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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O MARKETING NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Por: Blanche Ferreira de Carvalhaes Pinheiro Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O MARKETING NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Por: Blanche Ferreira de Carvalhaes Pinheiro

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O MARKETING NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Docência do Ensino

Superior.

Por: Blanche Ferreira de Carvalhaes Pinheiro

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AGRADECIMENTOS

À minha irmã, Renata, e à minha

eterna sogra, Dalva, que sempre

estiveram ao meu lado; e à Professora

Dra. Cristina Delou que, num momento

não planejado, me ajudou a dar

direção às inspirações que há tanto

formigavam em meu espírito e em

meus desejos.

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DEDICATÓRIA

À minha família que, de todas as

formas, presente, sempre foi a base de

toda a minha coragem, mesmo nos

momentos mais difíceis. E,

especialmente, ao Andrei e à Raquel,

que acompanharam, ou sofreram, cada

etapa deste último ano, me apoiando,

ajudando e acreditando, por vezes,

muito mais do que eu mesma.

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RESUMO

Esse trabalho tem por objetivo avaliar a divulgação acerca da educação

inclusiva e propor novos caminhos para difundir e tornar essa informação tão

acessível ao público comum que passe ao seu cotidiano de forma

naturalmente inclusiva, ou seja, na essência do conceito dessa expressão.

Parte-se da Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em seu Inciso III, da

alínea c, do art.4º, título III, e transversa-se por alguns exemplos de materiais

ou conteúdos de divulgação. E, através destes, tenta-se rever os conceitos de

deficiência, preconceito e integração, para se chegar ao limite possível, quase

impossível talvez, de se realizar uma inclusão efetiva e real das pessoas com

deficiência nessa, que se propõe nova sociedade. A metodologia do tipo

exploratória buscou em sites, materiais jornalísticos, livros, revistas de

negócios, redes sociais, as informações sobre o discurso e a divulgação sobre

a educação inclusiva. Os resultados mostram que os discursos apresentam

termos e conceitos errados, envolvem mais o meio da educação inclusiva e a

pessoa com deficiência, sem alcançar o público comum. As considerações

finais mostram que o marketing vai muito além do mercado econômico,

corporativo. Suas estratégias pensam o mercado a partir de uma avaliação de

segmentação e outras premissas para atingir um objetivo maior ou mais

estruturado. Em relação a educação inclusiva, deve-se encontrar meios que

insiram o tema e as pessoas com deficiência na sociedade de forma natural.

As perspectivas são de criar estratégias de marketing para a captação de

recursos, envolvendo segmentos de mercado para que a informação se efetive

num âmbito maior, e a pessoa com deficiência passe a fazer parte da

sociedade como qualquer cidadão.

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METODOLOGIA

O trabalho foi realizado com a utilização da observação de sites de

instituições de ensino que se dizem inclusivas, ou divulgadoras de trabalhos

sobre a inclusão da pessoa com deficiência ou altas habilidades nas escolas e

nas universidades.

Revistas voltadas ao público docente, revistas do mundo dos negócios

corporativos e materiais de comunicação, impressos ou virtuais, também foram

verificados, pois o tema da inclusão, de alguma forma, tem gerado conteúdo

em cada um desses espaços, ainda que seja apenas, inicialmente, para o

cumprimento da pauta politicamente correta.

Os Manuais da Mídia Legal, disponibilizados pela ONG Escola de

Gente, foram essenciais para o entendimento e compilação de diversos

exemplos. Materiais de comunicações ou divulgação que, de alguma forma,

abarcaram o tema da inclusão ou, mesmo, da deficiência.

A internet, as mídias e redes sociais, por sua vez, são cada vez mais

inevitáveis na disponibilização de oportunidades vivas e diárias desse discurso.

Dessa forma, alguns exemplos foram aproveitados daí.

Avaliação, questionamento e proposições de ideias plausíveis, foram

trazidos à tona para que esse trabalho pudesse ser o semeador de ideias

realizáveis.

,

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Educação Inclusiva 09

CAPÍTULO II - O ambiente e o discurso 15

CAPÍTULO III – Um novo paradigma 26

CONCLUSÃO 30

ANEXOS 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 43

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INTRODUÇÃO

A partir da Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, (BRASIL, 1996) o

tema da inclusão das pessoas com deficiência, ou altas habilidades, nas

escolas e universidades, despontou no universo da mídia.

Muito conteúdo pode ser absorvido através dos estudos realizados pela

ONG Escola de Gente, que, através de um trabalho de campo realizado por

alunos de diversas graduações, representantes da ONG e do Ministério

Público, compilou matérias, notas e publicidades para observar e questionar os

paradigmas da diversidade, da deficiência e, principalmente, do preconceito,

embutidos no discurso entranhado em décadas e décadas de

desconhecimento e omissões.

A discussão da inclusão escolar, a partir da obrigatoriedade imposta

pela Lei, concentra-se, na maioria das vezes, nas questões técnicas,

estruturais, arquitetônicas, físicas, das instituições de ensino. Mas quando

algum escândalo surge, a mídia dispõe de alguns segundos ou alguns

milímetros informativos, que logo se perdem no meio da poluição viral que a

tudo anuncia, mas pouco se fixa no cotidiano das pessoas.

Então, como divulgar a inclusão escolar além dos muros das instituições

de ensino, muito mais além das instituições especializadas nas múltiplas

deficiências humanas?

Esse é o propósito deste trabalho. Avaliar o que temos e criar sugestões

para que a inclusão não seja apenas um tema polêmico, mas passe a

constituir o dia-a-dia de forma naturalmente coletiva e, assim, transcenda o

termo “inclusão”, ainda tão polêmico quanto mal utilizado.

CAPÍTULO I

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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

“Somos todos seres humanos perfeitamente imperfeitos.”

Nick Vujicic

Em tempos em que a educação simula uma subida ao pódio das

prioridades políticas, com o slogan “Brasil Pátria Educadora” (BRASIL, 2015)

faz-se urgente falar-se de um tema atual, associado, porém ainda pouco

resolvido na estrutura e na cultura da sociedade.

A educação inclusiva (WERNECK, 1999) entra no cenário a partir da

Declaração de Jomtien (BRASIL, 1990), ratificada pela Declaração de

Salamanca (BRASIL, 1994), entrando em vigor com a Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (BRASIL, 1996) e vem se desdobrando, timidamente,

entre cumprimentos e estudos paralelos com vistas a auxiliar no entendimento

e no estabelecimento de políticas públicas que auxiliem e façam cumprir a lei.

O registro oficial, atual, sobre a educação inclusiva em que se pode

amparar está no Inciso III, da alínea c, do art.4º, título III da Lei Nº 9.394,

atualizada em 2013, pela redação dada com a nova Lei nº 12.796 (BRASIL,

2013), que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional no Brasil,

descrevendo o dever do Estado no sentido de garantir a educação básica

obrigatória e gratuita, na forma de:

“– atendimento educacional especializado gratuito aos

educandos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,

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transversal a todos os níveis, etapas e modalidades (...).”

(BRASIL, 2013).

Ainda, os Arts. 58 a 60, do Capítulo V, da mesma Lei, definem os

termos, o atendimento e a forma em que a educação especial deve ser

realizada:

“Art.58. Entende-se por educação especial, para os

efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar

oferecida (...), para educandos com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades ou superdotação.” (BRASIL, 2013).

1.1 – Um caminho para a evolução

Até um passado bastante recente à memória da geração atual, anos

80/90, as pessoas com algum tipo de deficiência ou ficavam isoladas do

convívio com a sociedade, se abstendo de uma possibilidade de

educação/instrução, ou, de acordo com as possibilidades financeiras de suas

famílias, faziam parte do que foi chamado durante as aulas dadas, muito

apropriadamente pela Professora Mestre Adriana Correa, da AVM, como “Ilhas

de Diferenças”, nas quais os deficientes, visuais ou auditivos, por exemplo,

tinham a possibilidade de se instruírem com métodos devidamente específicos

para as suas deficiências, mas se habilitavam socialmente apenas entre os

seus iguais. Ou seja, continuavam excluídos da sociedade como um todo.

Havia, como ainda o há, instituições específicas para educação de

cegos, o Instituto Benjamim Constant, IBC, fundado em 1854, e o Instituto

acional de Educação de Surdos, INES, fundado em 1856, entre alguns outros.

(MAZZOTTA, ANO). Não podemos tirar o mérito e todo o investimento em

pesquisa e dedicação direcionada que essas instituições promovem há tantos

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anos em benefício daqueles que lhes faltam sentidos ou possibilidades físicas

contextuais ao ser humano.

Mas, é muito fácil observar a possibilidade social que sempre foi

negada aos deficientes por receio ou inabilidade de se trabalhar a inclusão

como uma medida igualitária e de real integração a todos os cidadãos.

“A nossa sociedade não acolhe o diferente. Ela espera

que o diferente se acomode à maioria, não dando ao

diferente a oportunidade dele trazer a sua contribuição

para que a sociedade crescesse com ele naquilo que ele

já alcançou de habilidades.” (DELOU, 2012).

O Poder Público acaba promovendo um exercício invertido, inversão

essa que se dá com a regra estabelecida sem o devido preparo estrutural que,

por sua vez, é imprescindível. Mas o que devemos observar, e nos valer disso,

é que a determinação imposta na forma da Lei abre espaço para muitas

mudanças.

Assim, há que se modificar a sociedade, a arquitetura e, principalmente,

a abordagem. Uma mudança que, após realizada, e se efetiva, terá um

exercício silencioso, pois que terá atingido o seu objetivo maior, o de incluir.

Talvez uma abordagem mais cotidiana possa ajudar a compreender

esse conceito:

“Ser elegante é não parecer que se esforçou para parecer

elegante. Exemplo? Edward, filho mais velho da Rainha

Vitória, era apontado como um dândi, para desespero da

mãe. Mas os nobres ensinamentos da casa real não

foram totalmente desperdiçados porque, certa vez,

quando alguém disse ao príncipe que ele estava muito

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elegante, Edward retrucou: - Se o senhor notou, não

estou.” (REIS, 2015).

1.2 – Das regras à execução possível

Com o estabelecimento da regra da inclusão na Lei, ganha-se, diante

da imposição imediata de execução, a possiblidade de se iniciar uma mudança

de comportamentos e atitudes reais, mesmo que seja necessária e urgente

toda uma manobra para que isso ocorra em todas as suas estruturas, ainda

que não tão imediatamente como seria ideal.

A partir disso, o assunto ganha a mídia, as matérias de jornais, a

discussão popular, e, principalmente, as discussões acadêmicas. E,

poderíamos questionar: Qual o motivador de tanta repercussão? A lei? O

deficiente? Aproveitar-se do tema para explorar o histórico acerca da evolução

e conquistas obtidas? Não: Muito mais para evidenciar o despreparo técnico e

estrutural não planejado previamente à instituição da Lei; a falta de estrutura

física das instituições educacionais; a falta de preparo técnico dos profissionais

educadores – o corpo docente; a falta de hábito, e as intervenções, no convívio

social dos alunos – o corpo discente, e o despreparo dos profissionais de apoio

no convívio e no atendimento a esses novos integrantes, no seu dia a dia.

A questão mesma da deficiência ainda não entra no foco, nesse

momento.

1.3 – Uma breve inversão

Fazem-se alguns movimentos inversos. Estimuladas com a

repercussão do tema nos cenários político e social, algumas instituições

tentam uma inclusão ao contrário, confundindo assim as expressões mais

comuns nesse discurso: inclusão e integração.

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Na matéria avaliada no Manual da Mídia Legal 5, publicado pela

Escola de Gente, pg 40, sobre a Escola para Crianças Surdas Rio Branco, diz-

se que ali “os alunos com esse tipo de deficiência já estão acostumados a

conviver com os ouvintes no mesmo espaço físico e isso facilita o processo de

inclusão”, completando com a fala da coordenadora da instituição, Sabine

Vergamini que “explica que há um trabalho de interação em que os alunos

surdos trocam correspondência e desenvolvem projetos com os ouvintes. ‘O

processo de integração é bem rápido por conta dessa preparação.’”

Fala-se de inclusão e integração no mesmo discurso, sem se dar conta

de que para a inclusão não se propõe “a análise e o julgamento das

diferenças, mas a garantia de sua manifestação em qualquer espaço,

sobretudo na escola, como um valor insubstituível.” (idem, ano).

Quando se integra alguém a um determinado grupo, essa pessoa é

que tem que se adaptar ao ambiente existente. Já a inclusão pressupõe uma

inserção, como temos no dicionário Priberam da Língua Portuguesa: “2.Inserir

num ou fazer parte de um grupo. 3.Abranger, compreender, conter.”

Ou seja, o ambiente é que tem que se adaptar para poder conter a

todos, indistintamente. Assim, e somente assim, efetiva-se a inclusão.

1.4 - O elemento mais frágil a superar

A Lei determina uma ação imediata. A falta de instrução e a falta de

preparo técnico exigem uma mudança de paradigma, emergencial, e ações

que permitam receber, da melhor forma possível, esses novos protagonistas

da história educacional do país.

Mas, quantos estarão preparados?

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Até agora falou-se de estrutura, instituições, legislação, que são, a

princípio, grupos organizados e passíveis de uma remodelação mais técnica,

instrumental, digamos assim. Porém, não se promove uma mudança social

sem a atuação de todos os envolvidos.

E, nesse contexto, existe uma estrutura muito maior, com um grande

poder, força e persuasão, que não podem ser esquecidos: a sociedade

comum.

Em que campo a sociedade se insere na promoção da Educação

Inclusiva? No mesmo campo em que se inserem tantos outros temas similares,

por demais discutidos e polemizados ao longo dos milênios de nossa

existência: no âmbito cultural.

A lei determina regras que devem ser traduzidas em realizações

práticas, com incidências de infrações quando não realizadas e suas devidas

punições, quando detectadas. Mudanças tão palpáveis como as arquitetônicas,

por exemplo. Mas a Lei, por si só, não é capaz de mudar comportamentos. E é

por esta via, a cultural, que esse trabalho se propõe uma atuação mais efetiva

e palpável.

CAPÍTULO II

O AMBIENTE E O DISCURSO

2.1 - O ambiente discursivo

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A regra oficial já seria suficiente para delinear o que, neste momento,

discutimos como sendo a inclusão educacional:

“Art.3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes

princípios: I – igualdade de condições para o acesso e

permanência na escola; II – liberdade de aprender,

ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a

arte, o saber; III – pluralismo de ideias e de concepções

pedagógicas; IV – respeito à liberdade e apreço à

tolerância. (...)” (BRASIL, 1996)

No entanto, o alarme se dá na determinação do atendimento obrigatório

referido na mesma Lei 9.394 (1996), no Título III, Do Direito à Educação e

do Dever de Educar:

“Art.4º O dever do Estado com educação escolar pública

será efetivado mediante a garantia de: (...) III –

atendimento educacional especializado gratuito aos

educandos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,

transversal a todos os níveis, etapas e modalidades,

preferencialmente na rede regular de ensino. (...).”

(BRASIL, 2013)

Não é necessário discutir a gratuidade, pois adiante, na Lei, outros itens

asseguram o acesso ao ensino em qualquer instituição, estabelecendo a

educação, como “dever da família e do estado”, e garantindo que

“Qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação

comunitária, organização sindical, entidade de classe ou

outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério

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Público, (possa) acionar o poder público para exigi-lo.”

(BRASIL, 2013).

O que se grita no meio acadêmico, no entanto, é a falta de estrutura

para exercer a obrigatoriedade da Lei. E, no que diz respeito a isso, a

amplitude é muito maior do que apenas discursar acerca das questões

técnicas, como a adaptação física, arquitetônica, logística e regulamentar, para

se atender à Lei.

Como se preparou, então, a estrutura humana, nesse contexto?

Em relação ao corpo docente: orientação psicológica, orientação e

preparação instrumental para o professor, como a habilitação em Libras

(Língua Brasileira de Sinais), para comunicação com pessoas surdas, por

exemplo.

Na comunidade discente, com os alunos: orientação psicológica,

discussão sobre a didática, práticas pedagógicas de inclusão.

Com as famílias: discussões, entendimentos e aprendizado mútuo.

Muito pouco se fez no início. E agora, como se poderia dizer no discurso

popular, “trocando o pneu com o carro andando”, as adaptações estão

acontecendo sob a força das circunstâncias.

Mas, ainda falando na estrutura humana que é essencial a esse

contexto, e principal objeto desse trabalho: e a comunidade comum, o público

em geral? Em que âmbito está participando dessa discussão? Ou podemos

dizer, dessa inclusão?

Alguns representantes da sociedade, digamos, comunicacional,

começaram um movimento que alimenta a discussão. Com notícias, na grande

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maioria das vezes, negativas, acendem uma discussão positiva e de peso no

mundo das Redes Sociais e, discretamente, na imprensa.

O senador Romário Faria tem se manifestado de modo contundente em

favor da inclusão e reporta em suas Redes Sociais diversas matérias e

assuntos ligados às pessoas com deficiência (ROMÁRIO, 2015). O jornalista

Anselmo Gois, por sua vez, publicou uma nota em sua coluna Gois de Papel,

do Jornal O Globo, em 18 de novembro de 2015, repudiando a atitude do

Colégio CEL que incluiu em seu contrato de matrícula, para assinatura dos

pais, o item: “Declaro que o aluno não é portador de qualquer necessidade

especial, e, ainda, que fui informado que a escola não trabalha com

necessidades especiais”.

Diz o Art.8 da Lei Nº7.853 de

1989: “(...) Constitui crime punível

com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)

anos e multa. Em seu inciso 1º, detalha e reitera: recusar, cobrar valores

adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno

em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado,

em razão de sua deficiência.”

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As instituições têm ciência da Lei de Inclusão, mas, ao invés de se

instrumentalizarem em favor dela, gastam tempo, energia e risco tentando se

proteger contra a regra oficial.

Na cartilha Mídia e Deficiência (Fundação Banco do Brasil, 2003) temos

os seis quesitos básicos para que se tenha uma sociedade acessível:

acessibilidade arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental,

programática e atitudinal. Barreiras ratificadas pela recente Lei Brasileira de

Inclusão (BRASIL, 2015)

Com a discussão passando às Redes Sociais e à Imprensa, iniciamos

um tímido envolvimento da sociedade comum, do público em geral. Mas ainda

não é o suficiente. O assunto ainda se mostra muito restrito aos interessados

ou envolvidos nos temas deficiência e inclusão. Romário Faria, por exemplo,

iniciou o seu discurso e divulgação a partir de uma vivência própria: sua filha

Ivy (2005) nasceu com Síndrome de Down. E desde então, nunca se furtou em

declarar: “Ivy veio ao mundo com uma responsabilidade enorme, mudar o

Romário”. Assim, passou a fazer diversas postagens e inserir projetos políticos

voltados para a inclusão ou à deficiência.

Em sua página no Facebook, Romário comenta sobre o texto polêmico

da jornalista Silvia Pilz, de O Globo, que em dado momento diz: "Chegamos

em Salamanca e nos deparamos com um enxame de crianças com síndrome

de Down circulando pelas ruas. Parecia um pesadelo, mas era só um grupo de

crianças especiais conhecendo a cidade." O título de sua postagem acende a

polêmica: “Uma criança Down te causa desconforto?” Tendo o senador mais

de 2 milhões de seguidores no Facebook, pode-se considerar expressivo o

alcance da mensagem, mas deve-se descontar daí o fluxo da Linha do Tempo

da página de cada um de seus seguidores. Pois a visibilidade de uma

publicação no Facebook vai depender das prioridades e de outros fatores de

interação do usuário.

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Uma instituição que desde 2002 faz um trabalho intenso voltado para a

acessibilidade e sustentabilidade é a ONG Escola de Gente – comunicação em

inclusão. Através dela, a jornalista e fundadora da ONG, Cláudia Werneck, que

atua desde 1992 nesse cenário, realiza diversas ações em prol da inclusão.

Um de seus trabalhos foi uma das inspirações para esse projeto: através de

um grupo de 15 universitários de disciplinas como ciências sociais,

comunicação e direito, foram realizados encontros e discussões a partir dos

quais foram constituídos os Manuais da Mídia Legal. São seis exemplares que

versam sobre diversos aspectos da inclusão, passando pela discriminação,

pelas políticas de inclusão e, principalmente, pela comunicação pela inclusão.

Na maioria deles, a equipe utiliza exemplos de matérias jornalísticas e

publicidades para avaliarem os meios e as formas de se comunicar a

deficiência e o preconceito.

Num deles, o Manual da Mídia Legal nº1, apresenta-se uma matéria de

capa, da Revista Exame, com o título “Por que os economistas erram tanto?”.

A foto que ilustra a chamada é a de um cego caminhando com seu cão-guia.

Na sequência seguem três avaliações acerca da publicação: comentários

rápidos de cinco estudantes do grupo dos Universitários pela Inclusão, um

comentário da Escola de Gente e um do Ministério Público. Cada um deles

avalia sob o seu ponto de vista as implicações que essa publicação traz no

imaginário coletivo.

Logo de início a estudante Flávia, de jornalismo, infere:

“A foto, junto ao título ‘por que os economistas erram

tanto? ’, estigmatiza e discrimina a pessoa cega e dá ideia

de que ela erra muito. Trata-se da reprodução de uma

visão preconceituosa.” (ESCOLA DE GENTE, 2002)

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A Escola de Gente se pronuncia dizendo que talvez hoje essa capa não

se repetisse. A matéria é de 1998, estamos em 2015. Um misto de casos

isolados de polêmicas a respeito do tema, e de conscientização a partir de

uma certa pressão social, talvez sejam os motivos dessa afirmação. Pois,

como diz Cláudia Werneck,

“A mídia brasileira tem se conscientizado de que pessoas

com deficiência não são sempre vítimas. Mas está

lentamente entendendo que também não são,

obrigatoriamente, heróis.” (ESCOLA DE GENTE, 2002).

No Manual da Mídia Legal nº4 - Comunicadores pelas políticas de

inclusão, apresenta-se uma publicidade da companhia CPFL Energia,

divulgando o seu Programa Diversidade, em que informa a possibilidade de

contratação de pessoas com deficiência (ESCOLA DE GENTE, 2005).

No material encerram-se várias questões a problematizar: I - não fica

claro se essa disponibilidade de contratação de pessoas com deficiência cuida

apenas do cumprimento da Lei, na cota obrigatória; II - nas palavras do

estudante de Direito Renan B. Kalil, evidencia-se um paradoxo, pois na peça

publicitária a CPFL diz que “sempre acreditou na igualdade de oportunidades”,

mas, para isso, tiveram que criar um programa diferente, destinado a pessoas

com deficiência (...); III - talvez a informação mais relevante, porém

imperceptível, e, por isso mesmo, comentada em apenas uma das avaliações,

esteja na imagem gráfica, pois a foto que ilustra uma das peças mostra uma

pessoa cega caminhando com bengala e, na outra, uma pessoa com duas

bengalas de axila. No entanto, toda a peça publicitária é escura, com uma

vinheta esfumaçada em que se coloca o foco de luz no rosto das pessoas,

escurecendo-se o restante da imagem, ou seja, a deficiência fica

discretamente oculta na comunicação.

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Os Manuais da Mídia Legal contêm diversos outros exemplos, bastante

conteúdo acerca da inclusão, suas leis e as formas corretas de se falar das

deficiências ou das pessoas com deficiência. Mas, infelizmente, também é um

conteúdo que circula basicamente no meio dos grupos que discutem a inclusão

ou o preconceito. E, ainda, assim, num grupo bastante restrito. Não alcança a

grande mídia, tampouco as universidades ou as próprias escolas, que é onde a

cultura precisa germinar. Muito menos o público comum.

2.2 – A inclusão

Vamos, então, ao discurso e ao termo. O que é a inclusão, enfim?

A discussão é complexa, contraditória e, por tudo isso, ainda não está

inserida no contexto da sociedade.

Um modelo simples de representação tem circulado pelas Redes

Sociais, ilustrando a diferença entre exclusão, segregação, integração e

inclusão (FOLHA SOCIAL, 2014)

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No livro Ciladas da Diferença, Antônio Flávio Pierucci abre um caminho

para a discussão acerca da diferença e da igualdade. Aborda a questão

através da sociologia, da política, das diferenças de classe, sublinhando o

preconceito que ronda diferentes épocas e culturas (PIERUCCI, 2013).

Pierucci confronta a sua pesquisa, realizada em 1986/1987, em bairros

de classe média baixa de São Paulo, com o “(...) retrato do conservador inglês

da década de 40” e demonstra como diversos princípios preconceituosos e

racistas são tão fortes que atravessam décadas e classes sociais. Ao observar-

se, ainda, a “enorme distância sociocultural que existe entre as populações

urbanas da Inglaterra e do Brasil”, a similaridade e a permanência dos termos

apontados surpreende assustadoramente:

“As pessoas não brancas são inferiores. A miscigenação

deve ser desencorajada. As mulheres não são iguais aos

homens em inteligência. Nem todos os seres humanos

nascem com as mesmas potencialidades. Pessoas com

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graves defeitos hereditários deveriam ser

compulsoriamente esterilizadas” – são algumas das

frases do estudo. (PIERUCCI, 2013)

Vale revisitar sua abordagem, retratada em diversos trabalhos

acadêmicos (SANTIAGO e AKKARI, 2014; COLLI, 2015), pois a luta pelos

direitos dos negros, das mulheres, dos homossexuais, entre outros, “legitima

que a diferença seja enfocada e as distâncias alargadas” (PIERUCCI, 2013).

Busca-se a igualdade apontando a diferença e o risco é o de se congelar a

discussão na “oposição binária igualdade-versus-diferença e em qualquer

oposição simples” (PIERUCCI, 2013).

Aí se volta ao conceito de “ilhas de diferenças” (CORREIA, 2014),

descrito no início deste trabalho, melhor retratado em Travessias, por M.

Cristina M. Kupfer, quando esta se refere às “Ilhas de Inteligência” dos ateliês

da Pré-escola Terapêutica Lugar de Vida. Com o objetivo de mudar a ordem

das coisas, constituiu-se o Grupo Ponte que, através de um trabalho conjunto

de diversos profissionais voltados para o humano em suas múltiplas

singularidades, e, na contramão desses pré-conceitos institucionalizados,

“acompanha a inclusão de crianças e jovens atendidas no Lugar de Vida em

escolas regulares da cidade de São Paulo” (PATTO, 2014), para que, assim,

através do contato com o Outro, lhes seja permitido se estruturar como sujeito.

(KUPFER, 2005).

O trabalho do Grupo Ponte vai além: junto com o Lugar de Vida,

envolve corpo docente, famílias e alunos num processo que só se realiza no

momento em que seja possível constatar que “o aluno deixa de ser aluno do

professor e passa a ser aluno da escola” (COLLI, 2005). É quando podemos

começar a falar da inclusão propriamente dita.

“(...) se a escola como um todo não for capaz de se

envolver e assumir para si a responsabilidade pela

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escolarização desses alunos, o processo de inclusão não

se efetiva.” (MITSUMORI e AMÂNCIO, 2005)

Seria muito diferente ao se transferir esse mesmo conceito para a

sociedade em geral? Afinal, essa é a proposta.

2.3 – O discurso inclusivo

Para tentarmos um pretexto para falarmos em divulgação, publicidade,

marketing e cultura, podemos ilustrar os tempos atuais do discurso com uma

referência atemporal: o escritor José Saramago (1922-2010). Em entrevista ao

Jornal O Globo (2009), ao ser questionado sobre as Redes Sociais, é sucinto:

“O GLOBO: O senhor acompanha o fenômeno do

Twitter? Acredita que a concisão de se expressar em 140

caracteres tem algum valor? Já pensou em abrir uma

conta no site? SARAMAGO: Nem sequer é para mim uma

tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo

que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo

como forma de comunicação. De degrau em degrau,

vamos descendo até o grunhido.” (DIARIO DIGITAL,

2009)

Como falar na e da deficiência num mundo já tão monossilábico, como o

saudoso escritor diz? O erro é certo, os tropeços, alguns vêm na tentativa de

se acertar. Para quem já é do meio educacional inclusivo, Romeu Kazumi

Sassaki é referência. Entre tantos estudos acerca do tema, em publicação da

Cartilha Mídia e Deficiência, publicada pela Fundação Banco do Brasil (2003),

ele desfila uma série de expressões historicamente utilizadas para descrever

ou falar sobre a deficiência.

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Através de uma sistemática revisão de conceitos, nos ajuda a repensar

os termos com uma coerência quase óbvia, que o preconceito ou, até mesmo,

o assistencialismo (BRAGA, 2005), como caminho mais curto, insistia em não

reparar.

“Fulano é portador de deficiência visual”, “criança excepcional”, “surdo-

mudo”, “inválido”, “vítima de pólio”, são alguns dos termos revisitados por

Sassaki, que reitera: “(...) Na linguagem se expressa voluntária ou

involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com

deficiência. (...)”. E, assim, nos faz refletir a partir de alternativas como:

“(...) 3. “apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno”. Na

frase (acima) há um preconceito embutido: ‘A pessoa

deficiente não pode ser um ótimo aluno’. Frase Correta:

“Ele tem deficiência e é um ótimo aluno”. (...) 11.

deficientes físicos. Termo correto: pessoas com

deficiência; (...) 21. “ela foi vítima da pólio” A palavra

vítima provoca sentimento de piedade. Termo correto:

pólio, poliomielite e paralisia infantil. Frase Correta: “ela

teve pólio”. 47. portador de deficiência. Termo Correto:

pessoa com deficiência. (...)” (SASSAKI, 2003)

O preconceito vem do olhar equivocado do outro que não consegue

deslocar o olhar de si mesmo. Em Ciladas da Diferença, Pierucci, reforça a

questão: “O racista vê o mundo dos humanos sob a ótica privilegiada da

diferença, melhor dizendo, pondo em foco a diferença” (PIERUCCI, 2013).

Então, se através da cultura é possível juntar as pessoas com um

objetivo comum, já temos munição para, pelo menos, começarmos a falar de

modo mais assertivo.

CAPÍTULO III

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UM NOVO PARADIGMA

Em que medida o marketing poderia, então, atuar em favor da inclusão

escolar? Ampliando-se o contexto, e relembrando Fernando Colli (COLLI,

2015) quando diz: “(...) quando o aluno deixa de ser aluno do professor e

passa a ser aluno da escola (...)”, podemos chegar à sociedade comum e

realizar a inclusão das pessoas com deficiência como o elegante príncipe

Edward, em seus melhores dias (O GLOBO, 2015), sem ser notado, porém,

não desprezado.

O marketing existe desde a Roma antiga. A expressão, oriunda do

termo mercari, em latim, no sentido de “comércio”, “mercado”, “trocas”,

estabeleceu-se como estratégia em torno de 1940, nos Estados Unidos, berço

do capitalismo, quando, saindo da era da produção - em que tudo o que era

produzido, era vendido, introduz a era das vendas, em que se começa a

trabalhar o escoamento dos excedentes - agora gerados a partir da

industrialização, começando a desenhar novos mercados.

Com a especialização, o marketing passou a atuar em diversas frentes:

social, política, religião, cultura, esportes, etc. E hoje, na era digital, em que o

termo “viralização” exerce, para o bem ou para o mal, a difusão de informações

muitas vezes partidas, incompletas, disseminadas globalmente, não deixa de

ser uma estratégia de comunicação com um poder de alcance cada vez maior.

Principalmente se bem direcionada.

“(...) epidemias sociais. Casos em que produtos, ideias e

comportamentos difundem-se entre uma população.

Começam com um pequeno grupo de indivíduos ou

organizam-se e se espalham, com frequência de uma

pessoa para outra, quase como um vírus. (...)” (BERGER,

2014)

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A estratégia se especializa através de segmentações cada vez mais

específicas, com base nas necessidades e desejos do consumidor,

acompanhando as mudanças do mercado e, cada vez mais, introduzindo esse

consumidor no processo de criação – co-criação de valor.

O “Mix de Marketing”, estruturado na definição dos 4 P’s: produto,

preço, praça e promoção (KOTLER, 2012), não atende mais apenas a uma

relação de venda e lucro. Trabalha a segmentação no que ela tem de mais

específico, seja no campo dos produtos ou dos serviços, estruturando

posicionamentos de marcas, de empresas ou de instituições.

Como falar com um consumidor cada vez mais individualizado? A

constituição de família, que até os anos 90 era tradicionalmente formada pelo

pai, a mãe e dois ou três filhos, hoje apresenta variações e necessidades que

permitem a uma empresa ter diversas marcas para um mesmo produto. Ou faz

com que a estratégia de canal (meios de vendas, distribuição, entregas) tenha

que ser analisada em suas diversas possibilidades e custos.

Através de um bem estruturado Plano de Marketing (KOTLER, 2012)

desenha-se a direção e a estratégia de captação de recursos de instituições

filantrópicas que têm por princípio ajudar, e, não vender. Sua linha de

comunicação precisa ser coerente com o posicionamento, a segmentação, a

distribuição, a imagem de marca. É um estar no mundo cada vez mais

individualizado, com acesso multifuncional e global.

Nesse sentido, quem dita as regras? O cliente. A quem se dá a voz?

Ao cliente. Então, como realizar a inclusão (do deficiente) na escola, sem que

ele esteja inserido no contexto da sociedade, apesar de toda a sua

individualização?

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Há que se escutar o deficiente, permitindo que ele próprio seja o ator

social de suas próprias causas; como sujeito que se reconhece no outro que,

por sua vez, se espelha nele também. Deixar de falar em seu lugar, utilizar as

expressões corretas que lhe permitam encontrar o seu lugar no mundo.

Desestigmatizá-lo em movimentos que impeçam o preconceito velado,

como na campanha do próprio Ministério da Cultura, que, ao anunciar os

resultados do Enem de 2015, veiculou um comercial, na TV aberta e nas

Redes Sociais, ilustrando a presença do deficiente e do negro, exercendo

sobre eles uma supervalorização em comparação com o branco, que chega

atrasado e não consegue fazer a prova (BRASIL, 2015). Há aí, também, uma

inversão tão desnecessária quanto preconceituosa, porém, subliminar: não o

faz de coitado, mas de herói, diferenciando-o, da mesma forma, dos demais.

Em dado momento, o vídeo apresenta em locução e vídeo:

“(...) foram mais de 50 mil candidatos com algum tipo de

deficiência ou condição especial, como o Gilliarde, que

chegou cedo e fez a prova numa boa. Ao contrário do

Maurício que (...)”.(BRASIL, 2015)

Atente para alguns fatos: no vídeo, o aluno Gilliarde (deficiente)

aparece, ao mesmo tempo em que uma aluna negra senta logo ao seu lado,

na comparação com o aluno Maurício (branco), que chega atrasado e não

consegue fazer a prova.

Ainda não é ao deficiente que lhe é permitido definir o seu lugar no

mundo. São vozes externas que falam por ele e determinam o que acham

melhor, na verdade, muito ainda, se defendendo do preconceito, em lugar de o

eliminando.

Em uma bem estruturada estratégia de marketing é possível definir as

melhores práticas, com assertividade, definir a segmentação a ser atingida;

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calcular, através de pesquisas de campo, os conceitos e os pré-conceitos que

deverão ser trabalhados; determinar os meios de divulgação, os métodos de

captação de recursos, de modo que seja possível inserir o deficiente no

universo cultural da sociedade e, assim, fazer com que ele passe a fazer parte

do contexto, “restituindo-lhe a posição de sujeito”. (BRAGA, 2005). Fazer com

que a pessoa deficiente participe do processo de criação e de estruturação

dessa comunicação e da estratégia, será fator fundamental.

Não mais falar por ele, falar com ele, no mundo.

CONCLUSÃO

A observação do comportamento humano não é complexa, se a

realizarmos com critério. Ela se retrata no cotidiano que é cada vez mais

acessível e transparente. Através das exposições nas Redes Sociais, nos

programas de competições ao vivo, como os Reallity Shows, nas

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manifestações culturais, e nas diversas formas de exposição que se renovam a

cada ano, e, não mais, em décadas.

Neste trabalho, abordou-se o tema da inclusão escolar, que envolve,

em muitos sentidos, o comportamento humano, nas atitudes, no discurso e na

sua exposição.

O preconceito, diversas vezes retratado através do discurso

equivocado, se reflete na educação inclusiva e no tema inclusão como um

todo, impedindo o acesso da pessoa deficiente à escola, segregando o

deficiente no ambiente social e, principalmente, não lhe dando voz.

Os conteúdos literários ou ações relativas à inclusão dificilmente

alcançam o público comum, contribuindo para a manutenção de uma falsa

proteção social que discrimina o deficiente, não o acolhendo em suas diversas

possibilidades. Entre alguns exemplos, temos leis que não são cumpridas e,

mais ainda, boicotadas no desconhecimento da sociedade.

O Marketing pode nos dar os critérios e as estratégias para que

possamos modificar esse status quo. Trabalhar o discurso, incluir,

efetivamente, a pessoa deficiente na comunicação e, portanto, no ambiente

social, participando dele como qualquer cidadão.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Romário Faria, Facebook;

Anexo 2 >> Coluna Gois de Papel;

Anexo 3 >> Mídia e Deficiência;

Anexo 4 >> Manual da Mídia Legal 1: páginas 40 e 41;

Anexo 5 >> Manual da Mídia Legal 4: páginas 60 e 65.

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ANEXO 1 Romário Faria

Página curtida · 5 de fevereiro de 2015 ·

Quem aí é igual? O que é ser perfeito? O que nos torna diferente do outro?

Essas perguntas podem ter muitas respostas. Eu tenho seis filhos, para mim,

todos eles são diferentes: cor, altura, personalidade, deficiência... mas todos

são igualmente perfeitos.

Faço esta reflexão porque, nos últimos dias, recebi uma avalanche de

mensagens com alertas sobre a jornalista Silvia Pilz, do O Globo, que escreve

textos altamente preconceituosos sobre pessoas com deficiência, negros e

pobres.

Em um dos textos, intitulado "Cacoete", ela escreveu:

"Chegamos em Salamanca e nos deparamos com um enxame de crianças

com síndrome de Down circulando pelas ruas. Parecia um pesadelo, mas era

só um grupo de crianças especiais conhecendo a cidade."

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E continua, após alguns parágrafos:

"Será que o enxame de crianças com síndrome de Down ainda está por aqui?

Eles devem ter alguma coisa para nos ensinar. Vejo sempre relatos de pais

emocionados, como se fossem abençoados. Deus, como temos dificuldade em

assumir fardos!"

Peço desculpas por fazer vocês lerem isso. Talvez, assim como eu, já estejam

sentindo um embrulho no estômago. Mas acreditem, ela não parou por aí. E

disse em outro texto:

“Todo mundo quer ser branco e ter olhos claros. Negras alisam cabelos, pais e

mães, quando resolvem adotar bebês, vão pro Sul do país. Se bem que os

mini-afrodescendentes estão em alta. Simbolizam o "eu não tenho

preconceito", porque o que acontece em Hollywood, depois de um tempinho,

acontece aqui. Parece uma espécie de campanha na qual quem adotar o mais

feio garante seu lugar no céu”.

Em outro trecho ela afirma que “gostaria de voltar pro mundo onde anões eram

chamados de anões e não de pessoas verticalmente prejudicadas”.

Talvez aí esteja o cerne do problema da jornalista. Ela vive em um tempo que

não lhe cabe mais. Prova disso foi a avalanche de protestos contra suas

palavras. Já vivemos um tempo em que pessoas eram escravizadas pela cor

da pele, por disputas territoriais ou guerras. Neste mesmo tempo, crianças

nascidas com deficiência não tinham vez, eram abandonadas, doadas,

escondidas. Anões (sim, eles continuam sendo chamados assim) eram

expostos em feiras de bizarrices. E tudo isso era considerado normal. Este

tempo passou. Não de uma hora para outra, mas à medida que a consciência

das pessoas despertou para a diversidade do nosso mundo. À medida que o

alcance e a velocidade da nossa comunicação se ampliaram para muito além

das fronteiras. À medida que muitas pessoas gritaram e se ergueram contra as

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injustiças.

Vejo este grito por mudança se erguendo novamente. Agora contra pessoas

que pensam como você, que acham que existem pessoas perfeitas e outras

consideradas "fardos". Assim como acha que todos querem ser brancos de

olhos claros. Ou mesmo que se assustam com um anão ou sentem

desconforto na presença de crianças com síndrome de Down. Você realmente

vive no tempo errado, no meu tempo, 45 milhões de brasileiros têm algum tipo

de deficiência. Algo como 24% da população. Estranho mesmo é não enxergar

essas pessoas à sua volta, a ponto de, quando vê-las, sentir desconforto. Mas

suas palavras são apenas tolices de uma pessoa com uma visão de mundo

bastante limitada. Sou a favor da liberdade de expressão, mas lamento um

veículo como o jornal O Globo dispor de valioso espaço para um jornalista

ofender cidadãos brasileiros.

Fica aqui o meu repúdio.

Disponível em: <https://www.facebook.com/romariodesouzafaria/photos/pb.

111949165566730.-2207520000.1455392541./771675519594088/?type=

3&theater> . Acesso em: 05/fev/2015

ANEXO 2

O GLOBO. COLUNA GOIS DE PAPEL. CEL registra no contrato de matrícula

que não aceita alunos especiais. Disponível em:

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<http://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/cel-registra-no-contrato-de-

matricula-que-nao-aceita-alunos-especiais.html> . Acesso em: 18/out/2015

CEL registra no contrato de matrícula que não aceita alunos especiais

POR ANCELMO GOIS

18/11/2015 06:30

No novo contrato de matrícula do colégio CEL, no Rio, os pais dos alunos têm que

assinar um documento que, entre os itens, diz assim: “Declaro que o aluno não é

portador de qualquer necessidade especial, e, ainda, que fui informado que a escola não

trabalha com necessidades especiais.”

ANEXO 3

MÍDIA E DEFICIÊNCIA / Veet Vivarta, coordenação. – Brasília: Andi ;

Fundação Banco do Brasil, 2003.

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Segundo o consultor em inclusão Romeu Kazumi Sassaki, para dizer que uma

sociedade está acessível é preciso verificar sua adequação de acordo com

seis quesitos básicos:

• Acessibilidade arquitetônica: não há barreiras ambientais físicas nas casas,

nos edifícios, nos espaços ou equipamentos urbanos e nos meios de

transporte individuais ou coletivos.

• Acessibilidade comunicacional: não há barreiras na comunicação

interpessoal (face-a-face, língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta,

apostila, incluindo textos em braile, uso do computador portátil) e virtual

(acessibilidade digital).

• Acessibilidade metodológica: não há barreiras nos métodos e técnicas de

estudo (escolar), de trabalho (profissional), de ação comunitária (social,

cultural, artística etc) e de educação dos filhos (familiar).

• Acessibilidade instrumental: não há barreiras nos instrumentos, utensílios e

ferramentas de estudo (escolar), de trabalho (profissional) e de lazer ou

recreação (comunitária, turística ou esportiva).

• Acessibilidade programática: não há barreiras invisíveis embutidas em

políticas públicas (leis, decretos, portarias) e normas ou regulamentos

(institucionais, empresariais etc).

• Acessibilidade atitudinal: não há preconceitos, estigmas, estereótipos e

discriminações.

ANEXO 4

MANUAL DA MÍDIA LEGAL, 1: jornalistas e publicitários mais qualificados para

abordar o tema inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. páginas 40

e 41. Rio de Janeiro: WVA, 2002.

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Revista Exame (capa), abril de 1998, nº659. Por que os economistas erram

tanto?

Avaliação dos universitários, Agentes da

Inclusão, da Escola de Gente:

ANEXO 5

MANUAL DA MÍDIA LEGAL, 4: comunicadores pelas políticas de

inclusão/Escola de Gente. páginas 60 a 65. Rio de Janeiro: WVA, 2005.

Anúncio da empresa CPFL energia. Revista Veja, edição 1918, ano 38, nº33

Outdoor – São Paulo

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Título do anúncio: Na hora de contratar alguém, a gente enxerga a vontade de

trabalhar.

Subtítulo: Programa diversidade CPFL. A CPFL dando força para a pessoa

com deficiência trabalhar.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Brasília: Casa Civil. 1996. Disponível no site http://www.planalto.gov.br/CCIVIL

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BRASIL. Lei Nº 7853/89. Brasília: Casa Civil. 1996. Disponível no site

http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L7853.htm . Acesso em: 27/fev/2016

BRASIL. Dilma toma posse e anuncia lema do novo governo: “Brasil, Pátria

Educadora”. Portal Brasil. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/governo/

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BRASIL. Ministério da Educação. Enem 2015. Disponível em: https://

www.youtube.com/watch?v=1h2VdNsz9Uo . Acesso: 30/dez/2015.

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COLLI, Fernando Anthero Galvão. Organizador. Travessias inclusão escolar: a

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DELOU, Cristina. Altas Habilidades. Canal Saúde. Fiocruz. 2012. Disponível no

site www.canal.fiocruz.br/video/index.php ?v=altas-habilidades. Acesso em

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DIÁRIO DIGITAL. Saramago: “De degrau em degrau, vamos descer até o

grunhido”. Disponível em:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=401100

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FARIA, Romário. O que a Síndrome de Down me ensinou sobre a vida.

Publicado em 20/03/2015. Blog. Brasil Post. Atualizado em 20/05/2015.

Disponível em: http://www.brasilpost.com.br/romario-faria/o-que-a-sindrome-de-

down-me-ensinou_b_6912898.html. Acesso em 20/fev/2015

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FARIA, Romário. Uma criança Down também te causa desconforto? Publicado

em 27/04/2015. Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/

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FOLHA SOCIAL. Disponível em https://www.facebook.com/folhasocial. Acesso

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GOIS, Ancelmo. CEL registra no contrato de matrícula que não aceita alunos

especiais. Coluna Gois de Papel. O Globo. Disponível em: http://blogs.oglobo.

globo.com/ancelmo/post/cel-registra-no-contrato-de-matricula-que-nao-aceita-

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2015. Disponível em: http://www.periodicos.proped.pro.br/index.php/

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WERNECK, Cláudia. Quem cabe no seu todos? WVA Editora: Rio de Janeiro,

1999.

ÍNDICE

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FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 09

1.1 – Um caminho para a evolução 10

1.2 – Das regras à execução possível 12

1.3 – Uma breve inversão 12

1.4 – O elemento mais frágil a superar 13

CAPÍTULO II

O AMBIENTE E O DISCURSO 15

2.1 – O ambiente inclusivo 15

2.2 – A inclusão 21

2.3 – O discurso inclusivo 24

CAPÍTULO III

UM NOVO PARADIGMA 26

CONCLUSÃO 30

ANEXOS 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 40

ÍNDICE 43