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EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL : uma proposta ecológica de resgate da humanização em educação e saúde por meio de uma Cultura de Paz. Coordenação:Jailma Monteiro Professores: Sônia Lucena/Poliana Cabral / Emília Aureliano/ Leopoldina / Pedro Israel Nutricionista: Ana Carolina Ramos de Araújo/ Marinaldo Lustoja Estudantes: Deborah Lemos Freitas/ Eryka Maria dos Santos/ Luana sales da Silva/ Maria Goretti dos Santos Feitosa Parcerias: CENTRO ESPÍRITA BENEFICENTE UNIÃO DO VEGETAL Departamento de Beneficência Departamento Médico Científico UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Pró-Reitoria de Extensão Laboratório de Nutrição em Saúde Pública do Departamento de Nutrição

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EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL : uma proposta ecológica de resgate da humanização

em educação e saúde por meio de uma Cultura de Paz.

Coordenação:Jailma Monteiro Professores: Sônia Lucena/Poliana Cabral / Emília Aureliano/ Leopoldina / Pedro Israel Nutricionista: Ana Carolina Ramos de Araújo/ Marinaldo Lustoja Estudantes: Deborah Lemos Freitas/ Eryka Maria dos Santos/ Luana sales da Silva/ Maria Goretti dos Santos Feitosa

Parcerias:

CENTRO ESPÍRITA BENEFICENTE UNIÃO DO VEGETAL

Departamento de Beneficência

Departamento Médico Científico

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Pró-Reitoria de Extensão – Laboratório de Nutrição em Saúde Pública do

Departamento de Nutrição

O QUE É O PROJETO

Conjunto de ações voltadas para a prática da Educação Alimentar e Nutricional em comunidades de baixa renda, baseadas em uma consciência ecológica por uma Cultura de Paz.

Nesse sentido, a dimensão ecológica e ambiental é um elo fundamental para a compreensão sistêmica dos determinantes da Segurança Alimentar e Nutricional, associado à concepção de uma formação educativa para o desenvolvimento de uma cultura de paz. Desde 2004, ações extencionistas em Educação Nutricional e Ecologia, vem sendo desenvolvidas com as comunidades de São Bento e Córrego do Ouro, áreas rurais, pertencentes ao município de Abreu e Lima. A princípio foram feitos o diagnóstico inicial - alimentar, educativo e ambiental, por meio de entrevistas, rodas de conversas e observação da situação local. Trinta mulheres e adolescentes participaram de oficinas temáticas; de aproveitamento integral de alimentos e de alternativas alimentares. Essas se comprometeram em multiplicar e divulgar as experiências vivenciadas em casa e na comunidade. Em seguida, foi realizada uma capacitação com os professores, diretora e merendeira da escola local. Foi verificado pouco consumo de vegetais, em especial as verduras na alimentação das crianças.O tema alimentação e nutrição era abordada na disciplina de Ciências, de forma pontual. As atividades desenvolvidas durante a capacitação proporcionaram a conscientização e sensibilização; a aquisição de novas habilidades e a melhoria dos recursos lúdicos-educativos a serem aplicados de forma transversal. Os resultados estimularam a equipe a dar continuidade ao trabalho, tendo como perspectivas a ampliação das atividades junto aos escolares, pais e familiares com a realização de oficinas de alternativas alimentares e implantação de horta na escola.

Qual é a proposta?

Desenvolvimento de metodologias de ensino com um sentido dinâmico e participativo,

procurando responder ao desafio de um espaço de troca de conhecimentos e de experiências entre a população e os educadores em saúde, dentro de uma perspectiva ecológica, voltada para uma cultura de paz

compreendido como um processo contínuo no que diz respeito aos

aspectos formais e não formais da aprendizagem,

Para o desenvolvimento dessa

proposta em Educação Nutricional o

que é necessário?

Desenvolvimento auto-

sustentável

Adoção de um

método de

planejamento

participativo

Quem é e como vive a população

beneficiada?

Comunidades das áreas rurais de Jaguaribe, São Bento e Córrego do Ouro, pertencentes ao município de Abreu e Lima.

Essas são constituídas por famílias de baixa renda, vivendo de atividades pesqueiras, relativas á pesca do sururu, caranguejo e siri, provenientes dos manguezais predominantes nestas localidades. Outra parte da população sobrevive de empregos e salário mínimo, subemprego e atividades informais.

Como vive a população beneficiada?

Evidencia-se na região uma precariedade de infra-estrutura, expressa por meio de:

inadequadas formas de

abastecimento e de

armazenamento d`água

inexistência de saneamento básico e

acondicionamento do lixo

precárias condições de

moradia

São também escassas as informações referentes à Saúde, Nutrição,

meio ambiente e Ecologia.

Analfabetismo

Como vive a população beneficiada?

Dentro desse contexto, a população não dispõe de boas expectativas de melhoramento

do nível de vida, frente à realidade local, necessitando para isso de um melhor

desenvolvimento de Políticas Públicas, mais eficazes na resolução de questões básicas,

tais como o acesso e a forma de condições para sua auto-suficiência.

Como vive a população beneficiada?

Atualmente a situação de risco dessas populações tem-se agravado, principalmente

a daquelas famílias de pescadores, por motivo da contaminação do Rio Timbó que

banha as regiões dos manguezais.

Como vive a população beneficiada?

Entrevista domiciliar

realizada por estudante do

Curso de Graduação em

Nutrição

QUAIS OS OBJETIVOS ESPECíFICOS DO PROJETO

Desenvolver ações educativas voltadas para a divulgação de conhecimentos a respeito de hábitos alimentares saudáveis e a sua relação com um bom estado de saúde;

Promover a integração social dos grupos participantes por meio de atividades

lúdico-participativas e de dinâmicas de grupo; Realizar oficinas temáticas e rodas de conversa; Otimizar a utilização dos recursos alimentares disponíveis nas comunidades

por meio de oficinas de aproveitamento integral dos alimentos e alternativas alimentares;

Quais os objetivos específicos do projeto

Aumentar a disponibilidade de alimentos nas famílias mediante os conhecimentos adquiridos;

Resgatar hábitos alimentares que fazem parte da historia da comunidade e foram

substituídos posteriormente pela evolução dos costumes; Proporcionar trocas de conhecimentos que conduzam a melhor compreensão do papel da

educação alimentar dentro de uma visão ecológica, voltada para uma Cultura de Paz; Desenvolver habilidades para o exercício do trabalho cooperativo; Estimular a formação para o exercício da cidadania; Avaliar as práticas e conhecimentos a respeito de hábitos alimentares através dos testes

de conhecimentos, entrevistas de opiniões e grupos focais;

Quais os princípios éticos? As atividades propostas estão fundamentadas nos valores da

preservação da vida, na alegria, na cooperação, no amor, na criatividade, na sabedoria e na transcendência, de acordo com os seguintes princípios éticos por uma Cultura de Paz:

Ser solidário com o outro

na satisfação de suas

necessidades de

sobrevivência e de

transcendência;

Colaborar com o outro na

preservação do bem comum e na

convivência harmoniosa com a

natureza;

Buscar um ideal de sabedoria indissociado da

dimensão do amor e do servir.

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

BASE METODOLÓGICA

Proposta de Comunicação Social em Nutrição desenvolvida por Andrein & Beghin (2001) e FAO (1999)

BASE FILOSÓFICA

Visão Freiriana, pautada na experiência acumulada pela Educação Popular, a que Paulo Freire, muitas vezes, se referia como pedagogia da problematização.

Caracterizar os problemas a serem debatidos.

Articulá-los com a realidade social.

Encaminhar as soluções parciais num processo contínuo de reflexão-ação-reflexão

Considerando assim, cinco princípios fundamentais: SABER OUVIR DESMONTAR A VISÃO MÁGICA APRENDER ESTAR COM O OUTRO ASSUMIR A INGENUIDADE DOS EDUCANDOS(AS) VIVER PACIENTEMENTE A IMPACIÊNCIA

Possibilitando dessa maneira:

Concepção

Identificação dos problemas nutricionais

Determinação das causas

Diagnóstico educativo

Formulação

Estabelecimento de

objetivos

Elaboração de mensagens

Seleção dos meios de

comunicação

Implementação

Produção de materiais didáticos de

apoio

Treinamento de agentes de execução

Execução da intervenção

Avaliação

Cumprimento dos

objetivos

Satisfação dos

participantes

Como está sendo planejado?

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

PASSO A PASSO... 1. PRIMEIROS CONTATOS COM AS AUTORIDADES LOCAIS – SECRETARIA DE

EDUCAÇÃO DE ABREU E LIMA;

2. VISITAS A ESCOLA / REUNIÕES COM GESTOR, PROFESSORES E MERENDEIRA PARA APRESENTAÇÃO DO PROJETO;

3. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO CONJUNTAMENTE COM OS PROFESSORES E

MERENDEIRA DA ESCOLA;

4. DIAGNÓSTICO EDUCATIVO E DE HÁBITOS E CULTURA ALIMENTAR; 5. INTERVENÇÃO – ATIVIDADES LÚDICAS-EDUCATIVAS 6. AVALIAÇÃO PROCESSUAL E DE RESULTADOS 7. DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS

AONDE ESTÃO SENDO DESENVOLVIDAS AS ATIVIDADES

O público alvo constitui-se de professoras, diretora, merendeira , escolares e pais ,de famílias de baixa renda, da Escola Municipal Sebastião Cândido Nascimento, área rural de São Bento e Córrego do Ouro, Abreu e Lima, PE

QUEM PARTICIPA

Escolares

Gestores e Professores

QUEM PARTICIPA

Merendeira

QUEM PARTICIPA

Pais e familiares

De que maneira está sendo desenvolvido?

Atividades de sensibilização

Aulas, palestras, rodas de conversas, vídeos,

apresentações artísticas, abordando os seguintes temas:

Noções básicas de alimentação e nutrição;

Higiene dos alimentos;

Aproveitamento dos alimentos regionais

Segurança Alimentar e Nutricional

Nutrição e Ecologia

Oficinas

Confecção de material lúdico-educativo

Teatro de bonecos, jogos, estórias em quadrinho,

apresentações, cartazes, etc, utilizando-se material

reaproveitável, de baixo custo e de fácil

reprodutibilidade

Alternativas alimentares e aproveitamento

integral dos alimentos

Alimentos preparados a partir das disponibilidades locais,

incluindo os cultivados na horta, visando o consumo

familiar, o não disperdício e geração de renda

complementar para os participantes.

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

DIAGÓSTICO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS LIGADOS A ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

Levantamento dos alimentos mais consumidos, segundo informações dadas pelas crianças, em rodas de conversas e nas oficinas temáticas:

Energéticos: Macarrão, pão, bolacha, feijão, arroz, cuscuz, batata inglesa.

Construtores: Ovo de galinha, peixe, galinha,salame, salsicha, mortadela.

Protetores: Baixo consumo de frutas e verduras.

Gorduras: As frituras são as mais referidas

CONSUMO DIÁRIO DE GULOSEIMAS (DOCES, BALAS, SALGADINHOS, REFRIGERANTES)

DIAGÓSTICO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS LIGADOS A ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

ATIVIDADES TEÓRICAS Aulas Mostra de vídeos Rodas de conversas

TEMÁTICAS Noções básicas de alimentação e nutrição; Higiene geral e dos alimentos; Aproveitamento de alimentos regionais; Ecologia e Nutrição; Segurança Alimentar e Nutrição -Cidadania.

Construindo um um prato equilibrado

Roda de conversa

O que mais gosto de comer

Primeiro semestre de 2011

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

ATIVIDADES PRÁTICAS Oficinas temáticas

Apresentação de teatrinho de fantoches – bonecos

produzidos com reaproveitamento de caixa de leite-

material lúdico de baixo custo, de fácil reprodução.

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

ATIVIDADES PRÁTICAS

Confecção de material lúdico-educativo Um prato equilibrado

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

ATIVIDADES PRÁTICAS Oficina de alimentação saudável Aproveitamento integral dos alimentos Alternativas alimentares.

Oficina de sucos saudáveis

Primeiro semestre de 2011

COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO

ATIVIDADES PRÁTICAS Horta alternativa com garrafa PET

Primeiro semestre de 2012

PERSPECTIVAS PARA 2013

Continuação das oficinas de alimentação;

Edição de material lúdico – jogos, dinâmicas e brincadeiras;

Publicação do material didático (cadernos, cartilhas, contos, texto

para o teatrinho de fantoches, estórias em quadrinho, entre outros)

confeccionado pelos professores, estudantes, merendeiras e equipe

da UFPE;

Hortas alternativas na escola ;

Fortalecimento das atividades com os pais e familiares dos escolares

(hortaliças, leguminosas e plantas medicinais)

Quais os desafios?

Captação de recursos

Mão de obra

especializada Produção de material didático

lúdico-educativo

Construção de

hortas

Apoio da autoridades

locais

Quais os pontos fortes?

Participação e motivação da comunidade

Parcerias com a Pro-Reitoria de Extensão

Disponibilidade das Instalações físicas e equipe da

Beneficência do Núcleo Imburana de Cheiro

Participação efetiva dos estudantes,

professores e técnicos do Curso de

Nutrição da UFPE

Quais os pontos fortes?

As praticas em Educação Nutricional tem

nos possibilitado a constante atualização

de referencias em projetos sócio-

educativos, principalmente no que se

refere a nutrição e ecologia.

As trocas de conhecimento feitas com a

comunidade repercutiram em propostas de

renovação das atividades acadêmicas no que

se refere ao atual processo de humanização do

ensino superior.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio das atividades aqui apresentadas, inspiradas na metodologia dialético-popular, pautada por princípios humanísticos, incluindo as concepções pessoais, os sonhos, memórias, histórias, lutas e esperanças dos participantes; estabelecimento de diálogos entre os saberes científicos e populares, problematizando e contextualizando as discussões e as experiências, vem sendo possível alcançar,passo a passo os objetivos traçados. Nesse sentido, consideramos que a atividade lúdica é um instrumento importante para o desenvolvimento e a aprendizagem em Educação Nutricional. As vivências com os grupos populacionais em questão, têm sido de fundamental

importância, no sentido de que a cada momento, essa troca de saberes, sentimentos e emoções fortalecem a certeza de que transformações são possíveis e a esperança de dias melhores floresce a cada sorriso vislumbrado, a cada emoção expressa nos olhos desse povo de coração aberto, resilientes, com coragem pra vencer os obstáculos de uma vida desafiante.

Essa constatação nos impulsiona a refletirmos sobre as nossas práticas pedagógicas, no

sentido de aprimorarmos cada vez mais o nosso modo de ver o mundo, de aprender a aprender, de aprender a fazer, de conviver e de nos tornarmos seres cada vez melhores, envolvidos num sentimento de solidariedade e de amor a nós mesmos, a nossos semelhantes e á nossa casa terrena.