Doença inflamatória e infecciosa do urotélio
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DOENÇA INFLAMATÓRIA E INFECCIOSA DO UROTÉLIO
RESIDÊNCIA MÉDICA - RADIOLOGIA HUSM
R1-HERCULES-ABRIL-2014
CAPITULO 12 SÉRIE CBR - URINÁRIO
PIELITE OU PIELOUTERITE
Representa o estágio inicial da infecção do trato urinário que tem origem por via ascendente , ou seja , refluxiva.
Manifesta-se por um espessamento das paredes das vias coletoras e /ou do ureter de aspecto liso , difuso e impregnável por contraste.
PIELITE OU PIELOURETERITE
O achado de espessamento mural liso associado a impregnação por contraste da mucosa com preservação do plano gorduroso adjacente sugere processo inflamatório.
Nas circunstâncias em que o espessamento mural liso, impregnável por contraste, estiver associado a obliteração do plano gorduroso peripiélico regional , devemos pensar em lesão neoplásica.
Carcinoma das vias excretoras – espessamento de parede de pelve direita com especulações densas em direção à gordura peripiélica.
PIELOURETERITE CÍSTICA
Condição benigna que se caracteriza por transformação cística dos ninhos epiteliais de Brunn.
Essa transformação causa o aparecimento de numerosos e diminutos cistos revestidos por células epiteliais no sistema pielocalicinal.
Geralmente unilateral, mais comum em mulheres e relacionada com a inflamação e infecção urinária crônica inespecífica.
Inúmeras falhas de enchimento em todo o sistemapielocalicinal. As falhas de enchimento tem contorno liso e não causam ectasia ou obstrução do lúmen ureteral
Uro – TC , fase excretora, demonstrando pequenas falhas de enchimento submucosas
PIELITE ENFISEMATOSA
Condição associada à infecção do trato urinário por germe produtor de gás e caracteriza-se pela presença de gás apenas no interior do sistema coletor.
Deve ser distinta da pielonefrite enfisematosa , muito mais grave.
Tem bom prognóstico com resolução total após tto.
Ocasionalmente associada com cistite enfisematosa.
O rx tem S de 30%
PIELITE ENFISEMATOSA - US
Ao US aparece como o acúmulo de ecos de alta amplitude e margem anterior achatada ocupando o interior do sistema pielocalicinal.
Frequentemente associa-se com sombra acústica “suja” e reverberação acústica. Nesse caso a TC deve ser sempre realizada para afastar concomitância de pielonefrite enfisematosa ou da doença calculosa.
Presença de acúmulos de ecos de alta amplitude (setas) esparsamente distribuídas no seio renal e representativos de pequenas coleções gasosas no interior das vias coletoras
TC s/ contraste demonstrando pequena quantidade de gás nas vias coletoras
CISTITE ENFISEMATOSA
Mais comum em mulheres e diabéticos.
Sintomas de cistite e ocasionalmente pode haver pneumatúria .
Geralmente causado por e. coli .
A- linha ecogênica anterior com sombra suja. B- radiografia com gás. C- ar introduzido por cistoscopia aparece como foco hiperecogênico em suspensão. D- fístula enterovesical (seta)
PIONEFROSE
Resulta da infecção do rim hidronefrótico e é frequentemente causada por cálculos obstrutivos.
Quadro clínico infeccioso e toxêmico .
O termo piocálice é usado quando somente um cálice é afetado.
O US mostra um variado grau de dilatação do sistema pielocalicinal, contendo debris ecogênicos e níveis liquido-líquido no interior.
Pionefrose toxemiada em paciente diabética. A- US – hidronefrose do rim esq com material ecogênico no interior da pelve renal ectasiada. B-Punção por US.
PIONEFROSE - TC
A TC demonstra espessamento da parede da pelve renal (>2mm) impregnável por contraste, dilatação e obstrução do sistema coletor , aumento da densidade do fluido no interior do sistema coletor
Na fase tardia há delineamento do material de contraste acuna e anterior ao fluido purulento.
Os valores de atenuação do fluído infectado variam de 20 a 30 UH.
A- Dilatação piélica , com conteúdo moderadamente denso e componente gasoso.
PIELOURETERITE TUBERCULOSA
Geralmente o compremetimento ureteral por tuberculose é quase sempre secundário ao comprometimento renal .
A formação de granuloma no epitélio de transição do ureter causa fibrose , que acarreta encurtamento e estreitamento da luz ureteral associada a calcificações murais .
Classicamente a tuberculose tem preferência por acometer as áreas de estreitamento do trato urinário como a junção ureteropiélica (JUP) , o ureter distal e a ureterovesical (JUV).
Urografia excretora mostra sinais de pielonefrite e pielouterite tuberculosa caracterizadas por áreas de estreitamento e rigidez fibróticos comprometendo os infundíbulos calicinais e a junção pieloureteral.
CISTITE BACTERIANA AGUDA
Exames de imagem devem ser solicitados em pacientes com tratamento refratário .
Manifesta-se como discreto espessamento mural que pode com impregnação anômala da mucosa que pode ser focal ou difusa.
A diferenciação entre cistite e neoplasia vesical é quase sempre possível porque a neoplasia aparece usualmente como uma pequena massa intraluminal ou espessamento mural assimétrico . Raramente o CA vesical pode se apresentar por espessamento difuso e simétrico.
A- Radiografia localizada da pelve demonstrando espessamento nodular da submucosa no nível do teto vesical. B- US com coleção fluídica com debris no seu interior adjacente à serosa vesical e sinais de espessamento mural do teto vesical .
Reconstrução em plano coronal demonstra peridiverticulite como causa de cistite secundária
CISTITE CÍSTICA(bolhosa) E CISTITE GLANDULAR
Dças inflamatórias crônicas secundárias a um processo irritativo crônico que causa metaplasia do urotélio.
Metaplasia intestinal e cística.
Cistite cística glandular está associada a obstrução infravesical , frequente em pacientes com lipomatose pélvica . As queixas vesicais é que proporcionam o achado radiológico desta doença.
Cistite glandular pode se manifestar por formações polipoides principalmente no trígono e colo vesical simulando CA urotelial.
Deformidade vesical devido à proliferação de gordura na cavidade pélvica(lipomatose pélvica)
Bexiga com paredes espessas e nodulação sólida com contornos irregulares na região do trígono
CISTITE TUBERCULOSA
O sistema genitourinário é acometido em 20% dos casos de doença extra-pulmonar.
Causada pelo Mcb tuberculosis ou após tto de neoplasia urotelial com Bacillus Calmette-Guérin.
Considerar em pacientes com piúria estéril e imunodeprimidos.
Cistite tuberculosa - bexiga contraída com paredes espessadas e RVU
CISTITE ACTÍNICA
Pode ser secundária a quimioterapia local ou sistêmica.
Na fase aguda a parede da bexiga apresenta espessamento anormal focal ou difuso .
Após um ano a bexiga apresenta-se com com pequeno volume e fibrosada.
Fístulas são frequentes.
Bexiga contraída , paredes espessadas e RVU bilateral
Bexiga contráida paredes espessas, RVU e irregularidades associada à fistula vesicovaginal