Eleições 2014 - 23 de outubro de 2014

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Especial MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Candidatos miram regiões onde tiveram poucos votos A s duas últimas sema- nas do segundo tur- no para disputa pelo governo do Amazo- nas foram marcadas por novas rodadas de comícios na capital e no interior. Os adversários Eduardo Braga (PMDB) e José Melo (Pros) priorizaram locais onde tive- ram baixo desempenho no pri- meiro turno. A reportagem do EM TEMPO contabilizou pelo menos 40 eventos, entre pas- seatas, carreatas e comícios, durante esse período. Após ter perdido para o ad- versário na Zona Leste com diferença de mais de 10 mil votos, a região foi priorida- de de campanha na agen- da de José Melo nos últimos dias. O governador inaugurou sua volta às ruas após o pri- meiro turno na área Leste e emendou com uma marato- na de oito visitas na região, onde fez acenos ao eleitora- do. Foram visitados bairros como Jorge Teixeira, Muti- rão, Coroado, Nova Vitória, Mauazinho e João Paulo. Tendo vencido o primeiro turno na capital, o candidato à reeleição reforçou a presença em regiões onde a diferença para o adversário foi pequena. Foi o caso da Zona Norte, que é fortemente assediada pelo governador durante o progra- ma de TV. A região foi visitada pelo menos cinco vezes pelo governador, em datas diferen- tes. Melo também visitou as comunidades da zona rural e um bairro da Zona Oeste, onde obteve vitória. O governador não congelou as passagens pelo interior, tendo em vista a vitória de Eduardo Braga em mais da metade dos municípios. Melo inaugurou a volta ao interior em Iranduba e em Maués, onde foi derrotado. A Parintins, onde obteve quase 9 mil votos a me- nos que Braga, o governador enviou o seu aliado e senador eleito Omar Aziz (PSD). Ainda ontem, Melo passou por Itaco- atiaria e Rio Preto da Eva. Braga se articula Com menos comícios na capital e nenhuma passagem pelo interior, o senador Eduar- do Braga priorizou a Zona Nor- te da capital, por onde passou quatro vezes e fez um comício com o ex-presidente Luiz Iná- cio Lula da Silva. O senador fortaleceu ainda a presença na Zona Leste, onde obteve vitória, com duas visitas ao maior colégio da capital. Após ser derrotado na Zona Oes- te, a região foi alvo de cinco visitas do candidato. O interior ainda não foi alvo no segundo turno da campa- nha de Braga, que se desdo- bra para aumentar a diferença apertada com o adversário na capital e evitar que o eleito- rado do PSB do ex-candidato ao governo, deputado Marcelo Ramos, em terceiro lugar com 180 mil votos, migre para José Melo. O senador tem grande fatia dos programas para ace- nar para o eleitor jovem. Braga também teve ainda encontros com empresários do Polo Industrial de Manaus (PIM), com empresários do setor da Construção Civil e com sindicato que representa a classe de médicos. A estraté- gia do senador é avançar em setores que deram vantagem ao adversário no primeiro tur- no. Alguns desses encontros foram mediados pela candi- data a vice, deputada federal Rebecca Garcia (PP). A última pesquisa Ibope di- vulgada no dia 17 deste mês apontou que Melo “tem mais simpatizantes entre os eleito- res do Amazonas que possuem ensino superior, segmento em que tem 56% das intenções de voto”. Já Braga tem melhor desempenho entre os “me- nos escolarizados (aqueles que cursaram até a 4ª série do ensino fundamental), com 51% das menções”. Disputa para presidente também tem intensidade Apesar de nenhum dos dois candidatos à Presidência da República vierem a Manaus neste segundo turno, as ba- ses de cada candidato in- tensificaram as ações em todo o Estado. No último sábado, os petistas estive- ram atuando em bairros da Zona Centro-Sul e Sul, onde a candidata teve menor expressividade de votação. Já os tucanos decidiram ata- car mais as zonas Oeste e Leste. Somente nesta semana, dois grandes comícios orga- nizados pelo prefeito Arthur Neto (PSDB) foram realizados, um no bairro Tancredo Neves e outro na Compensa. RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO VISITAS DOS CANDIDATOS NO 2º TURNO Manaus Interior Zona Leste 10 Iranduba Zona Norte 9 Maués Zona Oeste 6 Parintins Zona Sul 2 Itacoatiara Zona Rural 2 Rio Preto da Eva Neste segundo turno, Eduardo Braga e José Melo intensificaram suas campanhas em regiões onde perderam as votações Melo tem aumentado suas visitas ao interior, onde teve menor quantidade de votos que o adversário Braga tem priorizado capital para fazer campanha. Zonas como Norte e Leste estão entre as demandas CHICO BATATA FOTOS PUBLICA ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 22/10/2014 21:29:58

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO http://www.emtempo.com.br

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

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Candidatos miram regiõesonde tiveram poucos votos

As duas últimas sema-nas do segundo tur-no para disputa pelo governo do Amazo-

nas foram marcadas por novas rodadas de comícios na capital e no interior. Os adversários Eduardo Braga (PMDB) e José Melo (Pros) priorizaram locais onde tive-ram baixo desempenho no pri-meiro turno. A reportagem do EM TEMPO contabilizou pelo menos 40 eventos, entre pas-seatas, carreatas e comícios, durante esse período.

Após ter perdido para o ad-versário na Zona Leste com diferença de mais de 10 mil votos, a região foi priorida-de de campanha na agen-

da de José Melo nos últimos dias. O governador inaugurou sua volta às ruas após o pri-meiro turno na área Leste e emendou com uma marato-na de oito visitas na região, onde fez acenos ao eleitora-do. Foram visitados bairros como Jorge Teixeira, Muti-rão, Coroado, Nova Vitória, Mauazinho e João Paulo.

Tendo vencido o primeiro turno na capital, o candidato à reeleição reforçou a presença em regiões onde a diferença para o adversário foi pequena. Foi o caso da Zona Norte, que é fortemente assediada pelo governador durante o progra-ma de TV. A região foi visitada pelo menos cinco vezes pelo governador, em datas diferen-tes. Melo também visitou as comunidades da zona rural e

um bairro da Zona Oeste, onde obteve vitória.

O governador não congelou as passagens pelo interior, tendo em vista a vitória de Eduardo Braga em mais da metade dos municípios. Melo inaugurou a volta ao interior em Iranduba e em Maués, onde foi derrotado. A Parintins, onde obteve quase 9 mil votos a me-nos que Braga, o governador enviou o seu aliado e senador eleito Omar Aziz (PSD). Ainda ontem, Melo passou por Itaco-atiaria e Rio Preto da Eva.

Braga se articulaCom menos comícios na

capital e nenhuma passagem pelo interior, o senador Eduar-do Braga priorizou a Zona Nor-te da capital, por onde passou quatro vezes e fez um comício

com o ex-presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva. O senador fortaleceu ainda a presença na Zona Leste, onde obteve vitória, com duas visitas ao maior colégio da capital. Após ser derrotado na Zona Oes-te, a região foi alvo de cinco visitas do candidato.

O interior ainda não foi alvo no segundo turno da campa-nha de Braga, que se desdo-bra para aumentar a diferença apertada com o adversário na capital e evitar que o eleito-rado do PSB do ex-candidato ao governo, deputado Marcelo Ramos, em terceiro lugar com 180 mil votos, migre para José Melo. O senador tem grande fatia dos programas para ace-nar para o eleitor jovem.

Braga também teve ainda encontros com empresários

do Polo Industrial de Manaus (PIM), com empresários do setor da Construção Civil e com sindicato que representa a classe de médicos. A estraté-gia do senador é avançar em setores que deram vantagem ao adversário no primeiro tur-no. Alguns desses encontros foram mediados pela candi-data a vice, deputada federal Rebecca Garcia (PP).

A última pesquisa Ibope di-vulgada no dia 17 deste mês apontou que Melo “tem mais simpatizantes entre os eleito-res do Amazonas que possuem ensino superior, segmento em que tem 56% das intenções de voto”. Já Braga tem melhor desempenho entre os “me-nos escolarizados (aqueles que cursaram até a 4ª série do ensino fundamental), com

51% das menções”.

Disputa para presidente também tem intensidade

Apesar de nenhum dos dois candidatos à Presidência da República vierem a Manaus neste segundo turno, as ba-ses de cada candidato in-tensificaram as ações em todo o Estado. No último sábado, os petistas estive-ram atuando em bairros da Zona Centro-Sul e Sul, onde a candidata teve menor expressividade de votação.

Já os tucanos decidiram ata-car mais as zonas Oeste e Leste. Somente nesta semana, dois grandes comícios orga-nizados pelo prefeito Arthur Neto (PSDB) foram realizados, um no bairro Tancredo Neves e outro na Compensa.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

onde tiveram poucos votos

VISITAS DOS CANDIDATOS NO 2º TURNO

Manaus Interior

Zona Leste 10 Iranduba

Zona Norte 9 Maués

Zona Oeste 6 Parintins

Zona Sul 2 Itacoatiara

Zona Rural 2 Rio Preto da Eva

Neste segundo turno, Eduardo Braga e José Melo intensifi caram suas campanhas em regiões onde perderam as votações

Melo tem aumentado suas visitas ao interior, onde teve menor quantidade de votos

que o adversário

Braga tem priorizado capital para fazer campanha. Zonas

como Norte e Leste estão entre as demandas

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Em Itacoatiara, José Melo visita comunidades ruraisCandidato à reeleição, governador percorreu comunidades de Itacoatiara e prometeu diversas obras de infraestrutura

O governador e can-didato à reeleição, José Melo (Pros), fez a movimenta-

ção de campanha em co-munidades de Itacoatiara (a 270 quilômetros de Ma-naus), ontem (22). O can-didato do Pros apresentou suas propostas de governo nas comunidades de Vila de Fátima, Novo Remanso, Arari e Lindoia, com caminhadas e reuniões com a população ao longo do dia. À noite, Melo promove o último comício em Manaus, no bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste.

Em Itacoatiara, Melo apre-sentou suas propostas na educação, saúde, segurança pública e desenvolvimento econômico. Disse que pla-neja duplicar a estrada AM-010 e construir um grande porto para embarque e de-sembarque de mercadorias e insumos do Polo Indus-trial de Manaus (PIM) em Itacoatiara. O governador é favorável ao rebaixa-mento do linhão de Tucu-ruí para o município e a extensão dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM), para a Região Metropolitana de Manaus.

“Eu vou defender a exten-são dos benefícios da Zona Franca para a região metro-politana. Com isso, vamos atender os novos projetos e suprir a carência de fal-ta de terrenos que temos

hoje. Defendo também que o grande por-to da indústria seja em Itaco-atiara”, disse.

CaminhadaJosé Melo

iniciou sua caminhada pelas comunidades e voltou para Manaus à noite. Pela ma-nhã, concedeu entrevista ao vivo na Rádio Amazonas FM. Por duas horas, o candidato apresentou suas propostas em diversas áreas. Ressal-

tou a criação do Banco do Povo, os investimentos em segurança, saúde, educação, turismo e novos projetos econômicos para o Estado.

Reafirmou o compromisso de construção de 16 novos núcleos de Centro de Educa-ção Tecnológica do Amazo-nas (Cetam), com uma escola de formação da indústria e outra para o setor de servi-ços e comércio.

OBRASEm Itacoatiara, Melo apresentou suas pro-postas na educação, saúde, segurança e desenvolvimento. Disse que planeja duplicar a estrada AM-010 e cons-truir um grande porto no município

Melo fez campanha em Itacoatiara onde anunciou, caso seja eleito, um pacote de obras, como um porto para atender ao PIM

Em Itacoatiara, Melo foi recebido com festa pela po-pulação. Caminhou de casa em casa e fez reuniões nas quatro comunidades que visitou. Ouviu elogios, rei-vindicações e ressaltou que

vai investir forte para po-tencializar a economia dos municípios, investindo nas vocações e em projetos de piscicultura e fruticultura.

Segundo José Melo, uma das propostas é transfor-

mar Itacoatiara em uma cidade portuária, projeto que vem atrelado a outros grandes investimentos que aproveitam a posição ge-ográfica da cidade para a economia do Estado. A

posição hidrográfica de Itacoatiara, que mantém volume de água compatí-vel para receber grandes embarcações mesmo nos períodos de vazante, é um ponto forte.

Reivindicações da população do interior

DIVULGAÇÃO

Arthur: por um 2º turno sem sujeira

APELO

O prefeito de Manaus, Ar-thur Virgílio Neto, fez na tar-de de ontem (22), uma visita de cortesia à presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AM), desembargado-ra Socorro Guedes.

Durante o encontro, o chefe do executivo muni-cipal fez um apelo para que os candidatos e cabos eleitorais não espalhem santinhos pelas ruas, para evitar o transtorno ocorrido durante o primeiro turno.

O prefeito espera que nes-te 2º turno, o pleito ocorra sem grandes transtornos para a limpeza pública e destacou que não há neces-sidade de se jogar papéis nas ruas. De acordo com ele, o lixo gera custos para o município, vários trans-tornos para a cidade, além de ser de difícil coleta.

Durante o encontro com a desembargadora, o prefei-to obteve a informação de que os representantes das

duas coligações se compro-meteram em realizar um 2º turno livre de sujeira.

“O ideal é que ninguém jogue nenhum papel no chão. Eu faço um apelo para que mantenhamos a cidade limpa. Podemos evitar transtornos, princi-palmente porque estamos em um período com chuvas e qualquer lixo, em excesso, pode entupir bueiros e gerar outros prejuízos para todos nós”, comentou.

Em visita à presidente do TRE, Socorro Guedes, Arthur fez o apelo “sem santinhos nas ruas”

TÁCIO MELO Pesquisas eleitorais com novas regrasPassadas as eleições, o

presidente do Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE), Dias Toff oli, irá convocar os insti-tutos de pesquisa para fazer uma avaliação sobre os nú-meros apresentados ao lon-go da campanha. De acordo com ele, foram registrados muitos erros.

“Vamos chamar os insti-tutos para entender o que aconteceu. A primeira coisa que queremos é conhecer melhor, pois não foram er-ros pontuais e nem contra o partido ‘A’ ou partido ‘B’, mas erros sobre diversos resultados”, disse.

Segundo ele, tais erros alteram rumos de campa-nhas, podem mudar o voto de eleitores e infl uenciam a Bolsa de valores. Por isso, acredita que novas normas sobre as pesquisas podem ser propostas após reuniões com os institutos.

ProblemasApesar de pontuar que se

trata apenas de uma ideia inicial, uma vez que sequer se reuniu com as empresas de pesquisa, Toff oli afi rmou que a margem de erro dife-rente entre os levantamen-tos cria um problema para o eleitor. “Temos pesquisas com margens de erro di-ferentes, com índices de confi abilidade diferentes. Talvez isso devesse ser pa-dronizado para evitar que se compare alhos com bu-galhos toda a vez que duas ou mais pesquisas forem apresentadas”, disse.

PÓS-ELEIÇÕES

Toff oli vai chamar os institutos de pesquisas após as eleições

AE

Dias Toff oli ainda comen-tou que o próprio TSE, por meio de suas resoluções, poderia determinar a pa-dronização de índices. Disse também que o prazo para divulgação de pesquisas pode ser debatido.

“O STF já considerou in-constitucional a proibição 15 dias antes da eleição, mas hoje o STF é outro e muitos países proíbem neste perío-do. Mas o principal agora é entender o que aconteceu”.

O diretor-geral do Datafo-

lha, Mauro Paulino, conside-rou importante a disposição do TSE de ouvir os institutos. “Um aspecto que merece ser rediscutido, por exemplo, é essa obrigação de registrar pesquisa com cinco dias de antecedência no caso das que serão divulgadas pela imprensa. Cinco dias é um prazo muito grande. Foi um dos fatores que mais moti-vou especulações no mer-cado fi nanceiro e deu opor-tunidade para espertalhões criarem pesquisas clone”.

Ideia: padronizar levantamentos

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3MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Artistas declaram apoio à Dilma

Uma parcela formada por 31 artistas do Amazo-nas, ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), defen-deu, nesta quarta-feira (22), a reeleição da presidente Dilma Roussef por enten-derem que o país avançou nos últimos 12 anos com a administração petista.

Para nomes como Dori Carvalho, Fares Abinader e Djalma Cosme, os programas sociais começaram no gover-no Lula, em 2008, e devem continuar pois tiraram o país da miséria e possibilitaram a inclusão social de milhares de brasileiros. O grupo se reuniu na comitê da presidente Dil-ma em Manaus, localizado na Cachoeirinha, Zona Sul.

O poeta Dori Carvalho mostrou insatisfação com o governo tucano e disse que sempre esteve ao lado do PT pelo que já viveu e presenciou no país. “Eu tenho ouvido e

tenho lido tanta raiva, tanta grosseria sobre a presiden-te Dilma e o ex-presidente Lula, em que até hoje há um preconceito e uma dis-criminação sobre a questão social, como por exemplo a formação do Lula. Os ad-versários não gostam muito quando a gente diz que eles são arrogantes, mas eles são arrogantes e dizem que quem vota na Dilma é desinforma-do”, disse Carvalho.

O poeta ainda falou sobre a adesão ao movimento e a não aceitação de parte dos brasileiros sobre a de-claração do apoio de Chico Buarque de Holanda à Dilma. “Eu estou nesse movimento e brigo nas redes sociais porque eu quero. Eu nunca pedi e nunca me foi oferecido nada por isso. É uma questão de convicção pessoal e his-tórica na minha vida. Agora, por exemplo, estão enxova-lhando um dos homens mais dignos deste pais, Francisco Buarque de Holanda, porque

ele declara apoio para Dilma. É claro que o governo atual tem falhas, mas isso não signifi ca que agora eu vou para o outro lado, porque tenho desilusões”.

O jovem Ruan Octavio que faz parte da Associação Ar-tística de Periferia, que atua junto com a Federação de Teatro do Amazonas (Fetam), desde 2008, disse que o pro-jeto tem feito mudanças nas periferias da capital e deve isso ao governo do PT. “Nós usamos a cultura como veí-culo de transformação social. Nossa intenção é despertar o lúdico e o crítico. E nos-sos recursos são vindos do governo federal. O projeto é formado por cinco grupos, com 200 pessoas, cada”, afi r-mou o jovem.

Os manifestantes, após a reunião, seguiram rumo à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no Ja-piim, também Zona Sul, onde encerraram o ato com um “bandeiraço”.

CAMPANHA

Para Dori Carvalho, os programas sociais, que começaram no governo Lula, deram certo

RAIMUNDO VALEMTIM

TRE manda Braga retirar do ar material contra MeloDecisão do juiz Carlos Queiroz ontem determina que Braga não utilize material contra Melo em seus programas de TV

O Tribunal Regional Eleitoral do Amazo-nas (TRE-AM) de-terminou a retirada

imediata do ar da campanha negativa contra o governa-dor e candidato à reeleição José Melo (Pros), veiculada no programa eleitoral de rá-dio e televisão do candidato Eduardo Braga. A decisão é do juiz-auxiliar do TRE-AM, Francisco Carlos de Queiroz, e foi expedida no início da tarde desta quarta-feira, dia 22 de outubro.

Em sua decisão, o juiz afi r-ma que a ligação estabelecida pela propaganda de Braga de um suposto envolvimento da campanha de José Melo com o crime organizado tende a difamar a imagem de Melo, é uma propaganda negativa do Amazonas para o restan-te do país e também leva à sociedade amazonense um clima de insegurança geral. A liminar foi concedida após pedido da assessoria jurídica da coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente.

“Dizer que o representante estabelece ligação de troca de favores com indivíduos que co-mandam o crime organizado no Estado, sem que tal vín-culo esteja sufi cientemente comprovado é afi rmação que tende não somente a denegrir a imagem pública do candi-dato, mas também confere selo de propaganda negativa ao nosso Amazonas, além de levar a sociedade um clima de insegurança geral”, descreve o juiz, na decisão.

A campanha de Eduardo Braga propagou informação inverídica, de conteúdo inju-rioso e difamatório contra José Melo. Nas peças leva-das ao ar desde segunda-feira, os comentários sobre matérias veiculadas na im-prensa são feitos de forma a estabelecer a ligação do conteúdo das denúncias com a administração do gover-nador José Melo, sem que haja comprovação.

A decisão do TRE-AM segue juris-p rudênc ia do Tribunal S u p e r i o r E l e i t o r a l (TSE) que proibiu a veiculação de ataques e pro-pagandas negativas nas cam-panhas presidenciais deste ano. Em sua decisão, o juiz Francisco Carlos de Queiroz ressalta que a Corte Superior Eleitoral manifesta crescente preocupação com a deterio-ração do nível de peças publi-citárias nas eleições de 2014. Diz, ainda, que tais materiais de ataques “prestam desser-viço ao debate eleitoral fértil e autêntico e, em maior es-

cala, à própria democracia”. O descumprimento da liminar expedida pelo TRE-AM acar-retará para a coligação de Eduardo Braga multa diária de R$ 10 mil. O pedido de liminar da coligação de Melo solicita ainda o direito de resposta, pelo tempo de dez minutos, no programa elei-toral do candidato do PMDB, ponto que ainda será julgado pelos juízes da propaganda no Amazonas.

Conteúdo apócrifo – Na semana passada, o setor de fi scalização do TRE-AM fl a-grou panfl etos apócrifos e difamatórios contra o gover-nador e candidato à reeleição José Melo sendo distribuídos em Manaus. Qualquer campanha negativa feita pelo seu adversário Eduardo Braga, relacionada ao nome de José Melo, está proibida

LUANA DÁVILAEquipe EM TEMPO ON LINE

REPRODUÇÃO

INFORMAÇÃO Em decisão, o juiz Francisco Queiroz, afi rmou que a ligação estabelecida pela pro-paganda de Eduardo Braga sobre envolvi-mento da campanha de Melo com o crime organizado é negativa

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4 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

PT quer se vingar do juiz que detonou o Petrolão

A começar pelo presidente do PT, Rui Falcão, que espu-ma de raiva quando se refere ao juiz federal Sérgio Moro, aquele que desmantelou o esquema de corrupção insta-lado na Petrobras em 2006, no governo Lula, até metade do governo Dilma, o PT de-cidiu representar contra o magistrado no Conselho Na-cional de Justiça. As críticas a Moro já foram rechaçadas por entidades de magistra-dos e de procuradores.

Depoimentos públicosO PT acusa Moro de “vazar

depoimentos”, na verdade públicos, do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do megado-leiro Alberto Youseff .

IgnorânciaAs gravações dos depoi-

mentos de Paulo Roberto e Youseff não estavam prote-gidas por sigilo, como a pró-pria Justiça já esclareceu.

ArgumentaçãoOs advogados do PT ten-

tam construir a alegação de que o juiz “benefi ciou” a oposição ao autorizar a di-vulgação dos depoimentos.

Nada a declararO advogado Antônio Fi-

gueiredo Basto pedirá ao juiz Sérgio Moro para can-celar a ida de Youseff à CPMI do Petrolão: “Seria perda de tempo”.

Antes de reeleita, Dilma já escolhe ministério

A presidente Dilma sinali-zou a assessores próximos a intenção, caso vença domin-go, de demitir o ministro Pau-lo Bernardo (Comunicações) e nomear o deputado pau-lista Ricardo Berzoini (PT), atual ministro de Relações Institucionais. Ele enten-de tanto de Comunicações quanto de Previdência (pas-

ta que ocupou no governo Lula), ou seja, quase nada, mas conquistou a estima e a confi ança de Dilma nos últimos meses.

Caixinha, obrigadoPaulo Bernardo e a mulher,

Gleisi Hoff mann (PT-PR), fo-ram acusados de receber R$ 1 milhão do esquema de corrupção na Petrobras.

O delator falouA denúncia contra Pau-

lo Bernardo e Gleisi foi do operador do esquema de dinheiro roubado da Petro-bras, o ex-diretor Paulo Ro-berto Costa.

CrueldadeA gestão de Berzoini na

Previdência foi marcada pela crueldade de obri-gar velhinhos a se reca-dastrar pessoalmente em postos do INSS.

Apoio decisivoO candidato tucano Aé-

cio Neves sonha com um apoio que pode ser decisivo, na reta fi nal da campanha: Joaquim Barbosa, o ex-pre-sidente do Supremo Tribu-nal Federal, que o PT trata como inimigo nº 1.

Revolta de PezãoO governador fl uminense

Luiz Pezão (PMDB) fi cou re-voltado quando soube que Paulo Roberto Costa o citou entre benefi ciados de doa-ções. Ele disse que manteve relacionamento rigorosa-mente institucional com o ex-diretor da Petrobras, e deverá processá-lo na Justiça.

Trabalho escravo no TSERelatório preliminar da

empresa Sedek Tecnolo-gia & Informação aponta que em 2014 foram pro-tocolizados 21.632 pro-cessos no Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE). Dois terços deles após o início

das eleições.

Jogo dos 7 errosO PSDB minimiza, nos bas-

tidores, pesquisa Datafolha que colocou Aécio Neves qua-tro pontos abaixo de Dilma. Lembra que o instituto errou com José Serra em 2010, e com Aécio no 1º turno este ano.

Sem licitaçãoA Secom do Planalto en-

viou nota à coluna negando ter contratado o Ibope para aferir audiência “traço” da TV Brasil. Mas o Portal da Trans-parência expõe os extratos de contratos com “inexigibilida-de”, ou seja, sem licitação, para medir audiência em ao menos seis Estados.

Pizzaria em açãoCiente de que não daria

em nada a reunião da CPMI do Petrolão, ontem, a tropa de choque do governo nem apareceu. O único petista presente, além do relator Marco Maia (RS), foi Afonso Florence (BA).

Corruptice crônicaNa CPMI, o líder do PPS,

Rubens Bueno (PR), afi rmou que a Petrobras deveria dar atestado de “corruptice crô-nica”, enquanto Afonso Flo-rence (PT) foi ridicularizado ao apelar para o “coração valente” de Dilma.

Escolta da PFA pedido do vice-presiden-

te Arlindo Chinaglia (PT-SP), a Secretaria-Geral da Câmara pediu ao Ministério da Justiça o restabelecimento da escol-ta da Polícia Federal ao depu-tado Luiz Couto (PT-PB).

O nome do votoO governador do DF,

Agnelo Queiroz (PT), fora do segundo turno, deci-diu recomendar voto nulo aos eleitores petistas. É o voto Agnulo.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

O padre e a piada

www.claudiohumberto.com.br

Não vou me calar diante das mentiras que Dilma vem assumindo”

SANDRA STARLING (MG), ex-deputada e fundadora do PT, declarando voto em Aécio Neves

Pegou mal a piadinha que o presidente da CNBB, dom Jaime Chemello, contou durante palestra no auditório do STJ sobre os meios de combater a corrupção no País. Chemello contou aquela conhecida historinha que narra a criação do Brasil. Ele advertiu que a anedota não se referia ao Brasil, mas sim “a um país da América do Sul”. Não colou:

- Quando criou esse país, Deus o poupou de vulcões, terremotos. E colocou nele praias mara-vilhosas, cachoeiras, terra férteis, petróleo. Aí um anjo perguntou para que tanto privilégio num país só! Deus respondeu: “Espera para ver o povinho que eu vou colocar lá...”

Para dom Chemello, parece que isso é bíblico.

Agenda dos candidatos

Candidato pela manhã reúne com coordenado-res de campanha. À tarde, faz preparação para debate político e à noite participa de debate em emissora de TV local.

EDUARDO BRAGA

Candidato concede entrevista a uma emissora de rádio local e à noite participa de debate em emissora de TV.

JOSÉ MELO

Ontem, governador José Melo anunciou algumas mudanças no sistema para atuação do serviço neste segundo turno

Segurança pública estádefi nida para as eleições

Durante votação de dominfo, cerca de 3,8 mil policiais estarão fazendo a segurança no Amazonas

Com o objetivo de afastar possíveis ru-mores sobre o uso do aparelho policial em

benefício de sua campanha à reeleição, como aconteceu no 1º turno, o governador José Melo anunciou, ontem, que vai transferir à presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), desembargadora Socorro Guedes, o comando do sistema de Segurança Pú-blica do Amazonas das 6h às 18h no dia da eleição.

O sistema de segurança engloba as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e Corregedoria-Geral. “Para que não paire nenhuma ideia sobre o meu comportamen-to, determino que o coman-do de segurança estará nas mãos da desembargadora até as 18h. Com isso, de-claro que toda a segurança pública estará a serviço do TRE”, garantiu o governa-dor, ao ressaltar que estava

abrindo mão de sua prer-rogativa de “comandante e chefe das polícias”.

O anúncio de transferência de comando foi feito por José Melo ao lado do secretário de Segurança, Paulo Roberto Vi-tal, do comandante da Polícia Militar, coronel Marcos César, e do delegado-geral da Polícia Civil, Josué Rocha.

O governador declarou que informou sobre a decisão ao ministro da Justiça, José Edu-ardo Cardozo, e o presidente do pleito no Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE), ministro Dias Tófolli.

Durante a votação, no próxi-mo domingo, cerca de 3,8 mil policiais civis e militares es-tarão envolvidos diretamente com a Segurança Pública na capital e no interior do Esta-do, segundo informou o se-cretário de Segurança, Paulo Roberto Vital. Ele disse que o esquema de segurança fun-cionará da mesma maneira que ocorreu no primeiro turno, quando nenhuma ocorrência grave foi registrada. A corre-

gedora-ge-ral informou t a m b é m que não foi registrada n e n h u m a ocorrência com denún-cia contra agentes de Segurança.

O Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) permanecerá à disposição do TER-AM e cada juiz eleitoral responsável por zonas elei-torais terão apoio de um ofi -cial superior da Polícia Militar para garantir a plena atuação da Justiça Eleitoral em todo o Amazonas. O delegado-geral, Josué Rocha, informou que a Polícia Civil, que empregará cerca de 1 mil policiais na ope-ração na capital e no interior, também atuará em apoio ao trabalho dos juízes eleitorais dentro de suas jurisdições. “Garantiremos a segurança dos magistrados caso eles queiram realizar diligências dentro das zonas pelas quais são responsáveis”, declarou.

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Candidatos não foram notifi cados

SANTINHOS NA RUA

Candidatos que tiveram os santinhos recolhidos em grande volume, em áreas próximas a locais de vota-ção no primeiro turno das Eleições 2014, ainda não foram notifi cados.

De acordo com o Ministé-rio Público Federal, o caso ainda está em fase de inves-tigação. O Ministério Público Eleitoral recebeu documen-tos e vídeos da Justiça Eleito-ral, entregues pessoalmente pelo juiz Adalberto Carim, da Vara Especializada em Meio Ambiente, a fi m de haver a fi scalização e pu-

nição dos responsáveis por sujar as avenidas.

A partir do recebimento do material, o MPF adotou duas providências: 1) re-quisitou a instauração de inquérito na Polícia Fede-ral, para apurar eventual prática de crime eleitoral por parte dos candidatos apontados no documento e das pessoas que apa-recem nas imagens espa-lhando material de cam-panha de forma indevida; e em seguida encaminhou toda a documentação ao Ministério Público do Es-

tado do Amazonas para apuração de eventual cri-me ambiental decorrente do despejo de material de papel nas ruas da cidade de Manaus, uma vez que o MPF não possui competên-cia para atuar sob a ótica ambiental nesse caso.

Em nota, a assessoria de comunicação do MPF infor-mou que no momento não há processo na Justiça. Por es-tar em fase de investigação, as partes só serão chama-das ou notifi cadas se o órgão que conduzir a investigação entender necessário.

No primeiro turno da eleição, a cidade fi cou suja com vários santinhos de candidatos

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KARINE PANTOJAEquipe DO AGORA

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5MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Bancos se negam a repassar dadosO presidente da Comissão

Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofi lia, deputado estadual Abdala Fraxe (PTN), repudiou, em pronunciamento, na ma-nhã desta quarta-feira (22), as atitudes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em não prestar as informa-ções solicitadas pela comissão, referentes à quebra de sigilo bancário da Prefeitura de Coari. O presidente garantiu que irá tomar medidas sérias contra as duas instituições.

De acordo com o parlamen-tar, a exemplo do que inicial-mente ocorreu com o Banco Bradesco, o Banco do Brasil também enviou comprovantes de transações de forma desor-ganizada e sem os extratos, que são extremamente necessários para o andamento das investi-gações. Após ser ofi ciada pela CPI, a instituição alegou que as

partes benefi ciárias dos valores repassados pela prefeitura não são objetos de investigação, contrariando os poderes, garan-tidos em lei, da comissão.

“Essa resposta enviada à CPI, a meu ver, não passa de uma brincadeira de um banco federal que não está respondendo com a realidade dos fatos. Quem decide quem deve ser investigado ou não é a CPI da Pedofi lia e não o Banco do Brasil, Caixa Econômica ou qualquer outro banco. A essas instituições cabe nos responder, a lei nos garante isso”, explicou o presidente da CPI.

O parlamentar enfatizou que as instituições bancárias estão se negando a colaborar com a investigação que está sendo feita pela CPI. “Eu posso afi an-çar que, a partir do momento que essa investigação chegue a um fato concreto, de que o dinheiro da prefeitura não foi

usado para fi nanciar a pedofi -lia, nós seremos os primeiros a dizer que não houve nada, mas sem essa documentação na mão, as primeiras pessoas

a serem citadas no relató-rio da comissão serão as que compõem a superintendência do Banco do Brasil no Ama-zonas, pela incompetência de questionar o pedido que está

sendo feito”, completou.

Prazo negado à Caixa Eco-nômica

O presidente da CPI também informou que negou o pedido da Caixa Econômica Federal de dilatação do prazo de entrega da documentação por mais 60 dias. “A Caixa já havia pedido 60 dias, que foram concedidos, e agora pediu o prazo de mais 60, o qual não concordamos. Não quero crer que o Banco do Brasil e Caixa estejam recebendo algum tipo de ingerência para não nos enviar esses dados”, ressaltou.

O deputado fi nalizou o seu pronunciamento garantindo às duas instituições que, caso não receba as informações solicitadas, de maneira ade-quada, irá tomar as medidas mais graves possíveis, dentro dos poderes assegurados à CPI da Pedofi lia.

CPI DA PEDOFILIA

Abdala Fraxe repudiou os bancos do Brasil e Caixa Econômica

ASSESSORIA ALEAM

CMM recebe até segunda emendas para a LOA 2015Cada vereador tem uma cota de R$ 300 mil para disponibilizar com projetos da Lei Orçamentária Anual do próximo ano

Os vereadores terão cinco dias, a contar da próxima segun-da-feira (27), para

apresentar emendas à Lei Or-çamentária Anual (LOA) 2015. Foi o que adiantou, nesta quar-ta-feira (22), em discurso no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), o relator da peça orçamentária anual, vereador Walfran Torres (PTC), ao anunciar a abertura ofi cial do prazo para que os par-lamentares apresentem suas demandas dentro da cota orça-mentária disponibilizada para este fi m, no valor de R$ 300 mil por vereador.

De acordo com Walfran Torres, o Executivo Municipal criou uma rubrica própria no Projeto de Lei Orçamentária 2015 no valor de R$ 12,3 mi-lhões para abrigar as emendas

dos parlamentares.O Projeto de Lei nº 289/2014,

de autoria do Executivo Muni-cipal, que trata da Lei Orça-mentária Anual (LOA) 2015, foi aprovada, na última terça-feira (21), pelas comissões de Cons-tituição, Justiça e Redação da Câmara Municipal de Manaus (CCJR/CMM) e de Economia, Finanças e Orçamento (CFEO). Os pareceres favoráveis das comissões deverão ser vota-dos, na segunda-feira (27), no plenário da casa legisla-tiva. O mesmo deve ocorrer com o PL nº288/2014, que trata da atualização do Plano Plurianual (PPA).

Diferentemente do que foi feito em relação ao exercí-cio fi nanceiro 2014, quando a Câmara trouxe os técnicos da Secretaria Municipal de Finan-ças (Seminf) para orientar o

staff técnico dos gabinetes na formulação das emendas, este ano, a estrutura será montada na própria Prefeitura de Ma-naus, que contemplará as uni-dades gestoras (secretarias) envolvidas nesse processo.

O relator da LOA 2015 pro-meteu apresentar, também, na próxima segunda-feira, os dias e os horários que essa equipe estará à disposição dos ga-binetes dos vereadores para dirimir as dúvidas sobre téc-nica legislativa, erro que vem inviabilizando a execução das emendas parlamentares.

Ao justifi car os atrasos na execução das emendas orça-mentárias de 2014, Walfran Torres fez uma analogia com as declarações da ministra do Planejamento Míriam Belchior (site da Agência Brasil), justi-fi cando o atraso das obras do

PAC 2 (Plano de Aceleração do Crescimento), do governo federal, com a declaração de que “o atraso é da regra do jogo, tem que se verifi car o tamanho proporcionalmente da obra a ser executada, umas maiores que as outras”. “Eu não estou querendo justifi car o atraso da execução de emendas com outro atraso, mas dizer que não importa em que esfera seja existem problemas devido às intercorrências”, explicou.

Na esfera municipal, segun-do ele, o ineditismo do prefeito (Arthur Neto – PSDB) em es-tabelecer cotas participativas aos vereadores, pegou a es-trutura despreparada. “Temos acompanhado o movimento de todos os atores envolvi-dos e vejo a preocupação do prefeito em otimizar esse processo, de forma que para

2015, criou na estrutura do orçamento rubrica específi ca para as emendas. As intercor-rências de 2014 foram mais de origem técnica”, completou.

AdequaçõesO vereador explicou, ainda,

que as adequações nas emen-das apresentadas deman-daram tempo maior do que esperado. Nesta quarta-feira, como ressaltou Walfran Torres, uma equipe da Semef esteve na Câmara, já tratando da montagem da estrutura para atender os vereadores.

Na ocasião também foi anunciado que a prefeitu-ra, por meio da secretaria, acatou a proposta da cumu-latividade das emendas não executadas. Na segunda-fei-ra (27), o vereador prometeu trazer para o plenário o cro-

nograma de emendas exe-cutadas e não executadas. O vereador que quiser, de acordo com Walfran, poderá transferir o crédito de 2014 para 2015. E exemplificou: se o vereador tiver execu-tado apenas uma de suas emendas no valor de R$ 150 mil de 2014, poderá acumu-lar os outros R$ 150 mil para as emendas de 2015. “Ne-nhum vereador terá prejuízo na sua emenda. Isso é uma garantia da própria Secre-taria de Finanças e também do prefeito”, afirmou.

Walfran Torres anunciou as medidas, um dia após os vere-adores de oposição Waldemir José, Rosi Matos e Professor Bibiano, do PT, irem à tribuna reclamar do atraso na execu-ção das emendas parlamenta-res de 2014.

Diferentemente do que foi feito no exercício fi nanceiro de 2014, quando a Câmara trouxe técnicos da Seminf para orientar o staff dos gabinetes, esse ano estrutura será da prefeitura

ROBERVALDO ROCHA/DIRCOM

ENFOQUE O presidente da Co-missão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofi lia na Aleam, Abdala Fraxe, desta-cou que as instituições bancárias estão se ne-gando a colaborar com as investigações

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6 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Ex-prefeito de Manaus, Amazonino Mendes terá suas contas de 2012 apreciadas pelo TRE no dia 5

AE

DIA 5 DE NOVEMBRO

Maioria do eleitorado do país, mulheres viram alvoPesquisa Datafolha mostrou que a presidente Dilma conta com 47% de intenção de votos entre as mulheres, contra 41% de Aécio

No mesmo dia em que Dilma Rousseff (PT) organizou uma carreata em home-

nagem às mulheres no centro de Duque de Caxias (RJ), o PSDB mobilizou em 16 Esta-dos o ato “Todas com Aécio por um Brasil Melhor”, con-centrando voluntárias para conversar com eleitores nas ruas. Ontem (22), a atenção que os presidenciáveis deram à ala feminina, representante de 52% do eleitorado, não ocorreu por acaso.

Pesquisa Datafolha, rea-

lizada na terça-feira (21), mostrou que a presidente e candidata à reeleição conta com 47% de intenção de vo-tos entre as mulheres, contra 41% de Aécio. Há duas sema-nas, outra pesquisa Datafo-lha indicava cenário diferente: 46% das eleitoras planeja-vam votar no tucano e 42% preferiam Dilma.

A inversão colaborou para a ultrapassagem numérica de Dilma em intenções de voto no Datafolha, apesar do ce-nário de empate técnico em todas as pesquisas realizadas

no segundo turno. Em 8 e 9 de outubro, Aécio tinha 46% dos votos totais (incluindo brancos, nulos e indecisos) contra 44% de Dilma; agora, a petista conta com 47%, enquanto Aécio osci-lou para 43%. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.

A pesquisa de hoje também indicou que 6% das mulheres ainda não sabem em quem vo-tar, enquanto somente 3% do eleitorado masculino se coloca como indeciso. A dedicação das campanhas, no entanto, vai além dos números.

FOTOS: REPRODUÇÃO

O confronto agressi-vo entre Dilma e Aécio, principalmente no deba-te UOL/SBT/Jovem Pan, de quinta passada (16), amenizado no confronto de três dias depois, no encontro promovido pela Record, rendeu acusações dos dois lados. Em propa-ganda na TV, a campanha

petista disse que Aécio tem dificuldade em respeitar as mulheres, lembrando outra discussão do tucano em debates, ainda no pri-meiro turno, com Luciana Genro (Psol).

A propaganda do PT foi suspensa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que retirou quatro minu-

tos de inserções de TV da coligação de Dilma por entender que a peça feria a nova orientação do tribunal, de permitir a veiculação apenas de pro-pagandas “de cunho pro-positivo”. Antes disso, no entanto, Dilma e o ex-pre-sidente Lula reiteraram a acusação feita na TV.

Candidatos baixam o tom na TV

TCE julga contas de AmazoninoAs contas do ex-prefeito

Amazonino Mendes do ano de 2012, referente ao úl-timo ano de administração do Executivo Municipal, serão apreciadas pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazo-nas (TCE-AM) no próximo dia 5 de novembro, às 9h30, em sessão especial. A data foi sugerida pelo conselheiro-re-lator da contas, Júlio Pinheiro, durante a sessão ordinária ontem (22), e aceita pelo colegiado de imediata.

As contas de Amazonino Mendes ingressaram na Di-visão de Expediente e Pro-tocolo do TCE no dia 27 de março de 2013 e, confor-me o Regimento Interno da corte de Contas, poderiam ser apreciadas até o últi-mo dia do mês dezembro deste ano pelo colegiado. O pleno, que faz a apre-ciação técnica da aplicação do orçamento, deverá emitir parecer prévio e o encami-nhará à Câmara Municipal de Manaus (CMM) para o julgamento no Legislativo.

Após a sessão especial, será realizada a 40ª sessão ordinária do TCE, segundo informou o conselheiro-pre-

sidente, Josué Filho.Em seu último ano de go-

verno, Amazonino Mendes administrou um orçamento em torno de R$ 3 bilhões, distribuídos entre 30 secre-tarias municipais.

Gestora Entre as prestações de con-

tas apreciadas ontem pela manhã, durante a 38ª sessão

do TCE, foi julgada a da dire-tora-presidente do Sistema Previdenciário dos Servido-res de Presidente Figueire-do (Sisprev), do exercício de 2012, Maria da Conceição Wanderley Lasmar, que teve as contas reprovadas por unanimidade. Por conta das

irregularidades detectadas, a gestora terá de devolver aos cofres R$ 314,9 mil, entre multas e glosa, em um prazo de 30 dias. A decisão ainda cabe recurso.

InfraçõesSegundo o relator do

processo, conselheiro Júlio Pinheiro, as infrações co-metidas pela diretora-pre-sidente violam princípios indispensáveis para uma boa administração. “As ir-regularidades demonstram grave desrespeito às dis-posições legais regulamen-tares, ou seja, fortes infra-ções às leis orçamentárias e fi nanceiras, assim como de gestão pública, por isso a prestação foi julgada ir-regular”, justifi cou o relator, em seu parecer.

Durante a sessão, ainda foi julgada a prestação de contas do Serviço Autôno-mo de Águas e Esgotos de Maués (Saee-Maués), exercício de 2013, de res-ponsabilidade de Edmilson Rocha de Oliveira. A presta-ção foi julgada regular com ressalvas, sem aplicação de multa.

PRAZOContas de Amazonino ingressaram no TCE no dia 27 de março de 2013 e, conforme o Regimen-to Interno da corte de Contas, poderiam ser apreciadas até o último dia do mês dezembro deste ano pelo colegiado

Com baixa popularidade entre as eleitoras, Aécio mobiliza 16 Estados para favorecer mulheres Já Dilma Rousseff segue na frente, segundo Datafolha, na preferência do eleitorado feminino do país

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7MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Laranja mentiu ao citar propina tucanaO advogado do doleiro Al-

berto Youseff , Antonio Augus-to Figueirdo Basto, diz que é “mentirosa” a citação feita por um dos laranjas do esquema de que integrantes do PSDB também receberam propina. O advogado entrou na Justiça com um pedido de acareação entre o laranja e o doleiro. O laranja, Leonardo Meirelles, disse em audiência na Justiça Federal na segunda-feira (20) ter ouvido o doleiro citar Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB que morreu em março deste ano, em uma conversa telefônica.

Meirelles contou também que havia outro parlamentar do PSDB envolvido no esquema de suborno, que seria do Paraná. A “Folha de S.Paulo” revelou na última quinta-feira (16) que o nome de Guerra havia sido mencionado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada como benefi ciário de R$ 10 milhões.

O senador e então presi-dente do PSDB teria recebido o montante para ajudar a es-vaziar a CPI da Petrobras em 2009. A reportagem da “Folha de S.Paulo” sobre Guerra não

fazia menção a Youseff . Se-gundo Figueiredo Basto, Mei-relles não conhecia o doleiro na época da CPI da Petrobras ou mesmo no ano seguinte. “O Leonardo disse em depoi-mento à polícia que conheceu o Alberto Youseff em 2012. Ou ele mentiu na polícia ou mentiu no depoimento à Justiça”.

ColaboraçãoAinda de acordo com Figuei-

redo Basto, seu cliente jamais trabalhou para o PSDB. “A colaboração do meu cliente é apartidária. Ele não está preser-

vando ninguém, mesmo porque perderia os benefícios se fi car provado que ele mentiu”.

Já Paulo Roberto Costa disse em seu acordo que o esquema benefi ciava principalmente três partidos (PT, PMDM e PP), mas citou o PSDB no caso da CPI da Petrobras.

Youseff decidiu fazer um acordo de delação premiada porque poderia ser conde-nado a mais de cem anos de prisão nas ações penais em que é réu. Ele prometeu contar o que sabe em troca de redução de pena.

DIZ ADVOGADO

O doleiro Youseff esteve envolvido na operação Lava-Jato

AE

‘Lula apequena sua biografi a com ataques’, afi rma Aécio Candidato tucano lamentou o tom agressivo das críticas do ex-presidente, que o chamou de “grosseiro” e “fi lhinho de papai”

O candidato a presiden-te da República pelo PSDB, Aécio Neves, afi rmou ontem (22),

em entrevista coletiva concedi-da em Belo Horizonte, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “apequena a sua biografi a” com o papel que vem execu-tando nesta campanha eleitoral. “Lamento que um ex-presidente da República se permita cumprir um papel tão inexpressivo nesse fi nal da campanha eleitoral. Só quem perde com isso é ele, ele apequena a sua biografi a com ataques torpes e absurdos”, afi r-mou o tucano.

No último dia 21, no Recife, o ex-presidente disse que Aécio Neves agride Dilma Rousseff (PT) e o povo do Nordeste “como os nazistas agrediam no tempo da Segunda Guerra”. Já no último dia 18, em Belo Horizonte, Lula disse que o comportamento de Aécio durante esta campanha “é o comportamento de um fi lhinho de papai”. “Não sei se ele teria coragem de ser tão grosseiro se o adversário dele fosse um homem”, discursou o petista.

Na entrevista coletiva, Aécio Neves também reafi rmou que vai manter o programa social Bolsa Família, e que não irá reduzir o papel dos bancos públicos na economia brasileira, tampouco demitir servidores dessas insti-tuições. “Nos últimos dias, têm sido distribuídos jornais e boletins apócrifos em que é dito que irei acabar com programas sociais e atacar os bancos públicos. É mentira. A mentira é a arma mais vigorosa da campanha da minha adversária. Esta eleição fi cará

marcada pela infâmia”, afi r-mou Aécio.

O candida-to terminou a entrevista a f i r m ando que tem con-fi ança na vi-tória, mas que a “decisão não está mais comigo, está com o povo brasileiro”.

Compromissos com MGApós o término da entrevista

coletiva para a imprensa nacional, Aécio Neves concedeu entrevis-ta somente para os veículos da imprensa do interior de Minas Gerais. “Não tenho dúvidas que meus compromissos e conheci-mentos sobre Minas Gerais esta-rão sempre a serviço de Minas”, disse o candidato.

Aécio falou também de sua eventual relação com o gover-nador eleito de Minas, Fernando Pimentel (PT). “Minha relação com o governador será uma relação republicana. Acima dos interesses políticos, está o interesse das pessoas. E eu serei o presidente da descentralização, o presidente que vai fortalecer os Estados”.

Sobre a eventual manipula-ção das pesquisas eleitorais, Aécio disse que “as pesquisas erraram muito”.

“Na véspera do primeiro turno, davam uma diferença de 18 pon-tos entre a minha candidatura e a candidatura ofi cial. No fi nal, foi de oito pontos percentuais. Mas isso não muda minha estratégia. Minha campanha é aquela dos que querem mudanças. Isso vai prevalecer nas urnas”. Ex-presidente Lula fez duras críticas à postura do candidato Aécio Neves que, segundo ele, falta com o respeito à presidente Dilma

DIVULGAÇÃO

No fi nal da semana pas-sada, o ex-presidente Lula fez, durante comício em Belo Horizonte, duros ataques ao senador Aécio Neves. Na ocasião, o petista chamou o candidato tucano de “moço vingativo” e “fi lhinho de pa-pai,” que age com grosseria e desrespeito para com a presidente Dilma, como teria acontecido, na avaliação do ex-presidente, no debate do SBT: “Eu disputei muitas elei-ções nesse país, eu nunca vi um cidadão faltar tanto com o respeito com uma presidente quanto o nosso opositor está fazendo,” avaliou.

“Eu não tinha coragem de ser grosseiro com o Collor, eu não tinha coragem de ser grosseiro com o Serra, eu não tinha coragem de ser grosseiro com o Alckmin, nas eleições que eu partici-pei e nas eleições que eu per-di contra o Fernando Hen-rique Cardoso. Pega uma palavra minha chamando o candidato de mentiroso. Pega uma palavra minha chamando o candidato de leviano. O comportamento dele não é de um candida-to com responsabilidade, o comportamento de um fi lhi-nho de papai”, disparou.

‘Grosseiro e filhinho de papai’ O senador eleito pelo Rio,

Romário (PSB), e a ex-se-nadora Marina Silva (PSB) gravaram mensagens de apoio ao candidato do PSDB, Aécio Neves, para o horário eleitoral gratuito.

Os dois pessebistas são alguns dos apoios mais im-portantes obtidos pelo tucano desde que passou para o se-gundo turno. Marina já havia aparecido no horário eleitoral de Aécio, em imagens grava-das no dia em que ela ofi ciali-zou seu apoio pessoal a ele.

A ex-senadora, derrota-da no primeiro turno após uma intensa série de ata-

ques do PT e da campanha da presidente Dilma Rousse-ff , se uniu a Aécio dizendo que ele, hoje, representa o “movimento de mudança”.

Romário, adesão mais re-cente, é considerado um cabo eleitoral de peso para o tucano em um colégio eleitoral impor-tante, o Rio. Com expressiva votação para o Senado, ele gravou uma mensagem de apoio a Aécio ontem (22), no início da tarde.

Aécio conta com esses depoimentos para enfrentar o que tem chamado de “a campanha mais suja” desde a redemocratização.

Marina e Romário aderem ao PSDB

O senador eleito Romário aderiu à campanha de Aécio Neves

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8 MANAUS, QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMRaphael Lobato,Joelma Muniz, Luana Dávila eAssessorias

REVISÃOGracycleide Drumond e João Alves

DIAGRAMAÇÃOKleuton Silva, Klinger Santiago,Leonardo Cruz e Marcelo Robert

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Presidente e candidata do PT, Dilma Rousseff cumprimenta eleitores em sua visita à cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro

A presidente e candida-ta à reeleição, Dilma Rousseff (PT), retomou os ataques ao governo

dos PSDB, do candidato adver-sário Aécio Neves, e afi rmou, ontem (22), em Uberaba (MG), que o ex-presidente Fernan-do Henrique Cardoso bateu o recorde de desemprego em 2002. “Nós sabemos quem é que no passado desempregou. Sabemos quem é que bateu o recorde de desemprego em 2002: o governo de Fernando Henrique Cardoso”, disse ela em um rápido comício após um passeio em carro aberto nas ruas centrais de Uberaba.

Segundo ela, em 2002, o Brasil superou 11 milhões de desempregados e só perdeu para a Índia naquele ano, com 41 milhões de desemprega-dos. Os ataques foram ainda direcionados ao ex-presiden-te do Banco Central Armínio Fraga, “nomeado” ministro da Fazenda por Aécio durante a campanha e que deve assumir o cargo caso o tucano seja eleito. “Está em jogo o salário

mínimo que o candidato dele a ministro da Fazenda acha alto demais”, disse a presidente sem nominá-los.

A presidente lembrou que a família da mãe dela viveu em Uberaba e fez questão de exaltar suas raízes mineiras. Na mesma cidade do Triân-

gulo Mineiro, Aécio, dez dias antes do primeiro turno, disse que o Brasil teria o primei-ro presidente mineiro desde Juscelino Kubitschek. “Numa eleição a gente tem de voltar às raízes, olhar de onde e de quem nós saímos e eu saí do

berço mineiro, saí dessa terra das Gerais”, afi rmou.

Programas sociaisA presidente exaltou as polí-

ticas sociais do governo fede-ral, repetiu que muito tem de ser feito pelo Brasil e pediu aos cerca de mil presentes que defendam as conquistas. “Temos a única política dos últimos anos de construção de habitação, que é o Minha Casa, Minha Vida. Vamos transfor-mar e trazer desenvolvimento para Minas Gerais e vamos à vitória no dia 26”, disse. “Esta eleição virou”, encerrou ela, no breve comício na praça Zumbi dos Palmares.

Bate-boca em comício Um desentendimento entre

militantes do PT e do PSDB durante comício de Dilma Rous-seff terminou em bate-boca e empurra-empurra na praça Zumbi dos Palmares, em Ubera-ba, no Triângulo Mineiro, onde a candidata discursou ontem.

No momento em que Dilma falava ao público, cerca de 20

pessoas com camisetas com as cores do partido e com adesivos de Aécio Ne-ves (PSDB) chegaram ao ato, causan-do um princípio de confusão, que foi logo contido. O discursou dela durou cerca de dez minutos.

Guerra de coresPela manhã, uma “guerra de

cores” movimentou o centro da cidade. Bandeiras azul e branco, do candidato Aécio Neves, tre-mulavam na esquina da avenida Leopoldino de Oliveira com a rua Artur Machado, interditada para que a presidente Dilma fi zesse o ato.

Ela percorreu a via, toma-da por bandeiras vermelhas, sobre uma camionete antes de chegar à concentração, na praça. Cerca de 400 pessoas, segundo um policial militar, acompanharam a presidente. Além do princípio de confusão, não houve mais incidentes.

E-mail corporativo de banco é usado pró-PT

Uma funcionária do Banco do Nordeste, em Fortaleza, usou o e-mail corporativo para convo-car colegas a uma ma-nifestação em defesa da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). A secretária da diretoria de desenvolvimento sus-tentável do banco, Maria Ronilda de Oliveira, pediu no e-mail que colegas de trabalho levassem “faixas e bandeiras” e fossem ves-tidos de vermelho, o que, escreveu, proporcionaria a “oportunidade de fazer uma foto boa”.

A mensagem, envia-da às 13h59 da última segunda-feira (20), traz a saudação “boa tarde, companheiros e compa-nheiras”, e fornece instru-ções sobre o ato. “A ideia é que os participantes che-guem às 8h e comecem a abordagem aos car-ros, entregando adesivos e bandeirinhas”.

O ato em questão ocor-reu ontem (22) pela ma-nhã, em frente à sede do banco, em Fortaleza.

Segundo relatos de funcionários da institui-ção federal, cerca de 30 pessoas participaram, por uma hora, da mobilização em apoio às candidaturas de Dilma e de Camilo San-

tana (PT), que concorre ao governo do Ceará.

O grupo se dividiu em dois. A maior par-te fi cou em frente ao banco plotando veí-culos e distribuindo adesivos e panfl etos. Dois militantes fi caram na porta dos fundos entregando adesivos.

IrregularA reportagem tentou

contato com Maria Ro-nilda, mas ela não aten-deu às ligações. Em nota, o banco informou que o uso do correio eletrônico corporativo obedece a normas e deve se res-tringir “exclusivamente à fi nalidade institucional”. Também afi rmou que a funcionária foi notifi cada e que a área de disciplina estuda o caso.

O Banco do Nordeste é um banco público federal voltado para ações de fo-mento na região.

Na campanha presiden-cial, Dilma Rousseff tem feito defesa constante do atual modelo de ges-tão dos bancos públicos federais, atribuindo ao adversário Aécio Neves (PSDB) a intenção de en-fraquecer o papel social das instituições, o que os tucanos negam.

FORTALEZA

Banco do Nordeste foi alvo de denúncia de favorecimento

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Em discurso na cidade mineira de Uberaba, presidente Dilma Rousseff retomou os ataques ao governo dos tucanos, com ênfase em Fernando Henrique Cardoso

‘Governo FHC bateu recorde de desempregos em 2002’

GESTÃOSegundo Dilma, em 2002, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil su-perou 11 milhões de desempregados e só perdeu para a Índia na-quele ano, com o índice de 41 milhões

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