DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Pesquisa de Controle da Qualidade composta por...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A GESTÃO DA QUALIDADE COMO FERRAMENTA DE
SUCESSO PARA AS ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE
Elizana Rodrigues da Silva
ORIENTADOR: Prof. Nelsom Magalhães
Rio de Janeiro 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Administração em Saúde. Por: Elizana Rodrigues da Silva
A GESTÃO DA QUALIDADE COMO FERRAMENTA DE
SUCESSO PARA AS ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE
Rio de Janeiro 2016
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente í Deus qにñ permitiu qにñ tudo isso acontecesse, íÜ longo dñ minha vida, ñ nãÜ somente nestes anos como universitária, mís que ñm todos Üs momentos é o maior mestre qにñ alguém pode conhecer.
4
DEDICATÓRIA
Ao meu marido Roberto, pessoa cÜm quem ímÜ partilhar í vida. CÜm você tenho mñ sentido mais viva dñ verdade. Obrigada pelo carinho, í paciência ñ pÜr sua capacidade dñ me trazer píz ní correria dñ cada momento de dificuldade.
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RESUMO
A qualidade é um imperativo para as instituições de saúde, além de ser
estratégica. Adicionalmente, a Gestão da Qualidade e os processos de
Acreditação Hospitalar são cada vez mais discutidos e presentes nessas
instituições e, assim na prática profissional daqueles que nelas atuam. A
qualidade dos serviços e produtos de saúde e o controle da gestão em
hospitais é um fator de fundamental importância para uma administração
hospitalar eficiente, buscando o atendimento das necessidades, anseios e
expectativa das pessoas. Com isso, o objetivo desse trabalho visa discutir a
gestão em instituições hospitalares elencando as principais características para
o incremento da qualidade. Trata-se de um trabalho de revisão onde foi
realizada uma avaliação da literatura sobre o assunto nas bases de dados
bibliográficos. O estudo aborda os seguintes critérios de gestão: liderança,
estratégias e planos, clientes e sociedade, informação e conhecimento,
pessoas e processos. Diante dos resultados obtidos, pode-se verificar que a
incorporação dos fundamentos da excelência às operações da organização, de
maneira continuada e em consonância com seu perfil e suas estratégias, é
enfatizada pelo modelo, onde todos os critérios relacionam-se de forma
harmônica e integrada, voltados para a qualificação de serviços das
organizações em saúde.
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METODOLOGIA
O estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica,
considerando a relevância do tema, buscando conhecer sob o olhar de alguns
autores, a importância da gestão da qualidade nas organizações de saúde,
fundamentada na apresentação das ferramentas da qualidade.
Segundo (GIL, 2007, p. 17), pesquisa é definida como o
(...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados.
Para o desenvolvimento da pesquisa e melhor compreensão do tema,
este trabalho foi elaborado a partir dos registros, análise e organização dos
dados bibliográficos, instrumentos que permite uma maior compreensão e
interpretação crítica das fontes obtidas.
A elaboração da pesquisa teve como ferramenta embasadora, material
já publicado sobre o tema; livros, artigos científicos, publicações periódicas e
materiais na Internet.
Para a organização do material, foram realizadas as etapas e
procedimentos do Trabalho de Conclusão de Curso onde se busca a
identificação preliminar bibliográfica, fichamento de resumo, análise e
interpretação do material, bibliografia, revisão e conclusão.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Eras da Qualidade 10
CAPÍTULO II
Certificações da Qualidade 15
CAPÍTULO III
Ferramentas da Qualidade 18
CAPÍTULO IV Acreditação Em Organizações De Saúde 30
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
WEBGRAFIA 42
ÍNDICE 43
ÍNDICE DE FIGURAS 44
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 45
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INTRODUÇÃO
A área de saúde vem se caracterizando por um acréscimo no número de
organizações hospitalares no país. De acordo com o IBGE (2010), todas as
regiões do Brasil registraram um crescimento de 22,2% no número de
estabelecimentos de saúde no País entre 2005 e 2009 - com taxa anual de
5,1%. Em 2009, os estabelecimentos de saúde chegaram a 105.270. As
organizações de saúde privadas, a partir desse impulso, observam nesse
cenário uma forma de conquistar espaço e de crescer orientadas para o
desempenho organizacional, a fim de promover o atendimento mais eficaz da
população e obter vantagens competitivas mais efetivas. Por outro lado, tal
mudança de cenário instiga a preocupação com o contexto que o caracteriza,
especialmente por conta de relatos que demonstram a ocorrência de
problemas no atendimento desta crescente demanda. Gera-se então um
questionamento de como a rede de saúde privada tem suportado tamanha
mudança e como tem se comportado para acompanhar essa demanda com
qualidade e resultados satisfatórios.
Na perspectiva adotada por esta pesquisa, a gestão aparece como
agente facilitador no enfrentamento dessas mudanças. De acordo com
(MEZOMO, 2001, p. 15): “Os administradores de saúde podem e devem vir a
ser a maior força na solução dos muitos problemas do nosso precário sistema
de saúde, que não se limitam à melhor provisão de pessoal e de melhores
mecanismos de financiamento”. As mudanças na gestão da saúde ocorrem em
um contexto de confrontação entre o político e o econômico e caracterizam-se
pela diversidade de atores responsáveis pelo planejamento estratégico, o que
valoriza o diálogo como ponto de equilíbrio entre a estratégia e a estrutura,
considerando o papel do gestor - e sua relação com os demais profissionais -
fundamental para o desempenho dos participantes e da organização. Essa
relação pode ser compreendida como um fio condutor que é capaz de renovar,
em sua essência, o planejamento e o desenvolvimento de profissionais mais
comprometidos e sabedores de suas responsabilidades.
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Para (DESLANDES, 2004, p. 258), a abertura à interação dialógica é
percebida como forma de construção da humanização das práticas
hospitalares, sustentando a recusa da violência contra os usuários dos
serviços, do baixo nível técnico da assistência, das precárias condições de
trabalho dos profissionais de saúde e da pobreza da comunicação entre
equipes de saúde e usuários, dentre outros problemas que afetam a qualidade
destes serviços. Esta análise conduz ao seio do funcionamento das
organizações. Possivelmente, os modelos tradicionais não respondam mais às
constantes transformações que se processam em organizações que não se
encontram mais em ambientes estáveis e imutáveis. Surge um novo tipo de
organização que permite a exploração, a criação, a acumulação e a
transferência do conhecimento de forma eficaz, contínua e repetitiva, criando
condições favoráveis para gerar a inovação por meio de um processo dinâmico
de criação do conhecimento organizacional. Para (MEZOMO, 2001, p.210):
A mudança verdadeira e eficaz implica a substituição de paradigmas, modelos ou padrões comumente adotados na forma como o trabalho vem sendo executado e a empresa vem sendo organizada. [...] a mudança exige ainda uma decisão corporativa e não apenas da cúpula ou dos níveis gerenciais superiores. Todo quadro de pessoal deve assumir a tarefa (jornada) da mudança, com a consciência de que o trabalho vale a pena ser realizado.
O novo modelo requer ajustes e flexibilidade, tornando as organizações
sistemas orgânicos que interagem com o meio e se adaptam, de modo que o
sistema de gestão deve ser dinâmico e capaz de contemplar a organização
como um todo, revendo e consolidando seus objetivos e suas estratégias,
identificando se há conexão entre todos os componentes, isto é, se os
resultados estão em conformidade com o planejado e transformado.
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CAPÍTULO I
ERAS DA QUALIDADE
A qualidade nos produtos e serviços ainda é compreendida como um
desafio. Muitas pesquisas já foram realizadas e ainda o são, na perspectiva de
enfrentar uma das maiores discussões que norteiam as relações das
organizações com seus públicos. De acordo com (GARVIN, 1992, p. 136) as
classificações da qualidade adquirem peculiaridades de acordo com a
mudança dos aspectos valorizados pelas organizações: inspeção, controle
estatístico, garantia de qualidade e gestão estratégica da qualidade. A respeito
da inspeção, afirma o autor, esta era feita de maneira informal durante o
período da produção artesanal, quando mestres-artesãos observavam os
aprendizes, buscando evitar falhas no processo manufatureiro. No começo do
século 20, com o surgimento da Administração Científica, Federick Taylor,
objetivando a maior eficiência na execução das tarefas, por meio do controle do
desperdício de materiais, tempos e movimentos, valoriza mais a inspeção, que
torna-se separada do processo de fabricação e atribuída a profissionais
especializados. Taylor cria então um modelo no qual cada participante da
fábrica é vigiado por supervisores que observam os movimentos e as peças
produzidas pelos operários. Posteriormente transferida para um departamento
dentro da fábrica, a inspeção aprimora o controle sob o produto final, com a
identificação dos produtos defeituosos que deveriam ser impedidos de chegar
ao mercado. Trata-se de uma fase reconhecida como a primeira do movimento
da qualidade, já voltada para a obtenção de tal objetivo de forma
cientificamente planejada, com o apoio de medidas, gabaritos e modelos
padronizados (GARVIN, 1992, p. 136). Um grupo de pesquisadores da Bell
Telephones Laboratories, que dirigia estudos voltados para a qualidade dos
sistemas de comunicação nos Estados Unidos, avança no controle estatístico
de processos para a melhoria da qualidade, já iniciado por Radford em 1922,
conferindo aos procedimentos de contagem, classificação por qualidade e
reparo um caráter científico. A publicação de W. Shewhart, Economic Control of
Quality of Manufactured Product (1931), é o grande marco deste momento.
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O controle de processo é um dos desmembramentos do controle
estatístico também conhecido como carta de controle, que estrutura as etapas
do processo, incluindo fluxo, insumos, atividades realizadas e produtos
gerados. Tal sistema possibilita a documentação e análise das ocorrências,
implementando mudanças e assegurando padrões de qualidade desejados,
monitorando as saídas e o equilíbrio do processo. A amostragem é outra
ferramenta do controle estatístico. Dentro desta perspectiva, a inspeção
completa em todos os produtos é impossível, sendo necessário admitir certo
grau de variação, desde que este não causasse problemas efetivos. Foram
criadas então técnicas para estabelecer limites aceitáveis para tais variações,
que abarcavam o processo de fabricação do início ao fim (GARVIN, 1992, p.
138). Nos anos 40 do século 20, o controle da qualidade institui-se como
disciplina acadêmica do curso de Engenharia. Em 1946 surge nos Estados
Unidos a American Society for Quality Control (Atual ASQ) e no Japão, como
parte dos esforços de reconstrução deste país no pós-guerra, ocorre uma
marcante evolução no movimento da qualidade, com o surgimento da JUSE,
Japonese Union of Scientists and Engineers. A Juse formou o Grupo de
Pesquisa de Controle da Qualidade composta por membros como Shigeru
Mizuno, Kaoru Ishikawa e Tetsuichi Asaka, organizadores dos primeiros
Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). Foram erigidos, então, quatro pilares
da qualidade, que iniciavam a “era da garantia da qualidade” e utilizavam
práticas gerenciais que não mais se limitavam ao uso de técnicas estatísticas
para a prevenção de problemas: a Quantificação dos Custos da Qualidade, o
Controle Total da Qualidade, a Engenharia da Confiabilidade e o Programa de
Zero Defeito. Deste modo, questões como os custos da não-qualidade e das
perdas provocadas pelo sobretrabalho e retrabalho decorrentes de defeitos na
produção, colocados por Juran em Quality Control Handbook (1951) , bem
como a idéia de que a qualidade é um resultado do empenho de toda a
organização e não mera responsabilidade de um só departamento,
desenvolvida por Feigenbaum em 1956, são exemplos dos novos esforços
gerenciais mobilizados para a obtenção da qualidade. O PDCA (Plan, Do,
Check, Action) e o Ciclo de Deming foram também abordagens claramente
sistematizadas neste sentido.
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No Brasil, o movimento da qualidade ingressa com força especialmente
nos anos 90 do século 20, quando o governo de Fernando Collor de Mello
modifica o ambiente de concorrência das empresas, impulsionando a abertura
do mercado brasileiro e tornando o meio empresarial no País receptivo às
novas idéias administrativas. Setores até então estabilizados pela reserva de
mercado precisaram se adequar, investindo em qualidade e produtividade, para
fazer frente à ameaça de invasão dos produtos importados (WOOD, 2004, p.
89).
1.1. QUALIDADE NA SAÚDE
De acordo com (NOGUEIRA, 1994, p. 118), a qualidade nos serviços de
saúde deve ser constantemente auferida e aperfeiçoada, tornando-se alvo
constante dos esforços dos atores envolvidos neste contexto, tendo em vista a
maior satisfação dos que necessitam desses serviços. Entretanto, em torno do
conceito de qualidade em saúde, existem grandes debates que sinalizam para
o desafio de estabelecer significado para um conceito no qual encontram-se
intricados aspectos científicos, culturais e sociais. Como ressaltam (GURGEL
JR. E VIEIRA, 2002, p. 76), certas particularidades da gestão de organizações
hospitalares podem representar entraves à aplicação de programas de
qualidade. Os autores referem-se aos choques amplamente discutidos na
literatura a respeito da saúde entre as necessidades humanas do público
atendido por estas organizações e as prioridades econômicas e mercantis que
estas possuem, bem como aos aspectos subjetivos e diversificados presentes
tanto nas demandas do público, quanto no comportamento dos profissionais
que se relacionam com tais organizações, que dificultam a racionalização e a
padronização da gestão dos processos que geram os serviços. Neste contexto,
(DONABEDIAN, 1991, p. 109), considerado um dos autores pioneiros no
estudo da qualidade em saúde, observa que a definição deste conceito
necessariamente envolve aspectos técnicos e interpessoais, remetendo tanto à
aplicação de conhecimentos e de tecnologias médicas, quanto à maneira de
gerir a interação social e psicológica entre profissionais e seus pacientes.
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(MALIK, 1996, p. 10), indicando dos aspectos do ambiente externo às
organizações que tornam ainda mais complexo este quadro, aponta ainda que
a qualidade em saúde tem “um componente político externo ao setor e às
decisões que dentro dele se tomam”. Em 1981, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) constata que o atendimento na área de saúde é feito por grupos
heterogêneos que podem não corroborar o trabalho em equipe, dificultando a
obtenção da qualidade, que exige envolvimento, homogeneidade, uso eficiente
de recursos e mínimo de risco aos pacientes/clientes, para que possa
proporcionar a satisfação em função dos valores sociais existentes. A avaliação
da qualidade, como observam (VAITSMAN E ANDRADE, 2005, p. 268), tende
a focalizar, de modo acentuado, dimensões objetivas e quantificáveis,
excluindo dimensões humanas e subjetivas. Os autores chamam a atenção
para a necessidade de levar em conta não apenas os aspectos objetivos, como
também subjetivos, visualizando-se, assim a interface com a questão da
humanização. O “humano”, se refere justamente a este plano das relações
intersubjetivas, simbólicas e historicamente situadas, que se processam nas
práticas sociais ocorridas no campo da saúde.
Importante contribuição neste sentido resulta dos estudos de
(DONABEDIAN, 1984, p. 174), que insere nos processos de avaliação da
qualidade em saúde a percepção do paciente, de modo que, a partir de então,
“qualidade em saúde” passou a ser avaliada pela ótica de três agentes do
processo: o médico, a comunidade e o paciente. Tal mudança de perspectiva
abriu caminho para que pesquisas sobre satisfação do usuário, tanto de
serviços públicos quanto privados na área da saúde, pudessem abordar as
variadas dimensões que envolvem o cuidado com a saúde, tais como a relação
do médico e outros profissionais de saúde com o paciente e as condições de
instalação de clínicas, consultórios e hospitais – estas e outras avaliadas em
função de sua aceitabilidade para o paciente. Outro conjunto de estudos
consequente de tal desenvolvimento incorpora os termos “consumidor” e
“cliente”, buscando uma valorização do relacionamento do paciente com os
profissionais de saúde, que não se restringisse à visão do paciente como um
agente totalmente desprovido de poder face ao médico, indicando que o
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paciente é portador de certos direitos, podendo, inclusive, agir em conjunto
com outros para garanti-los. A OMS introduziu no campo da avaliação em
saúde o conceito de responsividade, para abordar duas dimensões do
processo: o respeito pelas pessoas – referindo-se a valores éticos, tais como
dignidade e confidencialidade, que permeia a interação do público com as
organizações de saúde – e orientação para o cliente – referindo-se também a
atributos tais como adequação de instalações e rapidez no atendimento, dentre
outros (VAITSMAN E ANDRADE, 2005, p. 270).
Os programas de qualidade na gestão hospitalar têm, portanto, um
complexo conjunto de dimensões a serem consideradas para a obtenção da
meta “qualidade em saúde”. São inúmeras as contribuições que podem ser
obtidas com tais programas, já que, como indicam os estudos supracitados, a
qualidade dos serviços de saúde não é obtida simplesmente com a reunião de
um excelente corpo clínico, dependendo também da gestão dos processos
administrativos da organização que envolvem finanças, logística,
procedimentos operacionais e tantas outras áreas comuns a organizações de
diferentes setores. A gestão da qualidade na organização de saúde pode
sustentar uma mudança de paradigma na forma de administrar, objetivando o
alcance e a garantia da excelência. Organizações de saúde já atingem seu
quarto ciclo de certificação, apresentando como resultados ajustes dos
orçamentos, aprimoramento da gestão envolvendo as pessoas, racionalização
de custos, melhoria no padrão de atendimento, crescimento da confiança e
credibilidade pelos serviços, além de ganhos para a imagem da organização,
benefícios não só para quem precisa do serviço, mas também para quem o
oferta.
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CAPITULO II
CERTIFICAÇÕES DE QUALIDADE
Desde 1991, a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) criada por 39
organizações privadas e públicas do Brasil com o objetivo de administrar o
Prêmio Nacional de Qualidade, promove ações que buscam atendimento pleno
do modelo de gestão nos Critérios de Excelência (CE), editados pela FNQ e
revisados anualmente, norteados por profissionais e acadêmicos que
compartilham informações com organizações internacionais cultivadoras de
prêmios similares aos brasileiros (MARSHALL, 2006, p. 43-44). Os Critérios de
Excelência baseiam-se em fundamentos apresentados no quadro 1.
Visão sistêmica – entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo.
Foco no cliente e no mercado – conhecimento e entendimento do cliente e do mercado, visando à criação de valor de forma sustentada para o cliente e maior competitividade nos mercados.
Aprendizado organizacional – busca e alcance de um novo nível de conhecimento, por meio de percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências, alterando princípios e conceitos aplicáveis a práticas, processos, sistemas, estratégias e negócios, e produzindo melhorias e mudanças na organização.
Responsabilidade social – atuação baseada em relacionamento ético e transparente com todas as partes interessadas, visando ao desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para futuras gerações, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
Proatividade – capacidade da organização de se antecipar às mudanças de cenários e às necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas.
Gestão baseada em fatos – tomada de decisões com base na medição e análise do desempenho, levando-se me consideração às informações disponíveis, incluindo os riscos identificados.
Inovação – implementação de novas idéias geradoras de um diferencial competitivo.
Valorização das pessoas – compreensão de que o desempenho da organização depende da capacitação, motivação e bem-estar da força de trabalho e da criação de um ambiente de trabalho propício à participação e ao desenvolvimento das pessoas.
Liderança e constância de propósitos – comprometimento dos líderes com os valores e princípios da organização; capacidade de construir e implementar estratégias e um sistema de gestão que estimule as pessoas a realizar um propósito comum e duradouro.
Abordagem por processos – compreensão e gerenciamento da organização por meio de processos, visando à melhoria do desempenho e à agregação de valor para as partes interessadas.
Visão de futuro – compreensão dos fatores que afetam o negócio e o mercado no curto e no longo prazo, permitindo o delineamento de uma perspectiva consistente para o futuro desejado pela organização.
Orientação para resultados – compromisso com a obtenção de resultados que atendam, de forma harmônica e balanceada, às necessidades de todas as partes interessadas na organização.
Quadro1: Critérios Prêmio Nacional de Qualidade 2006 (PNQ) Fonte: Elaboração própria.
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Com o Programa de Garantia e Aprimoramento da Qualidade em Saúde
(PGAQS), em 1995, inicia-se a discussão sobre a acreditação pelo Ministério
da Saúde. O PGACS contribui para a formação da Comissão Nacional de
Qualidade e Produtividade, composta pelos técnicos do Programa,
representantes de provedores de serviços, órgãos técnicos responsáveis pelo
controle da qualidade e representantes dos usuários dos serviços de saúde,
tendo como atribuição o levantamento de temas sobre melhoria da qualidade
do serviço prestado e definir estratégias. Analisando métodos e manuais de
procedimentos aplicados no exterior e no Brasil que mostravam sucesso, a
Comissão elaborou o projeto “Acreditação Hospitalar”, que foi encaminhado ao
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP) e, em 1998,
transformado no “Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar”, com base
principalmente no manual da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Em 1999 surge a Organização Nacional de Acreditação (ONA), organização
não-governamental, com o objetivo de promover a implementação de um
processo permanente de avaliação e de certificação da qualidade dos serviços
de saúde, permitindo o aprimoramento contínuo da atenção, de forma a
garantir a qualidade na assistência aos cidadãos brasileiros, em todas as
organizações prestadoras de serviços de saúde do País.
A acreditação, de acordo com a ONA, é o procedimento pelo qual um
organismo responsável (instituição acreditadora) “reconhece formalmente que
uma empresa tem competência para cumprir as atividades definidas na sua
razão social”. No Sistema Brasileiro de acreditação das organizações
prestadoras de serviços de saúde, a avaliação pauta-se por exigências legais
de segurança no atendimento, bem como na organização do trabalho e seus
resultados. Já a certificação, de acordo com a ONA, significa a “avaliação de
um sistema da qualidade segundo os requisitos das normas ISO 9000 / 2000
ou outras, com a emissão de um certificado comprovando que a empresa está
em conformidade com as exigências estabelecidas nestas normas”. A
certificação na área de saúde surge com a intenção de promover a melhoria
contínua dos processos hospitalares.
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Como um dos elementos capaz de monitorar a qualidade nas
organizações de saúde, a acreditação aufere informações sobre o desempenho
da organização de acordo com o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar,
introduzindo uma nova abordagem, como, por exemplo, a compreensão de que
a realização dos procedimentos dentro das normas estabelecidas traz
resultados diferentes para todo o corpo pertencente ao ambiente de saúde.
Segundo o Consórcio Brasileiro de Acreditação, única empresa no Brasil
que tem acordo de acreditação com a Joint Commision International
(organização de acreditação que cobre 85% do mercado americano) a
acreditação traz vantagens para a instituição assim como para os pacientes.
Como vantagem para a instituição pode-se compreender a excelência
alcançada quando cumpridas as regras e critérios estabelecidos pelo manual,
com maior atenção para a permanência da qualidade, por meio de uma
rigorosa monitoração dos processos, assegurando que não se perca o nível
alcançado. Para os pacientes, o processo de acreditação trata de questões
consideradas de suma importância para a cadeia assistencial em uma rede de
serviços de saúde, tais como o direito dos pacientes, a educação de pacientes
e familiares, o acesso e a continuidade do cuidado ao paciente, incluindo ai a
questão da referencia e contra-referencia. Para este consórcio, “O paciente
terá reconhecidas suas necessidades nas diferentes fases de sua doença e o
hospital devera educá-lo quanto ao cuidado necessário, garantir seu acesso
aos serviços disponíveis na instituição e referir ou contra-referir para outros
níveis de cuidados internos ou externos, para que o paciente tenha atendidas
todas as suas necessidades”. O status de serviço de saúde acreditado pode
elevar o grau de confiabilidade dos clientes internos e externos e da
comunidade em geral, porque esse status significa que o serviço atendeu aos
requisitos de qualidade exigidos para essa acreditação.
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CAPITULO III
FERRAMENTAS DA QUALIDADE
As indústrias e os setores de serviços há muito tempo, estão adotando
programas de gerenciamento que visam a oferecer ao consumidor produtos e
serviços de qualidade, com custos acessíveis e de produção ambientalmente
correta. Essa condição de produção foi conseguida com a adoção de
programas de qualidade, os quais se baseavam em ferramentas da qualidade
para o planejamento, a execução e a mensuração da atividade.
Segundo (MIGUEL, 2006, p. 139), as ferramentas da Qualidade são
frequentemente usadas como suporte ao desenvolvimento da qualidade ou ao
apoio à decisão na análise de determinado problema. (MATA-LIMA, 2007, p.
196) completa afirmando que o grande potencial delas, está quando são
utilizadas para a identificação das causas raízes dos problemas e para a
solução destes.
Contudo, (MATA-LIMA, 2007, p. 196) ainda afirma que a aplicação das
ferramentas de identificação da causa dos problemas exige que haja um
debate entre as partes interessadas e que a decisão se fundamente em
resultados da análise dos registros de informação.
3.1. Diagrama de causa e efeito
(MIGUEL, 2006, p. 139), afirma que o Diagrama de Causa e Efeito
constitui uma ferramenta que consiste em uma forma gráfica usada como
metodologia de análise para representar fatores de influência (causas) sobre
um determinado problema (efeito). Também é denominada de Diagrama de
Ishikawa, devido ao seu criador, ou Diagrama Espinha de Peixe, devido à sua
forma.
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Para classificar as causas de um problema, é utilizado um desenho em
forma de “espinha-de-peixe”, onde se define, primeiramente, o “efeito”, que
deverá ser anotado à direita e traçando, à esquerda, uma larga seta,
apontando para o efeito. Em seguida, descrevem-se as ramificações, que são
os fatores detalhados que podem ser considerados como causas secundárias.
Outros fatores mais particularizados serão, por sua vez, descritos em
ramificações menores e assim por diante.
Basicamente, o resultado do diagrama é fruto de um brainstorming (significa tempestade de ideias), ou seja, pensamentos e ideias que cada membro de um grupo de discussão expõe sem restrições e democraticamente. Sendo o diagrama, o elemento de registro e representação de dados e informação (MIGUEL, 2006, p. 134).
Figura 1: Exemplo do Diagrama de Ishikawa Fonte: http://www.portal-administracao.com/2014/08/diagrama-de-
ishikawa-causa-e-efeito.html
Kaoru Ishkawa propôs oito passos para a confecção desse diagrama:
1. Identificar o resultado insatisfatório que queremos eliminar, ou seja, o
problema;
2. Colocar o efeito na parte direita do diagrama, da forma mais clara
possível, e desenhar uma seta horizontal que aponte para ele;
3. Determinar todos os fatores ou causas principais que contribuem para
que se produza o efeito indesejado. Para os processos produtivos, é comum
utilizar alguns fatores principais genéricos chamados de 6 m: materiais, mão de
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obra, métodos de trabalho, maquinaria, meio ambiente e medição. Em
problemas típicos de organizações do setor de serviços, são frequentemente
utilizados: pessoal, insumos, procedimentos, postos de trabalho e clientes.
Esses fatores principais não constituem um elemento imutável e podem ser
modificados de acordo com cada caso;
4. Colocar os fatores principais como galhos principais ou espinhas da
seta horizontal;
5. Identificar as causas secundárias (subcausas ou, ainda, causas de
segundo nível), que são aquelas que estimulam cada uma das causas ou
fatores principais;
6. Escrever as causas secundárias em “galhos” do galho principal que
lhes correspondam. O processo continua descendo a níveis inferiores (terceiro
nível, quarto nível, quinto nível etc.), até que se encontrem todas as causas
mais prováveis;
7. Analisar a consistência do diagrama, avaliando se foram identificadas
todas as causas (sobretudo se relevantes), e submete-lo à consideração das
pessoas envolvidas quanto às possíveis mudanças e melhorias que forem
necessárias;
8. Selecionar as causas mais prováveis e valorar o grau de incidência
global que tem sobre o efeito, o que permitirá obter conclusões finais e
soluções para resolver e controlar o efeito estudado.
Seguindo os passos mencionados, observa- se que essa ferramenta da
qualidade nos proporciona uma representação gráfica organizada de forma
lógica, e em ordem de importância, as causas potenciais que contribuem para
um efeito ou problema determinado.
3.2. Ciclo PDCA
O PDCA é um método de gerenciamento de processos ou de sistemas.
É o caminho para se atingirem as metas atribuídas aos produtos dos sistemas
empresariais (CAMPOS, 2006, p. 274). Portanto, torna- se necessário
determinar uma meta para que essa metodologia seja aplicada.
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De acordo com (ANDRADE, 2003, p. 247), o ciclo PDCA é projetado
para ser usado como um modelo dinâmico em que a conclusão de um ciclo irá
fluir no começo do próximo ciclo, e assim sucessivamente. Além disso, o
mesmo afirma que, o processo sempre pode ter uma nova análise, o que
implica em novo processo de mudança.
Essa metodologia que tem como função básica o auxílio no diagnóstico, análise e prognóstico de problemas organizacionais, sendo extremamente útil para a solução de problemas. Poucos instrumentos se mostram tão efetivos para a busca do aperfeiçoamento quanto este método de melhoria contínua, tendo em vista que ele conduz a ações sistemáticas que agilizam a obtenção de melhores resultados com a 27 finalidade de garantir a sobrevivência e o crescimento das organizações (QUINQUIOLO, 2002, p. 198).
(SUSUKI, 2000, p. 99) em seus estudos, define a utilização do PDCA
como a forma de “embutir” qualidade no produto final, por meio da execução
dos quatro módulos inerentes ao método, conforme detalhados a seguir:
P (Plan - planejar): visa a estabelecer todos os processos e objetivos
necessários para fornecer resultados, de acordo com os requisitos do cliente e
políticas da organização (ABNT, 2001). Por ser o início, pode-se dizer que se
trata da parte mais importante de todo o processo;
D (Do – fazer): fase de se colocar o plano de ação elaborado em
execução, comunicando a todos os funcionários para que possa ser feito o
treinamento necessário com os mesmos. Ou seja, significa implementar os
processos planejados (ABNT, 2001);
C (Check – checar): fase de avaliação, checagem e verificação se os
resultados obtidos foram atingidos, possibilitando a tomada de decisão;
A (Act – agir): executar ações para promover, continuamente, a
melhoria do desempenho do processo (ABNT, 2001). Fase na qual será feita a
padronização dos procedimentos implantados na fase do DO, para comprovar
a eficácia das decisões tomadas. Deve-se revisar todas as atividades e
planejamentos de possíveis trabalhos futuros.
22
A ferramenta da qualidade PDCA, utiliza conceitos de administração, de
modo que, torne bem simples sua estrutura e que as organizações consigam
gerenciá-la.
Após o término de um ciclo, outro se inicia, e assim vai continuamente.
A natureza repetida e cíclica do melhoramento contínuo pode ser resumida no
ciclo PDCA, definido como uma sequência de atividades que são percorridas
de maneira cíclica para melhorá-las.
Figura 2: Exemplo do ciclo PDCA Fonte: Campos (2006, p. 57)
3.3. 5 POR QUÊS
Segundo (ARAÚJO, 2011, p.15) o método dos “5 Por quês?” é uma
ferramenta de análise de problemas baseada na condução sequenciada de
perguntas, o que permite em no máximo 5 passos obter as causas primárias,
possibilitando alto potencial de retorno, em termos de detecção das causas.
Essa simples metodologia foi desenvolvida no sistema Toyota de Produção também conhecido como Lean Manufacturing ou ainda Produção Enxuta na década de 80, na fábrica de automóveis da Toyota. Esse modelo e as constantes revoluções tecnológicas e filosóficas fizeram da Toyota uma líder nesse segmento de mercado. A técnica consiste em perguntar 5 vezes o motivo pelo acontecimento de algum problema (RIGONI, 2010, p. 264).
23
(SASDELLI, 2012, p.23) afirma que trata- se de uma técnica simples,
porém efetiva para ajudar a entender as razões (ou causas) da ocorrência de
problemas. A técnica começa com o estabelecimento do problema e a pergunta
"por que o problema ocorreu?". Uma vez que as primeiras causas da
ocorrência do problema tenham sido identificadas, é feita novamente a
pergunta "Por que essas causas ocorreram?” E assim sucessivamente. Esse
procedimento é repetido por 5 vezes, até que as causas raízes do problema
analisado sejam identificadas.
Somente então é feita a pergunta "Como fazer para resolver este
problema?" para que as causas raízes do problema sejam eliminadas ou
controladas.
3.4. Matriz GUT
Segundo (MENDONÇA, 1999, p. 102), apud Marshall Junior et. al.
(2005), a matriz GUT é uma ferramenta da qualidade que, através da
quantificação, busca priorizar soluções de problemas e riscos nos
processos. Segundo Marshall Junior et. al. (2005), “GUT” significa a
representação de Gravidade, Urgência e Tendências, de problemas ou
riscos dentro de um processo. Para cada problema ou risco potencial, são
atribuídos graus de 1 a 5 ao “G”, ao “U” e ao “T”. Pela multiplicação destes
três fatores, determinam-se as prioridades de ações. Quanto mais perto de
125 estiver o produto, mais prioritária é a solução; quanto mais perto de 1
estiver, menos prioritária é.
Dentro deste contexto e a fim de esclarecer, (GALVÃO E
MENDONÇA, 1999, p.42) apud, Marshall Junior et. al. (2005) apresentam a
figura abaixo.
24
Figura 3 - Escala de "G", "U"e "T" Fonte: Galvão; Mendonça (1999, p. 43) apud, Marshall Junior et. al. (2005).
Uma aplicação prática da Matriz GUT é mostrada no quadro 2.
Figura 4 - Matriz GUT
Fonte: Marshall Junior et. al. (2005, p. 102).
Analisando esta matriz, nota-se que a prioridade de ações seria
dada aos problemas 2, 9, 6, 4, 3, 5, 7, 8,10 e 1, nesta ordem. A maior
prioridade de resolução dá-se ao problema “2” e a menor dá-se ao
problema “1”.
Por tudo, nota-se que a matriz GUT é uma ferramenta de
identificação a priorização de ações que, conforme (GALVÃO E
MENDONÇA, 1999, p.42), apud, Marshall Junior et. al. (2005) pressupõe
uma ampla negociação entre os integrantes do grupo de melhoria, de
forma a evitar uma votação equivocada à priorização. Quando forem
25
realizadas pesquisas de satisfação, deve-se priorizar o menor índice de
satisfação do cliente e o maior índice de importância a este.
3.5. 5W1H
Em um estudo sobre as causas de um problema em determinado
processo, após identificar e relacionar as possíveis causas do problema
através de ferramentas como Brainstorming e Diagrama de Ishikawa, já é
possível conhecer as causas mais impactantes do problema em questão, a
partir daí, deve-se iniciar o processo de elaboração de um plano de ações
corretivas através de outra ferramenta da qualidade 5W1H.
(PONTES et al., 2005, p. 136), define a ferramenta 5W1H sendo um
documento de forma organizada que identifica as ações e as responsabilidades
de quem irá executar, através de um questionamento, capaz de orientar as
diversas ações que deverão ser implementadas.
De acordo com (OLIVEIRA apud PONTES, et al., 2005, p. 142), a lista
de verificação 5W1H deve ser estruturada para permitir uma rápida
identificação dos elementos necessários à implantação do projeto.
Segundo (PONTES et al., 2005, p. 176), a ferramenta 5W1H é utilizada
para identificar as ações e responsabilidades de cada integrante na execução
das atividades e planejar as diversas ações que serão desenvolvidas no
decorrer do trabalho. Para a elaboração do plano de ação, deve-se seguir uma
metodologia. A mais indicada, segundo (CAMPOS, 2006, p.98), é a
metodologia conhecida como 5W1H. A mesma consiste em elaborar o plano de
ação baseado em seis perguntas que irão definir a estrutura do plano. Essas
perguntas, compostas no idioma inglês, se apresentam, segundo definição de
(MELO, 2001, p. 138), da seguinte maneira:
26
• WHAT (O QUE) – define o que será executado, contendo a explicação
da ação a ser tomada (utilizam-se geralmente verbos no infinitivo, de maneira
sucinta, a fim de demandar uma ação);
• WHEN (QUANDO) – define quando será executada a ação (prazo de
inicio e termino da ação);
• WHO (QUEM) – define o responsável pela ação (nesse caso,
aconselha-se que haja apenas um responsável por ação, a fim de manter a
credibilidade da execução da ação);
• WHERE (ONDE) – define onde será executada a ação (pode ser um
local físico especificado, como um setor da organização);
• WHY (POR QUE) – define a justificativa para a ação em questão (esse
campo apresenta a finalidade imediata da ação a ser tomada);
• HOW (COMO) – define o detalhamento de como será executada a
ação (este campo é um complemento para o primeiro campo – WHAT –
detalhando a ação estipulada neste último).
3.6. Diagrama de Pareto
O diagrama de Pareto é um gráfico formado por barras verticais, onde as
informações são evidentes e visualizadas de forma clara. As informações
demonstradas através do diagrama de Pareto permitem determinar e
estabelecer metas numéricas possíveis de serem atingidas.
O princípio de Pareto foi desenvolvido por Joseph Juran2 no ano de
1950. Juran utilizou a teoria de interação entre massas e elite, mais conhecida
como “Teorias das Elites”, desenvolvida pelo sociólogo e economista Italiano
Vilfredo Pareto (CARPINETTI, 2010, p. 195).
O princípio de Pareto mostra que a maior parte das perdas referentes a
problemas de qualidade vêm da origem de poucos mas importantes problemas.
Ou seja, o principio de Pareto afirma que de 20 problemas relacionados à
qualidade em um determinado produto, sejam estes: numero de peças
retrabalhadas, números de peças defeituosas, números de peças sucateadas,
27
número de peças não conformes que chegaram até o cliente, dentro destes
casos, havendo solução de 4 a 5 destes defeitos, poderá representar 80 a 90%
das perdas que afetam a organização, originadas por estes problemas.
As etapas para a construção de um gráfico de Pareto contemplam os
seguintes passos (CARPINETTI, 2010, p. 208):
1. Selecionar os tipos de problemas ou causas que se deseje comparar,
frequência de ocorrência de diferentes tipos de defeitos resultantes de um
processo, ou causas para ocorrência de um problema. Esta seleção é feita
através de dados coletados ou através de discussão em grupo (brainstorming).
2. Selecionar a unidade de comparação, por exemplo, numero de ocorrências,
custo;
3. Definir o período de tempo sobre o qual os dados serão coletados, sete
horas, três dias ou duas semanas;
4. Coletar os dados no local, defeito A ocorreu 37 vezes, defeito B, 98 vezes,
defeito C, 49 vezes;
5. Listar na ordem decrescente as categorias da esquerda para a direita no
eixo horizontal na ordem de frequência de ocorrência, custo;
6. Na parte superior de cada categoria, desenhar um retângulo cuja altura
represente a frequência ou custo para aquela categoria;
7. Do topo do triângulo mais alto, uma linha deve ser adicionada para
representar a frequência cumulativa das categorias.
28
Figura 5: Exemplo de Diagrama de Pareto Fonte: (VERGUEIRO, 2002, p. 56).
3.7. PDCP (Carta Programa de Processo de Decisão)
Essa ferramenta é usada para planejar cada possível
sequência/encadeamento de eventos que precisam ocorrer quando o problema
ou objetivo a ser atingido não é familiar ou plenamente conhecido (VILAÇA;
NALASCO; DOMINGUES, 2010, p.21).
Para (VILAÇA; NALASCO; DOMINGUES, 2010, p.23) a finalidade do
PDCP é:
• Identificar, a priori, todas as variações e incertezas inerentes ao meio
ambiente que possam afetar a busca / o caminho em direção aos objetivos e
metas;
• O Diagrama PDPC procura não apenas antecipar possíveis desvios de
rota, mas também desenvolver medidas alternativas que: Previnam a
ocorrência de desvios; Atuem satisfatoriamente caso ocorram desvios de rota;
• Desenvolver planos de contingências / planos alternativos para lidar
com as incertezas. (VILAÇA; NALASCO; DOMINGUES, 2010, p.24) ainda
recomendam para a construção do PDPC o acompanhamento das seguintes
etapas:
• Levantamento dos caminhos possíveis: primeiro é necessário definir os
pontos de partida e de chegada, com estas informações traçar possíveis fluxos
contendo atividades básicas de maneira a chegar ao ponto desejado;
• Levantamento das possíveis dificuldades: de acordo com as atividades
propostas nos diversos caminhos, levantar possíveis problemas, dificuldades e
preocupações que possam surgir, com o objetivo de prevenir resultados
indesejáveis;
• Avaliação dos problemas: nesta etapa são avaliadas as probabilidades
de que cada um dos problemas possa ocorrer, bem como, seu efeito e
influência sobre os resultados;
• Levantamento de alternativas: tentar propor alternativas que
neutralizem os problemas;
29
• Priorização dos caminhos: os caminhos mais eficientes que levarem ao
resultado desejado com uma maior contabilidade e com os recursos
disponíveis são selecionados;
• Estabelecimento de uma data para revisão: conscientes das mudanças
constantes nos objetivos e da diversidade das situações são estabelecidas
datas para reavaliação periódica dos caminhos.
30
CAPITULO IV
ACREDITAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE
De acordo com (BERWICK, 1994, p. 143), nos Estados Unidos, a
experiência do Programa Nacional de Demonstração da Melhoria da Qualidade
(National Quality Measurement and Reporting System) demonstrou que a
aplicação de programas de qualidade total nos hospitais conduziu diretamente
à maior eficiência, com redução de custos, e que estes programas foram
fundamentais para a sobrevivência de muitas organizações de saúde,
constituindo-se em um importante ponto de partida para a competitividade nos
anos seguintes.
Já no contexto brasileiro, (MALIK, 1997, p. 99) comenta que diversos
prestadores dos serviços hospitalares tinham interesse pelo tema qualidade,
porém, a realidade nacional na década de 1990 apresentava um
distanciamento geográfico e pouca concentração, uma vez que o tema não era
tão difundido. Com o passar dos anos, a realidade nacional mudou e o tema
ficou bem mais difundido, salientando necessidades de compreensão acerca
da qualidade no setor.
Um dos pontos que tem relação com a qualidade hospitalar é o processo
de certificação. Certificação é um processo pelo qual uma agência
governamental ou uma associação profissional reconhece oficialmente uma
entidade ou indivíduo como tendo encontrado certas qualificações
predeterminadas. O lançamento de certificação e a avaliação da qualidade na
saúde tiveram início no século passado, quando foi formado o Colégio
Americano de Cirurgiões (CAC) que estabeleceu, em meados de 1924, o
Programa de Padronização Hospitalar – PPH.
As vantagens para o hospital em possuir uma acreditação, vão além de
condições organizacionais e atingem aspectos sociais. Algumas dessas
vantagens são, por exemplo: (a) aumento de segurança para os pacientes e
31
profissionais; (b) melhora na qualidade da assistência; (c) melhora na
construção de equipe; (d) criação de critérios e objetivos concretos adaptados
à realidade hospitalar brasileira; e (e) planejamento para a melhoria contínua
(ONA, 2011).
Para (BITTAR, 1999, p. 210), não há distinção entre certificação e
acreditação. O primeiro termo é utilizado por instituições que se valem da
norma ISO 9000 e o segundo por instituições como a Joint Commission on
Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO), a Organização Mundial de
Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil. Ainda segundo (BITTAR,
1999, p. 212) o processo de acreditação a partir deste último órgão foi iniciado
no final do ano de 1998.
Não obstante a este avanço empírico e teórico científico, parece
evidente a existência de problemas no processo de acreditação para a
melhoria da qualidade, uma vez que há a necessidade de planejamento,
organização, coordenação/direção da instituição a ser acreditada. Dentre esses
problemas, o conflito entre equipes funcionais parece ser um fator crítico para o
sucesso do processo de acreditação. Nesse contexto, observa-se que tais
problemas podem surgir de conflitos na execução de planos de ação de áreas
como infraestrutura, ambulatório/emergência, clínica-cirúrgica, diagnóstico e
tratamento, recursos humanos, entre outros.
Ao vislumbrar que a avaliação da qualidade baseia-se em critérios que
possuem duas naturezas distintas, objetivos e subjetivos, porém convergentes,
percebe-se que a compreensão e a percepção dos clientes internos
(funcionários) e externos (usuários), a respeito da qualidade do serviço público,
pode ser um primeiro passo para o desenvolvimento de ações que levarão a
melhorias, tanto por parte do gestor do sistema, que precisa conhecer o
entendimento de ambos os clientes para melhor direcionar suas estratégias e
ações, quanto por parte dos próprios profissionais, que, entendendo a
percepção da qualidade sob a perspectiva de seus clientes, estarão mais
preparados para atender suas expectativas. Por isso, o estudo acerca do
32
processo de implantação da qualidade em organizações de saúde, em especial
no contexto brasileiro, faz-se relevante.
4.1. Qualidade e acreditação na Saúde
Para tentar entender a qualidade nos serviços de saúde faz-se
necessário voltar à história. Neste sentido, pode-se dizer que a avaliação da
qualidade na saúde iniciou-se no século passado, a partir da atuação da
enfermeira Florenece Noghtingale (1820- Acreditação nas organizações de
saúde 34 Cadernos da FUCAMP, v.12, n.16, p.30-44/2013. 1910), que
implantou o primeiro modelo de melhoria contínua da qualidade em saúde, em
1854, durante a Guerra da Crimeia. Seu trabalho consistia em diminuir a
circulação de pessoas estranhas aos serviços como forma de reduzir os efeitos
negativos do meio hospitalar sobre os pacientes, portanto, ela utilizava a
limpeza, o isolamento, a individualização do cuidado, dieta adequada,
diminuição do número de leitos por enfermaria. Destaca-se também como outro
fato marcante, a formação do Colégio Americano de Cirurgiões (ACS-
American College of Surgeons) que estabeleceu, em meados de 1924, o
Programa de Padronização Hospitalar (PPH).
Para (FELDMAN, GATTO, e CUNHA, 2005 p. 84), nesse programa foi
definido um conjunto de padrões mais apropriados para garantir a qualidade da
assistência aos pacientes. No programa referido, três padrões podem ser
destacados, e se se relacionavam à organização do corpo médico, ao exercício
da profissão, e ao conceito de corpo clínico; outro preconizava o
preenchimento do prontuário, incluindo a história e exames do paciente, bem
como as condições da alta; e o último, referia-se à existência de recursos
diagnósticos e terapêuticos, além de no mínimo um laboratório clínico para
análises e departamento de radiologia.
(BERWICK, 1994, p. 274) adverte que a definição de qualidade na
assistência em saúde pode ser entendida como a satisfação das necessidades
dos clientes, considerando que este deverá ser objeto central das estratégias
33
em busca da qualidade. A qualidade é uma medida de extensão, até a qual
uma coisa ou experiência satisfaz uma necessidade, resolve um problema ou
adiciona valor para alguém.
4.2.Qualidade e Avaliação dos Serviços de Saúde
A terminologia qualidade é particularmente valiosa se admitida a
situação atual da gestão de serviços de saúde no país, ou seja, a pequena
utilização de planejamento estratégico, a inexistência de um sistema de
informações confiável, a ausência de um sistema de gestão fundamentado na
melhoria de processo e centrado em resultados, a carência de indicadores de
desempenho e de qualidade, enfim, a inexistência de uma cultura de qualidade
voltada para a qualificação da sua estrutura organizacional e, principalmente,
para a satisfação dos seus clientes e usuários (MALIK, 1996, p. 108).
A avaliação da estrutura tem a finalidade de identificar as características
gerais condicionantes da prestação da atenção à saúde, indicando que
melhores condições estruturais seriam um primeiro condicionante de qualidade
em saúde. Essa avaliação parte do pressuposto que, garantindo as condições
mínimas ideais de funcionamento dos serviços de saúde, tem-se facilitada a
obtenção de resultados favoráveis (CARVALHO; ROSEMBURG; BURALLI,
2000, p. 189).
Entretanto, conforme observam Carvalho, Rosemburg e Buralli (2000),
as simples garantias de melhores condições estruturais não garantem a
qualidade dos resultados, por isso, essa avaliação tem se demonstrado de
menor importância em comparação à avaliação do processo e do resultado
(CARVALHO; ROSEMBURG; BURALLI, 2000, p. 184). Os autores enfatizam
que a avaliação do processo de trabalho está relacionada com a avaliação das
atividades da equipe de saúde no tratamento do paciente.
A avaliação dos resultados é a análise dos produtos finais em termos de
saúde e a satisfação do usuário interno e externo. É o item mais complexo de
34
se medir, pois envolve indicadores diversos e fatores psicológicos, sociais e
econômicos que podem afetar os resultados. A partir dessa concepção, a etapa
de análise dos dados oriunda da realidade faz-se primordial. Nesse sentido,
(ARAÚJO, SIMÕES e SILVA, 1978, p. 167) afirmam que verificar sem
interpretar, sem orientar e sem criticar é tarefa ineficaz e não interessa aos
métodos científicos.
(MALIK, 1996, p. 164) reforça que sistemas de controle da qualidade são
mais dinâmicos, pois buscam verificar qual a qualidade do procedimento
realizado de acordo com critérios traduzidos como aquilo que se considera
apropriado. Os procedimentos devem ser checados durante sua execução,
mas com maior freqüência, após estarem terminados.
Desse modo, percebe-se que a busca pela qualidade caracteriza-se
como um processo dinâmico, ininterrupto e de exaustiva atividade permanente
de identificação de falhas nas rotinas e procedimentos, que devem ser
periodicamente revisados, atualizados e difundidos, com participação da alta
direção do hospital até seus funcionários mais básicos.
4.3. Acreditação
A certificação tem por objetivo diferenciar produtos e fornecer incentivos
para consumidores e produtores; a certificação é um instrumento econômico,
cuja base é o mercado. A certificação é a representação dos produtos que
estão em conformidade com especificações.
(DESLANDES, 1997, p. 265) determina que é possível afirmar que a
avaliação de serviços de saúde ao longo dos últimos anos deixou de ser
considerada um processo exclusivamente técnico, admitindo a subjetividade
inerente a qualquer avaliação tanto de um fato cotidiano como de um serviço
ou programa especial.
35
A acreditação pode ser entendida como um sistema de avaliação e
certificação da qualidade de serviços de saúde, voluntário, periódico e
reservado, que, nas experiências, brasileira e internacional, é uma ação
coordenada por uma organização ou agência não governamental encarregada
do desenvolvimento e implantação da sua metodologia.
De acordo com (FELDMAN, GATTO e CUNHA, 2005, p. 132), em 1918
foi realizada a primeira avaliação de hospitais nos Estados Unidos. De 692
hospitais com 100 leitos avaliados, apenas 89 cumpriram os padrões
preconizados pelo Programa de Padronização Hospitalar (PPH). Em
contrapartida em 1950, o número de hospitais aprovados pela avaliação do
PPH chegou a 3290.
Em 1949, após dificuldades, o Colégio Americano de Cirurgiões iniciou
parcerias com a Associação Médica Americana, a Associação Médica
Canadense, o Colégio Americano de Clínicos e a Associação Americana de
Hospitais para apoio e participação com outras organizações inteiramente
dedicadas à melhoria e promoção da acreditação voluntária para criar a
Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (CCAH) que logo, em
dezembro de 1952, delegou oficialmente o programa de Acreditação
denominado Joint Commission on Accreditation of Hospitals).
Na década de 1960, como a maior parte dos hospitais americanos já
havia atingido os padrões mínimos preconizados inicialmente, a Joint
Commission on Accreditation of Hospitals buscou então modificar o grau de
exigência. Com isso, em 1970, publicou o Accreditation Manual for Hospital
contendo padrões ótimos de qualidade, considerando também processos e
resultados da assistência.
Nos últimos anos, a Joint Commission on Accreditation of Healthcare
Organization passou a direcionar sua atuação no sentido de privilegiar a ênfase
na assistência clínica com a utilização do monitoramento de indicadores de
desempenho ajustados à gravidade, ao desempenho institucional, e,
36
finalmente, assumiu recentemente o papel de educação com monitoramento,
vistos na atividade de consultoria e na publicação de uma série de documentos
como normas, padrões e recomendações (SCHIESARI, 1999; FELDMAN;
GATTO; CUNHA, 2005, p. 204).
A mensuração de resultados passou a ser expressa em quatro níveis:
acreditação com distinção, acreditação sem recomendação, acreditação com
recomendação e acreditação condicional.
Em 1941 foi criada a Divisão de Organização Hospitalar (DOH), do
Departamento Nacional De Saúde, por sua vez vinculado ao então Ministério
de Educação e Saúde, com o objetivo de administrar, em todos os níveis, a
atenção aos doentes, deficientes físicos e desamparados, além de gerenciar,
sob todas as formas, as instituições de assistência (CAMPOS, 2006, p. 104).
Por iniciativa da Associação Paulista de Medicina (APM), no início da
década de 1990, foi criado um grupo que ficou responsável pelo
desenvolvimento de estudos, visando a classificação de hospitais segundo
critérios de qualidade, em algo semelhante à classificação por estrelas dos
hotéis.
Já em setembro de 1994, teve início no Rio de Janeiro o Programa de
Avaliação e Certificação da Qualidade em Serviços de Saúde (PACQS), com
participação de diversas instituições ligadas à saúde com o propósito de
implantar uma política de avaliação e certificação de qualidade em
estabelecimentos de saúde.
Então, com a criação do Programa de Garantia e Aprimoramento da
Qualidade em Saúde (PGAQS), em junho de 1995, o assunto acreditação
começa a ser discutido com maior intensidade no âmbito do Ministério da
Saúde. A criação do Programa de Garantia e Aprimoramento da Qualidade em
Saúde envolveu a formação da Comissão Nacional de Qualidade e
Produtividade, da qual faziam parte além do grupo técnico do Programa,
37
representantes de provedores de serviço, da classe médica, órgãos técnicos
relacionados ao controle da qualidade e representantes dos usuários dos
serviços de saúde. Essa Comissão ficou responsável pela discussão dos temas
relacionados com melhoria da qualidade do serviço prestado, definindo
estratégias para o estabelecimento das diretrizes do Programa (ONA, 2011).
Com a Constituição de 1988 definindo saúde como direito social
universal, fazendo com que desta forma os hospitais deixassem de ser os
centros do modelo assistencial, transferindo aos municípios a gestão dos
serviços de saúde, passou-se a observar atentamente o desenvolvimento de
instrumentos gerenciais relacionados com a avaliação dos serviços oferecidos
à população (ONA, 2011).
O Ministério da Saúde vem desde meados de 1989 desenvolvendo e
implementando a publicação de normas e portarias, criando a Organização
Nacional de Acreditação (ONA). Esta organização, criada em maio de 1999, é
o órgão regulador e credenciador do desenvolvimento da melhoria da
qualidade da assistência à saúde nacional. A Organização Nacional de
Acreditação (ONA) é uma organização não governamental caracterizada como:
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos e de interesse coletivo,
com abrangência e atuação nacional (ONA, 2007).
Segundo (MALIK, 2005, p. 134), a Organização Nacional de Acreditação
(ONA) possui parceria firmada com a ANVISA e tem em seu conselho de
administração, entre outros membros, representantes dos financiadores da
assistência médica, inclusive CONASS e CONASEMS (os conselhos nacionais
de secretários estaduais e municipais de saúde).
O modelo ONA atua de maneira descentralizada, credenciando
organizações acreditadoras pelo país, mediante o cumprimento de critérios
disponíveis no seu endereço eletrônico. Inicialmente envolvida apenas com
hospitais, ela passou a se dedicar também a serviços independentes,
desenvolvendo manuais, disponíveis para os interessados, inclusive pela
internet (MALIK, 2005, p. 136).
38
Dentro do Sistema Brasileiro de Acreditação, o processo de avaliação
para certificação é de responsabilidade das instituições acreditadoras
credenciadas pela ONA. Essa atividade é desempenhada pela equipe de
avaliadores das instituições acreditadoras credenciadas, tendo como referência
as Normas do Sistema Brasileiro de Acreditação e o Manual Brasileiro de
Acreditação - ONA específico.
39
CONCLUSÃO
A nova filosofia de administração centrada na busca de melhorias
privilegia o trabalho em equipe, a manutenção das pessoas nas empresas, o
respeito e o valor de quem produz, crescendo, assim, a consciência de que os
profissionais são o cerne da gestão da qualidade, ao passo que sem eles não é
possível atender às expectativas e necessidades dos clientes que estão cada
vez mais exigentes.
Nos dias de hoje, para obter qualidade, não é suficiente exercer
quaisquer atividades da melhor maneira possível. Com a globalização, cresceu
a importância da produtividade. Logo, como resultado, exige-se muito mais das
pessoas e das organizações, o que transformou a qualidade em matéria
aplicada. Qualidade é, no presente momento, uma ciência que utiliza
conhecimentos de matemática, estatística, pesquisa, lógica, informática,
administração, finanças, psicologia e outros mais. Entretanto, entre os que
aplicam essa nova metodologia, se distinguirão àqueles que também a
exercem com arte, isto é, com sensibilidade, talento, perspicácia, devoção e fé.
A Acreditação Hospitalar torna este processo um instrumento de guia para a
instituição de saúde.
A busca pela excelência nas ações aparece como condição essencial
nos dias atuais. Atender os anseios dos clientes superando suas expectativas
torna-se prioridade para as organizações. Logo, qualidade consiste em
alcançar os resultados desejados pela empresa e simultaneamente encantar
àqueles que consomem nossos produtos e/ou serviços. Assim sendo um
produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma
confiável, acessível, segura e no tempo certo, às expectativas do cliente.
40
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41
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WEBGRAFIA
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I ERAS DA QUALIDADE 10
1.1. Qualidade na Saúde 12 CAPÍTULO II Certificações da Qualidade 15 CAPÍTULO III Ferramentas da Qualidade 18 3.1. Diagrama de Causa e Efeito 18 3.2. Ciclo PDCA 20 3.3. 5 POR QUÊS 22 3.4. Matriz GUT 23 3.5. 5W1H 25 3.6. Diagrama de Pareto 26 3.7. PDCP (Carta Programa de Processo de Decisão) 28 CAPÍTULO IV
Acreditação em Organizações de Saúde 30 4.1. Qualidade e acreditação na Saúde 32 4.2. Qualidade e Avaliação dos Serviços de Saúde 33 4.3. Acreditação 34 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 40 WEBGRAFIA 42 ÍNDICE 43 ÍNDICE DE FIGURAS 44 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 45
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Exemplo do Diagrama de Ishikawa 19 Figura 2: Exemplo do ciclo PDCA 22 Figura 3 - Escala de "G", "U"e "T" 24 Figura 4 - Matriz GUT 24 Figura 5: Exemplo de Diagrama de Pareto 27
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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ASQ - American Society for Quality Control JUSE - Japonese Union of Scientists and Engineers CCQ - Círculos de Controle de Qualidade PDCA - Plan, Do, Check, Action OMS - Organização Mundial da Saúde FNQ - Fundação Nacional da Qualidade CE - Critérios de Excelência PGAQS - Programa de Garantia e Aprimoramento da Qualidade em Saúde PBQP - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde ONA - Organização Nacional de Acreditação ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas GUT - Gravidade, Urgência e Tendências PDCP - Carta Programa de Processo de Decisão CAC - Colégio Americano de Cirurgiões PPH - Programa de Padronização Hospitalar JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations FUCAMP – Fundação Carmelitana Mário Palmério CCAH - Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais DOH - Divisão de Organização Hospitalar APM - Associação Paulista de Medicina ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária