Eleições 2014 - 17 de outubro de 2014

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Especial MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial MELO DISPARA NA CAPITAL E INTERIOR Candidato à reeleição ao governo do Amazonas, José Melo (Pros) aparece com 18% de vantagem sobre o senador Eduardo Braga (PMDB), em comparação à pesquisa anterior P esquisa encomendada pela empresa Design, Marketing e Propaganda (DMP), contratada pela Rede de Rádio e Televisão Tira- dentes, aponta uma ampla van- tagem do candidato à reeleição ao governo do Amazonas, José Melo (Pros) sobre seu rival, o senador Eduardo Braga (PMDB). Na amostra, divulgada ontem à noite (16), excetuando-se os votos em branco e nulos, Melo aparece com 59% da preferência dos eleitores (somando capital e interior), contra 41% atribuídos a Braga, com base nos mesmos parâmetros. Em comparação ao último levantamento, realizado entre 6/10 e 9/10, Melo abriu 18% de vantagem contra o adversário peemedebista (56% a 44%). A atual coleta dos dados pela DMP/Tiradentes foi realizada en- tre o dia 10 e ontem (16) com 2.025 mil eleitores residentes em Manaus e em sete municípios do Estado. A margem de erro esti- mada para esta pesquisa é de 3 pontos para mais ou para menos, com a confiabilidade de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE- AM) com o número 00058/2014. O atual governador José Melo vence Eduardo Braga nos dois cenários: capital e interior, segundo a pes- quisa. Na capital, Melo aparece 21% à frente do senador e no interior, 11%. Primeiro turno A eleição 2014 para o governo do Amazonas será disputada em segundo turno, no dia 26, entre José Melo (Pros) e Eduardo Bra- ga (PMDB). No primeiro turno, o peemedebista obteve 43,16% dos votos válidos, contra 43,04% de Melo, seu adversário na disputa. » José Melo É economista, de 68 anos, formado pela Universidade Fe- deral do Amazonas. Atual go- vernador do Amazonas, ele foi deputado federal duas vezes, em 1994 e em 1998. Em 2002, elegeu-se deputado estadual. O candidato já atuou como delegado do Ministério da Edu- cação e Cultura, foi secretário de Educação e Cultura e secre- tário municipal de Educação. Também esteve à frente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), da Secretaria de Esta- do de Coordenação do Interior (Seint) e da Sociedade de Na- vegação, Portos e Hidrovias do Amazonas (SNPH). Em 2006, assumiu a Secretaria de Go- verno do Amazonas (Segov). Em abril de 2014, Melo as- sumiu o cargo de governador, após a desincompatibilização de Omar Aziz, de quem era vice-governador. » Eduardo Braga Com 54 anos, o candidato teve o primeiro cargo políti- co como vereador. Foi eleito deputado estadual em 1986, sendo líder do governo e relator da Constituição do Amazonas. Em 1991, Braga foi eleito para deputado federal. Natural de Belém (PA), ele foi escolhido vice-prefeito de Manaus e se- cretário de Obras em 1992. Dois anos depois, assumiu a prefeitura. Em 1998 e 2000, perdeu as eleições para o go- verno do Amazonas e prefeitura de Manaus, respectivamente. Seu primeiro mandato como governador foi em 2002, quan- do foi eleito em primeiro turno. Ele ficou no cargo por dois mandatos. Em 2010, foi eleito senador pelo Amazonas. Perfil dos candidatos ao governo 59% X 41% FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 16/10/2014 23:53:20

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO http://www.emtempo.com.br

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MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

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MELO DISPARA NA CAPITAL E INTERIORCandidato à reeleição ao governo do Amazonas, José Melo (Pros) aparece com 18% de vantagem

sobre o senador Eduardo Braga (PMDB), em comparação à pesquisa anterior

Pesquisa encomendada pela empresa Design, Marketing e Propaganda (DMP), contratada pela

Rede de Rádio e Televisão Tira-dentes, aponta uma ampla van-tagem do candidato à reeleição ao governo do Amazonas, José Melo (Pros) sobre seu rival, o senador Eduardo Braga (PMDB). Na amostra, divulgada ontem à noite (16), excetuando-se os votos em branco e nulos, Melo aparece com 59% da preferência dos eleitores (somando capital e interior), contra 41% atribuídos a Braga, com base nos mesmos parâmetros. Em comparação ao último levantamento, realizado entre 6/10 e 9/10, Melo abriu 18% de vantagem contra o adversário peemedebista (56% a 44%).

A atual coleta dos dados pela DMP/Tiradentes foi realizada en-tre o dia 10 e ontem (16) com

2.025 mil eleitores residentes em Manaus e em sete municípios do Estado. A margem de erro esti-mada para esta pesquisa é de 3 pontos para mais ou para menos, com a confi abilidade de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) com o número 00058/2014. O atual governador José Melo vence Eduardo Braga nos dois cenários: capital e interior, segundo a pes-quisa. Na capital, Melo aparece 21% à frente do senador e no interior, 11%.

Primeiro turnoA eleição 2014 para o governo

do Amazonas será disputada em segundo turno, no dia 26, entre José Melo (Pros) e Eduardo Bra-ga (PMDB). No primeiro turno, o peemedebista obteve 43,16% dos votos válidos, contra 43,04% de Melo, seu adversário na disputa.

» José MeloÉ economista, de 68 anos,

formado pela Universidade Fe-deral do Amazonas. Atual go-vernador do Amazonas, ele foi deputado federal duas vezes, em 1994 e em 1998. Em 2002, elegeu-se deputado estadual. O candidato já atuou como delegado do Ministério da Edu-cação e Cultura, foi secretário de Educação e Cultura e secre-tário municipal de Educação. Também esteve à frente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), da Secretaria de Esta-do de Coordenação do Interior (Seint) e da Sociedade de Na-vegação, Portos e Hidrovias do Amazonas (SNPH). Em 2006, assumiu a Secretaria de Go-verno do Amazonas (Segov). Em abril de 2014, Melo as-sumiu o cargo de governador, após a desincompatibilização

de Omar Aziz, de quem era vice-governador.

» Eduardo BragaCom 54 anos, o candidato

teve o primeiro cargo políti-co como vereador. Foi eleito deputado estadual em 1986, sendo líder do governo e relator da Constituição do Amazonas. Em 1991, Braga foi eleito para deputado federal. Natural de Belém (PA), ele foi escolhido vice-prefeito de Manaus e se-cretário de Obras em 1992. Dois anos depois, assumiu a prefeitura. Em 1998 e 2000, perdeu as eleições para o go-verno do Amazonas e prefeitura de Manaus, respectivamente. Seu primeiro mandato como governador foi em 2002, quan-do foi eleito em primeiro turno. Ele fi cou no cargo por dois mandatos. Em 2010, foi eleito senador pelo Amazonas.

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2 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Em Manaus, Lula diz que PSDB é inimigo da ZFMEx-presidente atacou os tucanos ao afi rmar que, ao assumir a Presidência, encontrou o modelo “quebrado” e ele o fortaleceu

Pela segunda vez em Ma-naus nestas eleições e novamente sem a pre-sidente Dilma Rousseff

(PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu na noite de ontem no palanque do candidato ao governo do Estado, o sena-dor Eduardo Braga (PMDB), em um comício na Zona Norte da capital. Cercado de militantes, correligionários e de populares, o petista disse que o PSDB, do adversário de Dilma na disputa pelo Planalto, Aécio Neves, é contra a Zona Franca de Ma-naus (ZFM). “Quando eu cheguei à Presidência, a ZFM estava quebrada. Nós fortalecemos o modelo porque queríamos o desenvolvimento da Região Norte. O Braga sabe o quando eles (os tucanos) lutaram para tirar ela daqui. Como é que no dia 26 alguém vai votar em um candidato de um partido que é contra a ZFM?!”, disse Lula. O ex-presidente afi rmou ainda que “certamente” Eduardo Braga “foi o melhor governador que o Amazonas já teve”.

Lula fez uma longa aborda-gem sobre os principais dados de governo alcançados em sua gestão e na da presidente Dil-ma. No entanto, o ex-presi-dente concentrou seu discurso no setor social, sugerindo, por diversas vezes, que o PSDB de Aécio não dará continuidade aos programas atuais. O petis-ta, que já havia passado pelo Acre e pelo Pará, pediu para que a militância “alerte” aos “inde-cisos” para que “não escolham voltar ao passado”.

Referindo-se ao resultado apertado do primeiro turno contra o governador José Melo (Pros), Eduardo Braga afi rmou que compreendeu o “recado” das urnas e atacou o candidato à

reeleição. “Eu entendi que o povo queria mais tempo para analisar as propostas, que o povo queria mais debate. Eu fui ao debate e meu adversário não foi. Depois, curiosamente, os outros debates foram desapare-cendo e eu não pude debater cara a cara com o meu adversário”, disse o peemedebista. “Na época dos tucanos, o que tínhamos era uma ZFM enfraquecida. Um medo que tirassem a ZFM da-qui a qualquer hora. Foi preciso o presidente que olhasse para o Amazonas com outros olhos para que isso acabasse. Nós queremos oportunidade para dar

aos nossos fi lhos”, completou o senador peemedebista.

A candidata a vice, deputada federal Rebecca Garcia (PP), disse que “o povo fará a saú-de, a segurança e a educação voltar a crescer, como crescia na época do Braga”.

A progressista afi rmou ainda que “quem ganha a eleição é o povo, e não a máquina do go-verno e da prefeitura”. Também se pronunciaram a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) e o deputado federal que não se elegeu senador, Francisco Praciano (PT).

A direção do PT-AM afi r-mou, ontem, que o ex-pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva só deverá deixar a ca-pital amazonense por volta das 11h de hoje (17).

Durante toda a manhã, o petista deverá gravar novas peças publicitárias para o programa eleitoral gratuito de TV e rádio do

candidado ao governo do Amazonas Eduardo Braga. O ex-presidente já foi pro-tagonista de peças no pri-meiro turno das eleições, quando inaugurou o enga-jamento do PT nacional na campanha do senador.

Petistas ouvidos pela reportagem na noite de ontem descartaram a pos-

sibilidade de Lula ter um encontro reservado com o governador e candidato à reeleição, José Melo (Pros), ainda na manhã de hoje.

Encontro com MeloAs informações que circu-

lavam ao longo do comício realizado na Zona Norte de Manaus eram de que o

ex-presidente poderia es-tar interessado em ampliar o diálogo com o candidato do Pros à reeleição que tem, até agora, optado pela neutralidade.

“Essa questão sequer foi cogitada pelo PT. Estamos aqui com objetivos claros”, disse um petista que prefe-riu não divulgar o nome.

Ex-presidente grava para o horário eleitoral

Tanto o ex-presidente Lula quanto o senador Eduardo Braga atacaram o PSDB, de Aécio Neves, como “inimigos” da Zona Franca

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

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SOCIALLula fez uma longa abordagem sobre os principais dados de governo alcançados na sua gestão e na da presidente Dilma. No entanto, o ex-presiden-te concentrou seu dis-curso no setor social

TSE manda Sensus entregar pesquisaLEVANTAMENTO

O ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, do Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o instituto Sensus dê à candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff , e à coligação Com a Força do Povo o acesso a informações sobre a coleta de dados da última pesquisa de intenção de voto, divulgada no fi m de semana. De acordo com o TSE, a coligação e Dilma solicitaram “acesso ao sis-tema interno de controle, verifi cação e fi scalização da coleta de dados da pesquisa de opinião”.

Não foi determinado um prazo para o fornecimen-to dessas informações. Na decisão, Carvalho Neto de-termina que a Sensus per-mita o acesso aos dados solicitados, preservando, no entanto, a identidade dos entrevistados.

Dilma e a coligação fi -zeram o pedido com base em “supostas irregularida-des na referida pesquisa”. Entre elas, estão a falta de identifi cação da fonte dos dados estatísticos e o “su-perdimensionamento” do percentual de entrevistados

com nível superior.A pesquisa, divulgada no

dia 11 de outubro pela revis-ta “IstoÉ”, indica que o can-didato Aécio Neves (PSDB) estava 17,6 pontos percen-tuais à frente de Dilma.

De acordo com o levan-tamento, foram ouvidos 2 mil eleitores de 136 cidades

em 24 Estados. O registro da pesquisa no TSE é BR-01076/2014.

A “IstoÉ” explicou que fez uma parceria com a Sen-sus, por meio da qual cabe à publicação apenas divul-gar os resultados obtidos na pesquisas da empresa. Procurada pela reportagem, a Sensus não retornou as

ligações até o fechamento da matéria.

Seca em São Paulo O PT vai explorar a seca

em São Paulo contra can-didatura de Aécio Neves à Presidência. O partido produziu panfl etos com a foto de Geraldo Alckmin e a inscrição “o PSDB tentou fazer o eleitor de bobo na eleição para governador”. E recomenda: “Dê o troco na eleição para presidente. Não vote em Aécio”.

O panfl eto ainda diz que durante toda a campanha, o PSDB escondeu a verdade sobre a falta de água em São Paulo, quando o go-vernador Alckmin negou que haveria racionamento.

A estratégia é baseada em pesquisas segundo as quais a falta d’água é capaz de reverter parte do voto dos paulistanos. São Paulo é um ponto fraco da campanha de Dilma Rousseff à reeleição.

À saída do debate do UOL-SBT-Jovem Pan, Aécio mini-mizou o impacto. “Não faltou água em São Paulo. Tanto é que Alckmin se elegeu com mais de 50% dos votos”.Ministro Tarcisio Neto, do TSE, mandou Sensus entregar dados de pesquisa para Dilma

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AÇÃO

EXPLICAÇÕESDe acordo com o TSE, a coligação Com a Força do Povo e Dilma Rousseff solicitaram “acesso ao sistema interno de controle, ve-rifi cação e fi scalização da coleta de dados da pesquisa de opinião”

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3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato faz visita à fábrica da Moto Honda da Ama-zônia. À tarde, faz caminhada na Zona Leste e à noite concede entrevista a uma emissora de TV local.

EDUARDO BRAGA

Candidato não divulgou agenda.

JOSÉ MELO

Dilma e Aécio trocam ‘farpas’ durante debate Ontem, os dois adversários participaram do segundo debate e, ao invés de apresentar projetos, trocaram acusações

Corrupção, nomeação de parentes, mentira, des-respeito, desinformação, falta de transparência,

suspeitas, investigações... Sem trégua em nenhum dos blocos, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) centraram fogo no adver-sário usando esses temas como armas em suas perguntas e res-postas no debate promovido pelo SBT, nesta quinta-feira. O tiroteio deixou em segundo plano a discus-são sobre temas de programas do governo das candidaturas do PT e do PSDB à Presidência da Repú-blica. O confronto começou já nas apresentações dos candidatos. O tucano defendeu sua candidatura para “encerrar um ciclo que fracas-sou na economia, com infl ação alta e baixo crescimento, além da piora dos indicadores sociais”. Já a atual presidente se disse defensora de um “projeto que vê na justiça social a única maneira de levar o país ao futuro”.

No primeiro bloco, as denún-cias de corrupção e de nepotismo nas gestões dos presidenciáveis deram a tônica. Aécio questio-nou Dilma sobre a nova denúncia divulgada sobre a Petrobras - o Tribunal de Contas da União (TCU) vai apurar supostas fraudes em obras do Comperj (Complexo Pe-troquímico do Rio de Janeiro), que incluem construções que estavam sendo geridas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

‘Engavetadores’Na resposta, Dilma acusou os

tucanos de “engavetarem os es-cândalos”. “Ao contrário do pas-sado, a Polícia Federal não era dirigida por fi liados do PSDB. A PF investigou e vai punir impla-cavelmente”, disse. “Onde estão os corruptos da compra de votos da reeleição? Todos soltos. Onde estão os corruptos do metrô de SP e dos trens? Todos soltos. (...) Da

‘privataria tucana’?, todos soltos”, respondeu Dilma.

Os dois candidatos também fi -zeram acusações mútuas de ne-potismo: Dilma acusou Aécio de ter empregado a sua irmã, Andrea Neves, quando era governador de Minas Gerais (2003-2010), e Aécio disse que o irmão de Dilma, Igor Rousseff , foi empregado na prefeitura de Fernando Pimentel (PT-MG) sem trabalhar. “A dife-rença é que minha irmã traba-

lhou muito e não recebeu, enquanto seu irmão rece-beu e não trabalhou” , disse ele.

No segundo bloco, as de-núncias sobre a Petrobras volta-ram ao debate, e a candidata Dilma Rousseff mencionou reportagem publicada pelo site da “Folha de S. Paulo”, a qual revela que o ex-di-retor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, teria repassado propina ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, morto em março deste ano, para que ajudasse a esvaziar uma CPI criada para investigar a Petrobras em 2009.

“Há pouco saiu uma notícia que diz que o ex-diretor da Petrobras afi rmou que o ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, recebeu propina para esvaziar uma CPI. É muito fácil o senhor fazer de-núncias. Quando a gente verifi ca que o PSDB recebeu propina para esvaziar uma CPI, o que importa? Importa investigar. Lamento que ele esteja morto. É importante sa-ber quando recebeu, como recebeu e para quê”, disse.

Aécio disse que as denúncias devem ser investigadas indepen-dentemente do partido. “Para mim, não importa de qual partido seja o denunciado, a investigação tem que ir a fundo”, disse o tucano.

E Aécio disse que o irmão de Dilma foi empregado na prefeitura de Fernando Pimentel

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Dilma acusou o candidato tucano de ter empregado a sua irmã quando era governador de MG

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A presidente Dilma passou mal após o debate presidencial. Durante a entrevis-ta ao vivo à repór-ter Simone Queiroz, do SBT, a presidente interrompeu a fala e sentou-se, dizendo estar passando mal, pedindo água.

A câmera focou o outro lado do estú-dio e logo em seguida retornou para ela. Dil-ma então levantou-se, disse ter tido uma queda de pressão e agradeceu a audiên-cia. “Tive uma queda de pressão, o debate sempre exige muito da gente, foi isso, agora consigo con-cluir minha entrevista com você”, afi rmou.

O próximo será organizado pela TV Record, no próximo domingo (19).

Dilma passa mal no fi m do debate

CONFRONTOO tucano defendeu sua candidatura para “encerrar um ciclo que fracasso” e Dilma se disse defensora de um “projeto que vê na justiça social a única maneira de levar o país ao futuro”

Os candidatos também de-bateram a questão da seguran-ça. Aécio citou o elevado núme-ro de homicídios no Brasil. Na resposta, a presidente afi rmou que as gestões petistas do go-verno federal foram as únicas que implantaram uma política de combate à violência.

No terceiro e último bloco, a candidata à reeleição pergun-tou ao seu adversário o que ele achava da Lei Seca, que pune motoristas que dirigem sob o efeito de álcool. Em 2011, Neves foi parado no Rio de Janeiro e teve a carteira de ha-bilitação apreendida por estar vencida. Na ocasião, ele, que já era senador por Minas Gerais e se negou a fazer o teste do bafômetro. O tucano chamou a petista de “mentirosa”.

“Eu tive um episódio, sim, e reconheci. Parei na Lei Seca, minha carteira estava vencida e inadvertidamente não fi z o exame, me arrependi”, disse ele. Irritado, ele pediu a Dilma que o debate fosse sobre coisas sérias. “Vamos falar de como melhorar a saúde e a seguran-ça. A senhora ofende todos os brasileiros”, disse ele.

DefesaO carro não foi apreendido

porque foi guiado por um con-dutor habilitado. Aécio foi libe-rado em seguida. O candidato do PSDB se disse ofendido com a pergunta. “Mentir e insinuar ofensas como essa não é digno de qualquer cidadão, mas é mais indigno por uma presiden-te da República. Candidata, a sua campanha é a campanha da mentira”.

Dilma disse que acha a Lei Seca importante porque “no Brasil, todos os dias, tem gente morrendo por acidente de trân-sito, por motoristas que estão embriagados. Depende dela a vida ou a morte dos nossos jovens”, disse ela. “O senhor passou por uma experiência. Ninguém pode dirigir sob efeito de álcool e drogas. A Lei Seca trouxe um bem para o país”, completou ela.

O evento trouxe muitas per-guntas que já haviam apare-cido no debate da TV Bandei-rantes, que ocorreu há dois dias. No entanto, houve novos temas: Dilma citou pela primei-ra vez a crise de falta de água em São Paulo.

Lei Seca entra na discussão

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4 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Líder do PP aproximou ex-diretor de Sergio Guerra

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa rela-tou à Justiça, sob delação premiada, uma reunião em 2009 com o falecido senador Sergio Guerra (PE), presiden-te do PSDB, articulada pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), na qual fi cou acerta-da a doação de R$ 10 milhões para a campanha local. Ele diz que a reunião ocorreu durante ameaça de criação de CPI sobre negócios sus-peitos na Petrobras.

O CEO aparecePaulo Roberto contou que,

a seu pedido, Ildefonso Cola-res, presidente da empreiteira Queiroz Galvão, pagou o acer-to com Fonte e Guerra.

Sob suspeitaA Queiroz Galvão, segundo

Paulo Roberto Costa, estava no centro das acusações de irregularidades a serem inves-tigadas pela CPI, na época.

Resposta padrãoA Queiroz Galvão reiterou

sua resposta padrão: “todas as doações realizadas pela em-presa seguem rigorosamente a legislação eleitoral”.

Sem respostaA coluna procurou insis-

tentemente o líder do PP, Eduardo da Fonte, mas ele não retornou as ligações até o fechamento da edição.

Cabral articula para des-bancar Temer no PMDB

Com o tucano Aécio Neves empatado com Dilma Rous-seff na briga pelo Palácio do Planalto, o ex-governador fl u-minense Sérgio Cabral já se movimenta para desbancar o vice-presidente da República, Michel Temer, do comando do PMDB. O líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), sinalizou esta semana apoio a eventual governo tucano e mandou o

recado: Temer não conduzirá o partido se Aécio vencer no 2º turno.

Projeto de poderCotado para presidir a

Câmara em 2015, Eduardo Cunha já vislumbra o pre-feito do Rio, Eduardo Paes, na disputa pela Presidência em 2018.

Olho em 2016O deputado Leonardo Pic-

ciani, fi lho do presidente esta-dual do PMDB-RJ, planeja dis-putar a sucessão de Eduardo Paes na Prefeitura do Rio.

Ajustando contasA deputada Sandra Rosado

(RN) atribui sua derrota a Wilma de Faria. Ambas são do PSB. A ex-governadora tam-bém perdeu para o Senado.

Sonho de banqueirosA família Setúbal sonha com

Ilan Goldfajn, economista-chefe do seu banco Itaú, na presidência do Banco Central. E com Neca Setúbal, uma das herdeiras do banco, minis-tra da Educação de eventual governo Aécio. Ela descansa na Europa do estresse da campanha de Marina.

São todos GeniVice-governador eleito de

SP, Márcio França (PSB) com-para os políticos com a per-sonagem “Geni”, de música de Chico Buarque: “Políticos apanham, enfrentam eleição, e voltam a apanhar”.

Costa mentiu, diz BezerraO ex-ministro Fernando

Bezerra disse ontem que não conhece e nem tratou de doações com Alberto Yous-sef, como diz Paulo Roberto Costa. Admite contatos ins-titucionais com o ex-diretor da Petrobras, que para ele foi leviano e mentiu, para manchar a memória de Edu-ardo Campos.

Pegou mal Gerou mal-estar no PSB a

decisão da senadora Lídice da Mata (BA) de apoiar a reeleição de Dilma para fa-zer média com governador eleito, Rui Costa. O PSB só liberou apoio em Estados que disputam 2º turno.

Uso da máquinaMais um exemplo do uso

da máquina para benefi ciar candidatos. No Acre, gover-nado pelo petista Tião Viana, ônibus estadual faz campa-nha por Dilma. O fl agrante foi em Epitacolândia, 242 km de Rio Branco.

Falta de vergonhaA empresa Brasil CT, que

administra o programa de pontos dos cartões de cré-dito do Santander, confessa em sua página da internet ser expert em “soluções que permitem manutenção de breakage”. Ou seja, trabalha para que os pontos caduquem antes de serem utilizados.

Coisa de cinemaA TV Câmara montou uma

estrutura de fazer inveja a muitos candidatos. A equipe aproveitou a única sessão de-liberativa da semana para fa-zer imagens do Plenário com uma grua para fi lmagem.

Projeto adiadoO governo divulgou nota

recuando do plano, revela-do nesta coluna, de nomear não concursados para cargos comissionados no Ministé-rio das Relações Exteriores. Os cargos DAS do Itamaraty são uma velha aspiração do PT, especialista no aparelha-mento de órgãos públicos.

Pergunta no botecoApós dirigir o país sem

abrir mão da água que passarinho não bebe, Lula tem mesmo como recla-mar e criticar quem dirige depois de beber?

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Confi ança

www.claudiohumberto.com.br

Vamos mudar o Congresso para a Papuda”

EDUARDO CUNHA (RJ), líder do PMDB, e o fi m do fi nanciamento privado de campanha

Homem recatado, Djalma Marinho sempre foi um político respeitado, um homem sábio, no Rio Grande do Norte ou em Brasília. Não era para menos. Certa vez, em campanha no interior, ele acabou atraído para dançar com uma eleitora, numa festa. Um amigo resolveu brin-car com a situação, mesmo sabendo do comportamento reto de Marinho:

- Dr. Djalma, e se a sua esposa ficar sabendo disso?- Minha mulher não acredita em ressurreição, meu caro – respondeu.

Fusões partidárias entre legendasA fragmentação partidária

recorde na Câmara dos De-putados gerou uma série de negociações entre as 28 le-gendas que saíram das urnas no dia 5 com pelo menos um deputado eleito. As conversas envolvem as possibilidades de fusões partidárias, quando dois partidos se juntam para criar uma nova legenda; in-corporação, quando uma sigla passa a fazer parte de outra já existente; e a criação de blocos parlamentares.

Em comum, o objetivo de se fortalecerem para a próxima legislatura e, assim, disputar os principais os principais

postos, como a mesa dire-tora e as presidências das comissões temáticas.

Além disso, para o caso de fusão ou incorporação, o aumento da bancada é acom-panhado pelo crescimento do tempo de TV e das cotas do Fundo Partidário.

Nove partidos (PTN,PRP, PSDC, PRTB, PEN, PTdoB, PSL, PMN, PTC e PHS) considera-dos nanicos e que elegeram cinco ou menos deputados tentam se unir em torno de uma bancada com 24 par-lamentares, a 8.º maior da casa, à frente de legendas tradicionais como DEM (22),

PDT (19) e PPS (10).“As negociações estão su-

peraquecidas. Independen-temente do presidente que seja eleito estamos todos negociando”, afi rmou ao jor-nal “O Estado de S. Paulo” o presidente do PHS, Eduardo Machado. “É importante para ter força administrativa, ter um papel nas atividades parla-mentares. Estando num bloco maior começamos a ter vida política”, afi rmou o presidente do PRP, Ovasco Resende. O grupo se reuniu ontem em São Paulo e um novo encontro para bater o martelo será realizado na próxima semana.

NEGOCIAÇÕES

Transação teria envolvido o pagamento de R$ 500 mil a dois diretores do fundo de pensão dos funcionários da estatal

PF fecha elo de propina em fundo da Petrobras

O negócio teria sido intermediado, segundo suspeita a PF, pelo tesoureiro do PT, João Vaccari

A Polícia Federal acre-dita ter conseguido fechar o ciclo de uma transação que teria

envolvido o pagamento de propina de R$ 500 mil a dois diretores do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, feito com empresas do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010, e do doleiro Alberto Youssef - um dos alvos centrais da Operação Lava Jato - e que causou preju-ízo de R$ 13 milhões ao órgão. No computador de Youssef, há uma pasta com 12 arquivos referentes aos negócios do doleiro com a Petros.

O negócio teria sido inter-mediado, segundo suspeita a PF, pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e tratado dire-tamente com dois diretores da Petros - indicações petis-tas, entre eles o ex-presidente do fundo Luiz Carlos Fernan-des Afonso (2011-2014). A PF registra a possível interferên-cia de um político não identi-fi cado “de grande infl uência na casa” na liberação de um

seguro, em órgão do Ministério da Fazen-da, que era c o n d i c i o -nante para a transa-ção. “Esse recurso foi desviado para pagamento de propina para funcionários da Petros”, afi r-mou Carlos Alberto Pereira da Costa, advogado que, segun-do a PF, atuava como testa de ferro de Alberto Youssef.

Costa tinha em seu nome pelo menos duas empresas usadas pelo doleiro, uma delas envolvidas nessa transação com a Petros, a CSA Project Finance. Ele afi rmou ao juiz Sérgio Moro que na operação foi retirada uma propina de R$ 500 mil que serviu para pagar os dois diretores da Petros.

CitadosOs diretores são petistas e já

citados em outros dois escân-dalos, segundo registra a PF. “As negociações eram realiza-

das pelo lado da Petros pelo senhor Humberto Pires Grault Vianna de Lima, gerente de no-vos projetos da Petros, e pelo senhor Luis Carlos Fernandes Afonso, diretor fi nanceiro e de investimentos”.

Afonso foi nomeado dire-tor em 2003 e depois no-meado presidente da Petros, em 2011, cargo que ocupou até fevereiro de 2014. Lima era diretor de Novos Proje-tos e foi nomeado diretor de investimento da Funda-ção de Previdência Comple-mentar do Servidor Público Federal (Funpresp).

CondenaçãoO ex-presidente da Petros

foi condenado em primeiro grau por improbidade sob a acusação de ter cobrado “pedágio” de uma fundação para que ela ganhasse um contrato na Prefeitura de São Paulo, em 2003. Na época, ele era secretário de Finanças do governo Marta Suplicy (PT). A condenação é de 2012 e está em fase de recurso.

AE

A transação na Petros en-volveu a compra de título de crédito emitido por uma empresa falida que havia sido adquirida por Janene e por Youssef. A Indústria de Metais Vale (IMV) foi cria-da para reciclar ferro velho e vender o material para siderúrgicas, mas estava pa-rada. Ela foi registrada em nome do advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, réu da Lava Jato.

Com a empresa falida, o grupo aportou nela R$ 4 milhões em 2007 e fi rmou contrato com a CSA Project Finance, que é do doleiro e está em nome de Costa tam-bém - para que essa fi zesse um projeto de recuperação e captasse recursos anteci-

pados. Para isso, fechou um contrato de venda com rece-bimento antecipado de uma grande siderúrgica nacional. “Com o objeto de antecipar recebíveis oriundos de um contrato de compra e venda de ferro gusa (sucata), ce-lebra entre a IMV e a Barra Mansa, assim adquirindo in-vestimento necessário para a instalação de uma planta industrial, a IMV emitiu Cé-dula de Crédito Bancário, no montante total de R$ 13.952.055,11”, diz a PF.

Os termos da cédula de crédito estão no HD do com-putador de Youssef. Com o título de crédito emitido pelo Banco Banif Primus, o grupo, via CSA e coligados, passou a tratar com os diretores da

Petros a compra pelo fundo de pensão.

Documento apreendido pela Lava Jato com o grupo mostra que eles teriam sido recebidos na Petros pelo então diretor, que depois virou presidente.

Vaccari é suspeito de ser o intermediador dos negócios do grupo com a Petros.

No capítulo sobre a com-pra do título de crédito da empresa IMV há um his-tórico sobre suas relações com o partido. Seu nome foi citado na confi ssão dos réus como elo de pagamen-tos de propinas em outras áreas e especifi camente na Petros em um e-mail inter-ceptado entre os alvos da Lava Jato.

Ferro-velho era pretexto para fraude

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5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Deputado cobra rigor do TCE em prefeituras do AMPelos cálculos do Tribunal de Contas do Estado, 50 prefeituras não prestam contas dos repasses destinados à saúde e à educação

DIVULGAÇÃO

Após divulgação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) mostrando que 50

prefeituras do interior não prestaram contas dos repas-ses federais para saúde e educação básica, no período de janeiro a agosto deste ano, ficando impedidas de receber mais recursos da União, foi motivo de pro-nunciamento do deputado José Ricardo Wendling (PT) durante o Pequeno Expe-diente de ontem (16) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Para José Ricardo, isso sig-nifica que essas prefeituras deixaram de prestar contas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) dados da apli-cação do percentual mínimo dos recursos do orçamento em saúde (15%) e educação (25%) no referente período. “As prefeituras, ao deixar de realizar esses investimen-tos, estão desobedecendo a lei e deixando de fazer investimento fundamental nas duas áreas sociais mais importantes”, disse.

O líder do PT referiu-se ao levantamento das fis-calizações feitas pela Con-troladoria-Geral da União, que acompanha os repasses feitos pelo governo federal para os Estados e municí-pios, onde foi constado que 70% dos recursos repassa-dos para saúde e educação básica tinham problemas muitos sérios de aplicação, irregularidades e até pos-síveis desvios de dinheiro. Por isso, ele cobrou mais rigor do TCE na fiscalização desses recursos.

LivroO resul-

tado do t r a b a l h o feito pelo ind igen is -ta Egydio S c h w a d e , por meio da C o m i s s ã o da Verdade, que resultou no livro “A ditadura militar – o genocídio do povo waimiri-atroari”, lançado quarta-fei-ra (15) na livraria Valer, foi

também destacado por José Ricardo ontem.

O livro, segundo ele, é re-sultado dos levantamentos realizados pelo indigenista e outros membros do Comitê Estadual de Direito à Verda-de, à Memória e à Justiça do Amazonas, quando a história do povo waimiri-atroari foi resgatada por meio de depoi-mentos e documentos.

O indigenista Egydio Schwade atuou durante mui-tos anos junto aos indígenas e acompanhou os aconteci-mentos durante a constru-ção da BR-174, no período militar, quando aconteceu o suposto genocídio dos wa-miri-atroari.

Entre as profi ssões mais registradas pela Justiça Eleitoral, a de deputado foi a que teve o maior número de declarações

PB terá comitê ‘rebelde’ para tentar eleger tucano

Aliados do governador Ricardo Coutinho (PSB-PB) comandam a criação de co-mitês de apoio à reeleição do governador e à eleição de Aécio Neves (PSDB) para a Presidência. O movimento, comandado pelo deputado federal Efraim Filho (DEM), começou dias após Coutinho anunciar apoio no segundo turno à presidente Dilma Rousseff (PT), contrariando decisão do PSB nacional de respaldo ao tucano. “Esta-mos preenchendo uma la-cuna, atendendo a pessoas que querem manter a força do trabalho de Ricardo Cou-tinho, mas também desejam uma mudança nacionalmen-te, com a eleição de Aécio”, afi rmou Efraim Filho.

Coutinho, que disputa o governo da Paraíba contra o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), é sustentado por uma aliança de 11 parti-dos, incluindo PT e DEM. Suprapartidário, o comitê reúne principalmente líde-res empresariais, profi ssio-nais liberais e universitários. Segundo Efraim, o espaço foi pensado para ser um local de convivência e de distribuição de material de campanha dos candidatos.

Além do comitê instalado em João Pessoa, outros dois serão criados em Campina Grande e Patos, no interior do Estado. Questionado sobre apoio de Coutinho à iniciativa, Efraim diz que não o consultou: “Não precisamos de autorização de ninguém para fazer campanha para os nossos candidatos”.

Ex-aliadosNo primeiro turno das elei-

ções, Coutinho teve 46% dos votos, contra 47,4% de Cunha Lima. No segundo turno, o governador recebeu o apoio do senador Vital do Rêgo (PMDB), que também disputou o go-verno e obteve 5% dos votos. Coutinho e Cunha Lima eram aliados até o início deste ano, quando o PSDB paraibano rompeu com o governo para articular candidatura própria.

O governador foi eleito em 2010 com o apoio do DEM e PSDB de Cunha Lima, que na ocasião disputou uma vaga para o Senado.

O PT, que hoje apoia Coutinho, na época estava na chapa adversária enca-beçada por José Maranhão (PMDB), que perdeu as elei-ções. Este ano, Maranhão foi eleito para a única vaga do Senado em disputa.

CONTASPara José Ricardo, os dados do TCE demons-tram que as prefeitu-ras deixaram de pres-tar contas da aplicação do percentual mínimo dos recursos do orça-mento em saúde (15%) e educação (25%)

Mais de 70 profi ssões declaradasAs ocupações declaradas por

candidatos, no ato de pedir o re-gistro para concorrer à eleição, somam mais de 70, segundo a Justiça Eleitoral. Dos 1.612 can-didatos eleitos, 688 (42,68%) informaram ter a ocupação de deputado. Em seguida, vêm as profi ssões de empresário, com 141 candidatos eleitos, advo-gado, com 137, médico, com 90, e outros, com 86.

Para os governos estaduais,

dos 13 eleitos, três concorre-ram à reeleição e comunicaram a ocupação de governador. Já para o Senado Federal, o ofí-cio de deputado foi informado por seis dos 27 concorrentes eleitos, seguido da ocupação de senador, declarada por três candidatos à reeleição.

Já para o cargo de deputado estadual, 429 dos 1.035 eleitos alegaram já serem deputados, enquanto 96 declararam ter

a ocupação de empresário e 87 de advogado. Para a Câ-mara Legislativa do Distrito Federal, dos 24 eleitos, oito concorreram à reeleição, qua-tro informaram ter a ocupação de servidor público estadual e três disseram ter o ofício de advogado.

Trinta candidatos disputarão o segundo turno das Eleições 2014, marcado no dia 26 de outubro, para os cargos de

presidente da República e go-vernador do Estado. Um dos candidatos à Presidência dis-puta a reeleição e o outro é senador. Para os governos estaduais, concorrem 28 can-didatos. Nove concorrentes declararam à Justiça Eleitoral já ter a ocupação de gover-nador, cinco informaram ter o ofício de senador e outros cinco comunicaram ter o emprego de advogado.

REGISTROS

José Ricardo também se manifestou sobre o aumen-to da geração de empregos formais no Brasil, afi rmando que se vive um bom momen-to, apesar de toda a crise econômica internacional: no mês de setembro deste ano, por exemplo, 123.785 brasi-leiros ocuparam postos de trabalho formais. “E ao longo desses 12 anos do governo do PT, foram gerados 20 milhões de empregos, sendo 15 milhões durante a ges-

tão Lula e cinco milhões na gestão Dilma. São números importantes e fundamentais de um governo que olha para o mais pobre”.

Com esse crescimento do nível de emprego, explicou o parlamentar, o Brasil fi gura entre os países com as me-nores taxas de desemprego do mundo, em torno de 5%, destacando-se, nos últimos anos, com o melhor patamar da história brasileira. E citou alguns indicadores de desem-

prego de países da América Latina - Chile (6,7%), Peru (5,9%), Colômbia (8,9%) e México (5,18%) –, de países que estão no mesmo patamar de desenvolvimento do Brasil - Índia (5,2%), Rússia (4,8%), África do Sul (24,5%) e China (4,1%) – e de países de pri-meiro mundo, como a Bélgica (9,2%), França (11%), Portu-gal (16%), Espanha (26%) e Canadá (6,4%).

“Com toda essa crise, o Brasil continua gerando em-

pregos e fi cando acima da média de todos esses países desenvolvidos e em desen-volvimento, na questão da geração de emprego. Porque outro exemplo é a Itália, que de cada dez jovens, seis es-tão desempregados. Então é sinal de que estamos no ca-minho certo”, destacou ele, ressaltando que em 2002 (antes do governo do PT), o país tinha uma taxa de de-semprego em torno de 13% e hoje é de 5%.

Aumento de empregos formais em discussão

Deputado petista, José Ricardo cobrou mais rigor do TCE na fi scalização dos repasses federais às prefeituras do Amazonas

ALIADOS

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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6 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Rebecca teve muito boa receptividade entre os funcionários da fábrica, onde se comprometeu a defender projetos para a área

DIVULGAÇÃO

Melo tem agenda intensade campanha política Candidato ao governo esteve ontem tomando café com operários do Distrito Industrial e fez caminhada na Compensa

DIVULGAÇÃO ASSESSORIA

O governador e can-didato à reeleição José Melo (Pros) e o candidato a vice-

governador Henrique Oliveira (SD) tiveram dia de intensa mobilização de campanha nesta quinta-feira, dia 16 de outubro. Melo começou o dia reunindo com trabalhadores da empresa Coplast, no Distri-to Industrial, para apresentar sua plataforma de governo.

O candidato gravou o pro-grama eleitoral, fez cami-nhada no bairro Compensa II, Zona Oeste, no final da tarde, e à noite realizou comícios nos bairros Campo Dourado e Alfredo Nasci-mento, na Zona Norte.

Melo começou as ativida-des de campanha às 7h. Ele tomou café da manhã com cerca de 300 trabalhadores da empresa Coplast e falou dos projetos para o futuro governo. Destacou os inves-timentos em saúde, com a construção do hospital de 300 leitos da Zona Norte, e a am-pliação de cinco hospitais da capital, além da implantação do programa Pronto Espe-cialista, levando médicos de cinco especialidades para 14 municípios-polo. O candida-to do Pros disse ainda que a aquisição da Santa Casa de Misericórdia, que está em processo de desapropriação, deve contribuir para melhoria do atendimento aos pacientes que sofrem de câncer.

O governador ressaltou que seu programa de go-verno prevê a expansão da Fundação Cecon, com novas alas para o tratamento de ra-dioterapia e quimioterapia, e a construção de uma nova unidade no interior do Esta-do. Na Santa Casa de Miseri-córdia, a proposta é construir um novo hospital do câncer

voltado ao atendimen-to de crian-ças e ado-lescentes.

Depois da reunião com os trabalha-dores, Melo cumpriu agenda administra-tiva como governador. Ao meio dia, gravou o programa eleitoral. No horário da tarde fez corpo a corpo no bairro Compensa II. Ao mesmo tem-po, Henrique Oliveira fez corpo a corpo com a população no bairro Val Paraíso, na Zona Leste. A estratégia é multipli-car a presença da campanha na capital.

Melo disse que vai iniciar a agenda de viagens ao inte-

rior, neste fi nal de semana. A rota da campanha inclui Boa Vista do Ramos, Urucurituba e Maués. “Esse segundo turno também será de muito trabalho e apresentação de propostas. No primeiro turno, apesar de ter sido massacrado, eu segui meu caminho de discussão de propostas e vai continuar as-sim. Agora a receptividade está muito maior e estou feliz porque vejo as crianças e a juventude conosco. Para mim, signifi ca que elas veem em mim a capacidade de fazer aquilo que elas esperam para o futuro”, disse.

A mobilização de Melo no bairro Compensa animou os moradores. O governador percorreu dezenas de ruas e foi acompanhado de perto pelos moradores. Melo pediu voto às donas de casa, falou com comerciantes, pedes-tres e motoristas. Na Zona Oeste, o governo de Omar Aziz e José Melo entregou

o Centro de Convivência da Família Magdalena Arce Daou e entregou o conjunto Residencial do Prosamim do São Raimundo.

Em seu futuro governo, José Melo garantiu recursos para a construção do Prosa-mim do igarapé da Cachoeira Grande, no bairro do São Jorge. Além da indenização

de moradores que viviam em condições insalubres, o novo espaço vai contar com qua-dras poliesportivas e um con-junto residencial com mais de mil apartamentos.

Na região, o governo de Melo deve concluir as obras do Prosamim na Bacia do São Raimundo, construindo o Parque Linear do Rio Negro

na orla da cidade. O espaço será um novo cartão-postal, com vistas para a ponte que liga a capital a Iranduba. A mobilidade urbana será con-templada com a duplicação da avenida do Turismo, que faz parte do complexo viário que vai abrir uma nova rota ligando a região portuária ao Polo Industrial de Manaus.

Caminhada animada no bairro Compensa

No fi m da tarde, o candidato ao governo realizou uma caminhada no bairro Compensa e foi carregado pela população

ATIVIDADES Melo começou as ati-vidades de campanha desta quinta-feira em um café da manhã com cerca de 300 traba-lhadores da empresa Coplast, no Distrito, onde falou de projetos para o futuro

Rebecca diz que lutará por Polo de Semicondutores

A candidata a vice-gover-nadora de Eduardo Braga, Rebecca Garcia, se com-prometeu, na manhã desta quinta-feira (17), em lutar pela implantação do polo de encapsulamento de se-micondutores em Manaus, a partir de 2015, gerando, de imediato, mais 300 em-pregos na cidade. Durante visita à fábrica Cal-Comp, Rebecca foi informada que a empresa já tem um pro-jeto de expansão que com-preende este setor.

“Eu me comprometo em ajudar no que for possível para estabelecer esse polo de semicondutores aqui em Manaus. Tudo que gera em-prego aqui para a nossa gente nos interessa muito”, afi rmou a candidata.

O diretor administrativo da Cal-Comp, Jimmy Shih, alegrou-se com a possi-bilidade de implementação do polo de semicondutores no Polo Industrial de Ma-naus (PIM) já no próximo ano e diz que o projeto já está adiantado.

“Ficamos honrados com

a vinda da candidata em nossa empresa. Este pro-jeto já vem sendo amadu-recido há algum tempo e nossa ideia é executá-lo em 2015. Temos propostas de outros Estados, como Minas Gerais, mas seria mais viável implementar-mos esse projeto aqui em Manaus, onde já estamos estabelecidos há três anos. Temos a intenção, inclusive, de fi rmar um sistema local de formação de mão de obra especializada em se-micondutores em Manaus”, revelou o diretor.

Rebecca teve muito boa receptividade entre os funcionários da fábrica. “É sempre bom ter gente nova na política. A Rebecca Gar-cia representa a renovação e isso é muito saudável para os eleitores”, afi rmou Juliana Sena, 22, analista de vendas. A Cal-Comp tem duas unidades em Manaus, com 2.445 postos de tra-balho, produzindo insumos eletroeletrônicos como set up box, placa-mãe, hd ex-terno e placa de HD.

CAMPANHA

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7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Marina terá primeira reunião com Aécio hoje

ESTRATÉGIA

A ex-senadora Marina Sil-va (PSB) se reunirá, em São Paulo, nesta sexta-feira (17), com o presidenciável Aécio Neves. Eles deverão gravar imagens para a pro-paganda eleitoral, discutir ações que serão adotadas na reta final da campanha e decidir sobre se a ex-minis-tra subirá em palanques ao lado do tucano nos últimos dias da corrida eleitoral.

Após uma semana de ne-gociação, Marina Silva, que obteve 22.176.619 votos (21,32%) no primeiro tur-no, oficializou no último domingo apoio a Aécio. A decisão foi divulgada em São Paulo, um dia depois de o presidenciável do PSDB assumir, por meio de uma carta aberta, uma série de compromissos para a área social, entre os quais parte das condições im-postas pela ex-senadora para apoiá-lo na reta fi-nal da corrida pelo Palácio do Planalto.

Conforme informou Wal-ter Feldman, o porta-voz da Rede Sustentabilidade, grupo político de Marina Silva, o encontro desta sexta servirá para que a ex-senadora e Aécio pos-sam tratar de vários as-

suntos que julgam necessá-rios para o segundo turno. Existe a expectativa de que após o encontro haja pro-nunciamento à imprensa.

“O encontro está confir-mado e Marina e Aécio se encontrarão no Espaço do Bosque, na Lapa. O encon-tro em si é a oportunida-de que eles terão para se reunir, porque ainda não tiveram uma chance de con-versar, e vão conversar so-bre o segundo turno, apoio, ações”, afirmou.

Segundo Feldman, ima-gens serão gravadas du-rante o encontro para que Aécio possa utilizá-las em sua propaganda eleitoral. Até então, a menção que o tucano faz à ex-senadora nos programas se dá em forma de “agradecimento”, em que o presidenciável afirma que Marina não con-dicionou o apoio a nomea-ções em ministérios.

Ainda de acordo com o porta-voz da Rede, nesta sexta deve sair a definição sobre se Marina subirá em palanques com Aécio Neves na reta final da campanha. Feldman disse que a ex-se-nadora tem se “esforçado” para demonstrar o apoio ao candidato do PSDB. Segundo informou o porta-voz da Rede Sustentabilidade, o encontro de Marina e Aécio será para gravar programa eleitoral

REPRODUÇÃO

‘PT foi o partido que mais ajudou os pobres do país’Segundo o ex-presidente, os seus adversários não suportam o fato de os petistas terem feito mais do que eles fi zeram

O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Sil-va, afirmou nesta

quinta-feira (16), duran-te pronunciamento em Rio Branco, no Acre, que seus adversários “não suportam” o fato de o governo petista “ajudar os mais pobres”. Lula também disse ter feito mais do que eles fizeram durante “todo o século XX”.

“O que eles não suportam é a gente ajudar os mais pobres. O

que eles não suportam é saber que foi exatamente um tor-neiro mecânico, sem diploma universitário, que fez mais do que eles fi zeram durante todo o século XX, quando governa-ram este país”, declarou.

A discussão sobre a prio-ridade dada por diferentes governos a ricos e pobres tem tido destaque no debate eleitoral nos últimos dias. No horário eleitoral da última quinta-feira (9), a candidata à reeleição pelo PT, Dilma

Rousseff , afi rmou que a can-didatura do presidenciável do PSDB, Aécio Neves, represen-ta um modelo que “esqueceu dos mais pobres”.

Durante evento de campa-nha em Brasília no último dia 8, Aécio Neves afi rmou que será o presidente dos “brasi-leiros mais pobres”. “Eu não serei presidente de apenas um Estado da Federação, serei o presidente de todos brasilei-ros e, principalmente, daque-les que mais precisam da ação

do Estado. Serei o presidente dos brasileiros mais pobres”, declarou Aécio.

Nesta quinta-feira, Lula fez pronunciamento em Gamelei-ra, no Centro de Rio Branco, para os militantes que o se-guiram em carreata. Em seu discurso, o petista pediu votos para Dilma Rousseff , lembran-do a trajetória dela de prisão e tortura durante a ditadura militar (1694-1985).

“Eles não suportam esse país ter condenado uma jo-

vem mulher com 20 anos a três anos e meio de cadeia, a torturarem, achando que tinham acabado com ela, e agora ela ser presidente da República”, disse Lula. “Eu quero pedir para que vocês transformem em questão de honra. E fazer a Dilma ser eleita presidente a partir do Estado do Acre”, declarou.

Lula também pediu votos para o candidato petista ao governador do Acre, Tião Viana, que disputa o cargo

no segundo turno com o candidato do PSDB, Márcio Bit-tar. “Eu vim aqui como cidadão, não ape-nas pedir votos para a com-panheira Dilma, mas para dar o mínimo de contribuição que posso para eleger o compa-nheiro Tião a governador do Estado. Acho que o trabalho do Tião nesses Estado é uma coi-sa extraordinária”, declarou.

Segundo ex-presidente, os adversários não toleram que um torneiro mecânico, sem diploma univertário, tenha feito mais história na política do que os diplomados no século XX

DIVULGAÇÃO

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8 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 17 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMRaphael Lobato, Joelma Muniz, Karine Pantoja e Assessorias

REVISÃOGracycleide Drumond, Dernando Monteiro e João Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Leonardo Cruz, Klinger San-tiago, Marcelo Robert e Pablo Filard

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Aécio compara campanha de Dilma a regime nazistaCandidato do PSDB afi rmou ontem que o marqueteiro do PT é “discípulo de ministro da propaganda de Adolf Hitler”

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O candidato à Presi-dência da República, Aécio Neves (PSDB), comparou a tática

adotada pela campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) às usadas pelo regime na-zista para atacar adversários. O tucano chegou a comparar o marqueteiro João Santana ao ministro da propaganda do regime comandado por Adolf Hitler, Joseph Gobbels. Aécio disse ainda que vai responder “à altura” os ataques da cam-panha petista.

“A presidente pode fazer todo esforço que quiser. Ela pode seguir seu marqueteiro, que na verdade me parece discípulo de Gobbels, o minis-tro da informação de Hitler, que dizia que uma mentira repetida mil vezes se transfor-ma numa verdade. Mas aqui eu não vou deixar que isso aconteça. Meu governo em

Minas foi honrado do começo ao fi m”, declarou Aécio no estúdio da campanha.

E disse ainda: “Eu nunca achei que seria uma eleição fácil. Talvez meus adversá-rios achassem. Precisamos disputar (esta eleição) com-batendo a mentira. Essa é a eleição mais vergonhosa da história da democracia brasileira. Nossa adversária perdeu totalmente a con-dição de debater os temas que interessam aos brasilei-ros. Porque a campanha dela é uma fraude permanente. (Ela usa) Inverdades em rela-ção a dados numa tentativa criminosa de desconstrução dos adversários. Tentou fa-zer com Eduardo (Campos), fez com Marina (Silva). Mas comigo não. A reação será na mesma altura”.

O tucano rebateu ainda as acusações da presidente

Dilma que, desde o início do segundo turno das eleições, vem atacando sua gestão em Minas Gerais: “Distorcer os números de Minas Gerais é um desrespeito aos mineiros”, afi rmou o senador, que voltou a se defender das acusações de não ter aplicado todos os recursos determinados por lei na área da Saúde.

“O governo de Minas aplicou os R$ 7 bilhões. Cumpri a lei”.

O sena-dor man-teve o oti-mismo ao c o m e n t a r a pesquisa, mas, quan-do questio-nado, não respondeu sobre o aumento da sua rejeição: “A (nossa) candidatura cresceu três ve-zes mais do que a da adver-sária. Ele aproveitou a cole-tiva feita antes do segundo debate na TV, que aconteceu na tarde desta quinta-feira, para defender o combate à violência contra jovens e ado-lescentes.

O tucano voltou a criticar a política econômica do atual governo e respondeu sobre as convergências entre os pro-gramas de governo do PSDB e da candidata derrotada Ma-rina Silva (PSB).

Em vídeo que começou a circular no WhatsApp nesta quinta-feira (16), o candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aé-cio Neves, pede a seus simpatizantes que pas-sem a vestir “as cores da nossa campanha, que são as cores do Brasil tam-bém”, numa tentativa de se apropriar de movimen-to semelhante ocorrido no primeiro turno.

Na semana anterior à votação do primeiro turno, uma mobilização de eleito-res de Aécio e de Marina Sil-va (PSB) nas redes sociais pedia aos que quisessem derrotar a presidente Dilma

Rousseff (PT), candidata à reeleição, que vestissem verde, amarelo e azul quan-do fossem às urnas.

Na época, a campanha petista monitorou a mo-vimentação nas redes so-ciais - mas dos eleitores oposicionistas a ideia não chegou a deslanchar. Ago-ra, Aécio procura ressusci-tá-la para o próximo dia 26, data do segundo turno. “Faltam dez dias para a libertação, faltam dez dias para nós darmos ao Brasil um governo decente, um governo honrado”, afi rma Aécio no vídeo, que tem pouco mais de um minuto de duração.

Eleitores com a blusa do Brasil

O presidenciável Aécio Neves gravou um vídeo ontem em que pediu aos seus simpatizantes que no dia da eleição passem a vestir “as cores da nossa campanha, que são as cores do Brasil”

CRÍTICAS O tucano voltou a cri-ticar a política econô-mica do atual gover-no e respondeu sobre as convergências entre os programas de governo do PSDB e da candidata derro-tada Marina Silva

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