DESMONTE Mais cortes na Caixa · COMPlICADO O comportamento de Sérgio Moro, que de-fende com unhas...

4
www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país REUNIÃO COM OS BANEBIANOS AMANHÃ, ÀS 18h, NO SINDICATO Edição Diária 7285 | Salvador, quarta-feira, 30.08.2017 Presidente Augusto Vasconcelos DESMONTE Itaú está de olho na privatização do BB Ajuste de Temer falha. Rombo é de 20 bilhões Página 2 Página 4 Mais cortes na Caixa MANOEL PORTO Um presente de grego. No Dia do Bancário, 28 de agosto, a Caixa anunciou o fechamento de mais agências. Em Salvador, vão encerrar as atividades as unidades de Campinas de Pirajá e Paripe. O governo Temer segue com tudo com o desmonte do banco público. Página 3 De surpresa, Caixa anunciou o fechamento de agências em claro desrespeito aos empregados e à população

Transcript of DESMONTE Mais cortes na Caixa · COMPlICADO O comportamento de Sérgio Moro, que de-fende com unhas...

Page 1: DESMONTE Mais cortes na Caixa · COMPlICADO O comportamento de Sérgio Moro, que de-fende com unhas e dentes o amigo advogado, Zucolotto Júnior, e admite ter ligado para ele, a fim

www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

REUNIÃO COM OS BANEBIANOSAMANHÃ, ÀS 18h, NO SINDICATO

Edição Diária 7285 | Salvador, quarta-feira, 30.08.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

DESMONTE

Itaú está de olho na privatização do BB

Ajuste de Temer falha. Rombo é de 20 bilhões

Página 2 Página 4

Mais cortes na CaixaManoel porto

Um presente de grego. No Dia do Bancário, 28 de agosto, a Caixa anunciou o fechamento de mais agências. Em Salvador, vão encerrar as atividades as unidades de Campinas de Pirajá e Paripe. O governo Temer segue com tudo com o desmonte do banco público. Página 3De surpresa, Caixa anunciou o fechamento de agências em claro desrespeito aos empregados e à população

Page 2: DESMONTE Mais cortes na Caixa · COMPlICADO O comportamento de Sérgio Moro, que de-fende com unhas e dentes o amigo advogado, Zucolotto Júnior, e admite ter ligado para ele, a fim

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 30.08.20172 DESMONTE

Reestruturação contou com “ajuda” do banco privadoROSE [email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Itaú quer a privatização do BB

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano medeiros - Reg. mTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose lima - Reg. mTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz leal - Reg. mTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto - Reg. SRTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

NO BRASIl de Temer, os inte-resses privados estão sempre acima dos públicos. Uma grave denúncia indica que o Itaú está por trás do desmonte do Banco do Brasil. A intenção seria pre-parar a instituição financeira, que há bem pouco tempo era a maior da América Latina, para a privatização.

De acordo com as informa-ções, no ano passado o governo contratou, sem licitação, a empre-sa Falconi Consultores de Resul-tados para fazer as mudanças no BB. Detalhe: o conselho adminis-trativo da consultoria tem como

um dos membros Pedro Morei-ra Salles, na época presidente do Conselho de Administração do Itaú e hoje presidente do Conse-lho Diretor da Febraban.

O resultado da reestrutura-ção feita pela Falconi foi desas-troso para o país. Entre as me-didas, redução do número de agências (402 unidades foram

fechadas), extinção de pos-tos de trabalho (eliminação de 9.400 vagas) e redução da mas-sa salarial dos funcionários. Cerca de 4 mil tiveram queda na remuneração.

Mas, não é só o Banco do Bra-sil que a Falconi está destruin-do. A empresa também está na Petrobras e na Eletrobras. Esta

última já em fase de venda, mesmo lucrativa (em 2016 obte-ve ganho de R$ 3,4 bilhões e no primeiro semestre deste ano, R$ 1,7 bilhão) e fundamental para a população, assim como o Ban-co do Brasil que, como uma em-presa pública, deve fomentar o desenvolvimento econômico e social do país.

Má repercussão no Mercosulitens da lei trabalhista podem ser anuladosO PROCURADOR-GERAl da República, Rodrigo Janot, apre-sentou uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ao Supremo Tribunal Federal para anular dispositivos da reforma trabalhista imposta por Temer.

A proposta que modificou a

CLT (Consolidação das Leis Tra-balhistas), além de retirar direitos do trabalhador, vai de encontro à democracia e impõe restrições ao acesso gratuito à Justiça do Tra-balho para aqueles que não têm renda suficiente para arcar com os custos das ações.

A NOvA legislação trabalhista ganha força negativa interna-cionalmente. O Uruguai vai pedir uma reunião no Mercosul (Mercado Comum do Sul) para debater os riscos da reforma no bloco econômico.

Para o chanceler Rodolfo Nin Novoa, a lei corta direitos e vai de encontro às regras de compe-

Reestruturação do Banco do Brasil atende exclusivamente ao grande capital e prejudica bancários e sociedade

titividade dentro do Mercosul, composto também por Brasil, Argentina, Paraguai e Venezue-la, diante da Declaração Sócio--Laboral, assinada em 2015.

A repercussão negativa mos-tra o quanto é perigosa a polí-tica neoliberal. A iniciativa do Uruguai é importante para não desfavorecer o trabalhador.

Manoel porto - arquivo

Page 3: DESMONTE Mais cortes na Caixa · COMPlICADO O comportamento de Sérgio Moro, que de-fende com unhas e dentes o amigo advogado, Zucolotto Júnior, e admite ter ligado para ele, a fim

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quarta-feira, 30.08.2017 3DESMONTE

A medida faz parte da estratégia de sucateamento dos bancos públicosREDAçãO [email protected]

em Salvador, deixam de prestar atendimento à população as agências de Campinas de pirajá e paripe

joão ubaldo - arquivo

Caixa vai fechar agências na bahia

PRIMEIRO foi o Banco do Brasil. Agora, a Caixa. Em mais uma postura autoritária, o governo Temer ignora os apelos dos em-pregados e da sociedade e anuncia o fecha-mento de diversas agências na Bahia. De acordo com informativo distribuído aos clientes, as unidades encerram as ativida-des até o fim de setembro.

Em Salvador, deixam de prestar atendi-mento à população as agências de Campi-nas de Pirajá e Paripe, localizadas em re-giões periféricas da capital, e que atendem muita gente carente, sobretudo beneficiá-rios do Bolsa Família.

O clima entre os empregados é de muita tristeza. Quem conta é o diretor do Sindi-cato dos Bancários da Bahia, Álvaro Quei-ros, que esteve nas duas unidades que vão fechar e na agência da Praça da Revolução, que vai receber a demanda de Paripe. O lo-cal que já vive superlotado deve ficar ainda pior. A entidade estuda providências.

A medida é parte do processo de des-monte das empresas públicas, imposta pelo governo de Michel Temer que trabalha para minimizar o papel do Estado e maximi-zar o mercado. O Sindicato dos Bancários da Bahia repudia a medida e vai continuar agindo em defesa dos bancos públicos e dos interesses da sociedade brasileira.

TRT volta a julgar contratações dos aprovadosHOjE, o Tribunal Regional do Trabalho de Brasília volta a julgar a ação civil pública sobre a falta de contratação dos aprovados em concurso da Caixa. O processo esta-va paralisado desde junho, quando dois desembargadores pediram vistas. Impor-tante lembrar que a matéria já tem parecer da juíza Nathália Rodrigues favorável aos

trabalhadores. O momento é crítico nas agências da

Caixa. A falta de pessoal transforma a vida dos empregados em estresse, sobrecar-ga de trabalho e adoecimentos. Mas tudo isso seria resolvido se houvesse boa vonta-de. Basta a instituição financeira cumprir o acordo coletivo e convocar os aprovados

do concurso de 2014.O difícil é a direção de Gilberto Occhi,

aliado de Temer, ceder. É bom lembrar que, dos 32.879 mil aprovados no concur-so, menos de 8% foram admitidos. A situa-ção piorou depois dos sucessivos planos de aposentadoria. Cerca de 10 mil empregados deixaram o banco.

Governo exclui 352 mil do Bolsa FamíliaO GOvERNO dos mais ricos está mesmo liquidando os ganhos sociais promovidos pelo governo Lula e Dilma. Agora, Michel Temer excluiu 352 mil famílias do Bolsa Família, programa que retirou 28,6 mi-lhões de pessoas da extrema pobreza entre 2004 e 2014.

Se for contabilizado que cada família be-neficiada tem em média dois filhos, o total de crianças que perdem com a decisão de Temer é de 700 mil. Total equívoco em ape-nas um ano de governo.

Além de reduzir as desigualdades, o Bolsa Família tem efeito positivo para a economia brasileira, ao colocar mais di-nheiro para consumo no mercado. A con-sequência, segundo o Banco Mundial, é de que haja retorno entre 2,5 milhões e 3,6 milhões de brasileiros para a extrema pobreza ainda este ano. Ou seja, famílias que terão renda per capita máxima de R$ 140,00. Lamentável. Sobrecarga de trabalho e déficit de bancários nas agências da Caixa é denunciada pelo Sindicato

Entre 2,5 milhões e 3,6 milhões de brasileiros

devem voltar para a extrema pobreza ainda

este ano. Decisão de Temer é um equívoco

Page 4: DESMONTE Mais cortes na Caixa · COMPlICADO O comportamento de Sérgio Moro, que de-fende com unhas e dentes o amigo advogado, Zucolotto Júnior, e admite ter ligado para ele, a fim

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 30.08.20174

SAQUE

BRASIl

Política da equipe de Temer aprofunda crise econômica ANA BEATRiz lEAl [email protected]

rombo histórico nas contas

vENDIDO pela mídia comer-cial e pelas elites como o sal-vador da pátria, Temer mostra que, em um ano de governo,

tudo realmente mudou, para pior. As contas do governo re-gistraram déficit primário de R$ 20,15 bilhões em julho, o pior resultado para o período desde 1997.

No acumulado dos sete pri-meiros meses de 2017, o rombo foi de R$ 76,27 bilhões, também o pior cenário para o período. Os péssimos números são refle-xo, também, da desaceleração

Falar mal de político na internet pode dar cadeiaUM PROjETO de lei quer pu-nir com até seis anos de prisão quem falar mal de políticos na internet. A proposta é do de-putado federal, Claudio Ca-jado (DEM-BA) e deve ser apresentada em setembro à Câmara Federal.

O texto prevê também o jul-gamento criminal dos provedo-res e portais responsáveis pela hospedagem de sites que conte-nham ofensas aos parlamenta-res, caso a página não saia do ar após as críticas.

Se, por exemplo, alguém

criar um perfil falso em uma rede social que ironize um par-lamentar, tanto o criador da página como a própria rede so-cial pode ser acusado de injúria e difamação.

Em meio a uma crise políti-ca em que o governo sem moral nenhuma aprova medidas que impõem perdas históricas aos brasileiros, além dos constan-tes escândalos de corrupção, o projeto é, sem dúvidas, uma censura àqueles que se opuse-rem contra o posicionamento de um político.

da economia. Os dados são da Secretaria do Tesouro Nacional. O conceito primário conside-ra receitas e despesas, mas não gastos com juros.

Para fechar as contas, o go-verno tem cortado investimen-tos em áreas essenciais para o desenvolvimento do país, com saúde e educação, programas sociais e apontado para o cami-nho da privatização. Temer pre-

vê uma carteira de 58 projetos que serão incorporados ao PPI (Programa de Parcerias de In-vestimentos) para serem colo-cados à venda ou concedidos ao setor privado.

Contas do governo registraram déficit de r$ 20 bilhões no mês de julho

GRAvÍSSIMAS Com inteira razão, o deputado federal Wa-dih Damous cobra do Ministério Público e do Congresso Na-cional uma investigação sobre as denúncias de que o advogado Carlos Zucolotto Júnior, amigo pessoal de Sérgio Moro, teria vendido redução de penas e de multas na Lava Jato. As acusações são gravíssimas, pois colocam no centro do escândalo o juiz que comanda a maior operação da história do Brasil, com reflexos devastadores nas esferas política e econômica.

COMPlICADO O comportamento de Sérgio Moro, que de-fende com unhas e dentes o amigo advogado, Zucolotto Júnior, e admite ter ligado para ele, a fim de combinar os termos da resposta à Folha de São Paulo, são elementos complicadores. Os adversários e inimigos do juiz argumentam ser dele a responsa-bilidade pela definição de penas e multas na Lava Jato. Também lembram a tese do domínio dos fatos, usada contra o PT.

TODOS? Indiferente às denúncias de que o grande amigo, ad-vogado Carlos Zucolotto Júnior, teria vendido sentenças na Lava Jato, o juiz Sérgio Moro desfila na mídia, bem ao estilo paladino da moralidade, no pré-lançamento do filme A lei é para todos. Fica a pergunta: todos quem? Temer, Aécio, Serra, Loures, Padi-lha, Jucá, estão todos aí, impunemente. A lei no Brasil só é usada contra os pobres e os que não apoiam o golpismo e o projeto neoliberal.

ACIMA Os juízes federais Sérgio Moro e Marcelo Bretas, que parecem juntinhos, no pré-lançamento do filme A lei é para to-dos, são ferrenhos defensores da proposta de que juízes e procu-radores não sejam alcançados pela lei do abuso de poder. Quer dizer, não se incluem entre “todos”. Se veem como os predesti-nados a salvar o Brasil da corrupção. Moro, por exemplo, acha que não tem de dar nenhuma satisfação à nação sobre as denún-cias de favores na Lava Jato.

CARÍSSIMO Somente no mês passado, o déficit nas contas públicas chegou a mais de R$ 20 bilhões. É o maior rombo da história. Os números confirmam o altíssimo custo do golpe para o país. Melhor dizendo, para o povo, pois para o grande capital, em particular o financeiro, e para os gerentões do rentismo, os lucros têm sido fantásticos. Eles colocaram o Brasil à venda e, mesmo com preços promocionais, estão lucrando bilhões.