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    DDOOUUGGLLAASSMMOORRAAIISS

    AVALIAO DA TENSO SUPERFICIALDO PVB E DA PA-6

    SO PAULO

    2008

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    DDOOUUGGLLAASSMMOORRAAIISS

    AVALIAO DA TENSO SUPERFICIALDO PVB E DA PA-6

    Dissertao apresentada Escola Politcnicada Universidade de So Paulo para obteno dottulo de mestre em Engenharia.rea de Concentrao:

    ENGENHARIA DE MATERIAISOrientadora:Profa. Dra. Nicole Raymonde Demarquette

    SO PAULO2008

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    Este exemplar foi revisado e alterado em relao verso original, sobresponsabilidade nica do autor e com a anuncia de seu orientador.

    So Paulo, 1 de outubro de 2008.

    Assinatura do autor ____________________________

    Assinatura do orientador _______________________

    Morais, DouglasAvaliao da tenso superficial do PVB e da PA-6.

    So Paulo 2008

    D. Morais. Edio Revisada So Paulo 2008.100 p.

    Dissertao (Mestrado) - Escola Politcnica da Universidade de So

    Paulo. Departamento de Engenharia Metalrgica e de Materiais.1. Tenso superficial 2. Mtodo da gota pendente 3. Poli(vinil butiral). 4.

    Poliamida-6

    I. Universidade de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de Engenharia

    Metalrgica e de Materiais. II.t.

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    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho a minha famlia e aminha namorada Lucianne Moreira Maciel

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    iii

    AGRADECIMENTOS

    prof. Dr. Nicole Raymonde Demarquette pela orientao, pacincia, pela

    grande amizade e confiana durante o decorrer deste trabalho; Pela oportunidade de

    ser monitor em duas disciplinas da graduao por ela lecionada na Escola Politcnica,

    da Universidade de So Paulo.

    A CAPES pelo apoio financeiro e pela bolsa de mestrado.

    A Dr. Ticiane S. Valera, pela co-orientao e pela preciosa ajuda durante todo

    andamento deste trabalho, amizade, idias e discusses.Ao Dr. Danilo J. Carastan pela amizade, ajuda relacionada ao equipamento, ao

    programa da Gota Pendente e discusses.

    Ao Dr. Leon Gengembre do laboratrio de catlise da Universidade de Cincia e

    Tecnologia da Universidade Lille, pelas anlises e ESCA.

    Ao Prof. Dr. Douglas Gouva, do Departamento de Engenharia Metalrgica e de

    Materiais da Escola Politcnica da USP, pela utilizao do equipamento de

    Espectroscopia de Infravermelho FTIR.

    Ao Prof. Dr. Francisco Valenzuela Diaz, do Departamento de Engenharia

    Metalrgica e de Materiais da Escola Politcnica da USP, pela amostra de poli(vinil

    butiral).

    Ao Prof. Dr. Luiz Henrique Catalani, do Instituto de Qumica da USP, pela

    utilizao do espectrmetro no Ultravioleta/visvel.

    Aos amigos do Laboratrio de Anlise e Processamento de Polmeros: Roberta,

    Cssia, Adriana, Ticiane, Ana, Patrcia, Danilo, Marcio, Caio, Guilhermino e Larcio,

    pela amizade e idias que foram discutidas durante as reunies pizzas. Aos tcnicos dolaboratrio Kleber e Luan pela amizade e auxlio no dia-a-dia.

    E, finalmente, aos amigos que diretamente ou indiretamente me ajudaram e

    incentivaram durante todo o andamento deste trabalho em especial aos amigos de

    faculdade da turma 031 de Materiais Processos e Componentes Eletrnicos da FATEC-

    SP.

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    RESUMO

    No laboratrio de Anlise, Processamento e Reologia de Materiais Polimricos da

    Escola Politcnica da USP tem sido estudadas blendas de Poliamida-6 (PA-6) e filme

    de poli(vinil butiral) (PVB), como uma alternativa para reciclagem do filme de PVB

    oriundo do processo de separao dos componentes do vidro laminado ps-consumo.

    As propriedades mecnicas de uma blenda polimrica dependem da sua morfologia e,

    por sua vez, a morfologia depende das propriedades reolgicas e da tenso interfacial

    entre os polmeros formadores da blenda, que para o caso de blendas envolvendo filme

    de PVB podem mudar em funo da concentrao de plastificante presente na

    composio do filme. Apesar da importncia do seu conhecimento, a tenso interfacial

    entre PA-6 e filme de PVB no conhecida. O presente trabalho teve como objetivo

    avaliar a tenso superficial do filme de PVB e da PA-6. O mtodo utilizado foi o da gota

    pendente. Tambm estudou-se a influncia da adio de plastificante na tenso

    superficial do filme de PVB. Os resultados mostraram que a tenso superficial dos

    polmeros estudados decresce com o aumento da temperatura (temperatura variando

    entre 240 e 260C). Em particular, para o filme de PVB a entropia de superfcie ((d/dT) ) apresentou um valor acima dos normalmente encontrados para polmeros

    fundidos. Este comportamento foi atribudo estabilidade trmica do filme. O filme de

    PVB utilizado nos ensaios de tenso superficial foi caracterizado por Espectroscopia no

    Infravermelho (FTIR), Espectroscopia no Ultravioleta/Visvel (UV-VIS), Espectroscopia

    Eletrnica para Anlise Qumica (ESCA) e Anlise Termogravimtrica (TG). Os

    resultados obtidos comprovaram que h mudanas na estrutura do PVB durante sua

    exposio a temperaturas elevadas, por longo perodo de tempo (condies do ensaio

    de tenso superficial). Foi observado, primeiramente, a evaporao do plastificante,

    seguida por perda de grupos polares (-OH, C=O e C-O-C) presentes na estrutura do

    PVB. A tenso superficial da Poliamida-6 foi determinada para temperaturas de 250 e

    260C. Os resultados mostraram que a PA-6 manteve-se estvel durante os ensaios.

    Palavras-Chave: Tenso Superficial, Mtodo da Gota Pendente, Poli(vinil butiral) e

    Poliamida-6.

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    ABSTRACT

    In the Rheology and Polymer Processing Laboratory of Escola Politcnica of the

    University of So Paulo, Polyamide-6 / poly(vinyl butiral) film blends have been studied

    as an alternative for the recycling of post-consumption laminated glasses. The

    mechanical properties of these blends were studied and explained in light of their

    morphology. The morphology of polymer blends strongly depends on the rheological

    behavior of the blend and on the interfacial tension between the polymers forming the

    blend. In the case of Poliamide-6 (PA-6)/poly(vinyl butiral) (PVB) film blends, the

    interfacial tension depends on the plasticizer concentration present in PVB film.

    However, to our knowledge neither the PA-6/PVB film interfacial tension nor the surface

    tension of PVB film at temperatures above softening temperatures have been evaluated.

    In this work, the surface tension of poly(vinyl butyral) and polyamide was evaluated

    using the pendant drop method. Also it was tried to evaluate the surface tension of PVB

    film as a function of plasticizer content. The surface tension values obtained were in the

    same range as the ones obtained for other molten polymers: the surface tension

    decreases with increasing temperature (for temperatures ranging from 240 to 260C).

    However, the value of PVB film surface entropy ((d/dT) where is the surface tension

    and T is the temperature) was much larger than values reported for other molten

    polymers. This result was attributed to thermal stability of PVB film during the surface

    tension measurement. The drops of PVB film after surface tension analysis were

    examined for any change in their functional groups using infrared spectroscopy (FITIR),

    ultraviolet-visible spectroscopy (UV/VIS), electron spectroscopy for chemical analysis

    (XPS/ESCA) and thermogravimetric analysis (TG). The results showed that changes inthe chemical structure of PVB film occur during surface tension measurement. First, the

    plasticizer within the PVB film evaporates and, then, the PVB suffers reduction of polar

    units and creation of C=C bonds. The surface tension of PA-6 was evaluated for

    temperatures of 250 and 260C. The PA-6 remained stable during tests

    Keywords: Surface tension, Pendant Drop Method, Poly(vinyl butiral) and nylon 6.

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    LISTAS DE FIGURAS

    Figura 1. Representao esquemtica da superfcie curva de um lquido . ....................... 6

    Figura 2. Geometria da gota pendente .................................................................................. 15

    Figura 3. Aparato experimental da gota pendente ............................................................... 17

    Figura 4. Estrutura qumica das trs unidades formadoras do PVB . ................................ 18

    Figura 5. Mecanismo de decomposio trmica do PVB . .................................................. 21

    Figura 6. Estrutura qumica do PA-6 . ..................................................................................... 24

    Figura 7 - Estrutura qumica do trietileno glicol di-2-etil hexanoato. .................................. 27

    Figura 8. Aparato experimental do mtodo da Gota Pendente ........................................... 29

    Figura 9. Curva e ajuste de curva de ESCA do PVB. ........................................................... 34

    Figura 10. Evoluo da gota Pendente. (a) no inicio do experimento (b) aps 5 horas. 38

    Figura 11. Grfico tpico da tenso superficial em funo do tempo para filme de PVB a

    245C. ................................................................................................................................... 39

    Figura 12. Tenso superficial em funo da temperatura para filme de poli(vinil butiral).

    ............................................................................................................................................... 41

    Figura 13. Gota pendente de PVB puro.................................................................................. 42

    Figura 14. Gota pendente de filme de PVB com 20% em massa de plastificante. .......... 43

    Figura 15. Curva de TG do filme de PVB a 120C por 2h. .................................................. 44

    Figura 16. Curva de TG do filme de PVB a 240C por 5h. .................................................. 45

    Figura 17. Espectros no Infravermelho do filme de PVB (original e tratado termicamente)

    e das gotas utilizadas para anlise de tenso superficial. ........................................... 47

    Figura 18. Espectros de FTIR da parte no degradada dos filmes de PVB. .................... 50

    Figura 19. Espectro de infravermelho das amostras de filme de PVB dissolvidas emetanol, para nmero de 1900 a 1500 cm-1. .................................................................... 52

    Figura 20. Espectro de infravermelho das amostras de filme de PVB dissolvidas em

    etanol, para nmero de onda de 1300 a 500 cm-1. ....................................................... 52

    Figura 21. Espectros de FTIR da parte dos filmes no dissolvida em etanol. .................. 54

    Figura 22. Espectro de Infravermelho de amostras de filme de PVB, para nmero de

    onda de 1900 a 1500 cm-1 (parte no dissolvida). ........................................................ 56

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    Figura 23. Espectro de Infravermelho das amostras de filme de PVB no dissolvidas em

    etanol, para nmero de onda de 1300 a 500 cm-1

    . ....................................................... 56Figura 24. Espectros no Infravermelho do PVB puro (original e tratado termicamente) e

    para as cinco temperaturas de ensaios de gota pendente. ......................................... 58

    Figura 25. Espectros de FTIR da parte dissolvida em etanol. ............................................ 60

    Figura 26 .Espectro de Infravermelho das amostras de PVB para nmero de onda na

    regio de 1900 at 1500 cm-1 (parte dissolvida)............................................................ 61

    Figura 27 .Espectro de Infravermelho das amostras estudadas para nmero de onda na

    regio de 1300 at 500 cm-1 (parte dissolvida). ............................................................. 62

    Figura 28. Espectros de FTIR do PVB, parte no dissolvida em etanol. .......................... 64

    Figura 29 .Espectro de Infravermelho das amostras estudadas para nmero de onda na

    regio de 1800 at 1600 cm-1........................................................................................... 65

    Figura 30 .Espectro de Infravermelho das amostras estudadas para nmero de onda na

    regio de 1500 at 500 cm-1. ............................................................................................ 65

    Figura 31. Curva de ESCA do filme de PVB......................................................................... 68

    Figura 32. Curva de ESCA do filme de PVB. ......................................................................... 69

    Figura 33. Espectros de UV/VIS do copolmero PVB puro.................................................. 73

    Figura 34. Espectros no UV/VIS para amostras de PVB submetidas a diferentes

    temperaturas. ...................................................................................................................... 74

    Figura 35. Fotografia das amostras de PVB puro analisadas por UV/VIS........................ 75

    Figura 36. Imagem de uma gota de PA-6 durante o ensaio de Gota Pendente. ............. 76

    Figura 37. Grfico tpico de anlise da tenso superficial de uma gota de PA-6 a 250C

    em funo do tempo........................................................................................................... 77

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    LISTAS DE TABELAS

    Tabela 1. Trabalhos encontrados na literatura sobre a influncia da temperatura na

    tenso superficial e interfacial. ........................................................................................... 9

    Tabela 2. Mtodos para avaliar a tenso superficial ou interfacial de polmeros fundidos.

    ............................................................................................................................................... 14

    Tabela 3. Informaes sobre o processo de decomposio do PVB, em diferentes

    atmosferas . ......................................................................................................................... 23

    Tabela 4. Temperatura limite de trabalho para PA-6 ........................................................... 25

    Tabela 5 - Principais propriedades do filme de PVB produzido pela Solutia do Brasil . . 26

    Tabela 6. Propriedades do plastificante trietileno glicol di-2-etil hexanoato. .................... 27

    Tabela 7. Propriedades da poliamida-6 MAZMID B260 natural. ........................................ 28

    Tabela 8. Amostras analisadas por FTIR. .............................................................................. 32

    Tabela 9. Amostras analisadas por UV/VIS. .......................................................................... 33

    Tabela 10. Amostras analisadas por ESCA. .......................................................................... 35

    Tabela 11. Amostras analisadas por TG. ............................................................................... 36Tabela 12. Resumo das anlises do filme de PVB. .............................................................. 36

    Tabela 13. Resumo das anlises do PVB puro. .................................................................... 36

    Tabela 14. Valores experimentais da tenso superficial e densidade dos filmes de

    poli(vinil butiral). .................................................................................................................. 40

    Tabela 15. Resultado de TG dos filmes de PVB. .................................................................. 46

    Tabela 16. Frao mssica de filme de PVB dissolvido e no dissolvido em etanol. ..... 49

    Tabela 17. Quantificao da anlise de FTIR para filmes de PVB (parte dissolvida em

    etanol)................................................................................................................................... 51

    Tabela 18. Quantificao da anlise de FTIR para filmes de PVB (parte no dissolvida

    em etanol). ........................................................................................................................... 55

    Tabela 19. Frao Mssica de PVB puro. .............................................................................. 59

    Tabela 20. Quantificao das anlises de FTIR do PVB (parte dissolvida). .................... 63

    Tabela 21. Quantificao da anlise de FTIR de PVB puro, no dissolvido em etanol. . 66

    Tabela 22. Composio da superfcie dos filmes de PVB. .................................................. 70

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    ix

    Tabela 23. Composio da superfcie do PVB puro. ............................................................ 72

    Tabela 24.Tenso superficial da PA-6. ................................................................................... 78

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    LISTA DE SMBOLOS

    A rea.

    B fator de Forma.

    C Concentrao.

    Fs energia livre de superfcie.

    gN Acelerao da gravidade.

    I Intensidade

    nM Massa molar numrica mdia.

    P Presso.

    R Raio de Curvatura.

    T Temperatura.

    G Variao de energia livre de Gibbs.

    Tenso Superficial.

    (d/dT) Entropia de superfcie.

    Potencial qumico.

    Densidade.

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    xi

    LISTA DE ABREVIAES

    CPA---------- Copoliamida

    EVOH-------- Poli(etileno- co- lcool vinilco)

    LLDPE------- Polietileno linear de baixa densidade

    LDPE -------- Polietileno de baixa densidade

    P-2VP -------- Poli(2-vinilpiridina)

    PA-6 ---------- Poliamida-6

    PA-66 -------- Poliamida-66PBT -----------Poli(tereftalato de butileno)

    PCAP ------- Policaprolactona

    PCP ---------- Policloropreno

    PE ------------ Polietileno

    PEEK -------- Polieteretercetona

    PEO ---------- Poli(xido de etileno)

    PET ---------- Poli(tereftalato de etileno)

    PIB ----------- Poliisobutileno

    PMDS-------- Polidimetilsiloxano

    PMMA-------- Poli(metacrilato de metila)

    PVAC--------- Poli(acetato de vinila)

    PVB----------- Poli(vinil butiral)

    PP------------- Polipropileno

    PPO----------- Poli(xido de propileno)

    PUR ---------- Poliuretano

    PS ------------- Poliestireno

    ESCA ------ Espectroscopia Eletrnica para Anlise Qumica

    UV/vis------ Espectroscopia no Ultravioleta Visvel

    FTIR-------- Espectroscopia Vibracional de Absoro no Infravermelho por Transformada

    de Fourier.

    TG ---------- Termogravimetria

    PVT ------------- Presso Volume Temperatura

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    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS........................................................................................................vii

    LISTA DE TABELAS.......................................................................................................viii

    LISTA DE SMBOLOS.......................................................................................................x

    LISTA DE ABREVIAES...............................................................................................xi

    CAPTULO I. INTRODUO...........................................................................................1

    1. Generalidades ..........................................................................................................1

    2. Objetivos...................................................................................................................3

    CAPTULO II. REVISO BIBLIOGRFICA.....................................................................4

    2.1 Conceitos de Tenso Superficial. ...........................................................................4

    2.2 Tenso superficial e Interfacial de Polmeros Fundidos..........................................6

    2.2.1 Fatores que Afetam a Tenso Superficial de Polmeros Fundidos. .................7

    2.2.2 Efeito da Temperatura......................................................................................7

    2.2.3 Influncia da Massa Molecular.......................................................................10

    2.2.4 Influncia da Polidispersidade........................................................................11

    2.3 Mtodos para Avaliar a Tenso Superficial e Interfacial de Polmeros Fundidos. 12

    2.3.1 Mtodo da Gota Pendente.................................................................................15

    2.3.1.1 Princpio...................................................................................................15

    2.4 Poli(vinil butiral) ....................................................................................................18

    2.4.1 Decomposio Trmica do Poli(vinil butiral). .................................................19

    2.5 Poliamida-6...........................................................................................................24CAPTULO III. MATERIAIS E MTODOS.....................................................................26

    3. Materiais. ................................................................................................................26

    Poli(vinil butiral) .......................................................................................................26

    3.1.2 Poliamida-6 ....................................................................................................28

    3.2 Equipamento Baseado no Princpio da Gota Pendente........................................28

    3.3 Procedimento experimental para realizar os ensaios no equipamento de gota

    pendente.....................................................................................................................29

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    xiii

    3.4 Procedimentos para Espectroscopia no Infravermelho (FTIR) .............................31

    3.5 Anlise de Espectroscopia no Ultravioleta/visvel (UV/VIS)..................................323.5.1 Procedimentos Para Espectroscopia no Ultravioleta/Visvel (UV/VIS)...........32

    3.6 Procedimento para Anlise de Espectroscopia Eletrnica para Anlise Qumica.33

    3.7 Procedimentos para Anlise Termogravimtrica (TG) .............................................35

    CAPTULO IV. RESULTADOS E DISCUSSES ..........................................................37

    4.1Tenso superficial do Poli(vinil butiral)...................................................................37

    4.1.1. Tenso do filme de PVB................................................................................37

    4.1.2 Anlise da tenso superficial do Poli(vinil butiral) puro ..................................42

    4.1.2 Avaliao da Influncia da concentrao de plastificante na tenso superficial

    do filme de Poli(vinil butiral). ...................................................................................42

    4.2 Anlise do filme comercial de PVB.......................................................................43

    4.2.1 Anlise trmica do filme de PVB comercial....................................................43

    4.2.2 Anlises de Espectroscopia no Infravermelho (FTIR) do filme de PVB..........46

    4.2.2.1 FTIR dos filmes de PVB dissolvidos em etanol. ......................................49

    4.2.2.2 FTIR dos filmes de PVB no dissolvidos em etanol ................................53

    4.2.3 FTIR do PVB puro ..........................................................................................584.2.3.1 FTIR do PVB puro dissolvido em etanol ..................................................60

    4.2.1.1 FTIR do PVB puro no dissolvido em etanol ...........................................64

    4.2.3 Espectroscopia de Eltrons para Anlise Qumica (ESCA) ...........................66

    4.2.3.1 ESCA dos Filmes de PVB .......................................................................69

    4.2.3.2 ESCA PVB PURO ...................................................................................71

    4.2.4 Espectroscopia no Ultravioleta/Visvel do PVB Puro......................................73

    4.4 Tenso Superficial da Poliamida-6. ......................................................................75Capitulo V Concluses ................................................................................................79

    5. Concluso ..................................................................................................................79

    Capitulo VI Bibliografia ................................................................................................80

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    CAPTULO I. INTRODUO

    1. Generalidades

    Atualmente, a indstria de materiais polimricos tem investido cada vez mais em

    misturas polimricas como alternativa ao desenvolvimento de novos polmeros.

    Misturas polimricas possuem um custo de desenvolvimento muito menor em relao

    ao desenvolvimento de uma nova molcula, tambm combinam as propriedades dos

    polmeros que as compem. Na maioria dos casos polmeros so materiais imiscveis

    entre si. Quando misturados, as misturas formam materiais multifsicos, para os quais

    as propriedades obtidas so controladas pela sua morfologia. Esta, por sua vez,

    funo das caractersticas reolgicas dos polmeros que a formam, da compatibilidade

    entre seus componentes, das condies de processamento e da composio da

    mistura. A compatibilidade entre as fases dos polmeros da mistura pode ser inferida

    atravs da tenso interfacial entre os componentes. Conhecer a tenso interfacial importante para que se possa controlar a morfologia final de uma mistura, e

    conseqentemente, suas propriedades.

    No laboratrio de Anlise, Processamento e Reologia de Materiais Polimricos

    tem sido estudado blendas de filme de poli(vinil butiral) (PVB), oriundo da reciclagem de

    vidros laminados, com poliamida-6 (PA-6), para melhorar a sua resistncia ao impacto.

    Em particular, as propriedades mecnicas das misturas formadas por poliamida-6 e

    filme de PVB foram exaustivamente avaliadas, assim como sua morfologia e os

    parmetros que a controlam: razo de viscosidade entre os componentes (caracterstica

    reolgica), composio e condies de processamento (misturas realizadas a

    temperatura de 250C). Porm, o fator tenso interfacial entre os componentes no foi

    avaliado [1, 2].

    O poli(vinil butiral) um copolmero composto por unidades vinil lcool, vinil

    acetato e vinil butiral. O PVB em forma de filme obtido pela mistura em extrusora do

    PVB com cerca de 30% em massa de plastificante. A adio de plastificante confere ao

    filme propriedades semelhantes de um elastmero. O copolmero PVB pode ser

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    utilizado para vrias aplicaes nos diversos ramos da indstria de materiais, tais como:

    de tintas e materiais cermicos. O filme de PVB abrange outras aplicaes industriais,como na confeco de vidros laminados utilizados em pra-brisas e na construo civil.

    Para todas as aplicaes acima descritas, importante se avaliar a tenso superficial

    do PVB e do filme de PVB em funo da temperatura, pois a partir do conhecimento

    desta propriedade pode-se avaliar a afinidade entre o PVB e outros materiais. Assim,

    pode-se prever a afinidade entre materiais formadores de uma nova mistura (PVB/novo

    material) ou otimizar as propriedades de misturas j existentes (como entre PVB/PA-6 e

    PVB/vidro).

    Existem diversos mtodos que podem ser utilizados para determinar a tenso

    interfacial entre polmeros fundidos. Contudo, poucos podem ser empregados para se

    determinar a tenso superficial de uma fase pura, como a do PVB ou do filme de PVB.

    Assim, o mtodo da Gota Pendente foi utilizado neste trabalho por permitir que tanto a

    tenso superficial das fases puras formadoras de um mistura polimrica quanto a sua

    tenso interfacial possam ser avaliadas, alm do fato da anlise no apresentar

    problemas de inrcia atrelada ao equipamento de medida, o que a torna ainda mais

    confivel.Este trabalho visa suprir uma lacuna existente na literatura, determinando a

    tenso superficial do copolmero PVB e do filme comercial de PVB, em funo da

    temperatura. Para o filme de PVB a faixa de temperatura estudada variou entre 240C e

    260C, referente faixa de temperatura empregada no processamento da mistura PA-

    6/PVB (250C). Para o copolmero PVB puro, as anlises foram realizadas nas

    temperaturas de 250C e 260C. A tenso superficial da poliamida-6 tambm foi

    avaliada, para temperaturas entre 250C e 260C. Tambm foi avaliada, por anlises deespectroscopia vibracional no infravermelho, espectroscopia no ultravioleta visvel e por

    espectroscopia eletrnica para anlise qumica, a influncia da concentrao de

    plastificante presente no filme de PVB nos valores de tenso superficial do filme.

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    3

    2. Objetivos

    O presente trabalho visa:

    Determinar a tenso superficial do filme comercial de poli(vinil butiral) (PVB) noestado fundido, em funo da temperatura;

    Avaliar a tenso superficial do terpolmero PVB puro no estado fundido, emfuno da temperatura;

    Avaliar a tenso superficial da PA-6 no estado fundido, em funo da

    temperatura;

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    4

    CAPTULO II. REVISO BIBLIOGRFICA

    A Reviso Bibliogrfica est dividida em quatro partes: na primeira so

    apresentados os conceitos de tenso superficial, e o comportamento da tenso

    superficial de polmeros em funo de diversos fatores como: temperatura e massa

    molar; na segunda so discutidos diversos mtodos para avaliar a tenso superficial de

    polmeros fundidos, com nfase no mtodo da gota pendente, o qual foi utilizado na

    realizao deste trabalho. A terceira mostra, de forma concisa, uma reviso sobre o

    poli(vinil butiral), na qual apresentada a decomposio trmica do PVB e do filme de

    PVB, uma vez que neste trabalho o PVB foi submetido a altas temperaturas, por longos

    perodos de tempo. Por fim apresentada uma pequena reviso sobre a poliamida-6.

    2.1 Conceitos de Tenso Superficial.

    A tenso superficial pode ser interpretada sob dois pontos de vista, um

    termodinmico e outro mecnico ([3, 4]).

    Do ponto de vista termodinmico, a tenso superficial pode ser interpretada

    como o trabalho reversvel necessrio para criar uma unidade de rea superficial, a

    uma dada condio de temperatura constante (T), presso (P), e composio (n), a

    partir da relao a seguir:

    nPTA

    G

    ,,

    = (1)

    onde a tenso superficial, G a energia livre de Gibbs do sistema e A a rea

    superficial.

    De acordo com a equao 1 a tenso superficial pode ser compreendida como

    um incremento de energia livre de Gibbs por unidade de rea [3].

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    Entretanto, a energia livre especifica de superfcie por unidade de rea tambm

    pode ser correlacionada com a tenso superficial utilizando a relao apresentada pelaEquao 2, que mostra a concentrao dos componentes com os respectivos

    potenciais qumicos.

    ( )2211 CCFS ++= (2)

    Onde Fs e energia livre de superfcie, C concentrao dos componentes e o

    potencial qumico do componente. Isolando que representa a tenso superficial temos:

    ( )2211 CCFS += (3)

    Portanto, a tenso superficial, tambm pode ser entendida como um excesso de

    energia livre de superfcie [3].

    Sob o ponto de vista mecnico a tenso superficial pode ser interpretada

    relacionando as teorias desenvolvidas por Laplace e Young [4], que em trabalhos

    distintosdesenvolveram teorias que correlacionam as foras coesivas dos lquidos com

    a forma assumida pela sua superfcie curva. Atravs desta correlao os autores

    desenvolveram uma equao que relaciona a curvatura de uma superfcie com a

    tenso superficial do liquido que a forma:

    +=

    21

    11

    RRP (4)

    onde P a diferena de presso entre os meios, R 1 e R 2 os raios de curvatura

    apresentados na Figura 1, que mostra a superfcie curva de um lquidos e os fatores

    geomtricos.

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    Figura 1. Representao esquemtica da superfcie curva de um lquido [4].

    2.2 Tenso superficial e Interfacial de Polmeros Fundidos.

    As tenses superficiais e interfaciais entre os polmeros que as formam

    apresentam-se como um parmetro importante a ser conhecido no desenvolvimento de

    misturas polimricas (blendas polimricas) e aplicaes de materiais polimricos que

    envolvam propriedades interfaciais. O conhecimento da tenso superficial e interfacial

    permite, por exemplo, explicar a morfologia final apresentada pela mistura e a

    compatibilidade entre os materiais [5,6]. Desta forma, conhecer no s a tenso

    superficial e interfacial, mas tambm saber como a mesma se comporta em funo de

    parmetros como: temperatura, peso molecular, polidispersidade e composio

    qumica, ainda hoje um tema amplamente discutido na literatura [3,7,8,9].

    Tambm, pode-se ressaltar que apesar de sua ampla aplicao na cincia e

    aplicao de materiais polimricos, a determinao da tenso superficial ou interfacial

    de polmeros fundidos uma tarefa bastante complicada devido s altas viscosidades

    apresentadas por estes materiais [10,11].

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    2.2.1 Fatores que Afetam a Tenso Superficial de Polmeros Fundidos.

    Nesta parte, os diversos fatores que podem alterar a tenso superficial e

    Interfacial de polmeros fundidos sero avaliados. Em particular, so mostrados os

    efeitos da temperatura, massa molecular e polidispersidade na tenso superficial de

    polmeros que pode ser assim resumido.

    A tenso superficial diminui linearmente com o aumento da temperatura.

    A tenso superficial aumenta com o aumento da massa molecular, at

    estabilizar.

    A tenso superficial diminui com o aumento da distribuio de massa molecular.

    Essas tendncias sero detalhadas a seguir.

    2.2.2 Efeito da Temperatura.

    O efeito da temperatura na tenso superficial tem sido discutido na literatura por

    diversos autores [3] .Um dos primeiros trabalhos sobre o tema foi desenvolvido por Wu

    em 1969 [3]. Neste trabalho o autor [3] apresenta valores de tenso superficial para os

    seguintes polmeros policloropreno (PCP), poli(metacrilato de metila) (PMMA),

    polidimetilsiloxano (PMDS), poliisobutileno (PIB), poli(acetato de vinila) (PVAC),

    polipropileno (PP), poli(xido de etileno) (PEO), polietileno (PE), para uma faixa de

    temperatura que varia de 50 a 200C. Os resultados apresentados mostram que a

    tenso superficial decresce linearmente com o aumento da temperatura para todos os

    polmeros estudados, tal comportamento corroborado por estudos posteriores que

    esto apresentados na Tabela 1.

    Para pequenas molculas e lquidos a tenso superficial varia linearmente com o

    aumento da temperatura, como esperado termodinamicamente com (d/dT) por volta

    de 0,1 mNm-1K-1. Para polmeros fundidos a tenso superficial apresenta um

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    8

    comportamento similar. No entanto, (d/dT) que a entropia de superfcie [3],

    apresenta um pequeno valor para polmeros fundidos que varia entre 0,002 de0,05(mNm-1K-1). Tal fato pode ser atribudo s restries ao movimento das cadeias

    polimricas, devido sua conformao. Desta forma, quanto maior for a cadeia

    polimrica, maior o grau de entrelaamento e, portanto, mais difcil sua movimentao

    [3, 12, 13].

    Para compreender o comportamento da tenso superficial em polmeros fundidos

    pode-se dividi-la em trs faixas de temperatura. A primeira denominada de Temperatura

    Ordinria (Toentre 0 e 200C). Nesta faixa, a tenso superficial apresenta uma variao

    muito pequena, pois, para a maioria dos polmeros comerciais se encontram no estado

    slido. Na segunda, para temperaturas intermedirias menores que a Temperatura

    Crtica (200C> Tc

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    Tabela 1. Trabalhos encontrados na literatura sobre a influncia da temperatura natenso superficial e interfacial.

    Polmero (s)Faixa de

    Temperatura CMtodo Utilizado

    Equao Ajustada

    (mNm-1)Autores

    OSPPLLDPE

    180-220180-200220-260

    Gota PendenteGota PendenteGota Pendente

    = 49,17- 0,0956T= 44,46 - 0,1038T= 39,05 - 0,0725T

    Moreira eDemarquette

    2001[13]

    PEPSPPOPEO

    PCAPPEEKPBTPETP-2VPP-4VPPA66C

    130-220150-23010-18070-190

    100-125298-345265-289240-320184-230250-260270-290

    PVTPVTPVTPVT

    PVTPVTPVTPVTPVTPVTPVT

    = 35,6 - 0,065T= 41,5 - 0,068T= 33,94 - 0,073T= 46,7 - 0,08T

    = 44,4 - 0,068T= 63,8 - 0,08T= 59,3 - 0,08T= 54,2 - 0,0646T= 46,7- 0,128T= 74,1- 0,128T= 64 - 0,115T

    Sauer e Dee 2002[7]

    TPUPPPE

    120-165160-235162-222

    Gota PendenteGota PendenteGota Pendente

    = 55,4 - 0,0638T= 30,7 - 0,0538T= 33,1- 0,0390T

    Potschke et al.2002[14]

    PP 240 Gota Pendente --------- Morita et al. 2002[15]

    PE/CPATeflon/PETeflon/CPA

    ---------ngulo de contatongulo de contatongulo de contato

    = 4,3= 8,0= 18,3

    Bertolo et al. 2005[8]

    PS 180 - 210 ADSA = 44,441 0,0668T Park et al. 2006[16]

    PDMS/PIB 2323

    Gota PendenteImbedded Fiber

    Retraction

    = 2,49 0,15= 2,26 0,15

    Hayashi et al.2000[17]

    PE 140 Gota Pendente 26,79 0,4 Demarquette et al.2000[18]

    PP/PSPP/PCLDPE/EVOH

    200-240 Imbedded FiberRetraction

    = 7,515 0,0128T= 33,035 0,1052T= 45,032 0,0852T

    Palmer eDemarquette 2005

    [19]

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    2.2.3 Influncia da Massa Molecular

    A literatura atual apresenta poucos trabalhos que discutem a influncia da massa

    molecular na tenso superficial e interfacial de polmeros no estado fundido.

    Estudos j realizados [9,11, 20] sobre a influncia da massa molar na tenso

    interfacial mostram que esta dependncia segue uma lei de potncia segundo a

    equao 5.

    z

    nMCC = )(21 (5)

    onde a tenso superficial;Mn a massa molar numrica do polmero eC1,C2, e so

    constantes. Os resultados apresentados por estes estudos indicam que o valor do

    expoente z aumenta de acordo com o aumento da massa molecular dos polmeros

    envolvidos.

    Moreira e Demarquette [11,13] avaliaram a influncia da massa molecular na

    tenso superficial para o polmero PS variando a massa molar de 3400 a 200, 600

    g/mol, a faixa de temperatura na qual foi realizado os ensaio variou de 180 a 220C.

    Foi observado que a tenso superficial do poliestireno (PS) aumenta para a faixa de

    massa molar entre 3400 g/mol e 41200 g/mol e acima desta faixa a tenso superficial

    no apresenta variao significativa, mantendo-se praticamente constante devido ao

    entrelaamento das cadeias.

    Kamal et al. [21] e Ellingson et al. [22] estudaram a influncia da massa

    molecular do PS na tenso interfacial (Kamal et al. estudaram sistemas PP/PS,

    Ellingson estudou sistemas PS/PMMA). Ambos os grupos de pesquisadores

    observaram que a tenso interfacial aumenta com o aumento do massa molar.

    Entretanto, este aumento se deu at a massa molar de PS por volta de Mn 30000

    g/mol e Mn 48000 g/mol e permanece constante acima destes valores. Em ambos os

    casos [21,22] os resultados sugerem que a tenso interfacial segue uma dependncia

    de 3/2nM .

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    Portanto, a tenso superficial ou interfacial aumenta com o aumento da massa

    molar, este aumento se d at que seja alcanado o ponto de entrelaamento e aps oponto de entrelaamento, a tenso superficial, deixa de sofrer uma variao significativa

    permanecendo praticamente constante.

    2.2.4 Influncia da Polidispersidade.

    Na literatura encontrado um nmero pequeno de trabalhos que discutem sobre

    a influncia da polidispersidade na tenso superficial e interfacial de polmerosfundidos.

    Moreira et al. [11,13] avaliaram o efeito da polidispersidade na tenso superficial

    do PS a 180C para duas massas molares, 18100 g/mol e 107200 g/mol. Foi observado

    que a tenso superficial diminui com o aumento da polidispersidade. Os autores

    observaram tambm que a variao de entropia

    dT

    d, em funo da polidispersidade

    foi maior para a massa molar de 18100 g/mol do que para a massa de 107200 g/mol,

    devido a maior mobilidade das cadeias mais curtas do sistema polidisperso de massa

    molar 18100 g/mol em relao massa molar de 107200 g/mol.

    Kamal et al. [ 23 ] avaliaram a tenso interfacial entre PP e PS, para PS

    monodispersos e polidispersos em funo da temperatura para temperaturas variando

    entre 178C e 226C, utilizando o mtodo da gota pendente. Os resultados obtidos

    mostraram que um aumento da polidispersidade resulta em uma diminuio da tenso

    interfacial. Este fenmeno de diminuio da tenso interfacial em sistemas

    polidispersos corrobora com o tratamento terico proposto por Broseta et al. [24], que

    correlacionaram este fenmeno com o de migrao de cadeias moleculares curtas para

    a interface.

    Em trabalho posterior, Arashiro e Demarquette [25], estudaram a influncia da

    distribuio de massa molecular na tenso interfacial de misturas LDPE/PS variando a

    polidispersidade do PS. A tenso interfacial foi avaliada atravs do mtodo da gota

    pendente, a uma temperatura de 203C. Os autores comprovaram que, assim como,

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    reportado por Kamal et al. [23], a tenso interfacial diminui quando a polidispersidade

    aumenta.

    2.3 Mtodos para Avaliar a Tenso Superficial e Interfacial de Polmeros

    Fundidos.

    Nas ltimas dcadas vrios mtodos experimentais foram desenvolvidos para

    avaliar a tenso superficial e interfacial de polmeros (pois j h muito tempo que se

    avalia tenso superficial e interfacial em lquidos constitudos por molculas pequenas),podendo ser divididos em trs categorias [10,12,26].

    1. Mtodos Estticos:

    Gota Pendente.

    Gota Sssil.

    Gota Girante

    2. Mtodos Dinmicos:

    Instabilidade da Fibra Inserida.

    Retrao de Fibras Inseridas.

    Retrao de Gotas Deformadas.

    3. Mtodos Reolgicos.

    Comparao de dados reolgicos de blendas com modelos de emulso.

    Anlise do espectro de relaxao

    O Mtodo da Gota pendente, utilizado neste trabalho para avaliao da tenso

    superficial do filme PVB, PVB puro e poliamida-6 ser descrito a seguir. Os demais

    sero apresentados numa Tabela que trar diversos mtodos para se avaliar a tenso

    superficial ou interfacial de polmeros, seus requisitos e sua viabilidade [27, 28].

    A Tabela 2 mostra de forma resumida os principais mtodos utilizados para

    avaliar a tenso superficial e interfacial de polmeros fundidos. A escolha do mtodo a

    ser utilizado depende de alguns fatores pr-determinados, que so pr-requisitos para

    avaliar / inferir a tenso interfacial ou superficial de polmeros, mostrando a preciso e

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    sua viabilidade. Entretanto, a escolha pode passar por diversas questes, tais como:

    Qual a preciso que necessito? Qual o tempo necessrio para anlise?Por exemplo, a obteno da tenso interfacial entre dois polmeros no estado

    fundido, pode ser medida por mtodos reolgicos ou pelo da Gota Pendente, pois,

    ambos apresentam-se viveis. Contudo, pode-se escolher o mtodo reolgico por ser

    mais rpido em relao ao da Gota Pendente que mais demorado, porm, mais

    preciso por no apresentar erros ligados inrcia do equipamento.

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    Tabela 2. Mtodos para avaliar a tenso superficial ou interfacial de polmeros fundidos[11].

    ViabilidadeMtodo

    TensoSuperficial

    TensoInterfacial

    Pr-requisito

    Gota Pendente Vivel Vivel Densidade

    Gota Sssil Vivel Vivel Densidade

    Gota Girante Vivel Vivel Densidade

    Placa deWilhelmy

    Vivel Vivel ngulo decontato zero

    Capillary Height Limitado pelaviscosidade Invivel Densidade engulo decontato zero

    Anel de Nouy Limitado pelaviscosidade

    Invivel ngulo decontato zero

    Maximum BubblePressure

    Limitado pelaviscosidade

    Invivel Densidade

    Retrao deFibras

    Invivel Vivel Viscosidadesdas fibras

    Instabilidade deFibras Inseridas

    Invivel Vivel Viscosidade decisalhamento

    zero

    Espalhamento deluz na superfcie

    Invivel Limitadopela

    viscosidade

    Densidade

    Modulo complexode cisalhamento

    Invivel Vivel Plateausecundrio no

    mdulo G`

    Espectro derelaxao

    Invivel Vivel Existncia depico de

    interao dospolmeros.

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    2.3.1 Mtodo da Gota Pendente.

    2.3.1.1 Princpio.

    O mtodo da gota pendente tem sido utilizado para avaliar a tenso superficial

    ou tenso interfacial entre dois polmeros no estado fundido. Neste mtodo, a tenso

    superficial (polmero/Ar) ou interfacial (polmero A/polmero B) obtida a partir da

    determinao do perfil de uma gota pendente em equilbrio mecnico, este equilbrio

    atingido quando as foras de superfcies se igualam a fora da gravidade [10,29,30].

    A teoria deste mtodo est baseada no balano entre a fora da gravidade e as

    foras de superfcies, e pode ser descrita por uma equao diferencial conhecida como

    equao de Bashforth e Adams. Esta equao diferencial de segunda ordem e no

    apresenta soluo analtica [29].

    A equao de Bashforth e Adams obtida relacionando os parmetros

    geomtricos de uma gota pendente, nesta uma das incgnitas o fator de forma (B)

    que relaciona o raio do pice (Ra) da gota com a densidade e a tenso superficial. A

    Figura 2 apresenta de forma esquemtica uma gota pendente.

    Figura 2. Geometria da gota pendente [29].

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    A partir das relaes geomtricas da gota pendente apresentada na Figura 2

    possvel chegar equao de Bashforth e Adams.As variveis R1 e so obtidas por comparaes geomtricas, atravs das

    equaes diferenciais abaixo:

    2

    2

    2

    3

    2

    1

    1

    dx

    zd

    dx

    dz

    d

    dsR

    +

    ==

    (6)

    2

    1

    2

    1

    +

    =

    dx

    dz

    dx

    dz

    sen (7)

    A partir das relaes geomtricas acima a equao de Bashforth e Adams pode

    ser escrita da seguinte forma:

    aa

    a

    R

    x

    sen

    R

    RR

    zB

    +=

    1

    12 (8)

    onde B o fator de forma que pode ser escrito como:

    =

    gRB a

    2

    (9)

    onde a densidade do lquido para a qual a tenso superficial medida, g a

    acelerao da gravidade, a tenso superficial, Ra o raio de curvatura no pice da

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    gota, x, z e so coordenadas definidas, R1 o raio de curvatura com coordenadas

    (x,z).A determinao da tenso superficial pode ser obtida atravs da comparao do

    perfil da gota experimental sob equilbrio mecnico e do perfil terico da gota que mais

    se aproxima ao resultado experimental. O perfil terico da gota gerado atravs da

    resoluo numrica da Equao de Bashforth.

    O mtodo da gota pendente tem sido muito utilizado por se tratar de um mtodo

    absoluto, em que a interface no perturbada durante o ensaio e o arranjo

    experimental simples. Um arranjo experimental apresentado na Figura 3 a seguir.Esse arranjo utilizado no Laboratrio de anlise de polmeros do Departamento de

    Engenharia Metalrgica e de Materiais.

    Figura 3. Aparato experimental da gota pendente [29]

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    2.4 Poli(vinil butiral)

    O poli(vinil butiral) utilizado em diversas aplicaes industriais, onde se destaca

    a aplicao como filme para fabricao de vidros laminados, incluindo pra-brisas de

    carros, e vidros utilizados na construo civil.

    O PVB um terpolmero do tipo randmico, formado por unidades vinil lcool,

    vinil acetato e vinil butiral. A Figura 4 apresenta sua estrutura qumica das trs unidades

    formadoras do terpolmero PVB.

    (vinil butiral) (vinil lcool) (vinil acetato)

    Figura 4. Estrutura qumica das trs unidades formadoras do PVB . [31]

    O PVB pode ser obtido pela reao do poli(lcool vinlico) com o butiraldedo, em

    meio cido. O poli(lcool vinlico) obtido por hidrlise do poli(acetato de vinila). Desta

    forma, justifica-se a ocorrncia de grupos acetais residuais na estrutura do PVB [32, 33,

    34].

    O grande interesse no PVB est baseado em sua estrutura, que apresenta tanto

    unidades hidroflicas quanto hidrofbicas [35, 36].As unidades hidrofbicas do grupo

    (vinil butiral) garantem ao polmero boa processabilidade termoplstica e solubilidade

    em um grande nmero de solventes, enquanto que as hidroflicas, do grupo (vinil

    lcool), fazem com que o polmero apresente afinidade com materiais inorgnicos, tais

    como os vidros [2, 34, 37].

    Os filmes de PVB, utilizados em vidros laminados, so obtidos industrialmente

    pela mistura mecnica, em extrusora, do PVB puro, em forma de p, com cerca de 30%

    em massa de plastificante. Esta mistura ocorre temperatura de 150C. Esses filmes

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    podem ser produzidos com diferentes tipos de plastificante, que diferem segundo os

    fabricantes. Os principais tipos de plastificante utilizados na produo dos filmes so:tetraetileno glicol diheptanoato (Dupont Chemical Co.), trietileno glicol di-2-

    etilhexanoato, butil benzil ftalatos e dibutil sebacato (Monsanto Chemical Co. e Union

    Carbide) [2, 33]. Foi observado que somente o PVB com alta massa molar, com 17-19%

    em massa de unidades (vinil lcool), 78-80% em massa de unidades (vinil butiral) e

    menos de 2% de unidades (vinil acetato), pode ser utilizado na produo de filmes para

    aplicao em vidros laminados, por possuir a resistncia ao rasgo necessria [2].

    O filme de PVB um material amorfo e transparente, e para aplicaes em

    vidros laminados apresenta espessura de aproximadamente 0,76 mm e ndice de

    refrao n = 1,478 (norma ASTM D542, a 23C) [36, 38].

    De acordo com a literatura [39], o filme de PVB pode ser tratado como um

    elastmero termoplstico, e o plastificante presente na formulao do filme o

    responsvel pelo seu carter borrachoso [36].

    O plastificante presente na formulao dos diferentes tipos de filme de PVB

    modifica o mecanismo de degradao do filme, devido a mudanas na estrutura

    qumica do material. Compreender o fenmeno de degradao trmica do filme de PVB importante para que se possam inferir informaes a respeito deste material, quando

    submetido a temperaturas elevadas. Assim, descrevem-se, a seguir, alguns

    mecanismos de degradao trmica do PVB e do filme de PVB encontrados na

    literatura.

    2.4.1 Decomposio Trmica do Poli(vinil butiral).

    O mecanismo de decomposio trmica do PVB tem sido estudado por diversos

    autores [31, 32, 33, 37, 40, 41, 42].

    Kingston e Yuen [31] avaliaram a decomposio trmica do terpolmero PVB

    puro, sem adio de plastificante, pela tcnica de Anlise Gasosa (EGA) combinada

    espectroscopia vibracional de absoro no infravermelho (FTIR) e anlise de

    termogravimetria. Foram inicialmente, avaliadas duas amostras por anlise

    termogravimtrica (TG/DTG). Uma primeira evaporao de volteis ocorreu entre 91 e

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    180C, a segunda evaporao ou o incio da decomposio ocorreu a 200C, com a

    introduo de 20% de oxignio, e uma terceira evaporao, associada quebra dascadeias do PVB, ocorreu a 201C. As espcies volteis identificadas na anlise foram:

    gua, butenal, butanal, cido butanico, acetona e 2-etil hexanal. Os primeiros produtos

    volteis advindos da quebra da cadeia polimrica so gua, butanal, cido butanico,

    butenal e acetona. O butanal e butenal foram atribudos degradao do anel da

    unidade vinil butiral. A anlise por FTIR das amostras degradadas mostrou que ocorreu

    perda de grupo -OH, forte perda de anis butiral, um aumento das ligaes insaturadas

    carbono-carbono e formao de estruturas com tautomerismo ceto-enlico.

    El-Din e Sabaa [33] estudaram a decomposio do PVB e do filme de PVB

    (plastificante: Ftalato de Metila, porcentagem de plastificante no filme no informada)

    pelas tcnicas de espectroscopia no infravermelho (FTIR) e medidas de viscosidade. A

    faixa de temperatura do estudo variou de 50 a 200C, em atmosfera de ar-circulante, e

    tempo de ensaio de 6 horas. Inicialmente, foi observado que para o PVB a intensidade

    da banda carbonila decresce e alarga com o aumento da temperatura. A banda

    correspondente ao ciclo acetal, inicialmente decresce de intensidade at 50C e

    praticamente desaparece quando a temperatura de degradao atinge 100C. Asbandas correspondentes ao grupo OH e ao estiramento da ligao C-H foram

    alargadas e reduzidas em intensidade, quando a temperatura variou de 50 para 200C.

    As medidas de viscosidade das amostras de PVB, em funo do aumento da

    temperatura, indicaram que ocorreu ciso das cadeias e formao de ligaes

    cruzadas, devido ao processo de decomposio trmica. A partir destes resultados os

    autores propuseram um mecanismo para o processo de decomposio trmica do PVB,

    que est apresentado na Figura 5.

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    Figura 5. Mecanismo de decomposio trmica do PVB [33].

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    De acordo com o mecanismo proposto pelos autores [33], apresentado na Figura

    5, pode-se observar que a degradao trmica do PVB ocorre inicialmente no grupovinil acetato (a unidade mais fraca da estrutura), que se destaca da cadeia principal. Em

    etapas subseqentes, a molcula sobre ciso e o anel da unidade vinil butiral abre,

    levando a formao de cadeias com ligaes duplas C=C.

    Os autores tambm compararam o processo de decomposio do PVB ao do

    filme de PVB (com plastificante). Foi reportado que o plastificante participa do processo

    de decomposio, pois suas unidades ster absorvem parte da energia trmica do

    processo, retardando a decomposio do terpolmero.

    Leo et al. [42] estudaram a decomposio termo-oxidativa do terpolimero PVB

    puro na faixa de temperatura de 50 a 1000C. Combinando tcnicas de FTIR e de

    cromatografia gasosa acoplada com espectrmetro de massa (GC/MS), os autores

    mostraram que o butanal, 2-butanal, cido actico, cido butanico, 1-butanol, gua, e

    CO2so os maiores produtos de decomposio. A Tabela 3 apresenta um resumo das

    informaes reportadas pelos autores e dos estgios no qual ocorre a degradao do

    PVB, para diferentes atmosferas.

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    Tabela 3. Informaes sobre o processo de decomposio do PVB, em diferentesatmosferas [42].

    Atmosfera de Nitrognio Atmosfera Ar

    Estgio Faixa deTemperatura

    (C)Mecanismo Mtodo

    Faixa deTemperatura

    (C)Mecanismo Mtodo

    I 317-357

    Desidrataodo

    terpolmero(9%)

    --------280-310

    Oxidao doterpolmero

    (7%)-------

    II 357-473

    Decomposio trmica do

    PVB.Principaisprodutosgerados:butanal,

    hidrocarbonetos (85%)

    TG 310-400

    Oxidaotrmica do

    PVB.Principaisprodutosgerados:butanal,

    hidrocarbonetos CO2 e gua

    (71%)

    TGFTIR

    III 437-477

    Decomposio de

    compostoscclicos e

    compostoscom ligao

    cruzada.

    FTIR 400-460

    Oxidao decompostos

    cclicos,compostoscom ligao

    cruzada. (9%)

    --------

    IV ----- -------- ------- 460-660Oxidao de

    carbonoresidual (13%)

    TGFTIR

    Dhaliwal e Hay [32] avaliaram a decomposio trmica do filme de PVB,

    (plastificantes: dibutil ftalato, butil fenil ftalato, a porcentagem de plastificante presente

    no filme no foi informada pelos autores) atravs de ensaios, simultneos, de

    termogravimetria e espectrometria de massa e por espectroscopia vibracional de

    absoro no infravermelho. Foi observado que existem duas regies distintas de perda

    de massa: entre 200-300C e 300-500C, correspondente a 20-25% e 70% de perda de

    massa, respectivamente. Os volteis, analisados por espectrometria de massa,

    correspondem ao cido actico, butenol, butiraldeido, benzeno e tolueno, e

    representam produtos da decomposio trmica do PVB. Abaixo da temperatura de

    250C, praticamente no se detectou a presena de volteis. Os volteis so

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    observados a temperaturas acima de 260C, onde inicialmente butiraldeido e butenol

    so produzidos pela decomposio do grupo butiral, seguida pela decomposio dogrupo acetal, que produz cido actico. Grupos aromticos como o benzeno e tolueno,

    foram observados a temperaturas mais elevadas. Estes podem ser atribudos quebra

    de polienos, produzidos por reaes de eliminao.

    Anlises de espectroscopia no infravermelho mostraram que para a faixa de

    temperatura de 200 a 250C h reduo na intensidade da banda de estiramento axial

    C-H e na banda C=O, e praticamente nenhuma mudana foi observada nas bandas

    referentes ao grupo butiral. Nesta faixa de temperatura o filme de PVB perdeu cerca de

    25% em massa, e de acordo com os resultados de espectroscopia, esta perda foi

    atribuda apenas perda de plastificante.

    2.5 Poliamida-6

    A poliamidas-6 ou poli[imino (1-oxopentametileno)] [ 43 ], doravante PA-6, ou

    tambm chamada de Nylon-6, representa uma grande parcela no consumo de plsticos

    de engenharia e pode ser encontrada com grande freqncia em peas moldadas por

    injeo e embalagens plsticas, dentre outras aplicaes. So polmeros alifticos e

    lineares que apresentam grupos amida polares (-CONH-) regularmente espaados. A

    estrutura qumica da PA-6 apresentada na Figura 6.

    Figura 6. Estrutura qumica do PA-6 [43].

    A poliamida-6 um polmero semi-cristalino, cuja estrutura depende da

    concentrao dos grupos amida (-CONH-) e da simetria molecular. Esta classe de

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    poliamida apresenta cadeias polimricas dispostas numa configurao tipo zigue-zague

    planar e compacta, com ligaes intermoleculares do tipo ligao de hidrognio [44,45].

    Devido a sua estrutura, a poliamida-6 apresenta uma alta temperatura de fuso

    (~220C), o que permite sua utilizao em temperaturas de trabalho relativamente

    elevadas. A Tabela 4 mostra as faixas de temperatura limite de trabalho da poliamida-6

    [46].

    Tabela 4. Temperatura limite de trabalho para PA-6 [46].Trabalho Contnuo

    (C)Trabalho Espordico

    (C)Temperatura de Fuso

    (C)PA-6 80-100 140-160 217-223

    Acima da temperatura de fuso a poliamida-6 apresenta uma alta sensibilidade

    oxidao, e a exposio prolongada ao meio ambiente gera um amarelecimento,

    acompanhado, pelo fenmeno de degradao [46].

    Herrera et al. [47] avaliaram a cintica da degradao da poliamida-6 por anlise

    termogravimtrica e observaram que a degradao em atmosfera de nitrognio ocorre

    entre 350 e 475C. Os maiores produtos de degradao observados foram CO2, H2O,

    NH3e HCN.

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    CAPTULO III. MATERIAIS E MTODOS

    Neste captulo so descritos os materiais e as metodologias utilizadas neste

    trabalho.

    3. Materiais.

    Poli(vinil butiral)

    Foram utilizados o terpolmero PVB puro e o filme comercial de poli(vinil butiral),formado pelo PVB e cerca de 30% em massa de plastificante, que neste caso , o

    trietileno glicol di-2-etil hexanoato. O PVB e o filme de PVB foram fornecidos pela

    Solutia do Brasil. O filme de PVB possui designao comercial Saflex RB41. As

    principais propriedades do filme de PVB utilizado neste trabalho encontram-se na

    Tabela 5.

    Tabela 5 - Principais propriedades do filme de PVB produzido pela Solutia do Brasil[38].

    Propriedade Norma ASTM

    ndice de Fluidez (g/10min)* 2,88D1238-94a

    (235C, 2,16kg)

    ndice de Refrao 1,478 D542 (23C)

    Massa especfica (g/cm3) 1,066 D792 (23C)

    Resistncia trao na ruptura (MPa) 23,8 D412

    Alongamento na Ruptura (%) 190 D412

    Mdulo de Elasticidade (MPa) 24,4 D412 (23C)

    Dureza (Shore A) 57 F1362 (23C)

    Temperatura de Auto-ignio (C) 400 D1929

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    A Figura 7 apresenta a estrutura qumica do plastificante trietileno glicol di-2-etil

    hexanoato presente no filme de PVB utilizado neste trabalho. As propriedades doplastificante so apresentadas na Tabela 6 (propriedades fornecidas pelo fabricante).

    Figura 7 - Estrutura qumica do trietileno glicol di-2-etil hexanoato.

    Tabela 6. Propriedades do plastificante trietileno glicol di-2-etil hexanoato.

    Estrutura qumica: C22H42O6

    Pureza (%) 98

    Massa especfica (g/cm3) 0,95

    Temperatura de Ebulio (C) 209Ponto de Fulgor (Flash) (C) 97

    Ponto de Resfriamento (C) < - 65

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    3.1.2 Poliamida-6

    A poliamida-6 utilizada neste trabalho um polmero comercial denominado

    MAZMID B260 natural, fornecido pela Mazzaferro Tecnopolmeros Ltda. A Tabela 7

    apresenta as principais propriedades da PA-6.

    Tabela 7. Propriedades da poliamida-6 MAZMID B260 natural.

    Propriedade Norma ASTM

    Massa Especifica (g/cm3)* 1,14 D792 (23C)

    Resistncia a Trao (MPa) 55,6 D638

    Alongamento na Ruptura (%) 259 D638

    Mdulo de Elasticidade (MPa) 2075 D638

    Resistncia ao Impacto Izod com

    entalhe (J/m)

    107,8 D256

    ndice de Fluidez (g/10min) 27,5 D1238-94a

    (235C, 2,16Kg)

    Temperatura de Fuso (C) 222 D789

    * Dado fornecido pelo fabricante.

    3.2 Equipamento Baseado no Princpio da Gota Pendente

    O equipamento utilizado para avaliar a tenso superficial dos materiaispolimricos, baseado no mtodo da gota pendente, possui como componentes

    principais:

    1. Cmara experimental, onde a gota formada;

    2. Um sistema ptico para monitoramento da gota;

    3. Um sistema de aquisio e processamento de imagem para inferir a tenso

    superficial a partir da geometria da gota [10,29].

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    A Figura 8 mostra uma fotografia do aparato experimental utilizado na medida da

    tenso superficial e interfacial de polmeros fundidos, baseado no mtodo da gotapendente. O equipamento utilizado est localizado no Laboratrio de Anlise, Reologia

    e Processamento de Polmeros do Departamento de Engenharia Metalrgica e de

    Materiais, da Escola Politcnica da USP.

    Figura 8. Aparato experimental do mtodo da Gota Pendente

    3.3 Procedimento experimental para realizar os ensaios no equipamento de gota

    pendente

    Filme de PVB e poliamida-6:

    Para as analises de tenso superficial utilizando o mtodo da gota pendente, o

    filme de poli(vinil butiral) foi cortado em pequenas tiras com cerca de 4cm de

    comprimento e 1,5mm de espessura. As tiras de filme de PVB foram secas a 120C em

    ambiente de vcuo, 100mbar, por 2 horas.

    Aps este tempo, as tiras foram mantidas em estufa a vcuo a temperatura de

    50C, antes dos ensaios (tratamento trmico utilizado a fim de evitar a formao de

    bolhas durante o ensaio).

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    Para a realizao do ensaio da gota pendente, uma tira de filme de PVB tratado

    foi colocada na agulha e, depois, a seringa foi montada. O conjunto foi encaixado noequipamento e posicionado. Ento, o filme foi extrudado para formao da gota

    pendente.

    Foram realizados trs ensaios para cada temperatura estudada e cada ensaio

    teve durao de 5 horas. Durante este perodo o programa capturou e processou uma

    imagem a cada 5 minutos. O clculo da tenso superficial da PA-6 seguiu o mesmo

    procedimento utilizado para o filme de PVB.

    A densidade do PVB foi obtida utilizando a tcnica de PVT e a da poliamida-6 foi

    obtida a partir de parmetros termodinmicos.

    PVB puro:

    Para a realizao das medidas de tenso superficial do PVB puro, foi realizado o

    seguinte procedimento: p de PVB foi inserido na agulha da seringa, ento o p foi

    prensado utilizando-se o embolo da seringa e todo o conjunto foi levado estufa a

    vcuo, a uma temperatura de 280C, para fuso do material e para eliminar bolhas.Aps este procedimento, o conjunto foi montado no equipamento da gota pendente e

    iniciou-se o procedimento para determinar a tenso superficial do PVB.

    Preparao de Filmes de PVB com diferentes fraes mssicas de

    plastificante:

    Foram preparadas misturas com 5%, 10% e 20% em massa de plastificante em

    PVB, para realizao de medidas de tenso superficial do filme, no equipamento dagota pendente.

    Os filmes de PVB foram assim preparados: PVB e plastificante foram

    mecanicamente misturados em um bquer de Politetrafluoretileno (PTFE) (devido a

    grande afinidade entre o PVB e vidro, o que tornaria a remoo do filme muito difcil

    caso fosse preparado em bquer de vidro) e o bquer foi colocado em estufa a vcuo, a

    temperatura de 150C, por cerca de 10min.

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    3.4 Procedimentos para Espectroscopia no Infravermelho (FTIR)

    Os filmes de poli(vinil butiral) e o terpolmero PVB puro, obtidos aps ensaio pelo

    mtodo da gota pendente, foram analisados por espectroscopia vibracional de absoro

    no infravermelho, utilizando o equipamento marca Nicolet, modelo Magna IR 560 ESP,

    com resoluo de 4cm-1, disponvel no laboratrio de Cermicas do Departamento de

    Engenharia Metalrgica e de Materiais, da Escola Politcnica da USP.

    As gotas analisadas pelo mtodo da gota pendente, assim como o PVB puro, o

    filme de PVB original e o filme tratado (120C, 5h em estufa a vcuo), foram dissolvidos

    em etanol, utilizando concentrao de 10 mg/ml. Entretanto, apenas o PVB puro, o filme

    de PVB virgem e o filme tratado termicamente dissolveram completamente em etanol.

    As gotas utilizadas para a anlise de tenso superficial foram parcialmente dissolvidas

    em etanol devido formao de uma calota na superfcie da gota. Neste caso o

    seguinte procedimento foi adotado: as gotas retiradas do ensaio de gota pendente

    foram pesadas, dissolvidas em etanol e o material dissolvido foi separado do material

    no dissolvido. O material no dissolvido foi seco em estufa vcuo, a 50C por 24

    horas. Ento, as massas das amostras no dissolvidas foram determinadas e, combase na massa total das gotas, as massas referentes ao material dissolvido foram

    inferidas. O material no dissolvido foi diretamente colocado sobre pastilha de KBr. As

    amostras dissolvidas, as quais ainda se encontravam em soluo de etanol, foram

    gotejadas sobre pastilha de KBr e secas em estufa vcuo por 24 horas a 50C (at se

    obter filmes secos). Os espectros obtidos por FTIR foram utilizados para o clculo da

    rea relativa s principais bandas presentes nas amostras. Como as concentraes de

    amostra de PVB e de filme de PVB presentes nas pastilhas de KBr variaram em funo

    da temperatura de ensaio utilizada na gota pendente e no tratamento trmico, as

    anlises de FITIR mostraram apenas resultados qualitativos, refletindo as principais

    tendncias das bandas presentes nas amostras.

    A Tabela 8 mostra as amostras avaliadas por espectroscopia de absoro no

    infravermelho.

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    Tabela 8. Amostras analisadas por FTIR.Virgem Tratado 240C 245C 250C 255C 260C

    PVB Filme Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok

    PVB Puro Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok

    3.5 Anlise de Espectroscopia no Ultravioleta/Visvel (UV/VIS).

    A tcnica de Absoro da radiao no Ultravioleta/Visvel esta baseada na

    transio entre os nveis eletrnicos de energia das macromolculas, e como resultado

    desta absoro um espectro de absoro eletrnica obtido [48]. Parte dos ftons

    incidente absorvida e a parte destes ftons que no interagem com a matria so

    transmitidos.Como resultado deste ensaio um espectro de absoro obtido emrelao absorbncia (A) ou transmitncia (T) relativa a cada comprimento de onda

    incidente. A absorbncia e a transmitncia so grandezas inversamente proporcionais,

    relao que pode ser expressa atravs da Equao 10.

    TA 10log= (10)

    Para melhor compreender como a radiao ultravioleta interage com o PVB, foi

    realizado o espectro de absorbncia deste polmero para o PVB puro.

    3.5.1 Procedimentos Para Espectroscopia no Ultravioleta/Visvel (UV/VIS)

    As anlises de espectroscopia no Ultravioleta Visvel foram realizadas em

    Espectrofotmetro SHIMADZU MultiSpec 1501, no modo absorbncia. Este

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    equipamento se encontra disponvel no Laboratrio de Biomateriais Polimricos,

    localizado no Instituto de Qumica da Universidade de So Paulo.As anlises foram realizadas utilizando PVB puro. O PVB foi colocado no

    equipamento de gota pendente e submetido s mesmas condies impostas durante a

    anlise para determinar a tenso superficial (faixa de temperatura de ensaio: 240C a

    260C, tempo de ensaio: 5 horas). O material obtido foi prensado entre duas placas de

    vidro aquecidas, utilizando um equipamento de estagio a quente acoplado ao

    Microscpio ptico, a temperatura de 240C, durante 10s.

    A Tabela 9 apresenta as amostras analisadas por espectroscopia de absoro

    no Ultravioleta/Visvel.

    Tabela 9. Amostras analisadas por UV/VIS.

    Virgem Tratado 240C 250C 255C 260C

    PVB Puro ok ok ok ok ok ok

    3.6 Procedimento para Anlise de Espectroscopia Eletrnica para Anlise

    Qumica.

    Essas anlises foram realizadas pelo Dr Leon Gengembre e so aqui reportadas

    para esclarecer os resultados de tenso superficial obtidos. Esses dados sero

    reportados em uma publicao futura.

    As anlises de espectroscopia eletrnica para anlise qumica, doravante ESCA,foram realizadas utilizando o espectrmetro ESCALAB 220XL. A linha monocromtica

    Al k (1486,6 eV) foi utilizada para excitao com a aplicao de 200W de potncia,

    proporcionando um foco na amostra de dimetro ~800m. O espectrmetro foi operado

    no modo passagem de energia constante (Epass= 20 eV) para gerar um espectro de

    alta resoluo, usando-se lentes eletromagnticas. Para compensar o efeito de carga

    durante a anlise foi aplicada uma fonte de eltrons de 6 a 8eV nas amostras,

    utilizando-se um diafragma de ao de 2mm. As energias de separao foram

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    relacionadas ao nvel de energia do ncleo C1s a 285eV para as espcies de carbono

    (-CH2 -). Durante o experimento o nvel de vcuo foi menor que 10-7

    Pa. As anlisesquantitativas e simulao espectral foram obtidas utilizando-se o software Eclipse

    fornecido pela VG Scientific. As anlises foram realizadas no laboratrio de Catlise da

    Universidade de Lille, Frana.

    A Figura 9 apresenta uma anlise de ESCA para o terpolmero PVB, onde se tem

    a curva e o ajuste de curva que indica os grupos constituintes da amostra de PVB.

    Figura 9. Curva e ajuste de curva de ESCA do PVB.

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    35

    A Tabela 10 apresenta as amostras analisadas por anlise de espectroscopia

    eletrnica para anlise qumica e as respectivas temperaturas estudadas.

    Tabela 10. Amostras analisadas por ESCA.

    Virgem Tratado 240C 245C 250C 255C 260C

    PVB Filme ok ok Ok ok ok ok ok

    PVB Puro ok ok Ok ok ok ok ok

    3.7 Procedimentos para Anlise Termogravimtrica (TG)

    Anlises termogravimtricas do filme de PVB foram realizadas utilizando um

    equipamento marca Shimadzu, modelo TG50, disponvel no laboratrio de Anlise

    Trmica do Departamento de Engenharia Metalrgica e de Materiais, da Escola

    Politcnica da USP.

    As anlises foram realizadas em atmosfera inerte (argnio), segundo o seguinteprocedimento: as amostras foram aquecidas a 10C/min, da temperatura ambiente at a

    temperatura de ensaio utilizada no equipamento da gota pendente: 240, 250 ou

    260C. Esta temperatura foi mantida constante durante 5h. Ento, as amostras foram

    novamente aquecidas, a uma taxa de aquecimento de 10C/min, at a temperatura de

    400C. Todos os ensaios foram realizados com filmes de PVB pr-tratados a 120C, por

    2h, em estufa a vcuo.

    Tambm foi realizado um ensaio que simula o pr-tratamento realizado nos

    filmes de PVB: filmes de PVB virgem foram aquecidos, a uma taxa de aquecimento de

    10C/min, at a temperatura de 120C. Esta temperatura foi mantida por 2h.

    A Tabela 11 mostra as amostras analisadas por anlise termogravimtrica e as

    respectivas condies de ensaio utilizadas.

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    Tabela 11. Amostras analisadas por TG.

    120C/2h 240C/5h 250C/5h 260C/5h

    PVB Filme ok Ok ok ok

    As Tabelas 12 e 13 mostram um resumo de todas as anlises realizadas neste

    trabalho para o terpolmero PVB puro e para o filme de PVB.

    Tabela 12. Resumo das anlises do filme de PVB.

    PVB Filme Virgem Tratado 240C 245C 250C 255C 260C

    Gota pendente ---- ---- Ok ok ok ok ok

    TG ---- ok Ok ---- ok ---- ok

    FTIR ok ok Ok ok ok ok ok

    UV/Vis ---- ---- ---- ---- ---- ---- ----

    ESCA ok ok Ok ok ok ok ok

    Tabela 13. Resumo das anlises do PVB puro.

    PVB Puro Virgem Tratado 240C 245C 250C 255C 260C

    Gota pendente ---- ---- Ok ok ok ok ok

    TG ---- ---- ---- ---- ---- ---- ----

    FTIR ok ok Ok ok ok ok okUV/Vis ok ok Ok ---- ok ok ok

    ESCA ok ok Ok ok ok ok ok

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    CAPTULO IV. RESULTADOS E DISCUSSES

    Neste captulo so descritos os principais resultados referentes tenso

    superficial do filme comercial de poli(vinil butiral), PVB, terpolmero PVB e da poliamida-

    6 (PA-6). Os resultados apresentados no item 4.1 mostraram que a tenso superficial

    do filme de PVB decresce linearmente com o aumento de temperatura. Entretanto, a

    entropia de superfcie (-dT

    d; onde a tenso superficial e T a temperatura)foi maior

    que as normalmente apresentadas por polmeros fundidos. Como este comportamento

    pode estar relacionado a mudanas na estrutura qumica do filme de PVB durante a

    anlise de tenso superficial, essas possveis mudanas foram avaliadas por: anlises

    termogravimtricas, anlises de espectroscopia no infravermelho (FTIR) e anlise

    qumica elementar (ESCA). Assim, os itens subseqentes ao 4.1 apresentam as

    anlises realizadas, e estas esto divididas entre anlises realizadas com o filme de

    PVB e com o PVB puro. Como o filme de PVB formado pela mistura do terpolmero

    PVB e plastificante, as anlises dos componentes puros permitiram distinguir as

    alteraes ocorridas em cada um deles. O ltimo item deste captulo apresenta a

    tenso superficial da poliamida-6 para temperaturas de 250 (temperatura na qual a

    blenda PA-6/PVB processada) e 260C.

    4.1Tenso superficial do Poli(vinil butiral).

    4.1.1. Tenso do filme de PVB

    A Figura 10 mostra uma imagem tpica de gota pendente. A Figura 10(a) mostra

    uma gota pendente de filme de PVB no inicio do experimento e a Figura 10(b) mostra a

    gota pendente aps 5 horas. Pode-se observar um alongamento na forma da gota em

    relao forma inicial. Este tipo de evoluo tpico em medidas de tenso superficial

    de polmeros fundidos pelo mtodo da gota pendente.

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    (a) (b)

    Figura 10. Evoluo da gota Pendente. (a) no inicio do experimento (b) aps 5 horas.

    A Figura 11 mostra um grfico tpico de anlise da tenso superficial em funo

    do tempo, obtido pela anlise da imagem da gota pendente. A Figura apresenta dados

    obtidos para uma gota de filme de PVB, a 245C. Aps a gota ter atingido o equilbrio

    mecnico, o valor da tenso superficial estabiliza, e este valor corresponde tenso

    superficial do polmero fundido. A durao do experimento foi de 5 horas e o equilbriomecnico foi alcanado aps 100 min, que corresponde ao tempo de equilbrio

    necessrio para obter o valor da tenso superficial usando o mtodo da gota pendente.

    Para a determinao da tenso superficial realizada uma mdia aritmtica dos valores

    de tenso superficial a partir do ponto de equilbrio mecnico (tempo correspondente a

    100 min).

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    0 50 100 150 200 250 300

    36

    38

    40

    42

    44

    46

    48

    (mNm

    2g

    -1)

    Tempo (min)

    Figura 11. Grfico tpico da tenso superficial em funo do tempo para filme de PVB a245C.

    Os valores experimentais obtidos para tenso superficial e densidade do filme de

    poli(vinil butiral) esto apresentados na Tabela 14. Esses valores correspondem a uma

    mdia de resultados obtidos para trs diferentes experimentos. Note que o valor

    reportado na Tabela 14 para 245 C diferente daquele apresentado no grfico, uma

    que o valor apresentado no grfico foi multiplicado pela densidade do filme PVB.

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    Tabela 14. Valores experimentais da tenso superficial e densidade dos filmes depoli(vinil butiral).

    Temperatura (C) (m.N.m-1) (g.cm-3)

    240 36,40,2 0,87

    245 32,0 0,3 0,86

    250 30,6 0,1 0,86

    255 26,40,3 0,86

    260 23,40,2 0,85

    Os valores de tenso superficial apresentados na Tabela 14 possuem a mesmaordem de grandeza dos valores obtidos para outros polmeros fundidos. A Figura 12

    mostra a tenso superficial do filme de poli(vinil butiral) em funo da temperatura. Os

    smbolos representam dados experimentais. A reta na Figura 12 representa o melhor

    ajuste dos pontos obtidos por regresso linear. Pode ser observado que a tenso

    superficial diminui com o aumento da temperatura, o que termodinamicamente

    esperado. A equao de reta obtida pelo ajuste linear da tenso superficial em funo

    da temperatura :

    TTY 63.0187)( = 9772.02 =R (11)

    O valor do coeficiente angular da reta (0.6 mN.m-1K-1) apresenta-se muito maior

    (mais de 10X, vide Tabela 1) que os valores encontrados freqentemente na literatura

    para outros polmeros, o que pode ser atribudo a mudanas na estrutura qumica do

    filme de PVB durante as anlises de gota pendente.

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    41

    240 245 250 255 26022

    24

    26

    28

    30

    32

    34

    36

    38

    Pontos ExperimentaisAjuste Linear

    TensoS

    uperficial(mNm

    -1)

    Temperatura (C)

    Figura 12. Tenso superficial em funo da temperatura para filme de poli(vinil butiral).

    O fato da entropia de superfcie (0.6 mN.m-1K-1) apresentar-se cerca de uma

    ordem de grandeza acima das normalmente apresentadas por polmeros fundidos,

    pode ser um indicativo de mudana na estrutura qumica do filme de PVB, podendo

    esta mudana estar atrelada a degradao trmica do material. Para se avaliar a

    estrutura qumica do PVB e sua possvel alterao pela exposio a altas temperaturas

    e por longos perodos de tempo, no qual o filme foi exposto durante o ensaio de gota

    pendente, foram realizadas anlises termogravimtricas, espectroscopia no

    infravermelho e anlise qumica elementar, que sero apresentadas no item4.2.

    Para avaliar a influncia do plastificante presente no filme de PVB na tenso

    superficial do filme de PVB foram realizados ensaios com filmes de PVB puro e filme de

    PVB com diferentes concentraes de plastificante.

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    4.1.2 Anlise da tenso superficial do Poli(vinil butiral) puro

    No foi possvel avaliar a tenso superficial do terpolmero PVB, devido a no

    formao de gota pendente na temperatura de ensaio. Foram realizadas tentativas para

    obteno de gotas na faixa de temperaturas variando entre 240 e 280C, no

    equipamento da gota pendente. A Figura 13 mostra a tentativa de se obter uma gota

    pendente de PVB puro a temperatura de 260C.

    Figura 13. Gota pendente de PVB puro.

    4.1.2 Avaliao da Influncia da concentrao de plastificante na tenso

    superficial do filme de Poli(vinil butiral).

    A fim de se avaliar a influncia da concentrao de plastificante presente no filme

    de PVB no valor da sua tenso superficial foram preparadas amostras de filme de PVB,

    a partir da mistura mecnica do copolmero PVB e plastificante, a diferentes

    concentraes: 5%, 10% e 20% em massa de plastificante. Estes filmes foram

    submetidos aos mesmos procedimentos experimentais anteriormente realizados para o

    filme de PVB comercial (tratamento trmico a 120C, por 2h, em estufa a vcuo). Aps

    o tratamento trmico os filmes foram submetidos anlise de tenso superficial pelo

    mtodo da gota pendente. A temperatura em que os ensaios foram realizados variou

    entre 240C e 260C. Entretanto, neste caso, o procedimento de tratamento trmico no

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    foi adequado para eliminar as bolhas de ar presentes nos filmes, impossibilitando as

    medidas de tenso superficial pelo mtodo da gota pendente como pode ser visto naFigura 14 que mostra uma gota de filme de PVB com 30% em massa de plastificante, a

    temperatura de 250C. Comportamento semelhante foi observado para as outras

    temperaturas estudadas.

    Figura 14. Gota pendente de filme de PVB com 20% em massa de plastificante.

    4.2 Anlise do filme comercial de PVB

    Neste item so apresentadas as anlises que visam avaliar as possveis

    alteraes qumicas ocorridas na estrutura qumica do filme de PVB durante os ensaios

    de gota pendente. O objetivo deste estudo compreender os resultados reportados

    para a entropia de superfcie do filme de PVB, que apresentou um valor acima dos

    normalmente encontrados na literatura. Para tal foram realizadas anlises

    termogravimtricas, espectroscopia de absoro no infravermelho e anlise qumica

    elementar.

    4.2.1 Anlise trmica do filme de PVB comercial

    A fim de avaliar a perda de massa do filme de PVB durante o tratamento trmico

    pelo qual as amostras passam antes do ensaio de gota pendente e durante o ensaio,

    foram realizadas anlises termogravimtricas (TG) dos filmes de PVB. As amostras

    foram aquecidas temperatura de 240C, 250C e 260C e permaneceram nesta

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    temperatura por 5 horas. Desta forma foi possvel simular e avaliar a perda de massa

    do filme de PVB durante o ensaio de gota pendente. Tambm foi realizada uma anlisea temperatura de 120C, com patamar de 2 horas.

    A Figura 15 mostra a curva termogravimtrica do filme de PVB para a

    temperatura de 120C. Esta anlise foi realizada a fim de verificar se h perda de

    massa quando o filme de PVB foi submetido ao tratamento trmico, anterior ao ensaio

    de gota pendente. A Figura16 mostra a curva termogravimtrica para a temperatura de

    240C. Comportamento semelhante foi observado para as outras temperaturas

    estudadas. A curva em verde representa a rampa de temperatura utilizada, a curva em

    vermelho representa o processo de perda de massa da amostra durante o ensaio e a

    curva em azul mostra a regio onde foi calculada a perda de massa da amostra (com

    patamar de 3h para a simulao do tratamento trmico e com patamar de 5h para as

    amostras de 240C, 250C ou 260C).

    0.00 50.00 100.00 150.00

    Time [min]

    0.00

    5.00

    10.00

    15.00

    20.00

    mg

    TGA

    0.00

    100.00

    200.00

    300.00

    400.00

    500.00

    600.00

    C

    Temp

    119.35CStart

    120.10CEnd

    -0.184mg

    -0.921%

    WeightLoss

    Detector: TGA51H

    SampleWeight: 19.978[mg]

    Cell: Alumina

    Atmosphere: Argon

    FlowRate: 10[ml/min]

    TratamentoTrmico120/2h

    Figura 15. Curva de TG do filme de PVB a 120C por 2h.

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    0.00 100.00 200.00 300.00Time [min]

    0.00

    10.00

    20.00

    mgTGA

    0.00

    100.00

    200.00

    300.00

    400.00

    500.00

    600.00

    CTemp

    239.48CStart

    240.07CEnd

    -5.925mg

    -21.002%

    WeightLoss

    De tec to r: T GA 51 HSampleWeight: 28.211[mg]Cell: Alumina

    Atmosphere: ArgonFlowRate: 10[ml/min]

    PVBFilme240C

    Figura 16. Curva de TG do filme de PVB a 240C por 5h.

    A Tabela 15 mostra, de forma resumida, os resultados obtidos pelas anlises

    termogravimtricas dos filmes de PVB. A Tabela 15 tambm apresenta os resultados

    obtidos por A .K Dhaliwal e J.N. Hay [32], que estudaram a perda de massa do filme de

    PVB. Entretanto, neste estudo os autores realizaram ensaios com taxa de aquecimento

    continua, sem o emprego de um patamar.

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    Tabela 15. Resultado de TG dos filmes de PVB.

    Amostra Perda deMassa (%)

    Perda deMassa (%)