Editorial n.31 (set out 2010)

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2 • E D I T O R I A L FUNDADOR Synesio Ascencio (1929 - 2002) DIRETORES José Figuerola, Helena Ambrosio Ascencio, Maria Dolores Pons Figuerola EDITOR RESPONSÁVEL Fernando Figuerola JORNALISTA RESPONSÁVEL Nathana Lacerda (MTB 55.269) Sigma Six Comunicação Tel.: (11) 4013-0755 [email protected] PROJETO GRÁFICO Studio Figuerola EDITOR DE ARTE Roberto J. Nakayama EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Miguel Figuerola MARKETING Master Consultoria e Serviços de Marketing Ltda. Milson da Silva Pereira [email protected] PUBLICIDADE / EVENTOS Diretor Comercial: Fernando Figuerola Fones: (11) 3721-0207 3722-0640 / 9184-7056 [email protected] Alexandre Augusto O. Gobesso Nutrição e Produção Animal [email protected] Álvaro Mendes de Resende Cirurgia e Reprodução Equina [email protected] Ana Liz Garcia Alves Cirurgia de Grandes Animais [email protected] Armen Thomassian Cirurgia de Grandes Animais [email protected] Carlos Alberto Hussni Cirurgia de Grandes Animais [email protected] Geraldo Eleno Silveira Clínica Cirúrgica de Equinos [email protected] Hélio Cordeiro Manso Filho Clín. Médica / Med. Interna Equina [email protected] Henry Berger Diag. imagem e Reprodução [email protected] José Cintra Cunha Neto Clínica e Reprodução Equina [email protected] José L. Mello Nicoletti Cirurgia de Grandes Animais [email protected] José Ronaldo Garotti Medicina Esportiva [email protected] Luca Mifano Horse Business [email protected] ADMINISTRAÇÃO Helena Ambrosio Ascencio, Maria Dolores Pons Figuerola ASSINATURAS: Iolanda Ambrosio Tel.: (11) 3845-5325 [email protected] REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA EQÜINA é uma publicação bimestral da EditoraTroféu Ltda. Administração e Redação: Rua Alvorada, 314 Vila Olímpia - CEP: 04550-001 São Paulo, SP - Fones: (11) 3845-5325 / 3849-4981 [email protected] Publicidade e Produção: Rua Braço do Sul, 61 - ap. 01 Morumbi - CEP: 05617-090 São Paulo, SP - Fones: (11) 3721-0207 / 3722-0640 NOTAS: a) As opiniões de articu- listas e entrevistados não repre- sentam necessariamente, o pen- samento da REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA EQÜINA. b) Os anúncios comerciais e informes publicitários são de inteira respon- sabilidade dos anunciantes. Luiz Cláudio N. Mendes Clínica de Grandes Animais [email protected] Marco Antônio Alvarenga Clínica e Reprodução Equina [email protected] Mário Hussne Parasitologia [email protected] Moacir Leomil Neto Cardiologia Veterinária - USP [email protected] Neimar Vanderlei Roncati Medicina e Reprod. de Equinos [email protected] Pierre Barnabé Escodro Clínica Médica e Cirurgia Equina [email protected] Ronald Glanzmann Relações Exteriores [email protected] Rui Carlos Vincenzi Medicina Esportiva Equina [email protected] Silvio Batista Piotto Júnior Diagnóstico e Cirurgia Equina [email protected] Simone Biagio Chiacchio Clínica de Grandes Animais [email protected] Thiago Luiz de Salles Gomes Ortopedia de Equinos [email protected] Walnei Miguel Paccola Clínica Geral [email protected] CONSULTORES CIENTÍFICOS NOSSO ENDEREÇO ELETRÔNICO Home Page: www.revistavetequina.com.br Redação: [email protected] Assinatura/Administração: [email protected] Publicidade/Eventos: [email protected] Editora: [email protected] As seitas de criadores “Existe unicamente uma religião, ainda que dela exista uma centena de versões” (G.B.Shaw, 1856-1950). Recentemente ouvi um diálogo de um representante de As- sociação de Criadores de cavalos em que perguntava ao seu interlocutor se ele achava que estava em uma associação. Antes que ouvisse a resposta, já completou que, na realidade, era uma seita, tal a devoção à raça e o respeito e obediência ao clero. De fato, os criadores podiam ser comparados a fanáticos religio- sos, quase em transe com o desempenho de seus animais em evento específico da raça. No entanto, recorrendo à citação de G.B. Shaw, esqueciam que a sua associação de criadores é ape- nas uma versão de uma religião maior, que deveria congregar as diferentes raças. Muitos dos problemas e desafios que a equinocultura na- cional enfrenta poderiam ser melhor abordados se houvesse mai- or harmonia entre as associações de criadores, menos fanatis- mo e preconceitos em relação às outras raças. Tal como ocorre entre as diversas religiões, muitas vezes prevalece o desejo de exibir a raça de sua preferência como superior às demais, es- quecendo que apenas são diferentes em suas aptidões e exteri- ores, nem melhor ou pior. A partir desse momento passa a faltar coesão, capital social (independente do capital humano) para ações que poderiam trazer benefícios a equinocultura como um todo. Recorrendo ao autor das Viagens de Gulliver (Jonathan Swift, 1667-1745), pode-se afirmar que “temos religião bastante para fazer-nos odiar, mas não o bastante para fazer-nos amar, uns aos outros”. Associações de Criadores têm, de modo geral, correspondi- do às expectativas de seus filiados, cumprindo papel importante no desenvolvimento da equinocultura brasileira. Não se questio- na sua relevância e bons resultados. Apenas alertamos para que não seja perdido de vista o interesse comum entre todas as as- sociações, o cavalo. Que sempre possamos trabalhar em con- junto por esse denominador comum, respeitando as diferenças e particularidades de cada raça, que haja menos competição e mais cooperação entre as associações de criadores de cavalos. Roberto Arruda de Souza Lima Professor da ESALQ/USP Pesquisador do CEPEA [email protected] 2 •

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E D I T O R I A L

FUNDADORSynesio Ascencio (1929 - 2002)

DIRETORESJosé Figuerola,Helena Ambrosio Ascencio,Maria Dolores Pons Figuerola

EDITOR RESPONSÁVELFernando Figuerola

JORNALISTA RESPONSÁVELNathana Lacerda (MTB 55.269)Sigma Six ComunicaçãoTel.: (11) [email protected]

PROJETO GRÁFICOStudio Figuerola

EDITOR DE ARTERoberto J. Nakayama

EDITORAÇÃO ELETRÔNICAMiguel Figuerola

MARKETINGMaster Consultoria e Serviçosde Marketing Ltda.Milson da Silva [email protected]

PUBLICIDADE / EVENTOSDiretor Comercial:Fernando FiguerolaFones: (11) 3721-02073722-0640 / [email protected]

Alexandre Augusto O. GobessoNutrição e Produção [email protected]

Álvaro Mendes de ResendeCirurgia e Reprodução [email protected]

Ana Liz Garcia AlvesCirurgia de Grandes [email protected]

Armen ThomassianCirurgia de Grandes [email protected]

Carlos Alberto HussniCirurgia de Grandes [email protected]

Geraldo Eleno SilveiraClínica Cirúrgica de [email protected]

Hélio Cordeiro Manso FilhoClín. Médica / Med. Interna [email protected]

Henry BergerDiag. imagem e Reproduçã[email protected]

José Cintra Cunha NetoClínica e Reprodução [email protected]

José L. Mello NicolettiCirurgia de Grandes [email protected]

José Ronaldo GarottiMedicina [email protected]

Luca MifanoHorse [email protected]

ADMINISTRAÇÃOHelena Ambrosio Ascencio,Maria Dolores Pons Figuerola

ASSINATURAS:Iolanda AmbrosioTel.: (11) [email protected]

REVISTA BRASILEIRA DEMEDICINA EQÜINAé uma publicação bimestralda EditoraTroféu Ltda.

Administração e Redação:Rua Alvorada, 314Vila Olímpia - CEP: 04550-001São Paulo, SP - Fones:(11) 3845-5325 / [email protected]

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NOTAS: a) As opiniões de articu-listas e entrevistados não repre-sentam necessariamente, o pen-samento da REVISTA BRASILEIRADE MEDICINA EQÜINA. b) Osanúncios comerciais e informespublicitários são de inteira respon-sabilidade dos anunciantes.

Luiz Cláudio N. MendesClínica de Grandes [email protected]

Marco Antônio AlvarengaClínica e Reprodução [email protected]

Mário [email protected]

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Neimar Vanderlei RoncatiMedicina e Reprod. de [email protected]

Pierre Barnabé EscodroClínica Médica e Cirurgia [email protected]

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Silvio Batista Piotto JúniorDiagnóstico e Cirurgia [email protected]

Simone Biagio ChiacchioClínica de Grandes [email protected]

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Walnei Miguel PaccolaClínica [email protected]

CONSULTORES CIENTÍFICOS

NOSSO ENDEREÇO ELETRÔNICOHome Page: www.revistavetequina.com.brRedação: [email protected]/Administração: [email protected]/Eventos: [email protected]: [email protected]

As seitas de criadores

“Existe unicamente uma religião, ainda que dela exista umacentena de versões” (G.B.Shaw, 1856-1950).

Recentemente ouvi um diálogo de um representante de As-sociação de Criadores de cavalos em que perguntava ao seuinterlocutor se ele achava que estava em uma associação. Antesque ouvisse a resposta, já completou que, na realidade, era umaseita, tal a devoção à raça e o respeito e obediência ao clero. Defato, os criadores podiam ser comparados a fanáticos religio-sos, quase em transe com o desempenho de seus animais emevento específico da raça. No entanto, recorrendo à citação deG.B. Shaw, esqueciam que a sua associação de criadores é ape-nas uma versão de uma religião maior, que deveria congregar asdiferentes raças.

Muitos dos problemas e desafios que a equinocultura na-cional enfrenta poderiam ser melhor abordados se houvesse mai-or harmonia entre as associações de criadores, menos fanatis-mo e preconceitos em relação às outras raças. Tal como ocorreentre as diversas religiões, muitas vezes prevalece o desejo deexibir a raça de sua preferência como superior às demais, es-quecendo que apenas são diferentes em suas aptidões e exteri-ores, nem melhor ou pior. A partir desse momento passa a faltarcoesão, capital social (independente do capital humano) paraações que poderiam trazer benefícios a equinocultura como umtodo. Recorrendo ao autor das Viagens de Gulliver (JonathanSwift, 1667-1745), pode-se afirmar que “temos religião bastantepara fazer-nos odiar, mas não o bastante para fazer-nos amar,uns aos outros”.

Associações de Criadores têm, de modo geral, correspondi-do às expectativas de seus filiados, cumprindo papel importanteno desenvolvimento da equinocultura brasileira. Não se questio-na sua relevância e bons resultados. Apenas alertamos para quenão seja perdido de vista o interesse comum entre todas as as-sociações, o cavalo. Que sempre possamos trabalhar em con-junto por esse denominador comum, respeitando as diferençase particularidades de cada raça, que haja menos competição emais cooperação entre as associações de criadores de cavalos.

Roberto Arruda de Souza LimaProfessor da ESALQ/USP

Pesquisador do [email protected]

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