Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

8
Especial MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial U sada como munição pela campanha do PMDB do senador Eduardo Braga, a de- núncia de que o governador José Melo (Pros) teria negociado apoio, no segundo turno destas eleições com líderes de fac- ções criminosas, será atacada judicialmente pelo candidato à reeleição. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) pedirá acesso às gravações publicadas pela revista “Veja” no último domin- go (19) e a coligação de Melo pedirá a “imediata” suspensão do programa de Braga. A campanha de José Melo finalizou na tarde de ontem a representação que alegará ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), que a peça veiculada por Braga traz recursos de mon- tagem. “Há uma explícita mon- tagem de edição no programa. O horário eleitoral não deve suportar esse tipo de material, que só prejudica o eleitor com mentiras”, disse um dos advo- gados do candidato à reeleição, José Fernandes Júnior. A denúncia que foi destaque no portal online da revista “Veja” também será atacada pelo go- verno. A Casa Civil confirmou ontem que a PGE foi deman- dada para tomar “as medidas cabíveis” no caso. O procurador- geral do Estado, Clóvis Smith, afirmou a reportagem que pe- dirá primeiramente acesso às gravações divulgadas, para anali- sar futuras novas medi- das. A ação será ingres- sada na Vara da Fazenda Pública da Justiça Estadual. “Nós, primeiramente preci- samos ter acesso ao conte- údo original da revista, para saber se houve alterações e analisar o material. Depois que tivermos analisado a denúncia, comprovaremos se ela é ou não procedente e então toma- remos novas medidas. Se for falsa, buscaremos a punição das fontes e dos veículos”, disse Smith. O procurador afirmou que poderia ingressar com a ação na tarde de ontem ou na manhã de hoje. Ainda ontem, a Procuradoria Regional Eleitoral no Amazo- nas (PRE) requeriu a instau- ração de inquérito à Polícia Federal (PF), para apurar even- tual prática de crime eleitoral com base na reportagem. O órgão disse ainda que uma cópia de todo o material, in- clusive da gravação de áudio, também será encaminhada ao procurador-geral da Repúbli- ca, Rodrigo Janot, “tendo em vista as referências” feitas ao candidato à reeleição. Programas inflados As denúncias inauguraram ontem o primeiro programa de TV e rádio dos dois can- didatos na última semana do segundo turno. O programa de Eduardo Braga dedicou os 10 minutos de exibição para inflar o caso revelado pela “Veja” e o vazamento de um vídeo em que presidiários amazonenses fazem fila para usar cocaína, divulgado pelo jornal “Folha de São Paulo” também no último final de semana. O programa do PMDB diz que o “Brasil inteiro está chocado” com as denúncias e que “nin- guém questiona a isenção” da “Folha” e da “Veja”. No áudio publicado pela revista, conver- sam o subsecretário de Justiça do Estado, major Carliomar Barros Brandão, com o trafi- cante José Roberto Fernandes Barbosa, um dos líderes da Família do Norte, facção que controla o comércio de dro- gas no Amazonas, no Compaj (Complexo Penitenciário Aní- sio Jobim), na capital. Já o programa de José Melo dedicou a segunda metade do tempo para rebater as denún- cias. A peça acusou Braga de ter montado uma “farsa” em torno do caso e trouxe uma entrevista com Carliomar Bar- ros, que reforça a versão de que teria ido ao Compaj para evitar confrontos. Barros disse ainda que a denúncia é montada. “Tem coisas que foram faladas no início e colocaram no final e vice-versa, tentando dar uma conotação política da minha ida ao presídio”, diz. RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO José Melo vai à Justiça contra denúncia da ‘Veja’ Governador e equipe de campanha devem entrar com ações contra material veiculado na revista durante o fim de semana A edição de ontem do Diá- rio Oficial do governo publi- cou a exoneração do major Carliomar Barros Brandão da subsecretaria da pasta de Justiça e Direitos Huma- nos (Sejus). A substituição do major, protagonista da denúncia da “Veja”, não foi anunciada pelo governo. No programa veiculado ontem por José Melo, o major co- mentou a decisão do gover- nador e disse que “aceito a exoneração com a maior naturalidade do mundo”. A Agência de Comuni- cação do Estado informou que o governador ainda não definiu quem vai substituir o major na função. Denúncia provoca exoneração O juiz auxiliar do TRE, Francisco Carlos Gonçalves Queiroz, concedeu, no últi- mo domingo (19), uma limi- nar pedida pela coligação de José Melo para a suspensão das peças da propaganda de Eduardo Braga em que o governador é acusado de ter trabalhado para a dita- dura militar. A ação contra a peça que estava sendo veiculada durante a semana passada foi ingressada no dia anterior à decisão. No despacho, o juiz afir- ma que o tempo de TV dos candidatos “não pode ser desvirtuado para a realiza- ção de críticas destrutivas da imagem pessoal do candidato adversário, nem é justo que o ofendido tenha de utilizar o seu próprio tempo para se defender de ataques pessoais em prejuízo de um autêntico e benfazejo debate político”. “O horário eleitoral foi concebido pelo legislador e é regiamente pago com o es- forço do contribuinte (nada tem de gratuito, a não ser para o candidato!), não para ser um locus de ataques e ofensas recíprocas, de índo- le pessoal, mas sim para a divulgação e discussão de ideias e de planos políticos”, reforça o juiz, na decisão. A assessoria jurídica de Braga afirmou que deverá recorrer da decisão. TRE suspende peça sobre ditadura José Melo deverá entrar hoje com uma representação contra peça veiculada pela revista “Veja” DIVULGAÇÃO Denúncias foram alvo dos programas eleitorais dos dois candidatos ao governo, Braga e Melo REPRODUÇÃO DA TV Major Carliomar Brandão teve sua exoneração publicada ontem no Diário Oficial do Estado REPRODUÇÃO/FACEBOOK Juiz Carlos Queiroz concedeu liminar pedindo a suspensão das peças de Eduardo Braga DIVULGAÇÃO/TJ ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 20/10/2014 21:40:55

description

Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO http://www.emtempo.com.br

Transcript of Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

Page 1: Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

Espe

cial

MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

cial

Usada como munição pela campanha do PMDB do senador Eduardo Braga, a de-

núncia de que o governador José Melo (Pros) teria negociado apoio, no segundo turno destas eleições com líderes de fac-ções criminosas, será atacada judicialmente pelo candidato à reeleição. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) pedirá acesso às gravações publicadas pela revista “Veja” no último domin-go (19) e a coligação de Melo pedirá a “imediata” suspensão do programa de Braga.

A campanha de José Melo fi nalizou na tarde de ontem

a representação que alegará ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), que a peça veiculada por Braga traz recursos de mon-tagem. “Há uma explícita mon-tagem de edição no programa. O horário eleitoral não deve suportar esse tipo de material, que só prejudica o eleitor com mentiras”, disse um dos advo-gados do candidato à reeleição, José Fernandes Júnior.

A denúncia que foi destaque no portal online da revista “Veja” também será atacada pelo go-verno. A Casa Civil confi rmou ontem que a PGE foi deman-dada para tomar “as medidas cabíveis” no caso. O procurador-geral do Estado, Clóvis Smith, afi rmou a reportagem que pe-dirá primeiramente acesso às

gravações divulgadas, para anali-sar futuras novas medi-das. A ação será ingres-sada na Vara da Fazenda Pública da Justiça Estadual.

“Nós, primeiramente preci-samos ter acesso ao conte-údo original da revista, para saber se houve alterações e analisar o material. Depois que tivermos analisado a denúncia, comprovaremos se ela é ou não procedente e então toma-remos novas medidas. Se for falsa, buscaremos a punição das fontes e dos veículos”, disse Smith. O procurador afi rmou

que poderia ingressar com a ação na tarde de ontem ou na manhã de hoje.

Ainda ontem, a Procuradoria Regional Eleitoral no Amazo-nas (PRE) requeriu a instau-ração de inquérito à Polícia Federal (PF), para apurar even-tual prática de crime eleitoral com base na reportagem. O órgão disse ainda que uma cópia de todo o material, in-clusive da gravação de áudio, também será encaminhada ao procurador-geral da Repúbli-ca, Rodrigo Janot, “tendo em vista as referências” feitas ao candidato à reeleição.

Programas infl adosAs denúncias inauguraram

ontem o primeiro programa

de TV e rádio dos dois can-didatos na última semana do segundo turno. O programa de Eduardo Braga dedicou os 10 minutos de exibição para infl ar o caso revelado pela “Veja” e o vazamento de um vídeo em que presidiários amazonenses fazem fi la para usar cocaína, divulgado pelo jornal “Folha de São Paulo” também no último fi nal de semana.

O programa do PMDB diz que o “Brasil inteiro está chocado” com as denúncias e que “nin-guém questiona a isenção” da “Folha” e da “Veja”. No áudio publicado pela revista, conver-sam o subsecretário de Justiça do Estado, major Carliomar Barros Brandão, com o trafi -cante José Roberto Fernandes

Barbosa, um dos líderes da Família do Norte, facção que controla o comércio de dro-gas no Amazonas, no Compaj (Complexo Penitenciário Aní-sio Jobim), na capital.

Já o programa de José Melo dedicou a segunda metade do tempo para rebater as denún-cias. A peça acusou Braga de ter montado uma “farsa” em torno do caso e trouxe uma entrevista com Carliomar Bar-ros, que reforça a versão de que teria ido ao Compaj para evitar confrontos. Barros disse ainda que a denúncia é montada. “Tem coisas que foram faladas no início e colocaram no fi nal e vice-versa, tentando dar uma conotação política da minha ida ao presídio”, diz.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

José Melo vai à Justiça contra denúncia da ‘Veja’Governador e equipe de campanha devem entrar com ações contra material veiculado na revista durante o fi m de semana

A edição de ontem do Diá-rio Ofi cial do governo publi-cou a exoneração do major Carliomar Barros Brandão da subsecretaria da pasta de Justiça e Direitos Huma-nos (Sejus). A substituição

do major, protagonista da denúncia da “Veja”, não foi anunciada pelo governo. No programa veiculado ontem por José Melo, o major co-mentou a decisão do gover-nador e disse que “aceito

a exoneração com a maior naturalidade do mundo”.

A Agência de Comuni-cação do Estado informou que o governador ainda não defi niu quem vai substituir o major na função.

Denúncia provoca exoneração O juiz auxiliar do TRE,

Francisco Carlos Gonçalves Queiroz, concedeu, no últi-mo domingo (19), uma limi-nar pedida pela coligação de José Melo para a suspensão das peças da propaganda de Eduardo Braga em que o governador é acusado de ter trabalhado para a dita-dura militar. A ação contra a peça que estava sendo veiculada durante a semana passada foi ingressada no

dia anterior à decisão.No despacho, o juiz afi r-

ma que o tempo de TV dos candidatos “não pode ser desvirtuado para a realiza-ção de críticas destrutivas da imagem pessoal do candidato adversário, nem é justo que o ofendido tenha de utilizar o seu próprio tempo para se defender de ataques pessoais em prejuízo de um autêntico e benfazejo debate político”.

“O horário eleitoral foi

concebido pelo legislador e é regiamente pago com o es-forço do contribuinte (nada tem de gratuito, a não ser para o candidato!), não para ser um locus de ataques e ofensas recíprocas, de índo-le pessoal, mas sim para a divulgação e discussão de ideias e de planos políticos”, reforça o juiz, na decisão. A assessoria jurídica de Braga afirmou que deverá recorrer da decisão.

TRE suspende peça sobre ditadura

José Melo deverá entrar hoje com uma representação contra peça veiculada pela revista “Veja”

DIVULGAÇÃO

Denúncias foram alvo dos programas eleitorais dos dois candidatos ao governo, Braga e Melo

REPRODUÇÃO DA TV

Major Carliomar Brandão teve sua exoneração publicada ontem no Diário Ofi cial do Estado

REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Juiz Carlos Queiroz concedeu liminar pedindo a suspensão das peças de Eduardo Braga

DIVULGAÇÃO/TJ

ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 20/10/2014 21:40:55

Page 2: Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

2 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Braga visita feira da Ceasa e fábrica da Moto Honda

Na manhã desta segunda-feira, 20, o senador Eduardo Braga (PMDB), candidato ao governo do Estado pela co-ligação Renovação e Expe-riência, visitou a feira e o terminal do porto da Ceasa e depois seguiu para a fábrica da Moto Honda da Amazônia, onde falou com os colabora-dores da empresa.

No porto da Ceasa, Edu-ardo Braga conversou com os permissionários dos bo-xes da feira do local. Muitos gritavam frases de apoio à candidatura de Braga. “Tem que ganhar essa para ajeitar nossa feira de novo”, gritou um. Outro se disse confi ante na vitória de Braga: “Segun-do turno é Dudu na cabeça”. A boataria promovida pelos adversários de Eduardo Bra-ga também chegou à feira da Ceasa. Uma das permissio-nárias perguntou ao candi-dato se era verdade que, caso ele seja eleito, vai tirar os feirantes do local. “Você acha que eu faria uma reforma tão legal aqui para depois tirar as pessoas? Isso é boato”, respondeu Braga.

Uma outra permissionária contou que, ao ir ao escritório da SNPH para pedir auto-rização para realizar uma pequena reforma em seu box, foi indagada em quem havia votado no primeiro turno. Ao declarar que votou em Eduardo Braga, foi instruída a votar em seu adversário no

segundo turno.Depois do porto da Ceasa,

Eduardo Braga seguiu para a fábrica da Moto Honda da Amazônia, onde falou com os funcionários, distribuiu panfl etos sobre seus pro-jetos para o Polo Industrial de Manaus (PIM), conversou com diretores, almoçou no refeitório junto aos cola-boradores e, é claro, pediu votos. A receptividade entre os colaboradores da Moto Honda foi ótima.

A candidata a vice, Re-becca Garcia (PP), esteve ao lado de Eduardo Braga na visita à Moto Honda, onde teve também ótima recepti-vidade entre os funcionários da empresa. Caroline Santos, 18, que trabalha como me-nor aprendiz na Honda, disse que vai votar novamente no número 15 para o Amazonas voltar a avançar. A aprendiz destacou também o fato de Rebecca ser a primeira mu-lher a compor uma chapa como vice-governadora na história política do Estado.

“Creio que a Rebecca no governo vai fazer um papel fundamental, porque a mu-lher tem maior sensibilidade e visão mais humana para lidar com o povo e observar suas necessidades”, avaliou a funcionária. A Moto Honda emprega 11 mil pessoas e tem o segundo maior fatu-ramento do Polo Industrial de Manaus (PIM).

CAMPANHA

Candidato da coligação Renovação e Experiência apresentou suas propostas de governo para os trabalhadores do distrito

DIVULGAÇÃO ASSESSORIA

Na reta fi nal, José Melo intensifi ca sua campanhaPostulante ao cargo de governador do Amazonas, José Melo realizou visita a fábricas e caminhadas em bairros da cidade

Na reta final do se-gundo turno das eleições, o candi-dato à manutenção

do cargo de governador pelo Pros, José Melo, começou a semana, com intensa agen-da de caminhadas, encon-tro com classe trabalhado-ra e comício pela cidade de Manaus.

No domingo, 19, Melo cumpriu intensa agenda pelo município de Maués, onde visitou quatro comunidades e fez comício na sede da cidade, acompanhado do deputado estadual reeleito, Sidney Leite, vice-presiden-te do Pros e líder do gover-no na Assembleia Legislati-va do Estado do Amazonas (Aleam). Melo se emocionou com a receptividade do povo mauesense que gritava pa-lavras de incentivo ao can-didato. Ele apresentou suas propostas de plano de gover-no que inclui projetos volta-dos para os produtores das comunidades rurais, como a mecanização da produção e a criação do banco do povo, e para a educação com a criação da escola de tempo integral no município.

Ontem, Melo visitou a distribuidora Tapajós, no bairro Coroado, Zona Leste da capital, onde conversou com trabalhadores sobre suas principais propostas de governo.

O candidato à reeleição ainda realizou caminhada

ao lado da presidente m u n i c i p a l do PSD, Ne-jmi Aziz, no bairro Mon-te das Oli-veiras, na Zona Norte, e fez reunião com a comu-nidade desportistas, com a presença de professores de educação física e atletas.

Festa na caminhada Na chegada ao bairro

Monte das Oliveiras, Melo e Nejmi foram recebidos com festa pelos moradores e co-merciantes da área. “Neste segundo turno eu continuo fazendo questão de visitar os bairros, bater de porta em porta e cumprimentar a população”, disse Melo, acrescentando que o cari-nho das crianças faz toda a diferença. “Renova mi-nhas energia de continuar investindo em propostas na educação que irão benefi-ciar decisivamente o futuro delas”, destacou.

Na noite desta segunda-feira, Melo ainda participou de comício para apresen-tar seu plano de gover-no para os moradores do bairro do Zumbi, na Zona Leste de Manaus. Na ter-ça-feira, 21 de outubro, o candidato também fará um grande comício no bairro Novo Israel, na Zona Norte da cidade. Durante caminhada no bairro Monte das Oliveiras, na Zona Norte, candidato conversou com a população e ouviu demandas

DIVULGAÇÃO ASSESSORIA

ELEIÇÕES 2014 - 02.indd 2 20/10/2014 21:43:34

Page 3: Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

3MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Presidente aparece com 52% e Aécio com 48% dos votos válidos na pesquisa encomendada ao Datafolha

Dilma tem vantagem numérica pela 1ª vezPela primeira vez

em uma pesquisa do instituto Da-tafolha, a presi-

dente Dilma Rousseff (PT) aparece numericamente à frente do candidato Aé-cio Neves (PSDB). O levan-tamento divulgado ontem (20) mostra, no entanto, que eles continuam tec-nicamente empatados. Considerando apenas os votos válidos (em que são descartados os votos brancos ou nulos e os in-decisos), a presidente tem 52%, três pontos percen-tuais a mais do que nas duas pesquisas anteriores. Já o tucano caiu de 51% para 48%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os candida-

tos estão tecnica-mente empatados.

Em votos totais, Dil-ma tem 46% (antes ti-nha 43%), contra 43% de Aécio, que tinha 45% na pesquisa anterior. Brancos e nulos somam 5%. Outros 6% dizem estar indecisos.

A pesquisa mediu ainda a aprovação ao governo Dilma. Dos entrevistados, 42% julgam a administra-ção petista boa ou ótima. Outras 20% classifi cam o governo como ruim ou péssimo. Aqueles que di-zem que a gestão atual é regular somam 37%.

O Datafolha ouviu 4.389 eleitores em 257 municí-pios. Todas as entrevistas foram feitas nesta segun-da. O nível de confi ança do

levanta-mento é de 95%. O regis-tro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR 01140/2014. No le-vantamento anterior do instituto, divulgado no dia 15, Aécio tinha 51% e Dilma, 49%.

Votos totaisSe forem incluídos os vo-

tos brancos e nulos e dos eleitores que se declaram indecisos, os votos totais da pesquisa estimulada são: Dilma: 46% e Aécio Neves (PSDB): 43%. Na margem de erro, os candidatos estão empatados tecnicamente.

O Datafolha também perguntou, entre os dois candidatos, em quem os eleitores votariam com certeza,

em quem talvez votassem e em qual não votariam de jeito nenhum. Veja os números:

Certeza do voto em candidato

» Dilma45% - votariam com certeza

15% - talvez votassem39% - não votariam

de jeito nenhum1% - não sabe

» Aécio41% - votariam com certeza

18% - talvez votassem40% - não votariam de jeito nenhum

2% - não sabem1º turno

No primeiro turno, Dilma teve 41,59% dos votos válidos e Aécio, 33,55%

A 125ª Pesquisa CNT/MDA, reali-zada 18 e 19 de outubro de 2014 e divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra cenários para o 2º turno da eleição presidencial de 2014. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR - 01139/2014. Foram

entrevistadas 2.002 pessoas de 137 municípios de 25 Unidades da Fede-ração. No levantamento a presidente Dilma Rousseff aparece com (43,8%), Aécio Neves (42,1%). Nos votos válidos (sem brancos e nulos): Dilma Rousseff (PT) tem 50,5% e Aécio Neves (PSDB) aparece com 49,5%.

Pesquisa CNT aponta empate

» Dilma Rousseff É a única em que

votaria (38,1%); é uma candidata em que poderia votar

(19,3%); não votaria nela de jeito nenhum (40,7%); não conhe-ce/não sabe quem é/

nunca ouviu falar (0,2%).

» Aécio NevesÉ o único em que

votaria (34,4%); é um candidato em que poderia votar

(21,4%); não votaria nele de jeito nenhum (41,0%); não conhe-ce/não sabe quem

é/ nunca ouviu falar (1,1%).

FavoritismoCandidato que os eleitores acredi-

tam que vencerá as eleições: Aécio Neves

(46,7%), Dilma Rousseff (42,5%).

Limite de votos

Dilma Rousseff aparece em pequena vantagem

Nesta amostragem, o tucano teve leve queda

FOTOS: DIVULGAÇÃO

ELEIÇÕES 2014 - 03.indd 3 20/10/2014 22:28:49

Page 4: Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

4 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Perda salarial na Pe-trobras soma 35% na era PT

Consulta aos Acordos Cole-tivos de Trabalho revela que os salários dos empregados da Petrobras perderam 35% do poder de compra desde que o PT chegou ao poder. Remuneração do “nível 201” da estatal era R$ 341,49 em 2002 e equivalia a 1,4 salário mínimo da época (R$ 240), mas o acordo que vigorou até 31 de agosto de 2014 garantia só R$ 669,21 aos empregados, bem menos que o atual mínimo de R$724.

Nata também perdeuEmpregados do “ní-

vel 774” recebiam R$ 4.603,52 ou 19,1 mínimos em 2002. Hoje, recebem R$ 9.021,50, equivalente a 12,4 salários mínimos.

Nem a infl açãoDurante os 12 anos de PT,

a Petrobras não conseguiu repor sequer as perdas com infl ação. O salário subiu 96%, com infl ação de 108,8%.

Ovo garantidoO único item com ga-

nho real foi alimentação. Em 2002, auxílio-almoço na Petrobras era de 99% do mínimo. Hoje equivale a 106%.

Tudo diminuiuComo a maioria dos be-

nefícios e vantagens con-cedidos pela Petrobras a empregados equivalem a percentual do salário, tudo é comprometido.

Baixarias no último dia terão direito de resposta

O ministro Dias Toff oli, presidente do Tribunal Supe-rior Eleitoral, decidiu convo-car plantão a partir da noite de sexta-feira (24), último dia de propaganda eleitoral no radio e na tevê. Ele tam-bém abriu prazo de quatro

horas, a partir da exibição dos últimos programas, para o caso de desrespei-to à proibição de baixarias. Direitos de resposta podem ser concedidos para serem exibidos no sábado, véspera do segundo turno.

Efeito dominó O deputado Luiz Carlos

Hauly (PSDB-PR) acha que “é só o começo” a denúncia en-volvendo a ex-ministra Gleisi Hoff mann (PT) no Petrolão.

Delação premiadaO delator Paulo Roberto

Costa revelou que o esque-ma corrupto destinou R$ 1 milhão para Gleisi e o marido Paulo Bernardo, em 2010.

Quem?Gleisi e o ministro Paulo

Bernardo (Comunicações) afirmam, como os demais delatados, que nem co-nhecem Youssef ou Paulo Roberto.

Partido milionárioDinheiro para o PT não é

problema, como diriam Al-berto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o tesoureiro petista João Vaccari. O partido au-mentou em R$ 40 milhões a previsão de gastos nos últimos 5 dias. No total, serão R$ 338 milhões. Isso no caixa 1.

Campanha caraA campanha do PSDB a

presidente não fi ca muito atrás, em termos de gas-tos previstos. O partido in-formou ao TSE a previsão de gastos de até R$ 290 milhões para tentar eleger Aécio Neves presidente.

Otimismo tucanoOs tucanos começaram

a semana otimista: ontem, no começo da noite, Aécio liderava com 52 x 48% no tracking interno. Trata-se de

medição diária de até 2 mil entrevistas, que apontaria a tendência do eleitorado.

DiferençasA ministra da Economia do

Japão renunciou após denún-cia de uso abusivo de verbas para despesas pessoais. No Brasil, desde o governo Lula, cartões corporativos são usados para pagar tapioca, hotéis e restaurantes de luxo, salão de beleza, gasolina, reforma de casa...

Teoria da conspiraçãoA turma da teoria da cons-

piração está a mil. Surgiram boatos de internação hospi-talar de Lula, para provocar comoção, e até mesmo da simulação de um atentado contra Dilma.

Ciscando pra dentroApós receber Aécio, Alck-

min e Beto Richa, o candi-dato ao governo do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) terá apoio do senador eleito José Serra e do governador eleito Pedro Taques (PDT).

Eu acho é poucoApesar de liquidado em

Pernambuco, sem eleger um único deputado federal, o PT tenta promover ato expressivo pró-Dilma no Re-cife, nesta terça (21), com o apoio do bloco carnavalesco “Eu acho é pouco”.

Segurar a votaçãoO vice Michel Temer

espera levar Dilma esta semana a eventos de campanha no Norte, onde o PMDB disputa 2º tur-no com Helder Barbalho (PA), Confúcio Moura (RO) e Eduardo Braga (AM).

Pensando bem……que atire a primeira pe-

dra o candidato que não tiver parentes agarrados em bo-quinhas no serviço público.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Identidade revelada

www.claudiohumberto.com.br

...muito mais força para empresas e menos poder para o cidadão”

MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (STF), contrário ao fi nanciamento privado de campanha

O jornalista Carlos Zarur era pre-sidente da Radiobrás e devedor da família e de si mesmo alguns momentos de descanso. Escolheu o paradisíaco litoral de Maceió, onde alugou uma casa que era um achado: mobiliada, bem conservada, redes na varanda e o mar de Ipioca beijando-lhe o jardim.

Quando abriram um armário, Zarur e a esposa caíram na gargalhada: lá encontraram, digamos assim, a identidade da dona da casa.

Eram toalhas bordadas com o nome de Denilma, a ex-primeira-dama de Alagoas que – reza a lenda – foram muito úteis para manter na linha o maridão Geraldo Bulhões.

Tribunal pune Aécio e Dilma O Tribunal Superior Elei-

toral (TSE) passou a punir com a perda do tempo de televisão e rádio candida-tos que usam o horário elei-toral para fazer ataques a outros candidatos, em vez de apresentarem propostas. Decisões do ministro Admar Gonzaga atingiram tanto a presidente Dilma Rousseff , candidata à reeleição pelo PT, como seu adversário Aé-

cio Neves (PSDB). A petista perdeu quatro minutos de suas inserções na TV e 72 segundos no programa de rádio. O tucano foi penalizado com a perda de dois minutos e meio de suas inserções na TV. As medidas valem até que o plenário tome uma de-cisão defi nitiva sobre o caso e seguem a nova orientação do TSE.

No caso de Aécio, a pu-

nição foi provocada pela veiculação de uma propa-ganda na qual é dito que Dilma não fez nada contra a corrupção da Petrobras. A peça publicitária foi trans-mitida em cinco inserções na TV no último sábado.

No caso de Dilma, ela foi pu-nida por ter veiculado, no dia 19 de outubro, uma inserção no rádio com uma paródia da música “Oh, Minas Gerais”.

CORTE NA TV

DIVULGAÇÃO

Objetivo será facilitar trabalho de prestação tanto para os candidatos quanto para os avaliadores

Candidatos agora precisam passar suas contas por avaliação de advogados e contadores antes de encaminharem ao TRE

Prestação de contas só com aval de advogados

A prestação de contas dos candidatos nas eleições deste ano terá de chegar à Jus-

tiça Eleitoral com a chancela de um advogado e de um con-tador devidamente inscrito no Conselho Regional. A resolu-ção dispõe sobre a arrecada-ção e os gastos de recursos por partidos políticos, candidatos e comitês fi nanceiros e, ainda, sobre a prestação de contas nas Eleições de 2014.

O objetivo é facilitar o tra-balho de prestação de con-tas tanto para os candidatos quanto para o Tribunal Regio-nal Eleitoral do Amazonas. É inegável que uma prestação de contas organizada sob a supervisão de um contador e de um advogado chegará às mãos do julgador em melhores condições para ser analisada, evitando perda de tempo na

solicitação de juntada de do-cumentos por falta de conhe-cimento de quem organizou as contas. “O candidato e o profissional de contabilida-de responsável deverão as-sinar a prestação de contas, sendo obrigatória a consti-tuição de advogado”.

Extrai-se, da simples leitura do dispositivo acima, que é imprescindível a constituição de advogado para representar judicialmente o candidato ou partido político nos proces-sos de prestação de contas bem como de profi ssional de contabilidade, o qual será responsável pela elaboração das contas eleitorais de can-didato, diretórios partidários e comitês fi nanceiros.

Os candidatos eleitos no pri-meiro turno devem prestar contas de suas campanhas até o dia 4 de novembro. Já

para os que d i s p u t a m o segun-do turno, o prazo termi-na em 25 de novembro. A determi-nação está prevista no artigo 38 da Reso-lução TSE n. 23.406/2014, que dispõe sobre a arrecadação e os gastos dos partidos, comi-tês fi nanceiros e candidatos.

A previsão da Justiça Elei-toral é que as contas sejam apreciadas e as decisões di-vulgadas até 11 de dezembro, para os candidatos eleitos. Em relação aos demais con-correntes, as informações serão publicadas até 31 de julho de 2015. As prestação de contas serão disponibili-zadas para toda a população, pela internet.

Produção do Congresso cai 80% Desde que a campanha elei-

toral começou ofi cialmente, em 6 de julho, a produtividade do Congresso Nacional caiu 80,8% na comparação entre os períodos de março a junho e de julho a outubro – o levan-tamento, com base em dados do Senado e da Câmara, foi efetuado até a última sexta (17), mas não estão progra-madas sessões de votação na semana do segundo turno da eleição, marcado para o próximo dia 26.

No período em que os políti-cos se dedicaram à campanha eleitoral, as duas casas do Congresso Nacional votaram 114 matérias (entre aprova-das e rejeitadas), das quais 69 pelo Senado e 45 pela Câmara. Nos quatro meses anteriores, de 1º de março a 30 de junho, 595 projetos passaram por deliberação (325 no Senado e 270 na Câmara).

O número de sessões delibe-rativas – aquelas destinadas à votação de projetos – também caiu, de 111 (38 no Senado e 73 na Câmara) entre março e junho para 23 (5 no Senado e 18 na Câmara) entre julho e outubro.

A redução da produção le-gislativa não foi determinada somente pelo período eleito-ral. A Copa do Mundo (de 12 de junho a 13 de julho) e o “recesso branco” de julho tam-bém são motivos apontados por parlamentares.

PERÍODO ELEITORAL

O recesso ofi cial dos parlamentares vai de 18 a 31 de julho, mas eles perderam esse direito porque não votaram a Lei de Diretrizes no primeiro semestre, conforme deter-mina a Constituição. Ainda assim, deputados e sena-dores interromperam suas atividades e não tiveram que registrar presença.

O líder do PT na Câma-ra, Vicentinho (SP), disse ver o “recesso branco” em época de campanha eleito-

ral como algo natural, que “existe desde o início da República”. “Os parlamen-tares precisam voltar às suas bases. Por isso que o recesso acontece em todo período eleitoral”, afi rmou. O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE) criticou a queda na atividade. Ele atribuiu o baixo quórum na Câmara em período eleitoral a “uma ação do governo deliberada para impedir o Parlamento de funcionar”.

Sem votar a Lei de Diretrizes

Deputado Mendonça Filho criticou a queda nas atividades

DIVULGAÇÃO

ELEIÇÕES 2014 - 04.indd 4 20/10/2014 21:48:58

Page 5: Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

5MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Belão se prepara para 7º mandatoNatural do município ama-

zonense de Fonte Boa, Belar-mino Lins de Albuquerque, 68, (PMDB) chegou, nas eleições de 2014, ao sétimo mandato con-secutivo de deputado estadual e entra par a história política das regiões Norte, Nordeste, Centro-Sul e Sul do país como um dos detentores do maior número de mandatos. Ele só perde para o deputado mineiro, Antônio Genaro (PSC) eleito 11 vezes. “Quando concluir meu novo mandato, em 2018, estarecom 72 anos e muita disposição, coragem e vontade de trabalhar. Quero continuar na luta para ver meu Estado forte e moderno, com um povo digno, com qualidade de vida e merecedor de grandes projetos e realizações por parte de seus

dirigentes”, expressou.Três vezes presidente da

Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), no perío-do 2005/2010, Belão, como ele fi cou conhecido no meio político, é autor de mais de cem leis que versam sobre temas de interesse da socie-dade. Dezenas delas foram sancionadas pelo governo do Estado e encontram-se em plena vigência. Somam-se ainda à sua produção legislativa várias emendas constitucionais e uma varie-dade de proposituras rele-vantes para o Estado.

LeisÉ de autoria do deputado

Belarmino Lins, por exem-plo, a Emenda Constitucio-

nal 05/2005, que alterou a Constituição do Amazonas e reduziu de 90 para 45 dias o período de recesso da Assem-bleia Legislativa, decisão que ganhou repercussão nacional e serviu de exemplo para outras casas legislativas estaduais e para o próprio Congresso Nacional.

Também é de sua autoria a lei 3.148/2007 que instituiu a Política Estadual de Preven-ção e Atendimento à Gravidez na Adolescência, que lhe va-leu a conquista do Prêmio do Mérito Legislador, conferido pelo Instituto de Estudos do Legislativo Brasileiro (Idelb) que incluiu a lei entre as melhores aprovadas nas ca-sas legislativas brasileiras em 2007.

DEPUTADO

Belão é considerado o segundo deputado estadual com maior número de mandatos no país

DIVULGAÇÃO/ALEAM

Mitoso assume relatoria daLoman na Câmara MunicipalNovo relator pretende encaminhar ao plenário da Câmara a proposta para votação na primeira semana de novembro

A votação da proposta de alteração da Lei Orgânica do Muni-cípio de Manaus (Lo-

man), com as 87 emendas fei-tas pelos vereadores, além dos 15 projetos de alteração apresentados anteriormen-te, deve ser feita na primeira semana de novembro.

A sugestão do novo relator do Projeto de Reforma da Loman, vereador Luís Mitoso (PSD), foi acatada pelo pre-sidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Bosco Saraiva (PSDB), na ma-nhã de ontem (20), durante reunião na Presidência, com o próprio Mitoso e o presi-dente da Comissão Especial de Revisão da Lei Orgânica do Município de Manaus (Cer-

loman), Dr. Alonso Oli-veira (PTC).

M i t o s o pediu maior tempo para analisar as e m e n d a s , que totali-zam mais de 100, após as-sumir a relatoria do projeto. A mudança de relator se deu em virtude da desistência da vereadora Professora Ja-cqueline (PPS), que preferiu se dedicar à relatoria do reforma do Regimento Interno, a ser votado também neste ano.

Na conversa que teve com os membros da Cerloman em seu gabinete, o presiden-te Bosco Saraiva defendeu a votação de emenda por

emenda no plenário para dar celeridade ao processo e evitar dilatação de pra-zos para a aprovação do novo Regimento Interno e da Lei Orçamentária Anual. Segundo ele, todo o Proje-to de atualização da Loman está concluído.

PropostaMitoso, por sua vez, propõe

a aprovação das emendas no formato atual, por blocos de emendas, aprovadas e re-jeitadas. Nesse processo, o vereador que não concordar com a rejeição de sua emen-da solicita destaque para a discussão e pode fazer alte-ração com a apresentação de outra emenda.

Bosco Saraiva afi rmou que

a decisão sobre a forma de votação será decidida pelo plenário na sessão de hoje (21) da CMM.

Criada em julho de 2013 e instalada no mês seguin-te, a Comissão Especial de Revisão da Lei Orgânica do Município de Manaus da Câ-mara Municipal é integrada pelos vereadores titulares, Professora Jacqueline (PPS), Mário Frota (PSDB), Rosi Ma-tos (PT), Gilmar Nascimento (PDT), Roberto Sabino (Pros) e Álvaro Campelo (PP), técni-cos da Diretoria Legislativa e Procuradoria da Casa.

A última versão da Loman é de 2004 e as duas últimas revisões ocorreram em 2005 e 2010, sendo que esta últi-ma está em vigor.

VetoO Executivo Municipal ve-

tou Projeto de Lei (PL) nº 162/2013, de autoria do vere-ador Dr. Alonso Oliveira (PTC), que alterava a lei nº 513, de 16 de novembro de 1999, que dispõe sobre prestação, regulação, fi scalização e con-trole dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário no município de Manaus.

O PL aprovado pela Câmara, vetado na sua integralidade, foi considerado inconstitucional pelo Executivo, por invasão de competência. O veto do prefeito Arthur Neto (PSDB) ao Projeto de Lei, que entrou na pauta desta segunda-feira (20), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), vai ser analisado pela

Comissão de Constituição, Jus-tiça e Redação (CCJR).

O Executivo municipal deixa claro a invasão de competência na proposta, quando diz que cabe ao Município organizar e prestar diretamente ou sob regime de permissão ou con-cessão os serviços de abas-tecimento de água e esgoto sanitário, bem como a fi xação de tarifas do serviço público.

Explica ainda que compete ao Poder Executivo a função de ad-ministrar, que se revela em atos de planejamento, organização, direção e execução de ativida-des inerentes ao Poder Públi-co. Nesse contexto, conforme o Executivo, a lei invade a esfera da gestão, administrativa que cabe ao Poder Executivo, quan-do envolve essas atividades.

A sugestão do novo relator do Projeto de Reforma da Loman, vereador Luís Mitoso (no centro), foi acatada pelo presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Bosco Saraiva (à esq.)

ROB

ERVA

LDO

RO

CHA

ELEIÇÕES 2014 - 05.indd 5 20/10/2014 22:31:18

Page 6: Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

6 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato não divulgou agenda.

EDUARDO BRAGA

Candidato cumpre agenda administrativa pela manhã. Ao meio-dia participa de entrevista a uma emissora local e às 16h faz caminhada em bairro da Zona Sul. A noite tem comício no Novo Israel

JOSÉ MELO

TSE diz que problemas com a biometria serão menores No primeiro turno, o sistema apresentou percentual de 91,5% de reconhecimento dos eleitores por meio das digitais

Tribunal disse que irá realizar uma fi scalização em

cerca de mil urnas biométricas

DIV

ULG

AÇÃO

Para evitar os mesmos problemas ocorridos com a identifi cação biométrica de eleito-

res durante o primeiro turno das eleições, a Justiça Eleito-ral adotará algumas medidas para o próximo domingo (26). Uma delas é o reparo de cerca de mil leitores biomé-tricos em urnas utilizadas no Distrito Federal, em Alago-as, Sergipe, Pernambuco e no Paraná.

“Em torno de 7% do modelo 2013 de urnas apresentaram uma não conformidade com o leitor que faz a análise da digital. Essas urnas já foram identifi cadas e nós já estamos trabalhando na sua

reparação. Elas [as urnas] têm que fi car prontas até, no máximo, nesta semana”, afi rmou o secretário de Tec-nologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral, Giuseppe Janino.

Ele ressaltou que, no pri-meiro turno, o sistema biomé-trico apresentou percentual de 91,5% de reconhecimento dos eleitores por meio das digitais. Para o segundo tur-no a expectativa é aumentar ainda mais a efi ciência do sistema. “As falhas são nor-mais, mas nós pretendemos baixar esse índice de não re-conhecimento, que hoje gira em torno de 8,5%, para, pelo menos, uma margem de 5%

que seria bastante positiva. Um nível de identifi cação de 95%”, disse.

Mas não foram só proble-mas em leitores que provo-caram fi las em muitas se-ções de votação pelo país. Também foram detectadas falhas de procedimento por parte de mesários. Foi o caso de cidades do Rio de Janeiro, segundo o TSE. Por isso, o presidente da corte, Dias Toff oli, mandou para Niterói dez técnicos para orientar os mesários. A Justiça Eleitoral também distribuiu panfl etos aos tri-bunais regionais eleitorais (TREs) com informações es-senciais aos mesários para

reforçar os procedimentos que devem ser adotados no próximo domingo.

Uma das orientações aler-ta sobre a forma correta

que o eleitor deve posicionar o dedo, para evitar o não reconhecimento na primeira tentativa. O eleitor deve posi-cionar o dedo sobre o sensor e colocá-lo totalmente, no centro, com a ponta tocan-do a moldura de plástico. O dedo deve ser mantido sobre o sensor até que apareça no terminal do mesário a mensagem confi rmando o reconhecimento da digital.

Giuseppe Janino lembra que o eleitor também deve observar, por exemplo, se o dedo está hidratado, “o dedo ressecado fica mais difícil fazer as minúcias”. Para o secretário, a falha do procedimento é normal,

principalmente nos municí-pios onde houve a primeira experiência com identifica-ção biométrica.

Por causa dos problemas no Rio de Janeiro, onde elei-tores chegaram a esperar mais de duas horas para votar em alguns locais, o Tribunal Regional Eleitoral do Estado chegou a publicar uma resolução (n° 904/2014) determinando o uso de urnas eletrônicas convencionais em Niterói, em substituição das 1.312 urnas com leitor de identifi cação biométrica no município. A decisão, no entanto foi anulada por una-nimidade pelo TSE na sema-na passada.

Deputado ameaça demissão Servidores do deputado

estadual não reeleito Wilson Lisboa (PC do B) denunciam a exoneração de seus car-gos. Segundo os denuncian-tes, são 35 servidores que já estão na lista de exone-ração, aguardando apenas o encerramento das eleições de 2º turno para publicação no Diário Oficial. Além do gabinete de Lisboa, outros parlamentares que também não conseguiram reelei-ção deverão fazer cortes

na sua folha ainda no fim deste mês.

De acordo com funcioná-rios que não quiseram se identifi car, tanto a lista dos servidores que serão exonera-das quanto a lista dos novos contratados, já está pronta. “O deputado já está contratando novas pessoas, parentes de sua esposa e estes vão servir laranjas e se locupletar das verbas de gabinete durante os últimos dois meses do ano eleitoral”, disse.

Um documento referente ao caso foi protocolizado e encaminhado ao diretor-ge-ral da Assembleia Legislati-va do Estado do Amazonas, Dr. Wander Araújo Motta, onde os servidores aguar-dam algum procedimento legal da situação. “Estas práticas ilegais precisam ser urgentemente investigadas, demissão em massa de co-missionados no ano eleito-ral, nomeação e demissões baseadas em critérios po-

líticos-eleitorais, concessão de vantagens, benefícios ou a retirada dos servido-res de modo a estimulá-los ou constrangê-los a seguir determinada candidatura e, ainda, a utilização de servi-dores em prol da campanha do candidato a deputado”, disse um outro servidor que não se identifi cou.

A equipe do Agora ten-tou contato com o deputado Wilson Lisboa, porém não obteve resposta.Deputado não ganhou o pleito e ameaça demitir servidores

ALB

ERTO

CÉS

AR A

RAÚ

JO EM MASSA

Em torno de 7% do modelo de urnas

apresentaram uma não conformidade

com o leitor que fez a análise digital no

dia do pleito

Giuseppe Janino, Secretário de TI

ELEIÇÕES 2014 - 06.indd 6 20/10/2014 21:52:44

Page 7: Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

7MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

‘Dirceu só sai da prisão na hora certa’O relator do processo do

mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Bar-roso, disse ontem (20) não ter tomado conhecimento do pedi-do do ex-ministro José Dirceu de cumprir o restante de sua pena em casa. Condenado a 7 anos e 11 meses de prisão, Dirceu en-caminhou nesta segunda-feira (20) a solicitação.

“Não há nenhum requerimen-to que eu tenha recebido até agora. O ex-ministro José Dir-ceu, tal como Delúbio Soares, tal como Roberto Jeff erson, tal como Marcos Valério, pra mim, eles são todos iguais. Um dos deveres da jurisdição consti-tucional é não discriminar as pessoas”, afi rmou Barroso, que participou da abertura do 22ª

Conferência Nacional dos Advo-gados. “Quando der a hora dele, na forma da lei, eu vou autorizar. Enquanto não der a hora dele, na forma da lei, não vou autorizar”, acrescentou Barroso.

Antes de se manifestar sobre o pedido, Barroso terá de ouvir o procurador-geral da Repúbli-ca, Rodrigo Janot. Como outros condenados no processo, entre eles o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da si-gla Delúbio Soares já obtiveram o benefício, o mesmo deve ser concedido a Dirceu.

Fora da prisão, o ex-minis-tro terá que seguir algumas regras do regime aberto, entre elas, permanecer em casa entre 21h e 5h. Dirceu também não poderá se encontrar com ou-

tros condenados que cumpram pena, sejam eles do processo do mensalão ou não, e nem portar armas, entorpecentes ou bebidas alcoólicas.

Além de Delúbio e Genoi-no, já estão no regime aberto cumprindo prisão domiciliar o ex-tesoureiro do PL, atual PR, Jacinto Lamas, e o ex-depu-tado do mesmo partido Bispo Rodrigues.

O casoMenos de um ano depois de

ter sido preso por participação no esquema do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pediu autorização do Poder Judiciário para passar a cumprir a pena em casa. Se-gundo informações do Tribunal

de Justiça do Distrito Federal, esse pedido poderia começar a vigorar desde ontem (20).

Condenado por envolvimen-to com o esquema de corrup-ção que vigorou durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dirceu foi preso em 15 de novembro do ano passado. Ou seja, cum-priu, até agora, 11 meses da pena original.

Na audiência, o juiz deverá explicitar as regras do regime aberto. Entre elas, a proibição de o condenado andar com pessoas que também este-jam cumprindo pena. Nesse regime, o condenado também tem de voltar para casa até as 21h e não pode sair antes das 5 horas.

BARROSO

Dirceu entrou com pedido na Justiça para cumprir pena em casa

AE

No Rio, Dilma ‘atende’ aos dois rivais: Pezão e CrivellaPresidenciável Dilma Rousseff se desdobrou entre as passeatas dos dois candidatos que disputam o governo do Rio de Janeiro

A presidente e candida-ta à reeleição, Dilma Rousseff (PT), posou, discursou, abraçou,

colou até um adesivo (que de-pois tirou), mas não pediu voto para o candidato ao governo Marcelo Crivella (PRB) durante a carreata na qual a candida-ta participou em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, ontem (20). Pouco mais de uma hora de-pois, a candidata fez campanha, também sem pedir votos, para seu outro aliado no Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Ao lado de Crivella e dos can-didatos derrotados no primeiro turno Anthony Garotinho (PR) e Lindberg Farias (PT), Dilma pe-diu votos para si mesma, mas não citou o a candidatura de

Crivella, que disputa o go-verno do Rio de Janeiro com Pezão. A “neutrali-dade” ado-tada por Dil-ma em Nova Iguaçu seguiu a postura que a candidata vem adotando no Rio de Janeiro desde o início da campanha para o governo do Estado.

DisputaO Rio teve pelo menos qua-

tro candidatos disputando o governo por partidos da base aliada. No segundo turno entre Crivella e Pezão, Dilma conti-nuou neutra e não se mani-

festou a favor de nenhum dos candidatos. Em Nova Iguaçu, Dilma voltou criticar candida-tura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência e disse que os tucanos se ‘ajoelharam’ diante do FMI. “Eu quero dizer que a eleição no dia 26 vai colo-car, de um lado, aqueles que defendem os empregos e os salários e do outro aqueles que desempregaram o Brasil, que reduziram os salários e que se ajoelharam diante do FMI. Aqueles que quebraram o Brasil três vezes”, disse.

Dilma participou de uma carreata ao lado de Crivella, que foi seu ministro da Pesca. Sem citar o nome do aliado, Dilma falou sobre realizações e projetos de seu governo e

encerrou o discurso pedindo votos. “Por isso eu peço humil-demente: no dia 26, votem em nós”, disse a candidata.

PezãoMenos de uma hora depois de

subir em um carro ao lado de Cri-vella, Dilma se encontrou com Luiz Fernando Pezão, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, e repetiu os gestos. Diferentemente do que fez com Crivella, no entanto, Dilma não colou adesivo da campanha de Pezão em sua roupa e nem discursou.

Durante quase 40 minutos de carreata, Dilma, Pezão e o prefeito do Rio de Janeiro, Edu-ardo Paes (PMDB), percorreram as ruas da região, mas Dilma não se pronunciou.

Em Nova Iguaçu, Dilma Rousseff apareceu ao lado de Marcelo Crivella (PRB) em carreata

FOTOS: FOTOSPÚBLICAS

Coube ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo-Paes fazer um pequeno discurso pedindo votos para Dilma e Pezão.

Dilma terminou a carre-ata e retornou a São Paulo, onde ela cumprirá agenda em Itaquera e Perdizes.

Ao fi nal da carreata, o ex-secretário de Meio Ambiente de Pezão e de-putado estadual eleito, Carlos Minc (PT), admitiu que a divisão do PT em relação às candidaturas

de Crivella e Pezão tem o objetivo de ampliar a base de votos em Dilma.

Neutralidade“O partido, em âmbito

estadual, votou pela neu-tralidade. Isso já deu uma certa acalmada (junto aos integrantes do partido). A preocupação maior do PT é eleger a Dilma.

O fato de não termos criado nenhum stress nas duas candidaturas é uma coisa boa”, afi rmou Minc.

Petista tem um pé em cada canoa

Já em Padre Miguel, a candidata à Presidência participou de agenda com Luiz Fernando Pezão

ELEIÇÕES 2014 - 07.indd 7 20/10/2014 21:55:02

Page 8: Eleições 2014 - 21 de outubro de 2014

8 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMRaphael Lobato, Joelma Muniz eAssessorias

REVISÃODernando MonteiroGracycleide Drumond

DIAGRAMAÇÃOLeonardo Cruz e Marcelo Robert

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Não serei candidato em 2018, diz LulaO ex-presidente Luiz Inácio

Lula da Silva disse ontem (20) que, pela vontade dele, não disputará novamente as eleições presidenciais em 2018 porque acredita já ter cumprido sua “missão”. Mas, em entrevista à Rádio Jor-nal do Commercio, do Re-cife, afi rmou não descartar a possibilidade, a depender do cenário político daqui a quatro anos. “Se depender de mim, não (serei candidato)”, afi rmou. “Quando chegar na eleição de 2018, estarei com 72 anos. Nós temos que ter (isso) em conta.”

Lula disse esperar o sur-gimento de “quadros mais novos” para enfrentar o próximo pleito presidencial. “Acho que já cumpri a minha função.” Apesar desse dis-curso, Lula deixou seu futuro político em aberto. “A única coisa que não posso dizer é que não (disputarei em quatro anos)”, afi rmou.

Durante vários momentos, desde 2013, surgiu em diver-sos setores, inclusive dentro do PT- o movimento “Volta, Lula”, que pedia que o ex-presidente assumisse a disputa no lugar de Dilma Rousseff .

Dilma e Lula estarão em Pernambuco hoje (21). Este foi o único Estado nordestino em que a petista não saiu vitoriosa, tendo perdido para Marina Silva (PSB).

Eles devem visitar a fábrica da Fiat instalada em Goiana, na zona da mata pernambu-cana, fazer um comício na cidade e, no fi m da tarde, participar de uma caminhada pelo centro do Recife.

Durante pouco mais de 20 minutos de entrevista, o ex-presidente não poupou de críticas do PSDB, partido do presidenciável Aécio Neves.

‘CUMPRI MISSÃO’

Ex-presidente Lula culpou a idade para fi car de fora da disputa presidencial em 2018 (72 anos)

DIVULGAÇÃO

Debates não ajudam eleitor indeciso a defi nir candidatoQuadro de equilíbrio entre as candidaturas que disputam a Presidência e o tom menos agressivo não ajuda em nada o eleitorado

O debate realizado no domingo (20) na TV Record reforçou o quadro de equilíbrio

entre as candidaturas que dis-putam a Presidência e mesmo o tom mais ameno adotado pelos presidenciáveis não ajudou o eleitorado indeciso, segundo o cientista político da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortez. Para ele, existe a pos-sibilidade de um novo aumen-to de tom no próximo debate, marcado para sexta-feira, 24, na TV Globo o que seria uma “tendência natural”.

Segundo ele, Aécio Neves (PSDB) foi benefi ciado pelo tom mais propositivo do deba-te, que deu mais força ao seu discurso de olhar para frente e evitar o debate retrospectivo. “Em diversas oportunidades ele fez esse tipo de interven-ção. Além disso, a questão da Petrobras ganhou de novo espaço”, disse Cortez.

Por outro lado, a sinalização constante do tucano de que dará continuidade aos pro-gramas do governo pode ter benefi ciado a presidente Dil-ma Rousseff (PT). “Isso pode dar uma força para o eleitor que está em dúvida e pode preferir votar em quem já conhece”, ressaltou.

D e s s a forma, para Cortez, não houve ven-cedor claro e o quadro de empate c o n t i n u a . “Não deve ter havido para o eleitor in-deciso uma transformação re-levante. O debate não foi um fator capaz de gerar um viés, seja para Dilma, seja para o Aécio”, avaliou.

Sem ataquesCortez apontou ainda que o

tom mais ameno do embate entre os candidatos teve a ver com a percepção das campa-nhas de que os ataques pode-riam já estar prejudicando a imagem dos candidatos, mas que existe a possibilidade de as campanhas estarem “guar-dando munição” para o próxi-mo encontro. “As pesquisas vão ditar o tom do último debate. A tendência é aumentar o tom. Essa possibilidade não está descartada, é um equilíbrio muito provisório”, afi rmou.

Ontem (20), o Datafolha deve divulgar o resultado de nova pesquisa presidencial, com en-trevistas feitas após o debate realizado na noite de ontem.

Na última horaUm grupo de eleitores que

deve se decidir somente nas últimas 48 horas garantirá a vitória da petista Dilma Rous-seff ou do tucano Aécio Neves (PSDB) nestas eleições. Essa é a avaliação de integrantes da campanha do PT à Presidên-cia. Segundo eles, a tendên-cia é aumentar o número de indecisos na reta fi nal.

Aécio Neves, segundo pes-quisas internas do PT, teria começado a perder votos, mas eles não estão indo ne-cessariamente para Dilma. A tendência de queda de Aécio, de acordo com essa amostragem, tem ocorrido, principalmente, entre jovens acima de 24 anos, de áreas de periferia. As pesquisas dos petistas indicam a mesma disputa acirrada, com um em-pate técnico entre os dois candidatos, mas com uma vantagem de dois pontos para a presidenta Dilma.

O resultado em São Paulo dará a vitória a Dilma ou Aécio. A tendência é de que a petista perca no Estado (como ocorreu no primeiro turno), mas diminua a diferen-ça, equilibrando o resultado com a larga vantagem no Norte e Nordeste.

ELEIÇÕES 2014 - 08.indd 8 20/10/2014 21:57:23