Deus Tânatos ( 325-300 a.c ). Conceito Conceito : tempo transcorrido desde o óbito, caracterizado...
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CRONOTANATOGNOSE
Deus Tânatos (325-300 a.c)
Cronotanatognose
Conceito : tempo transcorrido desde o óbito, caracterizado pelas modificações e transformações sofridas pelo cadáver
Fenômenos Cadavéricos :
Abióticos, avitais ou vitais negativos : _ imediatos _ consecutivos ( ou mediatos )
Transformativos : _ destrutivos _ transformadores
Fenômenos Abióticos 1) Imediatos
a) perda da consciência;
b) cessação da respiração;
c) cessação da circulação;
d) insensibilidade;
e) imobilidade;
f) abolição do tônus muscular;
g) palidez;
h) midríase
Fenômenos Abióticos
2) Consecutivos ( ou mediatos) :
a) desidratação tegumentar;
b) esfriamento do corpo (algor mortis);
c) livores hipostáticos;
d) rigidez
Fenômenos Transformativos
1 ) Destrutivos :
a) autólise;
b) putrefação;
c) maceração
Fenômenos Transformativos
2) Conservadores :
a) saponificação;
b) mumificação;
c) petrificação ou calcificação;
d) corificação; congelação, fossilização
Sinais Imediatos de Morte
Diagnóstico diferencial : morte real X aparente
Tríade de Thoinot (ou tríade vital) :
1) parada respiratória;
2) parada cardiovascular; e
3) cessação da atividade do SNC
Sinais Imediatos de Morte
Perda do Tônus Muscular : desaparecimento das tensões de expressão da musculatura facial : facies hipocrática; dilatação das
pupilas (midríase); relaxamento do
esficter anal; abertura da boca e das
pálpebras; presença de esperma na
uretra.
Midríase e Petéquias conjuntivais
Sinais Consecutivos de MorteDesidratação Cadavérica :
É mais intensa em fetos, RN e crianças;
Pergaminhamento da pele;
Desidratação do Globo ocular :
tela viscosa (3 a 4hs após o óbito);
ou perda da tensão ocular (sinal de Louis) – mais de 8hs do óbito
mancha esclerótica (sinal de Sommer e Larcher) -
deformação da pupila a pressão digital (sinal de Ripault) – mais de 8h
Sulco do Enforcado (desidratação) – laço duro
Sulco do Enforcado (desidratação) – laço mole
Sinal de Sommer e Larcher
Sinais Consecutivos de MorteEsfriamento do cadáver :
inicia-se pelos pés , mãos e face;
qto maior o tecido adiposo, maior a resistência ao esfriamento;
crianças e velhos esfriam-se mais facilmente que os adultos;
temperatura no cadáver : Reto, a 10 cm de profundidade. (37,2°C )
Esfriamento médio de 1,5°C por hora
Tempo de Morte = 37,2°C - temperatura Retal do cadáver/ 1,5 (muito variável)
Livores Hipostáticos
Podem iniciar 30 min após o óbito. Geralmente após 2 a 3 hs;
Nas primeiras 12 hs podem mudar de posição;
Também pode ser vista nos órgãos internos;
Nos dentes : pink teeth (geralmente no afogado)
Mancha de Hipóstase não fixa
Livores ou Hipóstase não fixos
Livores Hipostáticos Condições que antecipam a formação dos livores :
temperaturas mais elevadas (dilatação dos vasos)
morte rápida sem perda sanguínea ;
asfixias ;
certas intoxicações;
Fluidez do sangue
Cianose Facial - Enforcamento
Livores Hipostáticos
Condições que retardam a formação dos livores :
baixas temperaturas ;
anemias ;
morte lenta ;
diarréias, vômitos e outras causas de desidratação
HIPÓSTASES (LIVORES) EQUIMOSES
Só nos locais de declive Em qualquer local
Podem migrar (mudar posição cdv.) Não migram
Desaparecem pela pressão digital (quando não fixas : < de 12 hs do óbito)
Não desaparecem pela pressão digital
Intensidade da cor pode variar segundo a “causa mortis”
Intensidade da cor não varia segundo a “causa mortis”
Tonalidade da cor pode variar em razão da “causa mortis”
Tonalidade da cor não varia em razão da “causa mortis”
Na incisão o sangue flui Na incisão o sangue não flui
O sangue não infiltra os tecidos O sangue infiltra os tecidos
Nunca há coágulos Pode haver coágulos
O lavado do corte arrasta o sangue O lavado do corte não arrasta o sangue
Livor Visceral – pulmão D
Equimose conjuntival (asfixia)
Rigidez Cadavérica
Decorrente da supressão do oxigênio celular, impedindo a fomação de ATP, com acúmulo de ácido lático;
ATP : necessário tanto p/ contrair quanto p/ relaxar o músculo;
Lei de Nysten : progressão crânio-caudal, dos menores p/ os maiores grupamentos musculares.
Rigidez CadavéricaComeça entre 1 e 2 hs após a morte,
generaliza-se ao redor de 8hs e começa a desfazer-se por volta de 24hs.
Inicia-se pela mandíbula pescoço músculos do tórax MMSSabdome MMII
Não ocorre apenas nos músculos estriados !!!
Rigidez CadavéricaCondições que retardam o aparecimento :
frio (retarda o aparecimento e prolonga a duração),
crianças, RN, natimortos;
corpos edemaciados;
asfixias mecânicas por afogamento e enforcamento;
doenças crônicas e caquexia
secção de nervos ( ex. nervo ciático)
morte natural, rápida ou violenta (demora para instalar e duram mais)
Rigidez CadavéricaCondições que aceleram o aparecimento :
calor ambiente;
passagem de corrente elétrica em um membro;
asfixias e anemias agudas (aparecem cedo e duram menos)
intoxicação po CO
exercícios intensos, convulsões, hipertermia
Rigidez Cadavérica
Pouca intensa (ou imperceptível) :
_ Crianças pequenas, RN, idosos ou caquéticos
A rigidez cadavérica instala-se sempre após um relaxamento prévio !!!
Espasmo Cadavérico
Fenômenos Transformativos Destrutivos
Autólise :
Mais intensa em tecidos ricos em enzimas; é um fen. anaeróbico
Não é putrefação;
É um processo auto-destrutivo, enzimático, das céls e tecidos;
Não há interferência bacteriana;
É o mais precoce dos fenômenos cadavéricos; pH ácido
A córnea (avascular) não sofre ação inicial da autólise
Fenômenos Transformativos Destrutivos
A decomposição cadavérica inicia-se logo após a morte com a autólise (ação proteolítica, autógena), mas a putrefação (ação proteolítica exógena) inicia-se c/ 18 a 24 hs após o óbito, em condições ideais;
Fenômenos Transformativos Destrutivos
Putrefação :
Não é um processo destrutivo resultante do evento morte apenas;
exemplos : cadáveres submetidos a baixas temperaturas, uso de substâncias antissépticas, feto com morte intra-útero, etc, não entram em putrefação
Putrefação
Fenômenos Transformativos Destrutivos
Putrefação :
é o intestino o ponto inicial (ceco) – exceção: fetos e RN;
Abdome : primeiros sinais da putrefação, com a manha verde abdominal;
mais rápida em RN , crianças , obesos, vítimas de grandes infecções ou mutilações;
Retardam a putrefação : ATB, arsênio
Fenômenos Transformativos Destrutivos
Putrefação :
A temperatura muito alta ou baixa pára a marcha da putrefação. Abaixo de 0 °C não se inicia
Ar : mais rápida (1ª); 8 x mais rápido que no solo
Água : intermediária (2ª); 2 x mais lenta que no ar
Solo ( enterrado) : mais lento (3ª)
Fenômenos Transformativos Destrutivos
Exemplo hipotético (c/ muitas variáveis) :
esqueletização :
36 meses - enterrado (inumado);
4,5 meses - ao ar livre;
9 meses - submerso
Fenômenos Transformativos Destrutivos
Putrefação :
Bactérias endógenas aeróbias : primeiras a iniciarem o processo : Baccilus sp, Proteus sp ;
Bactérias aeróbias facultativas; Bactérias anaeróbias : Clostridium sp (principal)
Sem relação c/ a Putrefação : bacilo tífico, estreptococo, cianuretos, arsênio
Fenômenos Transformativos Destrutivos
Putrefação :
_ período cromático (de coloração);
_ período gasoso (enfisematoso);
_ período coliquativo (de liquefação);
_ período de esqueletização
Período Cromático da Putrefação
Inicia-se pela Mancha Verde Abdominal – localizada na fossa ilíaca direita (ceco);
MVA : surge entre 20 a 24 hs após o óbito; duração : 7 a 12 dias
HIDROGÊNIO SULFURADO
+ SULFOMETEMOGLOBINA
HEMOGLOBINA
Período Cromático da PutrefaçãoMancha Verde Abdominal :
Inicia-se no Ceco :
parte mais dilatada e livre do intestino grosso ;
Acumula maior quantidade de gases ;
Mais próxima da parede abdominal
exceções : fetos, afogados, feridas penetrantes, etc
Período Cromático da Putrefação
Mancha Verde Abdominal :
estende-se a todo o corpo depois do 3º ao 5º dia de óbito e sua tonalidade se acentua cada vez mais, dando uma coloração verde-enegrecida ao corpo
Putrefação
Putrefação
Período Enfisematoso da Putrefação
Em torno de 48 hs do óbito ;
gases da putrefação : bolhas na epiderme com conteúdo líquido hemoglobínico;
aspecto gigantesco do cadáver (posição do lutador ou “boxer”- ge > 48hs de morte), com descolamento da epiderme ;
gases fazem com que o sangue fuja p/ periferia : Circulação Póstuma de Brouardel ( 48 a 72 hs de óbito)
Posição do “Boxer” e Flictema post mortem
Posição do “Boxer”
Pseudoereção Peniana
Putrefação – exoftalmia e protusão da língua
Putrefação
Período Enfisematoso da PutrefaçãoFLICTEMAS PUTREFATIVAS FLICTEMAS DE QUEIMADOS
Sem reação vital em volta Com reação vital em volta
Sem congestão no fundo Fundo congesto, de cor avermelhada
O conteúdo líquido é um transudado
O conteúdo líquido é um exsudado
O conteúdo não apresenta teor protéico
O conteúdo contém proteínas
Período Enfisematoso da Putrefação
Fase do pior odor ;
Gases inflamáveis (Hidrogênio e Hidrocarbonetos) : do 2º ao 4º dia de putrefação ;
Mulheres grávidas : pode ocorrer parto post mortem
Descolamento da Epiderme
Período Coliquativo ou de Liquefação
Ocorre dissolução pútrida do cadáver ;
Geralmente após 3 semanas do óbito ;
Acúmulo de líquido chamado putrilagem ;
Não é a fase de pior odor ;
Surge grande número de larvas e insetos ;
Período Coliquativo
Período Coliquativo
Período de Esqueletização
Destruição dos últimos ligamentos e tendões : de 3 a 5 anos
Esqueletização em Face
Esqueletização em Face
Fenômenos Transformativos Conservadores
Mumificação :
- Natural : clima quente e seco (6% umidade, > 40°C e muita ventilação) ;
- Artificial : formolização do cadáver;
- Misto
Fenômenos Transformativos Conservadores
Mumificação :
favorece : RN, idosos, caquéticos, dçs. consumptivas, hemorragias maçiças (diminuição do cont. líquido), intox. por arsênio, estricnina, antimônio
geralmente quando há Mumificação não há Saponificação ;
conserva forma, traços fisionômicos e até a imp. digital
Fenômenos Transformativos Conservadores
Saponificação (ou Adipocera):
ambiente úmido e c/ escassa ventilação
geralmente mais de 6 sem de morte
condições especiais : solo argiloso
tem que haver uma fase inicial de putrefação;
quando há Saponificação e Mumificação não há esqueletização ;
Fenômenos Transformativos Conservadores
Saponificação (ou Adipocera) :
crianças bem nutridas e obesos : mais propensos ;
inicia-se 2 meses (inumação) e completa c/ 1 ano ;
conserva traços fisionômicos, impressões digitais, vestígios de violência, etc
Fenômenos Transformativos Conservadores
Calcificação ( ou petrificação) ;
Corificação ;
Congelação ;
Fossilização