Diabetes

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Bruna Lemos Maria Cecília Palloma Araújo Renata Carvalho Wyshyllen Yessika Universidade Federal de Alagoas Faculdade de Nutrição Nutrição do Adulto e do Idoso

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Bruna Lemos Maria Cecília

Palloma Araújo Renata Carvalho

Wyshyllen Yessika

Universidade Federal de Alagoas Faculdade de Nutrição

Nutrição do Adulto e do Idoso

Contexto Histórico

Grécia

A denominação de diabetes deve- se a Araeteus

(Sec. II d.C);

Palavra de origem grega, significa passar através

de um sifão;

O termo diabetes tem mais de uma acepção em

grego deriva de “diabaino”, significa "manter as

pernas afastadas“ (SKINNER, 1961).

Egito

A primeira descrição do diabetes está no papiro

Ebers. Acredita-se que este documento tenha sido

elaborado em torno de 1500 AC.

Características: emagrecimento, polidipsia e

poliúria.

Índia

Por volta de 500 anos a.C., médicos indianos teriam

sido os primeiros a detectar a provável doçura da

urina de pacientes com diabetes;

Inglaterra

Willis, no século XVII, e Dobson, no século XVIII, na

Inglaterra confirmaram a doçura da urina de

pacientes com diabetes;

Cullen no séc. XVIII (1769), sugeriu o termo mellitus (mel, em latim) e também diferenciou tipos de diabetes: mellitos e insipidus;

A origem pancreática do diabetes mellitus foi comprovada por Mering e Minkowski, em 1889, pela extirpação do pâncreas no cão (SKINNER, 1961) enquanto a origem hipofisária do diabetes insipidus tornou-se conhecida no início do século XX, graças aos trabalhos de Frank, Cushing, Limmonds e outros (BLOTNER, 1951)

Lanceraux e Bouchardat, em meados do século XIX,

sugeriram a existência de dois tipos de diabetes:

um em pessoas mais jovens

outro em pessoas com mais idade

Diabetes mellitus

Quando se diz simplesmente “diabetes” subentende-se que se trata de diabetes mellitus;

Dada a importância e a alta prevalência deste existe uma tendência de simplificação da linguagem, abandonando-se o qualificativo latino mellitus ou seus equivalentes em português (melito, sacarino ou açucarado);

Formas especiais de diabetes recebem qualificativos próprios, como juvenil, do adulto, secundário, latente, bronzeado, aloxânico (experimental), renal, etc.

Conceito

Diabetes mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo

heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum

a hiperglicemia, a qual é o resultado de defeitos na ação da

insulina, na secreção de insulina ou em ambas (Sociedade

Brasileira de Diabetes).

Relembrando...

de glicose no sangue

Classificação

Segundo a classificação proposta pela Organização Mundial

da Saúde (OMS) e pela Associação Americana de Diabetes

(ADA), a DM inclui quatro classes clínicas:

e outros tipos específicos de DM

Diabetes mellitus Tipo I

Classificação

Autoimune: resultado da destruição das células

beta pancreáticas levando a deficiência de

insulina;

Idiopático: não há marcadores de autoimunidade

contra as células beta.

DM Tipo I Autoimune

É uma doença multifatorial dependendo da interação entre a resposta imunológica, fatores genéticos predisponentes e influência do meio-ambiente na destruição das células-beta produtoras de insulina;

5 a 10% dos casos;

Mais comum em crianças e adultos jovens;

Marcadores imunológicas da destruição das células beta incluem os auto anticorpos contra as células das ilhotas (ICA), contra a insulina (IAA), contra a descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD65) e tirosina-fosfatases (IA-2 e IA-2 β);

O principal auto-antígeno envolvido na patogenia do DM1 é o ácido glutâmico descarboxilase;

A resistência à insulina poderia participar como um acelerador do desenvolvimento da doença;

Diabetes autoimune latente do adulto evolução lenta.

Sinais e Sintomas

Diabetes mellitus tipo II

90 a 95% dos casos;

Defeitos na ação e secreção da insulina;

Fatores genéticos e ambientais estão envolvidos com o

surgimento da doença, que pode levar anos para se manifestar;

A maioria dos pacientes apresentam sobrepeso ou obesidade;

Os pacientes não dependem de insulina exógena para

sobreviver.

Apresenta-se como uma das maiores ameaças à

saúde pública do século 21;

Alterações no comportamento humano e no estilo

de vida, associadas à globalização, resultaram em

um aumento dramático de sua prevalência e

incidência mundiais.

Algumas causas de resistência à Insulina:

• Obesidade/excesso de peso (especialmente excesso de adiposidade

visceral);

• Excesso de glicocorticoides (síndrome de Cushing ou terapia com esteroides);

• Excesso de hormônio de crescimento;

• Gestação, diabetes gestacional;

• Doença do ovário policístico;

• Lipodistrofia (adquirida ou genética, associada a acúmulo de lipídios no

fígado);

• Autoanticorpos ao receptor de insulina;

• Mutações do receptor Y ativador do proliferador de peroxissoma;

• Mutações que causam obesidade genética (mutações no receptor de

melanocortina);

• Hemocromatose (doença hereditária que causa acúmulo de ferro tecidual).

Fatores de Risco Estabelecidos para

o Desenvolvimento do Diabetes Tipo 2

> 30 anos;

Obesidade (IMC 30 kg/m²)

Histórico familiar de diabetes;

Inatividade física;

Glicemia de Jejum e Triglicérides total alterados;

Histórico de diabetes gestacional;

Síndrome do ovário policístico;

Características Clínicas de Pacientes

Com Diabetes mellitus Tipo I e Tipo II

Característica Tipo I Tipo II

Idade na

apresentação

Geralmente < 20

anos

Geralmente > 30

anos

Massa corporal Pequena (consumida)

ou normal Obeso

Insulina plasmática Baixa ou ausente Inicialmente de

normal a elevada

Glucagon plasmático Elevado Elevado

Glicose plasmática Aumentada Aumentada

Sensibilidade à

insulina Normal Reduzida

Diabetes Gestacional

É definido como qualquer grau de intolerância à glicose com início ou primeira detecção durante a gravidez;

Pode ocorrer em 1 a 14% das gestações e, em geral, é diagnosticado na segunda metade da gravidez;

Deve-se reavaliar pacientes com DM gestacional 4 a 6 semanas após o parto e reclassificá- las como apresentando DM, glicemia de jejum alterada, tolerância à glicose diminuída ou normoglicêmica.

Outros tipos específicos de

diabetes

Envolvem os defeitos genéticos das células β, os

defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do

pâncreas exócrino, endocrinopatias, diabetes

quimicamente induzido ou induzido por drogas,

infecções, formas incomuns de diabetes

imunomediado e outras síndromes genéticas,

algumas vezes, associadas ao diabetes.

Complicações do Diabetes

Complicações Agudas

Hipoglicemia resulta de erro no tratamento, envolvendo na maioria das vezes a insulinoterapia e menos frequentemente as sulfoniluréias.

Cetoacidose diabética:

estado catabólico caracterizado por deficiência grave de insulina associada à elevação do glucagon e demais hormônios contrarreguladores;

clinicamente, caracteriza-se por desidratação, hiperglicemia, acidose metabólica e cetonúria/cetonemia;

ocorre, raramente, em pacientes com DM2.

Estado hiperosmolar não cetótico (EHNC)

frequentemente ocorre em pacientes mais idosos,

quando uma doença intercorrente causa estresse

elevando os níveis dos hormônios contra-

reguladores, com aumento da produção endógena

de glicose, e capacidade de ingestão de fluidos

prejudicada.

Complicações Crônicas

A morbidade e mortalidade resultam

geralmente das complicações degenerativas

da doença, compreendendo complicações:

microvasculares retinopatia, nefropatia e

neuropatia

Macrovasculares aterosclerose e suas

sequelas (AVC, IAM, gangrena).

Pé Diabético

Consequência da insuficiência vascular (macro e microangiopatias) e neuropatia periférica e por sua frequência e gravidade merece ser ressaltada.

A pele mal irrigada facilmente se rompe formação de úlcera, pouco dolorosa, mas que pela insuficiência vascular é de difícil cicatrização, evoluindo com freqüência para infecção gangrena, que necessita de amputação de extensão variável

Diagnóstico G

licem

ia d

e J

eju

m • Os valores

de referência ficam entre 65 a 99 mg/dL

Hem

oglo

bin

a G

lica

da

• Para as pessoas sadias: entre 4,5% e 5,7%

Cur

va G

licêm

ica

• Em jejum: abaixo de 100mg/dl

• Após 2 horas: 140mg/dl

Atualmente são três os critérios aceitos para o

diagnóstico de DM com utilização da glicemia:

sintomas de poliúria, polidipissia e perda ponderal

acrescidos de glicemia casual > 200 mg/dl;

glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl (7mmol/l);

glicemia de 2 horas pós-sobrecarga de 75 g de

glicose > 200 mg/dl.

Epidemiologia

Mundo

347 milhões de pessoas no mundo tem diabetes;

Em 2012, cerca de 1,5 milhões de mortes foram

causadas diretamente pelo diabetes;

Mais de 80 % das mortes por diabetes ocorrem em

países de baixa e média renda;

A OMS estima que o diabetes será a sétima

principal causa de morte em 2030.

Vigitel

Brasil

Datasus, 2010

Incidência dos Tipos de Diabetes

Ministério da Saúde

Nº de pessoas com DM por grupo etário -1995 e

projeção para 2025

Ministério da Saúde

Problema de Saúde Pública

Ministério da Saúde

Custos das internações por DM e Hipertensão Arterial-

Brasil 1995 a 2000

Tratamento

A ciência tem evidenciado que a terapia nutricional é fundamental

na prevenção, tratamento e gerenciamento do diabetes mellitus

(BANTLE et al, 2008);

O objetivo primordial do tratamento nutricional de pacientes com

DM é manter a glicemia próxima aos valores da normalidade, pois

o controle intensivo da glicemia reduz as complicações

microvasculares;

Embora o aparecimento do diabetes tipo 1 não seja evitável, o

diabetes tipo 2 pode ser retardado ou prevenido, por meio de

modificações de estilo de vida, que incluem dieta e atividade

física;

A intervenção dietética associada à prática de atividade física

regular pode levar à redução da incidência de DM entre 58% a

91% ;

A conduta nutricional deverá ter como foco o

indivíduo;

Estratégias educacionais;

Técnicas educativas devem ser diferenciadas de

acordo com as características do indivíduo, como

idade, escolaridade e tempo de diagnóstico;

conscientização da influência das escolhas

alimentares no controle glicêmico e na prevenção

de complicações agudas e crônicas.

Recomendação de Macro e

Micronutrientes

Idoso

É importante estar atento ao ganho ou à perda de peso;

Se houver excesso de peso, é interessante a redução do VET e considerar que as necessidades de energia nessa faixa etária são menores do que em adultos mais jovens;

Associada ao plano alimentar, a atividade física pode ser benéfica para auxiliar no controle glicêmico, na perda ponderal e no aumento da massa muscular.

Referências

1. REZENDE, Joffre M de. Publicado no livro Linguagem Médica, 3a. ed., Goiânia, AB

Editora e Distribuidora de Livros Ltda, 2004. Disponível em: <

http://www.jmrezende.com.br/diabetes.htm> acesso em 20 de Nov. 2014.

2. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2013-2014/Sociedade Brasileira de

Diabetes; [organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio]. – São Paulo:

AC Farmacêutica, 2014.

3. SILVA, Maria Elizabeth Rossi da; MORY, Denise; DAVINI, Elaine. Marcadores genéticos

e auto-imunes do diabetes melito tipo 1: da teoria para a prática. Arq Bras

Endocrinol Metab, São Paulo , v. 52, n. 2, Mar. 2008 . Disponível em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-

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http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=255> acesso em 20 de Nov. 2014.

5. MARINHO, Niciane Bandeira Pessoa et al . Risco para diabetes mellitus tipo 2 e

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7. Tratado de fisiologia médica/ Guyton, ArthurC., John e Hall: tradução de Barbara de Alencar Martins... [et al.].- Rio de Janeiro: Elsevier, 2006- 4ª tiragem.

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9. Ministério da Saúde / DATASUS - Departamento de Informática do SUS. Indicadores e Dados Básicos - Brasil - 2012 IDB-2012 Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2012/matriz.htm acesso em 22 de Nov. 2014

10. Terapia Nutricional no Diabetes Mellitus. Projeto Diretrizes. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Autoria: Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. Associação Brasileira de Nutrologia. Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/9_volume/terapia_nutricional_no_diabetes_mellitus.pdf acesso em 22 de Nov. 2014.

11. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 160 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36). Disponível em: < http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_36.pdf> acesso em 22 de Nov. 2014