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Revista Canavieiros - Maio de 2011

4 Editorial

Negócios que contabilizaram R$ 1.755 bilhão, assim foi a Agrishow 2011 (Feira Interna-

cional de Tecnologia Agrícola em Ação) que foi realizada de 2 a 6 de maio, em Ribeirão Preto e atingiu recorde em to-dos os seus segmentos. As informações completas e novidades sobre a maior feira de tecnologia agrícola em ação, o leitor encontrará na “Reportagem de Capa” deste mês.

O entrevistado desta edição é com o secretário de Agricultura e Abasteci-mento do Estado de São Paulo, em exer-cício, Antônio Junqueira. Ele conversou com a equipe de redação da Revista Ca-navieiros durante a Agrishow. Na entre-vista, ele comenta sobre a importância do setor agrícola na economia brasilei-ra, perspectivas futuras e seguro rural.

Cleber Moraes, da M. Moraes Con-sultoria Agronômica Ltda e Almir Tor-cato, do departamento de Planejamento da Canaoeste, assinam o “Ponto de Vis-ta” do mês de maio. Economia, crises e produção de açúcar e etanol são os te-mas abordados.

Em “Assuntos Legais”, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, fala sobre os argumentos que devem ser ou-vidos em Brasília para realização da vo-tação do novo Código Florestal. O ad-vogado defende que só a votação pode impedir que milhares de produtores ru-rais fiquem na irregularidade.

Nas “Notícias Copercana” está uma nova alternativa de negócios que foi apresentada aos produtores rurais de Orindiúva e região. Para isso, a coope-rativa realizou uma reunião, no mês de

abril, que contou com a participação da Oricana (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Orindiúva), do Grupo Bunge (Usina Moema) e da em-presa Dupont.

Em “Notícias Canaoeste” o leitor pode conferir o evento que aconteceu no auditório da associação em Sertão-zinho, realizado em parceira com a Stab (Sociedade dos Técnicos Açuca-reiros e Alcooleiros do Brasil) e Unesp (Universidade Estadual Paulista). Na ocasião foram apresentados os resulta-dos de estudos para o desenvolvimento tecnológico do setor e levantamentos de dados qualitativos nas últimas safras. Ainda em “Notícias Canaoeste”, é pos-sível conferir a viagem de fornecedores da associação à Brasília. Na ocasião, os produtores rurais puderam acompanhar as discussões sobre a votação do Códi-go Florestal.

Em “Destaque”, está à visita do pre-sidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank, ao Centro Empresarial Zanini, em Sertão-zinho, para proferir uma aula especial aos alunos da Uniceise (Universidade Corporativa do Setor Sucroenergético).

Em “Novas Tecnologias”, o leitor poderá se informar sobre o novo herbi-cida lançado pela DuPont. Este produto apresenta vantagens para produtores e usinas por ser específico para a época seca da cana-de-açúcar.

Além disso, não deixe de conferir as “Informações Setoriais” com o consul-tor agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso; dicas de leitura e gramática, classificados e a agenda de eventos.

A realização da Agrishow e a retomada de negócios na agricultura

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Carla Rodrigues - MTb 55.115Murilo SicchieriRafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3311 - Ramal: [email protected]@revistacanavieiros.com.br

imPRessão:São Francisco Gráfica e Editora Ltda

tiRagem: 11.000 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gra-tuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e SicoobCocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos au-tores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista CanavieirosRua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)

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Expediente:

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Ano V - Edição 59 - Maio de 2011

Índice:

E mais:

Capa - 22Agrishow 2011: negócios movi-

mentaram R$ 1,755 bilhãoEm edição recorde, feira

atraiu público de 45 países e lideranças do setor

14 - Notícias Copercana

06 - Entrevista

08 - Ponto de Vista

15 - Notícias Canaoeste

18 - Notícias Sicoob Cocred

28 - Assuntos Legais

Alteração do Código Florestal - mobilização para que isso ocorra

“Como todos vem acompanhando pela imprensa, está se travando uma árdua batalha no Congres-so Nacional para alteração do arcaico Código Florestal. Digo arcaico porque uma lei que coloca 90% de um segmento da sociedade, no caso os agricultores, na ilegalidade, não pode ser consi-derado de outra forma, como apregoam alguns...”

- Copercana realiza reunião com produtores de Orindiuva- Dupont lança produto para cana-de-açúcar

Antônio JunqueiraSec. de Agricultura e Abastecimento do Estado de SPHora do produtor aproveitar o bom momento

Cleber MoraesConsultor Agronômico

Bom momento para o setor, mas há sinais da nova crise

- Em busca da votação do Código Florestal- Impurezas e Qualidade de Cana-de-açúcar

- Balancete Mensal

Ponto de Vista I

.................página 08

Ponto de Vista II

.................página 12

Circular Consecana

.................página 16

Informações Setoriais

.................página 26

Opinião

.................página 30

Destaque

.................página 32

Classificados

.................página 33

Cultura

.................página 34

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Antônio Junqueira

“Hora do produtor aproveitar o bom momento”

Carla Rodrigues

Revista Canavieiros: Fale um pouco sobre a importância da realiza-ção de uma feira como a Agrishow.

Antonio Junqueira: A Agrishow é a maior feira agrícola do Brasil e hoje é considerada a segunda do mundo. Estamos na região mais rica do país, e só pela alta tecnologia que a feira apresenta, já mostra sua importância. Sua localização é estratégica, num lu-gar onde temos mais de 45 países visi-tantes e estradas boas. Devido a esses e outros fatores, conseguimos receber além dos grandes produtores, os mé-dios e os pequenos produtores tam-bém. É fácil para todo mundo chegar. Não podemos deixar de citar a capa-cidade da difusão de tecnologia, para isso temos aqui uma área de quase 830 hectares, que nos proporciona uma fa-cilidade muito grande para as realiza-ções das demonstrações de campo.

Revista Canavieiros: A secreta-ria assinou durante a abertura da feira, uma concessão que tem como objetivo a permanência da Agrishow em Ribeirão Preto por mais 30 anos. Quais as mudanças que isso traz para a feira?

Junqueira: Isso era um pedido do setor já há algum tempo. Dentro do

“A Agrishow é a maior feira agrícola do Brasil e hoje é considerada a segunda do mundo.

Estamos na região mais rica do país, e só pela alta tecnologia que a

feira apresenta, já mos-tra sua importância.”

Entrevista com:

É assim que pensa o secretário de Agricultura e Abastecimen-to do Estado de São Paulo, em exercício, Antônio Junqueira, que numa entrevista exclusiva a Canavieiros durante a Agrishow 2011, falou sobre a importância do setor agrícola na economia brasileira, perspectivas futuras e seguro rural. Confira!

estado podemos fazer convênios de até cinco anos de duração. Os patro-cinadores da feira queriam fazer in-vestimentos de vulto, para que isso aconteça, eles precisavam de uma ga-rantia de que a feira iria permanecer aqui na cidade. O intuito dessa lei é exatamente dar segurança para que esses patrocinadores possam fazer no-vos investimentos, como construções fixas, melhores e maiores, por exem-plo: asfaltar as ruas, melhorar sanitá-rios, construir centros de convenções. Penso que essa lei garante a segurança necessária para que eles (organiza-dores) possam melhorar e apresentar mais tecnologias.

Revista Canavieiros: A Secretaria de Agricultura está realizando algu-mas ações, entre elas o Seguro Sani-

tário Contra Doenças Avícolas, Segu-ro da Viticultura e Seguro Sanitário de Citros . Fale um pouco sobre isso.

Junqueira: Esse seguro sanitário abrange mais de cinco mil estabeleci-mentos, o que significa mais de 248 milhões de aves. É um setor importan-te para nós, pois movimenta na econo-mia aproximadamente R$ 3,8 bilhões. Terá direito a esse instrumento, todos os produtores do Estado de São Pau-lo. É um seguro educativo e de con-vencimento, que atende toda cadeia produtiva. O objetivo é indenizar os produtores segurados das seguintes doenças: influenza aviária (H5N1 e subtipos), newcastle, micoplasmose e salmonelose aviária.

Quanto ao setor da viticultura, hoje temos dentro do Estado de São Paulo, aproximadamente quatro mil produto-res com áreas médias de 2,5 hectares. Isso também era uma reivindicação do setor e veio através da câmara setorial o pedido de um sanitário agrícola para este setor. A uva, depois da laranja é a fruta mais consumida no estado, além disso, já estão fazendo sucos de uva e vinho aqui em São Paulo, cujo merca-do consome 60% do vinho produzido no Brasil. Esse seguro contemplará do-enças que dão na uva e cobrirá perdas

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“...Trator foi feito para trabalhar e não para

passear, pensando assim, criamos o Pró-implemento,

que é diferentemente do programa Pró-trator.”

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por excesso de chuvas. Estamos ainda elaborando este documento e acredita-mos que até meados deste ano o seguro da uva e também o da avicultura, serão lançados na praça.

O Seguro Citrícula já foi um su-cesso no ano passado, quando bene-ficiávamos produtores com até 20 mil árvores; hoje estamos dobrando sua abrangência, indo até 40 mil árvores, ou seja, 95% do parque citrícula do Estado de São Paulo, garantindo ren-da para o produtor e crescimento do agronegócio no estado.

Revista Canavieiros: O Programa Pró-trator está em vigor desde janeiro de 2009, com subsídio total dos juros, pela Secretaria de Agricultura e Abas-tecimento, através do FEAP – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulis-ta. Como está este programa hoje?

Junqueira: Podem fazer parte do programa Pró-trator, todos os produto-res com renda bruta anual até R$ 400 mil. Deveremos financiar nessa segun-da etapa por volta de 4 mil máquinas, entre essas, tratores de 50 cavalos até 120. O pagamento pode ser feito em até 5 anos, com carência de 3 anos. O

produtor vai escolher a máquina que quiser. Ele vai até a Casa da Agricul-tura, preenche o questionário, entrega seu imposto de renda e compra um tra-tor com juros médios de 20% sobre a tabela. Esses juros quem está bancando é o Estado de São Paulo.

Revista Canavieiros: Durante a abertura da Agrishow 2011, o go-vernador Geraldo Alckmin lançou o programa Pró-implemento. Qual se-rão as vantagens deste programa?

Junqueira: Este programa foi cria-do para complementar o programa Pró-trator e funcionará com as mes-mas condições de crédito. Trator foi feito para trabalhar e não para passe-ar, pensando assim, criamos o Pró-implemento, que é diferentemente do programa Pró-trator. Temos uma quantidade enorme de implementos, cada um com uma cultura diferente, por isso, demoramos um pouco mais para soltar esse programa e chega-mos a conclusão de que é o agricultor quem tem que escolher o implemen-to que precisa. Vamos disponibilizar na ordem de R$ 20 mil por produtor para que ele possa realizar junto com o Pró-trator, a compra do implemento

também, adquirindo assim, um trator completo para já começar a trabalhar.

Revista Canavieiros: Qual é o ce-nário que o senhor prevê para a agri-cultura brasileira neste ano?

Junqueira: Neste ano temos uma conjuntura muito positiva. O setor da cana vai muito bem, o setor da laran-ja, da borracha vai muito bem e o setor de soja e milho melhorou bastante. Só tenho ouvido reclamações do setor ar-rozeiro, que tem um preço mínimo de R$ 24 e está vendendo a saca por R$ 19. São Paulo no passado foi um grande ex-portador e hoje é importador, na quantia de 95%, isso nos preocupa. Já a arroba (carne) deverá recompensar o produtor.

Numa ótica geral, este ano é atípi-co, temos um ano como este a cada dez anos. Por esse motivo, acho que o produtor tem que aproveitar este mo-mento para acertar seus débitos, co-locar a vida em ordem, tentar colocar um dinheiro no banco e pensar com calma no que vai fazer. Aqui estamos cheios de oportunidades. Sei que há uma grande vontade em adquirir no-vas máquinas, implementos, produtos, mas é necessário agir com cautela. E acreditamos que iremos fechar este ano com chave de ouro com a aprova-ção do Código Florestal.

Se o produtor tem segurança jurídi-ca para se organizar e produzir, tenho certeza que iremos caminhar forte-mente para o sucesso. O Brasil daqui a 15 anos estará produzindo 50% da co-mida do mundo. Os estrangeiros vêm para cá e ficam impressionados com a nossa tecnologia, agora só depende de nós sermos um país para frente ou ficarmos no atraso.

O secretário Antônio Junqueira participou da reunião do Grupo Técnico da Orplana durante a Agrishow 2011

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8Ponto de Vista I

Cleber Moraes *

Bom momento para o setor, mas há sinais da nova crise

Ao que tudo indica, o setor su-croenergético viverá um bom momento até 2.015, mas a pró-

xima crise do setor com preços baixos já se desenha. Esta crise está sendo montada por todos nós, consumido-res, industriais, fornecedores de cana, insumos e equipamentos, funcionários do setor, gerentes, diretores, etc e tem data marcada para ocorrer, 2015.

Esta montagem segue um ciclo que se repete pelo menos desde 1975, mas que pode ter raízes mais profundas no setor. O ciclo inicia-se após um pico de preço do açúcar no mercado inter-nacional como o ocorrido em 03 de fe-vereiro de 2.006. Este pico de preço é resultado de uma sequência de anos em que as produções mundiais de açúcar são inferiores ao consumo, o que leva os players deste mercado a realizar in-vestimentos no setor e que, no instante seguinte, geram a próxima crise.

Na figura 1 é apresentado um grá-fico da Evolução dos Preços Mundiais de Açúcar entre os anos de 1970 e

Fonte: A Desregulamentação do Setor Sucroalcooleiro do Brasil - Márcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, 2000.

Fonte: Czarnikow Sugar

Figura 1 – Evolução dos Preços Mundiais de Açúcar: 1970 - 1982

Figura 2 - Evolução dos Preços de Açúcar do contrato No. 11 da NYBOT e as Variações dos Estoques Mundiais de Açúcar:

1982, onde podem ser observados dois momen-tos de forte elevação nos preços seguidos de forte queda.

Neste gráfico é pos-sível identificarmos os instantes em que o setor passou por crises e assim analisar os fatores desen-cadeantes destas crises.

Na figura 3 apresen-tamos o mesmo gráfico, pontuando os momentos de crise, os períodos mais agudos das mesmas e a duração dos ciclos.

É importante relembrar que, nos momentos em que os preços de açúcar se recuperam, tanto no pe-ríodo pré-crise ou no início da recu-peração do setor, sempre há reflexos nos preços de etanol. Em geral, nestes instantes, há uma oferta menor de ca-na-de-açúcar do que a necessária para

a produção de açúcar e etanol. Como os preços de açúcar refletem mais ra-pidamente a informação de uma oferta menor de cana-de-açúcar, há a manu-tenção ou um pequeno crescimento da produção de açúcar, limitado pela ca-pacidade instalada das indústrias que tem flexibilidade entre açúcar e álcool limitada, entretanto, como a oferta de matéria-prima é menor, os efeitos re-percutem na produção e, por fim, nos preços do etanol.

Em função da crise, assistimos no mercado e no campo uma série de ati-tudes que levam à criação de uma nova crise. Vejamos a figura 4 onde são apresentados os preços do Kg de ATR no período das safras de 1998/1999 até a safra 2006/2007.

Logo abaixo dos preços de cada sa-fra, indicamos quais foram as atitudes das usinas, destilarias e dos produto-res de cana em cada safra. Estas ati-tudes foram consequência das condi-ções de preço do setor, que afetou a disponibilidade de recursos no caixa das empresas.

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10Ponto de Vista I

Fonte: CONSECANA-SP e M. Moraes

Figura 4 – Evolução dos Preços do Kg de ATR entre as safras de 1998/1999 a 2006/2007:

No período de 1.998 a 2.000, em função dos preços baixos de álcool, que refletiam um mercado de açúcar em bai-xa também, houve uma grande expansão do consumo com a introdução dos carros flex. É importante destacar que, em to-dos os outros instantes de crise do setor, sempre houve fatos que propiciassem

uma expansão do consumo de álcool como a crise do petróleo e as duas fases do Proálcool, a abertura às exportações de açúcar e álcool, a criação e produção/venda dos carros flex. Não se pode des-cartar que no futuro tenhamos outras cri-ses do petróleo ou o desenvolvimento de tecnologias que demandem álcool como

matéria-prima como a alcoolquímica e a utilização do etanol como fonte de hidro-gênio para os carros elétricos.

O fato é que o mercado consumidor, aproveitando-se da crise do setor, gera um crescimento da demanda de álcool, o que apóia a elevação de preços no mo-mento seguinte.

O governo federal, buscando controle da inflação, não age no cerne do proble-ma, ou seja, não atua como regulador dos estoques, mas sim pressionando o setor a ofertar mais etanol, menos açúcar e ambos a preços mais baixos. Para isto utiliza mecanismos como alterações na mistura de etanol à gasolina ou ameaçan-do taxar as exportações, o que mais fun-ciona como uma mola propulsora para a próxima crise.

Pelo lado dos fornecedores de equipa-mentos, insumos e serviços, após o pe-ríodo de recuperação do setor, cresce a demanda para estes setores, na maioria das vezes este crescimento é acima da capacidade de seu atendimento, o que re-sulta em elevação dos preços e aumento dos custos de produção, resultando em pressão para elevação dos preços nos produtos finais, ou seja, açúcar e etanol.

Pelo lado industrial, nas usinas e des-tilarias, a atitude é muito semelhante à ocorrida no campo, nos 3 anos da fase aguda da crise, as manutenções indus-triais são reduzidas drasticamente e in-vestimentos maciços só passam a ocorrer 1 a 2 safras após este período, ou seja, 4 a 5 anos após o pico de preços que inicia a crise.

Com isto tem-se o cenário montado para uma próxima crise.

O último pico de preços que marcou o início da crise de 2006, ocorreu em 03 de fevereiro de 2006. As safras 2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010 representaram a fase aguda da crise, sendo que, nas sa-fras 2007/2008 e 2008/2009, houve uma grande reposição dos estoques mundiais de açúcar. A partir da safra 2010/2011, inicia-se o período de recuperação do se-tor com produções inferiores ao consu-mo mundial de açúcar e, portanto, com elevação dos preços.

Fonte: CONSECANA-SP e M. Moraes

Figura 5 – Evolução dos Preços do Kg de ATR entre as safras de 2006/2007 a 2010/2011 e previsão para as safras a partir da safra 2011/2012:

Fonte: Czarnikow Sugar e M. Moraes

Figura 3 - Evolução dos Preços de Açúcar do contrato No. 11 da NYBOT, as Variações dos Estoques Mundiais de Açúcar e os Momentos de Crise

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RC

Em todos os ciclos anteriores, entre o início e o final do ciclo, além dos 3 anos da fase aguda da crise, há mais um ano em que a produção supera o consumo. Isto ocorre devido à entrada de produção ex-cedente de cana-de-açúcar e de açúcar de países asiáticos com ciclo curto, no má-ximo 1 ou 2 safras, aproveitando os bons preços do mercado. Como sua entrada, imediatamente afeta os preços de açúcar, rapidamente estes excedentes não são re-novados e estes produtores só retornam ao mercado no pico final de preços que

caracterizam o ciclo e acabam por reforçar o início da crise seguinte.

Assim e com as informações que já dispomos das últimas 4 safras, 2007/2008 a 2010/2011, após o início do ciclo em 2006 é possível traçar um cenário para as próximas safras, obviamente que os valores absolutos do Kg de ATR expressos na figura 5 pouco importam, pois irão modificar-se com as variações do câmbio, pre-ços de insumos e equipamento do

setor, oferta e demanda dos demais paí-ses consumidores e produtores de açúcar e etanol, etc. O fato relevante é que sina-lizam para uma crescente nos preço de açúcar e etanol, direcionando-se para um pico e assim o setor caminha para uma nova crise, com ingredientes que levam a crer que esta ocorra entre 2014 e 2016, com data mais provável em 2015.

A questão primordial para a cadeia sucroenergética é uma reflexão de como podemos agir para, se não for possível

impedir, minimizar os efeitos de uma próxima crise e isto passa por uma oferta mais constante e equilibrada de crédito para o setor sem as oscilações observa-das entre o período de euforia e crise e por estoques reguladores da oferta de etanol, gerando preços mais equilibrados durante os ciclos do setor.

Outro objetivo deste artigo é alertar usinas, destilarias e fornecedores de cana quanto à renovação e expansão dos seus canaviais, pois, se as atitudes forem as mesmas descritas no rodapé da figura 5, fatalmente sofrerão gravemente nos perí-odos de crise, pois seus canaviais estarão com a máxima produção nos momentos de menores preços.

É necessário um planejamento que leve em consideração estas variações do mer-cado e que propiciem melhores resultados a toda a cadeia sucroenergética e equilí-brio nos preços aos consumidores.

[email protected]. Moraes Consultoria Agronômica Ltda

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12Ponto de Vista II

Almir Torcato *

O nosso etanolDentre as fontes de energia dis-

poníveis no mundo, o Brasil possui hoje, em sua matriz

energética, uma fonte renovável, al-ternativa e limpa. Para melhor enten-dimento, é uma fonte naturalmente disponível, considerada inesgotável na escala temporal, cujo tempo de for-mação é inferior ao seu gasto, sendo possível repor.

Por sua vez, a cana de açúcar se insere na matriz energética brasileira, pois se dispõe hoje, de um “combustí-vel verde”, renovável, despertando as atenções, face às incertezas do petró-leo, quanto aos impactos ambientais e sua disponibilidade.

A história teve início no PROÁL-COOL, em meados da década de 70, quando se buscava diminuir a depen-dência do petróleo do mercado exter-no, em função da elevação de seus pre-ços, que até hoje nos causa uma certa dependência. Mesmo com a explora-ção do petróleo, parte do que é extra-ído em nosso território, não é o tipo mais adequado às nossas refinarias, por não permitir o maior percentual de destilados leves, não sendo pois, melhor indicado para a produção de combustível, desta forma é preferível comprar fora o que mais nos convém e vender o nosso petróleo para refino em outros países.

A auto-suficiência, prevista com a exploração do Pré Sal, será considera-da quando os ganhos de exportação de petróleo forem maiores que os gastos para importação, e não por que não importaremos mais petróleo.

Mesmo assim, embora o PROAL-COOL não tenha obtido todo efeito es-perado, angariou-se desenvolvimento tecnológico somado a um forte cresci-mento na indústria sucroalcooleira em âmbito nacional, dispomos atualmen-te de um etanol de qualidade, com bai-xos custos de produção, comparados aos outros países, com rendimento de produtividade mais altos comparados

as outras matérias primas.

Fala-se muito sobre o etanol tornar-se uma commodity energética, mas até onde isso é possível?

Para que o leitor possa entender e de uma maneira mais prática, o termo commodity refere-se a um produto produzido em muitos países e consu-mido em muitos outros. Embora pare-ça fácil, a maioria das nações enfrenta sérias dificuldades em atingir a auto-suficiência em sua matriz energética e dificuldades, ainda maiores, em gerar excedentes de produção exportáveis.

Nos dias atuais, o Brasil conta com um baixo excedente de produção de

Gráfico 1 – Preços de Etanol (Postos de Combustíveis)

Fonte: ESALQ.

Fonte: Anfavea

etanol, some-se a isto a perda crescen-te de sua competitividade comercial em determinados períodos do ano, quando comparado a gasolina auto-motiva. O gráfico abaixo mostra a evolução dos preços de etanol fruto da oferta e demanda deste produto. Cha-ma a atenção as variações de até 90% entre o maior preço médio mensal so-bre o menor preço médio praticado durante a safra.

Gráfico 2 –Proporção de Automóveis comerciais leves, 2003 à 2010.

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Mix de produção safras 2009/2010 e 2010/2011.

Fonte: Circular Consecana

Como outro fator gerador desse “apagão” do biocombustível etanol, pode-se enfatizar o estímulo do gover-no ao consumo (demanda), como isen-ções de IPI mediante os incentivos à aquisição de veículos flex novos, con-forme gráfico 2.

Quando lemos ou ouvimos as po-sições públicas do governo federal, nota-se que atribuem a maior parcela de culpa ao setor, afirmando que pre-ferem produzir açúcar, face aos preços mais compensadores.

Ocorre que, mesmo que o gover-no adote alguma outra medida ou até mais drásticas como a sobretaxação do açúcar exportado, com a finalidade

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de fomentar a produção do etanol, o direcionamento da produção de uma Unidade Produtora, embora com pre-ços favoráveis ao açúcar nesta safra, tem limitações de flexibilidade de produção, de ordem de 6 a 7%.

A medida econômica mais plausí-vel para minimizar essa variação de preços é a adoção de estoques regu-ladores por parte do governo e o se-tor sucroenergético. Uma vez que já existem estoques reguladores de vá-rios outros produtos, inclusive do pe-tróleo.

Embora a adoção de estoques re-guladores pareça ser a opção mais coerente, os custos operacionais e fi-nanceiros para implantação, são altos, considerando que os estoques ficam estagnados e sem rendimentos.

Foram questões desta natureza que fizeram com que o Brasil importasse álcool de outros países a título de inje-ção na demanda interna para acalmar o mercado.

É por essas e outras que: Com o au-mento de projetos de novas unidades produ-toras, haverá significativo aumento na pro-dução, que permitiria até a busca de novos mercados de etanol, porém a produção está atualmente muito ajustada à demanda.

O Brasil, em termos de produção, pode estar preparado para aumentar sua participação no mercado externo e in-terno de etanol, porém esforços priva-dos e públicos deverão ser voltados para facilitar esse escoamento e garantir uma estabilidade econômica ao setor.

As condições como: fatores climáti-cos, áreas disponíveis com ambientes de produção favoráveis e preços mais competitivos, investimentos em tecno-logia e desenvolvimento de variedades mais produtivas, beneficiam o setor, porém ainda é preciso mais, como es-toques reguladores, pois vale destacar que o mercado sucroenergético não tem nenhum subsídio do governo.

Almir TorcatoDep. de Planejamento da Canaoeste

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Copercana realiza reunião com produtores de Orindiúva

Dupont lança produto para cana-de-açúcar

Os produtos e serviços comercializados pela cooperativa foram colocados à disposição dos agricultores presentes na reunião

Novo herbicida garante resultados com apenas uma aplicação

Notícias Copercana

Carla Rossini

Da redação

Marcelo Okamura - diretor de Marketing da Dupont

Rodolfo Savegnago, Frederico Dalmaso, Pedro Esrael Bighetti, Roberto Cestari

Uma nova alternativa de negócios foi apresentada pela Copercana aos produtores rurais de Orindi-

úva e região. Para isso, a cooperativa re-alizou uma reunião, no mês de abril, que contou com a participação da Oricana (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Orindiúva), do Grupo Bun-ge (Usina Moema) e da empresa Dupont.

Cerca de 60 produtores rurais partici-param do encontro. O diretor da Coperca-na, Pedro Esrael Bighetti, apresentou os serviços oferecidos pela cooperativa e o gerente comercial, Frederico José Dalma-so complementou a apresentação e orien-tou os produtores esclarecendo dúvidas.

Segundo Bighetti, a Copercana está em fase de implantação de um escritório

No dia 12 de maio, a DuPont reali-zou em Ribeirão Preto, o lança-mento de um herbicida específi-

co para a época seca da cana-de-açúcar. Trata-se do Front, um novo produto que pode beneficiar usinas e produtores por reduzir as aplicações e consequentemen-te, diminuir os custos.

De acordo com o diretor de marke-ting da DuPont, o engenheiro agrô-nomo Marcelo Okamura, desde 2004 este produto vem sendo pesquisado, desde suas moléculas, influências, até seus reatores. “Os testes foram fei-tos em várias usinas e o resultado foi excelente, identificou-se que existe um controle de várias ervas daninhas como corda-de-viola, capim colonião, capim braquiária, essas que represen-

na cidade que vai atender as necessida-des dos produtores. Para isso, a coopera-tiva já contratou um agrônomo, Leonar-do Tuan. “Esse agrônomo será o nosso representante técnico e comercial na ci-dade de Orindiúva. Através dele a coo-perativa coloca todos os seus produtos e

serviços à disposição dos agricultores”, disse o diretor.

Durante a reunião, a empresa Dupont apresentou a sua linha de produtos, des-tacando o seu novo herbicida para cana-de-açúcar, o Front.

tam 90% das ameaças em um canavial e este produto controla todas elas. Todo o trabalho de aplicação de herbi-cida que é feito somen-te na época de chuva, com o Front ganha-se em tempo e máquinas, já que o produto é apli-cado durante a seca após a colheita”, expli-cou Okamura.

Ainda de acordo com o diretor de marketing, espera-se um crescimen-to de 15% no faturamento em um ano, já para essa safra no Brasil, e um crescimen-to de 50% em cinco anos. O investimento

destinado ao Front movimentou US$ 1,4 bilhões, desse valor US$ 200 milhões fo-ram designados as pesquisas.

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Em busca da votação do Código FlorestalCanaoeste levou fornecedores a Brasília; depois de muita discussão em

torno do assunto, a votação foi adiada

Notícias Canaoeste

Carla Rossini

Produtores de Cana da Canaoeste e outras instituições em Brasília

Pedro Esrael Bighetti (diretor da Copercana), Gustavo Nogueira (Gerente do Dep. Técnico da Canaoeste),Juliano Bortoloti (Advogado da Canaoeste), Milton Melloni (Administrador do Sind. Rural de Sertãozinho) e

Rubens Sicchieri (associado da Canaoeste)

Depois de levar à Brasília pro-dutores rurais de Sertãozinho e região, no mês de abril, para

participarem de uma manifestação rei-vindicando agilidade na votação das mu-danças do Código Florestal, a Canaoeste voltou a estar presente em apoio à vota-ção em maio. Dessa vez, foram à Brasí-lia cerca de 20 fornecedores de cana da associação que se juntaram a agriculto-res de outras instituições para assistirem a votação, que foi adiada, depois de um bate-boca entre os deputados, na quarta-feira (11) à noite.

Nesta mesma data, parlamentares ti-nham anunciado um acordo depois de um longo dia de negociações: “Nós fecha-mos um acordo com a base. O deputado Aldo Rebelo está ultimando o relatório. Nós vamos ter condição de votar hoje”, afirmou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo.

Depois que o relator do projeto, Aldo Rebelo, apresentou o texto, o líder do governo voltou atrás e surpreendeu o plenário: “Nós não vamos na votação no escuro. O governo encaminha sim para retirada de pauta e transferir a discussão para outra data”, disse.

O anúncio de que a votação seria adia-da, revoltou alguns deputados. A oposi-ção protestou. Disse que o governo es-tava descumprindo o acordo para votar o projeto. “A pergunta que faço é se os acordos nessa casa devem ou não ter va-lidade? Se os acordos são para valer ou não são para valer, porque o discurso do líder do governo, deputado Cândido Va-carezza, faz com que eu, a partir de hoje, passe a duvidar da sua palavra”, declarou o deputado ACM Neto (DEM-BA), líder do partido.

O PSDB também se manifestou. “Uma coisa que é importante para o país e hoje o governo não quer deixar votar depois de todo o discurso que fez que queria votar”, protestou o deputado Duarte No-gueira (PSDB-SP), líder do partido.

Previsão de votaçãoLíderes de base governistas e da oposição, reunidos na tarde do dia 18, acertaram a

votação para o dia 24 de maio. Pelo acordo firmado, o texto do relator, lido no plenário na semana no dia 10, poderá receber uma emenda sobre a obrigatoriedade de recomposição de reserva legal e sobre atividades agrícolas em Áreas de Preservação Permanente (APP).

Fonte: O Globo

Deputado Federal Aldo Rebelo, re-lator do texto do Código Florestal

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Impurezas e Qualidade de Cana-de-açúcarEvento reuniu fornecedores e profissionais do setor no auditório da Canaoeste

Notícias Canaoeste

No dia 12 de maio, o auditório da Canaoeste, em Sertãozinho, se-diou o evento “Impurezas e Quali-

dade de Cana-de-Açúcar”, uma realização da Canaoeste, Stab (Sociedade dos Técni-cos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) e Unesp (Universidade Estadual Paulista), com o apoio institucional da Orplana (Or-ganização de Plantadores de Cana da Re-gião Centro-Sul do Brasil) e Udop (União dos Produtores de Bioenergia).

Antes de iniciar as apresentações, o presidente da Canaoeste, Manoel Orto-lan, agradeceu a presença de todos e des-tacou a importância da parceria entre a Stab e a Canaoeste. “Fico feliz por saber que mais uma vez temos essa entidade como companheira da nossa associa-ção”, disse Ortolan.

Manoel Ortolan conversou com os participantes, entre eles, fornecedores de cana-de-açúcar, estudantes e técni-cos do setor, sobre as divergências que impedem a votação do novo Código

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste e Miguel Mutton, coordenador do evento

Oswaldo Alonso, consultor agronômico da Cana-oeste, falou sobre a caracterização das impurezas

Florestal e também sobre a reação dos preços dos combustíveis com o início da safra canavieira.

Durante o evento, foram apresentados os resultados de estudos para o desenvol-vimento tecnológico do setor e levanta-mentos de dados qualitativos nas últimas safras. O assessor agronômico da Canao-este, Oswaldo Alonso, foi o responsável pela apresentação sobre a caracterização das impurezas. Além disso, foram abor-

dados temas relacionados à utilização de maturadores com o objetivo de melhorar a qualidade da cana, qualidade e impu-rezas da cana colhida mecanicamente, inovações tecnológicas das colhedoras visando a redução de impurezas e me-lhoria da qualidade da matéria-prima, levantamento dos níveis de impurezas nas últimas safras, quantificação das im-purezas vegetais e minerais presentes na matéria-prima e metodologia para deter-minação das impurezas vegetais. RC

Consecana CIRCULAR Nº 02/11DATA: 29 de abril de 2011

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue du-rante o mês de ABRIL de 2011. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL, referente à Safra 2011/2012, é de R$ 0,5736.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mer-cados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nas infor-mações contidas na Circular 01/11, são os seguintes:

Média do mês de abril = R$ 0,5736/kg de ATR

Carla Rodrigues

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18Notícias Sicoob Cocred

Balancete MensalCOOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO

INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - ABRIL/2011Valores em Reais

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Em edição recorde, feira atraiu público de 45 países e lideranças do setor

A Agrishow 2011 (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) que foi realizada de 2 a 6 de maio, em Ribeirão Preto, atingiu recorde em todos os seus segmentos. Com 765 expositores nacio-nais e internacionais, representantes de 45 países e um público de aproximada-mente 146 mil pessoas, a feira consoli-dou-se como o centro do agronegócio brasileiro. As três instituições financei-ras que operaram durante a Agrishow – Bancos Bradesco, do Brasil e Santander – contabilizaram negócios de R$ 1.755 bilhão, volume 52,6% maior em relação a feira de 2010.

Segundo os organizadores, os valores são ainda maiores se forem considerados os negócios das montadoras de máqui-

Carla Rodrigues

Agrishow 2011: negócios movimentaram R$ 1,755 bilhão

nas, equipamentos e veículos que por questões estratégicas não divulgam os seus negócios.

De acordo com o presidente da Agrishow 2011, Cesário Ramalho, os re-sultados obtidos foram acima das expec-tativas dos organizadores, o que indica que a população está acolhendo a agri-cultura brasileira. “Os agricultores são os grandes astros de todo esse evento e sen-timos orgulho disso, pois a agricultura é a 2ª maior economia do país e precisa ser valorizada”, disse o presidente.

ÁReA de exPosição e Visi-TAnTes

Nesta edição, a área destinada à expo-sição estática da feira foi de 180 mil m2,

15% maior em relação ao ano passado, já a área bruta foi de 360 mil m2. Duran-te os 5 dias de feira, foram apresentadas 800 demonstrações de campo com má-quinas e equipamentos de cultivo e co-lheita num espaço de 100 hectares.

A feira recebeu a visita de inúmeras autoridades, entre eles, deputados, sena-dores, dirigentes de instituições do agro-negócio e entidades de classe, prefeitos e vereadores de todo o Brasil. Mais de 600 profissionais da mídia brasileira e internacional cobriram jornalisticamente o evento, o que demonstra a importância que a feira vem ganhando na área políti-ca do país.

Na abertura, estava presente o gover-nador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, em exercício, Antônio Jun-queira Júnior, o secretario estadual do meio ambiente, Bruno Covaso e a sena-dora Kátia Abreu.

Tanto o ministro da agricultura, Wagner Rossi, quanto a senadora, Ká-tia Abreu destacaram a importância e a necessidade da renovação do Códi-go Florestal. “Nós, produtores rurais, somos os que mais cuidamos do meio ambiente e ninguém deverá nos ensi-nar isso. Queremos garantir a defesa do meio ambiente com o aumento da produção, pois somos capazes de pro-duzir com sustentabilidade”, garantiu

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23Reportagem de CapaAgrishow 2011: negócios

movimentaram R$ 1,755 bilhão

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o ministro. Já a senadora também lem-brou que o agricultor precisa de segu-rança jurídica para produzir. “De nada adianta toda esta tecnologia que vemos aqui, se não for realizada a votação do Código e o produtor continuar na ins-tabilidade”, disse Kátia.

Também visitaram a feira o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Bandeira Florence e o ministro da Inte-gração, Fernando Bezerra. Na ocasião, o ministro do MDA, lançou duas novas ca-tegorias de produtos do Programa Mais Alimentos: três colheitadeiras de café e uma colheitadeira de cana-de-açúcar. Ele também aproveitou para fazer a entrega de uma das colheitadeiras e de um cami-nhão adquiridos pelos pequenos produ-tores que fazem parte desta linha de cré-dito, destinada a modernizar as unidades produtivas da agricultura familiar.

Já o ministro Fernando Bezerra, aprovei-tou a passagem pela feira para anunciar a criação da Secretaria Nacional de Irrigação, que tem como objetivos principais colocar no setor público uma área total de 200 mil hectares em produção e agilizar medidas

para uma maior adesão do setor privado, ampliando em 10% as áreas irrigadas, com maior produtividade e melhores manejos.

Além deles, os ministros da Agri-cultura dos países do Cone Sul (Chile, Uruguai, Bolívia, Argentina e Paraguai) também estiveram presentes durante a Agrishow 2011. Em coletiva, juntamen-te com o ministro Wagner Rossi, eles se mostraram impressionados com a mag-nitude da feira e o conhecimento tecno-lógico que o país possui. “Esse encontro tem que ser valorizado, pois assim pode-mos nos conhecer melhor e nos ajudar. O mercado de máquinas brasileiro com-pleta o mercado da Argentina”, disse o ministro Julián Domínguez.

Wagner Rossi destacou a importân-cia da realização de trabalhos em grupo e a capacidade de produção dos países. “Somos mais fortes trabalhando juntos. Nós temos a capacidade de produzir os alimentos que faltam”, falou o ministro.

noVo PResidenTeFoi com o objetivo de promover o

agronegócio brasileiro e fortalecer a

Agrishow como a maior feira do mun-do, que a prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera, realizou a campanha “Fica Agrishow” no ano passado. Devido ao sucesso da campanha e ao empenho da cidade, o governador Geraldo Alckmin assinou durante a abertura da feira deste ano, a mensagem do projeto de lei que prevê a cessão de uma área que perten-ce à Fazenda do Estado para a marca Agrishow, por 30 anos. Até então, a re-novação da concessão era feita a cada cinco anos.

Durante a coletiva sobre o balanço ge-ral da feira, Cesário Ramalho, atual pre-sidente da Agrishow, aproveitou a oca-sião para apresentar o novo presidente da Agrishow 2012, Maurílio Biagi Filho, que esteve também presente no evento. “É a primeira vez que sou presidente de uma feira e quero aproveitar este mo-mento para melhorar tudo aquilo que

Ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Bandeira Florence visitou vários estandes de montadoras que participam do Programa Mais Alimentos

Entrega do primeiro caminhão adquirido atravésdo Programa Mais Alimentos

Ministros da Agricultura dos países do Cone Sul (Chile, Uruguai, Bolívia, Argentina e Paraguai) também estiveram presentes durante a Agrishow 2011

Cesário Ramalho, presidente da Agrishow 2011, aproveitou a ocasião para apresentar o novo

presidente da Agrishow 2012, Maurílio Biagi Filho

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ainda pode ser mudado, mas claro, sem deixar nosso principal foco de lado, que é aproximar o ambientalista do produtor rural”, explicou o novo presidente.

Voltada para agricultores, pecuaris-tas, agroindustriais, empresários, indus-triais, entidades de classe e estudantes, a Agrishow 2011 foi organizada e pro-movida pela Reed Exhibitions Alcanta-ra Machado, com iniciativa da ABAG (Associação Brasileira de Agribusiness), ABIMAQ (Associação Brasileira da In-dústria de Máquinas e Equipamentos), ANDA (Associação Nacional para Difu-são de Adubos) e SRB (Sociedade Rural Brasileira), com apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado

de São Paulo, APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios e Vale Fertilizantes.

LAnçAMenTosCom a retomada dos investimentos no

setor, os grandes fabricantes de máqui-nas e equipamentos, como a Case IH e a Massey Ferguson, marcaram presença na Agrishow 2011 para demonstrarem o que há de novo disponível para os agri-cultores.

A Massey Ferguson lançou a enfarda-dora de palha de cana-de-açúcar, que co-lhe a palha deixada na lavoura e a trans-porta até a usina para ser transformada em energia para alimentar as caldeiras.

De acordo com Carlos Eduardo Ba-rione Martinat, do setor de marketing da empresa, esta é uma máquina ambien-

Trator da série MF7100 e a enfardadora de palha de cana-de-açúcar apresentados pela Massey durante a feira

Colhedora Case IH da série A8000

Roberto Biasotto (especialista de marketing de produto da empresa) em frente a A4000, colhedora desenvolvida

para áreas plantadas com espaçamento reduzido

talmente correta e que veio para facili-tar a vida do produtor. “Com o passar do tempo, o volume de palha deixado no campo vai aumentando e o solo não consegue decompor todo o material”, explica Barione.

Os tratores da série MF 7100 ganha-ram a versão para a cultura de cana-de-açúcar. O novo trator tem eixo com bitola de 3 metros, evitando o pisoteio das soqueiras e diminuindo os danos a lavoura. O modelo apresentado na fei-ra, MF 7180 possui transmissão sincro-nizada com 12 velocidades à frente e 5 à ré e um escalonamento de marchas na faixa de trabalho projetado para obter o maior rendimento.

Em comemoração aos 50 anos da Mas-sey, a empresa trouxe para a feira o maior número de novidades. Além da enfarda-

Carlos Eduardo Barione Martinat, setor de marketing da Massey Ferguson

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dora e dos tratores da série MF7100, tam-bém foram lançados o Criper, um redutor de velocidade para os tratores da linha 200. Seu trabalho é realizado através de colhedoras de cana, acopladas ao trator.

Também foram lançados o trator 4290, com o motor de quatro cilindros turbo de 95cavalos e mais uma rodagem para o trator de 130 cavalos, que é o 4299.

A Case IH apresentou durante a Agrishow suas principais colhedoras disponíveis no mercado, a A4000 e série A8000, que reúnem inovações tecnoló-gicas, proporcionando redução de custo operacional e maior produtividade.

Segundo o especialista de marketing de produto da empresa, Roberto Biasot-to, a A4000 foi desenvolvida para colhei-tas em áreas plantadas com espaçamento reduzido. Já a A8000 é uma colhedora tradicional, fundamental para o setor ca-navieiro. “Elas atuam na colheita de cana reduzindo o custo, ou seja, nessa transi-ção de colheita manual para mecanizada, o principal fator é a redução de custos”, explicou Biosatto.

Com essa transição, as colheitadeiras apresentam vantagens ambientais e também agronômicas, como maior produtividade, conservação do solo e redução de custos.

A série A8000, devido a sua maior capacidade, geralmente é adquirida por usinas. Ela colhe, em média, 150 a 200 mil toneladas de cana numa safra, o equivalente a 40 toneladas por hora. Já a A4000 colhe em torno de 30 a 40 mil to-neladas durante uma safra, o equivalente a 20 toneladas por hora.

“Apesar da Case ter iniciado seu tra-balho com grandes produtores, hoje ela personaliza todas as suas máquinas e equipamentos para os pequenos e médios produtores também, tanto que, a A4000 foi lançada na inclusão do Programa Mais Alimentos”, disse Biasotto.

A grande novidade lançada na feira foi o simulador de colheita de cana, que está sendo desenvolvido para auxiliar no treinamento de operadores. Este equi-pamento faz com que o operador passe por todas as etapas de uma colhedora normal, tornando-o melhor capacitado e

acelerando seu processo de aprendizado. “Nossa intenção é incluir o simulador em nossos treinamentos de operador, de

multiplicador da usina e também para os nossos técnicos de concessionárias”, dis-se Roberto.

Projeto Bioen e IAC desenvolvem tecnologia de precisão

Durante a Agrishow 2011, a Santal lançou um caminhão instrumentado para fazer colheita mecanizada de ex-perimentos de cana-de-açúcar. O equi-pamento é na realidade um sobre-cesto acoplado ao caminhão e estruturado sobre quatro células de carga que ob-têm a pesagem da cana com precisão. Sua capacidade de carga é de aproxi-madamente sete toneladas.

“O comboio tem sensores com cé-lulas de carga que viabilizam a pe-sagem da cana imediatamente após o corte e armazenam os dados em dispositivo acoplado à cabine do ca-minhão”, explica o pesquisador e di-retor do IAC, - Instituto Agronômico, Marcos Landell.

Esta pesquisa surgiu com o intuito de repetir nos ensaios a colheita mecâ-nica crua, tentando se aproximar o mais perto possível da realidade ambiental e também ampliar a rede experimental de desenvolvimento de variedades e os es-tudos nas áreas de fitotecnias.

A pesquisa foi desenvolvida em par-ceria com as empresas Santal e Técnica

Balanças, com apoio do Programa FA-PESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).

Marcos Martins (Santal), Marcos Landell (IAC) e Marco Antônio Gobesso (Santal) apresentam o Caminhão Instrumentado.

Interior do Caminhão Instrumentado - em foco painel conectado aos sensores

localizados no sobre-cesto. Nele o motorista pode verificar o peso da

carga com precisão

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26Informações Setoriais

CHUVAS DE ABRILe Prognósticos Climáticos

As chuvas do mês de ABRIL de 2011 são mostradas no quadro a seguir.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor Agronômico da Canaoeste

A média das chuvas anotadas em ABRIL (99mm) “ficaram” (quase uma vez e meia)acima da média das médias históricas (76mm). Chamou a aten-ção os volumes de chuvas registradas (≈130mm) no eixo Luiz Antonio - Ser-tãozinho - Bebedouro. Enquanto que, na faixa imaginária Morro Agudo-Barretos as chuvas (≈40mm) foram bem inferio-res às respectivas normais climáticas.

A média das chuvas anotadas em ABRIL (99mm) “ficaram” (qua-se uma vez e meia) acima da

média das médias históricas (76mm). Chamou a atenção os volumes de chu-vas registradas (≈130mm) no eixo Luiz Antonio - Sertãozinho - Bebedouro. En-

quanto que, na faixa imaginária Morro Agudo-Barretos as chuvas (≈40mm) fo-ram bem inferiores às respectivas nor-mais climáticas.

O Mapa 1 abaixo, mostra que até me-ados de ABRIL (14 a 17), a disponibili-

dade d’água do solo encontrava-se muito favorável no quadrante Nordeste e Sudo-este do Estado, em nível médio na faixa Central e extremo Oeste, mas já crítica na faixa Centro-Noroeste de São Paulo, deixando evidente a irregularidade das chuvas no Estado.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 17 de ABRIL de 2011. Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de ABRIL de 2010.

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Nota-se a restritiva condição de umidade dos solos em quase toda área canavieira do Estado, já no início da safra passada (Mapa 2 - ABRIL 2010). Ao final de ABRIL deste ano observa-se a persistência da crítica condição da dispo-nibilidade de água no solo em toda faixa (parte do)Centro e Oeste do Estado de São Paulo.

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CA-NAOESTE resume abaixo o prognóstico climático, consen-suado entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, para os me-ses de maio a julho de 2011:

• As temperaturas médias poderão “ficar” próximas das normais climáticas em toda área Sucroenergética do Centro Sul do Brasil;

• Por sua vez, as chuvas (como mostra o Mapa 4) poderão “ficar” ao redor das normais climáticas em quase toda área Sucroenergética do Centro Sul do Brasil, com gradativa re-dução no decorrer do trimestre maio a julho;

• Para referências, as médias históricas para Ribeirão Preto e mu-nicípios vizinhos, pelo CentroCana e Apta-IAC, são de 55mm em maio, próximo de 30mm em junho e de 20mm em julho.

Por sua vez, a SOMAR Meteorologia assinala que, para a região de abrangência CANAOESTE e após novas e revisões das “rodadas” de previsões climáticas, as chuvas previstas para ocorrer entre maio a agosto poderão ser próximas ou ligeiramen-te aquém das respectivas médias históricas. Idem, no mesmo pe-ríodo, quanto às temperaturas médias, após as mesmas revisões.

Já com vistas para a safra 2012/13, recomenda-se aos Pro-dutores em início de suas colheitas, que procedam aos esmera-dos tratos culturais mecânicos e/ou químicos. Já nas áreas que

estejam comprometidas por danos com pragas, doenças, falhas ou elevada infestação de ervas daninhas e com vistas às safras futuras (2013/14 e seguintes), merecem e justificam-se renovações.

Persistindo dúvidas, consultem os técnicos próximos ou atra-vés do Fale Conosco CANAOESTE.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de ABRIL de 2011Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de ABRIL de 2010.

Mapa 4:- Prognóstico de consenso entre INMET e INPE para a Região Centro Sul durante o trimestre maio a julho de 2011.

Adaptado pela CANAOESTE

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28Assuntos Legais

Alteração do Código Florestal - mobilização para que isso ocorra

Como todos vem acompanhan-do pela imprensa, está se tra-vando uma árdua batalha no

Congresso Nacional para alteração do arcaico Código Florestal. Digo arcaico porque uma lei que coloca 90% de um segmento da sociedade, no caso os agricultores, na ilegalida-de, não pode ser considerado de outra forma, como apregoam alguns, que

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

insistem em defender a idéia de se tratar da legislação mais avançada do planeta. Só esqueceram de dizer que as áreas de preservação permanente existem apenas em alguns países e não ultrapassam a faixa de 5 metros, assim como não existe, em nenhum outro país do mundo a chamada re-serva florestal legal, sendo uma cria-ção exclusiva do Brasil.

Não estamos aqui repelindo a impor-tância da conservação e preservação da vegetação nativa, mas repelimos sim a sua recomposição em áreas de explo-ração consolidada antes da existência e criação de institutos ambientais que restringem o direito de propriedade, às custas do particular e sem a participa-ção mínima da sociedade. E, isso, em um País que mais que preserva mais de 60% da área de seus biomas, realidade muito diferente de todos os países eu-ropeus, onde estão sediadas a maioria das ONG’s (Organizações Não Gover-namentais) dita ambientais, que, certa-mente, usam a bandeira ambiental para defender outros interesses, com raríssi-mas exceções.

Se isso ocorrer, certamente vai sig-nificar o fim dos pequenos e médios agricultores que não possuem vegeta-ção nativa suficiente para averbar e, tampouco, dinheiro para tanto, haja vis-ta que o custo para isso fica em aproxi-madamente R$ 10 mil por hectare, sem contar a perda de receita em decorrência da diminuição da área produtiva.

Muitos, aliás, tem usado as catástro-fes em cidades como o Rio de Janeiro, para tentar impedir a mudança do Có-digo Florestal, porém, omitem ao dizer que no campo, não há construção em áreas de risco.

Aliás, há inúmeros outros argumen-tos para defender a alteração do Códi-go Florestal. Vou pedir permissão aqui para colar um panfleto elaborado pela Confederação Nacional da Agricultura, que muito bem trata a questão.

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Diante destes argumentos, devemos mobilizar nossos de-putados e senadores exigindo que votem pela alteração do Código Florestal, pois não dá mais para aceitar que os agri-cultores que produzem alimentos e combustíveis renováveis com os menores preços do mundo, exportando excedentes e gerando riquezas para o Brasil, continuem a serem chamados de criminosos ambientais por pessoas que desconhecem a re-alidade rural, amparados em uma legislação feita através de Medida Provisória, que via de consequência, não foi discuti-da pelos representantes do povo (Congresso Nacional), como corretamente quer se fazer agora.

Mobilização de agricultores em Brasília, abril de 2011

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30Opinião

Veículos “flex” . . . 8 anos

Em março de 2003, a indústria au-tomobilística lançou no merca-do brasileiro os veículos bicom-

bustíveis-“flex”- abreviação comercial e popular atribuído aos veículos leves bicombustíveis, movidos a gasolina e a etanol hidratado carburante, em pro-porções preferenciais e/ou econômicas pelos proprietários. Entretanto e efeti-vamente, foi ao final do 1º semestre de 2003 que os veículos flex “receberam” sua aceitação pelos consumidores e crescimento de produção.

À título de lembrança, em março de 2008, os 26 primeiros flex foram fabricados pela Volksvagen e, ao final do 1º semestre de 2003, somando com os da General Motors, já eram quase 4 mil destes veículos vendidos. Aconte-cimento tecnológico este, que resultou de um sistema mecânico-energético que permitiu o novo ciclo de utilização do etanol hidratado combustível, trazendo consigo as indiscutíveis vantagens am-

Oswaldo AlonsoConsultor Agronômico CANAOESTE

bientais, sociais (saúde, principalmente) e econômicas. Ganhos estes muito bem defendidos e intensamente divulgados em torno do planeta pelo governo e setor sucroenergético. É claro que sua utiliza-ção está contingenciada à sua paridade técnica-custo frente à gasolina “C”, ou seja, será vantajoso quando o preço (na bomba) do etanol hidratado combustí-vel for igual ou menor a 70% do preço da gasolina. Enfatizando que, ambiental e socialmente, a paridade é bem maior que aquela paridade econômica. Deta-lhes podem ser consultados nas recentes publicações “A História do Carro Flex no Brasil” e “Do álcool ao etanol: traje-tória única” que podem ser consultados na Biblioteca da Canaoeste.

No Gráfico 1, é mostrada a linha de tendência entre paridade preços (na bomba) etanol/gasolina o provável percentual de utilização de etanol hi-dratado combustível pelos automóveis e veículos leves flex.

Gráfico 1:- curva de tendência entre relação % de preços do etanol e gasolina na bomba e o % de utilização do etanol hidratado combustível.

Fonte: Tarcilo Rodrigues - Bioagência.

A curva (linha) de tendência ilustrada no Gráfico 1 é resultante do % de utiliza-ção do etanol hidratado combustível em função da relação % de preços na bomba entre etanol e gasolina. Dados estes de muitos anos e apresentado pela Bioagência. Exemplificando, a 60% de paridade entre preços de etanol e gasolina, esta linha de tendência mostra que há quase 100% de probabilidade de que a utilização de etanol hidratado pelos veículos flex estará bem próximo de 70%.

Segundo a ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Au-tomotores, de março de 2003 até o mais recente informe-abril de 2011 - foram ven-didos/licenciados quase 13 milhões e 370 mil veículos flex, que significam 71,6% dos 18 milhões e 666 mil automóveis e veículos leves. Entretanto, estima-se que, após sucateamento (pela idade, sinistros é a maior causa), a atual frota de veículos flex venha ser pouco mais de 12 milhões e 400 mil (Tarcilo Rodrigues – Bioagên-cia). Isto significa que sua participação na frota, no mesmo período e mesmos per-centuais de sucateamentos de veículos à gasolina, etanol e diesel, possa ser ligeira-mente maior que os 71,6% acima.

Entretanto, os Gráficos 2 a 4 mostram que já acendeu a “luz amarela” da par-ticipação dos veículos flex nos totais de licenciamentos dos automóveis e veícu-los leves.

Embora o atual governo, a mídia e, também, significativa parcela de consu-midores tenham criticado energicamente o setor sucroenergético, parecem terem se esquecido de percalços e contratem-pos recentes (cronologicamente, menos de três anos para cá), tais como, os ci-tados por Carvalho, L.C.C-Caio em re-cente evento Canaplan: a) crise de cré-dito desde o final de 2008; b) muitas das empresas e grupos do setor com elevados endividamentos; c) consequentemente, houve estagnação de investimentos agrí-colas (em tratos culturais de canaviais remanescentes, renovações e expan-sões), resultando em envelhecimento e perda de produtividade da cultura; d) de investimentos industriais (manutenções/adequações e novos projetos); e) pela curva de aprendizado em ambientes de produção menos favoráveis em muitos dos greenfields e em expansões das uni-dades tradicionais. Além destas, as rela-tadas por todas as atividades agrícolas e, notadamente, pelo setor sucroenergético, como: 1) as adversas condições climá-ticas no decorrer da safra 2009/2010, com excesso de chuvas a partir de julho/agosto, impactando em forte redução da

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Gráfico 2:- Vendas/licenciamentos anuais de veículos flex, percentualmente aos totais de automóveis e veículos leves

Gráfico 3:- Vendas/licenciamentos quadrimestrais de veículos flex entre 2008 e os primeiros quatro meses de 2011, percentualmente aos totais de automóveis e veículos leves

Gráfico 4:- Números de veículos, em quadrimestres, compilados das Cartas ANFAVEA de todos os automóveis/veículos leves vendidos/licenciados e dos flex.

Fontes consultadas: ANFAVEA, Bioagência, Canaplan, ÚNICA e as publicações citadas.

qualidade da cana e operacionalidade de colheita; 2) longa estiagem já a partir de maio da safra 2010/2011, resultando em sensíveis decréscimos da produção de cana e sérias sequelas para a presente sa-fra e a futura.

No Gráfico 2, são mostrados os per-centuais anuais dos veículos flex vendi-dos/licenciados desde março de 2003 até abril de 2011; no Gráfico 3, detalhando o Gráfico anterior, os percentuais qua-drimestrais desde 2008. Dividiu-se em quadrimestres, para incluir o de janeiro a abril de 2011. Por sua vez, o Gráfico 4 apresenta os censos quadrimestrais, compilados dos dados da ANFAVEA, de todos os automóveis e veículos leves vendidos/licenciados e os dos flex.

O Gráfico 2 mostra o crescente percen-tual de flex no total automóveis e veículos leves até 2009 que, após este ano, começou reduzir sua participação na frota. Redução esta, melhor apresentada no Grafico 3.

O Gráfico 3 apresenta em detalhes os períodos, divididos em quadrimestres, a partir de 2008 e o primeiro de 2011, para se comparar aos 4 meses iniciais de 2011 e, principalmente, enfatizando a “luz amarela”, face à gradativa redução percentual de licenciamentos de veículos flex, frente aos totais de automóveis e veículos leves vendidos/licenciados.

Nota-se no Gráfico 4, em quadrimes-tres a partir de 2008, que os flex e totais de automóveis e veículos leves licencia-dos tem experimentado acréscimos ano a ano. Nota-se, ainda, que via de regra, os primeiros quatro meses de cada ano mostram vendas/licenciamentos inferio-res aos demais quadrimestres.

Entretanto e também como apresen-tado no Gráfico 3, torna muito evidente, e já propaladas, que serão necessárias ações conjuntas entre políticas públicas, da indústria do etanol e automobilística, objetivando obter expressivos recursos financeiros para as ultra-necessárias e ur-gentes novas unidades produtoras (ane-xas ou não)de etanol;, equilíbrio e con-dizente remuneração para toda cadeia produtiva de cana e etanol-distributiva-vendas; menor volatilidade dos preços ao longo dos anos-safras e que sejam atrativos aos consumidores.RC

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Em aula especial aos alunos da Uniceise, o presidente da Unica, Marcos Jank, falou sobre preços, mercado e a importância da qualificação profissional do país

Unica pede medidas do governoCarla Rodrigues

Foi realizada no dia 12 de maio, no auditório do Centro Empre-sarial Zanini, em Sertãozinho,

uma aula especial para os alunos da Uniceise (Universidade Corporativa do Setor Sucroenergético), proferida pelo presidente da Unica (União da Indús-tria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank. Estiveram presentes também, o pre-sidente e o vice- presidente do Ceise Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroeneregético e Biocombustí-veis), Adézio José Marques e Antonio Eduardo Tonielo Filho, o presidente da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro Sul), Ismael Perina Junior, o presidente da Coper-cana e Sicoob Cocred, Antônio Eduar-do Tonielo e o secretário da Indústria e Comércio de Sertãozinho, Marcelo Pelegrini, na ocasião representando o prefeito municipal, Nério Costa.

Antes de iniciar sua apresentação, Marcos reuniu os jornalistas em uma coletiva de imprensa e cobrou medidas do governo para garantir a oferta do etanol até 2020, já que “o setor enfren-tou uma crise muito grande e os inves-timentos, que seriam usados em novos projetos, foram transferidos para as empresas que já estavam no mercado”, explicou Jank.

Destaque

Para a Unica, o grande desafio é como fazer o setor crescer nos próxi-mos 10 anos e, além disso, vender o etanol a 70% do preço da gasolina. O executivo também lembrou que é ne-cessário garantir o período da entres-safra e para isso diz que o governo precisa tomar algumas providências urgentes, como por exemplo, ampliar o mecanismo de contratação e esto-cagem de etanol e trabalhar para re-duzir a volatilidade do álcool anidro, encontrando preços que mantenha

uma média ao longo do ano.

UniCeiseAo lado das outras lideranças do

setor, o presidente da Unica falou sobre a importância da criação da Uniceise, que qualifica profissionais para trabalhar no setor. “O setor su-croenergético se torna cada vez mais competitivo, e para acompanhar esse crescimento, precisamos ter mão-de-obra qualificada, e é isso que esta universidade oferece”, disse Jank.

Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana e Giovanni Rossanez , gerente financeiro da Copercana também estiveram presentes no evento

Antonio Eduardo Tonielo (conselheiro da Unica), Marcos Jank (presidente da Unica) e Adézio Marques (presidente do Ceise Br) durante coletiva de imprensa

RC

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“General Álvaro Tavares Carmo”

A geração termoelétrica com a queima do bagaço de Cana-de-Açúcar no Brasil

“Este estudo representa um esforço da Com-panhia Nacional de Abastecimento (Conab) em trazer um pouco de luz para uma questão estra-tégica para qualquer país: a geração e a distri-buição de energia elétrica. O foco do trabalho está concentrado no uso de um combustível que já faz parte das fontes em uso atualmente, po-rem com pequena participação no total nacional e com pouco prestígio entre os profissionais do assunto: o bagaço da cana-de-açúcar. Nesta linha de preocupações, o presente estudo, a partir dos dados coletados pelos técnicos da Companhia em todas as unidades de produção brasileiras, faz uma análise técnica de uma matéria muito importante para o país: a cogeração de energia elétrica a partir de um combustível não conven-cional, mas que somente nos anos recentes tem conhecido algum desenvolvimento.”

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A geração termoelétrica com a quei-ma do bagaço de cana-de-açúcar no Brasil: análise do Desempenho da Safra 2009-2010. Brasília: Co-nab, 2011. Disponível em: www.conab.gov.br/Ola-laCMS/uploads/arquivos/11_05_05_15_45_40_ge-racao_termo_baixa_res..pdf

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,

nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone :(16)3946-3300 - Ramal 2016

Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“O outro não o preenche. Preenchimento é interno”Osho

Cultivando a Língua Portuguesa

PARA VOCÊ PENSAR:

Dicas e sugestões, entre em contato: [email protected]* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua

Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

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1) Pedro atrasou o relatório do trabalho. Entregou-o “an-te-ontem”.

...e Pedro está atrasado com o estudo da Nova Regra Orto-gráfica (VOLP-5 edição).

A expressão correta, segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) é: anteontem.

Regra nova: quando o primeiro elemento termina por vogal diferente daquela que inicia o segundo elemento, a palavra é escrita sem hífen.

No exemplo: ante: primeiro elemento - termina com a vogal eOntem: segundo elemento - incia com a vogal oDuas vogais diferentes - a expressão é escrita sem o hífen

2) Maria decidiu retomar o namoro. Saiu com o “ex namorado”.Para retomar algum “ex” só com hífen, prezado amigo leitor!Dica fácil: quando o primeiro elemento é o prefixo ex, usa-se o hífen (aqui cito a

regra do prefixo ex)Retome, corretamente, com o Novo Acordo Ortográfico (5 edição): ex-namorado

(com hífen).

3) Pedro escreveu no documento a “sequência” das novas regras do departamento.Correto, Pedro!Para as novas regras funcionarem, segundo o VOLP (5 edição) sem trema.O trema não existirá mais (regra geral), segundo o Novo Acordo Ortográfico.

Análise do Desempenho da Safra 2009 - 2010 (Publicado em Março 2011 - Conab)

“Qualquer um pode zangar-se isso é fácil.Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da

maneira certa não é fácil”Aristóteles - Ética a Nicômaco

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