DIEGO CUNHA DA SILVA - ENGENHARIA CIVILcivil.uefs.br/DOCUMENTOS/DIEGO CUNHA DA SILVA.pdfRUFOS DO...

104
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL DIEGO CUNHA DA SILVA SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO: ESTUDO DE CASO NAS CALHAS E RUFOS DO FÓRUM FILINO BASTOS EM FEIRA DE SANTANA – BA Feira de Santana 2009

Transcript of DIEGO CUNHA DA SILVA - ENGENHARIA CIVILcivil.uefs.br/DOCUMENTOS/DIEGO CUNHA DA SILVA.pdfRUFOS DO...

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL

DIEGO CUNHA DA SILVA

SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO: ESTUDO DE CASO NAS CA LHAS E RUFOS DO FÓRUM FILINO BASTOS EM FEIRA DE SANTANA – BA

Feira de Santana

2009

DIEGO CUNHA DA SILVA

SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO: ESTUDO DE CASO NAS CA LHAS E RUFOS DO FÓRUM FILINO BASTOS EM FEIRA DE SANTANA – BA

Projeto Final II, que faz parte do projeto de

monografia, elaborado pelo acadêmico Diego

Cunha da Silva como exigência do curso de

graduação em Engenharia Civil da Universidade

Estadual de Feira de Santana, orientado pelo

professor Antônio Freitas da Silva Filho.

ORIENTADOR (A): Prof.º Me. Antônio Freitas da Silva Filho

CO-ORIENTADOR: Eng.º Me. José Mendes de Araújo

FEIRA DE SANTANA – BA

2009

DIEGO CUNHA DA SILVA

SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO: ESTUDO DE CASO NAS CA LHAS E RUFOS DO FÓRUM FILINO BASTOS EM FEIRA DE SANTANA – BA

Monografia de Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Civil do Departamento de Tecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) a ser apresentada para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Feira de Santana-Ba, 03 de setembro de 2009.

Orientador : Profº ME. Antônio Freitas Filho Universidade Estadual de Feira de Santana

Professor: Profº ME. Élvio Antonino Guimarães Universidade Estadual de Feira de Santana

Professor: Profº ME. Eduardo Antônio Lime Costa Universidade Estadual de Feira de Santana

"O caminho da verdadeira vitoria

é sempre árduo e cheio de

surpresas desafiadoras que

determinarão o desenvolvimento

de nossos potenciais inatos

garantindo a evolução do nosso

espirito eterno." Zíbia Gasparetto.

Aos meus pais, irmãos,

família e amigos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado o dom e a vida neste local em

que vivemos.

Aos meus pais Liberato Alves (eternamente presente) e Joselita Cunha por

terem me dado a oportunidade de estudar e o apoio constante independente de

qualquer circunstância. E foi com eles que aprendi a ser honesto e humilde, com os

seus ensinamentos maravilhosos.

Aos meus irmãos, Waguito que é engenheiro e me deu todo o apoio para fazer

o curso e hoje atua como se fosse o meu pai, a Leane minha irmãzinha que também

me prestou apoio durante todo momento.

A minha noiva, pela paciência, tolerância, incentivo, pois nos dias de “sufoco”

(fim de semestre) na UEFS não foram fáceis, além do companheirismo e apoio

sempre, o que é fundamental.

A todos os meus familiares, tios, tias, primos, avós, sem exceção que

prestaram apoio durante esta luta.

Aos grandes amigos da UEFS de resenhas e estudo, como Eduardo Chagas,

Paulo Martins, Valdek Pedro, Marcelo Dantas, Hugo Moreira, João Torres e Tiago

Santos, obrigado pelo apoio de todos. E ainda as “engenheiros meninas” que

também prestaram apoio e solidariedade como Flávia Canário, Analice Costa e

Ludmila.

Ao professor Antônio Freitas, que desde Projeto I vem fazendo uma boa

orientação e passando parte dos seus conhecimentos, além de dar incentivo à

pesquisa e o apoio bastante significativo.

Ao engenheiro João Eustórgio Cedraz, pelo apoio que foi meu orientador no

primeiro momento desta linha de pesquisa.

Ao engenheiro José Mendes de Araújo, pela oportunidade que me deu de fazer

o estudo de caso perante a sua empresa, que trouxe ganhos significativos para o

meu conhecimento técnico. E, além disso, o apoio em materiais didáticos que me

forneceu para realização e conclusão deste estudo, portanto ele foi na verdade o co-

orientador.

RESUMO

Os sistemas de impermeabilização em calhas e rufos é tão importante quanto

em áreas laváveis e molhadas, que visa prevenir a infiltração por umidade

principalmente. Impermeabilização de um modo geral é o ato de tornar algum

material, área ou objeto impermeável ou estanque. Portanto, o presente trabalho

visa descrever os tipos de tecnologias modernas de impermeabilização de acordo

com as respectivas normas técnicas vigentes, e enfatizar a importância do

acompanhamento técnico no processo de impermeabilização em calhas e rufos em

edifícios. Além disso, abordar os principais aspectos de execução do sistema de

impermeabilização em calhas e rufos na cobertura do edifício do Fórum Filinto

Bastos situado na cidade de Feira de Santana – BA, de acordo as normas técnicas

da ABNT. Este estudo foi realizado primeiro através de uma revisão bibliográfica,

para melhor explicitação do assunto, e no segundo momento um estudo de caso nas

calhas e rufos na cobertura do edifício do Fórum FIlinto Bastos. O local de estudo

estava com as calhas bastante deterioradas e os rufos apresentavam a ausência de

impermeabilização, pois foram observadas in loco várias manifestações patológicas

provocadas pela umidade como: mofo, goteiras e manchas nas lajes, manchas nas

paredes, oxidação do aço da estrutura da laje e também nas tubulações de aço.

Portanto, foi realizada a impermeabilização nestas calhas e rufos, por uma empresa

especializada. A empresa de impermeabilização aplicou o sistema de acordo com as

normas técnicas, NBR 9952/98, NBR 9575/2003 e NBR 9574/86, e com isso obteve

o resultado desejado que foi a estanqueidade nas calhas e rufo do prédio do Fórum

Filinto Bastos.

PALAVRAS-CHAVE: impermeabilização; infiltração; umidade; manifestações

patológicas.

ABSTRACT

Waterproofing systems and casings on a track is as important as in washable,

wet areas, which aims to prevent infiltration by moisture mostly. Sealing in general is

the act of making any material, object or area waterproof or watertight. Therefore,

this paper aims to describe the types of modern sealing in accordance with their

current technical standards, and emphasize the importance of technical monitoring in

the process of sealing of gutters and flashings on buildings. In addition, key aspects

of implementation of the waterproofing system on rails and casings on the roof of the

courthouse building Filinto Bastos located in the city of Feira de Santana - BA,

according to the technical norms. This study was conducted first through a literature

review, for better clarification of the matter, and the second time a case study in the

gutters and flashings on the roof of the courthouse building Filinto Bastos. The study

site was in very deteriorated gutters and flashings had the lack of sealing, as were

observed on the spot several pathologies caused by moisture such as mold, leaks

and stains on the pavement, wall stains, oxidation of the steel structure slab and also

in steel pipes. Therefore, the sealing was performed in these troughs and casings by

a specialized company. The company applied the waterproofing system in

accordance with technical standards, NBR 9952/98, NBR NBR 9575/2003 and

9574/86, and thus obtained the desired result has been a leak in the casing and

wiring of the building of the Forum Filinto Bastos .

KEYWORDS: sealing, infiltration, humidity, pathological manifestations.

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AA – Areia/areia.

ABNT – Associação Brasileira de Normas e Técnicas.

ABRAI – Associação Brasileira das Empresas de Impermeabilização.

AP – Areia/polietileno.

EL – Elastoméricos.

CAQ – Colagem com asfalto quente.

CMG – Colagem com maçarico a gás.

CSTC – Centro Scientifique ET Technique de La Construction.

EPI – Equipamento de Proteção Individual.

IBI – Instituto Brasileiro de Impermeabilização.

IPT – Instituto de Pesquisas Técnológicas.

PL – Plastoméricos.

PP – Polietileno/polietileno.

PVC – Croleto de polivinila.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Retirada de águas pluviais 22 Figura 2 – Dimensão do rodapé. 24 Figura 3 – Rodapé 25 Figura 4 – Rodapé de platibanda. 25 Figura 5 – Detalhes das peças que atravessam a cobertura. 26 Figura 6 – Detalhe da proteção de tubulação antes da impermeabilização. 27 Figura 7 – Detalhes dos ralos. 28 Figura 8 – Arremate de impermeabilização junto a ralos. 28 Figura 9 – Detalhes de acesso a área externa. 29 Figura 10 – Infiltração por capilaridade. 36 Figura 11 – Infiltração por pressão hidrostática. 37 Figura 12 – Infiltração por percolação. 37 Figura 13 – Infiltração por condensação. 38 Figura 14 – Materiais sujeitos a causar danos à impermeabilização. 39 Figura 15 – Depósito de equipamentos sobre a impermeabilização. 40 Figura 16 – Materiais sujeitos a causar danos à impermeabilização. 40 Figura 17 – Solda com maçarico a gás pode agredir à manta asfáltica. 41 Figura 18 – Descuido dos operários durante a obra. 44 Figura 19 – Envelhecimento precoce da manta. 45 Figura 20 – Manifestação patologia por movimentação térmica e/ou estrutural. 45 Figura 21 – Manifestação patológica na caixa de luz, provocada pela umidade. 46 Figura 22 – Manifestação patológica na caixa de luz da laje. 46 Figura 23 – Manifestação patológica na soleira por falta de desnível. 47

Figura 24 – Platibanda com bloco de concreto e com bloco cerâmico furado. 48 Figura 25 – Erro na impermeabilização do alicerce. 48 Figura 26 – Exemplo de umidade ascendente. 49 Figura 27 – EPI´S utilizados na impermeabilização. 52 Figura 28 – Ferramentas utilizadas no processo de impermeabilização. 52 Figura 29 – Manta asfáltica com armadura. 56 Figura 30 – Sistema laminar numa varanda. 60 Figura 31 – Impermeabilização em calhas de concreto. 67 Figura 32 – Impermeabilização de rufos. 69 Figura 33 – Mapa do estado da Bahia. 71 Figura 34 – Mofo seguido de manchas nas paredes e na laje. 73 Figura 35 – Mofo apresentado na parede, seguido de manchas na pintura. 74 Figura 36 – Calha deteriorada seguida de um furo existente na mesma. 74 Figura 37 – Calha deteriorada. 75 Figura 38 – Oxidação do aço da laje e possível oxidação do aço da calha. 75

Figura 39 – Infiltração por ponto de iluminação na sala de audiência. 76 Figura 40 – Infiltração por ponto de iluminação na sala de audiência. 76 Figura 41 – Oxidação de tubulações de aço de fios de elétrica e telefonia,

além de deteriorização da pintura da laje. 77 Figura 42 – Oxidação de tubulações de aço de fios de elétrica e telefonia,

além de deteriorização da pintura da laje e nas paredes. 77 Figura 43 – Eflorescência com descolamento da pintura. 78 Figura 44 – Fissura no encontro do platibanda com o rufo (fachada). 79 Figura 45 – Fissura no encontro do platibanda com o rufo (parte interna) e

substrato de alvenaria sem revestimento. 79 Figura 46 – Provável oxidação de aço na laje, causando manchas no teto da

sala e desolamento do revestimento da tinta. 80 Figura 47 – Manchas na parede e na laje. 80 Figura 48 – Tubulação de descida da prumada. 83 Figura 49 – Tubulação de passagem de uma calha para outra. 84 Figura 50 – Arredondamento dos cantos da calha e altura. 84 Figura 51 – Tubulação de descida de 100 mm. 85 Figura 52 – Inclinação do rufo de acordo com o telhado. 86 Figura 53 – Arredondamento entre o rufo e o platibanda. 86 Figura 54 – Reforço na tubulação de descida da prumada. 87 Figura 55 – Distribuição da Manta ao longo da calha. 88 Figura 56 – Colagem da manta com maçarico a gás. 89 Figura 57 – Traspasse necessário de uma manta para outra. 89 Figura 58 – Sobreposição de uma manta na outra. 90 Figura 59 – Medição e corte da manta. 90 Figura 60 – Dobra na aresta superior da calha. 91 Figura 61 – Acabamento no tubo de descida da prumada. 92 Figura 62 – Aquecimento da manta para obtenção do líquido para fazer

acabamento. 92 Figura 63 – Arremates feitos nos transpasses de uma manta para outra. 93 Figura 64 – Arremates no final da calha e envelopamento de tubulações. 94 Figura 65 – Colagem da manta na telha protegendo o substrato abaixo do

rufo. 95 Figura 66 – Total colagem da manta no rufo. 95 Figura 67 – Impermeabilização de todo o platibanda até a aresta superior do

mesmo. 96 Figura 68 – Transpasse de uma manta para outra no platibanda. 97 Figura 69 – Arremates feitos nos transpasses de uma manta para outra. 97 Figura 70 – Reforço feito na aresta superior do platibanda nos pontos de apoio

dos cabos de aço do pára raio. 98

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Fatores de degradação dos materiais. 32 TABELA 2 – Técnicas de aplicação do sistema de manta asfáltica. 63 TABELA 3 – Técnicas de aplicação do sistema rígido. 64 TABELA 4 – Técnicas de aplicação do sistema laminar ou de pintura. 65 TABELA 5 – Impermeabilização de calhas com manta asfáltica de alumínio. 68 TABELA 6 – Impermeabilização em rufos com manta asfáltica de alumínio. 70

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15 1.1 JUSTIFICATIVA 16 1.2 OBJETIVOS 18 1.2.1 OBJETIVO GERAL 18 1.2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 18 1.3 METODOLOGIA 18 1.4 LIMITAÇÕES DO TRABALHO 19 1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA 19 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 20 2.1 IMPORTÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO, DO PROJETO E DOS

DETALHES 20 2.1.1 DETALHES DO PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO 23 2.2 DURABILIDADE 30 2.3 DURABILIDADE DOS MATERIAIS 31 2.4 INFILTRAÇÃO E FALHAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO NA

CONSTRUÇÃO CIVIL 34 2.4.1 CONCEITO E TIPOS DE INFILTRAÇÕES 35 2.4.1.1 Infiltração capilar 35 2.4.1.2 Infiltração por pressão hidrostática 36 2.4.1.3 Infiltração por percolação 37 2.4.1.4 Infiltração por condensação 38 2.4.2 FALHAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO 39 2.5 DANOS CAUSADOS PELA UMIDADE 42 2.6 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DECORRENTE

DAS FALHAS OU AUSÊNCIA DE IMPERMEABILIZAÇÃO 44 2.7 TÉCNICAS USUAIS E MATERIAIS PARA IMPERMEABILIZAÇÃO

IMOBILIÁRIA 50 2.7.1 MATERIAIS IMPERMEABILIZANTES 50 2.7.2 EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS UTILIZADAS NO PROCESSO

DE APLICAÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO. 51 2.7.3 SISTEMAS IMPERMEABILIZANTES 53 2.7.3.1 Sistema de Mantas ou Pré-fabricado 54 2.7.3.1.1 Mantas asfálticas 54 2.7.3.1.2 Sistema de aplicação 57 2.7.3.2 Sistema Rígido 58 2.7.3.3 Sistema Laminar ou de Pintura 59 2.7.4 ANÁLISE E ENSAIOS DE DESEMPENHO 61 2.7.5 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DOS SISTEMAS 62 2.7.5.1 Técnicas do Sistema de Mantas ou Pré-fabricado 62

2.7.5.2 Técnicas de Aplicação do Sistema Rígido 64 2.7.5.3 Técnicas de Aplicação do Sistema Laminar ou de Pintura 65 2.8 IMPERMEABILIZAÇÃO DE CALHAS E RUFOS EM PRÉDIOS 66 2.8.1 IMPERMEABILIZAÇÃO EM CALHAS 66 2.8.2 IMPERMEABILIZAÇÃO EM RUFOS 68 3 ESTUDO DE CASO 71 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 71 3.2 ESCOLHA DO LOCAL DE ESTUDO 72 3.3 PATOLOGIAS E DANOS CAUSADOS PELA AUSÊNCIA DE

IMPERMEABILIZAÇÃO NAS CALHAS E RUFOS 72 3.4 PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO EM CALHAS E RUFOS DO

FÓRUM FILINTO BASTOS 81 3.4.1 SISTEMA IMPERMEABILIZANTE E DE APLICAÇÃO ADOTADOS 81 3.4.2 PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO NAS CALHAS E RUFOS

DO FÓRUM FILINTO BASTOS 82 3.4.2.1 Detalhes construtivos 83 5.4.2.2 Aplicação da manta asfáltica 87 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 99 4.1 CONCLUSÃO 99 4.2 SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS 101 REFERÊNCIAS 107

15

1. INTRODUÇÃO

Impermeabilização é o ato de tornar algum material, área ou objeto

impermeável, isto é, de fazer com que a água ou outro fluido não consiga atravessar

esse material, área ou objeto.

A falta ou uso inadequado da impermeabilização compromete a durabilidade da

edificação, causando prejuízos financeiros e danos à saúde. Água infiltrada nas

superfícies e estruturas afeta o concreto armado e suas ferragens e as alvenarias. O

ambiente fica insalubre (umidade, fungos e mofo), diminuindo a vida útil da

edificação, sem falar no desgaste físico e emocional do proprietário ou usuário que

sofre com a má qualidade de vida causada pelos problemas existentes no imóvel.

Como em qualquer atividade humana que envolve canalização de recursos

financeiros, temos que analisar a chamada “relação custo/benefício”. Em

impermeabilização não é diferente. Se for analisado o custo de uma boa

impermeabilização, pode ser observado que ele varia de 1,0% a 3,0% em média do

custo total da obra, segundo dados o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI)

(IBI, 2007). Caso os serviços forem executados apenas após de serem constatados

problemas com infiltrações na edificação já pronta, o custo com a impermeabilização

ultrapassa em muito este percentual. Para se refazer o processo de

impermeabilização pode gerar um acréscimo de 10,0% a 15,0% em média do valor

final, segundo estudos realizados pelo IBI (IBI, 2007).

Devido aos altos índices de manifestações patológicas que vêm ocorrendo nas

edificações, busca-se cada vez mais, a garantia e o controle da qualidade na

construção. Portanto, a qualidade final do produto depende da qualidade da

construção, da interação entre as fases do processo produtivo e da intensidade de

informações, que proporcionam a melhoria contínua. O projetista deve ter em mãos

os projetos de arquitetura e demais projetos complementares que tenham interface

com a impermeabilização.

Em se tratando de impermeabilização em uma construção, mesmo que seja

adotado material adequado e de boa procedência, ainda assim não está totalmente

garantida a estanqueidade. Como em todos os serviços de uma obra, mais ainda no

caso da impermeabilização, a mão de obra utilizada precisa ser exaustivamente

treinada. Como a área a ser impermeabilizada sofrerá intervenções por outras

16

equipes antes e depois da aplicação da camada impermeabilizante, essas equipes

precisam sempre passar por treinamento de reciclagem para a conscientização dos

riscos responsáveis por um futuro vazamento.

Segundo Pirondi (1988, p.10), as principais funções da impermeabilização são:

- Aumentar a durabilidade dos edifícios;

- Impedir a corrosão das armaduras do concreto;

- Proteger as superfícies de umidade, manchas, fungos, etc.;

- Garantir ambientes salubres.

Além disso, o projeto de impermeabilização deve ser desenvolvido juntamente

com o projeto geral e os projetos setoriais, prevendo–se as correspondentes

especificações em termos de dimensões, cargas, cargas de testes e detalhes. O

projeto deve ser constituído de: memorial descritivo e justificativo, desenhos e

detalhes específicos, além das especificações dos materiais e dos serviços a serem

empregados e realizados. Para elaboração do projeto devemos considerar:

a) A estrutura a ser impermeabilizada: tipo e finalidade da estrutura,

deformações previstas e posicionamento das juntas;

b) As condições externas às estruturas: solicitações impostas às estruturas

pela água, solicitações impostas às impermeabilizações, detalhes construtivos,

projetos interferentes com a impermeabilização e análise de custos X durabilidade.

1.1 JUSTIFICATIVA

Devido às ocorrências de infiltrações em calhas, rufos, áreas laváveis e

molhadas, que tem sido freqüentes em prédios, isso se deve quase sempre, de

erros ou descuido de projetos ou de execução de impermeabilização, ou ainda falta

da mesma. Portanto foi realizado um estudo em calhas e rufos com o intuito de

conscientizar os profissionais da área para que assim essas ocorrências diminuam

nas edificações.

Ainda que a construtora tenha o projeto de impermeabilização os profissionais

quando não qualificados, acabam errando no momento de aplicação do produto e

provocando sérios problemas de infiltrações de umidade em prédios nas suas áreas

laváveis e molhadas.

17

Portando, na busca de melhorar esses problemas de infiltração por umidade

nas calhas e rufos em prédios, este trabalho mostra o quanto é necessário fazer a

impermeabilização nos respectivos locais, pois estes quando expostos a intempéries

como água e sol (presença de ozônio), por exemplo, com o tempo vão deteriorando

e acaba em grandes prejuízos e desconforto aos usuários da edificação

principalmente. Além disso, uma maneira de mostrar a importância da

impermeabilização em calhas e rufos é fazer um estudo sobre as manifestações

patológicas existentes habitualmente, de forma a evitar as ocorrências. Para tanto,

foram estudadas algumas das manifestações patológicas na revisão bibliográfica e

na edificação estudada.

A impermeabilização é considerada uma barreira física, cuja finalidade é a de

evitar a água que penetre por capilaridade, água da chuva que infiltra sob pressão

dos ventos, a percolação d’água indesejável, ou de dirigi-la para os pontos de

escoamento fora da água que se deseja proteger. A impermeabilização, portanto,

tem a finalidade importante que é dar proteção aos materiais de construção da

edificação contra sua possível degradação, foi o que aconteceu com as calhas da

edificação em estudo, resultante da presença de agentes agressivos assim como

água, umidade e vapores.

De acordo com estudos feitos durante anos pelo Instituto Brasileiro de

Impermeabilização (IBI), os problemas de umidade representam cerca de 60,0% das

patologias nas construções, sendo uma das patologias mais difíceis de serem

resolvidas na construção civil. As dificuldades se devem à complexidade dos

fenômenos envolvidos e à falta de estudos e pesquisas, pois é somente há pouco

mais 30 anos que o homem começou a se preocupar e a estudar sistematicamente

o assunto.

Portanto, esse problema de umidade pode ser evitado, se na fase de projeto for

feita a previsão para a execução de sistema de impermeabilização de acordo com a

norma NBR 9575/2003 – Impermeabilização – Seleção e Projeto, com atenção

especial para as calhas e rufos de coberturas, que será o objeto deste trabalho.

Além dessa norma agregam-se outras a esta para se fazer uma impermeabilização

correta que são: NBR 9574/86 – Execução de Impermeabilização e NBR 9952/98 –

Manta asfáltica com armadura para impermeabilização – Requisitos e métodos de

ensaio, cujas respectivas normas foram utilizadas no caso em estudo.

18

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Descrever os tipos de tecnologias modernas de impermeabilizações de acordo

com as respectivas normas da ABNT, no estudo de caso em questão e enfatizar a

importância do monitoramento no processo de impermeabilização em calhas e rufos

em edifícios, seguindo os parâmetros normativos.

.

1.2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Abordar os principais aspectos de execução do sistema de impermeabilização

em calhas e rufos de coberturas no edifício do Fórum Filinto Bastos situado na

cidade de Feira de Santana, enfatizando as normas técnicas da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

1.3 METODOLOGIA

Primeiro foi realizada uma revisão bibliográfica para o melhor entendimento do

assunto, já que ainda nas construções atuais as empresas não se preocupam com o

sistema de impermeabilização principalmente nos locais de cobertura como calhas e

rufos do caso estudado neste trabalho.

O trabalho de pesquisa em campo foi realizado principalmente com imagens

fotográficas com acompanhamento das etapas de execução da impermeabilização,

entrevista com os funcionários da empresa de impermeabilização, os aplicadores do

sistema, e principalmente com o engenheiro responsável e com relatos dos

funcionários do Fórum Filinto Bastos.

19

1.4 LIMITAÇÕES DO TRABALHO

O estudo de caso deste trabalho foi realizado na cidade de Feira de Santana-

BA, precisamente na laje superior do primeiro prédio do Fórum Filinto Bastos,

situado à Rua Coronel Álvaro Simões n.º 11, bairro – Centro. A ausência do sistema

de impermeabilização em calhas e rufos é a principal causa de manifestações das

patológicas existentes nesta edificação. Portanto, uma empresa foi contratada para

fazer os serviços de recuperação e reforma do prédio e a contratada subcontratou

uma empresa especialista no assunto, para solucionar este tipo de patologia que

atinge uma parte das construções no país.

1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

O trabalho de conclusão de curso apresentado está divido em cinco capítulos

da seguinte forma:

O Capítulo I, com introdução, justificativa, objetivos e metodologia do assunto

abordado.

O Capítulo II com uma revisão bibliográfica da importância da

impermeabilização, do projeto e dos detalhes, durabilidade em geral da

impermeabilização, infiltração e falhas de impermeabilização na construção civil,

danos causados pela umidade e principais manifestações patológicas decorrente

das falhas ou ausência de impermeabilização, técnicas usuais e materiais para

impermeabilização imobiliária; que fala dos materiais impermeabilizantes, dos

sistemas impermeabilizantes, análise e ensaios de desempenho e técnicas de

aplicação dos sistemas. Além disso, foi feito uma abordagem sobre o assunto

principal que é calhas e rufos, cujo foi realizado o estudo de caso.

O Capítulo III será descrito o estudo de caso das calhas e rufos do Fórum

Filinto Bastos.

Por fim, o Capítulo IV será descrito as considerações finais que é composto

das conclusões e sugestões para novas construções

20

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A IMPORTÂNCIA DA IMPERMEABILIZAÇÃO, DO PROJETO E DOS

DETALHES

É importante termos um projeto em total conformidade com os aspectos

Normativos (ABNT) e de qualidade, a exemplo dos projetos de instalações

hidráulicas e elétricas. Todo projeto de construção civil deve contemplar, também,

um Projeto de Impermeabilização.

A NBR 9575/2003 Impermeabilização – Seleção e projeto – estabelece o

seguinte:

Item 3 – 3.78 definições

Item 4 - classificação dos tipos (Rígido e Flexível)

Item 4.2 - tipos de substratos

Item 4.3 - os serviços auxiliares e complementares

Item 5.1 - os tipos de impermeabilização contra água de percolação

Item 5.2 - os tipos de impermeabilização contra água de condensação

Item 5.3 - os tipos de impermeabilização contra umidade de solo

Item 5.4 - os tipos de impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão

unilateral ou bilateral

Item 6 - Projeto, onde a elaboração e responsabilidade técnica são exigidas

para o projeto de arquitetura, conforme definido na NBR 13532 – Elaboração de

projetos de edificações - Arquitetura - procedimentos, sendo necessário obedecer de

forma integral o disposto na NBR 9575/2003.

O projetista de impermeabilização deve analisar os projetos básicos da obra

procurando evidenciar as áreas que necessitam de impermeabilização, avaliar os

tipos de estruturas entre outros aspectos, iniciando o estudo dos sistemas

adequados para cada situação;

Projetos e Informações Complementares:

- Projeto de Arquitetura;

- Projeto Estrutural;

- Projeto Inst. Elétricas e Hidráulicas;

21

- Existência de pressão negativa;

- Acomodação do terreno;

- Variação de temperatura.

Segundo Pirondi (1988, p.22) a impermeabilização é parte integrante do projeto

do edifício, e o projeto de acordo com as normas da ABNT. A NBR 9575/2003 no

seu item 6.2.2, estabeleçe que “o projeto de impermeabilização deverá ser

desenvolvido conjuntamente com o projeto geral e os projetos setoriais de modo a

serem previstas as correspondentes especificações em termos de dimensões,

cargas e detalhes”.

Na maioria dos casos, não existe impermeabilização, e a construtora só solicita

uma empresa de impermeabilização quando o edifício já está em fase de conclusão.

Em geral não foram previstos os caimentos, proteções, rebaixo e outros detalhes,

que são de fundamental importância para o bom funcionamento da

impermeabilização.

A falta de um projeto específico da impermeabilização, mostrando os detalhes

necessários, que tenha sido desenvolvido de maneira coordenada com o projeto do

edifício, prevendo-se as interações com a estrutura, instalações, etc., implica uma

série de improvisações na obra, que além de bastante onerosa leva geralmente a

soluções incorretas. Além disso, a falta de uma especificação objetiva dos materiais

e serviços a serem executados leva a uma série de problemas na contratação e na

definição das responsabilidades das diversas partes envolvidas (projetistas, executor

da obra, executor da impermeabilização, outros empreiteiros etc.). Os custos de um

projeto de impermeabilização geralmente são bem menores que os custos com

desperdícios, reparos, danos a diversas partes da construção etc., que podem ser

ocasionados pela falta desse mesmo projeto.

Segundo o projeto de norma da ABNT NBR 9574/1986 – Execução de

impermeabilização, no item 4.1, determina que um projeto executivo de

impermeabilização deve ser constituído de documentos como:

a) Memorial descritivo e justificativo;

b) Desenhos e detalhes específicos;

c) Especificações dos materiais a serem empregados e dos serviços a serem

executados;

d) Planilha de quantidade de serviços a serem realizados;

e) Estimativa de custos dos serviços a serem realizados;

22

f) Indicação da forma de medição dos serviços a serem realizados.

Para Picchi (1986, p.26) os elementos básicos que deve conter um projeto de

impermeabilização são: a solução de todos os problemas de impermeabilização

possíveis; os materiais que serão utilizados em cada caso; a técnica de aplicação

desses materiais, em cada local; os serviços complementares à impermeabilização.

Os elementos básicos que devem constar da parte gráfica de um projeto de

impermeabilização são: a planta de cobertura, com os caimentos e os detalhes.

A planta de cobertura, além das informações básicas de dimensões, forma,

etc., deve indicar os caimentos (que em geral são conseguidos com a camada de

regularização) e os pontos de coleta de águas pluviais. Duas formas básicas de

retirada das águas pluviais pode ser observada na Figura 1; as juntas de dilatação

devem sempre coincidir com os pontos de cotas mais elevadas.

Figura 1 – Retirada de águas pluviais Fonte: Picchi, 1986.

Além disso, a planta de cobertura deve indicar também a localização de todas

as singularidades ( rodapés, dutos que atrabessam a cobertura, etc.), fazendo

chamadas a detalhes específicos, geralmente apresentados em corte, em escala

apropriada, que será descrito adiante no sub-item 2.1.1.

Segundo a NBR 9575/2003, no seu item 6.2.3.1, a parte gráfica, que mostra as

formas, dimensões, localizações, ou seja, o que deve ser feito, é complementada

por uma especificação ou memorial descritivo, que descreve o método de execução,

estabelecendo a qualidade dos serviços e materiais.

23

A especificação dos serviços deve ser detalhada, estabelecendo não só a

técnica de aplicação do sistema impermeabilizante, mas também a sequência das

operações e defasagem entre as mesmas.

Outro método de especificação é o prescritivo, que pode ser de três tipos:

a) Especificação descritiva – utilizada em casos muito particulares, ou seja,

numa descrição detalhada de um sistema de impermeabilização especial ou

elaborada diferente das utilizadas no cotidiano;

b) Especificações comerciais de aplicação do fabric ante – este tipo de

especificação tem diversos inconvenientes assim como: dispensa a escolha

ao utilizar um único produto, não analisando o custo e qualidade que poder

ser aproveitada na escolha; o projetista deve ter grande conhecimento das

limitações do outro processo de constatação, outros sistemas, que podem

ser inclusive mais adequados à situação e mais baratos que o especificado;

c) Especificação baseada em norma – é a mais adequada. O projetista pode

especificar um ou mais sistemas, que sejam de acordo com a(s) norma(s)

especificadas, que definem a qualidade dos materiais e os requisistos

básicos de execução.

2.1.1 DETALHES DO PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO

O sucesso de uma impermeabilização depende de uma série de detalhes, que

garanta a estanqueidade dos pontos críticos, singularidades, etc. A maior parte dos

problemas de impermeabilização se dá nos encontros com ralos, juntas, mudanças

de planos, passagem de dutos, etc.

Por isso, merecem especial atenção, tanto na fase do projeto, quanto na de

execução e nos detalhes da impermeabilização.

Estes detalhes geralmente não variam para os diversos sistemas de

impermeabilização. Por isso, será apresentado adiante os aspectos particulares de

cada sistema. Além disso, os rebaixos, reentrâncias etc. exigidos pela norma NBR

9575/2003, que são realizados na execução da camada de regularização, que será

apresentado a seguir, ou preferencialmente conforme previsão em projeto.

24

Por tanto, os principais detalhes construtivos a serem observados descritos

pela NBR 9575/2003 são:

1) Rodapés

A NBR 9575/2003 no item 6.4 detalhes construtivos, exige que deve ser

previsto nos planos verticais encaixe para embutir a impermeabilização, para o

sistema que assim o exigir, a uma altura mínima de 20,0 cm acima do nível do piso

acabado ou 10,0 cm do nível máximo que a água pode atingir. A fim de evitar-se o

desprendimento da impermeabilização ou infiltração de água por detrás da mesma,

devem ser observados os cuidados:

a) A platibanda não deve ser executada com tijolos ou blocos vazados; deve

ser utilizado tijolo maciço ou preferencialmente concreto (Figura 2);

b) A borda da impermeabilização deve ser embutida, o que pode ser obtido

abrindo-se uma canaleta de no mínimo 2,0x2,0 cm em toda a volta, em

altura adequada (Figura 2);

Figura 2 – Dimensão do rodapé. Fonte: www.viapol.com.br/dowloads.htm

c) Preferencialmente deve ser previsto rebaixo de forma a proteção mecânica

não represente um acréscimo de espessura na platibanda (Figura 3 e Figura

4);

25

Figura 3 – Rodapé Fonte: Picchi, 1986.

Figura 4 – Rodapé de platibanda.

2) Peças que atravessam a cobertura

Em diversos prédios, a cobertura de concreto é atravessada por tubos que

podem ser: de ventilação, de esgoto, de água fria, de água quente, conduítes (para

fios de antena de TV, internet, etc.).

26

Na Figura 5, a seguir, pode-se observar alguns exemplos de detalhes de

acabamento de peças que atravessam a cobertura. A estanqueidade pode ser

garantida pela própria impermeabilização de um mastique, pelo uso de anel de

concreto e rufo ou por outros meios (PICCHI, 1986, p. 54).

Figura 5 – Detalhes das peças que atravessam a cobertura. Fonte: Picchi, 1986.

Todos os tubos que não sejam de ferro galvanizado ou fundido devem ser

envolvidos por um tubo metálico, por duas razões:

a) evitar dano mecânico devido à movimentação da laje;

b) impedir o contato da impermeabilização com o tubo plástico, que não resiste

a solventes orgânicos, presentes em grande parte dos materiais de

impermeabilização. Chaminés e tubos de água quente ou vapor devem também ser

isolados da laje e da impermeabilização devido a sua movimentação térmica.

Observe-se a exigência, em todos os casos, de que a impermeabilização

eleva-se a no mínimo 20,0 cm acima do piso. O encontro da impermeabilização com

27

o tubo deve ser reforçado, a exemplo dos rodapés. No caso de sistemas pré-

fabricados, estes arremates são feitos conforme mostra a Figura 6.

Figura 6 – Detalhe da proteção de tubulação antes da impermeabilização. Fonte: www.viapol.com.br/dowloads.htm

3) Ralos

A impermeabilização deve ser levada até dentro dos ralos, caso contrário

poderá ocorrer uma infiltração entre a impermeabilização e a face exterior do ralo

(Figura 7). Os ralos devem estar colocados quando da execução da camada de

regularização, devendo seu topo preferencialmente tangenciar a face superior da

camada de regularização; caso o ralo tenha sido instalado faceando a laje, a

camada de regularização deve ser suavemente rebaixada na região mais próxima

ao ralo até atingir a borda do mesmo. Observe-se que a impermeabilização deve

ficar bem aderida à face interna do ralo, caso contrário a água será succionada, por

capilaridade, para baixo da impermeabilização.

28

RALO

CONCRETO IMPERMEABILIZAÇÃO

REGULARIZAÇÃO (> 2 cm) PRIMER)

PROTEÇÃO MECÂNICA CAMADA SEPARADORA

1 = 1%1 = 1%

Figura 7 – Detalhes dos ralos. Fonte: www.viapol.com.br/dowloads.htm

O encontro da impermeabilização com o ralo deve também receber reforço,

entremeando-se camadas adicionais de armadura, no caso de sistemas moldados

no local, ou conforme Figura 8 mostrada a seguir, no caso de sistemas pré

fabricados.

Figura 8 – Arremate de impermeabilização junto a ralos. Fonte: www.primer.com.br/manualdoimpermeabilizador.htm

4) Soleiras

A impermeabilização deve adentrar no mínimo 50,0 cm para o interior da

edificação em todas as aberturas. Existindo batentes, contramarcos, caixilhos ou

29

outras interferências devem seus métodos de instalação a ser avaliados, de forma a

não danificar a impermeabilização (Figura 9).

Figura 9 – Detalhes de acesso a área externa. Fonte: www.viapol.com.br/dowloads.htm

5) Juntas de dilatação

As variações dimensionais devidas a mudanças de temperatura introduzem

nas estruturas de concreto dos edifícios, devido à sua hiperestaticidade. Segundo a

NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento, no seu item

11.4.2.1, estabelece que em edifícios de vários andares devem ser respeitadas as

exigências construtivas prescistas por esta Norma afim de minimizar os efeitos das

variações de temperatura sobre a estrutura da construção.

Por isso, os projetistas prevêem juntas de dilatação que “cortam” os edifícios

segundo planos verticais, surgindo juntas de dilatação na cobertura de concreto.

Estas juntas frequentemente são conseguidas intercalando-se placas de poliestireno

expandido entre uma parte do edifício, já concluída, e a adjacente, que será

concretada. Por via de regra adota-se uma espessura dessa junta em torno de 2,0

cm, por razões executivas. Observa-se que deve ser obedecida uma relação entre a

espessura dessa junta, a distância entre as juntas de dilatação, a variação de

temperatura prevista e características do material selante.

30

Pode ser definido selante como “qualquer material utilizado para tornar juntas

ou aberturas estanques à passagem de sólidos, líquidos ou gases”.

Os selantes dividem-se em pré-fabricados e moldados no local, sendo estes

últimos também conhecidos como mastiques.

6) Proteção

Segundo Cunha e Neumann (1979, p.15), estabeleceu algumas

recomendações de execução de diversos tipos de proteção, citadas abaixo

resumidamente, mas que serão melhores abordadas adiante:

a) Rígidas

As impermeabilizações rígidas são os concretos que se tornam impermeáveis

pela inclusão de um aditivo, e os revestimentos com argamassas, tratados da

mesma forma.

b) Plásticas ou elásticas

São impermeabilizações feitas com mantas pré-fabricadas ou com elastômeros

dissolvidos e aplicados no local, em forma de pintura ou melação em várias

camadas e que, ao se evaporar o solvente, deixam uma membrana hipoteticamente

elástica.

c) Laminares

São as impermeabilizações executadas com asfalto ou elastômeros, armadas

ou estruturadas pela intercalação de materiais rígidos, com feltros asfálticos, tecidos

de "nylon", tecidos de vidro, tecidos de juta e lâminas de alumínio. São também

denominadas pinturas armadas ou melações armadas, e são feitas in loco.

2.2 DURABILIDADE

Segundo Picchi (1986, p.149), o termo “durabilidade” está relacionado com o

termo “vida útil”, ou até algumas vezes ser confundido, as definições são diversas,

no exemplo abaixo, que são as utilizadas pelo Instituto de Pesquisa Técnológica

(IPT), de acordo com:

Durabilidade: capacidade de um produto manter suas propriedades ao longo

do tempo em condições normais de uso.

31

Vida útil: é o período durante o qual as propriedades de um produto

permanecem acima de limites mínimos admissíveis, quando submetido aos serviços

normais de manutenção.

A vida útil de um edifício é condicionada pela vida útil dos materiais que foram

utilizados na sua construção, ou seja, seus componentes. Um componente cuja

manutenção e/ou reposição é de difícil execução (componentes com função

estrutural) deve ter uma vida útil igual à do edificio. Já um componente sem função

estrutural pode apresentar vida útil inferior ao da edificaçãos, desde que os serviços

de manutenção ou reposição sejam de fácil execução.

Apesar de não se ter uma definição clara da vida útil mínima exigida de uma

impermeabilização, em função de seu material e condições de exposição, o mercado

tem parâmetros do que se considera razoável, que vai, por exemplo, desde 25 anos,

para impermeabilizações tipo feltro asfáltico e asfalto, até 5 a 10 anos, para

impermeabilizações expostas.

Pode-se observar que alguns serviços de impermeabilização apresentam a

perda da estanqueidade muito antes de decorrida a vida útil esperada.

Segundo Cruz (2003, p.94), em alguns casos, a falha deve-se a problemas de

projeto e/ou execução, e não à deterioração dos materiais. Portanto, ao estudar a

durabilidade das impermeabilizações, se faz necessário e interessante estudar

alguns aspectos preponderantes que são: durabilidade dos materiais, infiltração e

falha das impermeabilizações na construção civil e suas manifestações patológicas

que ocorrem devido a falha ou a ausência das mesmas.

2.3 DURABILIDADE DOS MATERIAIS

Os materiais de construção, quando em utilização, estão sujeitos a diversos

“fatores de degradaçao”, definidos como fatores que afetam adversamente o

desenvolvimento de um material ou componente de construção. Na tabela a seguir,

fornecida por Picchi (1986, p.150) é apresentado uma lista dos fatores de

degradação.

32

TABELA 1 – Fatores de degradação dos materiais

FATORES TIPO DE DEGRADAÇÃO NÍVEL DA DEGRADAÇÃO

INTEMPERISMO

RADIAÇÃO

SOLAR

NUCLEAR

TÉRMICA

TEMPERATURA

ELEVADA

BAIXA

CICLOS

ÁGUA

SÓLIDA (NEVE, GELO)

LÍQUIDA (CHUVA,

CONDESAÇAO E ÁGUA

REPRESADA)

CONSTITUÍNTES NORMAIS

DO AR

OXIGÊNIO E OZÔNIO

DIÓXIDO DE CARBONO

GELO-DEGELO

VENTO

BIOLÓGICOS

MICRORGANISMOS

FUNGOS

BACTÉRIAS

ESFORÇOS MECÂNICOS

TENSÃO-CONSTANTE

TENSÃO-PERIÓDICA

AÇÃO FÍSICA DA ÁGUA, COMO

CHUVA, GRANIZO, GEADA E

NEVE.

AÇÃO FÍSICA DO VENTO

COMBINAÇÃO DA AÇÃO FÍSICA

DA ÁGUA E VENTO

MOVIMENTOS DEVIDOS A

OUTROS FATORES, TAIS

COMO ASSENTAMENTOS OU

VEÍCULOS.

INCOMPATIBILIDADE QUÍMICOS

FÍSICOS

USO

PROJETO DO SISTEMA

PROCEDIMENTOS DE

INSTALAÇÃO E

MANUTENÇÃO

DESGASTE NORMAL

ABUSOS DO USUÁRIO

Fonte: Picchi, 1986.

33

A exposição do material a diversos fatores de degração, geralmente produz

uma deterioração maior que os efeitos de cada fator, atuando isoladamente. Existem

vários exemplos deste fenômeno, pois certos polímeros são mais estáveis quando

submetidos à ação dos dois; a fissuração de elastrômero, pelo ataque de ozônio,

ocorre mais rapidamente quando o material se encontra sob tensão.

O termo “envelhecimento”, quando usado em relação a materias, componentes

ou sistemas, refere-se a mudanças com o tempo, em alguma propriedade física ou

química, o que geralmente resulta numa diminuição de sua capacidade de

desempenho. A previsão de taxas e efeitos do envelhecimento é necessária, para se

estimar custos de manutenção e frequência de reparos ou renovação. O objetivo

principal é avaliar se cada material apresenta durabilidade suficiente para

desempenhar satisfatoriamente suas funções durante a vida útil exigida (PICCHI,

1986, p.152).

Com isto, foi desenvolvida uma metodologia de análise de durabilidade de

materiais, cuja base são os ensaiso de durabilidade. Nestes ensaios, o material é

submetido a certas condições de exposição, que podem ser naturais ou artificiais

(produzida em laboratórios), sendo estudadas as alterações ocorridas em função

desta exposição, durante determinado período. De acordo com as alterações é que

avalia-se a durabilidade do material. Se faz necessário analisar, antes e após a

exposição, propriedades que representem o envelhecimento do material, ou seja, o

decréscimo de sua capacidade de bem desempenhar a função para a qual foi

destinado.

A inspeção visual, buscando avaliar mudanças da aparência, tais como

descoloração, fissuração, pulverulências, etc., muitas vezes é suficiente para se

detectar que o material sofreu alterações que compremeterão seu desempenho.

As propriedades químicas utilizadas para avaliação da deterioração podem ser:

a perda de plasticidade, oxidação ou despolimerização do material.

Segundo Rezende (2000, p.26), a escolha de alguma propriedade física para

controle do envelhecimento propicia geralmente uma medida mais direta das

altereções nas características de desempenho do material. No caso de

impermeabilizações, geralmente são escolhidas propriedades do tipo

impermeabilidade, flexibilidade, resistência à tração, alongamento máximo, sendo

admitido, por exemplo, nos dois últimos casos, que estes valores sofram variações

34

de no máximo 20,0%, em relação aos valores obtidos antes do envelhecimento

(alguns dos ensaios serão conceituados próximo capítulo).

Os ensaios de envelhecimento natural são de longo prazo, durando por vezes

dezenas de anos; é impossível esperar-se esse tempo, para se avaliar o

comportamento de um novo material. Por esta razão, vêm sendo desenvolvidos

ensaios de laboratório (serão comentados no próximo capítulo), que tentam simular

fatores de degradação, em uma intensidade maior, buscando-se um envelhecimento

acelarado (PICCHI, 1986, p.153).

2.4 INFILTRAÇÃO E FALHAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Picchi (1986, p.161), a avaliação das falhas de impermeabilização foi

pesquisada mais detalhadamente na Europa a partir da primeira metade da década

de 70, com a realização de extensos levantamentos de problemas encontrados em

edificações.

Este campo tem sido denominado internacionalmente patologia das

edificações, emprestando-se o termo da medicina, onde significa o estudo das

doenças e das modificações que causam no organismo. A patologia das edificações

estuda as falhas que ocorrem nos diversos componentes ou sistemas da edificação,

caracterizando as formas de manifestação e tentando identificar as causas. Segundo

o mesmo autor, os levantamentos apontam que as falhas mais freqüentes dizem

respeito a problemas de umidade, deslocamento, fissuração ou instalações.

Existem vários tipos de infiltrações que afetam a estrutura física da obra

especialmente nos materiais utilizados em sua construção como, por exemplo, no

revestimento, ou reboco, na pintura, no concreto, no aço e outros. Este tipo de

“patologia”, além de interferir na durabilidade, da obra é prejudicial à saúde do

homem, uma vez que o ambiente úmido abriga microorganismos (fungos) que são

responsáveis pela liberação de doenças. Além disso, podem gerar desgaste físico e

emocional nos proprietários, visto que a recuperação da obra implica gastos

financeiros e problemas na comodidade dos moradores.

35

2.4.1 CONCEITO E TIPOS DE INFILTRAÇÕES

Para Yazigi (2004, p.514), dentre as manifestações mais comuns referentes

aos problemas de umidade em edificações, encontram-se manchas de umidades,

corrosão, bolor (ou mofo), algas, liquens, eflorescências, descolamento de

revestimento, friabilidade da argamassa por dissolução de compostos com

revestimentos. Existe uma série de mecanismos que podem gerar umidade nos

materiais de construção, sendo os mais importantes os relacionados com a

absorção de água.

A infiltração pode ser caracterizada como a passagem da água do meio

exterior para o interior ou em sentido contrário, nos seus estados líquidos e gasosos

que penetra nas lajes por capilaridade através de fissuras ou trincas existentes no

concreto ou contrapiso, revestimento etc.

Os principais tipos de infiltrações nas edificações de um modo geral são:

• Capilar;

• Pressão hidrostática;

• Percolação;

• Por condensação.

2.4.1.1 Infiltração capilar

Ainda segundo Yazigi (2004, p.514), os materiais de construção absorvem

água na forma capilar quando estão em contato direto com a umidade. Isso ocorre

geralmente nas fachadas e em regiões que se encontram em contato com o terreno

(úmido) e sem impermeabilização. A água é conduzida, através de canais capilares

existentes no material, pela tensão superficial. Caso a água seja absorvida

permanentemente pelo material de construção em região em contato direto com o

terreno, e não seja eliminada por ventilação, será transportada gradualmente para

cima, pela capilaridade (Figura 10). Esse é o mecanismo típico de umidade

ascendente, também conhecida culturalmente como “pé de parede”. Uma situação

36

comum a este tipo de infiltração é a presença de umidade no solo que consegue

elevar no material, de 70,0 a 80,0 cm.

Figura 10 – Infiltração por capilaridade. Fonte: http://uepg.br/denge/aulas/impermeabilizacao

2.4.1.2 Infiltração por pressão hidrostática

Caso o local que está em contato com o terreno não tenha recebido

impermeabilização vertical eficaz, ocorrerá absorção de água (da terra úmida) pelo

material de construção absorvente (através de seus poros), que poderá se

intensificar caso a umidade seja submetida à certa pressão, como no caos de fluxo

de água em piso com desnível. Ou seja, quando a pressão exercida por um

determinado volume de água confinada ela acaba infiltrando através de fissuras,

trincas e rachadura das estruturas e dos materiais (Figura 11).

37

Figura 11 – Infiltração por pressão hidrostática. Fonte: http://uepg.br/denge/aulas/impermeabilizacao

2.4.1.3 Infiltração por percolação

A água escoa por gravidade livre da ação de uma pressão hidrostática,

situação muito comum em lâminas de água sobre terraços e cobertura, como mostra

a Figura 12. Para Verçoza (1987) este tipo de infiltração é um fenômeno de osmose

em que a passagem de água através de um corpo dá-se por transmissão de grão a

grão. No caso das alvenarias a água encharca um grão, que por sua vez vai

encharcar o seguinte e assim sucessivamente até atingir o outro lado da parede.

Figura 12 – Infiltração por percolação. Fonte: http://uepg.br/denge/aulas/impermeabilizacao

38

2.4.1.4 Infiltração por condensação

Segundo Yazigi (2004, p.515), em determinada temperatura, o ar não pode

conter mais que certa quantidade de vapor de água inferior ou igual a um valor

máximo, denominado peso de vapor saturante. Caso o peso de vapor seja inferior

ao máximo, o ar estará úmido, porém não saturado. Esse estado é caracterizado

pelo grau de higrométrico, igual à relação entre o peso de vapor contido no ar e o

peso de vapor saturante. Caso a massa de ar apresente redução da temperatura

sem modificação do peso de vapor, será gerada maior umidade (grau higrotérmico).

Portanto, em linhas gerais a condensação ocorre pelo esfriamento de vapores

ou de certo teor de umidade existente no ambiente (Figura 13).

Figura 13 – Infiltração por condensação. Fonte: http://uepg.br/denge/aulas/impermeabilizacao

Segundo Gabriolli apud Dante (2006, p.23), de todas as causas possíveis, a

mais comum parece ser mesmo a capilaridade, ou seja, a umidade que vem do solo

e contamina rodapés e paredes. Portanto, prevenir é a ordem. “A impermeabilização

das fundações é uma das etapas da construção que apresenta o melhor

custo/benefício: para fazê-la, se gasta de 1,0% a 3,0% do valor da obra. Para fazer a

impermeabilização após a edificação pronta custa cerca de 10,0% a 15,0% em

reparos”.

39

2.4.2 FALHAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

A patologia das edificações estuda as falhas que ocorrem nos diversos

componentes ou sistemas da edificação, caracterizando as formas como elas

aparecem e tentando identificar as causas. Segundo Picchi (1986, p.163), estudos

mostram que os levantamentos apontam que as falhas mais freqüentes dizem

respeito a problemas de umidade, deslocamento, fissuração ou instalações.

Dentre as causas de falhas das impermeabilizações pode-se identificar,

principalmente:

a) Perfuração de mantas asfálticas pela ação de calçados inadequados, roda de

carrinho de mão, materiais pontiagudos, etc. (Figura 14). Pode-se observar

que a execução da impermeabilização requer cuidados especiais quanto ao

puncionamento e ao atrito;

Figura 14 – Materiais sujeitos a causar danos à impermeabilização. Fonte: Cruz (2003).

b) Danos causados na obra devido a depósitos de pesos, como entulho e

equipamentos, sobre a impermeabilização, como mostra a Figura 19, pois

quando sobre esta ainda só existe uma proteção provisória;

40

Figura 15 – Depósito de equipamentos sobre a impermeabilização.

c) Perfuração da impermeabilização sem qualquer reparo, quando a execução

de decks, piscinas, antenas, varais, etc. (Figura 16);

Figura 16 – Materiais sujeitos a causar danos à impermeabilização. Fonte: Cruz (2003).

d) Falha de mão-de-obra no processo de aplicação da manta asfáltica (Figura

17);

41

Figura 17 – Solda com maçarico a gás pode agredir a manta asfáltica.

e) Queda de objetos sobre o local impermeabilizado;

f) Materiais, insumos e produtos que não são adequados nos substratos que

será aplicada a impermeabilização.

Segundo Porcello (1997), uma das maiores causas dos insucessos da

impermeabilização são as paredes construídas com blocos furados. Pois, o bloco

furado não oferece resistência mecânica para ancoragem da manta

impermeabilizante, além deixar a desejar na ancoragem dos arremates. Estudos

mostram que as impermeabilizações, principalmente à base de asfalto, costumam

destacar-se dos referidos blocos, chegando até mesmo arrebentá-los. Portanto,

todas as águas pluviais que incidem sobre aquela parede, irão introduzir-se através

dos vasos comunicantes da referida parede, trazendo conseqüências indesejáveis à

impermeabilização.

Portanto, segundo Verçoza (1987), o ideal é prever e analisar todas as

condições que favoreçam o aparecimento e o acúmulo de água nas edificações na

fase de projeto, para a partir daí, adotar os procedimentos mais adequados segundo

42

a tipologia com que ocorrerá a presença indesejada de umidade na construção ao

longo de sua vida útil.

2.5 DANOS CAUSADOS PELA UMIDADE

Para Verçoza apud Pavan e Pont (2007, p.18), a ausência de

impermeabilizantes nas áreas molhadas pode causar os seguintes problemas:

goteiras, manchas, mofo, apodrecimento, ferrugem, eflorescências,

criptoflorescências, gelividade e deterioração.

Goteiras – é gotejamento direto de água advinda de chuvas, vazamentos ou

infiltrações em marquises, floreiras, terraços, etc. A umidade permanente deteriora

qualquer material de construção, e sempre desvaloriza uma obra. Goteiras são

defeitos mais comuns das infiltrações e que se procura parar com a

impermeabilização;

Manchas - é a saturação de água nos materiais sujeitos a umidade tendo como

conseqüência o aparecimento de manchas características e posterior deterioração.

Esses defeitos só serão resolvidos com a impermeabilização do pronto crítico das

manchas;

Mofo e apodrecimento – o apodrecimento da madeira, por exemplo, é devido ao

mofo e bolor. O mofo e bolor são fungos vegetais cujas raízes, penetrando na

madeira, destilam enzimas ácidas que a corroem. Até mesmo nas alvenarias eles

causam danos, porque eles também ali aderem, escurecendo as superfícies e, com

o tempo, desagregando-as. Logo, o mofo e o apodrecimento também são

decorrentes da umidade. Para evitar que apareça é preciso eliminar a umidade, o

que se consegue com impermeabilizações e com ventilação, que secam as

superfícies e removem as sementes.

Oxidação – é a reação química que ocorre nos metais sujeitos a umidade. No aço,

chama-se ferrugem e causam o aumento considerável de volume das barras

desagregando o recobrimento, expondo as armaduras a mais ataques externos.

Eflorescências – são formações de sais nas superfícies das paredes, trazido do

seu interior pela umidade. As eflorescências causam mau aspecto, manchas, ou

43

descolamento da pintura, etc. Pior ainda quando elas se situam entre os tijolos e o

reboco, fazendo este se descolar. De acordo com o volume, chegam a formar

estalactites. As eflorescências aparecem quando a água atravessa uma parede que

contenha sais solúveis. Estes sais podem estar nos tijolos, no cimento, na areia, no

concreto, na argamassa, etc.;

Criptoflorescências – também são formações salinas, de mesma causa e

mecanismo que as eflorescências, mas agora os sais formam grandes cristais que

se fixam no interior da própria parede ou estrutura. Ao crescerem, eles podem

pressionar a massa, formando rachaduras e até a queda da parede. O maior

causador de eflorescência é o sulfato. Os sulfatos, ao receberem água, aumentam

muito de volume. Mesmo que a pressão seja pequena, as criptoflorescências fazem

desagregar os materiais, principalmente na camada superficial.

Gelividade – a água, ao congelar, aumenta de volume. E a água em canais

capilares congela à temperatura acima de 0,0°. Ela pode congelar à temperatura de

até 6,0°C. Assim sendo, a água depositada nos poros e canais capilares dos tijolos e

do concreto congela em dias frios. Ao congelar aumenta de volume. No miolo, este

aumento de volume é contido pela massa do tijolo, e se traduz por calor, que então

impede o congelamento. Mas na superfície a resistência é menor, formando-se gelo

que desloca as camadas mais extensas, desagregando paulatinamente o material.

Então a superfície dos tijolos começa a se desgastar, parecendo lixada. Geralmente

toma a forma convexa. Não havendo a penetração da água, não haverá gelividade.

Deterioração – todos os defeitos citados antes são causados pela água, ou por ela

conduzidos, ou afetados. Esses defeitos vão aos poucos deteriorando os materiais e

a obra construída. Logo, a impermeabilidade é também uma exigência de duração, e

não somente de aparência ou acabamento.

Condensação – em certas condições de temperaturas e umidade pode ocorrer

condensação, ou seja, o agrupamento de moléculas de água no resfriamento das

mesmas; deterioração – efeitos da ação constante da água (umidade) sobre os

materiais e estruturas, reduzindo a duração dos mesmos.

44

2.6 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DECORRENTE DAS FALHAS

OU AUSÊNCIA DE IMPERMEABILIZAÇÃO

A Associação Brasileira das Empresas de Impermeabilização (ABRAI) vem

sempre difundindo a necessidade, de cada vez mais, aprimorar as técnicas de

aplicação dos materiais de impermeabilização com o objetivo de evitar

manifestações patológicas. Os levantamentos de manifestações patológicas das

edificações são documentos práticos, com recomendações de como projetar,

executar ou sanar problemas quando surgidos, sendo assim, essencial e importante

elemento para a realimentação das informações de tecnologia de construção.

As principais manifestações patológicas relacionada à impermeabilização

subdividem em dois grupos que são:

a) Infiltração da água, provocadas por falha ou inexistência de

impermeabilização;

b) Processo construtivo que podem provocar a degradação ou rompimento da

impermeabilização (Figura 18);

Figura 18 – Descuido dos operários durante a obra. Fonte: Cruz (2003).

Segundo Jacobucci (1993), dentre os principais problemas que podem ser

controlados como: a falta de detalhes construtivos, detalhes que foram apresentados

anteriormente no item 2.1; os cortes na impermeabilização acabada; o desleixo dos

operários no que se refere à deposição de materiais sobre a impermeabilização; a

45

queda acidental de materiais; a permissão, por parte das construtoras, do trânsito de

pessoas e materiais sobre a impermeabilização.

Em uma laje, como mostra a Figura 19, ocorre o envelhecimento precoce da

manta de impermeabilização, em decorrência da constante variação de temperatura,

causando a perda da volatilidade do asfalto.

Figura 19 – Envelhecimento precoce da manta. Fonte: Cruz (2003).

Um exemplo bastante comum em prédios residenciais é a manifestação

movimentação térmica e/ou estrutural surgem às fissuras nas platibandas (Figura

20), originando as infiltrações que acontecem pelas chuvas trazidas pelo vento e que

atingem o lado interno da impermeabilização, ocasionando o aparecimento de

umidade na laje.

Figura 20 – Manifestação patologia por movimentação térmica e/ou estrutural. Fonte: www.primer.com.br/manualdoimpermeabilizador.htm.

46

Outro exemplo que merece ser citado é a penetração de umidade por

intermédio de caixas elétricas e/ou através de pontos de luz, isso acontece quando

falhas na execução em relação à colocação do eletroduto (Figura 21), em cujos

percursos horizontais ou verticais a umidade poderá percorrer, acarretando pingos

de água em pontos de luz na laje. A Figura 22 mostra uma manifestação ocorrida

função da ausência de impermeabilização na calha do prédio, apresentou essa

infiltração no ponto de luz.

Figura 21 – Manifestação patológica na caixa de luz da laje, provocada pela umidade.

Fonte: Cruz (2003)

Figura 22 – Manifestação patológica na caixa da laje.

47

Nas soleiras de portas (Figura 23), que também foi citado anteriormente nos

detalhes no item 2.1, onde ocorre o desnível necessário, pois segundo a NBR

9575/2003 no seu item 6.4 deverá ter um mínimo de 6 cm entre o piso externo e o

nível interno da impermeabilização, pode ocorrer a passagem do fluído por

infiltração capilar.

Figura 23 – Manifestação patológica na soleira por falta de desnível Fonte: Moraes (2002)

No caso de infiltração por cima da platibanda, quando esta não recebe a devida

impermeabilização na aresta superior. As platibandas devem ser executadas em

concreto ou alvenaria de tijolo maciço, os quais deverão estar rigidamente

ancorados e engastados às estruturas, prevendo-se os detalhes necessários para a

impermeabilização. Segundo a NBR 9575/2003, não é aconselhável a utilização de

tijolos furados ou blocos de concreto como mostra a Figura 24.

48

Figura 24 – Platibanda com bloco de concreto e com bloco cerâmico furado. Fonte: www.forumdaconstrucao.com.br

A falta de impermeabilização em fundações e alicerces também causa a

umidade ascendente, conhecida popularmente como “pé de parede”, pois onde não

é feito a impermeabilização na fundação e nos alicerces da residência ou aplicada

de maneira incorreta poderá acontecer esse tipo de patologia como mostram as

Figuras 25 e 26.

Figura 25 – Erro na impermeabilização do alicerce. Fonte: www.ibibrasil.org.br

49

Figura 26 – Exemplo de umidade ascendente.

Então, após ter apresentado algumas manifestações patológicas em

impermeabilização, alguns fatores podem ser observados para evitar as mesmas,

assim como: o pessoal de inspeção, de conservação ou de reparação que devem

trabalhar com calçado de sola macia e a reparação da impermeabilização deverá ser

executada por pessoal especializado.

Deve ser feito uma avaliação visual para saber de que o problema é realmente

de impermeabilização, pois podem ocorrer outras causas ocasionem manifestações

similares. Identificando o problema, constatando-se que o mesmo é originário de

infiltrações ocasionadas pela impermeabilização, deverá ser distinguido se o

problema é localizado ou generalizado.

Segundo Cruz (2003, p.112), para se dar início à identificação o estudo começa

pela retirada das camadas que se sobrepõem à impermeabilização num trecho em

que poderá ser encontrada uma das seguintes situações:

a) Total inexistência da impermeabilização;

b) Impermeabilização com produto de desempenho inadequado com a

solicitação exigida pela base;

c) Impermeabilização com vida útil esgotada.

Caso nenhumas das situações forem identificadas, é recomendado o estudo

dos pontos críticos, individualmente, com realização de testes localizados. A seguir

apresenta-se as técnicas mais usuais e materiais para impermeabilização imobiliária.

50

2.7 TÉCNICAS USUAIS E MATERIAIS PARA IMPERMEABILIZAÇÃO IMOBILIÁRIA

2.7.1 MATERIAIS IMPERMEABILIZANTES

Há no mercado brasileiro, vários produtos impermeabilizantes com

características físico-químicas distintas, em função das diferentes matérias-primas

adotadas. Portanto, se faz necessário conhecer as características mais importantes

destes produtos de forma a serem utilizados adequadamente para o fim que se

destinam, pois, muitas vezes, os produtos atendem a uma determinada função e não

são adequados a outras.

Os produtos impermeabilizantes são baseados em uma ou mais das seguintes

matérias-primas: asfalto de destilação direta, asfalto natural, alcatrão, polímeros,

cimento e outros componentes químicos minerais e orgânicos.

Assim sendo, das matérias-primas são elaborados os seguintes

impermeabilizantes segundo Denver Produtos Impermeabilizantes (2000):

a) Asfalto oxidado – é o que é produzido a partir do asfalto de destilação

direta através da passagem de ar em temperaturas elevadas.

b) Emulsão asfáltica: é produzida através da emulsificação em água do

asfalto CAP (cimento asfáltico de petróleo).

c) Solução asfáltica – este impermeabilizante é produzido a partir da

solubilização do asfalto oxidado em solvente apropriado, de forma a permitir

a sua aplicação a frio.

d) Emulsão polimérica – é um produto que é produzido a partir da

emulsificação de polímeros sintéticos. A emulsão mais utilizada no mercado

é a acrílica.

e) Asfalto modificado – é aquele modificado com polímeros, com a finalidade

de incorporar melhores características físico-químicas ao asfalto.

f) Mastique – é produzido com a finalidade calafetar juntas de dilatação,

juntas de retração, fissuras, bem como vedações diversas, como caixilhos,

cerâmica, madeira, concreto e alvenaria, etc. Podem ser elasto-plástico ou

51

plásticos, aplicados a frio ou a quente, mono-componente ou bicomponente

tirotrópico ou auto-nivelante.

g) Solução polimérica – é um elastômero solubilizado em solventes

apropriados, que possuem boas características de elasticidade, resistência

mecânica, resistência à fadiga, etc.

h) Resina epoxídica – é geralmente utilizada em impermeabilização com

finalidade anticorrosiva, pois o sistema possui boa resistência a diversos

produtos químicos.

i) Cimentos impermeabilizantes – são cimentos de diversos tipos, com

incorporação de outros produtos químicos, que irão dar características de

impermeabilidade. Podem ser de dois tipos: osmóticos e não osmóticos. Os

primeiros, também chamados de cristalização, possuem características de

pequena penetração nos capilares do concreto, colmatando-os. O segundo

tipo, também chamado de revestimento polimérico, é utilizado com resina

(do tipo acrílico), possui melhor aderência ao substrato e maior flexibilidade.

j) Aditivo impermeabilizante – é um produto à base de estereato, ácido

graxo, etc., que adicionado às argamassas conferem as mesmas

características impermeáveis. Normalmente, pode ser utilizado para

impermeabilização de reservatórios, subsolo, etc. É um sistema rígido de

impermeabilização.

k) Manta de polímero – é um produto pré-fabricado à base de polímeros dos

tipos butil, EPDM, PVC, etc., utilizada para impermeabilização de lajes em

geral, calhas, rufos, etc. Estes polímeros apresentam boas características

de impermeabilidade e durabilidade.

2.7.2 EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS UTILIZADOS NO PROCESSO DE

APLICAÇÃO DA IMPERMEABILIZAÇÃO

Alguns materiais e equipamentos são essenciais para se fazer a aplicação da

impermeabilização, pois estes ajudam no rendimento do serviço e na qualidade. Os

principais materiais e equipamentos utilizados nas impermeabilizações são:

52

a) EPI (Equipamentos de Proteção Individual) : luvas (PVC ou borracha),

capacetes, óculos de segurança, máscara de proteção e uniformes (calças

compridas e camisas compridas) (Figura 27);

Figura 27 - EPI´S utilizados na impermeabilização. Fonte: http://www.vedacit.com.br/literatura/manual

b) Ferramentas : desempenadeira, colher de pedreiro, broxa, trincha, vassoura

ou vassourão de pelo macio, rolo para pintura e maçarico (Figura 28).

Figura 28 – Ferramentas utilizadas no processo de impermeabilização. Fonte: http://www.vedacit.com.br/literatura/manual

LUVAS UNIFORME

BOTA

ESPÁTULA TRINCHA

VASSOURÃO

MAÇARICO

PINCEL

COLHER DE

PEDREIRO

ROLO

MÁSCARA ÓCULOS DE

PROTEÇÃO CAPACETE

53

2.7.3 SISTEMAS IMPERMEABILIZANTES

Segundo a NBR 9575/2003, por definição, sistema de impermeabilização é o

conjunto de materiais e serviços que uma vez aplicados conferem impermeabilidade

às construções. Segundo Pirondi (1988), a escolha do sistema impermeabilizante

mais adequado para certa construção é necessário analisar vários fatores assim

como: forma da estrutura, movimentação admissível no cálculo da mesma,

temperatura e umidade relativa local, efeito arquitetônico que se deseja obter e

custos, dentre outros. Portanto, para efeito de avaliação os principais itens a serem

observados são:

a) Impermeabilidade dos materiais;

b) Resiliência dos materiais;

c) Longevidade dos sistemas de impermeabilização;

d) Proteção mecânica e isolamento térmico;

e) Custos.

Portanto, segundo Picchi (1986, p.20), ainda que o serviço de

impermeabilização seja considerado como uma especialidade, todo engenheiro ou

arquiteto deveria ser capaz de especificar sistemas, selecionar materiais, contratar

firmas aplicadoras e fiscalizar a execução dos serviços, seja referente às novas

impermeabilizações ou a trabalhos de manutenção e reparos; deveria também

conhecer as interações da impermeabilização com as demais partes do edifício, de

forma a prever os detalhes necessários na fase de projeto.

O IBI vem constantemente fazendo divulgações técnicas para que esse

problema perante aos profissionais seja sanado ou até mesmo diminuir, além disso,

a ABNT, também desde 1975 têm aperfeiçoado ao longo do tempo as Normas do

referido assunto.

Segundo Ussan apud Cruz (2003, p.43), para a maior facilidade de

assimilação, sugere a seguinte classificação dos sistemas impermeabilização:

a) De mantas ou pré-fabricado (industrializado);

b) Rígido;

c) Laminares ou pintura.

54

2.7.3.1 Sistema de Mantas ou Pré-fabricado

O sistema de mantas ou pré-fabricado é o sistema de aplicação de mantas

compostas de asfaltos e elastômeros, como material impermeabilizante, produto

fabricado industrialmente com espessura e peso por metro quadrado constantes,

obtido através de processos de extrusão ou calandra e fornecido em rolos com

comprimentos e larguras definidos pelo fabricante.

Dentre os materiais mais encontrados no mercado são as mantas asfálticas,

mantas butílicas e mantas de PVC estruturadas com os seguintes materiais: filme de

poletileno, não tecido de poliéster e filme PVC. O sistema pré-fabricado também é

identificado como um sistema de mantas poliméricas sintéticas.

2.7.3.1.1 Mantas asfálticas

As mantas asfálticas proporcionam uma impermeabilização de espessura e

desempenho comparáveis (às vezes até mesmo superiores) ao sistema moldado no

local feltro asfáltico e asfalto, com economia de mão-de-obra e tempo, e a custo

menor que as mantas de polímeros.

Para Ussan apud Cruz (2003, p.45), alguns fatores diferenciam no Sistema de

Mantas Asfálticas de uma para outra. Um fator preponderante é o tipo de asfalto

utilizado na sua fabricação, pois a formulação do asfalto difere de um fabricante para

outro, sendo que o melhor asfalto é aquele que tiver maior quantidade de polímeros,

pois estes aumentam sua resistência e sua vida útil, assim como a flexibilidade e

ponto de amolecimento, pois estes são fatores chaves num sistema de

impermeabilização.

Segundo Cunha e Neumann (1979, p.141) o asfalto pode ser produzido numa

variedade de tipos, sólidos até líquidos. O tipo semi-sólido, conhecido como betume

asfáltico, é o material básico. Os produtos asfálticos líquidos são preparados,

geralmente, emulsionando-os com água ou misturando-os com destilado de

petróleo.

Para Porcello (1997), o asfalto utilizado nas mantas asfálticas é o asfalto

oxidado, ou seja, aquele produzido a partir do asfalto de destilação direta, como

55

citado no item 3.1, cujas características foram modificadas através da passagem de

ar aquecido a 200°C, por entre sua massa aquecida.

Há uma grande semelhança entre a manta asfáltica e ao sistema moldado in

loco, pois a manta asfáltica com armadura proporciona uma impermeabilização de

espessura e desempenho comparáveis, ou até melhor às vezes, que ao sistema

moldado in loco que utiliza feltro asfáltico e asfalto, com economia de mão-de-obra e

tempo, e a custo menor que as mantas com polímeros. Portanto, existem muitos

produtos que se enquadram nesta classe. As variações são quanto ao tipo de asfalto

utilizado, espessura da manta, material de recobrimento e tipo de armadura.

De um modo geral, no Brasil atualmente são encontrados três tipos de mantas

de asfalto: manta de asfalto com armadura de poliéster não tecido, manta de asfalto

com alma de polietileno e manta de asfalto composta com PVC;

a) Manta de asfalto com armadura de poliéster não t ecido;

Segundo Manual Técnico da Viapol Impermeabilizantes (2008), a manta não

tecido de poliéster, impregnada com asfalto e revestida em ambas as faces com

asfalto, chegando a ter uma espessura final de 3, 4 e 5 mm. Este material na

Empresa Viapol Impermeabilizantes, pode ser de PL (plastoméricos) e EL

(elastoméricos). A diferença deste material para um feltro asfáltico ou manta não

tecida de poliéster impregnados de asfalto, é que o material por si só é impermeável,

não sendo um simples reforço. Além disso, este material atende ao tipo III segundo

a tabela 1 – parâmetro de ensaio – da NBR 9952/1998. Em relação aos

acabamentos fabricados desta mesma manta podem ser: PP (polietileno em ambas

as faces, para colagem com maçarico), AA (areia em ambas as faces para colagem

com asfalto a quente) e AP (areia/polietileno – sendo o polietileno na face de

aplicação com maçarico). Estas mantas são fornecidas em bobinas de 1,0 m de

largura por 10,0 m de comprimento.

b) Manta de asfalto com alma de polietileno;

A manta de asfalto com alma de polietileno trata-se de uma alma de polietileno,

com espessura de mais ou menos 0,1mm, revestida de asfalto oxidado catalítico,

com espessura de 1,5mm a 2,0mm de cada lado, ambos os lados filmes

antiaderentes de polietileno de pequena espessura, conforme mostra Figura 29.

56

Figura 29 – Manta asfáltica com armadura. Fonte: Picchi (1986).

A alma de polietileno, neste sistema, não é considerada somente como uma

armadura. A impermeabilização é a alma de polietileno, servindo as camadas

asfálticas para proteger esta alma de perfuração e propiciar a emenda das mantas,

por fusão do asfalto; os filmes exteriores de polietileno têm exclusivamente a função

de evitar a adesão das camadas asfálticas, quando a manta encontra-se enrolada.

Segundo Manual Técnico da Viapol Impermeabilizantes (2008), por exemplo,

dispõe um produto, cujo sua descrição é uma manta asfáltica produzida a partir da

modificação física do asfalto com uma mescla de polímeros especiais, que

proporcionam à manta, uma boa aderência, durabilidade e resistência garantindo a

impermeabilização da área a ser utilizada. O tipo de acabamento fornecido é o PP

(Filme de polietileno na face interna e externa, para colagem com maçarico). O

produto é fornecido em bobinas de 3,0 ou 4,0 kg/m², ou melhor explicando, as

embalagens são de 1,0 m de largura por 10,0 m de comprimento.

Além disso, existe uma manta de asfalto com alma de polietileno que em um

dos filmes é substituído por uma lâmina de alumínio externa. Um exemplo a ser

citado é uma manta com alumínio, segundo o mesmo Manual, cuja sua descrição é

uma manta asfáltica produzida a partir de modificação feita com polímeros especiais

e estruturantes, pois a incorporação destes polímeros especiais proporciona a

massa asfáltica uma boa resistência, elasticidade e durabilidade. A face exposta que

é uma película de alumínio altamente flexível e resistente ao ozônio e a outra face, a

inferior, é revestida por um filme de polietileno extinguível a chama de maçarico. São

fornecidas em bobina de 3,0 kg/m2, ou bobinas de 1,0 m de largura por 10,0 m de

comprimento. Segundo a NBR 9952/1998, atende ao tipo II na tabela 1.

57

c) Manta de asfalto composta com PVC;

As mantas de asfalto compostas com PVC são constituídas de um filme

impermeável de PVC, associado a uma camada berço de asfalto modificado com

polímeros; são utilizados filmes antiaderentes de polietileno. As mantas com filme

PVC, são lâminas de 2 e 3 mm de espessura com muito boa resistência mecânica e

ao envelhecimento.

Segundo Cunha e Neumann (1979, p.154), deve-se conhecer bem o que é

uma manta plástica ou elástica, além das características que foram citadas

anteriormente de cada manta, se faz necessário conhecer outras tais como:

a) Resistências ao envelhecimento;

b) Flexibilidade à baixa temperatura (<0°C);

c) Resistência ao calor e ao escorrimento;

d) Resistência ao ataque de micro-organismos, aos álcalis, e aos ácidos

dissolvidos nas águas pluviais;

e) Resistência ao puncionamento dinâmico e estático, conforme as condições

que a manta terá que suportar durante a execução e durante o uso;

f) Absorção de água e estanqueidade sob pressão.

2.7.3.1.2 Sistemas de aplicação

Existem dois tipos de sistemas básicos de aplicação deste tipo

impermeabilização:

a) Sistema não aderido;

b) Sistema aderido.

De um modo geral, segundo a NBR 9575/2003, a impermeabilização não

aderida é o conjunto de materiais ou produtos aplicáveis nas partes construtivas,

totalmente não aderidas ao substrato. E a impermeabilização aderida é o conjunto

de materiais ou produtos aplicáveis nas partes construtivas, totalmente aderidas ao

substrato.

Segundo Dinis (1997, p.235), o sistema flexível não aderido é o que utiliza

mantas pré-fabricadas assentadas sobre os substratos sem qualquer promotor de

aderência na base. Estas mantas comportam-se como um envelopamento das

58

estruturas, sem qualquer vínculo estrutural com as mesmas, sendo utilizadas,

preferencialmente, em superfícies planas. São suscetíveis a apresentarem

problemas mediante solicitações que gerem arrancamento ou deslizamento.

No sistema aderido, para Pichhi (1986, p.62) a fissuração do suporte, a

movimentação de juntas de dilatação, entre outros, impõem à impermeabilização, de

forma localizada, grandes deformações percentuais que poderão gerar elevadas

tensões de tração.

Neste sistema de mantas se faz necessário aderi-los ao substrato nos

seguintes casos:

- nas mantas autoprotegidas, que não levam pavimentação ou lastros pesados

sobre elas, para evitar que sejam arrancadas pelo vento;

- nos planos verticais;

- em fundos de caixas d’água e de piscinas.

Portanto, as mantas asfálticas podem ser aderidas pelo Processo CAQ

(colagem com asfalto quente) ou CMG (colagem com maçarico a gás). O processo

CMG depende de proteção anti-aderente empregado na fabricação da manta. As

mantas necessitam desta proteção pra poderem ser bobinadas. Se a proteção anti-

aderente for um filme delgado de polietileno, ou de talco, que são facilmente

consumidos pelo calor da chama do maçarico de gás, o processo CMG é melhor

indicado.

2.7.3.2 Sistema Rígido

Segundo Schlaepfer e Cunha (2001), orientam no sentido de que a

impermeabilização deve ser compatível com a rigidez ou flexibilidade da estrutura na

área impermeabilizada.

Os sistemas rígidos são aplicáveis em estruturas sujeitas a mínimas variações

térmicas, pequenas vibrações e/ou exposição solar. São normalmente empregados

em reservatórios d’água inferiores, subsolos, piscinas enterradas, galerias

enterradas de: cabos elétricos, de inspeção em barragens e galerias em geral,

pequenas estruturas isostáticas expostas.

59

Além disso, a evolução dos sistemas rígidos que se originaram pela adição de

aditivos impermeabilizantes em argamassas de cimento e areia, passando pela pré-

fabricação destas argamassas industrialmente, sendo oferecidas prontas para uso,

com metodologia de aplicação mais simplificada e rápida, até a obtenção de

argamassas de uso misto, que permitem sua aplicação em estruturas

moderadamente esbeltas e flexíveis, em face de dosagem dos constituintes do

produto que garantem módulo de elasticidade muito inferior ao da estrutura.

Estes sistemas estão dentre os processos de impermeabilização mais

difundidos e utilizados no Brasil, chamados de Sistemas Contínuos de

Impermeabilização com emprego de argamassas. Este processo, de aplicação

tradicional é, inclusive, normalizado pela ABNT através da NBR 9574/86 sendo

denominada “Argamassa Impermeável”.

Além disso, os cimentos poliméricos também podem ser utilizados em

estruturas antigas, que apresentam problemas de umidade por capilaridade.

Um ótimo exemplo a ser comentado, segundo o Manual Técnico de

Impermeabilização de Estruturas (2007), um impermeabilizante utilizado no sistema

rígido é a argamassa impermeável com aditivo hidrófugo, pois este tipo produto

serve para o tipo de impermeabilização não industrializada aplicada ao substrato de

concreto ou alvenaria, constituída de cimento, areia, aditivo hidrófugo e água

formando um revestimento com propriedades impermeabilizantes, aprovado pela

NBR 9575/2003. Pois estes aditivos hidrófugos reagem com a cal livre do cimento

formando sais cálcicos insolúveis (ação química). Age por hidrofugação do sistema

capilar, mas, permitindo a respiração dos materiais e reduz o ângulo de molhagem

dos poros dos substratos.

2.7.3.3 Sistema Laminar ou de Pintura

Este tipo de sistema é aquele que é aplicado material em camadas sucessivas,

sendo aplicada com pincel, trincha, espátula ou desempenadeira, como mostra a

Figura 30.

60

Figura 30 – Sistema laminar numa varanda.

As espessuras das camadas que foram aplicadas sobre o substrato variam de

acordo ao fabricante. Entre estas camadas pode ou não ser colocado material com a

finalidade de estruturar e dar resistência final ao conjunto. A seguir serão

mencionados alguns dos materiais que compõem este sistema:

a) Asfalto : material sólido ou semi-sólido, de cor escura, que ocorre na

natureza ou obtido pela destilação de petróleo, que se funde gradualmente

pelo calor, cujos constituintes predominantes são os betumes.

b) Emulsão asfáltica : é a dispersão de asfalto em água, obtida com o auxílio

de agente emulsionador;

c) Emulsão asfáltica com carga : trata-se emulsão asfáltica em que se

adicionam cargas minerais, não higroscópicas e insolúveis em água;

d) Elastômeros sintéticos em solução : sistema de impermeabilização

conhecido em nosso meio como neoprene e hypalon;

e) Emulsão e massa acrílica : trata-se de um sistema de impermeabilização

executado predominantemente com produtos à base de polímero acrílico

emulsionado;

f) Emulsão de polímeros : sistema à base de emulsões de termoplásticos,

podendo ser armado com véu de fibra de vidro ou tecido de nylon. Dentre

uma gama variada de produtos capazes de estruturar o conjunto destacam-

61

se: véu de fibra de vidro, não tecido de poliéster, telas dos mais diferentes

tipos, junta e fibra de vidro apropriada.

2.7.4 ANÁLISE E ENSAIOS DE DESEMPENHO

Segundo Arantes (2007, p.36), antes de adotar um sistema de

impermeabilização é necessário conhecer características técnicas do sistema, ou

seja, analisar seu desempenho através de ensaios laboratoriais, para que se possa

verificar suas propriedades e impropriedades.

Ainda segundo o mesmo autor, de um modo geral qualquer sistema de

impermeabilização vai ser submetido a diversos esforços físico-químicos e é

necessário saber se estes sistemas atendem a uma determinada exigência.

Através dos resultados dos ensaios e do conhecimento das necessidades de

uma obra, é que se pode selecionar dentre uma grande diversidade de

impermeabilizantes, quais são os mais adequados.

Portanto, serão citados resumidamente alguns dos ensaios que normalmente

requeridos para se verificar as características de um sistema ou material

impermeabilizante.

a) Ensaio de Tração : Avalia a resistência à tração e alongamento de ruptura

do material ou sistema impermeabilizante. É utilizado um dinamômetro para

o ensaio, com corpos de prova retangulares ou tipo borboleta.

b) Estanqueidade à água : Avalia-se a resistência à pressão hidrostática de um

sistema impermeabilizante. Utiliza-se o permeâmetro da norma DIN 1048

(Os métodos de ensaio para o concreto: determinação da resistência à

compressão no concreto endurecido em estruturas e componentes;

aplicação das linhas de referência e avaliação de métodos especiais) para

processos de cristalização e a DIN 16935 (Poliisobutileno (PIB) folha de

impermeabilização; requisitos) para impermeabilizantes elásticos

estruturados com armadura de reforço.

c) Puncionamento Estático : verifica-se a resistência de um sistema ao

esforço de sobrecarga sobre o mesmo. Ex.: laje com proteção mecânica,

pisos, pesos constantes, pressão hidrostática, etc.

62

d) Puncionamento Dinâmico : Avalia-se a resistência a um impacto dinâmico

sobre um sistema impermeável. Ex.: tráfego de veículos ou outros

temporários.

e) Ensaio de rasgamento : Avalia a resistência do sistema impermeabilizante

ao rasgamento.

f) Ensaio de fadiga : Avalia-se a resistência de fadiga de um sistema

impermeabilizante a um dobramento ou uma película.

g) Envelhecimento acelerado : Pode-se utilizar para um ensaio mais simples

uma estufa a 110°C e maior sofisticação equipamento de C-UV (ASTM G 53,

1996. Prática para o uso da luz e água expostas com aparelho (C-UV) para

exposição de materiais não metálicos) ou water-o-meter (ASTM D 412,

1998. Método de teste padrão de borracha e elastômeros termoplásticos –

Tração). Verifica-se o grau de envelhecimento do produto em determinado

tempo. Normalmente, este ensaio é conjugado com outros ensaios como

fadiga, resistência à tração, alongamento, flexibilidade etc., para verificar os

parâmetros de um produto antes e depois do envelhecimento.

h) Aderência : Verifica-se a adesão de um sistema sobre o substrato através

de ensaio de tração em dinamômetro.

2.7.5 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DOS SISTEMAS

2.7.5.1 Técnicas do Sistema de Mantas ou Pré-fabricado

O processo de aplicação é feito seguindo alguns passos que são essenciais

para o bom funcionamento da impermeabilização e da qualidade, pois o “passo a

passo” para este tipo de sistema de acordo com o Manual Técnico de

Impermeabilização de Estruturas (2007) e a NBR 9574/86 funciona da seguinte

forma como mostra a tabela 2:

63

TABELA 2 – Técnicas de aplicação do sistema de manta asfáltica

SISTEMA MANTA ASFÁLTICA OU PRÉ-FABRICADO

TÉCNICA DE

APLICAÇÃO

1) Todas as irregularidades, assim como furos e deformações existentes na superfície, devem ser preenchidas com argamassa de cimento e areia, com

traço de no mínimo 1:3; 2) A superfície deve estar seca, firme, sem trincas ou saliências, retirando

todos os elementos estranhos presentes na superfície a ser impermeabilizada, tais como: madeira, ferros, graxa, óleos, resíduos de desmoldante, etc.;

3) Devem ser cuidadosamente executados os detalhes como, juntas, ralos, rodapés, passagem de tubulações, emendas, ancoragem, etc.;

4) Cuidados redobrados com conduites plásticos ou tubulações de PVC, pois são frágeis na presença do maçarico;

5) Caimento mínimo de 1,0% em direção aos coletores, os quais devem ser dimensionados mediante projeto de hidráulica e visando o perfeito arremate da manta;

6) Imprimação: após os preparos, toda a superfície sobre a qual será aplicada a manta, inclusive os ralos e paredes laterais, têm de ser imprimada com uma a duas demãos de um primer, que é uma pintura a base asfáltica. O primer é aplicado com rolo de lã ou brocha. A manta pode ser colada após 6,0 horas, no mínimo, da aplicação, dependendo das condições de temperatura e ventilação do local, mas o recomendável pelo fabricante é 24 horas. Manter o ambiente ventilado durante a aplicação e secagem;

7) Aplicação da manta asfáltica: a) Posicionar os rolos da manta de forma alinhada e obedecendo ao requadramento da área; b) A colagem da manta deve ser iniciada pelos ralos e coletores de água, vindo no sentido das extremidades, obedecendo ao escoamento da água. (verificar detalhe de ralos); c) A aplicação da manta é feita aquecendo-se a superfície da manta e do substrato. Logo que o plástico de polietileno (filme antiaderente) encolher e o asfalto brilhar, deve-se colar a manta asfáltica; d) A segunda bobina da manta deve sobrepor a primeira (traspasse) em 10,0 cm, no mínimo; e) A fim de evitar qualquer infiltração, é necessário que seja feito, após a colagem das mantas, o reaquecimento das emendas dando o acabamento. Este serviço “biselamento” aquece a colher de pedreiro e alisa as emendas, exercendo leve pressão sobre a superfície da manta; f) Nas superfícies verticais, em primeiro lugar, deve-se levar a manta do piso até cobrir parte da meia-cana. Depois, colar outra manta, fazendo a parte do rodapé e descendo no piso 10,0 cm (traspasse). O trecho do rodapé fica com manta dupla. Nas paredes, “estruturar a argamassa com tela galvanizada ou plástica, malha 1/2 a 1”; g) Fazer o teste com lâmina de água, no mínimo, 72 horas; h) Lançar a argamassa para proteção mecânica (caso necessário, se for local de trânsito), com espessura de no mínimo 3 cm ou conforme especificação de projeto, visando intensidade de tráfego e demais solicitações impostas à estrutura/impermeabilização. Prever juntas de dilatação; i) Observar, atentamente, as regras de segurança do uso do maçarico. Contratar mão de obra especializada.

Fonte: Manual Técnico de Impermeabilização de Estruturas (2007) e NBR 9574/86

64

2.7.5.2 Técnicas de Aplicação do Sistema Rígido

Ainda segundo o Manual Técnico de Impermeabilização de Estruturas (2007) e

a NBR 9574/86, o processo de aplicação deste sistema funciona bem de acordo

com os passos seguidos que mostram a TABELA 3:

TABELA 3 – Técnicas de aplicação do sistema rígido.

SISTEMA RÍGIDO

TÉCNICA DE

APLICAÇÃO

1) Todas as irregularidades, assim como furos e deformações existentes na superfície, devem ser preenchidas com argamassa de cimento e areia, com traço de no mínimo 1:3;

2) A superfície deve estar seca, firme, sem trincas ou saliências, retirando todos os elementos estranhos presentes na superfície a ser impermeabilizada, tais como: madeira, ferros, graxa, óleos, resíduos de desmoldante, etc.;

3) Os cantos devem estar arredondados, formando o que se chama de “meia cana”;

4) Antes da argamassa deve ser aplicado 24 horas antes um chapisco (sistema de aderência para argamassas de assentamento, revestimentos e regularizações), com 1:3 traço de cimento e areia;

5) Uma observação imprescindível é não usar aditivo impermeabilizante no chapisco para não afetar no seu sistema de aderência;

6) Evitar passagem de elementos através da impermeabilização, mas quando necessário, precisará ser cuidadosamente detalhada, fixados previamente.

7) Aplicação da argamassa impermeável: a) A argamassa deve ser preparada in loco, não deve ser industrializada, composta por areia, cimento, impermeabilizante e água potável; b) A areia lavada deve possuir granulométrica de 0 a 3 mm, classificada como média, isenta de substâncias ou materiais argilosos; c) Deverá ser usado cimento novo, para evitar alterações nos traços. Além disso, o substrato deve ser umedecido e receber a camada de chapisco no traço 1:3 (cimento e areia) e um impermeabilizante com água (1:2); d) A argamassa impermeável deve ser aplicada de forma contínua, com espessura de 30 mm, sendo a aplicação em camadas sucessivas de 15 mm, evitando-se a superposição das juntas de execução. A primeira camada deve ter acabamento “sarrafeado”, a fim de oferecer superfície de ancoragem para camada posterior, sendo a argamassa impermeável manualmente adensada contra a superfície para eliminar ao máximo o índice de vazios. As duas camadas devem ser executadas no mesmo dia, caso contrário, a última camada deve ser precedida de chapisco. Quando houver descontinuidade devido à interrupção de execução, a junta deve ser previamente chanfrada e chapiscada. A última camada deve ter acabamento com uso de desempenadeira; e) A proteção da argamassa é recomendada que seja mecânica em locais onde há a possibilidade degradação mecânica.

Fonte: Manual Técnico de Impermeabilização de Estruturas (2007) e NBR 9574/86

65

2.7.5.3 Técnicas de Aplicação do Sistema Laminar ou de Pintura

TABELA 4 – Técnicas de aplicação do sistema laminar ou de pintura

SISTEMA LAMINAR OU DE PINTURA

TÉCNICA DE

APLICAÇÃO

1) Em primeiro lugar é preencher todas as cavidades existentes com argamassa impermeável no traço de 1:3 e colocando uma parte de algum impermeabilizante para dois de água;

2) Para a boa aderência do sistema é necessário que o substrato esteja bastante limpo, sem impurezas, ausência de graxas, óleos, poeira e partículas soltas;

3) Caso haja alguma recuperação de estrutura, escarificar e lavar com jato d’água, até que remova todas as partículas soltas. Logo após a secagem, reavaliar a estrutura e observar se existe aço oxidado. Se houver tratar a oxidação com anticorrosivo.

4) A regularização deve ser feita com argamassa impermeável de cimento e areia no traço de 1:4 e impermeabilizante, na espessura de 2 cm;

5) A camada de regularização deve estar aderida ao substrato. Para isso é preciso molhar o concreto antes de se colocar a argamassa;

6) Executar o acabamento da regularização com desempenadeira de madeira, a fim de evitar que fiquem poças e desníveis no substrato;

7) Os cantos e arestas devem ser arredondados em “meia cana”. Deixar um encaixe de 20 cm de altura, 2 cm de profundidade para as bordas da impermeabilização e raio de no mínimo 8 cm. Após o término da impermeabilização, arrematá-lo com argamassa. Deve ter 1,0% de caimento na direção dos coletores.

8) Limpar toda a superfície perfeitamente; 9) Aplicação da lâmina do produto ou da pintura:

Como existem vários locais de aplicação deste sistema, será dado um exemplo de aplicação na impermeabilização de lajes fazendo o “passo-a-passo”. Portanto a seqüência de aplicação é a seguinte: a) Aplica-se a primeira demão de imprimação (geralmente uma emulsão asfáltica) do substrato, que geralmente é diluída em até 10,0% de água, em função de penetrar bem nos poros que é aplicada com rodo ou escovão diretamente ao contra-piso em camadas de 1,0 a 1,5 mm de espessura; b) A impermeabilização deve subir sem descontinuidade nos rodapés, beirais da laje e descer nos ralos. Após 24 horas colocar a tela de poliéster em toda a superfície, com as abas perfeitamente aderidas. Fazer um traspasse de no mínimo 10,0 cm. A tela torna a membrana mais resistente aos esforços de tração e à punção. Em seguida aplicar mais uma demão da imprimação sem diluição. E após 24 horas aplicar a demão de acabamento. c) Fazer a proteção mecânica após 7 dias do término da impermeabilização, pois os produtos asfálticos recebem os raios ultravioletas do sol e, com um tempo podem secar e fissurar, tornando-se quebradiços. Para tanto se faz necessário cobri-lo com um revestimento com argamassa afim de proteger a impermeabilização.

Fonte: Manual Técnico de Impermeabilização de Estruturas (2007) e NBR 9574/86

66

2.8 IMPERMEABILIZAÇÃO EM CALHAS E RUFOS EM PRÉDIOS

2.8.1 IMPERMEABILIZAÇÃO EM CALHAS

As calhas são elementos de captação de águas pluviais dos telhados.

Normalmente têm seção transversal quadrada, retangular ou meia cana. São

instaladas na posição horizontal, com pequena inclinação em um dos sentidos

longitudinais, ao longo de todo o beiral do telhado ou no encontro de duas águas.

Existem vários tipos de calhas, assim como calhas de fibra de vidro, calhas de

metal feitas com zinco, calhas de PVC etc., mas as calhas que serão estudas neste

trabalho serão calhas de concreto armado moldadas em cima da laje de cobertura

dos edifícios residenciais.

As calhas assim como outros materiais feitos de concreto armado e que ficam

exposto à intempéries como chuva, sol e etc., necessitam também de serem

tratadas para que não venha a causar danos aos edifícios, já que elas ficam

localizadas em cima da laje e recebem água e aquecimento do raios solares e

ozônio. Portanto, essas calhas quando não impermeabilizadas podem trazer alguns

danos indesejáveis como infiltração na laje, infiltração nas paredes e etc., pois

quando isso acontece, a manutenção provoca maiores custos do que se estivesse

feito a impermeabilização após a confecção da calha. Além disso, com as

infiltrações trará insalubridade as pessoas que utilizam o prédio como mofo, por

exemplo, além de danificar os revestimentos internos como o reboco e pintura

principalmente.

A impermeabilização atribuída para este tipo de calha (Figura 31) é o de

sistema de manta asfáltica com folha de alumínio ou manta asfáltica seguida de uma

proteção mecânica com argamassa impermeável, mas às vezes essas calhas não

são dimensionadas para receber a proteção de argamassa. A manta deve subir pela

parede da calha até a sua borda externa. As paredes da calha devem ter na sua

superfície superior a mesma inclinação do telhado. Além disso, é recomendado que

as telhas passem 10,0 cm para dentro da calha, formando uma espécie de beiral a

fim de evitar a entrada de água provocada por chuvas de vento.

67

Figura 31 – Impermeabilização em calhas de concreto. Fonte: http://bdigital.cv.unipiaget.org/dspace/bitstream

As calhas necessitam de manutenção, portanto segundo Spagnollo (2008) o

ideal é que as calhas tenham pelo menos 30,0 cm de largura prevendo-se na

camada de regularização um caimento de 1,0% para os ralos e sua espessura

mínima de 3,0 cm.

A impermeabilização de calhas feitas com manta asfáltica de alumínio é feita

da seguinte forma (TABELA 5), seguindo o “passo-a-passo” segundo o Manual

Técnico da Viapol Impermeabilizantes (2008):

68

TABELA 5 – Impermeabilização de calhas com manta asfáltica de alumínio

SISTEMA MANTA ASFÁLTICA

TÉCNICA DE

APLICAÇÃO

1) A superfície deve ser previamente lavada, estar isenta de pó, areia, resíduos de óleos, graxas, desmoldante e etc.;

2) Sobre a superfície horizontal úmida, executar regularização com caimento mínimo de 1,0% em direção aos pontos de escoamento de água, preparada com argamassa de cimento e areia média, traço 1:3, utilizando água de amassamento composta de 1 volume de emulsão adesiva e 2 volumes de água para maior aderência ao substrato. Essa argamassa deverá ter acabamento desempenado, com espessura mínima de 3 cm;

3) Na região dos ralos, deverá ser criado um rebaixo de 1,0 cm de profundidade, com área de 40x40 cm com bordas chanfradas para que haja nivelamento de toda a impermeabilização, após a colocação dos reforços previstos neste local;

4) Todos os cantos e arestas deverão ser arredondados com raio aproximado de 5,0 cm a 8,0 cm;

5) Juntas de dilatação deverão ser consideradas como divisores de água de forma a evitar o acúmulo de água. As juntas deverão estar limpas e desobstruídas, permitindo sua normal movimentação;

6) Nas áreas verticais em alvenaria, executar chapisco de cimento e areia grossa, traço 1:3, seguido da execução de uma argamassa desempenada, de cimento e areia média, traço 1:4, utilizando água de amassamento composta de um volume de emulsão adesiva e dois volumes de água;

7) Os ralos e demais peças emergentes deverão estar adequadamente fixados de forma a executar os arremates, conforme os detalhes do projeto.

8) Aplicação do produto: a) Aplicar sobre a regularização seca uma demão de primer, com rolo ou trincha e aguardar a secagem por no mínimo 6,0 horas; b) Alinhar a manta asfáltica de acordo com o requadramento da área, procurando iniciar a colagem no sentido dos ralos para as cotas mais elevadas; c) Com auxílio da chama do maçarico de gás GLP, proceder a aderência total da manta asfáltica; d) Nas emendas das mantas, deverá haver traspasse de 10,0 cm que receberão biselamento com a própria borra de asfalto da manta para proporcionar perfeita vedação; e) Executar as mantas na posição horizontal, subindo 10,0 cm na posição vertical; f) Alinhar e aderir à manta na vertical, descendo e sobrepondo em 10,0 cm na manta aderida na horizontal; g) A impermeabilização deverá subir na vertical no mínimo 30,0 cm; h) Após a aplicação da manta asfáltica, fazer o teste de estanqueidade, enchendo o local impermeabilizado com água, mantendo o nível por no mínimo 72,0 horas; i) Após teste de estanqueidade, aplicar duas demãos de tinta alumínio sobre a linha de biselamento (emendas das mantas).

Fonte: Manual Técnico da Viapol Impermeabilizantes (2008)

2.8.2 IMPERMEABILIZAÇÃO EM RUFOS

Os rufos são partes que constituem a cobertura e tem como missão proteger as

paredes expostas, geralmente acima do telhado. Em outras palavras os rufos são

69

acessórios de cobertura que evitam infiltrações nas juntas entre telhados e paredes

ou infiltrações por capilaridade na face horizontal de paredes de cobertura.

Os rufos também podem causar danos aos edifícios quando não

impermeabilizados, pois os rufos de concreto assim como as calhas estão sujeito a

intempéries como chuva, sol, ozônio e etc., portanto, pelo mesmo motivo das calhas

devem ser impermeabilizados para garantir a ausência de infiltrações em paredes

que podem expulsar o reboco e a pintura, causando custos desnecessários aos

edifícios.

Portanto os rufos que serão estudados neste trabalho são também de concreto

armado (Figura 32), que tem como características principais, uma largura de

aproximadamente 30,0 cm. Na confecção do rufo o carpinteiro deve ter a informação

de deixar um baguete de 2,5x2,5 cm no sentido longitudinal próximo da borda mais

ou menos 3,0 cm, que é o que fará que a peça de concreto fique com um sulco na

face inferior, que servirá como pingadeira evitando o refluxo de água.

Figura 32 – Impermeabilização de rufos. Fonte: http://bdigital.cv.unipiaget.org/dspace/bitstream

Os rufos podem ser impermeabilizados de duas maneiras: uma com emulsão

asfáltica seguida de lã de vidro e protegida com uma pintura de alumínio. A outra é

com manta asfáltica com filme de alumínio, a mesma que foi citada no item

anteriormente, aplicada às calhas.

A impermeabilização dos rufos com manta asfáltica com filme de alumino

acontece da seguinte forma como mostra a TABELA 6:

70

TABELA 6 – Impermeabilização em rufos com manta asfáltica de alumínio

SISTEMA MANTA ASFÁLTICA

TÉCNICA DE

APLICAÇÃO

1) A superfície superior e lateral do rufo deve receber uma camada de regularização (cimento e areia no traço 1:3) com espessura mínima de 3,0 cm; 2) Todos os cantos devem ser arredondados e a membrana deve revestir toda a face lateral e superior do rufo, assim como a parede de onde emerge o rufo e sua face superior; 3) A face superior da parede deve ter uma inclinação de 5,0% para o lado interno a fim de evitar manchas precoces na fachada; 4) A superfície deve estar limpa sem qualquer sujeira, isenta de graxas, óleo, areia etc.; 5) Aplicar sobre a regularização seca uma demão de primer, com rolo ou trincha e aguardar a secagem por no mínimo 6,0 horas; 6) Aplicação do produto:

a) A manta deve ser colada desde a face superior da platibanda, passando acima do rufo e aderindo até a telha; b) Após colocar a primeira faixa de manta, executar a emenda entre as mantas ou traspasse de 10,0 cm no mínimo, que receberão o biselamento para dar vedação; c) Sobre a linha de biselamento, aplicar duas demãos de tinta de alumínio para garantir a vedação da junta.

Fonte: Manual Técnico da Viapol Impermeabilizantes (2008)

71

3.ESTUDO DE CASO

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ESTUDADA

O presente estudo de caso foi realizado na cidade de Feira de Santana – BA,

que dista aproximadamente 110,0 Km da capital da Bahia, Salvador (Figura 33). O

prédio escolhido foi o do Fórum Filinto Bastos, que fica situado à Rua Coronel Álvaro

Simões n.º 11, bairro – Centro. Onde ocorreram diversas manifestações patológicas

relacionadas à ausência de impermeabilização nas calhas e nos rufos da laje de

cobertura do edifício citado.

Figura 33 – Mapa do estado da Bahia. Fonte: www.viagemdeferias.com/mapa/bahia.gif

72

3.2 ESCOLHA DO LOCAL DE ESTUDO

O caso estudado foi realizado neste local devido a informações fornecidas pelo

engenheiro da empresa de impermeabilização atuante na obra de

impermeabilização nas calhas e rufos do primeiro prédio do Fórum Filinto Bastos,

cujo foi construído há algumas décadas atrás, que as patologias apresentadas no

mesmo tinham causado diversas deteriorações à edificação, daí manifestou o

interesse de se fazer o estudo. Vale ressaltar que boa parte das empresas de

construção civil do país se preocupa bem pouco com o ato de se fazer

impermeabilização em calhas de cobertura e principalmente rufos, sendo que isso

poderá trazer danos às edificações futuramente.

3.3 PATOLOGIAS E DANOS CAUSADOS PELA AUSÊNCIA DE

IMPERMEABILIZAÇÃO NOS RUFOS E DETERIORAÇÃO DAS CALHAS

Diversas patologias foram observadas dentro do prédio do Fórum Filinto Bastos

devido à ausência da impermeabilização nos rufos e a deterioração nas calhas

existentes na laje superior do mesmo.

O mofo causado pela infiltração na laje superior deteriorou uma parte do

revestimento da laje do segundo andar do prédio, além de proporcionar manchas ao

longo da parede danificando a pintura, como mostra a Figura 34. Portanto a água

infiltrou na laje devido à calha está deteriorada.

73

Figura 34 – Mofo seguido de manchas nas paredes e na laje.

Outro dano causado por mofo, que é uma provável presença de fungos,

também foi observado manchas nas paredes da escada (Figura 35). Este local teve

infiltração na laje primeiramente, seguida de infiltração por percolação no

revestimento da parede que fica colada à laje, e pelo mesmo motivo, que foi a calha

deteriorada, com ponto crítico, que é um furo na calha superior existente (Figura 36).

74

Figura 35 – Mofo apresentado na parede, seguido de manchas na pintura.

Figura 36 – Calha deteriorada seguida de um furo existente na mesma.

PONTO CRÍTICO: BURACO EXPOSTO NA CALHA.

75

Foi também observado pontos de ferrugem nas lajes, portanto com a calha da

laje superior deteriorada como mostra Figura 37, veio a causar oxidação no aço da

laje (Figura 38) e provavelmente da calha, já que ambos foram construídos em

concreto armado. Além disso, não diferente das outras deteriorizações citadas

anteriormente afetou a pintura das paredes.

Figura 37 – Calha deteriorada.

Figura 38 – Oxidação do aço da laje e possível oxidação do aço da calha.

76

Em vários pontos de iluminação apresentaram manchas próximos aos

mesmos, pois como nestes pontos são considerados críticos devido à caixa que

fixada na laje para colocar a iluminação, pois quando há infiltrações nas lajes eles

são locais por onde pode ser o refúgio da água que está percolando nas mesmas.

Portanto, aconteceu também este tipo de infiltração que veio a danificar a laje do

Fórum Filinto Bastos, também por deterioração na calha superior, de modo que a

laje apresentasse sinais de manchas ao redor das luminárias e até mesmo nelas,

como mostram as Figuras 39 e 40.

Figura 39 – Infiltração por umidade na caixa de iluminação.

Figura 40 – Infiltração por ponto de iluminação no segundo andar.

77

Outro fator de degradação dos materiais que foi possível perceber foi a

oxidação de tubulações aparentes seguido de danos à pintura, pois estes com a

umidade na laje devido à infiltração da mesma causada pela calha cujo estava

deteriorada, chegou a afetar estas canalizações que são de aço, e servem para

cobrir fios de eletricidade e de telefonia de um modo geral como mostram as Figuras

41 e 42.

Figura 41 – Oxidação de tubulações de aço de fios de elétrica e telefonia, além de deterioração da pintura da laje.

Figura 42 – Oxidação de tubulações de aço de fios de elétrica e telefonia, além de deterioração da pintura da laje e nas paredes.

78

Além destes casos citados merece destacar, o descolamento da pintura no

teto, que geralmente é causado por eflorescências, pois estes são gerados por sais

existentes na umidade do local que com o tempo começa a expulsar o material

(Figura 43).

Figura 43 – Eflorescência com descolamento da pintura.

Alguns danos foram causados pela ausência de impermeabilização nos rufos,

pois através destes também foram apresentadas manifestações patológicas. A

situação dos rufos era precária uma vez que existiam várias fissuras no platibanda

na parte externa (Figura 44) e interna (Figura 45) e seguiam até o rufo, sendo que

estas fissuras causaram infiltrações na parte externa entre o rufo e o platibanda.

Além disso, pode-se observar que abaixo do rufo existia um substrato aparente de

alvenaria (Figura 45) e sem nenhum revestimento, que é um possível ponto de

infiltração pelas paredes já que o rufo não foi protegido. Com isso, pode ser visto

que como não havia impermeabilização nos mesmos as águas das chuvas estavam

infiltrando pelas fissuras e afetando a fachada do edifício e alguns cômodos dentro

da edificação.

79

Figura 44 – Fissura no encontro do platibanda com o rufo (fachada).

Figura 45 – Fissura no encontro do platibanda com o rufo (parte interna) e substrato de alvenaria sem revestimento.

80

Através destas fissuras e do substrato aparente observados nas Figuras 46 e

47 foram causadas infiltrações na laje que conseqüentemente aparecimento de

manchas na laje (Figura 46), com aspecto de oxidação do aço da laje e a presença

de descolamento do revestimento de tinta.

Figura 46 – Provável oxidação de aço na laje, causando manchas no teto da sala e descolamento do revestimento da tinta.

Outro dano causado pela ausência de impermeabilização nos rufos, foi a

presença de umidade também na área externa do prédio, precisamente na varanda,

que o revestimento começou a descolar além de provocar manchas na parede

(Figura 47).

Figura 47 – Manchas na parede e na laje.

81

Além de todas essas manifestações patológicas apresentadas por fotografias

anteriormente, um funcionário do Fórum Filinto Bastos revelou que uma sala no

segundo andar, cujo possui a laje superior é onde possui as calhas e os rufos, foi

interditada em função do mofo e das goteiras que apresentavam quando chovia. A

pessoa revelou ainda que mofo deteriorou alguns móveis existentes nesta sala que

eram de madeira, portanto pressupõe que com o mofo os fungos destruíram a

madeira dos móveis.

Outras informações foram passadas, pois o mesmo funcionário falou que no

corredor do segundo andar do prédio apresentava goteiras constantemente, sempre

no período chuvoso a água gotejava neste local principalmente nos pontos de luz,

local de ponto crítico quando se há infiltrações em lajes. Isso deu para perceber que

através da laje deste corredor que apresentavam manchas no teto.

3.4 PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO EM CALHAS E RUFOS DO FÓRUM

FILINTO BASTOS

A empresa subcontratada para realizar o serviço de impermeabilização nas

calhas e rufos do primeiro prédio do Fórum Filinto Bastos utilizou de algumas

medidas técnicas por conhecimento das normas técnicas as NBR 9575/2003,

9574/86 e 9952/98, e de conhecimentos técnicos por experiência em função de não

haver uma compatibilização de projetos até porque a construção do prédio foi

realizada na década passada, além de não haver impermeabilização de nenhuma

forma. Portanto, como a empresa é especialista neste parâmetro da engenharia

procurou a melhor solução para as patologias apresentadas anteriormente.

3.4.1 SISTEMA IMPERMEABILIZANTE E DE APLICAÇÃO ADOTADOS

O sistema impermeabilizante adotado foi o de manta asfáltica ou pré-fabricado,

pois geralmente em calhas e rufos como estão expostos à intempéries como chuva

e sol (ozônio) constantes o mais recomendado é este sistema, devido à sua

82

durabilidade e funcionalidade, segundo o engenheiro da empresa de

impermeabilização subcontratada.

O sistema de aplicação utilizado foi o sistema aderido com o processo de

CMG, pois este de tipo de aplicação depende da emulsão asfáltica para dar

aderência à manta em relação ao substrato.

Enquanto ao tipo de manta asfáltica utilizada, foi utilizada uma manta asfáltica

com uma face de alumínio que é flexível e resistente ao ozônio. Este tipo de manta,

segundo o engenheiro da empresa de impermeabilização, é recomendado

principalmente para locais com ausência de trânsito, pequenas dimensões e locais

que estão expostos às ações de intempéries como sol e chuva.

O engenheiro relatou que a impermeabilização mais recomendada para os

rufos e as calhas é justamente a manta asfáltica com uma face de alumínio, mas

para as calhas poderia utilizar a manta asfáltica seguida de proteção mecânica,

deixando claro que este tipo também resolve, mas o que ele quis chamar à atenção,

é que nas calhas apesar de não haver trânsito, mas as impurezas e os materiais que

caem do telhado, a impermeabilização pode se desgastar mais rápido. Além disso,

como as calhas tinham dimensão de largura um pouco pequena, dificultaria o

processo de proteção mecânica podendo ficar vulnerável, uma vez que o pedreiro

não conseguisse fazer devidamente a mesma.

De um modo geral a impermeabilização de manta asfáltica com alumínio

também é recomendável, pois os fabricantes recomendam e dão garantias de

acordo com a NBR 9952/98, assim como o engenheiro da empresa que aplicou o

sistema no Fórum Filinto Bastos.

3.4.2 PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO NAS CALHAS E RUFOS DO FÓRUM

FILINTO BASTOS

O processo executivo das calhas e rufos do Fórum Filinto Bastos, foi executado

de acordo com os princípios normativos assim como a NBR 9974/86, 9975/2003 e

9952/98, pois estas são as normas técnicas que compõe uma impermeabilização

com uma boa qualidade para que não venha a trazer situações indesejáveis

futuramente na edificação, como aconteceu no local de estudo e trouxe gastos que

83

poderiam ser evitados caso tivesse efetuado este mesmo trabalho de

impermeabilização quando foi construído.

3.4.2.1 Detalhes construtivos

Portanto primeiramente como recomenda a NBR 9574/86 nos sub-itens 5.2 e

5.3, foi feita uma revisão nas fissuras, trincas e deteriorizações e existentes nas

calhas assim como nos platibandas, parede existente acima dos rufos, pois estes

foram tratados com argamassa de cimento e areia com traço volumétrico (1:3), com

aditivo impermeabilizante. Além disso, foram observados pontos que são

considerados críticos, assim como as tubulações da prumada de descida, como

mostra a Figura 48 e tubulações de passagem, Figura 49, de água de uma calha

para outra, pois estes são detalhes bastante importantes no momento da

impermeabilização, mas não foi encontrado irregularidades, os mesmos estavam em

perfeita condições para que a manta asfáltica aderisse corretamente e fosse feito os

arremates necessários para uma boa impermeabilização.

Figura 48 – Tubulação de descida da prumada.

84

Figura 49 – Tubulação de passagem de uma calha para outra.

Outro subitem da NBR 9952/86 observado foi o sub-item 5.5, que nos detalhes

das tubulações de descida apresentava bom acabamento sendo arredondado

(Figura 50) para facilitar a colagem da manta asfáltica e fazer o reforço necessário

para vedar a tubulação, além dos cantos no fundo das calhas estão arredondados e

com altura de 30,0 cm que o recomendado um mínimo de 20,0 cm, como mostra a

Figura 50, além de está com um bom raio para que a manta faça a curva sem fazer

dobras para não feri-las e causar futuros vazamentos.

Figura 50 – Arredondamento dos cantos da calha e altura.

85

Uma avaliação feita em relação à inclinação das calhas nas áreas horizontais,

que segundo a NBR 9575/2003 no seu item 6.4 detalhes construtivos, para calhas

deve apresentar inclinação mínima de 0,5% no plano horizontal. Pois foi observado

que as calhas têm pouco mais de 1,0%, atendendo ao detalhe construtivo da norma.

Outro detalhe construtivo que a mesma norma exige e que foi atendido, são as

tubulações de descida para a prumada, que a NBR 9575/2003 exige diâmetro

mínimo de 75 mm e o que foi visto nas calhas do Fórum Filinto Bastos são de 100

mm (Figura 51) atendendo à mesma.

Figura 51 – Tubulação de descida de 100 mm.

Em relação aos detalhes observados nos rufos, assim como a inclinação dos

rufos que estavam de acordo com a inclinação do telhado (Figura 52), que é o

recomendado e faz parte das praxes construtivas, de um modo geral. Além disso, os

rufos apresentavam uma boa fixação à estrutura e também o canto que os uni com o

platibanda arredondado (Figura 53), como exige a NBR 9574/86 para que a manta

asfáltica não dobre a fim de causar o seu rompimento futuramente.

86

Figura 52 – Inclinação do rufo de acordo com o telhado.

Figura 53 – Arredondamento entre o rufo e o platibanda.

87

3.4.2.2 Aplicação da manta asfáltica

Antes da aplicação da manta asfáltica foi feito o processo de imprimação, que é

um sistema de pintura prévio para que a manta seja aderida melhor, pois nas calhas

e rufos do Fórum Filinto Bastos, foi utilizada uma a emulsão asfáltica própria para o

tipo de manta asfáltica escolhida, cujo produto formulado com asfalto modificado,

aditivos, resinas, alumínio atomizado e solvente de secagem ultra-rápida.

Para a aplicação da manta, depois de ter revisado todos os detalhes, aplicado

a imprimação e feito uma limpeza geral nas calhas, foi seguindo alguns passos

como:

1) Foi executada a etapa das tubulações de descida, que é o reforço da

mesma com a própria manta para evitar infiltrações neste ponto crítico

como mostra a Figura 54;

Figura 54 – Reforço na tubulação de descida da prumada.

88

Este reforço foi efetuado em todas as tubulações que existem nas calhas.

2) A manta foi distribuída ao longo da calha o máximo que puderam (Figura

55), para facilitar o processo de colagem com maçarico a gás (CMG).

Figura 55 – Distribuição da Manta ao longo da calha.

3) O processo de colagem ao longo da calha com o maçarico da seguinte

forma: primeiro o aplicador molham as luvas a fim de evitar que a manta já

aquecida fique colando na mesma e para aliviar o aquecimento em suas

mãos; segundo começa o processo de colagem com maçarico a gás para

que a manta fique bem aderida à calha (Figura 56);

89

Figura 56 – Colagem da manta com maçarico a gás.

4) No momento de colagem de toda a calha foi necessário fazer um traspasse

(Figura 57), porque a largura da manta não deu para cobrir toda a calha.

Figura 57 – Traspasse necessário de uma manta para outra.

90

Portanto foi efetuado de acordo com a NBR 9952/98 que no seu item 5.3.1.1

enfatiza que as emendas devem ter sobreposição (Figura 58) de no mínimo 100,0

mm em qualquer que seja o sentido tanto transversal como longitudinal. Para se

fazer o traspasse o aplicador mediu com uma trena o tamanho necessário para o

restante da calha que faltou e cortou a manta no seu devido local, como mostra a

Figura 59.

Figura 58 – Sobreposição de uma manta na outra.

Figura 59 – Medição e corte da manta.

91

5) Um detalhe importante que foi realizado é a dobra da manta na aresta da

calha, que deve ser bem aderida que depois será coberto pela telha, como

mostra a Figura 60.

Figura 60 – Dobra na aresta superior da calha.

6) Para finalizar o processo de impermeabilização das calhas foram feitos os

arremates finais, aplicados da seguinte maneira:

- Em relação às tubulações de descida da prumada das calhas foi cortado no

local do tubo, que a manta aplicada na calha primeiramente tinha vedado totalmente.

Feito o corte do tubo foi dado o acabamento devido, como mostra a Figura 61, e

colado corretamente com a borra da manta que o operário aquece a manta até

chegar ao ponto de ficar tipo um líquido viscoso e colante, como mostrado na Figura

62.

92

Figura 61 – Acabamento no tubo de descida da prumada.

Figura 62 – Aquecimento da manta para obtenção do líquido para fazer acabamento.

93

- Os arremates feitos nos traspasses foram efetuados com o líquido viscoso e

colante que é obtido como o aquecimento de um pedaço de manta (como mostrado

na Figura 62 anteriormente), e dado um acabamento com uma colher de pedreiro,

como pode ser observado na Figura 63.

Figura 63 – Arremates feitos nos traspasses de uma manta para outra.

- Outro detalhe observado foram os acabamentos realizados no final de cada

calha, pois foram feito os acabamentos devidamente colados à estrutura das calhas

e também foram envelopadas algumas tubulações que são direcionadas as calhas,

para garantir assim a estanqueidade, como pode ser visualizado na Figura 64.

94

Figura 64 – Arremates no final da calha e envelopamento de tubulações.

A aplicação da manta asfáltica nos rufos foi realizada basicamente da mesma

maneira e métodos utilizados nas calhas, mas alguns detalhes existentes na

impermeabilização dos rufos são diferentes das calhas que serão descritos adiante.

Após ter feito todos os reparos necessários, cujos foram mostrados no item

3.4.2.1, para realizar a impermeabilização propriamente dita dos rufos, sendo feita

também a aplicação da emulsão asfáltica da mesma maneira das calhas para que a

manta aderisse corretamente.

Nos rufos da cobertura do Fórum Filinto Bastos o processo de aplicação da

manta asfáltica foi realizado da seguinte forma:

1) A manta é colada primeiramente na telha, pois segundo o engenheiro da

empresa de impermeabilização isso é feito para impedir que a água percole

abaixo do rufo, com isso garante a proteção do substrato que está abaixo

do rufo evitando que ocorra infiltrações no mesmo (mas a norma 9574/86

não cita em momento algum a importância de ser colada na telha a

impermeabilização), como mostra Figura 65.

95

Figura 65 – Colagem da manta na telha protegendo o substrato abaixo do rufo.

2) Após colar a manta na telha, sobe colando ela no rufo cobrindo-o todo,

garantido a impermeabilização total dele, o que pode ser observado na

Figura 66.

Figura 66 – Total colagem da manta no rufo.

96

3) Dando continuidade à impermeabilização do rufo, a manta sobe cobrindo

todo o platibanda até a sua aresta superior (Figura 67), para que não venha

a infiltrar líquido na reentrâncias do rufo com o platibanda, que geralmente

apresentam fissuras, como foi mostrado no item 5.4.2.1 deste trabalho.

Figura 67 – Impermeabilização de todo o platibanda até a aresta superior do mesmo.

4) Outros detalhes foram observados no processo de impermeabilização dos

rufos, assim como:

- O traspasse de uma manta para outra no processo de colagem foi feito da

mesma maneira do que realizado nas calhas obedecendo a NBR 9952/98 que no

seu item 5.3.1.1 enfatiza que as emendas devem ter sobreposição de no mínimo

100 mm em qualquer que seja o sentido tanto transversal como longitudinal, como

mostra a Figura 68.

97

Figura 68 – Traspasse de uma manta para outra no platibanda.

- Os arremates feitos nos traspasses da impermeabilização dos rufos foram

efetuados da mesma maneira dos feitos nas calhas, com o líquido viscoso e colante

que é obtido como o aquecimento de um pedaço de manta e dado uma acabamento

com uma colher de pedreiro, como pode ser observado na Figura 69.

Figura 69 – Arremates nos traspasses de uma manta para outra.

98

- Outro arremate que pôde ser observado na aplicação da manta sobre o

platibanda, foi na aresta superior do platibanda, o reforço efetuado com um pedaço

da mesma manta nos pontos de apoio dos cabos de aço do pára raio do prédio do

Fórum Filinto Bastos, como mostra a Figura 70.

Figura 70 – Reforço feito na aresta superior do platibanda nos pontos de apoio dos cabos de aço do pára raio.

99

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1 CONCLUSÃO

A infiltração é um mecanismo de movimentação de umidade que provoca

diversas patologias da construção civil em que existem vários estudos que fazem

abordagem sobre sua origem e a forma como preveni-las, mas ainda apresenta um

problema que ocorre com muita freqüência, tanto nas edificações novas quanto nas

que já estão construídas há anos, que foi caso estudado neste trabalho.

Como foram descritos no início deste trabalho, vários fatores influem para que

a umidade cause danos às edificações como: principalmente a ausência de

impermeabilização e as falhas durante o processo de impermeabilização.

Em relação ao tipo de pesquisa adotado para este trabalho, que foi o estudo de

caso em calhas e rufos da cobertura do Fórum Filinto Bastos, mostrou-se adequada

para os fins que se propôs, sendo que foi possível acompanhar todo o processo do

sistema de impermeabilização desde a identificação do problema até a aplicação

total da manta asfáltica tanto nos rufos como nas calhas, atendendo-se assim aos

objetivos de aplicação da tecnologia de impermeabilização com manta asfáltica com

um filme de alumínio, de acordo aos princípios da norma técnica NBR 9952/98, que

foi adotada pela empresa de impermeabilização e que supriu a necessidade,

chegando a estanqueidade nos rufos e nas calhas, cujos resultados foram

compatíveis com a mesma.

Foi possível observar o quão é importante fazer a aplicação do sistema de

impermeabilização em calhas e rufos, pois os problemas apresentados na edificação

estudada, assim como mofo, deterioração da pintura e de tubulações, e oxidação do

aço da laje, foram sanados após a impermeabilização, sendo executada de acordo

com a NBR 9574 pela empresa de impermeabilização, aspecto fundamental para a

obtenção da estanqueidade das calhas e dos rufos.

Além disso, de acordo com as normas NBR 9575 e NBR 9574, os detalhes

construtivos foram atendidos às mesmas que foram os caimentos tanto das calhas

como dos rufos, as tubulações de descida de prumada, o arredondamento dos

cantos, regularização de trincas e fissuras, limpeza da área a ser impermeabilizada,

100

para que assim a impermeabilização fosse executada com sucesso, garantido a

estanqueidade nas calhas e rufos da edificação, que como não havia

impermeabilização provocou diversos danos na edificação.

Enquanto aos detalhes em relação à NBR 9952, também foram atendidos no

processo colagem da manta asfáltica ao substrato, as emendas e quanto à utilização

da manta na obra, levando em conta o tipo, de acordo com a classe que está

disposta na tabela 1 da referida norma.

Vale ressaltar que este sistema foi aplicado por equipe uma técnica bem

treinada, que possui uma boa experiência na área, facilitando sobremodo o

desenvolvimento do trabalho de impermeabilização e o acompanhamento do

pesquisador.

Portanto, os detalhes de aplicação da manta asfáltica e os arremates finais,

que são feitos pelos aplicadores, foram de fundamental importância para o sistema

de impermeabilização, uma vez que só faz os arremates com qualidade a equipe

técnica que tem bastante conhecimento nesta área, pois a experiência dos

profissionais contou muito para que a impermeabilização nas calhas e rufos do

Fórum Filinto Bastos, tivesse uma boa qualidade e que houvesse a estanqueidade.

Neste estudo pode ser observado também o quanto é importante o

acompanhamento técnico de um profissional da área, pois é o engenheiro que toma

as decisões e define qual a melhor tecnologia para cada caso em questão. E nesta

obra, o engenheiro da empresa de impermeabilização foi quem definiu todo o plano

de trabalho e a tecnologia a ser aplicada, pois em função da sua experiência e

conhecimento técnico, o problema apresentado nas calhas e rufos do Fórum Filinto

Bastos foi sanado, tornando-se as calhas e rufos impermeáveis e/ou estanques.

Demais este estudo pôde desenvolver de maneira sistêmica, o

acompanhamento, in loco, de todo o processo do sistema de impermeabilização.

Com isso, a experiência foi vivenciada de forma presencial em um dos campos de

trabalho como engenheiro, além de vivenciar uma área que é tão pouca explorada

por estes profissionais, que necessita de muita qualificação e conhecimentos tanto

técnicos como experiência de campo.

Ainda assim, foi possível perceber neste estudo que muitos profissionais são

desprovidos das informações de quanto é importante a prevenção da infiltração e

dos benefícios obtidos com a aplicação do sistema de impermeabilização em calhas

101

e rufos nas coberturas dos edifícios, bem como a importância de um projeto de

impermeabilização em uma edificação.

4.2 SUGESTÕES PARA NOVOS TRABALHOS

Diante de todo este estudo, se faz necessário apresentar algumas sugestões:

- Para empresas construtoras, que elaborem e executem seus projetos de

impermeabilização de acordo com a NBR 9575, e que invistam em profissionais

nesta área já que é tão escassa a mão-de-obra;

- Para às empresas de impermeabilização, que também invistam na

capacitação profissional nesta área, e que na execução utilizem e observem bem a

NBR 9574, para que assim o serviço seja corretamente efetua do e com qualidade.

- Para faculdade de engenharia civil, que dê mais ênfase a esta área,

disponibilizando um curso específico (matéria) de impermeabilização que os

profissionais saiam do curso com um mínimo de informação deste assunto;

- E também aos profissionais de engenharia civil, que dêem mais atenção a

área de impermeabilização, construindo e executando projetos de

impermeabilização; que estimulem o processo de impermeabilização nas suas

construções e que busquem se qualificar e conhecer mais sobre os produtos de

impermeabilizantes e os serviços de impermeabilização que devem ser feitos nas

edificações.

102

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9575: Impermeabilização –

Seleção e projeto. Rio de Janeiro, 2003, 12p.

______. NBR 9574: Execução de impermeabilização. Rio de Janeiro, 1986, 2p.

______. NBR 9952: Manta asfáltica com armadura para impermeabilização –

Requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 1998, 17p.

AMERICAN SOCIETY OF TEST AND MATERIALS. Standard Test Methods for

Vulcanized Rubber and Thermoplastic Elastomers – Tension. ASTM D412. Annual

Book of ASTM, 1998.

______. Practice for Operating Light- and Water-Exposure Apparatus (Fluorescent

UV-Condensation Type) for Exposure of Nonmetallic Materials. ASTM G53. Annual

Book of ASTM, 1996.

ARANTES, Yara Kássia. “Uma visão geral sobre impermeabilização na engenharia

civil”. Monografia de especialização, UFMG. Belo Horizonte, 2007, 67p.

ARAÚJO, Tereza Denise P. Notas de aula: construção de edifícios I,

impermeabilização, UFC. Ceará, 2003. Disponível em:

<http:/uepg.br/denge/aulas/impermeabilizacao>. Acesso em 07 de julho/2009.

CUNHA, Aimar G. da; NEUMANN, Walter. Manual de impermeabilização e isolação

térmico; como projetar e executar. Rio de Janeiro, Barbieri, 1979, 227p.

CRUZ, Júlio Henrique Pinto. Manifestação patológica de impermeabilização com o

sistema não aderido de mantas asfálticas: avaliação e análise com auxílio de

sistema multimídia. Dissertação de pós-graduação, UFRGS. Porto Alegre 2003,

168p.

103

DANTE, João Geraldo. Impermeabilização em obras de engenharia civil. Trabalho

final de graduação, UDC (União dinâmica de Faculdades Cataratas). Foz do Iguaçu,

2006, 92p.

DENVER. Curso de impermeabilização. Suzano, 2000. Apostila da Denver

impermeabilizantes.

DEUTSHE INDUSTRIE NORMEN. Test methods for concrete; determination of the

compressive strength in hardened concrete in structures and components;

application of reference lines and evaluation with special methods. DIN 1048, 1991.

______. Polyisobutylene (PIB) waterproofing sheet; requirements. DIN 16935, 1986.

DINIS, Henrique. Proposta para classificação dos sistemas impermeabilizantes,

segundo suas características físico-mecânicas e de aderência ao substrato. In: 10º

Simpósio Brasileiro de Impermeabilização. 1997, São Paulo, p.224-235 Anais.

IBI – Instituto Brasileiro de Impermeabilização. Disponível em:

<http://www.ibibrasil.com.br>. Acessado em 06 de outubro/2008.

JACOBUCCI, Newton. Testes de materiais. Impermeabilizar, São Paulo, Palanca,

1993, 48p.

MANUAL DO IMPERMEABILIZADOR. Disponível em < http://

www.primer.com.br/manualdoimpermeabilizador.htm>. Acessado em: 10 de

janeiro/2009.

MANUAL TÉCNICO, Impermeabilização de estruturas. Salvador – BA, Vedacit do

Nordeste S/A, 2007, 4ª edição.

MANUAL TÉCNICO, Viapol Impermeabilizantes. São Paulo – SP, Viapol

Impermeabilizantes S/A, 2008. Disponível em: < www.viapol.com.br/dowloads.htm>.

Acessado em 02 de junho/2009.

104

MORAES, Cláudio Roberto Klein. Impermeabilização em lajes de cobertura:

levantamento dos principais fatores envolvidos na ocorrência de problemas na

cidade de Porto Alegre. Dissertação de Mestrado, UFRGS. Porto Alegre 2002, 111p.

PAVAN, A.; PONT, T.E.D. IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFÁLTICA: UM

ESTUDO DE CASO NO TRATAMENTO DA INFILTRAÇÃO EM LAJE DE

COBERTURA. Trabalho Conclusão de Curso, UNISUL (Universidade do Sul de

Santa Catarina). Tubarão 2007, 86p.

PIRONDI, Zeno. Manual prático de impermeabilização e de isolação térmica. 2ª

edição – São Paulo. PINI: Instituto Brasileiro de Impermeabilização, 1988, 140p.

PICCHI, Flávio Augusto. INSTITUTO BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO.

Impermeabilização de coberturas. São Paulo: Instituto Brasileiro de

Impermeabilização, PINI, 198, 220p.

PORCELLO, Ernani Carvalho. Impermeabilização. Porto Alegre, 1997, 75p. Apostila

do curso de extensão universitária – Escola Politécnica da PUC, Rio Grande do Sul.

REZENDE, Zuleica de Sá. “Processo preventivo e corretivo da umidade em

construção”. Dissertação de mestrado, UNICAMP. Campinas, 2000, 91p.

SCHLAEPFER, C. R. B.; CUNHA, R. da. Impermeabilização e recuperação

estrutural. Rio de Janeiro, Sika do Brasil S/A, 2001.

VERÇOZA, Enio José. Impermeabilização na construção. Porto Alegre, Sagra, 1987,

151p.

YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. Pini Ltda, São Paulo, 2004.