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Olimpíadas da Escrita com António Mota 2014-1015 1 A propósito de um livro e de umas crianças muito especiais… A fase final das Olimpíadas da Escrita (Projeto Escola da Minha Vida) contou este ano com o escritor António Mota que partilhou connosco uma história comovente: há muitos anos foi solicitada a sua participação no “Natal dos Hospitais” numa enfermaria do IPO (Instituto Português de Oncologia) onde se encontravam crianças com doenças oncológicas, ou seja com cancro. O escritor ficou muito impressionado, chocado mesmo com aquelas crianças tão doentes, tão frágeis, tão pequeninas. A editora tinha enviado dez exemplares do livro Sonhos de Natal, e António Mota, depois de contar uma das histórias do seu livro, ofereceu-os às crianças escrevendo uma dedicatória em que dizia que o que mais desejava era voltar um dia a vê-las, boas e saudáveis. Passados alguns anos, numa visita a uma escola, uma rapariguinha acompanhada pelos pais foi ter com o escritor e sem dizer nada, mostrou-lhe um livro. António Mota só depois de ver a dedicatória que nele estava escrita é que percebeu que essa menina já crescida tinha sido uma daquelas crianças internadas no IPO que tanto o tinham impressionado, e que o livro um dos dez que ele tinha oferecido. Os pais contaram então ao escritor que moravam naquela zona e que, quando souberam que ele ia passar pela escola local, fizeram questão de o ir cumprimentar juntamente com a filha que tinha conseguido vencer a doença, cumprindo assim o que ele desejara na dedicatória: “tornar a vê-la passados uns anos, boa e saudável.” Depois de contar esta história verídica o escritor lançou um desafio a todos alunos presentes no Diana Bar: imaginar o que teria acontecido aos outros livros que ele, nesse “Natal dos Hospitais”, oferecera às crianças doentes e contar a história de um deles. Os textos que aqui se reproduzem são as contribuições dos alunos selecionados para representar a nossa escola nesta fase final das Olimpíadas da Escrita.

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Olimpíadas da Escrita com António Mota

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A propósito de um livro e de umas crianças muito especiais…

A fase final das Olimpíadas da Escrita (Projeto Escola da Minha Vida) contou este ano com o escritor António Mota que partilhou connosco uma história comovente: há muitos anos foi solicitada a sua participação no “Natal dos Hospitais” numa enfermaria do IPO (Instituto Português de Oncologia) onde se encontravam crianças com doenças oncológicas, ou seja com cancro.

O escritor ficou muito impressionado, chocado mesmo com

aquelas crianças tão doentes, tão frágeis, tão pequeninas. A editora tinha enviado dez exemplares do livro Sonhos de Natal, e António Mota, depois de contar uma das histórias do seu livro, ofereceu-os às crianças escrevendo uma dedicatória em que dizia que o que mais desejava era voltar um dia a vê-las, boas e saudáveis.

Passados alguns anos, numa visita a uma escola, uma rapariguinha acompanhada pelos pais foi ter com o escritor e sem dizer nada, mostrou-lhe um livro. António Mota só depois de ver a dedicatória que nele estava escrita é que percebeu que essa menina já crescida tinha sido uma daquelas crianças internadas no IPO que tanto o tinham impressionado, e que o livro um dos dez que ele tinha oferecido.

Os pais contaram então ao escritor que moravam naquela zona e que, quando souberam que ele ia passar pela escola local, fizeram questão de o ir cumprimentar juntamente com a filha que tinha conseguido vencer a doença, cumprindo assim o que ele desejara na dedicatória: “tornar a vê-la passados uns anos, boa e saudável.”

Depois de contar esta história verídica o escritor lançou um desafio a todos alunos

presentes no Diana Bar: imaginar o que teria acontecido aos outros livros que ele, nesse

“Natal dos Hospitais”, oferecera às crianças doentes e contar a história de um deles.

Os textos que aqui se reproduzem são as contribuições dos alunos selecionados

para representar a nossa escola nesta fase final das Olimpíadas da Escrita.

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De realçar que dois trabalhos foram distinguidos com o 1º prémio Prosa, 2º ciclo-

“Um reencontro Mágico” de Mariana Pereira do 6.º C e o 2º prémio Poesia, 3º ciclo- “Na

Companhia de um Livro” de Beatriz Souto do 7.ºA.

Em baixo reproduzem as capas da 1ª edição e da última edições do livro Sonhos de Natal.

PROSA

O Milagre- Diogo Gonçalves, 5ºB

Uma vida feliz- Diana Gomes, 6ºE

Uma menina que sonhava- Eduarda Ribeiro, 6ºE

Um reencontro mágico- Mariana Pereira, 6.º C

Memórias- Maria Alves, 7.ºA

Os dez livros perdidos- Pedro Frasco, 7ºA

A Noite de Natal- Bárbara Vasconcelos, 8.ºE

Esperança- José Pedro Agonia, 9.ºD

Do fim nasceu o início- Marta Torre, 9.ºC

POESIA

O meu livro- Lara Ferreira, 5.ºA

A minha história- Mariana Machado, 5.ºA

O livro encantado- Nicole Silva, 5.ºA

A minha vida corrente- Ana Catarina Gonçalves, 6.ºC

Vida de Livro- João Pedro Rocha, 6.ºC

Na companhia de um livro- Beatriz Souto, 7.ºA

Os segredos do mar- Daniela Maia,7.ºC

Recordação- Luís Vilar, 8.ºA

Tudo passa, nada é impossível- Catarina Monteiro, 8.ºE

Folhas Sábias- Pedro Oliveira, 11ºA

Leitores Especiais- Leonardo Torres, 11ºA

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O Milagre

Hoje já sou adulto, mas conto aos meus filhos o que se passou há 20 anos atrás.

Lembro-me como se fosse hoje. Estava eu internado numa cama de hospital, triste e

sozinho, sempre com a esperança de sobreviver. Mas um dia ouvi a médica a falar com os

meus pais, a dizer que poucas hipótese tinha, que viveria o máximo mais 6 meses, por

causa do cancro. As minhas esperanças quase que morreram ali todas, por completo!

Passado um tempo vim a saber que ia conhecer o meu escritor favorito, que era

António Mota. Quando ele apareceu à minha frente deu-me vontade de o abraçar. Esse

ser humano que eu tanto admirava estava agora a contar-me uma história de um livro seu

chamado “Sonhos de Natal”. E o mais brilhante foi que ele me deu o livro autografado!

Que feliz fiquei!

Passado uma semana a médica anunciou que me dava a alta pois eu tinha

recuperado completamente. Fiquei curado num instante.

Pode ser uma grande treta, mas eu acredito que foi aquela voz doce e daquele

maravilhoso escritor que me curou.

Foi um autêntico milagre!

Diogo Gonçalves, 5ºB

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Uma vida feliz

Estava ali eu, a visitar, no Instituto Português de Oncologia (IPO), a minha sobrinha

Joana que sofria de cancro no estômago, quando reparei, deitada sobre a cama, numa

menina que dormia profundamente. Logo ali, naquele preciso momento, invadiu-me um

sentimento de pena, juntamente com imenso amor. Não resisti e entrei no quarto

daquela princesa, falei com a enfermeira que lá se encontrava e esta disse-me que aquela

menina tinha seis anos, se chamava Raquel, estava numa instituição, pois os pais tinham

morrido há dois anos, num acidente automóvel, sofria de cancro nos pulmões e estava

mesmo muito mal. Logo de imediato quis adotá-la e resolvi tratar de tudo o necessário

para o fazer.

Uns meses depois, depois de tudo estar tratado, adotei-a. Aquele sorriso de

menina, com aquela cara pintalgada de sardas, os olhos azuis que faziam lembrar as

ondas, e o cabelo, loiro como as searas, loiro como os desertos, loiro como o caramelo e

como o sol, o sol que trazia felicidade a todos, faziam despertar tudo de um sonho

adormecido e eram o motivo do meu orgulho. Mas nem tudo era um mar de rosas, pois a

situação da Raquel piorava, e cada vez maior era o medo de a perder.

Com a ajuda da minha família, e da minha princesa, a Raquel, fomos passando os

maus momentos. Vivíamos as duas, num pequeno apartamento no centro da cidade. Um

dia ela chegou à minha beira e mostrou-me um livro. Um simples, pequeno e colorido

livro. Silenciosamente, abriu-o e mostrou-me na primeira página, a dedicatória

autografada por um escritor muito famoso, António Mota. Com os seus lábios

encarnados, pronunciou suavemente uma série de palavras que me queriam dizer que

aquele livro era muito especial para ela, pois foi-lho oferecido por um escritor que ela

adorava, na semana anterior ao Natal, no próprio dia em que os seus pais morreram, e

lhe detetaram cancro nos pulmões, o dia mais cruel, infeliz e atribulado da sua vida.

Contou-me que sempre que olhava para aquele livro “Sonhos de Natal” se lembrava de

como quando era uma pessoa normal, sem cancro e também dos momentos vividos com

o seu pai e a sua mãe quando era pequena. Aquele livro fazia-a feliz.

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Entretanto, os anos foram passado, o cancro aumentou e o medo de perder a

minha filha também. Silenciosamente, a doença manifestou-se cada vez mais

rapidamente. Raquel precisou de ser internada novamente no IPO, agora aos 13 anos:

tinham-se passado sete anos e o tempo sem parar!

Na noite daquele dia, silenciosamente entrei no quarto dela e li, de novo a

dedicatória escrita no livro: o escritor referia que a queria voltar a ver, e eu logo pensei

em ir com ela visitá- o. Raquel adorava ler e adorava aquele escritor. Decidi então levá-la,

mas infelizmente, o seu coração não resistiu, e morreu uma semana antes. Quase não

conseguia aguentar tanto sofrimento e eu chorei, chorei e chorei.

Organizei o funeral mais especial que pude para minha princesa e convidei o

escritor para declamar um poesia para ela. António Mota com todo o orgulho apareceu,

leu a mais magnífica poesia alguma vez ouvida e fê-lo com emoção.

A minha princesa estará sempre no meu coração e ainda hoje releio com amor o

seu livro preferido.

Diana Gomes, 6ºE

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Uma menina que sonhava

Dalila era uma menina triste. Estava internada no Instituto Português de Oncologia.

Eu era a sua colega, e vivia o dia a dia de Dalila. Esta sofria de cancro de estômago e os

pais não acreditavam na melhoria. Ela era a menina mais bonita que eu conhecera. Tinha

bochechas rosadas, um nariz perfeito e dois olhos cor de esmeralda. Seu cabelo era loiro

e brilhante como o sol no verão.

Todos os dias Dalila sonhava voltar a ser uma pessoa normal, queria comer, viver

como uma pessoa normal.

Eu estive sempre com ela, em todos os momentos. Vivia no Hospital com Dalila e todos os

dias assistia ao seu sofrimento: via-a a chorar, triste, infeliz, nunca a vi sorrir, nunca vi os

seus dentes. Não sei se eram dentes perfeitos ou se usava aparelho.

Até que chegou o dia, o dia em que o António Mota (diziam que era escritor) foi ao

IPO. Nesse dia ouvi a sua voz doce a sair dos seus lábios carnudos, e vi um milagre! Vi com

os meus olhos molhados de cadela, um sorriso maravilhoso, lindo e único na carinha de

Dalila. Foi um sorriso que marcava a diferença no mundo, no Universo! António Mota

autografou o livro “Sonhos de Natal” . Se calhar foi o dia mais feliz de Dalila.

Passado um ano Dalila, quando dormia, sonhava sempre tornar a estar com pessoa

que a fez sorrir, mas nunca conseguiu concretizar o seu sonho: Com oito anos, Dalila

deixou-me, e também deixou os pais. Dalila foi para um lugar melhor, o Céu, um sítio

onde não pensava no seu problema.

Mas não foi sozinha para o Céu, Dalila levou o seu melhor amigo, o livro “Sonhos de

Natal”, com o autógrafo do seu herói, António Mota.

Ainda hoje sinto aquelas mãos gélidas a tocar-me, a fazer-me festas. Ainda hoje

vejo os seus olhos tristes, e bonitos. Ainda hoje tenho saudades daquela menina!

Eduarda Ribeiro, 6ºE

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Um reencontro mágico Era noite de Natal. As pingas gordas da chuva deslizavam pela janela como

pequenos diamantes numa dança escorregadia, provocando um doce ruído que acariciava

as minhas letras pequeninas.

Eu estava numa estante cheia de poeira, apreciando o doce silêncio que tomava

conta da sala e observando os meus companheiros que sonhavam com as suas histórias e

sopravam pedacinhos de magia para as páginas uns dos outros.

De súbito, a porta abre-se com um ruído incomodativo e ensurdecedor, que acorda

os outros livros, e entra uma menina de cabelos castanhos como chocolate e olhos

sorridentes da cor do mar. Toca-me com as suas mãos quentes e macias, que me fazem

imensas cócegas na capa lisa, e leva-me para uma belíssima sala de jantar cheia de luzes e

magia, onde se encontrava uma família a jantar alegremente, ao som agradável do tilintar

feliz dos talheres que preenchia aquela noite.

- Mãe, vou só a casa de uma amiga emprestar-lhe o livro “Sonhos de Natal” e volto

para comermos a sobremesa - disse a rapariga.

E, por entre flocos de neve e um frio gélido e cortante, chegamos a uma enorme

casa branca. A menina, com a alegria de ver a amiga, deixa- -me cair e nem queiram saber

o que aconteceu a seguir! Passaram-se horas e horas, longas horas que pareciam não ter

fim, até que um senhor pegou em mim, pobre coitado e todo molhado, e bateu à porta da

casa onde se encontravam as duas amigas.

O que sucedeu, foi tão lindo, tão lindo, que até eu, um livro comum, me emocionei,

deixando para trás pequenas letras que escorriam sobre as minhas páginas macias.

..…………. A rapariga, passados dez anos, reencontra o escritor António Mota. Os seus olhares

cruzam-se como dois corações que se perderam pelo caminho e se redescobrem juntos,

regando as sementes que florescerão numa bonita amizade.

Mariana Pereira, 6.º C

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Memórias

Relembro-me de quando me encontrei com um autor português pela primeira vez.

O seu nome era António Mota! Grande Escritor! Tinha seis anos de idade quando o

conheci e sei de cor e salteado tudo o que aconteceu.

Já estava debaixo daquele teto fazia dois meses. Conhecia aquele local como a

palma da minha mão direita. Que bem me senti quando o meu autor favorito entrou pela

porta do quarto cento e vinte e seis. O meu coração quase parou quando me apercebi

que podia falar (eu, uma miúdo normal e humilde) com o meu ídolo.

Havia uma expressão carinhosa naquele homem que, todavia, parecia chocado.

Parecia que tinha visto um fantasma, digamos. A enfermeira avisara-me que ia ter uma

visita especial. Eu e todos os outros.

Aproximou-se da mesa e pegou no primeiro livro que aí se encontrava. E contou-

nos uma história! Uma linda história que ainda hoje guardo na memória.

Infelizmente, o tempo depressa acabou. António se é que o posso tratar assim, foi à sua

vida deixando-nos apenas com as suas dedicatórias e escrita.

Ainda hoje guardo o livro, o livro que me faz sorrir. E leio, várias vezes seguidas,

tudo o que me escreveu na dedicatória, porque me faz lembrar o dia em que conheci o

grande autor português, António Mota.

“Sonhos de Natal” está hoje na minha estante de livros para que nada me impeça

de voltar a relembrar aquele momento.

Maria Alves, 7.ºA

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Os dez livros perdidos

Há uns valentes anos atrás, um homem, ou melhor dizendo, um escritor chamado António Mota, ofereceu vários livros, a crianças que sofriam de cancro. Mais tarde, quando ia no seu tão utilizado comboio, que também pode ser

considerado o seu “local de trabalho”, lembrou-se dessas pobres crianças:

─ O…que…Mas afinal, onde será que estão os livros que lhes dei? – perguntou-se a

si próprio, lembrando-se das dedicatórias que nessas pequenas páginas tinha escrito.

Talvez passado um…dois…ou até se calhar três anos, decidiu viajar pelo mundo,

para os encontrar. Depois de ter ido a todos os países, ilhas, continentes, ainda lhe faltava

descobrir um livro. Pensando bem, ainda lhe faltava um país. Esse país era Portugal, onde

ele passou aquele tempo todo, depois de ter entregado os livros.

“Vasculhou”, “vasculhou” … era como se tivesse a procurar na caixa de brinquedos

que tinha na sua infância. Até que um dia, numa pequena numa pequena vila do

Alentejo, um pequeno rapazinho estrangeiro chamado James Voach. Esta criança era

diferente das outras. Tinha uma capacidade inimaginável para escrever.

Descobriu que era ele que tinha o último livro pois perguntara-lhe:

─ Quem te ensinou a escrever?

─ Ninguém, os meus pais morreram quando eu era pequeno!

─ Então como é que sabes escrever tão bem? – perguntou António Mota.

- “Tava” no IPO porque eu “tive” cancro, quando era pequeno, e nessa altura

recebi um livro… o título era…era “Sonhos de Natal” e baseei-me nesse livro, li-o várias

vezes e ainda continuo a gostar de o ler!

─ Quem escreveu esse livro fui eu e já estava há anos à procura dele! Até cheguei

ao ponto de percorrer o mundo todo, pois gostava de saber o que acham do livro! E já vi

que todos o adoraram!

Passado mais alguns meses decidiu partir, desejando-lhe sorte para a escrita e

muita saúde.

Desde então, este nobre escritor, António Mota, viveu feliz para sempre, pois sabia

que os livros que tinha outrora entregado estavam em boas mãos.

Pedro Frasco, 7ºA

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A Noite de Natal

Quando as portas do elevador se abriram, todos aqueles meninos, todos aqueles

que tinham algo em comum, o cancro, ficaram felizes e entusiasmados com a visita de

António Mota. Mas apenas uma rapariga sobressaia. Uma rapariga tímida, baixa e de

cabelos compridos.

Na hora de entregar os livros ela recusou lê-lo e deixou-o num canto, dizendo que o

queria guardar para o ler no dia certo.

Passaram-se dias, meses e até anos, e aquela rapariga não pegou no livro, ele

continuara naquele canto, numa estante já degradada.

Mais tarde os pais de Joana, que era o seu nome, estavam a passar uma fase

complicada na sua vida, para além do cancro. A sua família estava simplesmente a

degradar-se aos poucos. Após o divórcio dos pais, ela vai viver com a sua mãe.

Foram morar para Lisboa, e com ela levou o seu livro “Sonhos de Natal”.

Mudou de escola, onde toda a gente a olhava de lado, gozando com ela… Joana

passa a refugiar-se num canto, sozinha, onde ninguém a conseguia ver nem ouvir.

Quando chegou a época Natalícia, a mãe de Joana foi a um jantar de Natal com os

seus colegas de trabalho. Joana estava sozinha e tinha agora 18 anos. Encontrou o livro

encostado a outros livros. Sem nada para fazer, pegou nele. Disse para si mesma: “Este é

o momento.” Começou a lê-lo. Cada palavra que lia fazia lembrar-lhe os momentos felizes

que tinha antes de tudo isto. E para ela, tudo o que aconteceu até agora não mudava

nada, pois este momento de leitura substituía todos estes momentos maus e de dor.

Bárbara Vasconcelos, 8.ºE

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Esperança Olá, o meu nome é Custódio, hoje irão conhecer a história da minha vida, uma vida

que traz consigo sentimentos profundos desde o desespero à esperança. Visto isto, vou

contá-lo.

Neste momento, tenho 34 anos e moro em Florença, Itália, apesar de ser

português. Sou dono de uma das mais renomeadas pastelarias, a pastelaria Mona Lisa.

Sou casado e tenho um filho, sendo o nome da minha bela esposa Carla e o nome do meu

valente “principezinho” Andrea. Nunca estive melhor na vida, porém, esta nem sempre

foi um mar de rosas.

Quando fiz 13 anos de idade, os meus pais, ambos juízes respeitados, deram uma

festa surpresa da qual nunca me irei esquecer. Ainda me lembro daquele momento, o

momento em que a minha vida mudou. Estava eu a preparar-me para cortar a primeira

fatia do meu bolo de aniversário, quando, subitamente, senti-me a desvanecer, cai e

“apaguei-me” completamente. Acordei, num quarto frio e vazio de um hospital, no qual

nunca antes tinha posto os meus pés; ainda me lembro do que visualizei, quando abri os

olhos, os meus pais a chorarem, derramando lágrimas sem parar… Eles abraçaram-me e

melancolicamente me anunciaram:

- “Filho, tu tens leucemia!”

Comecei a chorar. Após esse dia, passaram-se sete meses. Era dia de Natal e nesse

dia recebi um livro magnífico chamado “Sonhos de Natal” escrito por António Mota, um

escritor formidável, do qual nunca me irei esquecer. Este senhor leu-nos a história que ele

próprio escrevera. Após ouvir esta história, ouve uma explosão de luz, fogo e esperança

na minha mente. Este livro contava uma história de amor, que me fez agarrar-me

novamente à vida.

Passaram-se dois anos até sair do IPO, assim se chamava o hospital --e consegui

restabelecer a minha vida, levando sempre comigo o maravilhoso livro “Sonhos de Natal”.

Hoje, aqui estou e entrego-vos a seguinte mensagem: “Nunca desistam!”

José Pedro Agonia, 9.ºD

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Do fim nasceu o início

Naquele momento, parecia o fim. Afinal o que é que umas meras folhas iriam

mudar no meu destino, há muito traçado por alguém sem amor pela vida e por si próprio,

por alguém sem dó nem piedade de me tirar do lugar onde um dia iria ascender e mudar

o destino de outros tantos como eu? Não sei, mas um dia hei de obter resposta, pensava

eu na minha humilde opinião.

Andava revoltado e sempre que o maldito livro me aparecia na frente, o diabo

apoderava-se de mim como se na paz de alma que me caracterizava surgisse o lado negro

e obscuro de “Adamastor”. Um dia, sem esperar, lancei-o ao ar e este abriu-se na página

mais bonita da minha vida. Era rugosa, suave e pequena mas de conteúdo grande e

robusto. No seu interior estava a chave. “Trabalha o fundo”.

Vieram-me à cabeça palavras, ideias, viagens, sonhos que se tinham afirmado no

meio de cancros “pedregulhos” e hospitais “corais”. Ressuscitei.

Olhei a vida com outros olhos e atirei-me de cabeça. No alto do meu voo único

encorajei doentes, ajudei, trabalhei e investi tudo na cura desta maldita doença. E

advinham agora onde me encontro, no paraíso! Refugiei-me no riso e fiz da minha vida

uma piada, daquelas de rir e pedir mais. E o livro? Onde ficou? Nas mãos de tantos outros

sábios que, como António Mota, aparecem, por acaso, e mudam vidas.

Marta Torre, 9.ºC

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O meu livro

Recebi um livro,

Não parecia emocionante

nem interessante,

Aos poucos e poucos

fui descobrindo,

todos os seus segredos,

os seus desejos…

Tenho cancro,

e este livro

ajudou-me a perceber

que toda a minha vida

não gira à volta da doença,

que tenho pessoas que me amam,

e isso nunca vai mudar.

Passeio com ele,

brinco com ele,

falo com ele,

desabafo com ele…

Ele é a única esperança,

que tenho neste momento.

Desde que o recebi

a minha vida mudou completamente,

Como se começasse tudo de novo,

como se nascesse novamente.

Com ele sinto-me normal,

sinto-me alegre,

sinto-me feliz,

sinto que essa maldita doença,

nunca se apoderou de mim.

Lara Ferreira, 5.ºA

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A minha história

Num dia de verão

estava eu todo relaxado,

pega em mim uma mão

e fico logo assustado.

“Para onde me levam?”pensei eu

mas posso agora dizer-vos

foi a coisa melhor

que me aconteceu.

Quando abriram as portas do elevador

fiquei chocado com o que vi.

Esse momento marcou-me de tal maneira,

que nunca mais o esqueci.

Pousaram-me nos braços de uma menina

com um enorme sorriso na cara,

mal lhe toquei senti

que algo se mudara.

Começou a folhear-me,

com interesse de me ler.

Todos os dias, todas as noites

pegava em mim para se entreter.

Surgiu uma doença

que se começou a agravar.

Nunca desisti da minha companheira,

com esperança de a poder voltar a

abraçar.

Enfim, não valeu o esforço

ela acabou por morrer.

Que tristeza a minha

não ter ninguém para me proteger.

Mariana Machado, 5.ºA

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O livro encantado

O livro encantado não é um simples livro

Chamado “Sonhos de Natal”.

Este livro passou de mão em mão,

De geração em geração.

E não deixa de palpitar no meu coração.

Vou contar- vos o crescimento deste livro.

Onde passou, o que viveu, o que sofreu…

É o melhor livro do mundo,

Até sei onde ele nasceu!

Veio de um escritório

Mas não um escritório normal.

Nasceu num escritório que torna a vida

mais fácil, especial e mágica.

O escritor perdeu-o num parque.

O livro voou, voou e até ao hospital

chegou.

Os meninos sorriram na presença do livro

Seu companheiro, seu amigo!

Suas vidas mudaram para sempre,

Ficaram mais fortes e mais vivos!

Esqueceram-se das doenças,

Na presença de um só livro.

Um dia, o livro desapareceu,

E os meninos tristes ficaram.

Seus desejos tinham sido realizados

Mas, naquele momento,

o mundo dos sonhos evaporou-se.

Dez folhas saíram do livro

E a África ele chegou!

Um menino o encontrou

E com ele ficou!

Passado dois dias,

o menino foi brincar para o rio

O livro escorregou,

E no rio caiu:

Nele navegando dias a fio.

Até que chegou às minhas mãos.

Só tinha uma folha, toda amachucada,

Falava sobre o amor,

Adoro essa folha, minha folha tão especial!

Hoje guardo-a com amor,

Num cofre de prata.

Minha querida folha,

Minha folha amachucada!

Escrevi outro livro,

Que se tornou famoso!

Agora sou escritora,

graças a esse livro encantando.

Nicole Silva, 5.ºA

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A minha vida corrente

Portas se abrem.

Quem será?

Uma silhueta misteriosa,

em mim pega.

Flores brotando,

nas páginas em pó

já não estou tão só

Folheia, as minhas

páginas sem fim.

E de repente, algo

se desenha no seu belo rosto.

Um sorriso de orelha a orelha

aparece, vira a página

e uma lágrima de saudade cai.

A vida corre sorridente

Parece uma corrente

Que nos leva de trás

para a frente.

O silêncio eterno

me faz recordar

a bela vida que tive.

As lágrimas, que

em cima das minhas folhas caíram,

os risos que me deram

vontade de rir

A bela vida que vivi

e a bela vida que tenho.

Ana Catarina Gonçalves, 6.ºC

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Vida de Livro

Pó, solidão e pó

são o que me resta

nesta prateleira tão só.

Recordo agora com saudade

as amigas que ela lia.

Quando chegou a minha vez,

tanta ansiedade sentia.

Sempre a avançar com cuidado

para aquele colo encantado,

desde há muito temido

e por outro lado adorado.

Ao olhar para aqueles olhos

indefesos e brilhantes,

que me fizeram perceber,

que existem muitas estantes.

De lado se põem

todo o tipo de coisas.

Pessoas e livros

fizeram-me perceber

que sem coração

é só nascer e morrer.

João Pedro Rocha, 6.ºC

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Olimpíadas da Escrita com António Mota

2014-1015

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Na companhia de um livro

Era difícil permanecer quieto,

Mas “lá” ainda era pior.

Semanas a fio debaixo daquele

melancólico teto.

Preso a uma cama de hospital…

Preso entre quatro paredes sufocantes…

Gostava que tudo fosse como dantes…

Tinha uma vida normal,

Era só eu, o Leonardo,

Nada de sobrenatural.

Mas esta doença veio para estragar.

É, por causa dela vim cá parar!

Houve um dia, um dia que-

Sempre me hei de lembrar…

A minha mãe estava a meu lado,

E dizia-me que sempre iria estar.

Avisaram-me de uma surpresa.

De muito não estava a esperar,

Uma pequena…

Uma simples visita, talvez?

E daí, vi-o entrar,

Um homem baixinho.

Ao ouvir o seu nome

Dos seus livros me fui lembrar.

António Mota aproximou-se

E claro reparei no seu olhar!

“Ele está com pena de mim!”

Não parava de pensar.

Sentou-se e leu-me um livro.

Agradeci. Pousou-o na mesa de cabeceira,

Despediu-se com um sorriso

e foi-se embora,

Numa passada ligeira.

O livro permaneceu a meu lado.

Li-o, mais do que uma vez

As palavras já me saíam da boca, de cor…

Passavam-se dias e semanas,

Passavam-se meses e anos.

Felizmente melhorei,

A minha doença deixou-me descansar!

Há três meses, dezanove anos completei.

Mas há mais uma coisa que não contei.

Por mais estranho que pareça,

Continuo a ler aquele livro!

Acho que só me safei

Graças a ele…

E se alguém me perguntar

“o que é feito do livro?”

Responderei sem medo:

“O livro está na minha mesa de cabeceira,

Não é brincadeira!”

Beatriz Souto, 7.ºA

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Os segredos do mar Passaram muitos anos

e António deu-se a recordar

aquela imagem constrangedora

que no IPO viu passar.

Ele sentiu-se a tremer

nem sabia como havia de falar

estar entre aquela miudagem doente,

era difícil de se concentrar

para as histórias narrar.

Mas ele gostou de com eles partilhar

a sua nova obra de Natal

que escreveu ao sabor do mar

na areia das praias do Funchal.

António sentou-se no seu cadeirão

e pegou no papel para escrever

mas não conseguiu descansar

enquanto não tivesse notícias

de um daqueles livros

que há dez anos gostou de oferecer.

Com esperança de um dia

os voltar a enxergar

regressou ao IPO

com um sorriso daqueles,

que só ele sabe mostrar.

Quando lá chegou

viu uma jovem a chorar

perguntou-lhe o que se passava,

o que tinha acontecido,

mas ele não conseguiu se expressar.

António limpou-lhe as lágrimas

e conseguiu-a acalmar

deu-lhe um beijo no rosto

e tornou a questionar

qual a razão daquele a choramingar

Ela abraçou-o feliz

e explicou-lhe o porquê de chorar

ele ouviu-a atentamente

e logo percebeu sem hesitar.

Ela estava sorridente

e a sua pele brilhava

o escritor perguntou-lhe

onde o seu livro estava

A jovem respondeu-lhe

que o tinha perdido

e ele sorriu encantado.

A moça não o compreendeu

pensou que ele ia ralhar

e levou-a até ao mar.

Eles foram passear

e António viu ao longe

algo a voar.

Aproximou-se daquele mistério

e o espanto foi total

ali estava o livro, autografado

em plena noite de Natal.

Daniela Maia,7.ºC

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Recordação Tenho hoje 30 anos

mas ainda me recordo

daquele dia no hospital

que salvou a minha vida,

pelo menos assim acredito

que foi a história que me salvou

O escritor me deu fé

E a esperança retornou.

Daquela voz ainda me lembro

Era doce e macia

e com aquele sotaque

eu até me ria.

O livro até hoje

ainda o tenho

comprei uma caixa

para o guardar junto do

livro do Pedro Seromenho.

Hoje conto aos meus filhos,

como eu sobrevivi

com a ajuda daquele livro

a doença perdi.

Se me perguntarem um desejo

já sei qual pedir

reencontrar o António Mota

para ele me ver a sorrir.

Hoje sou saudável

a doença já não me assombra

o livro ainda o leio

para não esquecer António Mota.

É o que estou a dizer

pode parecer uma anedota

mas eu acredito

que sobrevivi graças ao livro

“Sonhos de Natal!”

Luís Vilar, 8.ºA

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Tudo passa, nada é impossível

Estava a doer,

A doer demasiado,

Só me lembro de chegar lá,

E…

Acordei,

Encontrava-me numa cama de hospital,

Disseram-me que tinha cancro.

Chorei, chorei muito,

Eu ia morrer,

Não podia ser possível.

Automaticamente desisti de tudo,

Desisti de viver,

Desisti de lutar pela vida.

Um dia, um dia especial,

No dia de Natal,

A minha Mãe deu-me um livro.

Não o iria… ler.

Estava aborrecida, farta daquela cama,

Olhei para o lado e ali estava ele.

Decidi pegar no livro,

Abri-o e comecei a lê-lo,

Do nada,

Os dias começaram a fazer sentido,

Tinham finalmente cor.

Decidi que iria lutar contra aquele cancro,

Não iria desistir,

Não iria deixar que ele vencesse.

E a cada dia que passava, estava cada vez

melhor.

Agora estou aqui,

Viva, livre de cancro,

Feliz e junta de pessoas que amo.

Catarina Monteiro, 8.ºE

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Folhas Sábias

Naquele dia, um livro chegou

às mãos de uma frágil criança,

já sem cabelo nem forças

a quem a esperança já faltava.

Diziam que seria impossível

Que lutar era inútil

Mas ela tudo ignorou,

e contra a corrente remou.

Enfim, ficou bem

derrotou o terrível monstro,

que contido nela estava

e que acabou por ser vencido.

O rapaz sempre com o livro anda

olha para ele comovido,

já a chorar sobre aquelas velhas folhas

e lê o que lá escrito está:

“Deus proteger-te-á, nunca te esqueças.”

O rapaz, fez-se homem e casou

Tem dois filhos e ainda lhes conta

De como o funeral antecipado tinha,

Quando pequeno e inocente era…

Fica aqui a lição,

de não desistir em caso algum.

Basta acreditar e, mais tarde,

poder contar com o coração cheio

a história de quem o medo superou

e, por fim a alegria alcançou…

Pedro Oliveira, 11ºA

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Leitores Especiais

Onde estará, onde estará?

Longínquo deve estar

Imaginei em dez anos te ver

Voaste com o meu pensar

Revivi o que é sofrer

Onde estará, onde estará?

Natal que não vou esquecer

Ao de cima o meu medo ergueu

Tanta gente jovem a sofrer

E eu sem nada poder fazer

Onde estará, onde estará?

O meu livro, o encantei

Só to quis oferecer

O meu amor te mostrei

Para que o possas receber

Onde estará, onde estará?

Uma coisa quero que percebas

Amar é o oposto de sofrer

Por isso nunca penses no que carregas

Mas pensa no que és por ser…

Onde estará, onde estará?

Dei-te esse livro não como carga

Faz uso dele para o teu sonho

Ele vai-te guiar como um anjo da guarda

Até no teu pesadelo mais medonho.

Leonardo Torres, 11ºA