Metodologia- Elaboração Da Pesquisa Cientifica Modelo de Projeto de Monografia
Elaboração de Projeto de Pesquisa
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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PUBLICIDADE E PROPAGANDA
Jessica Castro
Acessibilidade em projetos digitais
Santa Cruz do Sul
2014
Jessica Castro
Acessibilidade em projetos digitais
Projeto de Pesquisa Desenvolvido para a disciplina de
Metodologia da Pesquisa do Curso de Comunicação
Social, Habilitação em Publicidade e Propaganda,
Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC.
Santa Cruz do Sul
2014
Mais de 45,6 milhões de brasileiros declararam ter alguma deficiência, segundo
dados do Censo Demográfico 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O estudo pesquisou pesquisou as deficiências visual, auditiva, mental
e motora e seus graus de severidade.
Gráfico 1 População com Deficiência no Brasil
Fonte (Instituto Brasileiro de Geografia e estatísticas IBGE, 2010)
A pesquisa revela que o tipo de deficiência mais comum é a visual. Entre as
pessoas que declararam ter deficiência visual, mais de 6,5 milhões disseram ter a
dificuldade de forma severa e 6 milhões afirmaram que tinham dificuldade de enxergar.
Mais de 506 mil informaram serem cegas.
O maior número de deficientes no Brasil se encontram na região Nordeste, mais
precisamente se destacam os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Nesta região o
IBGE diz que 21,2% da população nordestina tem deficiência visual; 5,8%, deficiência
auditiva; 7,8% tem deficiência motora e 1,6% tem deficiência mental ou intelectual.
De acordo com o estudo F/Radar, idealizado pela F/Nazca Saatchi & Saatchi em
parceria com o Instituto Datafolha, 84 milhões de brasileiros com mais de 12 anos de
idade tem acesso a internet. Quanto a idade, destacase também o número de usuários
com 55 anos ou mais, estes já somam 4.8 milhões.
Dos mais de 190 milhões de brasileiros de acordo com Censo Demográfico 2010,
cerca de 84 milhões com acesso a internet e 45,6 milhões com algum tipo de deficiência,
nos mostra que devemos pensar a acessbilidade no meio digital.
Recentemente a Google, uma empresa de tecnologia adotou um projeto idealizado
por um Brasileiro, o Accessibility View, criado pelo publicitário Eduardo Battiston. O
projeto foi vencedor da primeira edição do concurso Creative Sandbox, realizada em
2013, idealizado pela Google e visa mapear as cidades do ponto de vista da
acessibilidade.
Alguns voluntários o projeto tem parceria com a AACD (Associação de
Assistência à Criança Deficiente) irão percorrer as cidades com suas cadeiras de
rodas assim como é feito pelos carros do Google Street View. O projeto teve a cidade de
São Paulo escolhida como piloto. O objetivo é mostrar os pontos mais críticos, as rotas
mais viáveis para facilitar a vida do deficiente físico. O mapeamento ficará disponível na
ferramenta Google Maps.
Gráfico 2 Incorporação da ferramenta no Google Streeat View na cidade piloto, São Paulo
Fonte (Google)
Assim como o projeto Accessibility View veio de uma empresa voltada para o
meio digital e pensado na melhora do meio físico, acredito que devemos pensar a
acessibilidade para o meio digital.
A escolha do tema foi fortemente influenciada pela afinidade com o mesmo. Esta é
uma dúvida que persiste a cada projeto digital que passo a desenvolver. Trabalho em
uma empresa de saúde, e gostaria de mesclar a comunicação, tecnologia e
acessibilidade.
Alguns questionamentos persistem a cada novo trabalho: Como posso deixar esse
meu projeto digital mais acessível? Como este aplicativo, ou site, ou banner pode ficar
acessível a todos? Uma pessoa com dislexia consegue acesso fácil as informações?
Quem tem deficiência visual consegue fazer com que seu software de leitura o faça de
maneira satisfatória? Como as informações estão dispostas em sua ordem de
importância? Uma pessoa daltônica consegue distinguir os títulos?
Há muitas publicações a respeito da usabilidade, Normas e livros. Entre as
publicações que podemos citar, estão: KRUG, Esteve. Não me faça pensar; DIAS,
Cláudia. Usabilidade na web; e normas vindas de instituições como a Associação
Brasileira de Normas Técnicas.
A norma ISO 924111 (1998) define usabilidade como “a capacidade de um
produto ser usado por usuários específicos para atingir objetivos específicos com
eficácia, eficiência e satisfação em um contexto específico de uso.” (DIAS, 2003, P.26).
Ao fazer uma pesquisa exploratória sobre o assunto, encontrei poucos trabalhos
acadêmicos no país que tenham alguma relação com a questão da acessibilidade no 1
meio digital. Encontrase aqui uma lacuna do assunto também no meio acadêmico.
1 Entre os trabalhos desenvolvidos sobre o assunto, podemos citar: Análise e otimização da avaliação de acessibilidade em páginas web de confronto de
comportamentos, de Régis Carreiro; Ambientes informacionais digitais e usuários surdos: questões de acessibilidade, de Juliane Adne Corradi; Acessibilidade digital para cegos. Uma metodologia para criação de materiais acessíveis, de Paloma Costa; Acessibilidade na televisão brasileira: quando o áudio faz sentido para o surso e a imagem faz sentido para o cego, de Elisangela Cunha; eAcessibilidade em bibliotecas: uma análise sobre disponibilidade, direito e limitações do acesso a informação na web, de Manuella Nascimento; WPA: Ferramenta para auxílio na acessibilidade do gerenciador de conteúdo wordpress, de Diego Potapczuk; Acessibilidade web: Uma avaliação em portal de instituições de ensuno superior visando pessoas com deficiência visual, de Maria Sousa e Editor de texto acessível para web, de Thiago Viganico.
Na comunicação muito se fala em conteúdo, como as marcas precisam de adaptar
ao novo jeito de consumir informação e oferecer mais aos seus consumidores. De nada
adianta um bom conteúdo se a experiência do usuário ao acessálo é ruim. Um dos sites
mais usados atualmente www.google.com tem apenas uma palavra e uma caixa de
busca. A simplicidade é um dos lugares mais difíceis de chegar em um projeto digital.
O objetivo principal do projeto é analisar quais a formas possíveis de serem
aplicadas nos projetos digitais, que permitam que estes sejam mais acessíveis. Definir o
que é acessibilidade e usabilidade. Identificar ponto importantes da acessibilidade que
podem ser utilizados nos mais diversos projetos sem prejudicar a usabilidade para o
usuário comum.
A acessibilidade na web se destina a cegos, daltônicos e pessoas com baixa
visão, também deficientes auditivos e pessoas com deficiência motora. No decorrer do
projeto, este será o públicoalvo sem deixar de pensar também no usuário comum.
REFERÊNCIAS:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 924111. Requisitos
ergonômicos para o trabalho com dispositivos de interação visual Parte 11:
Orientações sobre usabilidade. 2011. Disponível em
<http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=086090>. Acesso em: 2 jun. 2013.
CARREIRO, D. Régis. Análise e otimização da avaliação de acessibilidade em
páginas web através de confronto de comportamentos. 2010. 30 f. Monografia
(Programa de Graduação em Ciência da Computação) Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2010.
CORRADI, Juliane Adne Mesa. Ambientes informacionais digitais e usuários surdos
questões de acessibilidade. 2007. 214 f. Dissertação (Programa de PósGraduação
em Ciência da Informação da Faculdade de Filosofia e Ciências) Universidade Estadual
Paulista, São Paulo, 2007.
COSTA, Paloma. Acessibilidade digital para cegos. Uma metodologia para criação
de materiais acessíveis. 2009. 96 f. Trabalho de conclusão (Curso de Computação
Licenciatura) Centro Universitário La Salle, Canoas, 2009.
CUNHA, F. Elisangela. Acessibilidade na televisão brasileira quando o áudio faz
sentido para o surdo e a imagem faz sentido para o cego. 2010. 117 f. Monografia
(Programa de Graduação em Comunicação Social) Universidade Federal do Pampa,
São Borja, 2010.
DATAFOLHA INSTITUTO DE PESQUISAS. F/RADAR. Panorama do Brasil na
Internet. 2013. Disponível em
<http://www.fnazca.com.br/index.php/2013/12/20/fradar13%C2%AAedicao> Acesso em:
06 jun. 2014.
DIAS, Claudia, Usabilidade na WEB Criando portais mais acessíveis. Rio de Janeiro:
Alta Books, 2003.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS. CENSO 2010. 2010.
Disponível em <http://censo2010.ibge.gov.br> Acesso em 04 jun. 2014.
NASCIMENTO, O. Manuella. eAcessibilidade em bibliotecas: uma análise sobre
disponibilidade, direito e limitações do acesso a informação na web. 2011. 67 f.
Monografia (Programa de Graduação em Bibliteconomia) Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, 2011.
POTAPCZUK, O. Diego. WPA Ferramenta para auxílio na acessibilidade do
gerenciador de conteúdo wordpress. 2010. 81 f. Monografia (Programa de
Graduação em Sistemas da Informação) União Metropolitana de Ensino, Salvador, 2010.
SOUSA, C. Maria. Acessibilidade web Uma avaliação em portal de instituições de
ensino superior visando pessoas com deficiência visual. 2011. 89 f. Monografia
(Programa de Graduação em Engenharia da Computação) Universidade de
Pernambuco, Pernambuco, 2011.
VIGANICO, E. Thiago. Editor de texto acessível para web. 2013 100 f. Monografia
(Programa de Graduação em Ciência da Computação) Universidade de Santa Cruz do
Sul, Santa Cruz do Sul, 2013.