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HYURI MACCARI HOLTHAUSEN
DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES E INTERFERÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO NA CLÍNICA-ESCOLA DE ODONTOLOGIA DA UNISUL
TUBARÃO, 2006
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HYURI MACCARI HOLTHAUSEN
DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES E INTERFERÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO NA CLÍNICA-ESCOLA DE ODONTOLOGIA DA UNISUL
Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia
como requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Fisioterapia
Universidade do Sul de Santa Catarina
Orientadora: Rita de Cássia Clark Teodoroski
TUBARÃO, 2006
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HYURI MACCARI HOLTHAUSEN
DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES E INTERFERÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO NA CLÍNICA-ESCOLA DE ODONTOLOGIA DA UNISUL
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e
adequado à obtenção do grau de Bacharel
em Fisioterapia e aprovado em sua forma final
pelo Curso de Fisioterapia da Universidade do
Sul de Santa Catarina
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tubarão, 12 de junho de 2006
____________________________________________ Prof. Msc Rita de Cássia Clark Teodoroski
Universidade do Sul de Santa Catarina
____________________________________________
Prof. Msc Maria Regina Silvério
Universidade do Sul de Santa Catarina
____________________________________________ Prof. Msc Naudy Brodbeck May
Universidade do Sul de Santa Catarina
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EPÍGRAFE
“Um homem nunca sabe aquilo de que é
capaz até que o tenta fazer”
(Charles Dickens)
5
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho às pessoas mais importantes
da minha vida: minha mãe Elizabeth, minha irmã
Gabriela . Nada seria dessa vitória se não fossem
vocês ao meu lado. Obrigado pela garra,
determinação, fé, apoio e principalmente pelo
amor de vocês.
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AGRADECIMENTOS
Tudo repercute em Deus. Por isso primeiro agradeço ao pai celeste por estar sempre
ao meu lado e por me privilegiar de uma profissão tão abençoada.
A minha família, Elizabeth e Gabriela, pelas palavras de consolo, pela confiança e
pelo amor que me fortalece a cada dia.
Agradeço a todos os meus amigos e colegas de aula, que de alguma maneira ajudaram
para a realização desta monografia
Ao professor Ralfh Fernando Rosas, que sempre se mostrou disposto a me ajudar, e
me forneceu ótimos artigos para realização da pesquisa.
À professora e minha orientadora Rita de Cássia Clark Teodoróski que foi de
fundamental importância para a concretização da pesquisa.
A todos os integrantes do estudo. Nada seria sem eles...
A todos ofereço minha amizade, meu carinho e meu eterno agradecimento.
Obrigado!
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RESUMO
As disfunções tempormandibulares (DTM´s) reconhecidas como especialidade da odontologia,
chamam a atenção de outras áreas da saúde. No campo da fisioterapia, os profissionais buscam
cada vez mais compreender essas disfunções e promover contribuições aos pacientes acometidos
para amenizar o sofrimento, a dor e o desconforto que a DTM causa, bem como melhorar a
qualidade de vida. Este estudo monográfico tem a intenção de apresentar a pesquisa realizada
com 15 pacientes portadores de DTM, atendidos na clínica-escola de odontologia da Unisul. O
objetivo principal foi identificar como a DTM interfere na qualidade de vida dos pesquisados. Os
resultados obtidos apontaram que as interferências manifestaram-se nos aspectos funcionais,
psicossociais e emocionais dos pesquisados, fragilizando suas relações sociais e desempenho de
atividades no cotidiano.
Palavras-chave: disfunção temporomandibular (DTM), dor, qualidade de vida
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ABSTRACT
The disorders tempormandibulares (TMD) recognized as specialty of the dentistry, call the
attention other areas of the health. In the field of the physiotherapy, the professionals more search
each time to understand these disorders and to promote contributions to the attaked patients to
brighten up the suffering, pain and the discomfort that the DTM cause, as well as improving the
quality of life. This monographic study he has the intention to present the research carried
through with 15 carrying patients of DTM, taken care of in the clinic-school of dentistry of the
Unisul. The main objective was to identify as the DTM intervenes with the quality of life of the
searched ones. The gotten results had pointed that the interferences had been disclosed in the
functional aspects, psicossocial and emotional of the searched ones, fragile its social relations and
performance of activities in the daily one.
Word-key: disorders temporomandibular (TMD), pain, quality of life
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição dos pesquisados conforme a idade...........................................................33
Tabela 2 - Distribuição dos pesquisados conforme o sexo.............................................................34
Tabela 3 – Distribuição dos pesquisados conforme estado civil....................................................34
Tabela 4 - Distribuição dos pesquisados conforme a profissão.....................................................35
Tabela 5 - Distribuição dos pesquisados conforme situação de trabalho.......................................35
Tabela 6 - Distribuição dos pesquisados conforme situação salarial.............................................36
Tabela 7 - Distribuição dos pesquisados conforme o grau de escolaridade..................................36
Tabela 8 - Distribuição dos pesquisados conforme inclusão na clínica.........................................37
Tabela 8.1 Tempo de tratamento clínico na odontologia...............................................................37
Tabela 8.2 Tempo de tratamento clínico na fisioterapia................................................................37
Tabela 9 – Distribuição dos pesquisados conforme o encaminhamento........................................38
Tabela 10 – Distribuição dos pesquisados conforme a opinião sobre o tratamento.......................38
Tabela 11 - Distribuição dos pesquisados conforme percepção do paciente sobre DTM..............39
Tabela 11.1.....................................................................................................................................39
10
Tabela 11.2.....................................................................................................................................39
Tabela 12 – Distribuição dos pesquisados conforme percepção da dor.........................................40
Tabela - 12.1 Sente dor...................................................................................................................40
Tabela - 12.2 Afastamento do trabalho..........................................................................................40
Tabela 13 – Distribuição dos pesquisados conforme percepção da dor.........................................41
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................14
2 CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE AS CATEGORIAS TEÓRICAS QUE
FUNDAMENTAM O ESTUDO..................................................................................................18
2.1 Articulação Temporomandibular (ATM)............................................................................18
2.1.1 Anatomia da ATM.................................................................................................................18
2.1.2 Fisiologia da ATM..............................................................................................................21
2.2 Disfunções temporomandibulares (DTM)........................................................................22
2.2.1 Conceito..............................................................................................................................22
2.2.2 Etiologia..............................................................................................................................23
2.2.3 Manifestações clínicas........................................................................................................24
2.2.4 Métodos de diagnóstico......................................................................................................25
2.3 Qualidade de vida.................................................................................................................26
2.3.1 Conceito e Características..................................................................................................26
2.4 Tratamento fisioterapêutico...............................................................................................28
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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................................................30
3.1 Tipo de pesquisa.....................................................................................................................30
3.1.1 Classificação quanto à abordagem........................................................................................30
3.1.2 Classificação quanto ao nível................................................................................................30
3.1.3 Classificação quanto ao procedimento..................................................................................31
3.2 População/ Amostra...............................................................................................................31
3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados.........................................................................31
3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados.......................................................................32
3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados........................................................32
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS...........................................33
4.1 Apresentação dos dados quantitativos – Perfil dos pesquisados.......................................33
4.1.1 Inclusão na clínica .............................................................................................................. 37
4.1.2 Percepção do paciente sobre DTM ...................................................................................... 39
4.1.3 Percepção do paciente sobre dor e vida social ..................................................................... 40
4.1.4 Percepção da dor e sua relação com atividades de vida diária..............................................41
4.2 Apresentação dos dados qualitativos....................................................................................41
4.2.1 Compreensão sobre o significado de DTM...........................................................................41
4.2.2 Relação dor e vida social.......................................................................................................42
4.2.3 Percepção da dor e sua relação com atividade de vida diária................................................44
4.2.4 Relação entre DTM e comprometimento das atividades diárias...........................................45
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5 DISCUSSÃO SOBRE OS DADOS COLETADOS................................................................47
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................49
REFERÊNCIAS............................................................................................................................51
APÊNDICES.................................................................................................................................53
APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE PESQUISA..................................................................54
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO.................................................................58
14
1 INTRODUÇÃO
O termo qualidade de vida aparece em sentido genérico. Tem sido muito utilizado na
área de saúde a partir da intersetorialidade com diversas disciplinas das ciências humanas e
sociais.
Minayo (2000), afirma sobre o termo qualidade de vida que [...] “em nenhum momento,
existe uma definição dessa relação, seja no nível mais elementar de noção, e muito menos, como
conceito.” Isso quer dizer, que se a idéia geral de qualidade de vida está presente, precisa ser mais
bem explicada e clarificada.
Aprofundar as relações entre saúde e qualidade de vida implica na elaboração de um
diálogo interdisciplinar, porque, dada sua característica genérica, necessita da contribuição
científica de diferentes áreas de conhecimento.
O termo qualidade de vida surge na década de 70 com os movimentos ambientalistas,
que o agregaram à noção de conforto e bem-estar.
Na perspectiva da ecologia humana e do desenvolvimento sustentável, a qualidade de
vida aparece como um elemento que questiona a excelência das condições de vida de uma
população. Ou seja, põe em discussão os aspectos teóricos e práticos dos padrões de consumismo,
gerados pela sociedade predatória da natureza e comprometedora da vida para gerações futuras.
Mesmo que com pouca especificidade, o conceito de qualidade de vida encontra sua
fundamentação na contribuição dos movimentos sociais que põem a discussão e a reivindicação
da qualidade de vida como direito que deve ser assegurado nas políticas públicas e privadas.
Atualmente, os programas sociais utilizam o termo qualidade de vida como finalidade
maior da implantação e execução de suas ações. Isto porque, numa primeira noção, a qualidade
de vida está associada ao modo, ao estilo de vida e as condições socioeconômicas, culturais e
políticas de uma determinada população.
15
Em outro aspecto, a qualidade de vida impõe uma associação com o exercício de
cidadania, com as atividades de luta de conquistas ou de garantia de direitos.
Medir a qualidade vida de uma determinada população exige uma visão de relatividade
porque, segundo Ramiex (apud MINAYO, 2000), ainda é um instrumento recente e vinda de uma
tradição estrangeira, anglo-saxônica, empirista e utilitarista; é um fato irreversível que vai,
provavelmente, pertencer ao nosso universo, da mesma forma que a ecografia.
Entre os indicadores de avaliação das condições de uma população, o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), agrega três elementos: saúde, educação e renda, para medir a
qualidade de vida.
Neste sentido, esses três aspectos constituem-se atributos importantes de manifestação
de potencialidades humanas.
Significa, portanto, compreender que o IDH se fundamenta no pressuposto de
capacidades, ou seja, tudo aquilo que uma pessoa esta apta a fazer, a realizar, a desenvolver.
Nesta visão, o desenvolvimento humano é observado, não só como bens e riquezas produzidas
mas como dimensionamento das capacidades, das potencialidades de um indivíduo participar e
realizar suas atividades no cotidiano.
São as condições de saúde e de educação que permitem ao indivíduo desenvolver-se e
ampliar-se. Portanto, se o indivíduo apresenta deficiência em sua saúde e no seu processo
educacional, apresentará obstáculos de expansão de suas potencialidades e habilidades.
A ampliação dessa discussão para área da saúde, traz à tona a expressão, segundo
Minayo (2000) qualidade de vida à saúde (QVLS), que para Auquier et al, (1997) é visto “como
valor atribuído a vida, ponderado pelas deteriorações funcionais, as percepções e condições
sociais que são induzidas pela doença, agravos, tratamentos; e a organização política e econômica
do sistema assistencial.”
O termo health- related quality of life (HRQL), expresso por Gianchello, (1996) também
é similar ao conceito de vida, especificamente duração de vida, ligando aos aspectos de
percepção sobre as limitações físicas, psicológicas, funções sociais e oportunidades influenciadas
pela doença e outros agravos.
Na relação entre qualidade de vida e saúde, a reflexão deve se pautar na observação da
capacidade funcional do indivíduo, seu estado de saúde, seu bem-estar psicológico, sua relação
com as redes de apoio, sua capacidade motivacional para lidar com seus processos de sofrimento
16
ou desconforto, gerados pelas fragilidades físicas, psiquícas ou emocionais, que podem derivar a
dor, as incapacidades relacionais, e outros aspectos.
Para o Grupo de Qualidade de Vida (The WHOQOL Group – 1995), da Organização
Mundial de Saúde (OMS), a qualidade de vida é vista como uma construção subjetiva (percepção
do indivíduo em questão) multidimensional e composta por elementos positivos (por exemplo,
mobilidade) e negativos (dor).
O acesso da população brasileira, especialmente as mais empobrecidas, aos programas
de atenção à saúde está cada vez mais restrito, face às dificuldades estruturais que o sistema de
saúde apresenta. Assim, os indivíduos que necessitam dos recursos humanos, instrumentos,
equipamentos, desse sistema estão, na maioria das vezes, expostos a atendimentos superficiais, de
baixa qualidade e com diagnósticos pouco precisos.
No campo da saúde bucal, o cenário não se faz diferente e apresenta-se até mais
fragilizado por serem os serviços de atendimento de custo elevado. Decorre disso, que alguns
problemas dentários mais complexos não são tratados, dada a necessidade da intervenção
interdisciplinar no tratamento. Neste caso, destacam-se as desordens temporomandibulares
(DTM`s).
As desordens temporomandibulares (DTM), ou desordens mastigatórias, causam
inúmeros tipos de problemas e dor às pessoas acometidas e, em estados mais avançados, exigem
diagnósticos mais profundos, pois pode apresentar causa mutifatorial .
Para alguns especialistas da área da odontologia, a DTM é um problema crônico que
pode ser tratado. Contudo, os sintomas se apresentam de forma muito subjetiva, pois podem estar
associados a diversos aspectos clínicos, tais como ansiedade, depressão, dificuldades de visão,
entre outros. O fato é que a DTM atinge milhões de pessoas em escala mundial e, cada vez mais,
preocupa os profissionais da saúde.
A interação multiprofissional no processo de atendimento do paciente acometido se faz
necessária, haja vista que a eficácia na aplicação de terapias exige a avaliação coletiva de
diferentes profissionais, incluindo muitas vezes o neurologista, o reumatologista, o
otorrinolaringologista e o fisioterapeuta.
No campo da fisioterapia, os estudos científicos apontam a melhora de pacientes com
DTM, demonstrando a contribuição do fisioterapeuta na cura ou diminuição dos sintomas.
A intenção com este estudo monográfico é a de relacionar como pessoas que sofrem
dessas desordens têm sua qualidade de vida afetada, pois a convivência com estados de dor
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freqüentes promove conseqüências prejudiciais nos aspectos de relacionamento, nas atividades
diárias, no trabalho e outras dimensões de sua convivência.
O presente estudo apresenta como objetivo geral conhecer as dificuldades que pacientes
atendidos em clínicas odontológicas do município de Tubarão e na clinica-escola de odontologia
da Unisul, acometidos por DTM , possuem e que afetam a sua qualidade de vida. Os objetivos
específicos são: identificar as principais queixas dos pacientes acometidos por DTM´s atendidos
nas clínicas odontológicas e na clinica-escola da Unisul; descrever como as DTM`s interferem na
qualidade de vida dos pacientes pesquisados; identificar qual a compreensão que os pacientes
pesquisados têm sobre DTM.
Partindo das considerações preliminares, o estudo tem como problema de investigação
o seguinte: como as disfunções temporomandibulares podem afetar na qualidade de vida de
pacientes atendidos na clinica-escola de odontologia da Unisul?
Este trabalho está estruturado em quatro partes.
A primeira parte trata de contextualizar as categorias teóricas que fundamentam o
estudo, destacando-se: qualidade de vida, articulação temporomandibular (ATM), desordens
temporomandibulares (DTM`s) e tratamento fisioterapêutico.
No segundo momento, apresenta-se os procedimentos metodológicos de realização da
pesquisa, compreendendo a área de estudo, o tipo de pesquisa, a amostragem, instrumentos
utilizados na coleta de dados, procedimentos utilizados na coleta de dados e os procedimentos
para análise de interpretação dos dados.
No terceiro momento, serão apresentados os dados coletados e a análise destes dados.
No quarto momento, será exposta a discussão sobre os dados obtidos com a pesquisa.
Por último, encerra-se o estudo pontuando-se algumas considerações finais.
18
2 CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE AS CATEGORIAS TEÓRICAS QUE
FUNDAMENTAM O ESTUDO
2.1 Articulação Temporomandibular (ATM)
A ATM é uma articulação sinovial e, portanto, permite amplos movimentos da
mandíbula em torno de um osso fixo, que é o temporal.
É uma articulação bilateral interligada pela mandíbula e interdependente, com
movimentos próprios para cada lado, porém simultâneos, podendo ser considerada como uma
articulação.
Há também uma relação de interdependência da ATM com a oclusão dos dentes, o que a torna peculiar e funcionalmente complexa. A ATM se distingue das demais articulações do corpo por ter o revestimento de fibrocartilagem e não de cartilagem hialina; a cabeça da mandíbula cresce na superfície, sem cartilagem epifisária; as faces articulares são bastante discordantes; um disco articular se coloca entre as faces articulares; tem movimentos de rotação e translação associados; impulsos proprioceptivos são gerados também ao nível dos dentes e estruturas bucais (MADEIRA, 2001, p. 99)
2.1.1 Anatomia da ATM
Segundo Madeira (2001, p. 99), As faces Articulares Ósseas: são partes ósseas da
ATM são a cabeça da mandíbula (conhecida como côndilo) e eminência articular e fossa
mandibular do osso temporal.
Madeira também afirma que a Cartilagem Articular: diferentes das outras
articulações sinoviais, as faces articulares temporal e condilar são cobertas por cartilagem fibrosa
(principalmente colágeno, com pouco condrócitos) e não por cartilagem hialina. Ambas as
camadas fibrosas tem espessuras variáveis, segundo local que cobrem são particularmente
espessas na vertente anterior da cabeça da mandíbula e na vertente posterior da eminência
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articular. Funcionalmente, essas áreas são as mais importantes, pois são estes os locais de
impacto dessa articulação e a quantidade maior de fibrocartilagem resiste melhor a esse impacto.
No fundo da fossa mandibular, por exemplo, a cartilagem fibrosa é muito delgada. Este fato
indica que as transferências de força da mandíbula para o temporal neste local é diminuta.
Portanto, o côndilo não exerce força diretamente na fossa mandibular. (MADEIRA, 2001, p. 100)
Para Madeira (2001, p. 101), o Disco Articular: é uma placa fibrocartilagínea que se
situa sobre a cabeça da mandíbula como se fosse um boné colocado na cabeça de uma pessoa. A
extensão anterior do boné corresponde a parte anterior do disco que excede os limites da cabeça
da mandíbula e se coloca em contato com a eminência articular. Acima, não se prende em
nenhuma área do temporal, mas na cabeça da mandíbula insere-se fortemente através de um
tecido ligamentoso em dois pontos: nos pólos medial e lateral.
Isso significa que a mandíbula pode girar abaixo do disco articular sem que este se
movimente, mas os movimentos de translação o disco obrigatoriamente acompanha o
deslocamento da mandíbula.
Adaptando-se bem às faces articulares, o disco articular regulariza a discrepância
anatômica existente entre elas, absorve choques e promove uma movimentação suave da ATM. A
parte central do disco é bem delgada em comparação com suas bordas anterior e posterior.
Quanto maior for à altura da eminência articular, maior é a espessura da borda posterior. A
periferia do disco é ligada à cápsula articular, que fecha a articulação sem prejudicar seus
movimentos. Com essa conexão periférica e por se colocar entre as superfícies articulares, o
disco divide a cavidade articular em dois compartimentos, o supradiscal e o infradiscal.
Apesar de ser fibroso, o disco articular não se regenera ou se remodela após sofrer
danos. A borda anterior do disco, mantém contato com fibras do pterigóideo lateral (cabeça
superior).Posteriormente, a fusão com a cápsula é intermediada pelo coxim retrodistal, uma
camada bem vascularizada e inervada, de tecido conjuntivo frouxo com fibras elásticas.
O coxim retrodistal, por sua flexibilidade permite o movimento de translação anterior
da mandíbula. O resto do coxim prende-se a cápsula na porção posterior da cabeça da mandíbula.
(MADEIRA, 2001, p. 100)
Cápsula Articular: de acordo com Madeira (2001, p. 102), as partes ósseas da ATM
são circundadas quando uma cápsula fina e fibrosa bastante frouxa, na porção superior, que
permite os amplos movimentos da articulação. Prende-se acima no limites da face articular do
temporal e abaixo no colo da mandíbula, portanto, abaixo das inserções discais no pólos medial e
20
lateral da cabeça da mandíbula. À frente, ela se prolonga até os limites superiores da fóvea
pterigóidea e atrás num nível bem mais baixo.
Segundo Bumann e Lotzmann (2002, p. 26,27), o lado inferior da cápsula é revestida
pela membrana sinovial. As células sinoviais formam o liquido sinovial, que serve à alimentação
da cartilagem da superfície articular avascular, servindo também como meio de deslizamento
para redução da fricção. A segunda função da cápsula articular é a propriocepção.
Para Madeira (2001, p. 102), a Membrana Sinovial: reveste internamente a cápsula
articular nos compartimentos supradiscal e infradiscal e se estende em cima e abaixo do coxim
retrodiscal. Não recobre o disco ou cartilagem articular, exceto na artrite reumatóide, quando
então recebe a denominação de “ panus “.
A membrana sinovial elabora a sinóvia um liquido viscoso nutritivo, fagocítico e
subrificante. Trata-se de uma solução aquosa de sais retirados do sangue, glicose e pequenas
quantidades de proteína que, com esses elementos, penetra e nutre as fibrocartilagens. Possui em
sua composição o ácido hialurônico (um mucopolissacarídeo) que dá viscosidade ao liquido e
com isso a fricção fina reduzida e facilita os movimentos de uma superfície sobre a outra.
Madeira (2001, p. 102,103), afirma que o Ligamento temporomandibular: é único
verdadeiro ligamento da ATM cobre quase toda a superfície lateral da cápsula articular e é
continua a ela. Acima ele se insere numa longa linha no processo zigomático do temporal, além
da eminência articular até as imediações do processo retroarticular. As fibras convergem em
direção inferior para se inserir no colo da mandíbula em sua pequena área logo abaixo da
inserção do disco articular. Esta convergência das fibras dá ao ligamento um aspecto triangular e
deixa descoberta uma pequena porção posterior da cápsula. No todo, ele age como ligamento
suspensório da mandíbula, mas como suas fibras profundas são muito inclinadas, servem também
para limitar movimentos retrusivos da mandíbula e assim evitar a compressão das estruturas
situadas atrás da cabeça da mandíbula.
Como todo ligamento, ele é formado por tecido conjuntivo colágenoso, não-
elástico, não-contrátil. Portanto, sua ação frenadora, limitante, é passiva, não movimenta a
ATM como uma ação muscular movimentaria.
Madeira (2001, p.103), Ligamentos acessórios: outro grupo de ligamento que dá
suporte adicional a ATM, que apesar de estarem distantes dela e não terem influencia em seu
movimentos são: ligamento esfenomandíbular, que vai da espinha do esfenóide à língula da
21
mandíbula, e o ligamento estilomandíbular, que vai do processo estilóide ao ângulo da
mandíbula.
Músculos da mastigação: Dangelo e Fattini (2002, p. 437), afirmam que este grupo
esta constituído por músculos que agem sobre a mandíbula ocasionando movimentos
indispensáveis para que se processe a mastigação dos alimentos. São os músculos masseter,
temporal, pterigóideo medial e pterigóideo lateral. O músculo masseter cobre lateralmente o ramo
da mandíbula. O temporal é o músculo em forma de leque, situado na fossa do temporal. O
pterigóideo medial acha-se na superfície medial do ramo da mandíbula e possui duas cabeças de
origem. O pterigóideo lateral ocupa a fossa infratemporal e também se origina por duas cabeças.
2.1.2 Fisiologia da ATM
Os movimentos da ATM se resumem em três grupos: abertura e fechamento da boca,
deslizamento para diante e para trás e movimentos mastigatórios.
O movimento de abertura, quando não há nenhum obstáculo, processa-se tão somente pelo relaxamento da musculatura mastigatória. O de fechamento, pela ação dos músculos levantadores da mandíbula, função principal dos músculos masseter, temporal e pterigóideo medial. O movimento de deslizamento para diante (protusão) é realizado principalmente pela ação do músculo pterigóideo lateral e, se sua ação for unilateral observasse o desvio heterolateral, que também podem ser interpretados como uma hemiprotusão. O deslizamento para trás (retrusão) é proporcionado pelo relaxamento do músculo pterigóideo lateral, e se for necessário poderá haver contração das fibras posteriores (horizontais) do músculo temporal (BARROS; RODE, 1995, p.33).
Os movimentos mastigatórios seriam o somatório de todos os movimentos descritos.
O sistema mastigatório desempenha três funções essenciais no ser humano: mastigar,
deglutir e falar.
2.2 Disfunções temporomandibulares (DTM)
2.2.1 Conceito
22
Para Ramfjord, (1996) disfunção é um termo que pode ser usado para descrever um
distúrbio, impedimento ou anormalidade da função de uma unidade anatômica.
A disfunção do sistema mastigatório inclui qualquer desarmonia que ocorra no relacionamento funcional dos dentes e suas estruturas de suporte, os maxilares, a ATM, os músculos orofaciais, os músculos mastigatórios e o suprimento vascular e nervoso para esse tecido. Pode variar em intensidade, desde dificilmente reconhecível, manifestação freqüente transiente, até impedimento total da função e grave interferência com a vida normal. ( RAMFJORD, 1996).
Embora sinais e sintomas dos distúrbios do sistema mastigatório sejam comuns, a
compreensão de suas causas pode ser complexa, (OKESON, 2000).
As desordens ou disfunções geralmente têm múltiplas causas. Apresentam-se sob
uma variedade de condições que, em algum momento fragilizada a função do sistema
mastigatório, refletem a alteração nas funções musculares.
As disfunções temporomandibulares (DTM) constituem-se um conjunto de doenças
orofacial, que causam sérios transtornos e desconfortos às pessoas portadores de tais disfunções.
Denominadas também de Desordens Craniomadibulares (DCM) afetam não somente a
articulação temporomandibular (ATM) e os músculos da mastigação, mas também áreas
extrínsecas às articulações, sendo assim considerada como a principal causa de dor não-dental na
região orofacial.
Embora a tolerância fisiológica seja diferenciada em cada paciente, as desordens
temporomandibulares apresentam um quadro clínico que revela uma queixa comum: a dor
muscular (mialgia).
A dor é definida, segundo a Internacional Association for the Study of Pain (IASP),
como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano tissular real ou
potencial ou descrita em termos de tal dano, (apud OLIVEIRA et al, 2003).
O conceito de dor disfuncional é apresentado por Ramfjord, (1996) como o resultado
de injúria à articulação temporomandibular, aos músculos por hiperatividade, ou aos dentes e
periodonto.
2.2.2 Etiologia
23
Para Madeira (2001, p. 113, 114), a ATM pode ser afetada isoladamente por doenças
infecciosas e inflamatórias, por deficiências vitamínicas ou hormonais e alterações de forma
(remodelamento).
A DTM apresenta uma prevalência de sintomas, podendo ser considerada grave, com
necessidade de tratamento, na faixa de 2% a 10% da população. Aproximadamente 51% têm
algum sinal ou sintoma que merece atenção profissional.
As DTM’s podem estar presentes em todas as pessoas, porem são mais comuns na
mulher branca, geralmente na terceira idade de vida. Sua ocorrência está relacionada com o
estresse emocional e com a oclusão dental.
O aumento do nível de estresse emocional pode afetar todo o corpo e inclusive a
função mastigatória.
O estresse pode afetar o corpo ativando o hipotálamo, o qual por sua vez, prepara o corpo para responder (SNA). O hipotálamo, através do complexo neural, aumenta a atividade dos impulsos gama aferentes, os quais fazem com que os receptores intrafusais das fibras musculares se contraiam. Isto sensibiliza tanto os receptores que qualquer leve estiramento do músculo causa um reflexo de contração. O efeito final é um aumento da tonicidade do músculo. (OKESON, 2000).
A oclusão dental tem sido identificada como fator contribuinte à DTM´s, devendo a
participação do profissional de odontologia ser considerada para apontar o tratamento mais
adequado.
Neste caso, há algumas características e variáveis que devem se consideradas: a
avaliação da estabilidade ortopédica, as mudanças agudas na condição oclusal e sua interferência
nas atividades da musculatura mastigatória, as atividades musculares e os sintomas mastigatórios.
2.2.3 Manifestações clínicas
Madeira (2001, p. 114, 115), afirma que tanto o estresse quanto a oclusão tem
participação distinta, sendo mais significantes em alguns e menos evidentes em outros. O
individuo submetido a altos níveis de tensão emocional desenvolve “apertamento” dental, e os
músculos da mastigação, principalmente os elevadores, ficam em estado de hiperatividade,
enrijecidos, podendo ou não afetar a ATM. O grau de tolerância de cada indivíduo determinará a
24
capacidade adaptativa de sua ATM, dificultando a compreensão das etiologias e dos métodos
terapêuticos das DTM.
Toda sobrecarga muscular é transmitida aos dentes, estruturas de suporte dental,
mandíbula de um modo geral e especificamente é concentrada no côndilo mandibular. Nesse
caso, se o complexo côndilo/disco estiver anatomicamente bem posicionado, podem ocorrer
remodelações ou reabsorções das superfícies articulares. Se estiver incorretamente posicionado,
forças compressivas em áreas inaptas do disco produzem estiramentos dos ligamentos
intracapsulares e, lentamente, podem ser alongados. Além disso, o disco pode sofrer deformações
na borda posterior, tornando-se fino devido às compressões, e deslocamento sobre o côndilo
mandibular. Poderão ocorrer inflamações nos tecidos retroarticulares e cápsulares, persistir a
hiperatividade muscular.
Os fatores oclusais, como as interferências, são responsáveis pela instabilidade
ortopédica da mandíbula com alterações da posição condilar. Esta situação pode advir de má
oclusão, perda de elementos dentais sem reposição e interferências oclusais.
O ruído articular ocorre devido as vibrações do disco, dos contatos entre as superfícies
articulares durante o movimento ou pela turbulência do liquido sinovial durante os movimentos
mandibulares. Portanto, ruídos articulares apresentam intensidade diferentes de articulações,
podendo assim ser classificados em estalido, estalos e crepitação (MADEIRA, 2001).
Para Okeson (2000), um paciente que sente dolorimento muscular local tem as
seguintes características clínicas:
1. Disfunção estrutural. Quando os músculos mastigatórios exprimem um dolorimento
muscular local, existe uma diminuição na velocidade e na média do movimento
mandibular. Esta alteração é secundária ao efeito inibitório da dor (co-contração
protetora). Diferente da co-contração, entretanto, uma abertura da boca lenta e cuidadosa
ainda revela um movimento mandibular limitado. Alongamento passivo feito pelo
examinador pode, às vezes, atingir uma abertura mais próxima do normal (sensação de
terminação grave).
2. Mínima dor durante o repouso. O dolorimento muscular local geralmente não produz dor
quando os músculos estão em repouso.
3. Aumento da dor durante a função. Indivíduos que vivenciam dolorimento muscular local
relatam um aumento da dor quando os músculos envolvidos entram em função.
25
4. Fraqueza muscular real. O dolorimento muscular local resulta numa total redução na
força dos músculos afetados. Esta redução na força parece estar relacionada á presença de
dor e volta ao normal quando a dor é eliminada. Este fenômeno é outro efeito de co-
contração protetora.
5. Tensão muscular local. Os músculos que apresentam dolorimento local revelam uma
tensão aumentada e dor à palpação. Geralmente o corpo todo do músculo envolvido está
tenso à palpação.
Além dessas características clínicas, as DTM produzem sintomas e sinais que podem
estar associados, sendo comum no relato de pacientes a queixa de dores de cabeça, dores de
ouvido, zumbido (som de campainha), vertigem (tontura), hipomobilidade mandibular, desgaste
dental (bruxismo) e outros freqüentes nas desordens musculares mastigatórias.
2.2.4 Métodos de diagnóstico
A definição do diagnóstico e tratamento da DTM pode se tornar uma tarefa difícil
para o profissional. Os síntomas descritos pela pessoa acometida nem sempre são fáceis de serem
classificados e ajustados.
Uma DTM pode promover outras desordens, sendo a identificação da desordem
precedente uma etapa crítica na avaliação de todos aspectos que configuram a queixa do paciente.
A observação de fatores externos e internos que ocasionam estresse emocional, físico
e psicológico e, além dos fatores locais, contribuem para o diagnóstico das DTM´s
Os métodos simples de diagnóstico por meio da anamnese, exame clinico com
palpação dos músculos e da ATM, a auscultação e avaliação dos movimentos mandibulares nem
sempre são suficientes. Muitas vezes, é preciso lançar mão de radiografias e de outros métodos
para se obter diagnósticos definitivos.
Para Madeira (2001, p.114), a radiografia transcraniana é importante para diagnóstico,
tratamento e controle de patologias que produzem modificações ósseas e alterações na posição
mandibular. Durante o exame radiográfico de pacientes com DTM é comum verificar o côndilo
fora da sua posição topográfica normal. Quando o côndilo se encontra posicionado atrás do
centro da fossa mandibular, ele é classificado como deslocado para posterior. Quando o côndilo
se encontra posicionado próximo ao pico da eminência articular, é classificado como deslocado
26
para anterior. Essas posições condilares atípicas são responsáveis por alterações nos tecidos
circunvizinhos que causam sintomas locais ou referidos para estruturas adjacentes.
O uso da abordagem sistemática da situação do paciente com DTM correlacionado
com outros exame auxiliam à elaboração de um diagnóstico provisório.
A queixa principal do paciente nem sempre é fator desencadeante da disfunção. Por
isso, a avaliação deve ser realizada com cuidado para identificar o fator sistêmico.
Para Ramfjord (1996), existem ocasiões em que o diagnóstico parece plenamente
evidente pela inspeção apenas; entretanto, três importantes considerações são possíveis de serem
negligenciadas sem pelo menos uma breve história:
1. uma doença coexistente pode estar presente e passará despercebida a menos que o
paciente possa expressar suas queixas;
2. a atitude do paciente, a qual é muito importante para o estabelecimento da afinidade, é
frequentemente desconsiderada;
3. muito frequentemente, um diagnóstico pode parecer óbvio, todavia ele pode estar
mascarando uma certa doença séria e de grande extensão.
2.3 Qualidade de vida
2.3.1 Conceito e Características
Entende-se qualidade como atributos, como características ou propriedades de
determinado fenômeno ou objeto que o qualifiquem como tal. Qualidade de vida enquanto
produto e processo dizem respeito aos atributos e às propriedades que qualificam a vida, e ao
sentido que tem para cada ser humano. Diz respeito às características do fenômeno da vida ao
como esta se apresenta, ao como se constrói, e como o individuo sente constante movimento de
tecer o processo de viver nas interações humanas. (Patrício, 1995 p. 50).
Pensar a qualidade de vida implica percebê-la como uma construção coletiva, onde o
processo e o produto dessa construção relacionam-se ao viver.
O significado atribuído pelo ser humano a sua vida decorre inicialmente de uma
descrição do seu cotidiano que pode ser acompanhada ou não por uma avaliação de diferentes
27
aspectos, fatores que delineiam seu modo de viver e de se relacionar em diversos espaços de
convivência.
Sendo considerada processo e produto do viver, a qualidade de vida tem
características substantivas e adjetivas.
As características substantivas estão relacionas às dificuldades existenciais presentes
na vida contemporânea, como estresse, a depressão, as doenças, o empobrecimento que impede o
acesso a bens e serviços produzidos pela sociedade.
A qualidade de vida nesta ótica extrapola os limites do desenvolvimento econômico e
requer a compreensão do ser humano nas suas dimensões biopsicossocial, cultural e política.
As características adjetivas relacionam-se ao significado que o viver e o cotidiano
tem para o individuo, bem como percebe sua inserção na sociedade. Estão associadas à noção de
felicidade e de bem-estar em extensão e profundidade.
Os indivíduos acometidos por DTM podem sentir uma fragilidade no seu bem-estar,
especialmente no que se refere às características adjetivas da qualidade de vida. Significa dizer
que o estado de desconforto promovido pelas dores orofaciais podem interferir nessa noção de
felicidade, gerando sintomas que fragilizam a sua estrutura emocional. Isto porque o processo de
dor constante afeta o ânimo, desencadeando sentimentos de irritabilidade e ansiedade.
Os indivíduos, com possibilidades econômicas de realizarem tratamento adequado,
têm os sintomas diminuídos à medida que a disfunção for corrigida. Contudo, indivíduos com
dificuldade de acesso ao tratamento, tornam-se potencialmente sujeitos a desenvolverem
expressões de mal-estar por longos períodos.
No 2° Congresso de Epidemiologia, o autor Rufino Netto, assim se expressou sobre a
tentativa de clarificar o termo qualidade de vida:
Vou considerar como qualidade de vida boa ou excelente aquela que oferece um mínimo de condições para que os indivíduos nela inseridos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, sejam estas viver, sentir ou amar, trabalhar, produzindo bens e serviços, fazendo ciência ou artes. Falta o esforço de fazer da noção um conceito e torná-lo operativo, (NETTO, 1994).
28
2.4 Tratamento Fisioterapêutico
Além do plano de tratamento desenvolvido pelo profissional de odontologia, a
contribuição da fisioterapia no tratamento de pacientes com diagnóstico de DTM tem sido
reconhecida pela eficácia na diminuição da dor muscular e sintomas decorrentes.
A aplicação de métodos fisioterapêuticos auxilia as pessoas acometidas a aliviar o
sofrimento e o desconforto produzido pela disfunção.
O fisioterapeuta deve ser capaz de reconhecer os sinais e sintomas que a DTM
promove na condição física, social e psicológica do paciente, bem como ter sensibilidade para
estimulá-lo a adquirir confiança nas técnicas e procedimentos clínicos adotados pelo profissional.
É preciso preparar e educar o paciente para o processo de tratamento que se iniciará.
O conhecimento histórico do caso, com a devida compreensão da queixa principal, da
desordem presente, da história passada e da revisão de todo quadro vivido pelo paciente são
fatores fundamentais para que o fisioterapeuta inicie com sucesso o tratamento planejado.
Assim, faz-se necessário que o fisioterapeuta amplie o método de diagnóstico
desenvolvido pelo dentista. Neste caso, o uso da entrevista inicial e direta com o portador da
DTM não pode ser negligenciado.
Na aproximação inicial com o paciente, o profissional necessita ser cuidadoso para
fazer as perguntas e para compilar todas as informações recebidas. Valer-se de questionários
padronizados e de um roteiro para checar informações, que não podem ser esquecidas, contribui
significativamente para a escolha do tratamento mais adequado.
A construção da relação profissional deve se orientar, além das técnicas e métodos de
fisioterapia empregados, pelo quadro de referência que o paciente tem sobre seus sintomas, suas
expectativas e percepções sobre a sua condição de saúde e, sobretudo, como a disfunção que o
afeta interfere em suas atividades cotidianas.
Compete ao fisioterapeuta colocar-se numa atitude compreensiva de escuta e de
acolhida, para ter dimensão de todo quadro clínico do paciente.
Este é o momento que, na compreensão da queixa dolorosa, o fisioterapeuta necessita
conhecer não só os componentes físicos e químicos que constituem o fenômeno da dor, mas,
sobretudo, ater-se aos aspectos subjetivos e psicossociais evidenciados na descrição dos sintomas.
Observar os elementos afetivo-emocionais (subjetivos) que circulam o quadro clínico do paciente
com DTM, aumentará as possbilidades de eficiência na intervenção clínica.
29
Segundo O Coffito (2005), o paciente que hoje procura o fisioterapeuta, já passou por
dezenas de outros profissionais, das mais diversas especialidades médicas e odontológicas e
frequentemente está desiludido, pela ausência de resultados positivos.
A atuação do fisioterapeuta no tratamento de DTM é fundamental porque auxilia no
controle do espasmo do masseter, no deslocamento anterior do disco, nas degenerações (artroses),
na rigidez capsular e nas inflamações, exemplo a retrodiscite.
Além disso, conforme O Coffito (2005), o fisioterapeuta cuida da instabilidade
articular, particularmente a hipermobilidade dos pacientes, para evitar lesões futuras. Sua atuação
contribuição contribui na reabilitação do portador, mas, sobretudo, auxilia nas ações preventivas.
Assim, o fisioterapeuta com ampla visão e domínio dos conhecimentos técnicos dos
conhecimentos técnicos é profissional imprescindível no tratamento das DTM´s. Não só porque
auxilia nas orientações posturais, mas porque auxilia pode contribuir no equilíbrio, na
consciência do portador para cuidados que o ajudarão na estabilização mandibular e distração
longitudinal da mandíbula, nos cuidados com a hipermobilidade, na sensibilidade dos neurônios,
entre outros procedimentos técnicos.
Com isso, o fisioterapeuta tem papel importante na reeducação do paciente quanto às
atitudes e cuidados que precisa obter.
30
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
O delineamento da pesquisa segundo GIL (2002, p. 43), “ [...] refere-se ao
planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla [...]”, ou seja neste momento, o
investigador estabelece os meios técnicos da investigação, prevendo-se os instrumentos e os
procedimentos necessários utilizados para coleta de dados.
3.1 Tipo de pesquisa
3.1.1 Classificação quanto à abordagem
Quanto a classificação da abordagem, a pesquisa se constituiu de dados quantitativos e
qualitativos. Os dados qualitativos expressaram o significado descritivo que as questões abertas
tiveram para os pesquisados. Quanto aos dados quantitativos, a expressão gráfica permitiu
visualizar as respostas com mais precisão e controle estatístico.
3.1.2 Classificação quanto ao nível
A pesquisa que se realizou tem caráter descritivo.
A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de
determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua
natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base
para tal explicação.
31
3.1.3 Classificação quanto ao procedimento
Quanto ao procedimento, a pesquisa se constituiu como levantamento de
informações preliminares sobre os sujeitos pesquisados.
As pesquisas de levantamento caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas
cujo comportamento se deseja conhecer solicitando informações a um grupo de pessoas com
o problema a ser estudado e em seguida elabora-se uma análise quantitativa para obter
conclusões sobre os dados coletados, (GIL, 2002).
3.2 População/ Amostra
A pesquisa foi realizada com 15 pacientes atendidos na clínica-escola de
odontologia da Unisul, representando 50% da totalidade de pessoas identificadas com
DTM’s; informadas pela coordenação do setor de triagem da clínica, no período de abril a
maio de 2006.
3.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados
Para a coleta de dados utilizou-se um formulário contendo questões abertas e
fechadas (Apêndice A), que foi aplicado por meio de entrevista estruturada.
Para Rauen (1999), as entrevistas estruturadas são aquelas que trazem questões
previamente formuladas. O pesquisador estabelece um roteiro prévio de perguntas.
O formulário segundo Markoni e Lakatos (1999), é um dos instrumentos
essenciais para investigação social cujo sistema de coleta de dados consiste em obter
informações diretamente do entrevistado.
3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados
Para realizar a pesquisa foram utilizados os seguintes procedimentos:
32
• contato com os responsáveis pela clínica de odontologia da Unisul, para solicitar a autorização
e efetuar a pesquisa. Esse contato ocorreu com a pessoa responsável pelo setor de Triagem, que
se responsabilizou pelo levantamento dos pacientes;
• identificação dos pacientes pesquisados por meio das fichas de cadastro no arquivo da clínica;
• contato com os pacientes identificados para solicitar a participação na pesquisa, o
agendamento para realizar a entrevista e assinatura do Termo de Consentimento. O contato inicial
ocorreu por meio de telefone onde se explicou o objetivo da pesquisa e o interesse dos mesmos
em participar;
• aplicação do pré-teste para avaliação do instrumento de pesquisa. A avaliação da objetividade
do instrumento de pesquisa foi desenvolvida com cinco pessoas portadoras de DTM´s, realizado
em um consultório de odontologia do município de Braço do Norte;
• aplicação da pesquisa com a população determinada, após o pré-teste;
• organização dos dados e sistematização da pesquisa;
3.5 Procedimentos para análise e interpretação de dados
A análise e interpretação dos dados quantitativos e qualitativos obedeceu as seguintes
etapas:
• seleção dos dados com o exame minucioso das informações obtidas;
• codificação que envolveu a classificação dos dados (qualitativos e quantitativos) e o seu
agrupamento em categorias e a atribuição de um código para definir o seu significado por meio
de uma representação simbólica;
• tabulação que implicou na disposição dos dados quantitativos em tabelas;
• análise das informações nas tabelas;
• interpretação dos dados qualitativos coletados, onde se aponta a relação entre as informações
obtidas e o problema de pesquisa;
33
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
A apresentação dos dados coletados está organizada em duas dimensões da
abordagem: quantitativos e qualitativos.
Para compor o conjunto de informações sobre os pesquisados, privilegiaram-se cinco
eixos temáticos: a) perfil dos pesquisados; b) inclusão na clínica; c) percepção do paciente sobre
DTM; d) percepção do paciente sobre a relação dor e vida social; e) percepção do paciente sobre
dor e atividades diárias.
4.1 Apresentação dos dados quantitativos – Perfil dos pesquisados
Tabela 1 – Distribuição dos pesquisados conforme a idade
Idade Quantidade %
15 a 20 3 20
21 a 25 6 40
26 a 30 2 13,32
31 a 35 1 6,67
36 a 40 - -
41 a 45 1 6,67
46 a 50 - -
51 a 55 - -
56 a 60 - -
61 a 65 - -
66 a 70 1 6,67
71 a 75 1 6,67
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
È demonstrado na tabela acima que os pesquisados têm idade variável entre 15 a 71
anos. Constata-se que a maior indicação está na faixa etária de 21 a 25 anos, representando 40%
dos mesmos. Em seguida, identifica-se a faixa de 15 a 20 anos, representando 20% dos
pesquisados. A faixa etária de 26 a 30 está representada por 13,32% dos respondentes.
34
Apareceram com mesmo percentual de 6,67% as faixas etárias de 31 a 35 anos; 41 a
45 anos, 66 a 70 anos e 71 a 75 anos.
Tabela 2 - Distribuição dos pesquisados conforme o sexo
Sexo Quantidade %
Masculino 5 33,33
Feminino 10 66,67
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Relativo ao sexo dos pesquisados, identifica-se que 66,67% são do sexo feminino;
33,33% são do sexo masculino.
Tabela 3 – Distribuição dos pesquisados conforme estado civil
Estado civil Quantidade %
Solteiro 10 66,67
Casado 5 33,33
Viúvo - -
União estável - -
15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Quanto ao estado civil, identifica-se que 66,67% são solteiros e 33,33% são casados.
Tabela 4 - Distribuição dos pesquisados conforme a profissão
Profissão Quantidade %
Assistente Social 1 6,67
Estudante 9 60
35
Do lar 2 13,33
Publicitário 1 6,67
Aposentado 2 13,33
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
A maioria dos respondentes são estudantes, representando 60%; em seguida
evidencia-se com percentual de 13,33% as categorias do lar e aposentado. Os profissionais
liberais também foram identificados, representando 6,67% dos pesquisados.
Tabela 5 - Distribuição dos pesquisados conforme situação de trabalho
Situação de Trabalho Quantidade %
Aposentado 2 13,33
Empregado 4 26, 67
Desempregado 9 60
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Relativo a situação de trabalho, observa-se que 60% dos respondentes informaram
que não possuem vinculo empregaticio; 26,67% informaram que possuem.
Tabela 6 - Distribuição dos pesquisados conforme situação salarial
Faixa salarial Quantidade %
Menos 1 salário mínimo 12 80
1 salário mínimo - -
2 salários mínimos - -
3 salários mínimos 2 1333%
Maior 3 salários mínimos 1 6,67
36
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Quanto a situação salarial dos pesquisados, nota-se que 80% informaram que
recebem menos de 1 salário mínimo; 13,33% informaram que recebem 3 salários mínimos e
6,67% recebem mais de 3 salário mínimos.
Tabela 7 - Distribuição dos pesquisados conforme o grau de escolaridade
Grau de escolaridade Quantidade %
Ensino fundamental completo - - Ensino fundamental
incompleto 2 13,33
Ensino médio completo 3 20
Ensino médio incompleto 1 6,67
Ensino superior completo 1 6,67
Ensino superior incompleto 7 46,66
Pós-graduação 1 6,67
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Relativo ao grau de escolaridade, 46,66% dos pesquisados estão em formação no
ensino superior; em seguida destacam-se 20% com formação no ensino médio completo; e
13,33% no ensino fundamental incompleto.
As categorias ensino médio incompleto; ensino superior incompleto e pós-graduação
estão evidenciadas com o mesmo percentual de representação – 6,67%.
4.1.1 Inclusão na clínica
Tabela 8 - Distribuição dos pesquisados conforme inclusão na clínica
8.1 Tempo de tratamento clínico na odontologia
Odontologia Quantidade %
37
Menos de 6 meses 1 6,67
6 meses 7 46,66
1 ano - -
2 anos 1 6,67
Mais de 2 anos - -
Sem tratamento 6 40
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Sobre o tratamento clínico, observa-se que 46,66% dos pesquisados está há 6 meses
em atendimento na clínica de odontologia; 40% informaram que estão em espera do atendimento.
8.2 Tempo de tratamento clínico na fisioterapia
Fisioterapia Quantidade %
Menos de 6 meses - -
6 meses - -
1 ano - -
2 anos - -
Mais de 2 anos - -
Sem tratamento 15 100
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Quanto ao atendimento fisioterapêutico, todos os pesquisados (100%) informaram que
ainda não obtiveram qualquer atenção de tratamento.
Tabela 9 – Distribuição dos pesquisados conforme o encaminhamento
Encaminhamento Quantidade %
Profissionais da saúde 9 60
Parentes 3 20
Amigos 1 6,67
Outros 2 13,33
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
38
Sobre o encaminhamento à clínica de odontologia, 60% dos pesquisados afirmaram
que foram orientados por profissionais da saúde; 20% informaram que os parentes estimularam à
procura do atendimento; 13,33% disseram que outras pessoas auxiliaram no encaminhamento;
6,67% o fizeram por meio de amigos.
Tabela 10 – Distribuição dos pesquisados conforme a opinião sobre o tratamento.
Tratamento realizado Quantidade %
Melhorou muito 4 26,67
Melhorou pouco 2 13,33
Não melhorou 2 13,33 Ainda não consegue
diferenciar 5 33,34
Outros 2 1333%
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Relativo a melhora dos sintomas, 26,67% dos pesquisados afirmaram que o tratamento
recebido na clínica de odontologia tem sido eficaz; 33,34% revelaram que ainda não sabem
diferenciar se ocorreu melhora; 13,33% afirmaram que ocorreu pouca melhora dos sintomas e
13,33% afirmaram que o quadro dos sintomas ainda não melhorou.
4.1.2 Percepção do paciente sobre DTM
Tabela 11 - Distribuição dos pesquisados conforme percepção sobre DTM
Sente doente Quantidade %
Sim 6 40
Não 9 60
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
39
Sobre o sentir-se doente 60% afirmaram que não se sentem doentes pelo fato de
sofrerem com DTM; 40% revelaram que se sentem doentes, em função da desordem.
Tabela 11.1 - Distribuição dos pesquisados conforme significado sobre DTM
Significado DTM Quantidade %
Sim 12 80
Não 3 20
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
É evidenciado na tabela acima que 80% dos pesquisados sabem o que significa a
DTM; 20% afirmaram que não sabem o significado.
Tabela 11.2 - Distribuição dos pesquisados conforme informação do profissional sobre o
diagnóstico de DTM
Informado pelo profissional Quantidade %
Sim 10 66,67
Não 5 33,33
Total 15 100% Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Identifica-se que 66,67% dos pesquisados manifestaram que foram informados pelo
profissional que possuem o problema da disfunção; 33,33% afirmaram que nunca foram
informados.
4.1.3 Percepção do paciente sobre dor e vida social
Tabela 12 – Distribuição dos pesquisados conforme percepção da dor
12.1 Sente dor
Sente dor Quantidade %
40
Sim 14 93,33 Constantemente - -
Temporariamente 14 93,33 Não 1 6,67 Total 15 100%
Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
É evidenciado na tabela acima que 93,33% dos pesquisados sentem dor
temporariamente, em virtude da DTM; 6,67% informaram que não sentem manifestação da dor.
12.2 Afastamento do trabalho
Afastamento do
trabalho Quantidade % Sim 1 6,67 Não 15 93,33 Total 15 100%
Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Quanto ao afastamento do trabalho, 93,33% informaram que nunca se afastaram por
causa da DTM; 6,67% informaram que já precisou se afastar por causa das dores decorrentes da
DTM.
4.1.4 Percepção da dor e sua relação com atividades de vida diária.
Tabela 13 – Distribuição dos pesquisados conforme percepção da dor
Percepção da dor Quantidade %
Tolera 12 80 Não consegue suportar - -
41
Usa medicamento 2 13,33% Outros 1 6,67 Total 15 100%
Fonte: pesquisador/ entrevista 2006
Identifica-se que 80% dos pesquisados conseguem tolerar a dor; 13,33% informaram
que necessitam usar medicamentos.
4.2 Apresentação dos dados qualitativos
Os dados qualitativos foram extraídos das questões que possibilitaram os pesquisados
expressarem suas opiniões sobre o significado de DTM; a relação dor e vida social; dor e
atividades diárias.
4.2.1 Compreensão sobre o significado de DTM
Quando indagados, durante as entrevistas, - o que você entendeu sobre DTM?, 12
pesquisados (80%) afirmaram conhecer o significado e expressaram suas idéias associando a
desordem, disfunção, distúrbio, dor e carga tensional.
Os depoimentos abaixo confirmam essa compreensão.
“Por causa dessa disfunção tive várias dores na nuca, cabeça e ouvido e também tive
os caninos desgastados”.
“Uma dor na articulação causada por trauma ou estresse”.
“Dor na mandíbula”.
“É uma desordem na articulação temporomandubular causada por hábitos
parafuncionais ( provavelmente bruxismo noturno, no meu caso)”.
“É uma desordem na articulção temporomandibular cujos sintomas são dor, rigidez
muscular, etc”.
“Dor na articulação que se torna aguda com a movimentação, podendo apresentar
cliks (estalidos) ao abrir e fechar a boca (deslocamento do disco); a dor sendo local ou referida
atingindo varias áreas até mesmo fora da cabeça”.
42
“Disfunção na mandíbula”.
“Distúrbios na mastigação, que provoca endurecimento dos mastóides”.
“Uma disfunção na articulação temporomandibular, que pode provocar estalidos,
dores...”
“Ranger dos dentes associado a carga tensional das musculatura da face e
mastigação”
Dos pesquisados que informaram não saber o conceito de DTM, identificou-se que 3
(20%) dos pesquisados não tentaram expressar qualquer idéia. Contudo, observou-se que 1
pesquisado (6,67%) afirmou não saber o conceito, mas emitiu sua opinião relacionando a
desgaste.
“Um desgaste no disco mandibular, onde ocasiona os estalos ao se movimentar”.
Outra resposta de um pesquisado (6,67%) apareceu com imprecisão de conteúdo.
“O que eu consegui entender é que sai fora do lugar”.
4.2.2 Relação dor e vida social
A dor reconhecida como uma sensação desagradável interfere no desenvolvimento
das relações sociais. Para os pesquisados este aspecto se confirma, uma vez que as alternativas
apresentadas, para avaliar a relação dor e vida social, foram, em sua totalidade, apontadas pelos
mesmos.
Para dois pesquisados (13,33%), a dor interfere em seu trabalho, no relacionamento com
os amigos, em suas atividades domésticas, em seu relacionamento familiar, em seu lazer e em seu
estudo.
Um de seus depoimentos revela o quanto sente-se frustrado com a presença das dores
decorrentes da desordem.
“Parece que minha boca irá sair do lugar, e no dormir não consigo, pois é uma dor
muito forte. Às vezes penso porque aconteceu isto comigo, pois afetou também minha audição”.
Para dois pesquisados (13,33%), a dor interfere em suas atividades de estudo,
ocasionado falta de concentração, e manifestaram os seguintes depoimentos.
43
“Porque perco a concentração, e fico descontente com a situação. Sinto-me
desconfortável com a dor”.
“Falta de concentração”.
Percebeu-se que durante as entrevistas, 4 pesquisados (26,67%) manifestaram que a
dor tem promovido estresse, irritabilidade e desorientação.
“Sinto-me meio desorientada em função da dor”.
“Se torna estressante a convivência, sendo desconfortável no falar”.
“Com as dores eu ficava irritada”.
“Me sinto estressada com a dor. Não presto atenção nas coisas”.
Para esse pesquisado, a dor afeta suas atividades de trabalho, seu relacionamento
familiar e seus estudos.
No depoimento de 1 pesquisado (6,67%), a dor interfere com mais intensidade na
prática do lazer.
“Dificulta a prática de esportes”.
“Quando estou com a dor, fico sem vontade até para sair”.
Para 4 dos pesquisados (26,67%), a dor interfere principalmente no momento de se
alimentarem, provocando situações de constrangimento em relação a outras pessoas.
Evidencia-se os seus depoimentos.
“A dor afeta a alimentação pela fadiga muscular dos músculos da mastigação
(masseter, temporal, pterigóideo lateral, pterigóideo medial)”.
“Ao me alimentar frequentemente; Também se como pipoca, amendoim, mascar
chicletes deixa os músculos enrijecidos provocando dor, ou ao comer lanches e até mesmo beijar
(principalmente)”.
“Na alimentação pelo fato de ser constrangedor a mastigação em frente de outras
pessoas”.
44
“Sinto dor de cabeça constantemente e dor facial. A mordida é cansada quando vou
comer”.
4.2.3 Percepção da dor e sua relação com atividade de vida diária
Sobre as dores mais comuns sentidas pelos pesquisados, 2 apontaram (13,33%) que
sentem somente dor de cabeça; 1 (6,67%) disse que sente somente dor de ouvido; 3 (20%),
afirmaram que sentem dores de cabeça e de ouvido; 2 (13,33%) sentem dores de cabeça, d e
ouvido e nos dentes; 3 (20%) informaram que sentem dores de cabeça e nos dentes; 1 (6,67%)
informou que sente dores nos dentes e no ouvido; 2 (13,33%) revelaram que sentem dores na
região muscular. Destes, um disse que a dor se estende até os ombros; 1 (6,67%) informou que
sente dores fortes na região da articulação.
Quanto as principais dificuldades, experimentadas pelo fato de serem portadores de
DTM, 12 dos pesquisados (80%) afirmaram estarem incluídos em uma ou mais alternativas
apresentada pelo pesquisador.
Do total, 3 pesquisados (20%) disseram que não sentem dificuldades, mesmo
convivendo com a dor.
Identificou-se que 1 pesquisado (6,67%) agrupa o maior número de dificuldades
estando relacionadas para dormir, alimentar-se, falar, mastigar, abrir e fechar a boca e falta de
apetite. Além disso, informou que sente dificuldades para sorrir e manter relações sexuais. Desta
forma, sente-se insegura, o que compromete suas relações sociais.
No aspecto de fragilidade da vida sexual, 2 pesquisados (13,33%) informaram que
também têm sua atividade sexual comprometida, além de outros sintomas; 1 pesquisado (6,67%)
revelou que tem dificuldade para abrir e fechar a boca; 2 pesquisados (13,33%) têm
comprometidos suas funções de mastigar, abrir e fechar a boca e falar; 2 pesquisados (13,33%)
têm dificuldades com a sensibilidade excessiva nos dentes; 2 pesquisados (13,33%) afirmaram
que suas maiores dificuldades estão relacionadas a mastigar e alimentarem-se, ocasionando até
falta de apetite.
4.2.4 Relação entre DTM e comprometimento das atividades diárias
45
Durante as entrevistas, questionou-se aos pesquisados como percebiam a relação
entre o problema da DTM e o desenvolvimento de suas atividades diárias.
Todos os respondentes (100%) afirmaram que conseguem desempenhar suas
atividades diárias. Contudo, 2 pesquisados (13,33%) expressaram quem se sentem muito afetados
no aspecto psicológico.
Expressaram os seguintes depoimentos.
“ Sim, psicologicamente sinto como se fosse impotente, sem poder realizar funções
que são realizadas periodicamente por outras pessoas”.
“Sim, mas somente no momento de me alimentar, devido a fadiga muscular. Fico um
pouco deprimido com isso”.
Para 1 pesquisado (6,67%), o fato de ser portador da DTM atrapalha o seu humor
constantemente tornando-se alterado. Isto é um aspecto limitador da qualidade de suas atividades.
“Ás vezes, afeta o humor...”.
Para 2 pesquisados (13,33%), a DTM tem dificultado o exercício de suas atividades
com intensidade.
Seus depoimentos afirmaram isso.
“Sim é muito triste, não poder fazer as coisas diárias. As vezes, penso que sou muito
doente”.
“Afeta muito quando a dor é forte, pois não consigo me concentrar, principalmente
ler”.
Os demais (10) pesquisados (66,67%) afirmaram que conseguem desenvolver suas
atividades diárias, mesmo em períodos em que a dor se manifesta com mais intensidade.
46
5 DISCUSSÃO DOS OS DADOS
O desenvolvimento da pesquisa foi significativo para compreender como os sintomas
da DTM interferem na qualidade de vida dos pesquisados.
Se um dos requisitos para ter qualidade de vida é a saúde, e a partir dela a expansão
de potencialidades, pode-se considerar que para os pesquisados isso encontra-se fragilizado,
afetando nas suas rotinas de vida.
Foi constante a informação que as manifestações da DTM causam dor, desconforto e
sofrimento. A queixa principal de dor está correlacionada a presença de vários limites vividos
pelos pesquisados.
Percebeu-se, durante as entrevistas, que a expressão facial e corporal de alguns
pesquisados encontrava-se debilitada.
Um dos achados importantes na literatura sobre o tema e que se confirmou com a
pesquisa, é que as mulheres estão mais propensas a desenvolverem a disfunção. Além da
probabilidade, identificou-se que a sensação de sofrimento parece ser mais intensa do que nos
pesquisados do sexo masculino.
Importante, também, destacar neste aspecto que as condições de sexo, culturais, etnia
e religião influem na concepção de dor.
Outro aspecto que merece ser considerado é que a maioria (60%) são estudantes,
estando sujeitos a desencadearem níveis de estresse pelas obrigações acadêmicas.
Sabe-se que, retirando-se os fatores oclusais, o estresse constitui-se como um dos
fatores determinantes para as DTM´s.
Identificou-se também que o perfil socioeconômico dos pesquisados é baixo, para que
possam assumir o tratamento em clínicas particulares. Assim, estão submetidas ao sistema de
47
espera dos serviços gratuitos de clínicas de odontologia. Durante as entrevistas, percebeu-se que
têm grandes expectativas para iniciarem o tratamento.
Contudo, com dificuldade de acesso aos serviços de clínica, vários pesquisados ainda
não estão em tratamento, ocasionando o agravamento da sua situação.
Embora o objetivo deste estudo, não tenha sido o de avaliar o impacto da dor na vida
dos pesquisados, o que exigia ferramentas técnicas mais precisas, identificou-se que a dor
interfere no relacionamento e nas atividades de vida diária dos mesmos.
Os depoimentos, ricos em conteúdos, permitiram perceber que os portadores de DTM
convivem com muitas dificuldades. Além dos efeitos biológicos, os fatores psico-emocionais e
sociais foram evidenciados pelos pesquisados, ocasionado pelas dores que sentem, associadas a
DTM.
Nesses relatos, há evidências de que os problemas funcionais (dificuldade de
mastigar, abrir e fechar a boca, entre outros) desencadeiam nos pesquisados fragilidades
emocionais.
Embora todos os pesquisados tenham manifestado tolerância a dor no momento das
respostas objetivas, percebeu-se nos depoimentos que isso revela-se parcialmente contraditório,
pois alguns expressaram que se sentem irritados, com variação de humor, dificuldades de
concentração para realizar as atividades, além das fragilidades nas suas habilidades relacionais e
ansiedade.
Desta forma, conclui-se que os portadores de DTM pesquisados sofrem algum
prejuízo social.
48
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A DTM geralmente contribui para uma situação de desconforto e estresse para quem
é acometido.
Embora a dor orofacial não seja uma ameaça à vida da pessoa, pode gerar
sentimentos de angústia, estresse e depressão, pois a disfunção e suas manifestações decorrentes
geram fragilidades psicossociais ou até mesmo traumas, quando o quadro clínico apresenta dor
crônica intensa.
A pesquisa realizada, apresentada neste estudo, confirmou que a presença das
manifestações clínicas dolorosas, especialmente a dor na região temporomandibular é prevalente
em 100% dos pesquisados. Embora todos tenham afirmado que a DTM não os afastou das
atividades de vida diária, correlacionaram que têm dificuldades para desempenhar tais atividades.
Logo, a DTM é fator limitador na qualidade de vida dos pesquisados.
O individuo com DTM e dor crônica exige cuidados. Neste aspecto, sabe-se que a
assistência precisa ser multiprofissional.
A DTM, reconhecida como uma especialidade da odontologia já não se concentra
com o domínio específico dessa área. Outras profissões têm buscado interesse de contribuir no
tratamento dos portadores de disfunções temporomandibulares.
A maioria dos pesquisados afirmaram que o fato de serem portadores da DTM
convive com instabilidade funcional e psicológica.
Durante as entrevistas, observou-se que os pesquisados, que estão em espera de
atendimento na Clínica-escola de odontologia revelaram a preocupação de serem chamados com
urgência para o tratamento.
Enfatiza-se que a pouca literatura sobre o tema que originou a monografia,
representou um fator muito limitador para expandir as reflexões.
49
Contudo, a pesquisa constituiu-se um instrumento para reconhecer a realidade dos
portadores de DTM e perceber que os impactos decorrentes da dor afetam a vida dos
pesquisados. Possibilitou também reafirmar concepções teóricas expostas na literatura de base
para este estudo monográfico.
Tem-se consciência que o seu caráter primário apresenta aspectos teóricos e
metodológicos para serem aperfeiçoados, mas faz-se necessário destacar que, mesmo sendo
preliminar, contribui muito para o acadêmico obter maior conhecimento sobre o tema.
O maior desafio, portanto, foi o de relacionar os conhecimentos específicos da
odontologia com a fisioterapia. Sobretudo, de articular a contribuição do fisioterapeuta no
atendimento do portador de DTM.
50
REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
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APÊNDICE A INSTRUMENTO DE PESQUISA
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APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE PESQUISA Universidade do Sul de Santa Catarina Curso de Fisioterapia Acadêmico: Hyuri Maccari Holthausen
1- Perfil do entrevistado Idade _______ Sexo masculino ( ) feminino ( ) Estado civil: solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) união estável ( ) Profissão___________________ Situação de trabalho: empregado ( ) desempregado ( ) Se empregado, faixa salarial: ( ) menos de um salário mínimo ( ) um salário mínimo ( ) dois salários mínimos ( ) três salários mínimos ( ) mais de três salários mínimos Grau de escolaridade: ensino fundamental completo ( ) incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) incompleto ( ) Ensino superior completo ( ) incompleto ( ) Pós graduação ( ) 2- Inclusão na clinica Tempo de tratamento na clinica de: Odontologia: 6 meses ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) mais ( ) ___________________ Fisioterapia: 6 meses ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) mais ( ) ___________________ Encaminhamento para tratamento nas clinicas por quem: ( ) profissional de saúde ( ) parentes ( ) amigos ( ) outros
Na sua opinião, o tratamento realizado:
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( ) melhorou muito o quadro de sintomas ( ) melhorou pouco ( ) não melhorou ( ) ainda não consegue diferenciar 3- Percepção do paciente sobre Disfunção Temporo-mandibular (DTM)
• Você se sente doente? sim ( ) não ( ) • Você sabe o que significa DTM? sim ( ) não ( ) • Você lembra se foi informado, pelo profissional, que possui Disfunção Temporo-
mandibular (DTM) ? sim ( ) não ( ) Se você lembra, o que entendeu sobre de DTM?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________
4- Percepção do paciente sobre a relação Dor e Vida social
• Você sente dor ? : sim: constantemente ( ) temporariamente ( )/ não ( ) Em caso afirmativo a dor afeta: ( ) suas atividades de trabalho ( ) seu relacionamento com os amigos ( ) suas atividades em casa ( ) seu relacionamento familiar ( ) seu lazer ( ) seu estudo ( ) outros Por quê ___________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________
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• Você já se afastou do trabalho em função da Disfunção Temporo-mandibular (DTM)
( ) sim ( ) não Se sim, quanto tempo ____________
5- Percepção da dor e sua relação com atividades de vida diária
• Com relação a dor você: ( ) tolera ( ) não consegue suportar ( ) usa medicamentos para aliviar ( ) outros; qual (is)? ____________________________________________________ • A(s) dor (es) mais comum (uns) que você sente são: ( ) dor de cabeça ( ) dor nos dentes ( ) dor de ouvido ( ) outros; qual (is)? ____________________________________________________ • Você apresenta dificuldades para: ( ) dormir ( ) relações sociais ( ) se alimentar ( ) relações sexuais ( ) falar ( ) mastigar ( ) abrir e fechar a boca ( ) sensibilidade nos dentes ( ) falta de apetite ( ) outros; qual (is)? ____________________________________________________ • Você considera que o fato de ser portador de Disfunção Temporo-mandibular
(DTM) afeta suas atividades diárias?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________
____________
APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO
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TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medicações dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso: __________________________________________________ R.G.: _____________________________________________________________ Local e Data: _______________________________________________________ Assinatura: ________________________________________________________