Edgar e Gabriel - Artigo III Snpcv-FINAL

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FICÇÃO CIENTÍFICA E POÉTICAS ARTÍSTICAS BASEADAS NO DESLOCAMENTO CONCEITUAL: TRÊS ESTUDOS DE CASO Prof. Dr. Edgar Silveira Franco [email protected] PPG em Cultura Visual - FAV /FG Ga!riel "#ra Chaves ga!riel#[email protected] $estrando do PPG em Cultura Visual % FAV /FG Resumo &este artigo nos 'ro'omos a analisar fic()o cient*fica en+uanto g,nero narrativo +ue encontra manifesta(es em vrias 'oticas art*sticas0 como cinema0 hist1rias em +uadrinhos e at na chamada !ioarte. Analisaremos alguns e2em'los es'ec*ficos de dilogo com este g,nero so! a lu3 da defini()o de deslocamento conceitual ela!orada 'or Phili' 4. Dic50 o!servando as o!ras GFP Bunny  6788890 tra!alho de !ioarte de Eduardo 4ac: O Quarto Poder  6;<=<90 hist1ria em +uadrinhos de >uan Gimne3 e Moon 6788<90 filme dirigido 'or Duncan >ones. Palavas!"#ave: Fic()o cient*fica: deslocamento conceitual: !iotecnologia. A$s%a"% ?n this 'a'er0 e intent to anal#3e the science f iction 6sci-fi9 as a narrative gender that manifests itself in man# artistic forms0 li5e cinem a0 comics and even in the field of !ioart. e ill revie some s'ecific e2am'les of dialogue ith the sci-fi gender under the definition of conce'tual shift0 created !# Phili' 4. Dic50 o!serving the or5s GFP Bunny 6788890 a !ioart or5 !# Eduardo 4ac: The Forth Power 6;<=<9 a gra'hic novel !# >uan Gimne3 and Moon 6788<90 movie directed !# Duncan >ones. &e'(o)s: Science Fiction: conce'tual shift0 !iotechnolog#. 1. Genealogia Buscaremos ma'ear a+ui algumas caracter*sticas +ue se'aram FC de outras formas narrativas0 lem!rando +ue as transi(es0 divises e fronteiras nem sem're se mostram claras. E0 +uando levamos em conta a crescente intera()o entre os mais variados estr atos de noss a so ciedade e os meio s de comunica() o de mass a0 cortando nossa 'ais ag em como uma s rie de estradas0 a tenta tiva de restr i()o da fic() o cient*fica a uma linha de 'rodu()o nica ou 'redominantemente constru*da 'ara determinada m*dia 'ode ser vista como um ato0 no m*nimo0 temer rio. Par tin do dessa 'ers' ect iva ela ser adotada como g,nero narrativo0 de sorte a n)o e2cluir do terreno da FC 'ro du( es em cinema0 literatura0 ensaios0 his t1r ia em +ua dri nho s0 og os eletrnicos0 seriados 'ara V0 e todas as outras formas de narrativa 'oss*veis.

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FICÇÃO CIENTÍFICA E POÉTICAS ARTÍSTICAS BASEADAS NODESLOCAMENTO CONCEITUAL:

TRÊS ESTUDOS DE CASO

Prof. Dr. Edgar Silveira [email protected]

PPG em Cultura Visual - FAV/FG

Ga!riel "#ra Chavesga!riel#[email protected]

$estrando do PPG em Cultura Visual % FAV/FG

Resumo

&este artigo nos 'ro'omos a analisar fic()o cient*fica en+uanto g,nero narrativo +ue encontramanifesta(es em vrias 'oticas art*sticas0 como cinema0 hist1rias em +uadrinhos e at nachamada !ioarte. Analisaremos alguns e2em'los es'ec*ficos de dilogo com este g,nero so! a

lu3 da defini()o de deslocamento conceitual ela!orada 'or Phili' 4. Dic50 o!servando as o!rasGFP Bunny  6788890 tra!alho de !ioarte de Eduardo 4ac: O Quarto Poder  6;<=<90 hist1ria em+uadrinhos de >uan Gimne3 e Moon 6788<90 filme dirigido 'or Duncan >ones.

Palavas!"#ave:

Fic()o cient*fica: deslocamento conceitual: !iotecnologia.

A$s%a"%

?n this 'a'er0 e intent to anal#3e the science fiction 6sci-fi9 as a narrative gender that manifestsitself in man# artistic forms0 li5e cinema0 comics and even in the field of !ioart. e ill reviesome s'ecific e2am'les of dialogue ith the sci-fi gender under the definition of conce'tualshift0 created !# Phili' 4. Dic50 o!serving the or5s GFP Bunny 6788890 a !ioart or5 !#Eduardo 4ac: The Forth Power 6;<=<9 a gra'hic novel !# >uan Gimne3 and Moon 6788<90

movie directed !# Duncan >ones.

&e'(o)s:

Science Fiction: conce'tual shift0 !iotechnolog#.

1. Genealogia

Buscaremos ma'ear a+ui algumas caracter*sticas +ue se'aram FC de outras

formas narrativas0 lem!rando +ue as transi(es0 divises e fronteiras nem

sem're se mostram claras. E0 +uando levamos em conta a crescente intera()oentre os mais variados estratos de nossa sociedade e os meios de

comunica()o de massa0 cortando nossa 'aisagem como uma srie de

estradas0 a tentativa de restri()o da fic()o cient*fica a uma linha de 'rodu()o

nica ou 'redominantemente constru*da 'ara determinada m*dia 'ode ser vista

como um ato0 no m*nimo0 temerrio. Partindo dessa 'ers'ectiva ela ser

adotada como g,nero narrativo0 de sorte a n)o e2cluir do terreno da FC

'rodu(es em cinema0 literatura0 ensaios0 hist1ria em +uadrinhos0 ogoseletrnicos0 seriados 'ara V0 e todas as outras formas de narrativa 'oss*veis.

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 A+ui0 vemos uma anlise 'ontual de conte2to e conceitua()o0 +ue identifica as

origens do g,nero narrativo e a ado()o do termo sciencefiction0 'osteriormente

redu3ido a sci-fi0 denomina(es inglesas +ue corres'ondem J fic()o cient*fica

da l*ngua 'ortuguesa.

2. Imaginário social 

Para ir um 'ouco mais fundo nas 'ossi!ilidades de anlise deste g,nero0

recorremos a Alice Ftima $artins e sua tese audades do Futuro 6788Y90 +ue

discorre so!re as narrativas de fic()o cient*fica no cinema0 o!servando-as

en+uanto manifesta(es do imaginrio social0 carregadas de um discurso

ideol1gico e 'autadas em 'ro'osi(es so!re o devir. A anlise0 madura e

sens*vel0 merece lugar de desta+ue 'or tra3er uma srie de o!serva(es

seminais. Como ela afirma0

o encontro do g,nero romanesco com o es'*rito do fantstico de umlado0 e de outro com a reivindica()o 'ela cau()o do discursocient*fico0 marcariam as narrativas f*lmicas de fic()o cient*fica. Assim0as hist1rias contadas 'ela fic()o cient*fica0 tanto na literatura +uantono cinema0 tra!alham so!re 'ostulados 'seudocient*ficos0 no cam'odas ci,ncias da nature3a tanto +uanto das ci,ncias sociais0misturando 'seudoconceitos e su'ostas teorias com imagina()o efantasia0 'autadas 'elo discurso ideol1gico0 +ue 'retende reafirmar asrela(es sociais dadas0 suas hierar+uias0 valores0 conceitos0 'r-conceitos. 6$AR?&S0 788Y0 '.Q89

Para classificar essas narrativas en+uanto discursos ideol1gicos0 $artins

esta!elece dilogo com a o!ra  ! Fic"#o do Tem$o  6;<HQ90 de $uni3 Sodr.

&ela0 o autor afirma +ue

 A linguagem n)o sim'les 'roduto de um 'rocesso de sele()o designos 6...9 mas um 'rocesso de 'rodu()o de signos0 uma 'rticasocial 'rodutiva afinada com a Kist1ria. Essa 'rtica funcionasegundo as normas esta!elecidas 'ela ideologia0 +ue 'arece assimcomo a verdadeira estrutura da linguagem0 ou sea0 uma estrutura'rodutora de discursos e fi2adora de significados na l*ngua. 6SNDR0a'ud $AR?&S0 788Y0 '.7<-Q89

 Ainda fa3endo refer,ncias J dita o!ra0 $artins diferencia te2to cient*fico e te2to

de fic()o cient*fica. &os 'rimeiros0 e2iste o com'romisso de e2'lora()o do

desconhecido: de su'era()o e acmulo de anlises0 informa(es e

conhecimento0 em sentido contrrio J entro'ia da nature3a. > os te2tos de

fic()o cient*fica0 classificados 'or Sodr unto a outras formas de discursos davulgari3a()o0 est)o vinculados ao 'roeto ideol1gico0 no sentido de Omostrar e

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reafirmar o +ue foi mostrado e constitu*do0 tornando veross*mil tudo +ue

dito0 trans'lantando significantes do discurso cient*fico0 'ara caucionar suas

formula(es 6o'. cit.0 '.7<9. Particularmente discordamos de Sodr0 +ue

fundamenta sua vis)o so!re o cientificismo cartesiano0 colocando a chamada

'es+uisa cient*fica em vantagem so!re a imagina()o su!etiva.

Para o!servar a fic()o cient*fica en+uanto 'roe()o do imaginrio social so!re

o futuro0 $artins recorre ao conceito de imaginrio em Cornelius Castroriadis0

lem!rando-nos +ue

TAU realidade se constitui em uma dimens)o o!etiva0 mensurvel0'ass*vel de com'reens)o 'or meio da racionalidade0 mas +ue estindissociavelmente ligada J dimens)o imaginria do e2istir humano0+ue fa3 uso de s*m!olos 'ara se e2'rimir0 mas tam!m 'ara e2istir0 e

+ue essencialmente indeterminada0 im'ondervel. 6...9 &essestermos0 cada sociedade define e ela!ora uma imagem do universoem +ue vive0 no esfor(o de 'rodu3ir um conunto significante no +uals)o re'resentados os o!etos e os seres +ue im'ortam 'ara a vida nacoletividade0 e tam!m a 'r1'ria coletividade0 todos arranados deacordo com uma certa ordena()o do mundo 6o'. cit.0 '.QX-QL9.

Esta discuss)o entra em acordo com o 'osicionamento cr*tico de Keisen!erg ;

diante das verdades a2iomticas da f*sica clssica. As ferramentas de

a!ordagem e com'reens)o disso +ue $artins define como dimens)o o!etiva

s)o fornecidas 'or nossa cultura e 'or todas suas formas de valora()o0 +ues)o em ltima instZncia constru(es su!etivas. E0 numa sociedade 'rofunda e

constantemente transformada 'elos constantes avan(os tecno-cient*ficos

desde o advento da Revolu()o ?ndustrial0 nada mais claro do +ue o!servar0 em

suas manifesta(es do imaginrio0 a 'resen(a da ci,ncia e das mudan(as +ue

dela se originam. &as 'alavras de Adriana Amaral0 a fic()o cient*fica O'rosa

tecnificada.

Contudo0 n)o o!etivo 'rinci'al deste artigo se a'rofundar na discuss)o deimaginrio social. A n1s0 !asta o!servar esta como uma das 'oss*veis formas

de encarar a fic()o cient*fica.

%. &eslocamento conceitual e o c'nion da (ic"#o cient)(ica

&o deseo de ma'ear outras caracter*sticas deste g,nero narrativo0 recorremos

a Phili' 4. Dic5. Segundo ele0 a ci,ncia n)o a 'rotagonista das narrativas: ela o *ac+ground 0 'ano de fundo diante do +ual se constr1i uma vis)o 'articular0

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articulada na mente do autor0 de como uma sociedade0 fruto da nossa 'r1'ria

e2'eri,ncia da contem'oraneidade0 vai interagir com as mudan(as tra3idas

'elas inova(es tecnol1gicas0 tanto as do 'resente +uanto outras0 hi'otticas.

N sucesso do autor reside em criar uma estrutura social consistente0 +ue gere

no leitor o sentimento de ver tra(os de sua 'r1'ria realidade trans'ortados: o

reconhecimento e o estranhamento devem estar 'resentes na mente do leitor0

levando-o a se sentir mergulhado num mundo estranho0 'orm estranhamente

familiar. N mundo fict*cio criado n)o sim'lesmente uma estrutura narrativa

+ue o!etiva anteci'ar +uando chegaremos a outras gal2ias0 ou 'rever 

contatos com alien*genas0 ou ainda 'ara a'ontar +uando desenvolveremos a

tecnologia +ue 'ossi!ilitar a cria()o de seres artificiais inteligentes e afetivos:

o real o!etivo desses mundos refletir so!re 'or +ue o homem desea fa3er 

tudo isso e como as conse+[,ncias de tais feitos 'oderiam afetar a vida

humana e a !iosfera. Assim0 esse Odeslocamento conceitual 'rodu3 mundos

virtuais +ue s)o simulacros do 'otencial da tecnoci,ncia.

Deve haver uma idia coerente envolvida no deslocamento: isto 0 odeslocamento deve ser conceitual0 n)o trivial ou estranho % essa aess,ncia da fic()o cient*fica0 a+uele deslocamento conceitual dentroda sociedade Tdo autor ou leitorU +ue 'rovoca um cho+ue convulsivona mente do leitor0 o cho+ue do desreconhecimento. 6D?C4 a'udS?"VA0 788=H;9.

Com'lementa esta vis)o Alice $artins 6788Y0 '.Q890 ao afirmar +ue OTU no

cam'o da fic()o cient*fica +ue inter'reta(es relativas J vida dos homens e

mulheres em sociedade0 e aos 'oss*veis dilogos com a ci,ncia0 ganham

forma esttica. Como e2em'lo de caso0 citamos a su'er'rodu()o

cinematogrfica holl#oodiana  !,atar   6788<90 criada e dirigida 'or >ames

Cameron. N filme narra a odissia de um gru'o de coloni3adores humanos em

contato com uma civili3a()o alien*gena0 os -a,i 0 numa lua de outro sistema

solar0 !ati3ada de Pandora. Este o 'ano de fundo 'ara a constru()o do tema

central do filme0 a rela()o entre a e2'lora()o de recursos materiais0

de'reda()o do meio-am!iente e e2term*nio de comunidades ind*genas. Em

entrevista recente0 >ames Cameron afirma Oodos os 'a*ses t,m 'ro!lemas0

mas se resumirmos a mensagem em uma s10 ela a mesma n1s achamos

+ue somos os donos da nature3a. AvatarW nada mais do +ue o nosso mundo0

os 'ro!lemas s)o os mesmos7. Este um !om e2em'lo de a'lica()o do

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deslocamento conceitual. A discuss)o so!re os 'ro!lemas atuais de nossa

sociedade0 trans'ortada 'ara um universo fict*cio.

 A fic()o cient*fica tem 'or costume relacionar reas de conhecimento diversas

e0 muitas ve3es0 antagnicas0 como ci,ncia e religi)o0 su!etividade ecartesianismo0 nature3a e tecnologia 6FRA&CN0 788L0 '.=H9. Essa tend,ncia0

inter ou mesmo transdisci'linar0 'ode servir 'ara a'ro2imar o leitor n)o-

es'eciali3ado de conceitos at ent)o restritos ao universo cient*fico. Destarte0

inicia-se um 'rocesso de retroalimenta()o0 +ue a!re 'ossi!ilidade 'ara duas

formas de inter'reta()o0 dois esco'os distintos 'ara um mesmo fenmeno.

 Algo como um cZnion +ue0 a'esar de ser visto como uma nica coisa0 'ossui

duas margens0 atravs das +uais se 'ode o!servar com clare3a o desfiladeirodo lado o'osto0 mas nunca a+uele de onde olhamos.

Partindo da !orda austral0 vemos no 'enhasco o'osto a ci,ncia0 a se utili3ar 

das 'ossi!ilidades levantadas 'elos autores de fic()o cient*fica 'ara ma'ear 

algumas de suas metas >lio Verne sonhou0 muito antes +ue fosse 'oss*vel

tecnicamente0 com viagens su!marinas ou es'aciais: os telecomunicadores de

Star re5 s)o e2tremamente semelhantes0 em seu design0 a muitos modelos

atuais de a'arelho celular: o sistema de defesa militar estadunidense criou umcanh)o laser como forma de interce'tar e destruir m*sseis e aeronaves: 'ara

ficarmos em tr,s e2em'los.

Se0 desta margem0 'odemos 'erce!er a ci,ncia 'es+uisando e selecionando0

em meio J fic()o cient*fica0 o +ue se 'ode reali3ar tecnicamente0 +uando

olhamos da margem setentrional0 vemos 'aisagem distinta. Ainda vemos a

ci,ncia se relacionando com a inventividade dos autores de FC0 mas a rela()o0

a+ui0 'arece o'osta. E3ra Pound0 cr*tico literrio0 classifica os artistas en+uantoOantenas da ra(a0 criando uma analogia destes com 1rg)os sensoriais0

ca'a3es de ca'tar sinais im'erce't*veis aos demais

Ns artistas e os 'oetas indu!itavelmente ficam e2citados esu'ere2citadosW 'elas coisas muito antes do '!lico em geral. Antesde decidir se um homem um louco ou um !om artista seria usto'erguntar n)o somente se ele est indevidamente e2citadoW0 mas seele est vendo algo +ue n1s n)o vemosW. Acaso o seu estranhocom'ortamento n)o ser motivado 'or ele ter sentido a a'ro2ima()ode um terremoto ou fareado o fogo de uma floresta +ue n1s ainda

n)o sentimos ou cheiramos\ 6PN&D0;<<X0 '.H=9.

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Se lan(armos nossa mirada desta margem0 vemos +ue os avan(os tecno-

cient*ficos 'arecem ser antevistos 'elos artistas. Este o carter anteci'at1rio

+ue alguns estudiosos0 como $arshall $c"uhan 6;<L<0 '.;Y-;X90 atri!uem Js

o!ras de fic()o cient*fica. E 'arte da inventividade cient*fica0 cele!rada 'elas

tr,s leis da 'redi()o tecnol1gica criadas 'or Arthur C. Clar5e Q0 certamente se

alimenta das fantasias e divaga(es deste g,nero narrativo.

Pessoalmente0 em nossa anlise somos levados a crer +ue n)o e2iste 'onto de

vista mais correto 'ara este fenmeno. Ao caminharmos 'elas duas margens

geramos uma vis)o mais am'la do cenrio. ma vis)o +ue com'lementa mais

do +ue e2clui. Como o!serva Diana Domingues

 As fronteiras difusas das 'es+uisas art*sticas e cient*ficas comtecnologias fa3em a'arecer no conte2to contem'orZneo um territ1rioentrecru3ado de com'le2as camadas geneal1gicas a sensi!ilidadeda arte0 a o!etividade da ci,ncia0 a com'le2idade das tecnologias. Acriatividade de artistas e cientistas configura hoe uma grandecomunidade0 +ue ao lado de sociedades cient*ficas0 institui(es ecentros de 'es+uisa contem'orZneos0 est engaada na !usca dee2'lorar caracter*sticas 'r1'rias de nosso cotidiano tecnologi3ado.6DN$?&GES a'ud A$ARA"0 788L0 '.;9

?nde'endentemente dos 'ontos de vista0 o!servamos cZm!io entre o +ue se

imagina 'ara o futuro e o +ue nele se concreti3a.

/. 0aso 1 GFP Bunny 

 A idia de futuro imaginada 'or Aldous Ku2le# em  !dmirá,el Mundo -o,o

antev, 'oss*veis usos 'ara a clonagem0 muito antes de a 'r1'ria clonagem ser 

'oss*vel. E0 de'ois de esta!elecidos os avan(os neste e em outros cam'os da

ci,ncia e da tecnologia0 o!servamos outros artistas +ue esta!elecem dilogos

e cr*ticas com o +ue se consolidou. Este cam'o das artes0 nomeado 'or alguns como arte-tecnologia0 e2'lora de forma 'otica as novas 'ossi!ilidades

tra3idas 'elos avan(os tecnol1gicos0 como 'oss*vel o!servar no caso +ue se

segue.

ma das o!ras mais 'ol,micas e de maior re'ercuss)o da traet1ria art*stica

do !ioartista !rasileiro Eduardo 4ac foi GFP Bunny 233340 a cria()o de um

mam*fero transg,nico contendo o gene 'ara a 'rodu()o da 'rote*na GFP

6Green Fluorescent Protein9 encontrada na alga marinha !e5uorea 6ictoria. N

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artista conseguiu reali3ar 'arte de seu intento ao gerar uma coelha transg,nica

chamada 'or ele de  !l*a. &o entanto0 a com'letude da o!ra envolvia a

inser()o do animal em um am!iente social0 4ac +ueria torn-la uma coelha de

estima()o no conv*vio de seu lar0 mas n)o 'de fa3er isso 'elos 'erigos +ue o

animal re'resentaria J !iosfera. Para ele o elemento mais im'ortante de sua

'otica art*stica n)o era a cria()o de !l*a e sim a inven()o de um Osueito

social transg,nico.

Ima*e+s , e - . E)ua)o &a" e Al$a

GFP Bunny   motivou de3enas de re'ortagens nos mais diversos ve*culos

miditicos em 'a*ses dos cinco continentes0 causando 'ol,mica em muitos

deles e dando notoriedade glo!al ao artista. A o!ra anteci'ou um controverso

fenmeno tecnol1gico0 'ois no ano de 7887 foram colocados a venda os'rimeiros O'ei2es transg,nicos fluorescentes criados 'elos cientistas da

Tai+ong 0or$0 da ailZndia0 es'eciali3ada na cria()o de 'ei2es ornamentais.

Ns 'ei2es de origem a'onesa emitiam lu3es non verdes em todo o cor'o

devido J hi!rida()o com a mesma 'rote*na GFP usada 'or 4ac em suas o!ras.

Em 788Y a venda de 'ei2es transg,nicos rendeu mais de Y8 milhes de

d1lares a Tai+ong7 o mercado de 'ei2es transg,nicos conta inclusive com uma

nova em'resa0 a norte-americana GloFish - +ue em 788= a'resentava em seusite variedades de 'ei2es ornamentais fluorescentes em tonalidades vermelha

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e amarela. N o!etivo de 4ac de levar 'ara o conv*vio social sua +uimera

transg,nica0 tornou-se realidade dois anos de'ois de sua 'ol,mica o!ra

'rodu3ir discusses ticas0 s1cio-culturais e filos1ficas so!re a cria()o de seres

transg,nicos0 atualmente 'oss*vel encontrar a venda outros animais de

estima()o transg,nicos0 como os gatos antialrgicos da em'resa de

!iotecnologia norte americana !llerca. 

8. 0aso 2 O Quarto Poder 

 A citada tese de Alice Ftima $artins cria um ma'eamento detalhado das

'rodu(es cinematogrfica em fic()o cient*fica ao longo do sculo MM. O&um

universo de ;8YH t*tulos so!re os +uais foram o!tidas informa(es0 =80L] das

'rodu(es s)o norte-americanas 6o'. cit.0 788Y0 '.YH9. Destarte0 a l*ngua-m)e

da fic()o cient*fica na esfera cinematogrfica a inglesa. A'esar de n)o contar 

com uma anlise estat*stica t)o detalhada0 'oss*vel o!servar uma

considervel +ue!ra da hegemonia anglo-sa2) nas 'rodu(es deste g,nero

feitas na linguagem de hist1ria em +uadrinhos. A Euro'a se mostra um grande

centro de 'rodu()o nesta linguagem0 dividindo es'a(o com >a')o e Coria0

duas 'ot,ncias em 'rodu()o e consumo de +uadrinhos. am!m a Amrica"atina encontra nomes de 'eso nesta rea. Em nossa segunda anlise0

selecionamos a o!ra O Quarto Poder   6;<=<90 escrita e desenhada 'elo

argentino >uan Gimne3.

&esta o!ra0 Gimne3 relata o conflito entre humanos e +rommiuns0 es'cie de

a'ar,ncia semelhante J dos humanos0 'orm dotada de intelig,ncia su'erior.

N 'alco do conflito a colnia de !l(a -e*ula0 'laneta natal dos +rommiuns0 e

local onde o governo terrestre incentiva e financia os conflitos internos0 visando

o!ter influ,ncia 'ol*tica e lucros J indstria !lica0 alm do enfra+uecimento

dos 'ovos coloni3ados0 o +ue nos 'ermite esta!elecer um 'aralelo entre este e

o 'rocesso de coloni3a()o e2'erimentado 'or toda a his'ano-amrica.

Visando o!ter vit1ria no conflito e0 conse+uentemente0 inde'end,ncia0 os

governantes de !l(a -e*ula iniciam o desenvolvimento de um 'roeto secreto0

denominado QB/0 +ue consiste na fus)o dos cre!ros de +uatro mulheres

+rommiuns  dotadas de intui()o es'ecial0 atravs de um 'rocedimento de

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O'sicotera'ia ci!erntica cere!ral. Assim0 os militares de  !l(a -e*ula es'eram

criar uma arma 'erfeita0 uma guerreira dotada de ha!ilidades es'eciais0 e +ue

controlar um e2rcito de andr1ides.

&a ?magem Q0 selecionada 'ara anlise0 encontramos a 'ersonagem 'rinci'al09:ether Mega7  a'risionada e su!metida contra sua vontade ao 'roeto QB/.

Gimne3 oga com imagens +ue remetem J gesta()o0 colocando a

'ersonagem numa es'cie de tero tecnol1gico. $as0 ao contrrio da gesta()o

natural0 essa marcada 'ela 'resen(a de a'aratos e tu!os metlicos0 gerando

uma sensa()o claustrof1!ica0 a'esar do a'arente es'a(o livre de +ue go3a a

'ersonagem em sua segunda gesta()o. N formato dos +uadros 7 e Q refor(a a

sensa()o. Com sua largura muito maior +ue a altura0 'arece a'risionar a'ersonagem0 demonstrando em Gimne3 o uso maduro dos recursos da

linguagem dos +uadrinhos. N mesmo efeito o!tido com os !ales nos

+uadros Y e L. Alm disso0 o interior do tero 'ossui tons 'redominantemente

terrosos0 o +ue cria !om contraste com o a3ul metlico dos tu!os0 e tam!m

serve 'ara esta!elecer uma +ue!ra de sensa(es entre seu interior0 onde

'redominam tais tons e uma aura escura0 e o e2terior0 onde 'redomina uma

ass'tica lu3 !ranco-a3ulada.

Ima*em / ! 0ua+ 12m3+e45 O Quarto Poder, 67/8!/9

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 Atravs da o!ra0 encontramos a e2'osi()o de +uestionamentos ticos so!re o

uso da tecnologia0 'ois os resultados do e2'erimento s)o desastrosos.

Encontramos tam!m uma cr*tica aos 'rocessos de coloni3a()o0 +ue

re'resentam a su!uga()o de um 'ovo servindo 'ara o enri+uecimento de uma

elite. A !iotecnologia ocu'a 'a'el central na trama0 o +ue nos 'ermite

esta!elecer cone2)o entre esta o!ra em +uadrinhos e a cria()o de Eduardo

4ac. Ser tam!m o 'onto comum em nossa 'r12ima anlise.

;. 0aso % Moon

Moon  6788<9 um 'remiado filme de fic()o cient*fica0 dirigido 'or Duncan

>ones. De 'rodu()o sim'les0 a trama +ue se desenrola num futuro 'r12imo

relata os ltimos dias de tra!alho de Sam Bell 6Sam Roc5ell90 isolado numa

esta()o de minera()o chamada arang 0 no lado oculto da lua. Seu contrato de

tra!alho tem dura()o de tr,s anos. Em arang 0 a em'resa <unar Industries

e2trai hellium=%0 fonte lim'a0 confivel e renovvel de energia0 do solo lunar.

Devido a 'ro!lemas no sistema de comunica()o0 Bell s1 consegue esta!elecer 

contato com a erra atravs de grava(es. Seu conv*vio0 nesta esta()o

isolada0 se restringe a G9>T? 0 um sol*cito ro!0 res'onsvel 'or suaseguran(a e integridade0 e na troca de mensagens de v*deo com sua es'osa e

filha.

 A'resentando 'ro!lemas de sade0 mas 'reocu'ado em manter a 'rodu()o e

honrar o contrato0 Sam Bell sofre um acidente numa regi)o isolada da "ua.

Iuando acorda0 n)o se lem!ra de como chegou J !ase. $as se de'ara com

uma c1'ia 'erfeita de si mesmo. $ais saudvel e mais agressiva0 esta afirma

+ue ele um clone0 e desenrola-se uma com'eti()o 'ara desco!rir +uem o

original0 +uem a c1'ia0 e +ual dos dois tem direito de retornar J terra nos

'r12imos dias. ^ medida +ue a trama se desenrola0 desco!rimos +ue am!os

s)o clones0 e +ue a'arentemente a vida til de cada um deles de tr,s anos.

 Ao fim deste 'er*odo0 o clone eliminado e su!stitu*do 'elo 'r12imo0 +ue

acorda com a carga de mem1ria va3ia0 e tendo a im'ress)o de ter chegado J

!ase no 'resente dia0 're'arando-se 'ara cum'rir o contrato de tr,s anos.

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Duncan >ones dei2a a!erto o +uestionamento so!re a +uest)o tica +ue

envolve as c1'ias de Sam Bell. m clone0 'or ser c1'ia0 teria menos valor do

+ue o ser humano do +ual se originou\ Poderia realmente ser su!metido a uma

situa()o de isolamento como a+uela0 sendo o!rigado0 inconscientemente0 a

tra!alhar como uma es'cie de escravo 'or toda sua vida\

Ima*em . Clo+es )e Sam Bell7

E o 'onto mais delicado da +uest)o o +ue +ue nos torna humanos\ m

clone0 'or ser c1'ia0 menos humano\ al +uest)o nos 'ermite esta!elecer 

dilogo com >ean Baudrillard. Resgatando o 'ensamento de alter Benamin0

esse autor afirma +ue a clonagem seria a a'lica()o do conceito de

re'roduti!ilidade J +uest)o do cor'o % e conse+[entemente0 do indiv*duo. ?ssotransforma o mesmo n)o mais em algo nico0 mas em um Ostoc5 de informa()o

e de mensagens0 como su!stZncia informtica 6BADR?""ARD0 ;<=;0 '. ;7<9.

E tal a()o a!re a 'orta 'ara um com'ortamento social semelhante ao

com'ortamento 'atol1gico das clulas cancerosas: a re'lica()o indefinida de

uma mesma estrutura. OTN cancro U a 'rolifera()o at o infinito de uma clula

de !ase sem considera()o das leis orgZnicas do conunto. N mesmo se 'assa

com a clonagem nada se o'e J recondu()o do $esmo0 J 'rolifera()o

desenfreada de uma s1 matri3 6N'. cit.0 '. ;Q89.

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 A metstase come(ada com os o!ectos industriais aca!a naorgani3a()o celular. intil 'ergutarmo-nos se o cancro umadoen(a da era ca'italista. 0 com efeito0 a doen(a +ue comanda todaa 'atologia contem'orZnea0 'or+ue a 'r1'ria forma da virul,ncia doc1digo redundZncia e2acer!ada dos mesmos sinais0 redundZnciae2acer!ada das mesmas clulas. 6N'. cit.0 '. ;Q89.

anto Baudrillard +uanto Duncan >ones 'arecem temer +ue esse fenmeno0 tal

+ual o cZncer0 'ossa tra3er grandes danos J nossa sociedade. Com'artilhamos

de seu temor0 'ois tal a()o0 em!ora fruto de uma estrutura de 'ensamento0 se

d so!re o +ue Baudrillard classifica como leis orgZnicas0 fundamentos de algo

mais 'rofundo do +ue nossa estrutura social0 e regi)o em +ue danos causados

de maneira im'ensada 'odem refletir em conse+[,ncias maiores e mais srias

do +ue 'odemos mensurar.

@. 0onsidera"Aes

 Ao longo deste artigo0 'rocuramos o!servar algumas rela(es entre fic()o

cient*fica0 ci,ncia e arte. &arrativas de fic()o cient*fica0 assim como outras

formas de manifesta()o art*stica0 muitas ve3es se 'restam a levantar cr*ticas a

com'ortamentos0 valores ou 'roetos da sociedade em +ue foram criadas. N

deslocamento conceitual0 anteriormente descrito0 'ode ser visto como uma

forma de a!ordar esse carter cr*tico em o!ras de fic()o cient*fica. $unidosdesta ferramenta0 'rocuramos revisar tr,s o!ras0 todas diretamente

relacionadas J +uest)o da tecnologia e0 mais es'ecificamente0 J !iotecnologia.

Em GFP   Bunny 0 o!servamos a a'lica()o 'rtica dos avan(os cient*ficos na

'rodu()o de uma o!ra de arte. A cr*tica0 neste caso0 recai so!re o +ue foi

criado0 so!re tcnicas atualmente dis'on*veis. &os outros dois casos0

o!servamos a tessitura seguindo sentido inverso. &eles0 o avan(o tecnol1gico

a'enas su'osto. A figura central em O 5uarto $oder e Moon  a gama de

'ossi!ilidades tra3ida 'elos avan(os em !iotecnologia. Iual a validade deste

ti'o de estudo e0 antes disso0 +uais suas 'oss*veis im'lica(es0 tanto 'ara

nossa gera()o +uanto 'ara as futuras\ m +uestionamento tico0 muitas ve3es

ausente nos 'roetos cient*ficos.

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NOTAS

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BIBLIO1RAFIA

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BADR?""ARD0 >ean. Simulacros e simula(es. "is!oa Rel1gio DWgua0 ;<=;.

FRA&CN0 Edgar Silveira. Fic()o Cient*fica Visionria b Biotecnologia Da

"iteratura J Bioarte. ?n Revista V?S 6nB90 v. =0 '. ;7=-;Q=0 788<. _____________________. Pers'ectivas '1s-humanas nas ci!erartes. ese deDoutorado. niversidade de S)o Paulo0 Escola de Comunica(es e Artes0 S)oPaulo 788L.

KE?SE&BERG0 erner. F*sica e filosofia. Bras*lia Editora nB0 Q ed.0 ;<<X.

$AR?&S0 Alice Ftima. Saudades do Futuro o cinema de fic()o cient*ficacomo e2'ress)o do imaginrio social so!re o devir. ese de doutorado.niversidade de Bras*lia0 Programa de P1s-Gradua()o em Sociologia0 Bras*lia788Y.

$C"KA&0 $arshall. Ns $eios de Comunica()o como E2tenses do Komem0S)o Paulo Cultri20 ;<L<.

PN&D0 E3ra. ABC da literatura. S)o Paulo Cultri20 ;<<X.

S?"VA0 "uciano Kenri+ue Ferreira da. Ki!ridismo cultural0 ci,ncia e tecnologianas hist1rias em +uadrinhos de Pr1ton e &euros ;<H<-;<=;/Editora Grafi'ar.Disserta()o de $estrado. niversidade econ1gica Federal do Paran0Programa de P1s-Gradua()o em ecnologia0 Curiti!a 788L.

S?"VA0 anderlice $aria Pereira da. Astcia da mimesis e a desW+ualifica()odo humano\ A dilui()o das fronteiras entre o orgZnico e o mecZnico.Disserta()o de $estrado. niversidade Federal de Pernam!uco0 Centro de

Filosofia e Ci,ncias Kumanas0 Programa de P1s-Gradua()o em Sociologia0Recife 788=.

 __________________ 

FONTE DAS IMA1ENS:

?magem ;

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?magem 7

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Kumanoid ?nc.0 7888.?magem Y

htt'//images.allmovie'hoto.com/788<_$oon/788<_moon_88H.'g Acesso em 8Q/8X/78;8

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MINI!CURRÍCULO

Edgar Franco artista multim*dia0 ar+uiteto 'ela nB0 mestre em $ultimeios'ela nicam'0 doutor em artes 'ela ECA/SP e 'rofessor do mestrado emCultura Visual da FAV/FG. Coordena o gru'o de estudos e 'rodu()o 0ria"#oe 0i*erarte0 da FAV/FG.

Ga!riel "#ra Chaves !olsista da CAPES. graduado em Kist1ria 'ela FG0 eatualmente desenvolve seu 'roeto de mestrado so!re as rela(es entre'ensamento cient*fico e anseios transcendentais0 manifestas em narrativas defic()o cient*fica feitas na linguagem de hist1ria em +uadrinhos. ?ntegra o gru'ode estudos e 'rodu()o 0ria"#o e 0i*erarte0 da FAV/FG.

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1 erner 4arl Keisen!erg0 f*sico alem)o +ue au2ilia na estrutura()o e consolida()o da $ecZnica IuZntica. Cria

o $rinc)$io da indetermina"#o0 ou sim'lesmente $rinc)$io de eisen*erg 0 +ue 'ostula +ue a o!serva()oinfluencia no resultado de +ual+uer fenmeno estudado. Desta forma0 o autor devolve ao cam'o cartesiano daF*sica o elemento aristotlico de 'otencialidade0 entrando em desacordo com as afirma(es a2iomticas damecZnica netoniana. Seus estudos s)o res'onsveis 'or toda uma reforma e cis)o no cam'o da f*sica0 masre'resentam tam!m !ase 'ara transforma(es em toda a teoria do conhecimento0 influenciando0 desta forma0reas de concentra()o +ue v)o alm da F*sica.2 Dis'on*vel em $S& Entretenimento. e5uCncia de D!,atarD terá cenas na !maEnia7 diE ames 0ameron.

htt'//entretenimento.!r.msn.com/famosos/noticias-artigo.as'2\c'-documentid7Q=X8;X8b'age8 . Acessoem ;7/8Y/78;8.3 Arthur C. Clar5e f*sico e escritor de fic()o cient*fica. Atingiu grande fama com a o!ra 23317 Hma odissia noes$a"o0 criada em conunto com o diretor Stanle# 4u!ric5. Ele cria as tr,s leis da 'redi()o tecnol1gica0 fa3endoalus)o Js tr,s leis clssicas da f*sica netoniana. S)o elas 6;9 Iuando um cientista0 distinto 'orm mais velho0afirma +ue algo 'oss*vel0 ele est +uase +ue seguramente certo. Iuando ele di3 +ue algo im'oss*vel0 eleest muito 'rovavelmente errado. 679 A nica maneira de desco!rir os limites do 'oss*vel se aventurar um'ouco alm deles0 adentrando o im'oss*vel. 6Q9 Iual+uer tecnologia suficientemente avan(ada indistingu*velde magia.