CAPÍTULO II

PONTOS ESSENCIAIS DO FOGO

A Chama de um isqueiro é capaz de incendiar a gasolina (combustível volátil), mas não consegue incendiar carvão coque. A explicação é simples. Normalmente as substâncias que são combustíveis só pegam fogo quando estão se transformando em gases. Isso é bastante claro para a gasolina, mas com o papel, com o tecido, parece estranho que se transforme em gases que se incendeiam. No entanto, é exatamente isso o que acontece.

CONSIDERAÇÕES

Quando o combustível se aquece pela ação do calor e começa a desprender gases que se misturam com o oxigênio (comburente), numa determinada temperatura, surgirá a chama.

Assim sendo, é muito mais fácil incendiar gasolina do que asfalto. A gasolina libera muito mais vapores que o asfalto.

PONTO DE FULGOR

É a temperatura mínima em que um combustível começa a desprender vapores que, se entrarem em contato com qualquer fonte externa de calor, se inflamam.

Nesse caso, as chamas não se mantêm, não se sustentam por não existirem vapores suficientes.

Exemplo:

Se aquecermos um pedaço de madeira, dentro de um tubo de vidro de laboratório, a uma certa temperatura, a madeira desprenderá vapor de água. Este vapor não pega fogo. Se alimentarmos a temperatura, num certo ponto, começarão a sair gases pela boca do tubo. Aproximando-se um fósforo aceso, esses gases se transformarão em chamas.

Nesse caso, as chamas não se mantêm, não se sustentam por não existirem vapores suficientes.

Assim sendo, nota-se que um combustível sólido (madeira), numa certa temperatura, desprende gases que se misturam ao oxigênio (comburente), e que se inflamam em contato com uma fonte de calor mais elevada ou.chama. Nesse

caso, o fogo não prosperará porque os gases são insuficientes, se formam em pequena quantidade.

O fenômeno observado nos indica o “PONTO DE FULGOR” da madeira (combustível sólido) e que é de 150ºC (cento e cinqüenta graus centígrados).

O “PONTO DE FULGOR” varia de combustível para combustível.

O ponto de fulgor da gasolina é de 42ºC;

O ponto de fulgor do asfalto é de 204ºC;

Como já vimos, o da madeira é de 150ºC .

PONTO DE COMBUSTÃO

No caso da madeira, se o aquecimento prosseguir, os gases continuarão a sair pelo tubo e entrando em contato com o calor da chama, se inflamarão e se manterão.

Agora, neste caso, a queima não para. Foi atingido o “PONTO DE COMBUSTÃO”, isto é: a temperatura mínima em que esse combustível sólido, sendo aquecido, desprende gases que, em contato com uma fonte externa de calor, se incendeiam, mantendo-se as chamas. No “ PONTO DE COMBUSTÃO ” , portanto, acontece um fato diferente do ponto de fulgor, ou seja, as chamas continuam,

COMBUSTÃO ESPONTÂNEA

É a propriedade que alguns materiais possuem de entrarem em combustão, mesmo que não exista uma fonte externa de calor.

A que ocorre naturalmente, sem a presença aparente de agente específico de ignição.

Exemplo: Algodão, tecidos umedecidos em óleo, etc,.

Foi atingido o “PONTO DE IGNIÇÃO” que é a temperatura mínima em que gases desprendidos de um combustível se inflamam pelo simples contacto com o oxigênio do ar.

OBS: Uma substância só queima quando atinge pelo menos o “PONTO DE COMBUSTÃO”.

Quando ela (temperatura) alcança o ponto de ignição, basta que seus gases entrem em contato com o oxigênio para pegar fogo, não havendo necessidade de chamas ou outras fontes de calor para provocar as chamas. Por isso, em incêndios onde o resfriamento é a forma de combate, o que se procura é baixar a temperatura, fazendo-a ficar a baixo do ponto de ignição.

Convém lembrar que, mesmo que o combustível esteja no ponto de combustão, se não houver chama ou outra fonte de calor, não se verificará o fogo.

OBS: Ponta de cigarro jogada na grama/fogo no mato.

(NO CAPÍTULO III, FALAREMOS SOBRE A TEORIA DO FOGO)

Rubens de Araujo LimaPolicial Legislativo Federal do SenadoEx-Bombeiro Militar do Distrito Federal