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EFICIÊNCIA, PRODUTIVIDADE E CUSTOS DAS TESOURAS MANUAL E SEMIMECANIZADA NA PODA DE Pinus taeda L.
Leonidas Kluger1
Gabriel De Magalhães Miranda2
Edson Luis Serpe3
Thiago Floriani Stepka4
Gerson Dos Santos Lisboa5
1BIOMA ENGENHARIA, Pinhão, Paraná, Brasil – [email protected] 2UNICENTRO, Irati, Paraná, Brasil – [email protected] 3LWARCEL, Lençóis Paulista, São Paulo, Brasil – [email protected] 4UDESC, Lages, Santa Catarina, Brasil – [email protected] 5UFSB, Itabuna, Bahia, Brasil – [email protected]
RESUMO: A poda florestal é uma atividade que demanda tempo, mão-de-obra especializada e ferramentas adequadas, envolvendo assim um alto custo na sua execução. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a produtividade, a eficiência e os custos envolvidos na atividade de poda utilizando as tesouras manual e semimecanizada. Os dados foram coletados em um povoamento de Pinus taeda L. nas operações de primeira e segunda poda. As tesouras analisadas foram as tesouras Neozelandesa P100 e elétrica F3010. Para a análise técnica foram coletados os tempos das atividades parciais durante o ciclo operacional, determinando a produtividade e a eficiência na produção. A análise dos custos foi realizada por meio do custo operacional e custo de produção. De acordo com os resultados obtidos, na primeira poda as eficiências foram de 92,51% e 98,47% para a tesoura elétrica e manual, respectivamente. Para a segunda poda as eficiências foram de 87,55% para a tesoura elétrica e de 92,92% para a tesoura manual. Nas duas alturas de poda estudadas a ferramenta elétrica teve a maior média de produtividade, sendo 72 árvores.he-1 na primeira poda e de 82 árvores.he-1 na segunda poda. A ferramenta manual produziu a média de 54 árvores.he-1 na primeira poda e 64 árvores.he-1 na segunda poda. Palavras chave: Clearwood; Qualidade; Rendimento; Trato silvicultural.
EFFICIENCY, PRODUCTIVITY AND COST OF MANUAL AND SEMIMECANIZED SCISSORS IN THE PRUNING OF Pinus taeda L.
ABSTRACT: Forest pruning is an activity that demands time, skilled labor and adequate tools, thus involving a high cost in its execution. The objective of this research was to evaluate the productivity, efficiency and costs involved in the pruning activity using the manual and semi-mechanized scissors. The data were collected in a stand of Pinus taeda L. in the first and second pruning operations. The scissors analyzed were the New Zealand scissors P100 and electric F3010. For the technical analysis, the times of the partial activities were collected during the operational cycle, determining the productivity and the efficiency in the production. The cost analysis was performed through the operational cost and cost of production. According to the
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results, in the first pruning the efficiencies were of 92.51% and 98.47% for electric and manual scissors, respectively. For the second pruning the efficiencies were 87.55% for the electric scissors and 92.92% for the manual scissors. At the two pruning heights studied, the power tool had the highest average productivity, being 72 trees.he-1 in the first pruning and 82 trees.he-1 in the second pruning. The manual tool produced the average of 54 trees.he-1 in the first pruning and 64 trees.he-1 in the second pruning. Keywords: Clearwood; Quality; Yield; Silvicultural treatment.
1. Introdução
Poda é toda e qualquer retirada de galhos das árvores, em seu todo ou em
partes. Podar, desramar, derramar tem basicamente o mesmo significado (SEITZ,
1995). A poda pode ser denominada de poda seca, quando se elimina galhos
secos/mortos, e poda verde quando galhos ainda vivos são cortados (CHOU e
MACKENZIE, 1988).
O objetivo da poda é obter, num determinado comprimento de tronco, um
núcleo nodoso de tamanho pré-estabelecido (SEITZ, 1995). Segundo Schneider et
al. (1999) o núcleo nodoso é caracterizado como um cilindro central no interior do
fuste, onde estão englobados os nós vivos e mortos. Na região formada adjacente
ao núcleo nodoso, decorrente do crescimento radial do fuste, e encontra-se a
madeira limpa, ou seja, madeira livre de nós (madeira clear).
Segundo Montagu et al. (2003), a poda pode ser realizada de várias maneiras,
onde existem vantagens e desvantagens em termos de custos do trabalho e controle
do tamanho do núcleo nodoso.
A escolha de altura de poda, em geral, é definida para gerar o comprimento
comercial de uma ou duas toras por árvore. Isso ocorre na fase jovem do
povoamento até seis anos de idade, necessitando de várias intervenções, realizadas
com intervalos de um ano (CARDOSO, 2009).
A escolha do número total de árvores que se deve podar por hectare, depende
do espaçamento do plantio e do número de árvores resultante no final da rotação.
Podar um número maior de árvore do que aquele estabelecido no final da rotação
ocasionará em um aumento dos custos (HAWLEY e SMITH, 1972).
As ferramentas utilizadas têm um efeito sobre o consumo de tempo,
produtividade, eficiência e qualidade do trabalho (GIEFING e ZLOTA, 2007). A
escolha do método manual ou semimecanizado, dependerá de uma análise
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criteriosa de fatores que envolvem a atividade, como: aumentar o rendimento do
homem, diminuir os custos e tornar as atividades menos cansativas (SEITZ, 1995).
A atividade de poda envolve um grande número de trabalhadores, ferramentas
e equipamentos que, muitas vezes, não proporcionam condições ergonomicamente
corretas de trabalho (LOPES et al., 2013).
Segundo Nutto et al. (2013), a seleção cuidadosa das ferramentas de poda é
essencial para garantir o sucesso da operação. As ferramentas profissionais mais
comuns usadas na prática de silvicultura são as serras e tesouras.
O corte de galhos com serras exige menos esforço físico, embora em
determinadas situações seja mais demorado. Para o rendimento máximo, cada
espécie florestal e dimensão dos galhos tem um modelo de serra mais adequado
para realizar o corte (SEITZ, 1995).
As tesouras de poda podem ser uma alternativa para a poda manual, porém,
elas exigem maiores esforços do operador que as serras de poda, além de, muitas
vezes, terem o posicionamento incorreto para o corte, devido às características da
própria tesoura (SEITZ, 1995).
A tesoura Neozelandesa foi desenvolvida na Nova Zelândia, e se destaca pela
qualidade e corte limpo. O uso deste equipamento garante adequada produtividade
na poda, assegurando um corte com qualidade e minimizando o estresse para as
árvores, além de contemplar a ergonomia e produtividade (BOUTIN, 2018). A
tesoura elétrica foi originalmente utilizada para a vinicultura e foi adaptada para o
corte de ramos em atividades de poda florestal (NUTTO et al., 2013).
O objetivo deste trabalho foi realizar a análise técnica e dos custos das
operações de poda manual e semi-mecanizada em plantios de Pinus taeda L.
2. Material e Métodos
Localização da área de estudo
A área de estudo localiza-se no município de General Carneiro, região Sul do
estado do Paraná, nas coordenadas geográficas 26°19'15.82"S e 51°33'12.38"O, em
uma altitude média de 1.082 m.s.n.m.
O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é Subtropical Úmido
Mesotérmico (Cfb), com temperatura média anual de 17 °C.
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Base de dados
Os plantios utilizados para a coleta de dados, são de Pinus taeda, implantados
em área de relevo suave ondulado, com espaçamento de 3,0 m x 2,0 m).
A coleta de dados da atividade de primeira poda (até 2,5 m de altura) foi
realizada em plantios com três anos de idade, já a segunda poda (até 3,5 m de
altura), foi realizada em plantios com 4 anos de idade.
A primeira poda até 2,5 m de altura foi realizada sem o auxílio da escada como
equipamento acessório, sendo esta apenas utilizada para a segunda poda até 3,5 m
de altura (Figura 1).
Figura 1 - Primeira poda (a); segunda poda (b)
Em ambas as podas, foram comparados dois tipos de tesouras: tesoura do tipo
Neozelandesa modelo Pro Pruner P100 e tesoura elétrica modelo Electrocoup
F3010 (Figura 2).
a b
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Figura 2 - Tesoura Neozelandesa modelo Pro Pruner P100 (a); tesoura elétrica modelo Electrocoup F3010 (b)
Os dados de tempos foram coletados em um fatorial, onde cada operador (três
operadores), com ambas as ferramentas (duas ferramentas) e em ambas as alturas
de poda (duas alturas de poda), com as medições realizadas em 20 árvores por
bloco, com seis repetições, totalizando 1.440 árvores podadas.
Os tempos necessários para a realização de cada etapa do estudo foram
obtidos por meio de estudo de tempos e movimentos.
Nesse método o cronômetro foi iniciado no começo da atividade e a leitura do
cronômetro realizada ao término da atividade, quando finalizadas as 20 árvores de
cada bloco.
Os tempos totais analisados tomaram como base os seguintes tempos parciais:
• Poda (P): Eliminação de galhos até uma determinada altura;
• Deslocamento (De): Deslocamento do operador de uma área amostral para
outra;
• Tempo de manutenção (Tm): Paradas para afiação e manutenção da tesoura;
• Pausas (Pa): Interrupções pessoais.
Análise técnica
Eficiência
A eficiência foi calculada por meio do tempo de poda efetivo, ou seja, o tempo
de poda, dividido pelo tempo total da operação (OLIVEIRA et al., 2012).
a b
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E =Te
Tt x 100
Em que:
E = eficiência da produção;
Te = tempo efetivo para a realização da operação (horas);
Tt = tempo total da operação (horas).
Produtividade
A produtividade das operações foi determinada pela razão entre o número total
de árvores podadas e o tempo total consumido (OLIVEIRA et al., 2012).
Pp =Na
T
Em que:
Pp = Produtividade da poda (árv.h-1);
Na = número de árvores podadas;
T = tempo consumido (horas).
Análise dos custos
A análise de custos foi feita por meio da verificação dos custos operacional e
de produção, onde o custo operacional foi determinado pelo custo total envolvido na
operação da máquina ou equipamento, em reais por hora efetiva de trabalho, e o
custo de produção foi determinado pela razão do custo operacional e a produção
obtida no processo, em reais por hectare (OLIVEIRA et al., 2012).
Os dados em relação às tesouras, como custos e vida útil, foram obtidos junto
às empresas fabricantes. As demais informações foram adquiridas diretamente na
empresa estudada.
Custos Fixos
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Para o trabalho foram identificados e obtidos os custos fixos, que ocorrem
independentemente do nível de produção, e nesta categoria foram considerados a
depreciação, juros e os salários dos operadores.
Depreciação
A estimativa do custo de depreciação foi um procedimento utilizado para
recuperar o investimento inicial do equipamento, à medida que ele se torna obsoleto.
Foi utilizado o método da depreciação linear, pois considerou-se que os recursos
financeiros correspondentes ficam no caixa da empresa com remuneração zero
(SIMÕES e FENNER, 2010).
D =Va − Vr
Vu x he
Em que:
D = depreciação (R$.he-1);
Va = valor de aquisição (R$);
Vr = valor de revenda (R$);
Vu = vida útil da ferramenta;
he = total de horas efetivas por ano.
Juros
Os custos de juros foram calculados utilizando a expressão (FREITAS, 2005):
J =IMA x i
he
Em que:
J = valor dos juros (R$.he-1);
IMA = investimento médio anual;
i = taxa percentual de juros;
he = total de horas efetivas por ano, dado pela seguinte fórmula:
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IMA = Va − Vr (n + 1)
2 x n+ Vr
Em que:
Va = Valor de aquisição;
Vr = Valor residual;
n = número de anos.
Salários
Os custos de salários correspondem à remuneração dos operadores, incluindo
os encargos sociais, 13º salário, férias, seguros, alimentação, etc. Normalmente são
considerados como um percentual sobre os salários, e podem ser calculados pela
seguinte expressão:
CS = SO x (1 + ES) x 12
he
Em que:
CS = custo com salários (R$.he-1);
SO = salário do operador;
ES = valor percentual dos encargos sociais em relação aos salários;
he = horas efetivas de trabalho por ano.
Custos Variáveis
Os custos variáveis são os que dependem do nível de produção, sendo
considerados os custos com manutenção e o consumo de energia, no caso da
tesoura elétrica.
Manutenção
São os custos relacionados com a manutenção preventiva e corretiva das
tesouras, calculados a partir dos dados repassados pela empresa proprietária e
fabricante das ferramentas, podendo ser calculado pela seguinte expressão
(OLIVEIRA, 2011).
CM =cm x 12
he
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Em que:
CM = custo com a manutenção (R$.he-1);
cm = custo mensal com manutenção;
he = total de horas efetivas de trabalho por ano.
Energia elétrica
São os custos referentes ao consumo de energia elétrica necessária para
carregar a bateria da tesoura e pode ser calculado pela seguinte expressão:
CE =P x nh x nd
he x 1000 x tr
Em que:
CE = custo de energia (R$.he-1);
P = potência da ferramenta (W);
nh = número de horas utilizadas por dia;
nd = número de dias de uso no ano;
tr = tarifa (R$/KWh);
he = total de horas efetivas de trabalho por ano.
Análise estatística
As médias de produtividade foram comparadas pelo teste T, ao nível de 5% de
significância. Os dados de produtividade das duas ferramentas foram submetidos à
análise de variância (ANOVA) de fator único.
3. Resultados e Discussão
Eficiência
A tesoura elétrica teve que ser usada em conjunto com um serrote devido ao
diâmetro excessivo de alguns ramos, devido à abertura de corte não ser grande o
suficiente para cortar alguns galhos (diâmetro máximo de corte de 35 mm).
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Na primeira poda as eficiências foram de 92,51% e 98,47% para a tesoura
elétrica e manual, respectivamente. Para a segunda poda as eficiências foram de
87,55% para a tesoura elétrica e de 92,92% para a tesoura manual.
A manutenção das ferramentas, em geral, foi realizada durante as horas de
almoço e paradas para descanso, diminuindo assim, as pausas durante a jornada de
trabalho, o que explica a alta eficiência das ferramentas.
Segundo Nutto et al. (2013) na poda de eucalipto, o tempo de manutenção é de
3 minutos a cada hora de trabalho para a tesoura elétrica F3010, e de 5 minutos a
cada 4 horas de trabalho para a tesoura Neozelandesa P100.
Os tempos observados em cada etapa do trabalho, para as duas ferramentas,
são apresentados na Figura 3.
Figura 3 - Porcentagem de tempo médio do ciclo operacional das tesouras de poda
Produtividade
A produtividade da tesoura elétrica foi 24% superior ao da tesoura manual na
primeira poda, até 2,5 metros de altura e 21,3% superior na segunda poda, até 3,5
metros de altura. Nas duas alturas de poda estudadas a ferramenta elétrica teve a
maior média de produtividade, sendo 72 árvores.he-1 na primeira poda e de 82
árvores.he-1 na segunda poda. A ferramenta manual produziu a média de 54
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árvores.he-1 na primeira poda e 64 árvores.he-1 na segunda poda (Tabela 1).
Tabela 1 - Produtividade das tesouras de poda
Produtividade (árv.he-1)
Tesoura Altura (m)
2,5 3,5
Elétrica 72 82 Manual 54 64
árv.he-1: árvores por hectare
As duas ferramentas tiveram a maior produção na segunda poda, apesar da
mesma ser mais alta e necessitar de uma escada para a sua execução. Isto pode ter
ocorrido devido à presença do maior número de galhos existentes e do maior
comprimento de tronco podado, cerca de dois metros, na primeira poda,
demandando assim o maior tempo e a maior dificuldade de deslocamento no talhão.
Os dois métodos estudados possuem boa qualidade no corte, não deixando
tocos nas árvores. Tais dados foram analisados visualmente durante a coleta de
dados e de questionamentos feitos aos operadores.
Oliveira et al. (2012) estudando a poda até 2,5 metros de altura em Pinus,
utilizando serrote como ferramenta manual e motopoda como ferramenta
semimecanizada, observou uma produtividade de 57 árvores.he-1, com eficiência
operacional média de 70% para o método manual, enquanto que no método
semimecanizado a produtividade foi de 63 árvores.he-1 e a eficiência operacional
média foi de 76%.
Na segunda poda, até 4,0 metros de altura, obteve produtividades médias de
40 e 67 árvores.he-1, nos métodos manual e semimecanizado, respectivamente
(OLIVEIRA et al., 2012).
Segundo Nutto et al. (2013) em comparação com o serrote LIMMAT C47, em
poda de até 2,5 metros de altura em Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, a
produtividade da tesoura elétrica F3010 foi de cerca de 11% superior. Já a tesoura
manual P100 obteve uma produtividade de cerca de 5% inferior ao serrote.
Análise dos custos
Os custos fixos e variáveis das tesouras elétrica e manual são apresentados na
Tabela 2.
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Tabela 2 - Custos operacionais das tesouras elétrica e manual
Custos (R$.he-1)
Elétrica Manual
1ª poda 2ª poda 1ª poda 2ª poda
Fixos 14,24 15,25 13,03 13,99 Variáveis 0,45 0,48 0,18 0,19
Total 14,70 15,72 13,21 14,18
Pode ser observado que os maiores custos operacionais são encontrados na
tesoura elétrica, devido ao maior custo de aquisição da mesma. Para as duas
tesouras o maior custo foi o fixo, dado pela depreciação da ferramenta e salário dos
operadores. Os custos fixos corresponderam em cerca de 97% para a tesoura
elétrica e 99% para a tesoura manual, já os custos variáveis foram de 3% para a
tesoura elétrica e 1% para a tesoura manual.
O custo operacional da atividade foi maior na tesoura elétrica, sendo R$ 14,70
e R$ 15,75 por hora efetiva na primeira e segunda poda, respectivamente, enquanto
que a tesoura manual teve custos de R$ 13,21 e R$ 14,18 por hora efetiva na
primeira e segunda poda, respectivamente. Os maiores custos das podas foram os
salários dos operadores, chegando a 94% para a tesoura elétrica e 98% para a
tesoura manual.
Vale ressaltar que o preço de aquisição da tesoura elétrica é de R$ 9.000,00,
enquanto que o da tesoura manual é de R$ 741,00. Isto justifica o maior custo
operacional da primeira.
Os custos de produção da tesoura elétrica foram de R$ 451,32.ha-1 e de R$
408,57.ha-1 para a primeira e segunda poda. A tesoura manual obteve custos de R$
308,16.ha-1 e de R$ 289,90.ha-1 na primeira e segunda poda. As informações dos
custos são representadas na Tabela 3.
Tabela 3 - Custos operacional e de produção para as duas tesouras
Ferramenta Altura de poda
(m) Custo operacional
(R$.he-1) Custo de produção
(R$.ha-1)
Elétrica 2,5
14,70 451,32
Manual 13,21 308,16 Elétrica
3,5 15,75 408,57
Manual 14,18 289,90
Verifica-se que o custo de produção da tesoura elétrica foi superior ao da
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tesoura manual nas duas alturas de poda estudadas, apresentando valores
superiores em 46,46% para a primeira poda e 40,93% para segunda.
Oliveira (2012), analisando a poda em Pinus no norte do Paraná, utilizando
serrote como ferramenta manual e motopoda como ferramenta semimecanizada,
observou um custo de R$ 249,52.ha-1 para a ferramenta manual e de R$ 448,91.ha-1
para a ferramenta semimecanizada, em podas de até 2,5 metros de altura. Os
custos para podas de até 4,0 metros de altura foram de R$ 349,93.ha-1 para a
ferramenta manual e de R$ 433,91.ha-1 para a ferramenta semimecanizada.
4. Conclusões
As duas tesouras apresentaram boa qualidade em relação ao corte, não
deixando tocos e não ocasionando injúrias nas árvores.
A segunda poda apresentou melhor produtividade em relação a primeira,
decorrente do menor número de galhos existentes e do menor comprimento de
tronco podado.
A tesoura elétrica teve a maior produtividade e maior custo operacional, devido
ao elevado custo de aquisição, que é cerca de 90% superior ao da tesoura manual.
Apesar da menor produtividade, a tesoura manual apresentou o menor custo
de produção, apresentando-se viável economicamente.
5. Referências Bibliográficas
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FREITAS, K. E. Análise técnica e econômica da colheita florestal mecanizada. 2005. 21 p. Monografia (Engenharia Elétrica e de Produção) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. HAWLEY, R. C.; SMITH, D. M. Silvicultura practica. Barcelona: Omega, 1972. LOPES, E. S. et al. Avaliação biomecânica de trabalhadores nas atividades de poda manual e semimecanizada de Pinus taeda. Floresta, v. 43, n. 1, p. 9-18, 2013. MONTAGU, K. et al. The biology and silviculture of pruning planted eucalypts for clear wood production-a review. Forest Ecology and Management, v. 179, n. 1-3, p. 1-13, 2003. NUTTO, L. et al. Ergonomic aspects and productivity of different pruning tools for a first pruning lift of Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. Silva Fennica, v. 47, n. 4, p. 14, 2013. OLIVEIRA, F. M. Análise operacional, ergonômica e de custos das atividades de roçada e poda em plantios florestais. 2011. 66 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) Universidade Federal do Paraná. Curitiba, PR. OLIVEIRA, F. M. et al. Avaliação técnica e de custos de poda manual e semimecanizada em plantios de Pinus taeda. Floresta, v. 42, n. 4, p. 691-700, 2012. SIMÕES, D.; FENNER, P. T. Avaliação técnica e econômica do forwarder na extração de em povoamento de eucalipto de primeiro corte. Floresta, v. 40, n. 4, p. 711-720, 2010. SCHNEIDER, P. R. et al. Efeito da intensidade de desrama na produção de Pinus elliottii Engelm, implantado em solo pobre, no estado do Rio Grande do Sul. Ciência Florestal, v. 9, n. 1, p. 35-46, 1999. SEITZ, R. A. Manual de poda de espécies arbóreas florestais. Curitiba: FUPEF, 1995. 56 p.