitana de

Porto Alegre.

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Figura 1. Localização da REFAP

A capacidade atual de refino da REFAP é de 30 milhões de litros diários

de petróleo, equivalentes a 200 mil barris. A tabela 1 apresenta os derivados

produzidos no Brasil em 2006 e suas respectivas porcentagens de produção.

Nesta tabela não é considerada a fração do petróleo que é usada como

combustível nas refinarias.

Tabela 1. Produtos derivados do petróleo

Produtos Porcentagem de

Produção (%)

Óleo diesel 39,6

Gasolina 18,5

GLP – Gás de cozinha 6,0

Óleos combustíveis 17,2

Nafta petroquímica 7,4

Asfaltos, Lubrificantes e outros produtos especiais 7,7

QAV – Querosene de aviação 3,5

Fonte: ANP (2006)

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A produção destina-se ao abastecimento do Rio Grande do Sul, Santa

Catarina no Brasil e destinada à exportação (Paraguai, Uruguai e Argentina).

A figura 2 apresenta uma visão geral da Refap.

Figura 2. Visão geral da Refap

3.2 O Petróleo e o Refino

O refino do petróleo constitui-se em uma série de beneficiamentos pelos

quais passa o mineral bruto para obtenção de determinados produtos de valor

comercial. Refinar petróleo é, portanto, separar as frações desejadas,

processá-las e industrializá-las, transformando-as em produtos para

comercialização. O refino compreende basicamente três etapas: Separação,

Conversão e Tratamento.

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Figura 3. Esquema das Etapas de Beneficiamento do Petróleo na REFAP

A figura 4 apresenta o fluxograma simplificado de refino da REFAP.

Figura 4. Esquema das Novas Unidades Implementadas Após a Ampliação

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3.3 O Caminho do Petróleo

O petróleo bruto é bombeado através do Terminal Almirante Soares

Dutra (TEDUT), cujas instalações marítimas localizam-se no Município de

Tramandaí – RS e a administração e tancagem no Município de Osório – RS.

As transferências são realizadas via oleoduto Osório-Canoas, com extensão

de 98,5 km. Na realidade, a interligação com o TEDUT se dá através de dois

oleodutos, um para recebimento de produtos escuros (petróleo) e outro para

produtos claros (nafta petroquímica, e ocasionalmente, diesel e álcool). Há

ainda um oleoduto de aproximadamente 25 km interligando a REFAP a

COPESUL, por onde escoa a nafta petroquímica produzida pela REFAP e a

recebida pelo TEDUT.

O GLP produzido pela REFAP segue por gasoduto até as companhias

distribuidoras Liquigás e Supergasbrás situadas no TERGASUL, junto ao Rio

Gravataí, bem como a Multigás e a Minasgás, instaladas logo ao sul da

Refinaria.

Os demais derivados, entre combustíveis, asfaltos, solventes e o próprio

enxofre são encaminhados para a Base de Pavimento Canoas, junto à

Refinaria, através da qual é feita a distribuição para as companhias

distribuidoras BR, Esso, Texaco, Shell e Ipiranga, que se encarregam do envio

dos derivados para as demais regiões do estado ou de outros estados, por via

rodoviária, ferroviária ou fluvial.

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Figura 5. Esquema da Logística do Petróleo

Figura 6. Localização dos Elementos Envolvidos na Logística do Petróleo

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4. A REFAP 4.1 Divisão Setorial

A Refinaria Alberto Pasqualini REFAP – S/A, está dividida em vários

setores ou unidades, cada um destinado a desenvolver distintos trabalhos. O

estudo de cada um deles proporcionou um melhor entendimento e foi de

fundamental importância para obtenção de conhecimentos sobre os processos

envolvidos na refinaria. Segue abaixo o organograma da Refap:

Figura 7. Organograma da REFAP

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5. DESCRIÇÃO DAS UNIDADES INDUSTRIAIS 5.1 LOGÍSTICA

A Logística (Setor de Transferência e Estocagem) é responsável pela

transferência, distribuição e estocagem do petróleo e dos produtos

intermediários e finais. O tratamento de resíduos gerados na refinaria e a

queima de gases em caso de emergência também são atividades de

responsabilidade desse setor.

A figura 8 mostra a Área de Tancagem da refinaria.

Figura 8. Área de Tancagem da Refinaria

A Logística exerce diversas funções, desde a recepção e

armazenamento do petróleo proveniente de poços terrestres ou plataformas,

através de navios e oleodutos, até o armazenamento de produtos para

atendimento do mercado consumidor.

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Além de tais funções, é de responsabilidade da Logística o preparo e o

fornecimento de cargas processáveis às Unidades de Processo e de

combustíveis para o Setor de Utilidades da refinaria.

O controle de movimentações, tais como as corretas medições de

quantidades de matéria-prima e derivados, é efetuado pelo Setor de

Transferência e Estocagem, que também trata os efluentes da refinaria.

Como a forma de armazenamento dos produtos depende da natureza

dos mesmos, existem vários tipos de tanques na refinaria: de teto fixo, de teto

flutuante, revestido, esférico, possibilitando uma boa flexibilidade operacional

no armazenamento de produtos.

TANQUES DE TETO FIXO

Os tanques com teto fixo são aqueles em que o teto é soldado às

paredes dos mesmos e apoiado sobre uma estrutura de sustentação em forma

de cone. Os tanques com teto fixo precisam de um respiro que possa ser

aberto quando o tanque recebe ou envia líquidos. Este dispositivo de abertura

é chamado de válvula de pressão e vácuo e tem a finalidade de proteger o

tanque contra pressurizações ou vácuo. As válvulas de pressão e vácuo

podem se tornar um problema para os tanques com teto fixo, pois permitem

que os vapores provenientes dos líquidos armazenados escapem para a

atmosfera causando a perda de produto.

TANQUES DE TETO FLUTUANTE

Para produtos mais leves como naftas, gasolina, solventes, petróleos,

entre outros, são utilizados tanques de teto flutuante, pois ficam diretamente

apoiados na superfície do líquido, acompanhando o nível do produto durante

os períodos de esvaziamento e enchimento do tanque. São utilizados com o

objetivo de minimizar as perdas por evaporação devido às movimentações do

produto.

TANQUES ESFÉRICOS

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Os tanques esféricos são usados para armazenar produtos sob pressão.

A forma da esfera distribui a pressão uniformemente sobre toda a superfície do

tanque, tornando-o capaz de suportar muito mais pressão do que um tanque

de formato convencional de mesmo tamanho.

O processamento de combustíveis a elevadas temperaturas e pressões,

requer a adoção de determinados procedimentos no projeto de refinarias,

visando à segurança do pessoal e dos equipamentos e do meio ambiente.

Baseando-se nisso, nas unidades de processamento, as torres, vasos e

trocadores de calor em geral, dispõem de válvulas de segurança que

descarregam, em caso de pressurização, os gases e produtos combustíveis

para um sistema coletor que os encaminhe à chaminé de segurança (tocha ou

flare), onde são queimados.

O sistema de tochas foi projetado com a possibilidade de usar duas

chaminés para fins de flexibilidade operacional e de manutenção, sendo

necessário que os pilotos permaneçam ininterruptamente acesos, garantindo a

queima dos gases.

O flare é uma unidade integrante do sistema de segurança de processo

da Refinaria responsável pelo alívio de pressão. É a estrutura que queima os

efluentes gasosos a mais de 100 m de altura.

O sistema de queima do flare permite que os gases se dissipem no ar,

não produzindo fumaça, fuligem e chama. Funciona com alto grau de

automatismo e tecnologia avançada. Sua automação permite manter as

pessoas longe das áreas construídas especialmente para realizar a queima de

todos os gases da refinaria.

É constituído por duas tochas principais, uma tocha química e vasos

coletores, entre outros equipamentos. Utiliza o mais novo sistema Smokeless

Flare – sem fumaça, o que protege a atmosfera e reduz os riscos ambientais.

Cada torre da tocha tem 104 m.

Dois tipos de tocha são encontrados nas refinarias:

- Tocha convencional: tocha que recebe descartes de equipamentos

de alta e baixa pressão das Unidades de Processo e do Setor de

Transferência e Estocagem;

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- Tocha química: tocha que recebe o desvio de gases ácidos da

Unidade de Águas Residuais (UAR), gases desviados da Unidade de

Recuperação de Enxofre (URE) e todos os outros tipos de gases

corrosivos.

5.2 UNIDADE DE DESTILAÇÃO

5.2.1 Baterias de Pré-Aquecimento

Antes de ser fracionada, a carga da Destilação é bombeada para uma

bateria de pré-aquecimento. No percurso, o petróleo recebe uma injeção de

água visando facilitar a retirada de sais. Na bateria de pré-aquecimento, o

petróleo passa por permutadores de calor, onde troca calor com as correntes

de diesel leve, diesel pesado, nafta pesada, querosene e resíduo de vácuo, ao

mesmo tempo, resfriando os produtos acabados que vão para tanques. Esse

sistema de pré-aquecimento permite economia operacional bastante elevada,

pois oferece a vantagem de aquecer a carga com frações que se deseja

resfriar, economizando o excesso de combustível que se faria necessário para

o aquecimento total da carga, além de propiciar um menor dimensionamento

dos fornos.

5.2.2 Dessalgadoras

Após o pré-aquecimento, o petróleo segue para a dessalgação. Antes

de entrar nas dessalgadoras, o petróleo recebe uma nova injeção de água e

emulsificantes. A dessalgação tem por objetivo a remoção de água, sais e

suspensão de partículas sólidas contidas no petróleo, evitando assim o

aparecimento de efeitos danosos causados por sua presença, como a

corrosão de equipamentos, principalmente nas torres de destilação e linhas,

deposição de sais nos tubos dos trocadores e do forno, deposição de coque

nos tubos do forno e equipamentos e conseqüente aumento de pressão e

redução da eficiência de troca térmica.

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As dessalgadoras compreendem dois vasos horizontais (S-101 e S-102)

interligados em série, precedidos de uma válvula misturadora para promover a

mistura do petróleo com a água e o emulsificante. A emulsão entra na primeira

dessalgadora, passando por um distribuidor e atravessando um campo elétrico

de alta tensão gerado por dois eletrodos. Nessa região, é provocada a

coalescência das gotículas de água pelo mecanismo de precipitação

eletrostática, formando-se muitas gotas grandes que decantam e, por controle

de nível entre a salmoura (água com sais e sólidos retirados) e a camada de

emulsão logo acima, descarta-se a salmoura. O petróleo sai pelo topo e de

forma semelhante passa pela dessalgadora seguinte (S-102).

É importante o controle de nível na dessalgadora porque, caso haja

arraste de água na corrente de petróleo, sua súbita vaporização que ocorrerá

nas torres poderá provocar variações de pressão, podendo danificar as

bandejas de fracionamento.

5.2.3 Torre Estabilizadora

Recebe o produto de topo da Torre de Destilação Atmosférica. Possui

flexibilidade para operar como Torre Estabilizadora de nafta ou como

Debutanizadora.

Operando como Estabilizadora, a torre separa o GLP da nafta leve e

operando como Debutanizadora, separa os butanos e mais leves dos pentanos

e mais pesados com uma eficiência de até 98%.

5.2.4 Fornos

Os fornos possuem na zona de convecção, serpentinas para a geração

e superaquecimento de vapor, visando aumentar a eficiência térmica. Os

fornos de carga da Torre de Destilação Atmosférica geram e superaquecem

vapor de média pressão e, em outra serpentina, superaquecem vapor de baixa

pressão. Os fornos de carga da Torre de Destilação a Vácuo, geram e

superaquecem somente vapor de média pressão.

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5.2.5 Torre de Destilação Atmosférica

U - 01 A unidade de Destilação Atmosférica (U-01) recebe como carga o

petróleo proveniente dos tanques, bem como uma pequena fração

reprocessada (resíduo recuperado pela Logística) Esta unidade fraciona o cru

em diversas correntes, sendo que o produto mais pesado obtido na Unidade

de Destilação Atmosférica (resíduo atmosférico - RAT) é carga para a Unidade

de Destilação a Vácuo, que por sua vez prepara a carga da Unidade de

Craqueamento Catalítico.

Após passar pelas Baterias de Pré-Aquecimento e pelas

Dessalgadoras, o petróleo segue para seu aquecimento final e a vaporização,

que são realizados no forno (F-101), pela passagem da carga por tubos os

quais recebem, por radiação, convecção e condução o calor proveniente da

queima simultânea de óleo e gás combustível em seus respectivos

queimadores.

A mistura líquido-vapor proveniente do forno entra na torre de

destilação atmosférica, que separa gás combustível e nafta leve no topo,

havendo quatro saídas laterais (nafta pesada, querosene, diesel leve e diesel

pesado) e uma retirada de fundo (resíduo atmosférico).

As quatro retiradas laterais da torre atmosférica são conduzidas a uma

torre retificadora, seccionada em quatro compartimentos separados. Em cada

secção se realiza a retificação com vapor de um dos produtos.

Os produtos mais pesados (resíduo atmosférico, diesel leve, diesel

pesado e querosene) dirigem-se aos permutadores da bateria de pré-

aquecimento. O resíduo atmosférico constitui a carga para a Unidade de

Destilação a Vácuo; o diesel leve e o diesel pesado integram o óleo diesel, e o

querosene de acordo com as especificações que estão ajustadas, irá constituir

querosene de iluminação ou querosene de aviação (QAV-1), podendo ainda

integrar o “pool” de diesel.

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A nafta mais pesada pode ser misturada à nafta craqueada no caso de

maximização da produção de gasolina, ou ainda ser misturada ao diesel ou

sofrer tratamento, transformando-se em querosene de aviação.

O produto de topo da torre de destilação atmosférica (T-101), que é

nafta leve e gases, segue para a torre estabilizadora de nafta, que retifica da

nafta aquelas frações mais leves que, saindo pelo topo da torre, irão constituir

GLP e gás combustível. Com a passagem da mistura GLP e gás por

permutadores, o GLP condensa e é separado.

O GLP, importante combustível doméstico, passa por etapas de

tratamento, é condensado e armazenado. O gás combustível recebe

tratamento e é consumido como combustível nos fornos e caldeiras, sendo

excepcionalmente queimado na tocha.

A nafta estabilizada, produto de fundo da estabilizadora, é geralmente

destinada à nafta petroquímica, matéria-prima para a indústria petroquímica.

Pode também ser usada como carga para a Unidade de Solventes ou ser

misturada com a nafta craqueada do FCC para constituir gasolina automotiva.

Figura 9. Unidade de Destilação Atmosférica (U-50)

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U – 50

A torre U-50 é a outra Unidade de Destilação Atmosférica incrementada

durante as obras da ampliação. Os melhoramentos realizados proporcionaram

um aumento da capacidade nominal de processamento desta segunda

unidade de destilação atmosférica, da ordem de 20% (passando de 18 m3/dia

para 20 m3/dia). Também foi possibilitada a utilização de petróleos nacionais,

de menor custo e mais pesados.

A U-50 é responsável pelo fornecimento de Resíduo Atmosférico – RAT

para a Unidade de Craqueamento Catalítico de Resíduo, implantada no

conjunto da ampliação. Esta unidade opera com o dobro da carga da U-01.

5.2.6 Torre de Retificação

A Torre Retificadora é constituída de três seções de retificação

independentes, sobrepostas umas sobre as outras. Cada uma destas seções é

alimentada por uma fração de corte lateral da Torre de Destilação Atmosférica,

sendo na parte inferior de cada seção injetado vapor de retificação, para

promover a vaporização de hidrocarbonetos leves. Os hidrocarbonetos leves

são realimentados na Torre de Destilação Atmosférica, em um nível acima da

bandeja de acúmulo de condensado alimentado. Na seção superior da torre

ocorre a retificação de Querosene, na seção mediana a retificação do Diesel

Leve, e na seção inferior a retificação do Diesel Pesado. Os produtos são

enviados, então, para trocarem calor nos permutadores do pré-aquecimento do

cru e depois cada um vai para um tanque de armazenamento específico. O

querosene pode ainda ser enviado para Unidade de Tratamento MEROX.

5.2.7 Torre de Destilação a Vácuo

A Unidade de Destilação a Vácuo complementa a U-01 ao processar o

resíduo atmosférico, sem armazenamento intermediário, não podendo operar,

conseqüentemente, como uma unidade isolada. A destilação a vácuo visa

principalmente preparar a carga para o craqueamento catalítico. Como objetivo

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secundário, está a produção de óleo combustível ou asfalto (de acordo com o

petróleo processado) e de gasóleo leve, que pode integrar o “pool” de diesel.

O processo de destilação a vácuo segue os mesmos princípios da

destilação atmosférica. Como o petróleo não pode ser aquecido além de 400

ºC a pressão atmosférica, sob pena de craqueamento térmico, opta-se por

abaixar a pressão do sistema para permitir que, dentro do mesmo limite de

temperatura, uma maior quantidade de material seja vaporizada.

O resíduo atmosférico da U-01 é bombeado a U-02 em torno de 360 ºC,

e é aquecido no forno (F-201) até cerca de 420 ºC, a pressão reduzida. A

mistura líquido-vapor efluente do forno é injetada na torre, a qual operando a

pressão reduzida, permite a retirada de três frações laterais e uma de fundo:

gasóleo leve de vácuo, que pode integrar o diesel, ser usado como diluente

para óleo combustível ou misturado como o gasóleo pesado para ser carga da

unidade de craqueamento; gasóleo pesado, que consiste na carga da FCC;

gasóleo de circulação, utilizado como óleo combustível ou, dependendo do

petróleo processado, especificado para asfalto.

A torre de vácuo, ao contrário da torre atmosférica não possui produto

de topo. O vapor não condensado da torre é constituído de vapor d’água, ar e

principalmente hidrocarbonetos leves oriundos de um craqueamento térmico

incipiente que ocorre no forno. A pressão da torre é mantida retirando-se do

sistema estes gases incondensáveis e o vapor de água através de um sistema

de três estágios de ejetores, existindo após cada estágio um condensador de

superfície que tem por finalidade diminuir a carga de vapor para o equipamento

seguinte (outro ejetor ou sistema de gás residual no caso do último estágio).

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Figura 10. Unidades de Destilação Atmosférica e a Vácuo (U-01 e U-02)

5.2.8 Tratamento MEROX

O tratamento Merox tem por finalidade promover o adoçamento de Nafta

Pesada ou de Querosene de Aviação (QAV), por meio da conversão das

mercaptanas a dissulfetos. Durante este tratamento não ocorre remoção,

apenas solubilização na fase oleosa, portanto não há redução do enxofre total.

O Tratamento Merox consiste no uso de um catalisador (quelato do

grupo do ferro) para promover a conversão das mercaptanas, usando ar como

fonte de oxigênio, de acordo com a relação abaixo.

OH2/1RSSR2/1O4/1RSH 22 +→+

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O Tratamento é realizado em reatores de leito fixo, constituído por anéis

de carbono, impregnados de catalisador Merox, onde ocorre a conversão das

mercaptans a dissulfetos, em presença de soda e ar atmosférico.

5.2.9 Unidade de Solventes

A Unidade de Solventes foi projetada para produzir Petrosolve, Hexano,

e Aguarrás, processando Nafta Leve para a obtenção dos três primeiros e

Nafta Pesada para a obtenção de Aguarrás. A Unidade de Solventes é

constituída de duas torres de fracionamento, sendo que na 1a fracionadora são

removidas, pelo topo, as frações mais leves da Nafta, na faixa de 45 ºC a 55

ºC, ajustando desta forma o ponto inicial de ebulição do produto final. A fração

retirada pelo fundo da torre segue para a 2a fracionadora, na qual o corte final

de ebulição é ajustado em 111 ºC, sendo o solvente obtido no topo desta torre.

Para a produção de Aguarrás, somente as frações mais leves da Nafta Pesada

são removidas, não sendo necessário utilizar a 2ª fracionadora. Para a

produção de Hexano, a Nafta Leve deve ser submetida ao tratamento de forma

que o teor de mercaptanas no Hexano não ultrapasse o valor de 30 ppm.

5.2.10 Unidade de Águas Residuais

A planta de retificação de águas ácidas tem como finalidade a remoção

do gás sulfídrico (H2S) e da amônia (NH3) contidos nas correntes de águas

ácidas provenientes dos sistemas de topo das torres de destilação atmosférica

e a vácuo, através de Stripping com vapor.

A unidade também é responsável pelo reprocessamento da água ácida

nos tanques de resíduo leve, sendo a água retificada utilizada para injeção nas

dessalgadoras.

5.2.11 Unidade de Coqueamento Retardado – UCR

A UCR converte o corte mais pesado do petróleo gerado pela destilação

a vácuo, em frações mais leves, principalmente cortes que, apõe tratamento na

UHDT, serão componentes diesel. A unidade produz, também, o coque de

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petróleo usado na indústria de cimento e metalúrgica e também como

combustível em termelétricas.

A UCR utiliza uma gama maior de óleos crus e tem capacidade de

converter 2 mil m3 de Resíduo de Vácuo (RV) por dia, uma produção que

aumenta a competitividade da Refap no mercado.

Figura 11. Unidade de Coqueamento Retardado

5.2.12 Unidade de Hidrotratamento de Correntes Instáveis – UHDT

A UHDT tem como função transformar em diesel as correntes

intermediárias (geradas na URFCC, UCR e Destilação Atmosférica). Nesse

processo, a unidade utiliza hidrogênio gerado pela UGH para reduzir os teores

de enxofre e de componentes instáveis presentes no combustível. Melhora a

qualidade dos hidrocarbonetos utilizados na produção do óleo diesel,

possibilitando a maior utilização de petróleos nacionais. Ao remover o enxofre

e o nitrogênio através do hidrotratamento, o diesel torna-se mais estável e

menos poluente e garante a especificação exigida pela legislação.

O hidrorrefino na Refap foi inaugurado com a UHDT. Esta unidade tem

capacidade de processar 4 mil m3 de petróleo por dia, e está em conformidade

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com as crescentes exigências de qualidade do mercado e os mais elevados

padrões internacionais de excelência.

5.3 UNIDADE DE CRAQUEAMENTO

5.3.1 Unidade de Craqueamento Catalítico – UFFCC

A Unidade de Craqueamento Catalítico (U-03) possibilita o

aproveitamento de frações de petróleo que normalmente só poderiam ser

comercializadas como óleo combustível, transformando-as, tanto quanto

possível, em produtos mais nobres como GLP e gasolina. Este aumento no

rendimento global é possível mediante reações de craqueamento a altas

temperaturas, sendo facilitado pela presença de catalisadores. O processo

envolve pelo menos quatro tipos de reações: I) decomposição térmica; II)

reações primárias de catálise na superfície do catalisador; III) reações

secundárias de catálise entre os produtos primários; IV) remoção de produtos

polimerizáveis de reações posteriores por absorção na superfície do

catalisador na forma de coque.

A UFCC consiste basicamente das seções de conversão, fracionamento

e recuperação de gases, cujas descrições seguem abaixo.

Seção de Conversão e Fracionamento

Na seção de conversão, a carga do FCC, constituída de gasóleos de

vácuo, recebido diretamente da U-02 ou de tanques, é aquecida, formando a

chamada “carga combinada” e entra na base do Riser. Nesse instante, ocorre

a adição de catalisador regenerado ao sistema, que fornece calor, vaporizando

todo o óleo e alcançando a temperatura de reação. A mistura de catalisador,

particulado e vapores de hidrocarbonetos é conduzida em direção ao reator

através do riser e é neste percurso onde ocorre a maior parte das reações (80-

90% de conversão) que vão se completar no reator.

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Ao chegar no reator, a diminuição na velocidade dos gases causa a

separação da mistura, o catalisador já não é mais arrastado e começa a

escoar por gravidade para o retificador. Os vapores do reator, onde são

coletados os finos do catalisador que retornam ao reator, seguem para a seção

de fracionamento.

No decorrer das reações de craqueamento, ocorre a deposição de

coque sobre as partículas de catalisador e torna-se necessária sua

regeneração para posterior reaproveitamento. Inicialmente, o catalisador escoa

por gravidade para o retificador, cujo objetivo é fazer com que as moléculas de

hidrocarbonetos arrastadas pela massa de catalisador retornem ao reator,

através da injeção de vapor de água em contracorrente em relação ao

catalisador. O catalisador segue, então, para o regenerador onde é fluidizado

através da injeção de ar pelo fundo do vaso. O ar promove a queima do coque,

recuperando o catalisador. Os gases de combustão do coque seguem para

ciclones do regenerador, que retêm os finos de catalisador arrastados pelos

gases. A seguir, os gases se dirigem à caldeira de CO, onde a queima

resultante em CO2 fornece energia para a geração de vapor. O catalisador

regenerado (sem a mesma qualidade) é novamente injetado na base do riser

com nova carga de hidrocarbonetos a serem craqueados.

Os vapores de hidrocarbonetos provenientes do reator chegam à seção

de fracionamento e sofrem uma separação inicial na torre fracionadora. Pelo

topo saem gás combustível, GLP e gasolina. Como retiradas laterais têm-se

gasóleo leve de reciclo e gasóleo pesado de reciclo e, no fundo, uma borra

constituída de óleo clarificado e partículas de catalisador que escaparam dos

ciclones.

A borra é uma parte resfriada em um permutador que gera vapor de

média pressão e retorna à torre como refluxo circulante, e em parte vai para

um decantador onde se separa o óleo clarificado (OCLA) pela superfície da

borra, mais concentrada, que retorna ao riser. O OCLA é também dividido em

dois fluxos, enquanto um segue para armazenamento, o outro retorna à

fracionadora, agindo como diluente do produto de fundo da mesma. O OCLA

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em armazenamento, quando misturado a outras correntes, irá constituir o óleo

combustível.

Quanto ao gasóleo pesado de reciclo, parte retorna ao riser juntando-se

a carga de craqueamento, parte é usada como refluxo circulante na torre

fracionadora, cedendo calor na seção de recuperação de gases.

O gasóleo leve de reciclo é dividido em duas correntes. Uma é retificada

na torre retificadora, saindo como diesel de FCC. A outra consiste em um

refluxo circulante que irá ceder calor na seção de recuperação de gases,

sendo a seguir parcialmente utilizado como óleo de absorção na absorvedora

secundária e reciclo à torre fracionadora. O diesel de FCC não é incorporado

ao “pool” de diesel porque seu teor de enxofre é muito elevado e ele é instável

(tem muitas ligações duplas, que formam gomas e ainda diminuem o ponto de

anilina do diesel), sendo enviado para óleo combustível.

Seção de Recuperação de Gases

A gasolina e os leves, que saíram pelo topo da torre fracionadora,

seguem para a seção de recuperação de gases. Através de destilações e

absorções sucessivas nesta seção, ocorre um fracionamento mais rigoroso da

gasolina, GLP e produtos gasosos (butanos, propanos e gás combustível).

Esta seção também pode receber gases da U-01, com a finalidade de

recuperar ao máximo essas frações gasosas.

A seção de recuperação de gases é composta basicamente pelas

seguintes torres:

Torre Retificadora – realiza a separação dos leves (eteno, metano, H2S e

inertes) (da mistura líquida de gasolina e GLP);

Torre Debutanizadora – realiza a separação do GLP da gasolina;

Torre Despropanizadora – promove o fracionamento da corrente de GLP em

propanos e butanos;

Torres Absorvedoras Primária e Secundária – recupera o GLP e mais pesados

contidos no gás combustível, utilizando-se gasolina como agente de absorção

na absorvedora primária e gasóleo leve de reciclo na secundária;

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Dentro de cada seção de recuperação de gases também se encontram

os tratamentos DEA (remoção de H2S) e Merox (eliminação de mercaptans).

Figura 12. Unidade de Craqueamento Catalítico

5.3.2 Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido de

Resíduo – URFCC

A URFCC é uma das novas unidades implementadas na ampliação da

refinaria e transforma a parte mais pesada do petróleo em produtos mais leves

e de maior valor comercial, como gasolina, diesel e GLP, que trazem maior

lucratividade à refinaria. Desenvolvida inteiramente com tecnologia Petrobras,

a unidade permite a utilização de petróleos nacionais, que por serem mais

pesados, requerem processos sofisticados que modificam quimicamente as

moléculas.

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A vantagem da URFCC em relação á unidade de craqueamento

convencional é que seu insumo é o RAT – resíduo atmosférico, fração pesada

do petróleo, no qual está incorporado o óleo combustível junto com o gasóleo.

O craqueamento do RAT tem como resultado um aumento de rentabilidade,

pois também converte este óleo combustível em frações mais leves, o que

proporcionou um aumento na produção dos derivados leves da Refap. A

capacidade de produção da URFCC é de 7 mil m3/dia.

5.3.3 Unidade de Geração de Hidrogênio – UGH

A UGH, juntamente com a URE (Unidade de Recuperação de Enxofre),

é de fundamental importância na estratégia de funcionamento da refinaria em

sua fase após a ampliação, ela representa 4% de todo o empreendimento.

A implementação da UGH objetiva o fornecimento de hidrogênio para a

UHDT (Unidade de Hidrotratamento). A unidade tem uma capacidade nominal

de 550 mil Nm3/dia de hidrogênio com 99,9% de pureza, com cargas de gás

natural ou gás de refinaria.

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Figura 13. Unidade de Geração de Hidrogênio

5.3.4 Unidade de Recuperação de Enxofre – URE

O objetivo da URE é processar o H2S contido nos gases ácidos

resultantes das Unidades Recuperadoras de Amina – UDEAs e das Unidades

Recuperadoras de águas Residuais – UARs.

Esta unidade tem uma conversão mínima projetada da ordem de 95%

de carga sulfídrica em enxofre elementar. Porém, incluindo o processo da

Unidade de Tratamento de Gás Residual – UTGR, a conversão chega a

99,5%.

A URE é composta basicamente por duas unidades recuperados de

enxofre (U-307 e U-308), uma unidade de tratamento de gás residual (U-309) e

uma unidade de solidificação de enxofre (U-310). Com a implantação das

novas unidades, a unidade passa de 20 ton/dia para 100 ton/dia, atendendo às

novas demandas da refinaria, especialmente da operação da UHDT e URFCC.

Figura 14. Unidade de Recuperação de Enxofre

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5.4 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAIS – ETDI

A ETDI foi modernizada na ampliação, aumentando sua capacidade de

tratamento de efluentes para receber o grande volume de contribuições

hídricas das novas unidades da Refap.

É composta de um Complexo de Biodiscos com Quatro Fases (primeiro

no Brasil e segundo no mundo). A tecnologia é uma das mais avançadas no

mercado mundial. Com esse sistema, a capacidade de tratamento de efluentes

para 2200 m3 por hora. Os efluentes, depois do processo, são devolvidos à

natureza, respeitando as normas ambientais mais rígidas definidas pelo

Conselho Nacional de Águas e pela Fepam – Fundação Estadual de Proteção

Ambiental.

Figura 15. Estação de Tratamento dos Despejos Industriais

Tratamento Primário (Processos Físicos):

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As principais fontes de efluentes para a ETDI são as Águas

Contaminadas (AC), com origem em drenagens da área de tanques e as

Águas Oleosas (AO), provenientes das unidades como Dessalgadoras (maior

parte), UAR’s, limpeza de equipamentos, drenagens de amostragens, etc. Uma

Caixa Coletora Geral recebe estes dois fluxos, porém as Águas Contaminadas

passam antes em uma Desarenadora, que possui um gradeamento para a

retirada de sólidos grosseiros, areias, borras. O efluente líquido chega à

Coletora através de uma tubulação. Há uma Bacia de Águas Contaminadas

(BAC) para o caso de ocorrência de chuvas e conseqüente transbordamento

da Desarenadora. Desta BAC o efluente segue o caminho normal para a

coletora ou vai direto para a BAE.

Na Coletora ocorre a mistura dos fluxos AC e AO e esta corrente única

vai para o Separador de Água e Óleo (SAO, construído segundo as normas

API – American Petroleum Institute). O óleo é separado da água e forma o

“Slop”, que será reaproveitado nas unidades, sendo injetado no petróleo.

Após a ampliação passou a integrar a ETDI um Flotador por Ar

Dissolvido para complementar a separação de água e óleo, fechando o ciclo

do Tratamento Primário.

Tratamento Secundário (Processos Biológicos e Físico-Químicos): A água do Separador é enviada à Bacia de Aeração de Efluentes (BAE),

uma Lagoa aerada facultativa, ou seja, reúne os tratamentos aeróbio (na

superfície do lago) e anaeróbio (no fundo do lago). Da BAE o efluente passa

por uma série de Biodiscos (eixos com uma seqüência de discos, semi-

submersos em tanques contendo o efluente).

Há quatro tipos de Biodiscos com culturas adaptadas para o

desenvolvimento de três grupos de bactérias:

- Biodiscos para Remoção de DBO: São submersos pela metade e seu eixo é

girado através do ar injetado por sopradores (sistema aeróbio). As bactérias

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nesta etapa são Heterotróficas (a fonte de nutrientes é a matéria orgânica

existente no efluente) e formam um biofilme suportado nos discos do Biodisco.

- Biodiscos para Nitrificação: São submersos pela metade e seu eixo é

movimentado através do ar injetado por sopradores (sistema aeróbio). As

bactérias são Nitrificantes (consomem Carbonato de Sódio como fonte de

Carbono, adicionado para suprir a fonte energética permitindo a transformação

da amônia presente no efluente em nitritos e nitratos pelas bactérias).

- Biodiscos para Desnitrificação: São totalmente submersos e é um sistema

anóxido, ou seja, sem oxigênio, justamente para que as bactérias presentes

possam consumir o oxigênio dos nitritos e nitratos transformando-os em N2. É

adicionada uma fonte energética; neste caso, o Metanol, para aumentar a

atividade aeróbia das bactérias. Este sistema fecha o ciclo sustentável do

Nitrogênio, devolvendo-o em forma inerte para a atmosfera.

- Biodiscos de Polimento: São idênticos aos primeiros e o objetivo é consumir o

excedente de matéria orgânica do processo anterior, ou seja, o excesso de

metanol.

Após este tratamento o efluente segue para a Clarificação. Em tanques

na forma aproximada de um cone, ocorre a precipitação de sólidos arrastados.

Há raspadores no fundo que retiram o lodo formado, sendo enviado à

Centrifugação. A água tratada transborda e segue para o Arroio Sapucaia

(afluente do Rio dos Sinos), passando pela Calha Parshall Final.

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Figura 16. Esquema do Processo da ETDI

5.5 UTILIDADES

5.5.1 Estação de Tratamento de Águas – ETA

A Estação de Tratamento de Água da Refap foi alterada durante a

ampliação a fim de torná-la apta a trabalhar mais perto do limite de projeto do

sistema convencional, aumentar a vazão de água no sistema convencional de

filtragem, implantar o novo sistema de microfiltração, substituir o sistema de

osmose reversa por uma de maior capacidade e trocar as bombas de captação

de água.

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Figura 17. Estação de Tratamento das Águas

Entre os usos da água na refinaria estão: combate a incêndio, reposição

água de refrigeração, água industrial, água potável e água desmineralizada. A

captação de água compreende barragens, rios, casa de bombas, lago ou

tanque e a ETA.

Na tabela 2 abaixo, estão descritas as impurezas que podem estar

presentes nas águas captadas e suas respectivas conseqüências.

Tabela 2. Impurezas presentes na água e suas conseqüências

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Para retirar estas impurezas e obter água com as características físicas,

químicas e biológicas necessárias utilizam-se os seguintes tratamentos:

sedimentação

clarificação

filtração

desinfecção

neutralização

descloração

desmineralização

Figura 18. Esquema Geral do Tratamento d’água na Refinaria

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5.5.2 Sistema Térmico O sistema térmico da refinaria compreende os vapores, que por sua alta

capacidade de armazenar energia e seu alto calor específico, é utilizado para

as seguintes finalidades:

fluido motriz

agente de aquecimento

transporte de fluidos (ejetores)

agente de remoção de gases tóxicos

agente de arraste das frações do petróleo

Figura 19. Processo de Vaporização da Água

A refinaria opera com diferentes níveis de pressão para os vapores:

Vapor de alta:

Gerado pelas caldeiras da indústria e consumido em turbinas de maior

porte.

Vapor de média:

Gerado a partir do vapor de alta e utilizado na extração de algumas

turbinas de contra pressão e válvulas redutoras.

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Vapor de baixa:

Gerado pelo exausto das turbinas e válvulas redutoras e utilizado

principalmente em aquecimentos.

5.5.3 Sistema de Ar Comprimido

O sistema de ar comprimido, em particular o ar de instrumentos, é de

fundamental importância para a confiabilidade e segurança das instalações

das unidades. A falha neste sistema provoca uma parada geral da refinaria,

sem controle das variáveis de processo, colocando em risco a integridade

física da força de trabalho, das instalações, das comunidades circunvizinhas e

agressão ao meio ambiente.

A Central de Geração de Ar Comprimido da REFAP (U-0025) está

localizada próximo a CAFOR e é responsável pelo suprimento das redes de ar

para Refinaria, e é onde estão localizados os compressores de ar, unidades

secadoras para ar de instrumento e processo seco e os vasos pulmão.

Ar comprimido para instrumento – Instrumentação pneumática,

Comando de válvulas e Ar de alta pureza e seco. O ar de instrumentos é um ar

desumidificado por colunas de adsorção em sílica gel (SC-932 A/B), e é

utilizado na operação de instrumentos, acionamento pneumático de válvulas e

pressurização de painéis.

Ar comprimido de serviço – Acionamento de ferramentas pneumáticas,

Agitação de produtos em tanques e Máscaras de ar mandado. O ar de serviço

durante operação normal, partida e/ou parada das unidades será utilizado para

serviços gerais, tais como: limpeza, acionamento de ferramentas pneumáticas,

teste de equipamentos, selagem de ramonadores de caldeiras e fornos.

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Figura 20. Diagrama de Blocos do Sistema de Ar Comprimido

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37

6. ESTÁGIO SUPERVISIONADO 6.1 Atividades

As atividades compreendidas no programa de estágio são as seguintes:

Tabela 3. Atividades a serem realizadas durante o período de Estágio Atividade Etapas

Visitas à área industrial

Conhecimento das unidades de processos e seus equipamentos

Revisão Bibliográfica Estudo das ferramentas a serem

utilizadas Estudo dos processos

Controle Avançado

Elaboração do projeto funcional

(objetivos e definição das variáveis manipuladas e controladas)

Melhoria do controle regulatório Desenvolvimento e ajustes de

inferências Pré-teste, teste de perturbação do

processo e identificação do modelo

Configuração off-line CPM e simulação

Partida do CPM e comissionamento on-line

Manutenção do CPM

Balanceamento dos passes de um forno

Elaboração do algoritmo dos PIDs Elaboração do algoritmo dos

condicionais Elaboração da Tela de Operação Configuração dos blocos do

DeltaV Download das configurações Acompanhamento

Sintonia das Malhas de Controle do HDT

Teste de Perturbação Cálculo dos Parâmetros

Implementação de Controlador e Elaboração da Filosofia da Malha

Configuração do Controlador

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Sintonia da Malha de Controle da UCR

Elaboração da nova tela de Operação

Estudo do Impacto da Concentração de Óleo Vegetal na carga da Unidade

de Hidrotratamento

Modelagem matemática do processo

Transformação para o domínio de Laplace da equação característica

Simulação do processo com auxílio da ferramenta Simulink® do software Matlab®, a partir de uma perturbação do tipo degrau na variável de entrada (concentração de óleo na entrada do vaso)

Configuração e manutenção de pontos

no software PI (Plant Information)

Leitura de apostilas e apresentações sobre o PI

Criação, modificação e assistência de TAGs

Acompanhamento do controle das unidades de destilação atmosférica e

vácuo

Verificação do desempenho das malhas de controle avançado das unidades

Visita a oficina, área industrial e

central de controle

Conhecimento dos tipos de válvulas e instrumentos de aquisição de dados

Conhecimento dos tipos de medidores de vazão, pressão e temperatura

Conhecimento da estrutura do SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído)

Conhecimento da aquisição de dados pelo SDCD (tipos de entradas e saídas analógicas e digitai; e tipos de sinais pneumáticos, eletrônicos)

6.2 Revisão Bibliográfica 6.2.1 PI – Plant Information

O PI é um sistema que permite analisar, rastrear e monitorar a operação

de plantas industriais. A principal vantagem do PI em relação aos demais

sistemas aquisitórios é a sua velocidade na recuperação de grandes massas

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de dados. Pode-se, em poucos segundos, montar gráficos e acompanhar uma

variável operacional, em períodos que podem chegar a mais de dois anos.

Dentro da estratégia de disponibilizar dados que permitam a análise do

processo, o PI desempenha um papel relevante. Podem-se visualizar estes

dados através de tendências e gráficos de processo ou através de planilhas.

PI-DataLink

O PI-Datalink é um programa de aplicativos que roda sob o Excel. Este

programa permite ao usuário:

- Fazer buscas de tags específicos no Sistema PI.

- Organizar e manter listas que contêm os resultados destas buscas.

- Obter dados conforme uma determinada expressão.

- Obter dados sincronizados com uma matriz de tempo.

- Obter dados provenientes de cálculos em expressões de tags. - Obter totais, mínimos, máximos, desvios padrões e médias.

- Observar os atributos de cada tag. Ainda possibilita a utilização de todos os recursos do Excel para

manipulação de valores, como gráficos, cálculos, tabelas dinâmicas, etc.

PI-Process Book

O Process Book é outra ferramenta disponível no módulo cliente

destinada a exibir informações sobre a Planta Industrial. Funciona como um

livro, onde podemos inserir capítulos e parágrafos. Permite construir

rapidamente gráficos (trends) de acompanhamento de variáveis operacionais e

simular telas de sistemas supervisórios como o SDCD. Além disso, permite

incluir links (ligações) nas telas, que possibilitam chamar outros aplicativos

(Word, Excel, Dos).

6.2.2 SDCD – Sistema Digital de Controle Distribuído

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Criado inicialmente para controlar variáveis analógicas, foi sendo

expandido até atingir praticamente todas aplicações de controle usuais.

Composto por três partes:

(1) Interface com o processo;

(2) Interface-Homem-Máquina (IHM) e;

(3) Via de dados (data highway) Consiste de um conjunto de dispositivos microprocessados dedicados

ao Controle de Processos, ligados em rede, de forma distribuída. Dotado de

processadores e redes redundantes, o SDCD controla e supervisiona o

processo produtivo. É através das Unidades de Processamento, distribuídas

nas áreas, que os sinais dos equipamentos de campo são processados de

acordo com a estratégia programada. Estes sinais, transformados em

informação de processo, são atualizados em tempo real nas telas de operação

das Salas de Controle. O SDCD não é uma máquina pronta. Pode sempre ser

modificado para atender ao processo.

Algumas funções do SDCD:

Indicação/registro de variáveis de processo Contínuas (analógicas)

/Discretas (Digitais)

Capacidade para armazenar históricos em memórias não voláteis

Alarmes para variáveis contínuas/discretas, desvio e velocidade de

desvio

Relatórios de ocorrências de alarmes e eventos

Executar funções de Intertravamento relacionados com a segurança

dos equipamentos

Controle manual das variáveis contínuas e discretas.

Controle automático tipo PID (proporcional, integral, derivativo) e suas

combinações.

Transferência entre modos Manual/Automático/Cascata/Computador

Funções matemáticas diversas

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Condicionamento dos sinais elétricos e conversão em unidades de

engenharia

Capacidade para implementar estratégias avançadas de controle e

controles lógicos seqüenciais

Capacidade de visualização de telas gráficas interativas com

indicações dinâmicas

Capacidade de interligação com computadores remotos (externos).

6.3 Trabalhos Realizados

6.3.1 Controle Avançado

Surpevisão: Eng. Luis Gustavo Soares Longhi

Objetivo do controle de processos

Manipular automaticamente algumas variáveis (variáveis manipuladas)

de modo que algumas outras variáveis (variáveis controladas), que

normalmente medem o desempenho do processo, evoluam no tempo de

acordo com o determinado para tal operação, compensando distúrbios

externos e mudanças de set-point.

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Figura 21. Hierarquia de Controle

Foram realizadas atividades como o desenvolvimento, configuração e

acompanhamento dos sistemas de controle da REFAP. As unidades

envolvidas neste trabalho foram a Destilação Atmosférica (U-01 e U-50) e a

Destilação a Vácuo (U-02).

Elaboração do projeto funcional

Primeiramente definiram-se as variáveis controladas e manipuladas de

acordo com os objetivos da otimização, considerando ainda as restrições

envolvidas.

Desenvolvimento e ajustes de inferências

Verificação das inferências de propriedades e especificações dos

produtos a partir de uma planilha excel do PI.

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Figura 22 Tabela de Verificação de Bias

Pré-teste, teste de perturbação do processo e identificação do

modelo Aplicaram-se um ou mais degraus em cada uma das variáveis

manipuladas e então se coletam dados referentes ao comportamento das

variáveis controladas, para serem analisados a partir de um algoritmo de

identificação.

Configuração off-line CPM e simulação

Foram criados pontos no PI e no SDCD, telas de operação e

configurações no SICON.

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Manutenção do Controlador Uma vez efetuado o projeto do Controle Avançado da Unidade,

acompanhou-se continuamente o desempenho do mesmo, corrigindo falhas e

observando as oportunidades de otimização.

Observações: Em função de o término deste estágio estar previsto

para o fim do mês de Setembro, ressalta-se que este trabalho ainda está em

andamento.

6.3.2 Balanceamento dos Passes do Forno F-201

Supervisão: Eng. Antônio Cappelli

1. Objetivo

Este trabalho tem como objetivo realizar o balanceamento dos passes

do forno F-201 pertencente à Unidade de Destilação a Vácuo (U-02).

O forno F-201 é responsável pelo aquecimento da carga a ser

processada na Unidade de Destilação a Vácuo, em torno dos 390°C.

2. Descrição do Problema

Devido a aspectos de geometria do forno e da distribuição de carga

térmica por maçarico, a energia absorvida por cada passo é diferente dos

demais resultando em uma grande dispersão na temperatura de saída de cada

passo em relação à média (até 10 °C) quando as vazões dos mesmos são

idênticas. Isto não é desejável, pois:

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a) O passo cuja temperatura de saída é maior em relação aos demais

está absorvendo maior fluxo de energia, com temperatura de "skin-point"

relativamente elevada, ocasionando maior corrosão ao material do tubo, com

conseqüente redução da vida útil do mesmo; ou ainda cria condições mais

apropriadas para a formação de coque na parede interna do tubo.

b) A temperatura média controlada de saída dos passos do forno fica

limitada pelo passo mais quente, podendo ocasionar, por exemplo, degradação

de diesel em Unidade de Destilação Atmosférica.

c) A não uniformidade entre as temperaturas de cada passe

impossibilita a utilização destas como variáveis manipuladas, dificultando

assim a otimização da unidade através do controle avançado.

3. Desenvolvimento

O balanceamento das temperaturas de saída dos passes de um forno

consiste em um pequeno ajuste nas vazões dos passes para obter

temperaturas idênticas nas saídas dos mesmos. Ou seja, consiste no ajuste

dos "set-points" dos controladores de vazão com a finalidade de manter as

temperaturas de saída dos passos idênticas. A temperatura de saída de um

determinado passe varia inversamente com a vazão através do mesmo.

As diferenças nos ajustes de vazão de balanceamento devem somar

zero, de modo que a vazão total para o forno não seja alterada. Dessa

maneira, desenvolveram-se algoritmos para o cálculo da razão de cada passe

e para a rotina de ativação do controle avançado da unidade.

As razões ou “ratios” são valores pelos quais as vazões devem ser

multiplicadas intuito de garantir uma temperatura de saída uniforme para cada

passe.

O controle avançado é ativado se todas as condições impostas forem

satisfeitas. São elas: vazões, temperaturas, razões – que devem estar dentro

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de uma certa faixa de valores e modo do controlador que deve estar em modo

cascata (CAS). Se pelo menos uma dessas condições for violada, o controle é

desativado e o operador deve normalizar essa condição de operação, e então

solicitar o balanceamento novamente para que o controle volte a atuar. O

balanceamento foi desenvolvido com auxílio do software DeltaV.

Descrição dos Instrumentos

Controladores de vazão dos passos

As vazões dos passos 1, 2, 3 e 4 são controladas, respectivamente,

pelos FIC-201, FIC-202, FIC-203 e FIC-204.

Os controladores de vazão operam nos três modos: manual (MAN),

automático (AUTO) ou cascata (RSP).

- Modo automático

Quando o controlador de vazão FIC-201 está no modo automático, o

valor do "ratio" é calculado, de modo que na transição do modo automático

para cascata não ocorra mudança no "set-point" do controlador. Situações

similares acontecem nos demais passos.

- Modo cascata

Quando no modo cascata, o "set-point" do controlador de vazão é

oriundo do controlador de nível. Por exemplo, quando em modo cascata o "set-

point" do FIC-201 aumenta se:

a) A saída do LIC-111 aumentar (aumento de carga para o forno).

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b) O operador ou o computador aumentar o "ratio" como ação corretiva

devido à temperatura de saída do passo 1 ser superior à média dos quatro

passos.

Os quatro controladores de vazão devem ser mantidos, sempre que

possível, no modo cascata para que um aumento na carga do forno por

intermédio da LIC-111 seja distribuído para os quatro passos.

Razão dos instrumentos de vazão dos passos Os "set-points" dos controladores de vazão FIC-201, FIC-202, FIC-203 e

FIC-204 são gerados pela saída do LIC-111 (nível de fundo da T-101)

multiplicada, respectivamente, pelos "ratios" dos instrumentos de vazão.

- Modo automático Quando o controlador de vazão está no modo cascata o "ratio" pode ser

alterado pelo operador ou o computador modificando o "set-point" do

controlador de vazão correspondente, independentemente do LIC-111.

- Modo manual Quando qualquer controlador de vazão de passo não está no modo

cascata o "ratio" é continuamente ajustado, através de lógica no SDCD (LCP

LY-111), de modo a não alterar o "set-point" do controlador de vazão.

Controlador de nível O LIC-111 ajusta a carga total do forno em função do valor desejado

pelo operador. O operador escolhe a opção para a cascata do LIC-111 através

de uma chave de duas posições: F-201 ou RAT.

Para maiores detalhes do controle de nível ver a descrição da LCP LY-

111 - Malha de controle de Nível de Fundo da Torre Atmosférica (T-101) e

Interface para BTPF201.

- Chave na posição F-201

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A saída do LIC-111 envia "set-points" para os controladores de vazão

correspondentes (FIC-201, FIC-202, FIC-203, FIC-204), quando estes

estiverem em modo cascata. Um acréscimo na saída do LIC-111 incrementa

os "set-points" dos controladores que estejam no modo cascata.

Quando um (ou mais) controlador de vazão não estiver no modo

cascata, o LIC-111 é colocado no modo manual e sua saída ajustada para o

valor correspondente à média das vazões dos quatro passos.

- Chave na posição RAT

A saída do LIC-111 envia "set-points" para o controlador de vazão de

RAT (FIC-118), quando este estiver no modo cascata.

Seguem abaixo a Malha de Controle do Sistema de Balanceamento de

Passes e a Tela de Operação do BTPF201.

Figura 23. Tela Gráfica BTPF201

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MALHA DE CONTROLE

FIC

202

FE 202

FIT 202

FV-202

FIC

203

FE 203

FIT 203

FV-203

FIC

204

FE 204

FIT 204

FV-204

PARA T-201

FIC

201

FE 201

FIT 201

FV-201

FIC

118

FE 118

FIT 118

FV-118

LT 111 LIC

111 LY 111

TI

TE 2015A

2015A

TI

TE 2016A

2016A

TI

TE 2017A

2017A

TI

TE 2018A

2018A

LCP

RSP

RSP

RSP

RSP

RSP

BTPF201

WATCHDOG

RATIO

RATIO

RATIO

RATIO

XI203/001

XI203/002

F-201

T-101

B-108

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6.3.3 Sintonia das Malhas de Controle da Unidade de Hidrotratamento

Supervisão: Eng. Leandro Porto Lusa

1. Objetivo

Este trabalho tem como objetivo realizar a sintonia das malhas de

controle de nível da Unidade de Hidrotratamento – HDT (U-700).

Pretende-se através desta sintonia tornar a resposta do processo a uma

perturbação a mais rápida e estável possível.

Os dados do processo, as informações do controlador e os resultados

numéricos obtidos não são mencionados na descrição do desenvolvimento

desta atividade, conforme normas da empresa.

2. Descrição

O valor numérico das constantes determina o comportamento dos

controladores, alterando-lhes o desempenho. A escolha dos valores deve

sempre atender às duas grandes questões de controle: o processo sob controle

deve sempre ficar estável e o desempenho do controlador deve ser satisfatório.

Sintonizar o controlador significa encontrar valores numéricos para as

constantes de proporcionalidade de um controlador PID de forma a regular o

processo com estabilidade e no valor desejado para a propriedade medida

(desempenho satisfatório).

3. Desenvolvimento A sintonia das malhas de controle da Unidade de Hidrotratamento foi

realizada conforme os procedimentos descritos a seguir.

3.1 Identificação de processos em malha aberta

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Modificou-se a saída do controlador e calcularam-se os parâmetros de

sintonia PID. Teste de variação em degrau

Com o controlador em manual aplicou-se uma perturbação em degrau

esperando-se a estabilização. Obteve-se então a curva de reação do sistema

que foi comparada com um modelo de primeira ordem com tempo morto. As

figuras a seguir são gráficos genéricos e não os obtidos a partir da sintonia da

malha de controle da planta industrial.

Figura 24. Perturbação do tipo degrau

Figura 25. Resposta do sistema à perturbação

Após efetuados os testes de perturbação, calcularam-se parâmetros

como o ganho, tempo morto e constante de tempo.

MVPVKp

∆∆

= Equação 1 Ganho

01 tt −=θ Equação 2 Tempo morto (td)

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12 tt −=τ Equação 3 Constante de tempo

Observações: A perturbação na MV deve ser de tamanho adequado a causar uma

variação significativa na PV (normalmente de 5% a 10%).

A variação na PV deve ser maior que os ruídos existentes

Durante o teste os valores de PV e MV não devem chegar muito

próximos dos seus limites.

A variação deve ser feita na região normal de operação.

Se houver não-linearidade ou assimetria o teste deve ser feito na

região mais crítica (maior ganho, maior tempo morto, menor

constante de tempo).

A variação deve começar quando o processo estiver estável, ou seja,

sem variação na PV.

Observar possíveis perturbações medidas ou não durante o teste.

Caso ocorram repetir o procedimento.

3.2 Identificação de processos em malha fechada Modificou-se o set-point e calcularam-se os parâmetros de sintonia PID. Procedimento

Com o controlador em automático e somente com a ação

proporcional (P) fez-se uma pequena alteração no “set-point” e observou-se a

variação da PV. Quando não há oscilação, o ganho do controlador deve ser

aumentado, o que faz com que o sinal de PV tenda a aumentar a oscilação.

Este procedimento deve ser repetido até obter-se uma variação senoidal

estável de amplitude constante.

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Figura 26. Variação do sinal da PV devido uma perturbação no set-point

4. Contribuições do Trabalho

Com a realização da sintonia das malhas de controle da HDT, a

resposta do processo a uma perturbação tornou-se mais rápida e estável

conforme requerido nos objetivos.

6.3.4. Implementação de Controlador e Sintonia da Malha de Controle de

Circulação Mínima da Bomba do Sistema de Blowdown da UCR

Supervisão: Eng. Leandro Porto Lusa

1. Objetivo

Este trabalho tem como objetivo realizar a modificação da malha de

controle da circulação mínima da bomba do sistema de blowndown (B-650022)

da Unidade de Coqueamento Retardado – UCR (U-650), através da

implementação de um controlador e sua posterior sintonia.

2. Descrição do Problema

O selo de uma bomba pode estourar repercutindo em vazamentos. Com

o intuito de se evitar problemas como esse, estipula-se uma vazão mínima de

projeto com a qual esta bomba deve operar. Para garantir que a mesma opere

PV

t ωu

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com uma vazão que satisfaça este valor mínimo, um controlador do tipo

proporcional – integral compara o valor da vazão mínima da bomba (SP) com a

vazão relativa à linha de circulação mínima. Como este não é o valor total da

vazão da bomba, já que esta se divide em duas linhas (circulação mínima e

vaso de carga), freqüentemente o controlador atua no sentido de abrir a válvula

fazendo com que a bomba demande mais energia, gerando um gasto

desnecessário. Para corrigir isto, foi implementado um controlador que

compara ao seu setpoint um valor que corresponde à vazão total da bomba, ou

seja, vazão da circulação mínima e vazão que segue para o vaso de carga.

Sendo assim, o controlador atuará na válvula de maneira otimizada, abrindo-a

apenas quando realmente a vazão da bomba for menor que seu mínimo

estipulado, podendo atuar mais vezes no sentido de fechá-la.

4. Desenvolvimento Filosofia da Malha

O controlador implementado (FIC SOMA) recebe a soma dos valores

das vazões provenientes de outro controlador de vazão (FIC650051 - que atua

na válvula da linha que segue para o vaso de carga - FV650051) e da linha de

circulação mínima da bomba.

Esta soma equivale ao valor de vazão com que a bomba está operando,

e será comparada ao set-point do FIC SOMA (SP= vazão mínima da bomba;

SP=150 m3/d valor levemente superior à vazão mínima da bomba segundo

folha de dados da mesma) gerando um erro, que dependendo de seu valor e

sinal, determinada ação repercutirá na válvula sobre a qual atua o FIC SOMA.

Se a vazão do FIC650051 estiver menor do que o SP de 150 m3/dia, o FIC

SOMA manipula a válvula FV-650090 de maneira que esta assuma uma

abertura que atenda ao set-point definido. Caso contrário, quando o FIC650051

possuir uma vazão superior a 150 m3/dia, o FIC SOMA atua no sentido de

fechar a válvula FV650090, levando-a até o batente de mínimo de sinal de

controle. É interessante que seja configurado um batente de mínimo de 5% de

abertura da válvula, com o objetivo de garantir que esta linha não seja

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obstruída, pois o fluido proveniente do vaso V-650010 é bastante “poluído” e

viscoso (integra o sistema de blowndown da unidade).

Configuração Anti-Windup

Como esta malha de controle operará freqüentemente saturada, se a

ação anti-windup não for configurada, durante a saturação, o termo integral do

controlador PI faz com que sua ação de controle calculada continue integrando

o erro verificado (SP-PV), enquanto o erro não seja nulo, causando o efeito

denominado windup. Neste caso, haverá um retardamento excessivo na ação

da malha de controle quando esta deverá atuar abrindo a válvula FV650090.

Deve ser configurado o limite que elimina o incremento da ação de controle

integral a partir do momento em que a malha satura.

Sendo assim, um método anti wind-up como a Integração Condicional

deve ser utilizado, o qual consiste em desligar a ação integral quando o

controle está longe do regime permanente. A ação integral é dessa maneira

ativada apenas quando certas condições pré-estabelecidas são satisfeitas,

caso contrário o termo integral é mantido constante, ou seja, a entrada do

integrador é mantida em zero. Esta condição é um valor igual ao batente de

mínimo da válvula (5%).

Segue abaixo a figura da malha de controle da circulação mínima da

bomba B-650022 já modificada com o FIC SOMA.

Figura 27. Esquema da Malha de Controle da Circulação Mínima da Bomba B-650022

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4. Contribuições do Trabalho O ajuste do controlador permitiu que a segurança de operação da

bomba fosse garantida - vazão mínima para que o selo não se rompa.

A melhoria deste controlador com a implementação de um novo

controlador (FIC SOMA) que recebe dados das duas correntes (que juntas

correspondem à vazão total da bomba) para comparar com seu set-point, além

de garantir a especificação de operação da bomba, possibilitou também a

otimização da atuação do controlador repercutindo na minimização de gastos

energéticos desnecessários.

6.3.5 Estudo do Impacto da Concentração de Óleo Vegetal na carga da

Unidade de Hidrotratamento

Supervisão: Eng. Christian Camaratta

Eng. Alex Sandro Reginato

1. Objetivo

Verificar o impacto na concentração da carga da UHDT, devido ao envio

de diesel da Unidade de Destilação Atmosférica (U-01) para a Unidade de

Hidrotratamento ao deslocar o inventário de óleo vegetal presente na linha.

Os resultados gráficos obtidos não foram disponibilizados.

2. Descrição do Problema A especificação de diesel na refinaria conta com diferentes correntes

que apresentam distintas características. Para se obter as especificações

desejadas (diesel exportação) é necessário efetuar a mistura dessas correntes.

Sendo assim, a corrente de diesel proveniente da Unidade de Destilação

Atmosférica (U-01) pode ser enviada para a UHDT. Outra razão pela qual se

desvia a corrente de diesel da U-01 para a UHDT, é quando os vasos de

secagem de diesel estão desativados em função da troca do sal utilizado para

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tal processo, necessitando enviar o diesel para tratamento na UHDT. Para que

o desvio seja efetivado é utilizada a mesma linha q envia óleo vegetal para

UHDT para a produção de H-Bio. Como o óleo vegetal inflencia diretamente o

consumo de hidrogênio na unidade de hidrotratamento, é necessário avaliar

quanto este volume presente na linha (representado pela linha amarela na

figura 25) afetaria a concentração da carga do HDT e no consumo de

hidrogenio da unidade.

Figura 28. Esquema das Linhas de Carga da UHDT

3. Desenvolvimento Primeiramente, foi efetuado um balanço da concentração de óleo

vegetal no vaso V-700001, a partir do qual se desenvolveu a equação para a

Função Transferência do processo, com a qual se gerou um perfil gráfico da

concentração de óleo vegetal no vaso com o decorrer do tempo em um

ambiente de simulação.

4. Memorial de Cálculo

Variação da concentração de óleo vegetal no vaso V-700001:

V)CC(F

dtdC ovoveeov −

=

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Rearranjando:

)CC(dt

dCFV

ovoveov

e−=

Como eF

V=τ então,

ovoveov CC

dtCd

∆−∆=∆

τ

Passando para o domínio da freqüência aplicando a Transformada de

Laplace:

)s(C)s(C)s(C.s ovoveov ∆−∆=∆τ

Rearranjando obtém-se:

1s1

)s(C)s(C

ove

ov+τ

=∆∆

a qual é a equação da Função Transferência do processo.

Considerando que o volume do vaso (volume útil) é igual a V= 30,38 m3

e a vazão de entrada é igual a Fe=170 m3/h, conforme dados operacionais,

tem-se que:

h178,0170

38,30FVe

===τ

Logo:

1s178,01

)s(C)s(C

ove

ov+

=∆∆

Uma vez equacionada a função transferência do processo e calculados

seus parâmetros (constante de tempo - τ ) seguiu-se para o esboço do perfil da

concentração de óleo vegetal em função do tempo, com o auxílio da ferramenta

Simulink® contida no software Matlab®.

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5. Contribuições do Trabalho Com esse estudo pôde-se inferir a influência da concentração do

inventário de óleo diesel presente na linha e verificar o impacto da mesma. De

acordo com os resultados obtidos, concluiu-se que a concentração e o tempo

de residência do óleo vegetal no vaso pouco afetaria a mistura da carga e sua

especificação.

6.4 Participação em Cursos

A realização de atividades extras, como a participação em cursos e

palestras, promove uma maior integração do estagiário com a empresa, e

contribui com aprimoramento do aprendizado e complementação da vida

acadêmica. Essas atividades serão descritas a seguir.

Curso de Integração da REFAP – S/A

As atividades do estágio tiveram início com a participação no curso de

Integração da Refap, com carga horária de 8 horas. Neste curso foram

apresentadas noções de segurança da empresa e procedimentos a serem

seguidos em caso de emergências (vazamentos de gases, incêndios e outros

riscos). Curso Segurança no Trabalho em Espaço Confinado NR-33

Espaço confinado é todo ambiente fechado não projetado para

ocupação humana, onde há ausência ou deficiência de oxigênio, grande risco

de acidentes e dificuldade de acesso e locomoção.

O curso de Segurança do Trabalho em Espaços Confinados é uma

capacitação exigida antes da entrada de pessoas em qualquer tipo de

equipamento ou demais espaços considerados confinados. A participação no

curso aconteceu nos dias 16 e 17 de Agosto de 2007 e teve a duração de 16

horas.

Neste curso, ministrado por um Técnico de Segurança no Trabalho,

foram abordados os seguintes itens:

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- Definições de espaços confinados;

- Reconhecimento de riscos;

- Avaliação de riscos;

- Controle de riscos;

- Sinalização para identificação de espaços confinados;

- Funcionamento de equipamentos utilizados;

- Procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e Trabalho (PET);

- Descrição dos possíveis cenários de acidentes;

- Proteção respiratória, uso de equipamentos de suprimento de ar para

respiração humana e uso de máscaras;

- Noções de resgate;

- Descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros;

- Avaliação Inicial da vítima;

- Sistemática ABCDE;

- Parada Cardio-Respiratória (PCR) e Reanimacão Cardio-Pulmonar

(RCP)/ Prática de Atendimento de PCR.

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7. CONCLUSÃO Desde a integração na empresa até as atividades específicas do

programa de estágio executadas, pôde-se aprender muito e consolidar os

conhecimentos teóricos adquiridos durante a faculdade.

Porém, especificamente, com as atividades realizadas é que foi possível

vivenciar os atributos de um Engenheiro, resolvendo problemas e trocando

idéias e conhecimentos com outras pessoas. Foi muito interessante esta

experiência tanto para o crescimento profissional quanto para o pessoal, pois

se puderam perceber as habilidades e os pontos a melhorar, além de ter

servido como uma primeira experiência profissional.

A Refinaria Alberto Pasqualini forneceu todo o suporte necessário para

um bom aproveitamento do estágio, e juntamente com a Universidade Federal

de Santa Catarina tornou possível a realização deste naquela empresa,

estabelecendo um convênio entre a universidade e a empresa, o que

certamente contribuiu muito para se ter um estágio organizado e proveitoso.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• STEPHANOPOULOS, G. Chemical Process Control. PTR Prentice Hall, 1984

• As demais fontes de pesquisa foram textos e apresentações internas da

REFAP – S/A. Como não são publicações, não constam detalhadas nesta seção.