Eleições 2014 - 27 de outubro de 2014

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Especial MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial 173.699 mil votos foi a vantagem obtida por Melo, que venceu na capital e no interior De virada, Melo vence na capital e no interior Novo governador do Amazonas com 55,55% dos votos, José Melo tem mais quatro anos de mandato garantido A pós três meses de uma campanha em que o adversário se manteve à frente nas pesquisas, o governador José Melo (Pros) se reelegeu on- tem para um novo mandato no governo do Amazonas. Melo superou o desempenho alcançado no primeiro turno e obteve vitória na capital e no interior, com 55,55% dos votos, contra 44,45% do senador Eduardo Braga (PMDB). A vantagem de Melo foi de 173.699 mil votos. Com 11 pontos percentu- ais acima do registrado pelo adversário, o governador alcançou 869.617 mil votos contra 695.972 mil do ad- versário peemedebista. O re- sultado foi visualizado pela reportagem do EM TEMPO às 23h31 de ontem, quan- do o aplicativo de apuração disponibilizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER-AM) ainda informava que 1.192 votos não haviam sido contabilizados pelo órgão. Os votos obtidos por Melo na capital amazonense foram decisivos para a vitória do governador, que obteve em Manaus quase a totalidade da vantagem contra o adversá- rio. O percentual na capital foi de 59,05%, 545 mil votos, para Melo, contra 40,95% dos vo- tos, 377.995 mil, para Braga. O governador reeleito já havia registrado vitória no primeiro turno da capital. No entanto, o desempenho do segundo turno foi seis vezes maior. No interior, Eduardo Braga, que havia ganhado no primei- ro turno com vantagem de 26 mil votos, foi ultrapassado por José Melo, acirrando o resulta- do. A vantagem do governador na região foi de pouco mais de 6 mil votos. Os resultados finais da apuração do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) apontaram que, entre os 62 municípios do interior, Melo obteve 324.616 mil votos, con- tra 318.356 de Braga. Analistas políticos ouvidos pela reportagem afirmaram houve intensa migração dos votos do terceiro lugar do primeiro turno, Marcelo Ra- mos (PSB), para José Melo. O deputado socialista obteve a fatia esmagadora dos seus 180 mil votos na capital ama- zonense, onde Melo emplacou a vantagem decisiva, em nú- mero similar ao alcançado por Ramos. No interior, a disputa virou a favor de Melo, mas o resultado foi apertado. Abstenção foi alta O número de abstenções foi três pontos percentuais acima do registrado na pri- meira votação. 503.243 mil amazonenses deixaram de ir às urnas ontem, um percen- tual de 22,62%. No primeiro turno, o percentual foi de 19,49%, com 433.813 mil fal- tosos. Houve leve aumento no percentual de votos brancos e nulos no segundo turno, com 9,04%, ou 155.613 mil. No pri- meiro turno esse percentual havia sido de 8,3%. O dado curioso do re- sultado obtido pelo gover- nador reeleito é que o per- centual de votos registrados por José Melo, de 55,55%, foi o mesmo número usado pelo seu antecessor e maior cabo eleitoral, ex-governa- dor Omar Aziz (PSD), na sua campanha que o elegeu com folga para o Senado, na vota- ção de 5 de outubro, quando seu número foi 555. PERCENTUAL Com 11 pontos percen- tuais acima do regis- trado pelo adversário, José Melo alcançou 869.617 mil votos con- tra 695.972 mil votos de Eduardo Braga. Votos da capital foram decisivos A presidente reeleita, Dilma Rousseff (PT), venceu o sena- dor Aécio Neves (PSDB) no Amazonas com quase o dobro dos votos obtidos pelo tuca- no, em vantagem de 476.458 mil votos. A petista, que não veio ao Estado durante toda a campanha, obteve vitória tanto na capital amazonense quanto no interior. O placar dos presidenciáveis no Esta- do foi de 65% (1.032 mi) para Dilma, contra 35% (555.801 mil) para Aécio. O melhor desempenho de Aécio foi na capital, onde o senador obteve a maioria esmagadora dos votos re- gistrados para ele, no en- tanto sem alcançar Dilma. O placar em Manaus foi de 56,43% para a presidente contra 43,57% para o tu- cano. O senador registrou expressiva derrota no inte- rior do Amazonas, onde só obteve 147,2 mil votos. Já Dilma obteve pouco mais de meio milhão. O percentual de nulos e brancos foi de 7,74%, com 133 mil ama- zonenses que não optaram entre Dilma e Aécio. No AM, Dilma vence com folga PLACAR GERAL JOSÉ MELO 55,55% 869.617 mil votos EDUARDO BRAGA 44,45% 695.972 mil votos Capital 59,05% Interior 324.616 mil votos Capital 40,95% Interior 318.356 mil votos RAIMUNDO VALENTIM Ao lado do senador eleito no primeiro turno, Omar Aziz, e do seu vice, Henrique Oliveira, o governador José Melo comemorou a vitória nas ruas

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO http://www.emtempo.com.br

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MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

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173.699 mil votos foi a vantagem obtida por Melo, que venceu na capital e no interior

De virada, Melo vencena capital e no interiorNovo governador do Amazonas com 55,55% dos votos, José Melo tem mais quatro anos de mandato garantido

Após três meses de uma campanha em que o adversário se manteve à frente nas

pesquisas, o governador José Melo (Pros) se reelegeu on-tem para um novo mandato no governo do Amazonas. Melo superou o desempenho alcançado no primeiro turno e obteve vitória na capital e no interior, com 55,55% dos votos, contra 44,45% do senador Eduardo Braga (PMDB). A vantagem de Melo foi de 173.699 mil votos.

Com 11 pontos percentu-ais acima do registrado pelo adversário, o governador alcançou 869.617 mil votos contra 695.972 mil do ad-versário peemedebista. O re-sultado foi visualizado pela reportagem do EM TEMPO às 23h31 de ontem, quan-do o aplicativo de apuração disponibilizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER-AM) ainda informava que 1.192 votos não haviam sido contabilizados pelo órgão.

Os votos obtidos por Melo na capital amazonense foram decisivos para a vitória do governador, que obteve em Manaus quase a totalidade da vantagem contra o adversá-rio. O percentual na capital foi de 59,05%, 545 mil votos, para Melo, contra 40,95% dos vo-

tos, 377.995 mil, para Braga. O governador reeleito já havia registrado vitória no primeiro turno da capital. No entanto, o desempenho do segundo turno foi seis vezes maior.

No interior, Eduardo Braga, que havia ganhado no primei-ro turno com vantagem de 26 mil votos, foi ultrapassado por José Melo, acirrando o resulta-do. A vantagem do governador

na região foi de pouco mais de 6 mil votos. Os resultados fi nais da apuração do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) apontaram que, entre os 62 municípios do interior, Melo obteve 324.616 mil votos, con-tra 318.356 de Braga.

Analistas políticos ouvidos pela reportagem afi rmaram houve intensa migração dos votos do terceiro lugar do primeiro turno, Marcelo Ra-

mos (PSB), para José Melo. O deputado socialista obteve a fatia esmagadora dos seus 180 mil votos na capital ama-zonense, onde Melo emplacou a vantagem decisiva, em nú-mero similar ao alcançado por Ramos. No interior, a disputa virou a favor de Melo, mas o resultado foi apertado.

Abstenção foi alta O número de abstenções

foi três pontos percentuais acima do registrado na pri-meira votação. 503.243 mil amazonenses deixaram de ir às urnas ontem, um percen-tual de 22,62%. No primeiro turno, o percentual foi de 19,49%, com 433.813 mil fal-tosos. Houve leve aumento no percentual de votos brancos e nulos no segundo turno, com 9,04%, ou 155.613 mil. No pri-meiro turno esse percentual havia sido de 8,3%.

O dado curioso do re-sultado obtido pelo gover-nador reeleito é que o per-centual de votos registrados por José Melo, de 55,55%, foi o mesmo número usado pelo seu antecessor e maior cabo eleitoral, ex-governa-dor Omar Aziz (PSD), na sua campanha que o elegeu com folga para o Senado, na vota-ção de 5 de outubro, quando seu número foi 555.

PERCENTUAL Com 11 pontos percen-tuais acima do regis-trado pelo adversário, José Melo alcançou 869.617 mil votos con-tra 695.972 mil votos de Eduardo Braga. Votos da capital foram decisivos

A presidente reeleita, Dilma Rousseff (PT), venceu o sena-dor Aécio Neves (PSDB) no Amazonas com quase o dobro dos votos obtidos pelo tuca-no, em vantagem de 476.458 mil votos. A petista, que não veio ao Estado durante toda a campanha, obteve vitória tanto na capital amazonense quanto no interior. O placar dos presidenciáveis no Esta-do foi de 65% (1.032 mi) para Dilma, contra 35% (555.801 mil) para Aécio.

O melhor desempenho de Aécio foi na capital, onde o

senador obteve a maioria esmagadora dos votos re-gistrados para ele, no en-tanto sem alcançar Dilma. O placar em Manaus foi de 56,43% para a presidente contra 43,57% para o tu-cano. O senador registrou expressiva derrota no inte-rior do Amazonas, onde só obteve 147,2 mil votos. Já Dilma obteve pouco mais de meio milhão. O percentual de nulos e brancos foi de 7,74%, com 133 mil ama-zonenses que não optaram entre Dilma e Aécio.

No AM, Dilma vence com folga

PLACAR GERAL

JOSÉ MELO

55,55%869.617 mil votos

EDUARDO BRAGA

44,45%695.972 mil votos

Capital 59,05%Interior 324.616 mil votos

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Ao lado do senador eleito no primeiro turno, Omar Aziz, e do seu vice, Henrique Oliveira, o governador José Melo comemorou a vitória nas ruas

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‘Fiz a campanha como se fosse vereador’, diz BragaEx-candidato ao governo do Estado, Eduardo Braga disse que concentrou campanha em Manaus, caminhando bairro por bairro

Acompanhado pela esposa, Sandra Bra-ga, e pelas três fi -lhas (Brenda, Bruna

e Bianca), o senador e can-didato derrotado ao governo do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), da coligação Reno-vação e Experiência, votou por volta de 9h da manhã de ontem (26) na escola estadual Marechal Hermes, no conjun-to Coophasa, na Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. Na chegada, o candidato foi cer-cado por eleitores que, além de declararem apoio ao pe-emedebista, cobraram algu-mas medidas em áreas como segurança pública e saúde. “Agradeço muito ao povo do Amazonas por todo esse ca-rinho e todo o respeito que tiveram comigo durante toda a campanha”, declarou.

Ainda na entrada da escola, Braga criticou seu adversário, o governador reeleito, José Melo (Pros), notadamente pela ausência dele aos de-bates que estavam agenda-dos por emissoras do Estado para o segundo turno. “Temos muito a lamentar, pois meu adversário não foi aos deba-tes e, com isso, desmontou os confrontos do segundo turno. Houve apenas um encontro na TV Globo, debate esse onde foi possível mostrar a diferença entre as duas candidaturas”.

“Nós fomos o único Estado, entre aqueles que estavam na disputa do segundo turno, onde só houve um debate. Isso é uma demonstração de que o eleitor, que queria ver a diferença dos candidatos, fi cou impedido porque não houve debate. No mais, é a fé, a esperança e a certeza de que o povo há de tomar uma decisão importante, a qual va-mos respeitar, pois a vontade do povo é soberana”, frisou ao justifi car que concentrou sua campanha no segundo turno na capital e comparou suas

caminhadas de bairro em bairro de Manaus a uma candi-datura para vereador.

GripadoO candidato, por estar gri-

pado e com febre, fruto de ca-minhadas sob chuva, disse à imprensa que acompanharia a apuração dos votos em seu escritório. “Vim votar à base de remédios por estar com febre e garganta infl amada. Vou me resguardar e não vou acompanhar a apuração na produtora como no primeiro turno”, disse ao reafi rmar que governar o Amazonas é um desafi o onde é preciso ter von-tade de governar. “Pois não é normal o que tem acontecido na segurança pública; não é normal as fi las desumanas na saúde (e é possível mudar isso) e não é normal o Estado despencar seis posições na qualidade do ensino público – com a queda no Índice de Desenvolvimento da Educa-ção Básica (Ideb). Mas isso só pode ocorrer se o povo decidir mudar”, concluiu.

Em famíliaApós votar, Eduardo Braga

acompanhou Rebecca Garcia até seu local de votação, a escola Angelo Ramazzotti. A candidata lembrou que se trata do último dia de uma longa caminhada. “Andamos por todo o Estado do Ama-zonas. Fomos a todos os bairros de Manaus. Se Deus nos permitir chegar lá, te-nho certeza que o desafi o será grande, mas nós vamos mudar a história do nosso Amazonas”, disse Rebecca.

Depois de terem votado, Eduardo Braga e Rebecca Gar-cia foram orar na Igreja Nossa Senhora de Nazaré, Adrianó-polis, Zona Centro-Sul.

Ao lado da esposa, Sandra Braga, das três fi lhas e de correligionários, o senador e ex-candidato ao governo Eduardo Braga (PMDB) votou na escola estadual Marechal Hermes, na Zona Oeste de Manaus

Após o término da apu-ração dos votos para go-vernador do Amazonas, o candidato Eduardo Braga não compareceu à coleti-va de imprensa marcada em seu comitê, no Manaus Show Club, localizado na avenida Noel Nutels, Zona Norte, por volta das 19h30 deste domingo. De acordo com sua assessoria, Braga está gripado e sob efeito de medicação e, por conta disso, cancelou a entrevista. O candidato da coligação Renovação e Experiência se manifestou por meio de nota ofi cial. “Agradecemos a cada um dos milhares de eleito-res que nos deram os votos de confi ança e acreditaram em nossas propostas para a

construção de um Amazonas melhor para todos. Agrade-cemos, acima de tudo, o ca-rinho recebido durante toda esta campanha”.

O senador ressaltou sua luta pelo Amazonas e re-novou compromisso com as pessoas que acreditam em toda a potencialidade de recursos e talentos do Amazonas.

“Esperamos que os pro-blemas que afl igem nossa população, principalmente a crescente onda de violên-cia, as fi las nos hospitais, o défi cit na educação e a crise na mobilidade urbana, sejam sanados de forma sa-tisfatória. Que os próximos anos sejam de paz. Deus abençoe o Amazonas”.

Clima tristeA saída de veículos do Ma-

naus Show, comitê de Eduardo Braga, foi intensa. Pelo menos uma dezena de kombis deixou o local transportando cabos eleitorais de Braga – alguns até gritando e xingando a imprensa, que aguardava a coletiva do lado de fora do local. A maioria dos veículos também já estava com os ade-sivos com a face do candidato estampada arrancados.

Em um determinado mo-mento, pouco antes da con-fi rmação do cancelamento da entrevista, por volta de seis carros pararam em fren-te à casa de shows – todos com adesivos e bandeiras do governador eleito José Melo. Em meio a buzinaço e pro-

vocações, os apoiadores de Eduardo Braga gritaram ain-da mais palavrões, mas não houve registro de nenhum incidente mais grave.

BoatosDepois do cancelamento da

entrevista coletiva, havia a suspeita de que Braga deixaria o Estado em jato particular. No entanto, funcionários de todas as companhias aéreas que operam no Terminal de Passageiros 2 do Aeroporto Eduardo Gomes, conhecido como Eduardinho, afi rmaram que não havia nenhum vôo sendo preparado para esta noite. O mesmo foi apurado no Terminal 1. Até o fechamento desta edição, não se sabia o paradeiro de Braga.

Após derrota, senador evita declarações

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No comitê central de Eduardo Braga, na Cidade Nova, Zona Norte, os portões permaneceram trancados após a apuração

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‘É HORA DE ARREGAÇAR AS MANGAS’, DIZ MELO

Durante coletiva, o governador reeleito José Melo fi rmou seu compromisso com a educação dos amazonenses e disse que irá aprimorar todos os serviços que já estão sendo executados no Estado

Na noite de ontem (26), após a apura-

ção dos votos para governo do Estado, o governador reelei-to José Melo (Pros) concedeu entrevista coletiva na sede do comitê central, localizado no bairro Petrópolis. Acom-panhado do ex-governador e atual senador Omar Aziz e também do seu vice Hen-rique Oliveira, o candidato agradeceu todo o apoio re-cebido ao longo do pleito e afirmou que agora é “a hora de arregaçar as mangas”. “Hoje, nos tornamos gover-nador de todos os amazo-nenses. Juntos, vamos, com certeza, fazer tudo aquilo com que nos compromete-mos na eleição”, disse.

Melo adiantou que, ao lon-go da semana, irá tirar qua-tro dias para descansar no interior do Estado e, em se-guida, realizará uma reunião, juntamente com seus “com-panheiros” e, a partir disso, formatará um novo governo que dará amparo para tudo aquilo que foi prometido ao povo do Amazonas. “A nossa prioridade é a educação. A educação vai ser a âncora principal do nosso governo. A partir dela, nós vamos enfrentar todos os outros problemas do Estado. Agora vamos aprimorar todos os serviços do Estado”.

Questionado sobre a au-sência do prefeito de Ma-naus Arthur Neto na co-letiva, Melo reafirmou sua parceria e amizade com o apoiador. “Nós tínhamos um compromisso que esta-va acima desta campanha, desta candidatura. Era um compromisso com o povo e com a cidade de Manaus. Fizemos isso com muito ca-rinho. Eu sou professor e, durante todo o tempo, ex-pliquei aos meus alunos que a liberdade é uma das coisas importantes da vida de uma pessoa. Eu e ele (Arthur) temos uma amizade muito

estreita e vamos continuar um trabalho que vem dando certo”, explicou.

A reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) também entrou em pauta. Apesar de ter apoiado o seu opositor, Eduardo Braga, o gover-nador esclareceu que sua relação com ela será a me-lhor possível. “Ela se elegeu presidente da República e eu governador com os votos do povo do Amazonas. Tanto ela quanto eu estamos acima das querelas políticas”.

AgressõesAo longo de toda a campa-

nha, fortes denúncias foram feitas contra o candidato à reeleição. Muitas delas levadas para o lado pesso-al. O governador disse que todas as providências já fo-ram tomadas junto à Justiça e que tais acusações não deixaram marcas. “Ao longo de toda essa campanha, nós só fizemos tratar daquilo que o povo precisava, que eram propostas. Não tive ouvidos para essas coisas. Só tinha a preocupação de apresentar aos amazonen-ses de forma correta aquilo que eu, Henrique, Omar e to-dos os nossos companheiros estávamos propondo para o Amazonas ao longo desses próximos 4 anos”. Ainda durante a coletiva, Melo não revelou será fará mudanças em seu secre-tariado. “Após o descanso, vamos pensar sobre o go-verno e tudo ao seu tempo. Ao longo dos dias vamos tratar sobre esse assunto. Durante toda a campanha eu disse que era um candidato da continuidade. Na verda-de, vou dar continuidade ao governo que deu certo e apri-morar aquilo que deve ser aprimorado”, finalizou. Em seguida, o governador fez seu discurso para seus elei-tores e seguiu para a sede do Tribunal Regional Eleito-ral (TRE), onde recebeu os cumprimentos da presiden-te do TRE, desembargadora

Socorro Guedes.

Acompanhando o gover-nador José Melo, o senador eleito Omar Aziz fez um de-sabafo sobre as pesquisas realizadas no Estado ao longo do pleito sobre o resultado das eleições de 2014. “Não dá mais para aceitar que o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) faça molecagem na cidade de Manaus e no Estado do Amazonas. Moleque não pode mais trabalhar no Amazonas. No primeiro turno erraram e erraram feio, induzindo o povo a votar por aquilo que eles estavam anunciando. No segundo turno também usa-ram de má-fé, com maldade, publicaram uma nova pesqui-sa que não era verdade. Eu, enquanto senador, tomarei providências sobre o assun-to, é preciso ter critério para fazer pesquisa”.

Lembrando, ainda, outros resultados errados em vários momentos no Estado, disse: “Isso não é de hoje. Foi assim com o prefeito Arthur Neto, foi assim com o Melo e será sempre. Essa má-fé tem que acabar. Essa má-fé induz, sim, as pessoas que não estão en-volvidas no processo. O Ibope precisa tomar vergonha na cara e não se meter a fazer pesquisa no nosso Estado. Não acerta uma”, declarou. O senador agradeceu, ainda, todo o apoio a sua campanha e a de Melo, fazendo votos de que o mandato do seu suces-sor seja melhor do que o dele. “O Melo vem se preparando há muito tempo. Espero que ele (Melo) seja melhor do que eu fui. Hoje, não existem vence-dores ou vencidos. Agradeço ao prefeito Arthur pelo apoio e toda sua sabedoria”.

‘Moleque não trabalha no AM’

Governador reeleito, José Melo (Pros) disse que, após um breve descanso, vai formatar um novo governo para o Amazonas

NOTA DE AGRADECIMENTOChegamos até aqui com um ob-

jetivo comum, garantir o avanço do desenvolvimento e da implementação dos programas sociais a partir da vi-tória nas urnas, que possibilitará mais quatro anos de um governo que vai caminhar lado a lado com o povo, tra-balhando para o povo. Quero apertar a mão de cada um dos colaboradores e correligionários do Pros pelo apoio demonstrado ao longo do primeiro e segundo turno, não importando qual tenha sido a função ou atividade desenvolvida, cada um foi importante para esta jornada. Neste sentido, que-ro chamar a atenção especialmente para a força e a garra da juventude do meu partido, pela luta e pelo suor da campanha diária nas ruas, praças, vicinais e em cada canto que visitamos, inclusive os mais longínquos, onde sempre houve pessoas com bandeiras, faixas, adesivos e cartazes.

Quero agradecer aos meus ami-gos pessoais, que por serem muitos (graças a Deus!), principalmente no interior, prefi ro não citá-los por no-mes para não cometer a leviandade de esquecer alguém. Também quero

agradecer o apoio da minha família, dos meus fi lhos e da minha querida esposa Edilene, meu principal esteio de conforto, segurança e carinho, e a cada um dos meus aliados políticos, cujo apoiamento garantiu uma traje-tória vitoriosa da coligação Fazendo Mais por Nossa Gente. Pessoas da envergadura política de um Omar Aziz, Pauderney Avelino, Arthur Neto e Silas Câmara, que muito me hon-raram com seu apoio imprescindível na difusão e defesa das nossas ideias e compromissos fi rmados em todos os municípios e comunidades nos quatro cantos do Estado com a população amazonense.

Alguém disse certa vez que quan-to mais digladiamos para conquistar nossos objetivos, menos culpados nos sentimos diante da não realização dos mesmos. Ora, meus amigos, eu espe-rei 32 anos da minha vida pública para vivenciar este momento e ao longo desse tempo não acreditei quando algumas pessoas me disseram que a vida se resume em vencer difi cul-dades, porque dentro de mim há uma força muito maior que as tribulações: a

fé. Nesses anos de amadurecimento político aprendi que somente quem é de-terminado c o n s e g u e enfrentar o mundo e as suas feras e se consagrar vitorioso no jogo da vida. Fiz das pedras que me atiraram pelo caminho uma muralha e por trás dela criei as estratégias para driblar meus ad-versários e me sagrar vitorioso na ética, moral e nos bons costumes. Foi nessa perseverança de fi lho de seringueiro acostumado desde pequeno a trabalhar para ajudar a família que descobri a luz que alimenta o brilho da minha alma no caminho de vitórias que ainda tenho para seguir...

Um forte abraço.José Melo de Oliveira,presidente do Pros.

ral (TRE), onde recebeu os cumprimentos da presiden-te do TRE, desembargadora

Socorro Guedes.Governador reeleito, José Melo (Pros) disse que, após um breve descanso, vai formatar um novo governo para o Amazonas

NOTA DE AGRADECIMENTOfé. Nesses anos de amadurecimento político aprendi

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4 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014 5MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Amazonas teve segundo turno menos conturbado Apesar de algumas ocorrências, como boca de urna e paradas de ônibus lotadas, o pleito no Amazonas foi melhor neste segundo turno

“O Amazonas vi-veu uma das suas eleições mais tranqui-

las”, essa foi a análise da presidente do Tribunal Re-gional Eleitoral do Amazonas (TER-AM), desembargadora Socorro Guedes, ao realizar o balanço fi nal do processo eleitoral do Estado. Em co-letiva de imprensa, organi-zada no anexo do Tribunal, no bairro Parque das Laran-jeiras, Zona Centro-Sul de Manaus, a desembargadora parabenizou as mais de 35 mil pessoas envolvidas no pleito, que terminou com um segundo turno favorável ao governador José Melo (Pros) e presidente Dilma Rousseff (PT), ambos reeleitos.

“Parabenizo inicialmente todos os magistrados e mem-bros do Ministério Público, nossos servidores, as for-ças de segurança e todos os envolvidos diretamente no pleito. Dissemos no primeiro turno que éramos 34 mil, mas com o apoio das forças de segurança fomos mais de 35 mil pessoas. Isso sem jamais esquecer os mesários que de uma forma voluntária, sem nada a receber, presta-ram esse grande serviço à cidadania e democracia do Brasil”, ressaltou.

A presidente do TRE ain-da agradeceu o trabalho da imprensa, que durante o pe-ríodo acompanhou as ações da Justiça Eleitoral. “A quem reputamos e respeitamos muito o trabalho, esperamos que tenham gostado da nossa acolhida”, destacou.

Dentre os números apre-sentados pela equipe do Tri-bunal, estiveram a substitui-ção de 20 urnas eletrônicas. Dez substituídas em Manaus e sete no interior, os muni-cípios que registraram pro-

blemas foram Manacapuru, Iranduba, Tefé, Coari, Carei-ro, Amaturá e Itacoatiara.

Conforme informou o se-cretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Re-gional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), Messias Andrade, o pleito não chegou a ser preju-dicado e as pessoas levaram em média 40 segundos para computar seus votos. “O nú-mero de substituições foi de 0,3%, um número baixíssimo e um dos menores entre os incidentes ocorridos nos de-mais Estados do país. Prepa-ramos-nos e planejamos tudo com muita responsabilidade, realizamos testes na sexta-feira e no sábado. O momento mais complicado é sempre o do envio dos dados computa-dos nas urnas, e mesmo esse aconteceu dentro de toda a normalidade”, analisou.

O caso mais inusitado e que culminou a troca do aparelho, segundo Andrade, aconteceu em Manacapuru, onde uma urna fi cou encharcada com a água da chuva. “Choveu muito na noite do sábado, e infeliz-mente a urna foi deixada em baixo de uma goteira. Diante disso, o objeto teve que ser trocado, pois estava com o seu interior comprometido pela umidade”, explicando que os demais problemas foram relacionados ao te-clado numérico, data, hora e monitor, que difi cultavam a visualização dos candidatos.

No Amazonas foram utili-zadas, ao total, 6.535 urnas, divididas por 6.883 seções eleitorais. Manaus continuou sendo o maior colégio eleito-ral do Estado, concentrando mais de 1 milhão de eleitores, 55,8% do eleitorado. Parintins seguiu a lista, com 64 mil votantes, Itacoatiara com 55 mil, Manacapuru, 52 mil, e Coari com 46 mil.

Apesar dos candidatos te-rem sujado a rua de forma mais tímida, os portões da escola estadual Marcan-tonio Vilaça II, na Cidade Nova, Zona Norte da cidade, amanheceram com santi-nhos do candidato ao gover-no Eduardo Braga (PMDB). Segundo o coordenador responsável pelo colégio eleitoral, Rodney Geraldi, o material foi deixado nas pro-ximidades da escola durante a madrugada. “Não vimos suspeita de nenhum veículo próximo que possa ter efe-tuado o despejo do material. Provavelmente, eles joga-ram durante a madrugada. Quando vimos, acionamos rapidamente a prefeitura e o local foi limpo”.

No segundo turno, Geral-di afi rma que as votações ocorreram sem maiores problemas no colégio, onde

votam mais de 5 mil pes-soas. “Não tivemos substi-tuição de urna e não temos fi la devido à brevidade do voto. As pessoas vêm mais decididas para o segundo turno”, comentou.

A Polícia Militar e o Exér-cito fi zeram a segurança da escola e revistaram os eleitores que estavam com mochilas ou assemelhados. De acordo com o soldado Moraes, a portaria expedida pela presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amazonas, que solicita a presença do exército e proíbe a presença de vende-dores ambulantes próximos ao colégio eleitoral, fez com que se diminuíssem as ocor-rências. “Assim, não temos aglomeração das pessoas na frente da escola e po-demos monitorar com mais segurança”, afi rmou.

A limpeza da cidade, que registrou santinhos es-palhados em locais pontu-ais, também foi comentada por Socorro Guedes, que remeteu ao compromisso dos candida-tos a não repetição das cenas vividas durante o primeiro turno, onde a cidade ‘‘afun-dou’’ em lixo eleitoral. “Eles entenderam a importância de mantermos a cidade lim-pa e cumpriram as suas pala-vras. Constatamos isso des-de o início da manhã, quando realizamos um sobrevoo e identifi camos uma normali-dade na aparência das ruas”, comemorando que serviços como o da gratuidade no transporte coletivo foram obedecidos pelas empresas do transporte público.

Santinhos sujaram as ruas

O terminal 3, localizado na Cidade Nova, Zona Norte da cidade, enfrentou superlotação em algumas linhas de ônibus. Segundo a Guarda Municipal, o local não apresentou ocorrên-cias durante o dia e o tráfego de veículos seguiu normalmente. O eletricista Carlos Gonçalves, 49, disse que a espera chegava a durar até trinta minutos, porém o movimento estava melhor em comparação ao primeiro turno. “Os ônibus estão fl uindo mais do que na última eleição. No geral, está tranquilo”, disse.

Já a diarista Francisca do Carmo, 52, criticou as linhas pela demora e superlotação. “É sempre assim por aqui. Muita gente e pouco ônibus”.

No terminal 4, o fl uxo de passageiros durante o dia foi de 70 mil pessoas, segundo o fi scal da Superintendência Mu-nicipal de Transportes Urbanos (SMTU), Juiselino Maciel. “As linhas que mais lotam são as que vão para a Ponta Negra. Assim como vimos no primeiro turno, vimos hoje. Após votar, as pessoas aproveitam a catra-ca livre para passear e levam bebidas, cachorros, vão junto com a família. Então, essas linhas lotam”.

Lotação no transporte coletivo

No segundo turno das eleições, a rotina no maior colégio eleitoral da cidade, a escola estadual Eldah Bitton Telles, na Compen-sa, Zona Oeste, seguiu sem maiores problemas. A es-cola onde votam mais de 10.500 eleitores amanhe-ceu com a presença da Polícia Militar e do Exér-cito, que revistou as mo-chilas dos eleitores. “Não tivemos nenhum flagrante próximo à escola. Chega-mos a receber uma denún-cia de compra de votos, mas quando fomos apurar não encontramos nenhum suspeito”, declarou o sar-gento Rosivaldo Santos, da Polícia Militar.

Responsável pela coor-denação da zona eleitoral, o chefe de cartório Car-los Amorim afi rmou que quatro urnas chegaram a ser trocadas na zona por apresentarem problemas técnicos logo pela manhã. “Fora as urnas, as votações foram tranquilas. As pesso-as vêm mais decididas para o segundo turno, quase não houve fi las”, comentou.

Na escola Professor José Bernardino Lindoso, conhe-cida como “Quarentão”, lo-calizada no bairro Cidade

Nova, na Zona Norte da cidade, o movimento para o segundo turno das elei-ções foi marcados pela tranquilidade e presença da Polícia Militar dentro das escolas. Após a sus-peita de bomba na escola municipal Senador Cândido Honório Ferreira, durante o primeiro turno, a presidente do TRE, desembargadora

Socorro Guedes, expediu uma portaria solicitando a presença das forças milita-res dentro das escolas. “As pessoas colaboraram e não tivemos nenhum problema. Também não presenciamos ocorrências de distribuição de santinhos ou compra de votos. Acredito que a pre-sença do Exército nos por-tões intimida esse tipo de

ações”, disse Pedro Carva-lho, coordenador do colégio onde votam cerca de 9 mil eleitores em 23 seções.

No Instituto de Educação do Amazonas (IEA), loca-lizado na avenida Ramos Ferreira, no Centro, o movi-mento também foi tranqui-lo. Segundo o coordenador do colégio eleitoral, Avelino Marreina, a zona eleitoral também não apresentou fl agrantes e nem proble-mas em relação à substi-tuição de urnas.

“Os problemas que per-sistiram foram os mesmos do primeiro turno: eleitores que cometem erros, geral-mente relacionados à assi-natura. Tentamos explicar que, apesar da assinatura, o eleitor votou com o número do seu título e pode checar no TRE depois”, disse.

A funcionária pública Maria do Perpétuo Socor-ro, 70, decidiu não votar no segundo turno e justifi cou seu voto após tomar co-nhecimento de que alguém havia assinado no seu lu-gar. “Achei um absurdo e não posso concordar com esse erro. Alguém tentou se passar por mim, eu es-tava viajando no primeiro turno”, comentou.

Maior colégio eleitoral tranquilo

CALMARIA Na escola estadual Eldah Bitton Telles, na Compensa, que é con-siderada a maior zona eleitoral da cidade, com 10.500 eleitores, o trabalho foi tranquilo, sem nenhuma ocorrên-cia mais grave

Apesar de proibido, conforme determinação do Tribunal Superior Eleitoral, muitos eleitores levaram crianças para o local das urnas

Na maior zona eleitoral da cidade, a escola Eldah Bitton, conhecida como “Quarentão”, algumas seções eleitorais enfrentaram fi las

Em menor número em relação ao primeiro turno, os santinhos voltaram a sujas as ruas

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Segundo balanço do TRE, esta foi uma das eleições mais tranquilas

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4 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014 5MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Amazonas teve segundo turno menos conturbado Apesar de algumas ocorrências, como boca de urna e paradas de ônibus lotadas, o pleito no Amazonas foi melhor neste segundo turno

“O Amazonas vi-veu uma das suas eleições mais tranqui-

las”, essa foi a análise da presidente do Tribunal Re-gional Eleitoral do Amazonas (TER-AM), desembargadora Socorro Guedes, ao realizar o balanço fi nal do processo eleitoral do Estado. Em co-letiva de imprensa, organi-zada no anexo do Tribunal, no bairro Parque das Laran-jeiras, Zona Centro-Sul de Manaus, a desembargadora parabenizou as mais de 35 mil pessoas envolvidas no pleito, que terminou com um segundo turno favorável ao governador José Melo (Pros) e presidente Dilma Rousseff (PT), ambos reeleitos.

“Parabenizo inicialmente todos os magistrados e mem-bros do Ministério Público, nossos servidores, as for-ças de segurança e todos os envolvidos diretamente no pleito. Dissemos no primeiro turno que éramos 34 mil, mas com o apoio das forças de segurança fomos mais de 35 mil pessoas. Isso sem jamais esquecer os mesários que de uma forma voluntária, sem nada a receber, presta-ram esse grande serviço à cidadania e democracia do Brasil”, ressaltou.

A presidente do TRE ain-da agradeceu o trabalho da imprensa, que durante o pe-ríodo acompanhou as ações da Justiça Eleitoral. “A quem reputamos e respeitamos muito o trabalho, esperamos que tenham gostado da nossa acolhida”, destacou.

Dentre os números apre-sentados pela equipe do Tri-bunal, estiveram a substitui-ção de 20 urnas eletrônicas. Dez substituídas em Manaus e sete no interior, os muni-cípios que registraram pro-

blemas foram Manacapuru, Iranduba, Tefé, Coari, Carei-ro, Amaturá e Itacoatiara.

Conforme informou o se-cretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Re-gional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), Messias Andrade, o pleito não chegou a ser preju-dicado e as pessoas levaram em média 40 segundos para computar seus votos. “O nú-mero de substituições foi de 0,3%, um número baixíssimo e um dos menores entre os incidentes ocorridos nos de-mais Estados do país. Prepa-ramos-nos e planejamos tudo com muita responsabilidade, realizamos testes na sexta-feira e no sábado. O momento mais complicado é sempre o do envio dos dados computa-dos nas urnas, e mesmo esse aconteceu dentro de toda a normalidade”, analisou.

O caso mais inusitado e que culminou a troca do aparelho, segundo Andrade, aconteceu em Manacapuru, onde uma urna fi cou encharcada com a água da chuva. “Choveu muito na noite do sábado, e infeliz-mente a urna foi deixada em baixo de uma goteira. Diante disso, o objeto teve que ser trocado, pois estava com o seu interior comprometido pela umidade”, explicando que os demais problemas foram relacionados ao te-clado numérico, data, hora e monitor, que difi cultavam a visualização dos candidatos.

No Amazonas foram utili-zadas, ao total, 6.535 urnas, divididas por 6.883 seções eleitorais. Manaus continuou sendo o maior colégio eleito-ral do Estado, concentrando mais de 1 milhão de eleitores, 55,8% do eleitorado. Parintins seguiu a lista, com 64 mil votantes, Itacoatiara com 55 mil, Manacapuru, 52 mil, e Coari com 46 mil.

Apesar dos candidatos te-rem sujado a rua de forma mais tímida, os portões da escola estadual Marcan-tonio Vilaça II, na Cidade Nova, Zona Norte da cidade, amanheceram com santi-nhos do candidato ao gover-no Eduardo Braga (PMDB). Segundo o coordenador responsável pelo colégio eleitoral, Rodney Geraldi, o material foi deixado nas pro-ximidades da escola durante a madrugada. “Não vimos suspeita de nenhum veículo próximo que possa ter efe-tuado o despejo do material. Provavelmente, eles joga-ram durante a madrugada. Quando vimos, acionamos rapidamente a prefeitura e o local foi limpo”.

No segundo turno, Geral-di afi rma que as votações ocorreram sem maiores problemas no colégio, onde

votam mais de 5 mil pes-soas. “Não tivemos substi-tuição de urna e não temos fi la devido à brevidade do voto. As pessoas vêm mais decididas para o segundo turno”, comentou.

A Polícia Militar e o Exér-cito fi zeram a segurança da escola e revistaram os eleitores que estavam com mochilas ou assemelhados. De acordo com o soldado Moraes, a portaria expedida pela presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amazonas, que solicita a presença do exército e proíbe a presença de vende-dores ambulantes próximos ao colégio eleitoral, fez com que se diminuíssem as ocor-rências. “Assim, não temos aglomeração das pessoas na frente da escola e po-demos monitorar com mais segurança”, afi rmou.

A limpeza da cidade, que registrou santinhos es-palhados em locais pontu-ais, também foi comentada por Socorro Guedes, que remeteu ao compromisso dos candida-tos a não repetição das cenas vividas durante o primeiro turno, onde a cidade ‘‘afun-dou’’ em lixo eleitoral. “Eles entenderam a importância de mantermos a cidade lim-pa e cumpriram as suas pala-vras. Constatamos isso des-de o início da manhã, quando realizamos um sobrevoo e identifi camos uma normali-dade na aparência das ruas”, comemorando que serviços como o da gratuidade no transporte coletivo foram obedecidos pelas empresas do transporte público.

Santinhos sujaram as ruas

O terminal 3, localizado na Cidade Nova, Zona Norte da cidade, enfrentou superlotação em algumas linhas de ônibus. Segundo a Guarda Municipal, o local não apresentou ocorrên-cias durante o dia e o tráfego de veículos seguiu normalmente. O eletricista Carlos Gonçalves, 49, disse que a espera chegava a durar até trinta minutos, porém o movimento estava melhor em comparação ao primeiro turno. “Os ônibus estão fl uindo mais do que na última eleição. No geral, está tranquilo”, disse.

Já a diarista Francisca do Carmo, 52, criticou as linhas pela demora e superlotação. “É sempre assim por aqui. Muita gente e pouco ônibus”.

No terminal 4, o fl uxo de passageiros durante o dia foi de 70 mil pessoas, segundo o fi scal da Superintendência Mu-nicipal de Transportes Urbanos (SMTU), Juiselino Maciel. “As linhas que mais lotam são as que vão para a Ponta Negra. Assim como vimos no primeiro turno, vimos hoje. Após votar, as pessoas aproveitam a catra-ca livre para passear e levam bebidas, cachorros, vão junto com a família. Então, essas linhas lotam”.

Lotação no transporte coletivo

No segundo turno das eleições, a rotina no maior colégio eleitoral da cidade, a escola estadual Eldah Bitton Telles, na Compen-sa, Zona Oeste, seguiu sem maiores problemas. A es-cola onde votam mais de 10.500 eleitores amanhe-ceu com a presença da Polícia Militar e do Exér-cito, que revistou as mo-chilas dos eleitores. “Não tivemos nenhum flagrante próximo à escola. Chega-mos a receber uma denún-cia de compra de votos, mas quando fomos apurar não encontramos nenhum suspeito”, declarou o sar-gento Rosivaldo Santos, da Polícia Militar.

Responsável pela coor-denação da zona eleitoral, o chefe de cartório Car-los Amorim afi rmou que quatro urnas chegaram a ser trocadas na zona por apresentarem problemas técnicos logo pela manhã. “Fora as urnas, as votações foram tranquilas. As pesso-as vêm mais decididas para o segundo turno, quase não houve fi las”, comentou.

Na escola Professor José Bernardino Lindoso, conhe-cida como “Quarentão”, lo-calizada no bairro Cidade

Nova, na Zona Norte da cidade, o movimento para o segundo turno das elei-ções foi marcados pela tranquilidade e presença da Polícia Militar dentro das escolas. Após a sus-peita de bomba na escola municipal Senador Cândido Honório Ferreira, durante o primeiro turno, a presidente do TRE, desembargadora

Socorro Guedes, expediu uma portaria solicitando a presença das forças milita-res dentro das escolas. “As pessoas colaboraram e não tivemos nenhum problema. Também não presenciamos ocorrências de distribuição de santinhos ou compra de votos. Acredito que a pre-sença do Exército nos por-tões intimida esse tipo de

ações”, disse Pedro Carva-lho, coordenador do colégio onde votam cerca de 9 mil eleitores em 23 seções.

No Instituto de Educação do Amazonas (IEA), loca-lizado na avenida Ramos Ferreira, no Centro, o movi-mento também foi tranqui-lo. Segundo o coordenador do colégio eleitoral, Avelino Marreina, a zona eleitoral também não apresentou fl agrantes e nem proble-mas em relação à substi-tuição de urnas.

“Os problemas que per-sistiram foram os mesmos do primeiro turno: eleitores que cometem erros, geral-mente relacionados à assi-natura. Tentamos explicar que, apesar da assinatura, o eleitor votou com o número do seu título e pode checar no TRE depois”, disse.

A funcionária pública Maria do Perpétuo Socor-ro, 70, decidiu não votar no segundo turno e justifi cou seu voto após tomar co-nhecimento de que alguém havia assinado no seu lu-gar. “Achei um absurdo e não posso concordar com esse erro. Alguém tentou se passar por mim, eu es-tava viajando no primeiro turno”, comentou.

Maior colégio eleitoral tranquilo

CALMARIA Na escola estadual Eldah Bitton Telles, na Compensa, que é con-siderada a maior zona eleitoral da cidade, com 10.500 eleitores, o trabalho foi tranquilo, sem nenhuma ocorrên-cia mais grave

Apesar de proibido, conforme determinação do Tribunal Superior Eleitoral, muitos eleitores levaram crianças para o local das urnas

Na maior zona eleitoral da cidade, a escola Eldah Bitton, conhecida como “Quarentão”, algumas seções eleitorais enfrentaram fi las

Em menor número em relação ao primeiro turno, os santinhos voltaram a sujas as ruas

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6 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Crimes eleitorais dominam ocorrências policiais no AMTanto na capital como no interior, a polícia combateu crimes como transporte irregular de eleitores e distribuição de gasolina

A Polícia Civil (PC) re-gistrou durante o segundo turno das eleições, ontem (26),

no Amazonas, o total de 53 Termos Circunstanciados de Ocorrências (TCOs), sendo 51 nos municípios do interior e dois na capital. A corporação registrou ainda, no interior, 20 fl agrantes de crimes elei-torais, abriu três inquéritos policiais, deteu 17 pessoas e apreendeu 18 veículos por transporte irregular de elei-tores, 416 litros de gasolina, e R$ 62,6 mil que seriam supostamente usados para compra votos.

Na capital, a PC não regis-trou nenhum homicídio, bem como não houve qualquer aci-dente de trânsito com vítimas fatais. Segundo o delegado Emerson Negreiros, o caso

mais grave registrado pela polícia foi a denúncia contra Álvaro Melo, marido da ex-di-retora do Detram-AM, Mônica Melo. “Ele fez abordagem a um pastor que supostamente es-tava fazendo transporte ilegal de eleitores. O homem até deu voz de prisão ao pastor próxi-mo à escola Estelita Tapajós, no bairro Educandos. A PC foi ao local, constatamos o caso e o encaminhamos à Polícia Federal”, disse Negreiros.

Dos dois TCOs registrados em Manaus, um foi por desor-dem, quando uma pesquisa-dora da empresa Perpectiva, Suzy Ferreira de Araújo, 32, realizava levantamento de boca de urna dentro da es-cola estadual Isaac Sverner, no bairro São José 2, Zona Leste. E outro por quebra de sigilo de votação, quando

um homem identifi cado como Ubirajara Oliveira Rodrigues, 40, foi detido por fotografar a urna eleitoral, na hora da sua votação.

Além dos TCOs em Manaus, um homem foi detido porque dirigia um microônibus com material de campanha, no conjunto Viver Melhor, bairro Santa Etelvina, Zona Norte, mas como ele não estava distribuindo, apenas assinou o termo. Conforme a asses-soria da Policia Civil, todos as pessoas que assinaram TCOs responderão ao juizado elei-toral, que decidirá se pagarão pena com compra de cestas básicas, salário mínimo ou serviços comunitários.

DesacatoA Policia Militar registrou às

13h46 um caso de desacato

à autoridade em frente à es-cola estadual Jorge Sobrinho Rezende, no bairro Tancredo Neves, Zona Leste. Um rapaz que estacionou em local proi-bido não atendeu ao pedido de um sargento do Exército Brasileiro, que pediu para que retirasse o veículo do local. Ele teve que assinar o TCO, mas, por não se caracterizar crime

eleitoral, ele não responderá à Justiça Eleitoral.

O delegado geral adjunto da PC, Mário Aufi ero, informou que durante a madrugada de domingo a Polícia Civil noti-fi cou aproximadamente 800 bares por conta da Lei Seca. Durante as blitze, até a tarde de ontem, 40 bares foram fecha-dos, lacrados e notifi cados.

Santinhos O juiz da fi scalização da

propaganda eleitoral, titular da vara do meio ambiente, Adalberto Carim, não registrou nenhum caso mais grave de santinhos jogados nas ruas de Manaus. Ele disse, no entanto, que o registro das mais de 72 mil toneladas de santinhos re-colhidos pela Prefeitura de Ma-naus, durante o primeiro turno, foi encaminhado ao Ministério

Público Fe-deral (MPF), que deverá avaliar num prazo de 30 dias.

Segundo Carim, o ór-gão deverá abrir inquérito civil. “A Jus-tiça aguardará a conclusão para recebermos possivel-mente ações civis públicas”, disse. O juiz informou que, na última semana, recebeu vasto material de fotogra-fi as e fi lmagens da Univer-sidade Federal do Amazo-nas (Ufam), com imagens de automóveis com o nome de candidatos que jogaram santinhos no primeiro turno. “Esse material também será analisado pelo Ministério Público Federal”, afi rmou.

Para evitar incidentes ou atos de vandalismo, a Polícia Militar do Amazonas e o Exército Brasileiro revistaram os eleitores nas portas das seções eleitorais no segundo turno em todo o Estado

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REGISTROSNa capital, a polícia não registrou nenhum ho-micídio e nem acidente de trânsito com vítimas fatais. A denúncia mais grave foi contra Álvaro Melo, marido da ex-di-retora do Detram-AM, Mônica Melo

No interior do Amazonas, a movimentação dos eleitores foi intensa durante todo o dia. As principais ocorrências registradas foram de proble-mas com urnas, compra de votos, falta de energia elé-trica e chuva. O registro mais grave ocorreu em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), quando uma forte chuva cas-tigou a cidade e atrapalhou a votação do segundo turno das eleições.

No município, onde exis-tem mais de 64 mil eleitores, segundo o chefe do cartório da 4ª Zona Eleitoral, Antônio Mariano, uma interrupção no fornecimento de energia elétrica paralisou por cerca de 30 minutos a votação no município. “Tivemos essa difi culdade e substituímos duas urnas que apresenta-ram problemas, uma na sede e outra na zona urbana do município”, disse Mariano. Ele salientou, ainda, que al-guns mesários deixaram de

comparecer aos respectivos locais de votação. “O tribunal vai adotar as medidas ca-bíveis, foram imediatamen-te substituídos e a eleição transcorreu normalmente”.

O promotor eleitoral do mu-nicípio, André Seff air, acre-dita que a abstenção nesse segundo turno deverá fi car entre 30 ou 40%. “Bem maior do que no primeiro turno”, afi rmou. Mas, apesar dos ocorridos, o juiz Aldrin Hen-rique, titular da 4ª Zona Elei-toral, considerou tranquila a votação no município. “Tudo ocorreu dentro do que o TRE programou, não registramos nenhum incidente, funcionou tudo perfeitamente”.

Representação contra PFA ocorrência de maior pro-

porção foi uma representação protocolada pela advogada Daniele Pinheiro, em nome da ex-primeira-dama de Pa-rintins, Michele Valadares Garcia, mulher do deputado

eleito Frank Bi Garcia (PSDB), contra o delegado da Polícia Federal, Caio Cézar Cordei-ro de Oliveira Silva, que, na manhã de sábado (25), teria entrado sem mandato no co-mitê da coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente.

A advogada disse ao EM TEMPO que o delegado não teria comunicado a operação à Justiça Eleitoral e que ação teria constrangido a ex-pri-meira-dama e amigos que estavam em companhia. “A ação policial gerou ampla e falsa notícia de que a mesma havia sido presa comprando votos de eleitores o que nunca ocorreu”, diz a advogada.

O delegado Caio Cézar, por sua vez, não quis gravar entrevista, mas negou que tenha sido deselegante na abordagem. Ele disse que foi ao local porque identifi cou a presença de muita gente e que apenas ouviu a esposa do deputado eleito sem causar nenhum transtorno.

Votação no interior teve clima tenso

No município de Lábrea (a 702 quilômetros da capi-tal), o motorista Francisco Siqueira, 52, foi preso na madrugada de ontem sob a suspeita de compra de votos. Com o suspeito foi encontrada a quantia de R$ 1,7 mil mais santinhos da coligação Renovação e Experiência, do candidato

Eduardo Braga (PMDB). O suspeito foi encaminhado para a Delegacia da Polícia Civil da cidade, para os procedimentos cabíveis.

Segundo informações da assessoria de Braga, o ho-mem não presta serviços à coligação, mas o caso será acompanhado pelo setor jurídico. Ainda em Lábrea,

outros dois homens que trabalham como motoristas da prefeitura foram deti-dos sob suspeita de crime eleitoral. Luís Alberto Maia da Silva, 53, e Jonas Maia da Silva, 36, transportavam aproximadamente 200 elei-tores em um caminhão (foto acima). Os veículos perten-cem ao município.

Transporte irregular em Lábrea

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7MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

“A mais dura batalhade toda a minha vida”

José Melo diz que, durante a campanha, nem tudo aconteceu como o povo queria e alguns “se desviaram do caminho da ética e da decência”

José Melo disse que durante cam-panha alguns “se desviaram do caminho da ética e da decência”

A campanha eleitoral de 2015 entra para a história da trajetória política do candidato

à reeleição, José Melo (Pros), como a mais “dura batalha” de toda a sua vida. Isso porque, de acordo com o governador, nem sempre as coisas aconteceram no formato que o povo queria.

— Aqui e acolá alguns se desviaram do caminho da ética, do caminho da decência. Agora Deus me deu a sereni-dade sufi ciente para eu não me arredar daquilo que eu me propus, que era a apresentação das minhas proposituras.

Melo disse que deixou que o próprio povo e Deus “tomasse conta daquele outro lado” e fui em frente. Melo acha que isso foi importante porque hoje o povo todo sabe quais são essas propostas.

— Também foi sufi ciente para que hoje, nas urnas, o povo saiba o que fazer – disse o candidato do Pros.

Melo chegou ao colégio Ân-gelo Ramazotti, em Adrianó-polis, às 09h12, em companhia do candidato a vice, Henrique Oliveira e de seu antecessor, o senador eleito Omar Aziz (PSD), que estava acompa-nhado da ex-primeira-dama Nejmi Aziz. Na avaliação da campanha, Melo disse aos jor-nalistas que a jornada foi “mui-to boa”, porque passou todo o tempo falando de propostas e respeitando o povo.

— O amazonense é um povo

generoso que sabe reconhecer e entender as coisas. Estou feliz, ontem fui a Manacapuru e caminhei por toda a Manaus. E vi o entusiasmo do povo que reconheceu nossas propostas e sabe que elas que são muito importantes para o futuro. Por isso estou muito feliz. Estou feliz mesmo.

O candidato adiantou o que pretende fazer nos primeiros dias de janeiro de 2015, caso

seja eleito. — Eu vou descansar uns

quatro dias, que eu não sou de ferro, e depois nós vamos reunir um grupo de amigos, um grupo de técnicos para que possamos formatar aquele governo que eu coloquei nas minhas propostas. Um governo que possa dar as respostas a tudo aquilo que eu me comprometi com o povo do Amazonas ao longo da minha campanha –, informou.

Ao ser provocado pelo repór-

ter do EM TEMPO se “arriscava” um resultado para as eleições a presidente da República, o governador respondeu:

— Não, caboclo, porque aí seria um palpite e eu não sou palpiteiro! (risos)

— E o coração, governador, como é que está? – cutucou um repórter de TV.

— O coração está ótimo, está excelente. Ontem eu devo ter andado uns 13 quilômetros, então ele deve estar ótimo.

Melo foi questionado se que-ria comentar o resultado da últimas pesquisas do Ibope, publicado na tarde de sábado, que aponta 50% das intenções de votos para ele e 50% para Eduardo Braga (PMDB).

— Ibope? O que é Ibope? – ironizou Melo, provocando risos entre os jornalistas e disparando logo em seguida a mesma frase que soltou no primeiro turno:

— O verdadeiro instituto de pesquisa é o que o povo vai colocar nas urnas hoje.

Ao ser perguntado se es-tava confiante, o candidato respondeu que uma eleição é sempre uma incógnita”, mas ele acredita que tem uma enorme esperança de que vai vencer esta eleição “muito bem”.

— O importante é ganhar – respondeu o governador, caminhando para a 41ª Sec-ção, onde votou. Após con-firmar o voto, olhou para os fotógrafos, uniu as mãos como se fosse rezar e, logo em seguida, fez com os dedos o sinal nove, de noventa.

Confi ante em uma vitória de seu candidato, Aécio Neves (PSDB), com uma margem de 4 a 6 pontos, o prefeito tu-cano Arthur Virgílio também não poupou críticas ao Ibope que, para ele, é um instituto de pesquisa que não poderia mais estar aberto. “O Ibope é um acinte ao bom senso, é um acinte à verdade. É algo que extrapola todos os limites da tolerância”.

— Vocês vão ver daqui a pouco. Os resultados serão abertos e vocês vão ver os números, inclusive aqui no Amazonas. É de chocar mes-mo — afi rmou o prefeito.

Arthur chegou às 11h ao Colégio Pedro II, na avenida 7 de Setembro, onde vota em secção daquela 1ª Zona Elei-toral. Exibindo uma camisa

da seleção brasileira – com os adesivos 45 e 90 –, jeans e tênis. Virgílio foi tietado por eleitores que estavam na fi la e posou para várias selfi es. Depois de sessão de fotos por câmeras de celular, o prefeito disse aos jornalistas que a campanha não teve momen-tos “exatamente duros”, mas de “muito baixo nível”.

—E isso sempre é reprová-vel, não engrandece. Inclusive a campanha do primeiro turno foi menos suja do ponto de vista do formato das campa-nhas, e foi mais suja nas ruas, pois nós vimos os santinhos jogados nas escolas. Hoje tem menos sujeira nas portas das escolas. Os candidatos aten-deram aos nossos apelos para manter a cidade limpa.

Virgílio avaliou que toda elei-

ção tem sempre um episódio para fechar a página e para abri-la. Ele lamentou a chuva que naquele momento caía sobre a cidade, lembrando que, de certa forma, isso pode-ria aumentar a abstenção. “E eleição boa é aquela em que a totalidade dos eleitores se manifesta com a liberdade que a democracia permite”.

O prefeito se mostrou an-sioso em saber o resulta-do nacional da eleição para presidente da República, mas ao mesmo tempo confi ante, porque apesar de reconhecer que seria uma “eleição difícil”, antevia uma vantagem que deveria ser de 4 a 6 pontos para o seu candidato.

— Não é o Aécio que vai virar o jogo. É a presidente Dilma que precisa fazer isso.

Para Arthur, o Ibope não poderia mais estar aberto

Para o senador Omar Aziz, “não existe eleição fácil”

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“Ibope não tem mais moral”, adverte OmarO senador eleito Omar Aziz

(PSD) soltou os cachorros on-tem sobre o Ibope, afi rman-do que ao publicar pesquisas manipuladas, o instituto está induzindo o eleitor a não votar em determinado candidato e isso é “crime eleitoral”.

— Ninguém pode achar que o Ibope pode toda vez chegar aqui no Amazonas, dizer o que quer – e não é a primeira vez — e não acontecer nada. Se o resultado das eleições não for aqueles que eles deram, o Ibope não terá mais moral e ninguém terá mais mo-ral para contratar o Ibope para fazer pesquisa aqui no Estado do Amazonas — , disparou o ex-governador ao chegar para votar no colégio Cônego Azevedo, no bairro de Aparecida, centro de

Manaus.Omar digi-

tou seu voto na 41ª Secção da 1ª Zona e logo em seguida fez o sinal de qua-tro e cinco com os dedos, que pode muito bem ser nove de 90 ou 45 de Aécio. Muitos jornalistas arriscaram que o senador votou em Aécio, acreditando que ele não votaria em Dilma porque a presidente, no último programa eleitoral, quebrou o silencio que manteve durante toda a campa-nha e gravou o apoio ao candi-dato Eduardo Braga (PMDB). “O Omar jamais votaria em quem trabalhou contra a coligação dele e de Melo”, disse um assessor.

Sobre o nível de agressões da campanha, Omar disse que isso nunca prevalece. Para ele, em determinado momento pode até prevalecer “por in-timidação”, mas, lá “no fundo do seu coração não é isso que você quer”.

A gente não lutou pela democracia achando que a ar-rogância e a prepotência vão vencer isso.

Pau no IbopeAo avaliar a guerra eleitoral

que teve momento de baixo nível e acusações, Omar disse que não foi “nada fácil”, mas ob-servou também que “não existe eleição fácil”.

— Toda eleição é difícil, não tem eleição fácil. Agora tem uma

coisa, quando Deus quer e o povo quer, meu irmão, pode fazer o que você quiser que não vai ter jeito. Não adianta achar que é possível mudar a mentalidade das pessoas.

Aziz analisou que é mais ou menos isso que tentou fazer o Ibope, ao querer mudar a decisão do eleitor por meio de pesquisas manipuladas que não refl etem a realidade. O senador se referia a uma última pesquisa publicada pelo instituto que apontava um empate de 50% para José Melo e 50% para Braga nas intenções de votos.

— É inadmissível a gente ter que conviver com isso ainda. Esta não é a primeira vez que eles fazem essa molecagem. Não dá mais!

Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto disse que o Ibope já foi “toda aquela Coca-Cola”

“Eu vou descansar uns quatro dias que eu não sou de ferro, e depois nós vamos reunir um grupo de amigos e técnicos

para formatar aque-le governo que eu

coloquei nas minhas propostas”

José Melo,governador do Amazonas

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

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8 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Abstenções: índice superou 22% no interior do EstadoMais de 500 mil eleitores, ou 22,62%, deixaram de ir às urnas no segundo turno das eleições em todo o Amazonas

Foi de mais de 22% o número de abstenções no segundo turno das eleições no Amazonas.

O percentual representa cer-ca de 500 mil eleitores. Em vários colégios eleitorais de Manaus e da Região Metropo-litana (RMM), poucas pessoas compareceram as suas zonas eleitorais. Em Iranduba, no Centro de Educação de Tem-po Integral (Ceti) professora Maria Izabel Desterro e Silva, foi pequena a movimentação de eleitores durante a manhã e a tarde. O município teve, pela primeira vez, votação biométrica em todas as 98 zonas eleitorais.

De acordo com a juíza elei-toral do município, Luciana Nasser, o feriado prolongado pode ter sido um dos fatores

que motivaram a baixa procu-ra dos eleitores aos colégios eleitorais. Em Iranduba foi de-cretado ponto facultativo hoje (27), amanhã (28) por conta do feriado do servidor público e as atividades normais no mu-nicípio só serão retomadas na quarta-feira (29). A juíza disse ainda que não foram registra-

dos problemas referentes a urnas e crimes eleitorais.

“Este segundo turno está sendo tranquilo, a votação rápida e sem problemas com urnas. O único imprevisto foi a substituição de uma urna porque na sala de aula em que ela estava tinha uma goteira e ela molhou. Não estamos tendo denúncias de boca de urna e nem de irregularida-des. Neste segundo turno tem sido bem menor a participa-ção do eleitor”, falou.

Dever democráticoMas se muitas pessoas dei-

xaram de comparecer às urnas, muitas outras não abriram mão de cumprir com seu dever de-mocrático e fi zeram do segundo turno uma obrigação necessá-ria e indispensável. Foi o caso

das amigas Maria Nilza da Silva e Georgete Rodrigues, ambas de 76 anos. Devidamente ar-rumadas e bem humoradas, a agricultora e a professora, respectivamente, estiveram na escola estadual Isaías Vascon-celos, em Iranduba, para exercer sua cidadania.

“Sou patriota e faço ques-tão de votar e buscar um País melhor. Esse é o nosso instrumento, é com ele que podemos lutar por um Brasil mais justo e igualitário. Até Deus permitir, estarei indo às urnas e exercendo minha cida-dania”, disse Georgete. “Não podemos deixar de votar, se não depois como vamos exigir um país melhor? Vim votar e votarei todas as vezes que puder. É um dever de todos”, completou Maria Nilza.

No município de Iranduba, no distrito do Cacau Pirê-ra, a eleição do segundo turno também transcorreu sem problemas. O número de abstenções nas escolas onde ocorreu votação foi alto, em razão do feriado prolongado pelo Dia do Ser-vidor Público, comemorado amanhã (28). “O primeiro turno foi realmente mais agitado. O curioso foi a pro-cura de eleitores de Irandu-ba e de Manaus, que vieram justifi car o voto”, comentou o coordenador de uma das zonas eleitorais do distrito,

Aluízio Galdino. No Cacau Pirêra, três ins-

tituições foram disponibili-zadas para votação e todas operaram com voto biomé-trico. O motorista Ademar Souza aprovou a biometria, mas confessou que teve di-fi culdades em votar no pri-meiro turno, quando teve de fazer 10 tentativas na urna biométrica até ser liberado para votar.

“Neste segundo turno, consegui ser identifi cado logo na primeira tentativa e não demorou nada”, con-tou o eleitor.

Cacau Pirêra na tranquilidadePRESENÇAEm vários colégios elei-torais de Manaus e da Região Metropolitana, poucas pessoas compa-receram as suas zonas eleitorais. Em escolas de Iranduba, por exemplo, foi pequena a movimen-tação de eleitores

Uma das hipóteses levantadas pela juíza eleitoral de Iranduba, Luciana Nasser, para justifi car o grande número de eleitores ausentes à votação foi a coincidência com o feriado de 24 a 28

IONE MORENO

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9MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

‘FUI ELEITA PARA FAZER MUDANÇAS’

Em seu primeiro pronunciamento após ser reeleita, Dilma Rousseff disse que quer ser uma presidente “melhor”

Dilma Vana Rousseff , 66, foi reeleita on-tem para um segundo mandato como pre-

sidente da República. Ao fi nal da disputa presidencial mais acirrada da história recente do país, ela recebeu nas urnas mais de 54 milhões de votos, 51,6% dos válidos.

Seu adversário, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB), 54, obteve 51 milhões de votos, 48,4% dos válidos. A diferença entre os dois é a menor obser-vada entre dois fi nalistas de uma eleição presidencial desde o fi m da ditadura militar e a redemocratização do país.

A reeleição de Dilma repre-senta um triunfo de ordem pessoal e outro de natureza política. Criticada por minis-tros do seu governo e diri-gentes do próprio partido, o PT, a presidente venceu apesar do desempenho ruim na economia e ao fi nal de uma campanha marcada pelo de-sejo de mudança da maioria do eleitorado.

A vitória de Dilma também é um troféu para o PT, que chegou ao poder com Luiz Iná-cio Lula da Silva, em 2002, e agora ganhou o direito de ocupar o Palácio do Planalto por mais 4 anos, completando

16 anos no poder. Nenhuma outra força política do país alcançou essa marca desde a volta da democracia. Esta foi a sexta eleição presidencial em que petistas e tucanos se enfrentaram na fi nal, e a quarta

que o PT venceu.“Esta presidenta está dispos-

ta ao diálogo e este é o meu primeiro compromisso”, afi r-mou Dilma após a confi rmação de sua reeleição, num discurso em que rejeitou a ideia de que o país saiu dividido da eleição por causa da agressividade da campanha eleitoral.

O maior desafio da presi-dente reeleita será recupe-rar a credibilidade de sua política econômica e recon-quistar a confiança dos in-vestidores. Outro será recu-perar o apoio de partidos que a apoiavam no Congresso e se afastaram do governo durante a campanha.

As negociações ocorrerão em meio à tensão causada pelas investigações do escân-dalo na Petrobras, estimuladas pelos depoimentos de um ex-diretor da estatal e um doleiro que acusam o PT e seus aliados de montar um esquema para desviar recursos da empresa para os partidos que apoiam Dilma no Congresso.

Dilma escalará um nú-cleo político forte para atuar na linha de frente da relação do Palácio do Planalto com o Legislativo. No primeiro mandato, Dil-ma esvaziou funções polí-ticas do Planalto e rompeu pontes com o Congresso. Essa posição resultou em diversas crises do governo com os parlamentares, es-pecialmente em votações em plenário.

Para retomar o diálogo, a aposta de petistas é que Dil-ma deve ter uma “tropa de choque” formada por Aloizio Mercadante, Jaques Wagner

e Miguel Rossetto como mi-nistros. Os três compuseram a coordenação da campanha. A avaliação de assessores da presidente é de que o governo enfrentará uma crise política certa com os desdobramen-tos da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Tanto o ex-diretor da Pe-trobras, Paulo Roberto Cos-ta, como o doleiro Alberto Youssef, alvos da investiga-ção, apontaram à Justiça o envolvimento de ministros, autoridades e parlamenta-res em irregularidades da estatal. Os nomes de Dilma e de Lula surgiram em ci-

tação do doleiro.Fora isso, a defi nição mais

esperada é a do ministro que substituirá Guido Man-tega na Fazenda – opção que pode sinalizar mudan-ças na economia. Um dos cotados é Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

Em seu segundo man-dato, Dilma também terá o apoio da maioria dos governadores eleitos. Dos 27 nomes eleitos para os executivos estaduais a partir do próximo ano, ao menos 14 defenderam a reeleição da petista.

Articulações para o novo mandato

Terei o compromisso rigoroso com o com-

bate à corrupção, propondo mudanças na legislação atual para acabar com a

impunidade

Dilma Rousseff , presidente reeleita

Após ter a confi rma-ção de sua vitória, Dilma agradeceu o apoio do ex-presi-dente Lula

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10 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Derrotado, Aécio diz que Dilma deve unir o paísAécio ligou para a presidente reeleita para parabenizá-la pela vitória nas urnas e pediu união em prol do povo brasileiro

Derrotado, mas com um capital político de 51 milhões de votos, o ex-candi-

dato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse que deixa a disputa “mais vivo do que nunca” e que o resultado da eleição impõe uma priorida-de a Dilma Rousseff (PT): unir o país. Num discurso de dois minutos e em tom sereno, o tucano agradeceu seus elei-tores e disse que a campanha o permitiu “voltar a sonhar e acreditar na construção de um novo projeto”.

“Cumprimentei agora há pouco a presidente reeleita, desejei a ela sucesso na con-dução de seu próximo gover-no e ressaltei: considero que a maior de todas as prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifi que a todos”.

Ao lado de seus aliados, entre eles o ex-candidato a vice da chapa, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), e o senador eleito, José Serra (PSDB-SP), Aécio voltou a usar uma mensagem de São Paulo que, segundo ele, “re-fl ete o sentimento que tem hoje a minha alma e o meu coração: combati o bom com-bate, cumpri minha missão e guardei a fé”.

Embora discreta, a fala de Aécio aponta para a determi-nação do mineiro em se man-ter na liderança da oposição pelos próximos quatro anos. “Mais vivo do que nunca, mais sonhador do que nun-ca, eu deixo essa campanha, ao fi nal, com o sentimento

que cumpri-mos o nos-so papel”. O semblante dos tuca-nos era de abat imen-to. Aliado de primeira hora de Aécio, o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) estava com os olhos marejados quando o ex-presidenciável subiu para fazer o pronunciamento.

Durante a apuraçãoAécio aguardou o resultado

da apuração no apartamento de sua irmã, Andrea Neves, em Belo Horizonte. Ao lado de políticos, familiares e ami-gos, como o apresentador Luciano Huck. Segundo pes-soas que estavam no local, o candidato passou quase o tempo inteiro com a família e demonstrou tranquilidade.

Ele aguardou a abertura dos números ofi ciais de fren-te para a TV, abraçado com a mulher, Letícia Weber, a mãe, Maria Lúcia, e a fi lha mais velha, Gabriela. Como a apuração já estava adian-tada no momento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu os dados, assim que os números apareceram, Aécio admitiu a derrota. Hou-ve silêncio na sala. O próprio candidato rompeu. “É isso aí, bola para frente, pessoal. Te-mos que continuar. Fizemos um bom trabalho”.

Do lado de fora do prédio, dezenas de apoiadores es-peravam o resultado. Eles

foram chegando a partir das 18h, com cartazes, bandeiras e fotos de Aécio. Gritaram apoio a ele. No momento em que o resultado da eleição saiu, houve choro e revolta. “É triste, é desesperador. Era a chance de o Brasil mudar”, disse a cabeleireira Zila Por-to, de 48 anos. “É o voto da fome, mas temos que respei-tar”, disse o engenheiro Ci-priano Oliveira, 59, que puxou o Hino Nacional assim que a derrota foi confi rmada.

Durante o dia, Aécio e seus aliados sonharam com a vi-tória. A pesquisa Datafolha, que indicou uma recuperação do tucano nos últimos dois dias da disputa, alimentou a esperança de uma virada na última hora, a exemplo do que ocorreu na passagem de Aé-cio do primeiro para o segun-do turno. Uma das maiores decepções com a derrota veio do berço político do tucano, Minas Gerais, onde ele perdeu a eleição para Dilma por cerca de quatro pontos percentuais: 52% a 48%.

Para o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), o parti-do vai precisar fazer uma re-fl exão sobre esse resultado. O grupo de Aécio comandou o Estado por 12 anos, mas agora perdeu o governo para o PT. Na saída do evento em que falou com a imprensa, Aécio recebeu um abraço de Pimenta da Veiga, candidato que escolheu para concor-rer em Minas e que perdeu já no primeiro turno. “Luta-mos, lutamos”, disse Aécio ao aliado.

A eleição presidencial des-te ano foi a mais apertada que o Brasil já viu. A di-ferença entre a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) foi de apenas 3,26 pontos percen-tuais. A petista venceu com 51,63% dos votos válidos, ou quase 54,5 milhões de votos. Já o tucano conseguiu 48,37% - pouco mais de 51 milhões de votos.

Esse resultado conside-ra a apuração de 99,93% das urnas. Como só 0,07% ainda não tinham sido com-putadas até as 22h deste domingo (26), a diferença da votação entre os can-didatos não terá grandes alterações. Apesar de Aécio não ter vencido, o resultado de hoje deu ao PSDB a maior votação que o partido já obteve na história.

Em 2010, a diferença en-tre Dilma e José Serra (PSDB) foi de 12,1 pontos percen-tuais, inferior à registrada por Luiz Inácio Lula da Silva tanto na disputa com o sena-dor eleito por São Paulo, em 2002 (22,54) quanto contra Geraldo Alckmin em 2010 (21,66 pontos). Fernando Henrique Cardoso venceu Lula nas duas eleições que disputou, em 1994 e 1998, com 15,25 e 21,35 pontos percentuais de diferença, respectivamente - nas duas

ocasiões, o tucano venceu no primeiro turno.

Collor e JK Considerando o período

da redemocratização, a úl-tima vez que uma eleição foi tão apertada quanto esta ocorreu há 25 anos, quando Fernando Collor de Mello derrotou Luiz Inácio Lula da Silva por 53% a 47%, uma diferença de apenas seis pontos. Antes

disso, um pleito só havia sido tão apertado em 1955, na eleição de Juscelino Ku-bitschek. O presidente que entrou para a história por ter construído Brasília ven-ceu com vantagem de 5,41 pontos percentuais sobre Juarez Távora. Na ocasião, JK conseguiu 35,68% dos votos, e o segundo colocado, 30,27%. Na época não havia segundo turno.

Eleição mais apertada do Brasil

DESDE JKO Brasil não tinha eleição tão acirrada desde a de Jucelino Kubitschek sobre Juarez Távora. Collor e Lula tam-bém travaram uma disputa ponto a ponto há 25 anos

Sereno, o candidato derrotado Aécio Neves agradeceu aos seus mais de 50 milhões de eleitores e disse ter parabenizado Dilma pelo seu segundo mandato à frente do país VA

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11MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Pezão é reeleito no Rio e Crivella não se conformaLuiz Fernando Pezão, do PMDB, dedicou sua vitória sobre Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro, ao ex-governador Sérgio Cabral

No primeiro pronuncia-mento após ser ree-leito governador do Estado do Rio, Luiz

Fernando Pezão (PMDB) dedi-cou sua vitória ao ex-governa-dor Sérgio Cabral Filho.

Desgastado politicamente, principalmente após o período de manifestações em junho de 2013, Cabral não apareceu na propaganda eleitoral de Pezão ao longo desta campanha.

No início da noite de ontem, assim que o resultado das urnas já garantia a vitória do candi-dato do PMDB, Cabral foi ao encontro de Pezão, que reuniu seus aliados políticos em um hotel no Flamengo, Zona Sul da capital fl uminense. Os dois trocaram um longo abraço ao comemorar o resultado.

“Nos momentos mais difí-ceis, em abril e maio deste ano, quando as pesquisas indi-cavam que tinha 4% das inten-ções de voto, ele (Cabral) sem-pre acreditou”, disse Pezão, em entrevista coletiva após a divulgação do resultado.

Ele falou sobre a opção de deixar Cabral fora de sua propaganda eleitoral. “Nossa concepção de campanha tinha de mostrar quem vai governar. O Sérgio prestou o maior ser-viço que esse Estado já teve. Por onde passei, as pessoas falavam que este havia sido o melhor governo da história do Rio. E ele sabia que eu tinha que

ser protago-nista neste momento”, avaliou Pe-zão.

Na come-m o r a ç ã o dentro do hotel, aliados do candidato nesta campanha, além de outros colaboradores, chegaram a cantar em coro um refrão da torcida fl amenguis-ta, mas em uma nova versão: “E ninguém cala esse chororô! Chora Garotinho! Chora Lind-bergh! Chora o Bispo!”.

A música é uma referência ao apoio dado a Marcelo Cri-vella (PRB), seu adversário, que ganhou o apoio de Anthony Garotinho (PR) e Lindbergh Fa-rias (PT) neste segundo turno. “Se olharmos para os meus números iniciais nesta campa-nha, seria inimaginável pensar que eu derrotaria Garotinho, Crivella e Lindbergh juntos”, acrescentou Pezão.

O senador Marcelo Crivella (PRB), candidato derrotado para o governo do Rio, dis-se achar “prematura qualquer comemoração” do PMDB. Ele espera pelo resultado de 13 ações de cassação do registro de candidatura do governador reeleito Luiz Fernando Pezão. Caso a candidatura do peeme-debista seja validada, promete recorrer até ao STF (Supremo Tribunal Federal). Vice-governador desde 2007, o peemedebista assumiu o cargo em abril, após a renúncia do ex-governador Sérgio Cabral

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O senador Rodrigo Rol-lemberg (foto), do PSB, foi eleito governador do Distrito Federal por 750 mil votos, com apoio de 55,5% do eleitorado de 1,9 milhão de pessoas. Seu adversário, Jofran Frejat (PR), obteve 604 mil votos, 44,4% do total.

Rollemberg acompanhou a apuração no seu apar-tamento, na Asa Sul de Brasília. O placar fi nal re-presenta a derrota do grupo político do ex-governador José Roberto Arruda (PR), que desistiu da disputa, sob risco de ter a candidatura cassada pela Justiça.

Frejat, até então candida-to a vice, assumiu o posto

Rollemberg sai vitorioso no DF

tendo a mulher de Arruda, Flávia Peres, como vice. A disputa na capital se acirrou na reta fi nal. Em meados de outubro, Frejat prometeu baixar as tarifas de ônibus a R$ 1. O tema dominou os debates nos últimos dias e deu início a uma curva de ascensão do candidato do PR.

Com apoio dos irmãos Cid e Ciro Gomes, Camilo Santana (foto), do PT, foi eleito governa-dor do Ceará. O ex-secretário estadual obteve 53% dos votos, ante 47% do senador Eunício Oliveira (PMDB). A eleição re-presenta um salto na presença do PT no Nordeste, região que concentra o maior percentual de benefi ciários de programas sociais, como o Bolsa Família. Até 2018, com Ceará, Bahia e Piauí, o partido de Dilma go-vernará 48% dos 56 milhões de habitantes da região.

No Ceará, a eleição do petista de 46 anos representa, sobretu-do, uma vitória do grupo político liderado pelos irmãos Cid e Ciro (Pros). Eles foram os fi adores da candidatura de Camilo e agora conservam a hegemonia no Es-tado após os 8 anos de governo de Cid Gomes. No Estado, além

Cearenses elegem Camilo Santana

do governo estadual, o grupo dos Gomes já comanda também a capital, Fortaleza, com a ges-tão do prefeito Roberto Cláudio, também do Pros. Há 26 anos um mesmo grupo político não conseguia manter essa “dobra-dinha”. A última vez foi com a vitória municipal de Ciro, então no PSDB, aliado ao então gover-nador Tasso Jereissati (PSDB).

O Estado de Roraima, o menor colégio eleitoral do país, será comandado por uma mulher pela primei-ra vez na história. Suely Campos (foto), do PP, saiu vitoriosa nas urnas, supe-rando o atual governador, Chico Rodrigues (PSB). Os dois protagonizaram uma das disputas mais acirradas da história eleitoral recente de Roraima.

Na campanha, Suely ten-tou desconstruir a ideia de que era apenas uma “mulher de político”. Chico, apoiado pelo senador Ro-mero Jucá (PMDB), procu-rou desfazer o boato de que transformaria Roraima em uma oligarquia dos Jucá. Na

Suely Campos vence em Roraima

chapa dele, Rodrigo Jucá (PMDB), fi lho do senador, candidatou-se ao cargo de vice-governador.

A governadora eleita substituiu o marido, o ex-governador Neudo Campos (PP, 1995-2002), que renun-ciou no último dia 12 de setembro, após ser barrado pela Lei da Ficha Limpa.

Simão Jatene (foto), do PSDB, reelegeu-se ontem governador do Pará. O tucano exercerá o cargo pela terceira vez. Jatene teve 52% dos votos ante 48% de Helder Barbalho (PMDB), que vencera no primeiro turno por apenas 50 mil votos. A eleição no Pará foi marcada pelos ataques mútuos entre os candidatos e pelo equilíbrio do eleitorado.

Jatene, 65, recebeu forte apoio de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Em sua campa-nha, Jatene enfatizou a ideia de que “perdeu” seus dois primeiros anos de governo para arrumar as contas do Estado.

Planos para a educação, re-forma de estradas e políticas de saúde e segurança no interior foram suas principais bandeiras na campanha. Ainda no primeiro turno, foi alvo de acusações de Helder, que apresentou grava-

Jatene vai para terceiro mandato

ção de 2011 em que uma fi lha do governador pedia ao subse-cretário de Receita uma lista de empresas para “buscar um dinheirinho”. O episódio abriu a artilharia da campanha, com contra-ataques de Jatene, que associou Helder ao pai, Jader Barbalho, que governou o Pará entre 1991 e 1994. “Quem co-nhece Helder não vota em Bar-balho” foi um slogan tucano.

Waldez Góes (PDT), 52, foi eleito o novo governador do Amapá. O pedetista ocupará o cargo pela terceira vez.

Pela primeira vez em 20 anos, nem PMDB nem PT assumirão o governo de Mato Grosso do Sul. Quem venceu as eleições no Estado foi o candidato que pregava a “mudança”, o tucano Reinaldo Azambuja.

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), foi reeleito para mais 4 anos de mandato, superando o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) no segundo turno.

Atual vice-governador, Ro-binson Faria (PSD) venceu o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e governará o Rio Grande do Norte a partir de 2015.

O candidato do PMDB, José

Vencedores em mais sete Estados

Ivo Sartori (foto), foi eleito go-vernador do Rio Grande do Sul, superando Tarso Genro (PT).

Atual governador de Rondô-nia, Confúcio Moura (PMDB), 66, venceu o ex-senador Expedito Júnior (PSDB), 51, no segundo turno e vai continuar à frente do Palácio Rio Madeira nos pró-ximos 4 anos.

Waldez Góes (PDT), 52, foi elei-to o novo governador do Amapá, derrotando o atual governador, Camilo Capiberibe (PSB)

O governador de Goiás, Marconi Perillo (foto), do PSDB, foi reeleito para seu quarto mandato. O tucano obteve 57% dos votos, ven-cendo Iris Rezende (PMDB), que teve 43%. O governa-dor reeleito contará com a maioria da Assembleia Le-gislativa. Sua coligação ele-geu 63% dos 41 deputados estaduais. Esta foi a terceira vez que Perillo e Rezende se enfrentaram na disputa pelo governo goiano – o candidato do PSDB venceu em todas. Perillo dará início ao quinto mandato consecutivo de seu grupo político, que começou com sua primeira eleição, em 1998.

Em entrevista concedida

Goiás escolhe Marconi Perillo

após a divulgação do resul-tado, Rezende disse estar satisfeito por sua partici-pação e pela “consciência tranquila e do dever cumpri-do”. Ele, que no decorrer da campanha afi rmou que seria a última eleição que partici-paria, disse que a partir de hoje seguiria como militante do partido.

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12 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Youssef entrega provas sobre políticos que citou

Além de entregar com-parsas no governo e no Congresso Nacional, o me-gadoleiro Alberto Youssef também está mostrando à Polícia e ao Ministério Públi-co Federal todas as provas documentais que acumulou e deixou em mãos de pesso-as de sua confiança. Ele pro-mete revelar os bens usados pelo esquema do Petrolão para presentear corruptos, além dos números das con-tas do desses políticos em paraísos fiscais.

Varejão da corrupçãoPaulo Roberto Costa tra-

tava com a cúpula do poder (Lula o chamava de “Pau-linho”) e Youssef fazia o “varejo”, pagando propina a políticos.

Bancada do PetrolãoAlberto Youssef já reve-

lou à PF e ao MPF que pelo menos 28 membros do Congresso recebiam propi-nas mensais de R$ 100 mil a R$ 150 mil.

Eles sabiam de tudoNa terça-feira, 30, Yous-

sef revelou à PF e ao MPF, em depoimento, que Lula e Dilma sempre souberam da roubalheira na Petrobras.

PF bem que avisouAinda no início das in-

vestigações, a Polícia Fe-deral concluiu que uma quadrilha se instalou na Petrobras para roubá-la. Estava corretíssima.

Desafio de Dil-ma será aproximar o país dividido

Reeleita com grande vo-tação nos grotões, a pre-sidente Dilma (PT) terá uma tarefa difícil em seu segundo mandato: buscar a reconciliação com a me-tade do país que a rejeitou nas urnas. Após campanha

agressiva, multidões pas-saram a hostilizá-la nas grandes cidades, durante eventos em estádios, gi-násios esportivos etc. O desafio de Dilma será usar muita política e menos pro-paganda para reconquistar os corações.

AntipetismoMaior Estado do País, São

Paulo definitivamente não quer papo com o PT: 65% votaram em Aécio Neves.

Derrotas decisivasAécio Neves sofreu derro-

tas que foram determinan-tes em sua derrota: Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Alves sem mandatoDepois de 44 anos, o

presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Edu-ardo Alves (PMDB-RN), fica sem mandato após sua derrota ontem.

Minas e PernambucoA presidente Dilma Rous-

seff (PT), reeleita na noite de ontem, venceu em Per-nambuco, reduto do fale-cido governador Eduardo Campos (PSB), com mais de 70% dos votos. Em Mi-nas Gerais, reduto do tu-cano Aécio Neves, Dilma teve 52,4% contra 47,6%. Aécio cresceu em SP.

Sossega leãoHomem forte na campa-

nha da presidente Dilma, Giles Azevedo deixou a equipe de sobreaviso on-tem para um encontro a fim de acompanhar a apuração dos votos. A turma estava à base do calmante.

Pesquisas derrotadasOs pesquisadores do Ibo-

pe e Datafolha erraram de novo nos Estados, nas vi-tórias de José Ivo Sartori (PMDB-RS), Simão Jatene (PSDB-PA) e Marconi Pe-rillo (PSDB-GO), bem mais

expressivas que o previsto.

Noves fora, zeroO deputado Paulo Abi-

Ackel (PSDB-MG) acredita que as abstenções em Belo Horizonte devido às fortes chuvas ontem não ajudaram nem prejudicaram Aécio ou Dilma: “Como havia empate, perderam os dois”.

Bota foraO senador Cristovam Bu-

arque (PDT) diz que ficou “satisfeito” com eleição de Rodrigo Rollemberg (PSB), no DF, deixando de fora a turma de José Roberto Ar-ruda e Joaquim Roriz: “Dos antigos, só sobrou eu”.

Mesmo aviãoAliado histórico do PSDB,

o DEM descolou um avião ontem a fim de levar po-líticos potiguares e per-nambucanos para acompa-nhar, em MG, o resultado das eleições. Foram no mesmo voo José Agripi-no (RN), Felipe Maia (RN), Mendonça Filho (PE) e Bruno Araújo (PE).

Ano de criseSerá perdido o ano de

2015, segundo líderes do Congresso. É que a revela-ção dos ladrões do Petrolão provocará abertura de pro-cessos de cassação e ações criminais na Justiça. E isso deve paralisar o país.

Cotados O vice-presidente da Câ-

mara, Arlindo Chinaglia, e o relator da CPMI da Petro-bras, Marco Maia (RS), são cotados no PT para encarar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na briga pela presidência da Câmara em 2015.

Para alívio geralHospitalizado, o megado-

leiro Alberto Youssef ga-nhou bom motivo para não aparecer na CPI do Petrolão, na quarta (29).

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Rindo baixo

www.claudiohumberto.com.br

Não caiu a ficha”

JOSÉ IVO SARTORI (PMDB), governador eleito do Rio Grande do Sul, na noite de ontem

O desempenho do MDB nas eleições de 1974 surpreendeu não apenas o governo autoritário do general Ernesto Geisel, mas também a própria oposição, principalmente os moderados. Empolgado, o deputado Fernando Lyra (PE) telefonou ao moderadíssimo Tancredo Neves:

- Dr. Tancredo, elegemos o senador em Pernambuco e vamos ganhar também em Sergipe e no Rio Grande do Norte!

No outro lado da linha, o líder mineiro reagiu com sua fala mansa:- Fernando, você não acha que é senador demais?

Revista publicou matéria em que afi rma que a presidente e Lula sabiam das irregularidades registradas na Petrobras

Site de ‘Veja’ publica nota de direito de resposta

Conforme determina-ção do Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE), a revista “Veja” publi-

cou no site da semanal on-tem um texto referente ao direito de resposta concedido à campanha da presidente Dil-ma Rousseff (PT) referente à última capa do semanário. Conforme a reportagem de Veja, em depoimento à Polí-cia Federal, o doleiro Alberto Youssef disse que Dilma e seu antecessor no cargo, Luiz Iná-cio Lula da Silva, sabiam do es-quema de desvio de dinheiro público na Petrobras.

O ministro Admar Gonzaga, do TSE, concedeu na noite do último sábado 25 o direito de resposta por considerar que a publicação não teve “qual-quer cautela” e transmitiu a acusação de “forma ofensiva” e em “tom de certeza”. “Fácil perceber que a revista ‘Veja’ desbordou do seu direito de

bem informar para, de forma ofensiva e sem qualquer cau-tela, transmitir ao seu grande público, em tom de certeza, acusação de que Dilma Rous-seff e Luiz Inácio Lula da Silva

tinham ciência de fato crimi-noso sobre um dos badalados temas desta campanha presi-dencial”, afi rmou na liminar.

No texto, a campanha pe-tista acusa a revista de “às vésperas da manifestação

da vontade s o b e r a n a das urnas” tentar in-fl uenciar o p r o c e s s o e l e i t o r a l “por meio de denún-cias vazias, que não encon-tram qualquer respaldo na realidade, em desfavor do PT e de sua candidata”. E ressalta que o texto “repete o método adotado no primeiro turno, igualmente condenado pelos sete ministros do TSE”.

Ainda segundo o PT, o pró-prio advogado do investiga-do, Antônio Figueiredo Bas-to, rechaça a veracidade do relato publicado no semaná-rio. “Todos os depoimentos prestados por Youssef foram acompanhados por Basto e/ou por sua equipe, que jamais presenciaram conversas com esse teor”, defende.

Revista adiantou edição para que denúncias chegassem às ruas antes do segundo turno

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A “Veja” usou a nota na ín-tegra, mas não sem mostrar indignação quanto à decisão de Ademar Gonzaga. Em artigo publicado no site da revista, o direito de resposta “é resultado de uma decisão individual de Admar Gonzaga, ex-advogado da campanha de Dilma Rous-seff em 2010 e hoje ministro do TSE, nomeado por Dilma. Decisão judicial se cumpre. Ela foi baseada em jurisprudência fi rmada no TSE, segundo a qual “sempre que órgão de imprensa se referir de forma

direta a candidatos, partidos ou coligações que disputam o pleito, com ofensa ou informa-ção inverídica, extrapolando o direito de informar, haverá campo para atuação da Justiça Eleitoral para processar e jul-gar direito de resposta”.

O ministro Admar Gonzaga decidiu-se pela concessão do direito de resposta depois de examinar o pedido da coliga-ção da candidata Dilma Rous-seff por duas horas, tempo em que também redigiu as nove laudas de seu despacho — ao

ritmo de 13 minutos por lauda. Veja recorreu ao pleno do TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que, entretanto, sem a decisão defi nitiva, não susta a publicação do texto.

A defesa da revista baseou-se em três fatos: 1) Ocorreu o depoimento do doleiro Alberto Youssef no âmbito do proces-so de delação premiada ainda em negociação; 2) As afi r-mações atribuídas a Youssef pela revista foram anexadas ao processo de delação pre-miada e; 3) o advogado do

investigado, Antônio Figuei-redo Basto, não rechaçou a veracidade do relato.

Em seu aspecto doutrinário, lamenta-se a fragilidade a que se submete, em período elei-toral, o preceito constitucional da liberdade de expressão, ao se permitir que, ao cabo de poucas horas, de modo monocrático, um ministro decida merecerem respos-tas informações jornalísticas que, em outras circunstân-cias, seriam simplesmente verdades inconvenientes.

‘Veja’ esbraveja após decisão de ministro

“A democracia brasileira as-siste, mais uma vez, a setores que, às vésperas da manifes-tação da vontade soberana das urnas, tentam infl uenciar o processo eleitoral por meio de denúncias vazias, que não encontram qualquer respaldo na realidade, em desfavor do PT e de sua candidata.

A Coligação ‘Com a Força do Povo’ vem a público con-denar essa atitude e reiterar

que o texto repete o método adotado no primeiro turno, igualmente condenado pelos sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por terem sido apresentadas acu-sações sem provas.

A publicação faz referência a um suposto depoimento de Alberto Youssef, no âmbito de um processo de delação premiada ainda em nego-ciação, para tentar implicar

a Presidenta Dilma Rousseff e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ilicitudes. Ocorre que o próprio advo-gado do investigado, Antônio Figueiredo Basto, rechaça a veracidade desse relato, uma vez que todos os depoimentos prestados por Youssef foram acompanhados por Basto e/ou por sua equipe, que jamais presenciaram conversas com esse teor.”

Íntegra da resposta do PT

Publicação de “Veja” causou sentimentos diversos nos eleitores

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AÇÃO

DECISÃOMinistro Admar Gonzaga disse na decisão que que é “fácil perceber que a revista ‘Veja’ desbordou do seu direito de bem informar para, de forma ofensiva e sem qualquer cautela, transmitir acu-sações contra Dilma

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Page 13: Eleições 2014 - 27 de outubro de 2014

13MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Eleitor usa cola instantânea para colar tecla de urna

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AÇÃO

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Vários eleitores continuaram a postar selfi es como no 1º turno

Um eleitor foi preso após fazer uma sel-fi e em uma seção eleitoral em Embu

Guaçu (SP), segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo. No primeiro turno, em 5 de outubro, sem saber que era crime, eleitores começaram a postar selfi es nas urnas e a postar em redes sociais, dando origem a um tumblr com as imagens.

O presidente do TSE (Tri-bunal Superior Eleitoral), Dias Toff oli, afi rmou na oca-sião que os casos deveriam ser investigados.

Outras sete pessoas foram detidas ontem após violarem leis eleitorais. Uma das pri-sões foi a de um jovem que deu socos e quebrou as telas de duas urnas de seções elei-torais no bairro de Perus, na Zona Norte de São Paulo.

De acordo com o TRE, o eleitor de 18 anos de idade passou a dar murros na urna após ter seu voto liberado pelos mesários da 418ª se-ção eleitoral, na Etec Gildo Marçal Bezerra Brandão. Em seguida, ele foi para seção ao lado e danificou outro equipamento. O rapaz foi preso em flagrante e encami-nhado para a 46ª Delegacia de Polícia da capital.

A Lei das Eleições prevê

pena de 5 a 10 anos de prisão para o crime de d a n i f i c a -ção de urna. Na cidade de São Ro-que, quatro pessoas foram detidas pelo crime de divulgação ilegal de propaganda eleitoral.

Duas pessoas foram presas no município de Jandira por fazer boca de urna.

Nas eleições no Estado, 340 urnas tiveram que ser troca-das – 66 na capital e 274 no interior. O número equivale a 0,38% do total de 90.026 apa-relhos instalados nas cidades paulistas. Na capital, uma das urnas no bairro do Grajaú (Zona Sul) foi substituída por votação manual.

Homem passa cola em tecla de urna, em Goiás

Um fato curioso mar-cou a votação em uma seção do município de Formosa, a 242 quilôme-tros de Goiânia. Um elei-tor passou cola em uma das teclas da urna ele-trônica, impedindo que ela fosse pressionada. O fato só foi percebido pelo eleitor seguinte, ao entrar na cabine de vo-tação. Ele comunicou o ocorrido aos mesários e a urna foi trocada.

De acordo com o Tri-bunal Regional Eleitoral (TRE) de Goiás, o elei-tor que colou a tecla da urna já foi identi-ficado e está sendo procurado pela Polícia Federal por prática de crime eleitoral.

Além disso, o presiden-te de uma das seções

na Pontifícia Universi-dade Católica de Goiás, na capital do Estado, foi preso esta manhã. Ele deveria estar no local por volta das 7h40, e só chegou às 11h para tra-balhar. De acordo com o TRE, um juiz estava no local e mandou prender o presidente da sessão. Outro mesário o subs-tituiu como presidente da seção e um eleitor que estava no local foi convocado para ocupar o posto de mesário.

Quatro prisões foram registradas no Estado, conforme informações do TRE. Além dessa prisão, em Goiânia, outra foi registrada no município de Jara-guá e outras duas no município de Minaçu.

PROCURADO

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O jovem de 23 anos estava em uma seção eleitoral de Embu Guaçu, em São Paulo. Ele postou a imagem no Instagram, foi identifi cado e preso em seguida

Eleitor é preso ao fazer selfi e na hora de votar

CRIMENo primeiro turno, em 5 de outubro, sem saber que era crime, eleitores começaram a postar selfi es nas urnas e a postar em redes sociais, dando origem a um tumblr com as imagens

Qual reforma política será feita?A proposta de Dilma Rousseff

de fazer a reforma política como prioridade em seu próximo go-verno, reforçada em seu discur-so da vitória na noite de ontem, é positiva, mas deve ser detalha-da pelo governo e o Congresso. A opinião é do cientista político Ricardo Ismael, professor de ciências políticas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

“A pergunta é: que reforma política é essa? Quando se dis-cute o assunto, todo mundo é a favor. Mas qual reforma po-lítica ela vai propor? Tem gente achando que é voto facultativo, que é acabar com coligação partidária, ou até o controle dos meios de comunicação. Assim é meio vago, tem que qualifi -car. Ainda tem que trabalhar muito no Congresso Nacional

para encontrar o consenso”. Na avaliação de Ricardo Ismael, o resultado apertado deverá in-centivar a busca de apoios para fazer as reformas anunciadas

durante a campanha.“Dilma vai tentar buscar a

unidade do país, superar os confl itos e problemas que acon-

teceram durante a campanha e extrapolaram alguns limites. Agora é importante que isso passe, que se faça a discus-são dos problemas do país. É preciso pensar no crescimento econômico, que certamente é baixo, pensar na questão da Petrobras, em um padrão de administração pública dife-rente desse que se observou. Tem que pensar também na questão dos programas sociais, que precisam avançar”, disse. O cientista político não vê proble-ma no fato de o PT conseguir o quarto mandato consecutivo, tema levantado pela oposição durante a campanha. “É decisão do povo brasileiro, soberano, com relação a isso. Existiam duas candidaturas no segundo turno, o povo optou pela Dilma. Agora é respeitar a decisão”.

FUTURO

Jornais destacam desafi o de Dilma

EXTERIOR

O resultado das eleições no Brasil é destaque na capa das edições dos principais jornais internacionais na in-ternet, que ressaltaram o de-safi o da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) de unir o Brasil após a dura disputa contra Aécio Neves (PSDB).

Na Argentina, o “Clarín” destacou na manchete que Dilma venceu por uma mar-gem estreita “ao fi nal de uma campanha duríssima, cheia de denúncias e acu-sações mútuas”.

“Segundo analistas, a campanha eleitoral de 2014 deixará como legado um país dividido, e pesa sobre os ombros da presidente eleita a responsabilidade de buscar uma reconciliação

para enfrentar os delica-dos problemas econômicos e políticos do Brasil.”

Para o “Financial Times”, da Grã-Bretanha, “Dilma enfrenta agora a tarefa de unir um país dividido pela campanha mais agressi-va dos últimos tempos, de ressuscitar uma econo-mia que se arrasta e de pacifi car mercados hostis”.

O “El Universal”, da Vene-zuela, destaca na primeira página a reação de Aécio Neves, que reconheceu a derrota e destacou em seu discurso que a prioridade agora é unir o Brasil.

Segundo o “The New York Times”, a vitória “endos-sa uma líder de esquerda que alcançou ganhos im-

portantes na redução da pobreza e na manutenção do baixo desemprego”.

O francês “Le Monde” menciona a derrota em São Paulo, principal colé-gio eleitoral do país, porém “compensada pela vitória em Minas Gerais, o segundo colégio eleitoral e feudo político de Aécio Neves”.

O espanhol “El País” traz como destaque um artigo assinado pelo jornalista Juan Arias, do Rio de Janeiro, intitulado “A Mudança Terá que Esperar”.

“O medo entre os mais po-bres de perder o que conse-guiram nos 12 anos de gover-no petista prevaleceu sobre a incógnita de apostar em uma mudança”, diz o texto.

Dilma enfrenta a tarefa de unir um país dividido pela disputa mais acirrada dos últimos tempos

O país precisa saber qual reforma política será feita de agora em diante, diz cientista político

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APOIONa avaliação do cien-tista político Ricardo Ismael, o resultado apertado nas eleições presidenciais deverá incentivar a busca de apoios para fazer as reformas anunciadas durante a campanha

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Page 14: Eleições 2014 - 27 de outubro de 2014

14 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Mais de 46 mil votaram no exterior antes do BrasilAécio Neves ganhou nas zonas eleitorais no exterior com ampla maioria dos votos válidos. Abstenções também foram altas

Processo de votação co-meçou com os eleitores brasileiros que moram em Wellington, na Nova

Zelândia, às 17h (de Brasília) de sábado (25). Ao iniciar a votação do segundo turno em território brasileiro, às 8h deste domingo, 46.174 eleitores que vivem em outros países já ha-viam votado, contando apenas as seções que encerram seus trabalhos e desconsiderando aquelas nas quais a votação ainda está em andamento e as abstenções.

Em seguida, votaram os elei-tores que vivem na Austrália, no Japão, no Timor Leste, em Cingapura, nas Filipinas, em Hong Kong, na Indonésia, na Malásia, na China e em Taiwan. Os últimos a votar foram os brasileiros que residem em São Francisco, nos Estados Unidos. Lá a votação começou às 13h (de Brasília) de domingo.

Os mais de 300 mil eleito-res cadastrados pela Justiça Eleitoral no exterior — divi-didos em 135 cidades de 88 países e em Hong Kong, região administrativa da República Popular da China — votaram para presidente da República. A votação foi das 8h às 17h do horário local.

O maior colégio eleitoral brasileiro no exterior fi ca nos Estados Unidos, onde há mais de 112,2 mil eleitores cadastra-dos em 10 cidades. As maiores concentrações estão em Miami (22.294), Nova York (21.240) e Boston (18.181). Outro país com um número signifi cativo de eleitores é Portugal. A ca-pital Lisboa registra mais de 17 mil brasileiros aptos a vo-tar; em Porto, são mais de 12 mil. Na Itália, apenas a cidade de Milão contabiliza mais de 14 mil eleitores.

A votação fora do territó-rio nacional é organizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, com o apoio

dos consulados ou missões diplomáticas em cada país.

FusoPor ser o primeiro

país a começar a vo-tação, a Nova Zelân-dia também é o local em que o processo eleitoral no exterior é encerrado pri-meiro. Segundo informações do Cartório do exterior, a vo-tação em Wellington terminou às 2h da madrugada deste domingo, considerando o ho-rário de Brasília. Os últimos países a encerrar a votação, também em relação ao horário de Brasília, são Canadá (Van-couver) e Estados Unidos (Los Angeles e São Francisco), às 22h deste domingo.

Justifi cativaOs eleitores compareceram à

seção no segundo turno, mes-mo os que não votaram no primeiro turno. Caso não vo-tassem, precisavam justifi car a ausência. O voto no exterior também é obrigatório, e a jus-tifi cativa deveria ser encami-nhada ao onsulado brasileiro mais próximo da residência do eleitor.

Quem reside fora do país está sujeito a penalidades impostas pela lei brasileira, caso não votem ou justifi quem ausência. Uma delas e que pode complicar muito a vida de quem mora fora do Brasil é a impossibilidade de renovação do passaporte.

No primeiro turno das elei-ções deste ano, 141.501 brasi-leiros votaram para presidente da República em 89 países. O número é 63% maior do que o registrado no primeiro turno das eleições presidenciais de 2010. A abstenção (número de eleitores aptos que não com-pareceram) também aumen-tou: de 55,5% para 59,9%.

No primeiro turno, os elei-tores que votaram fora do país preferiram o candidato

Aécio Neves (PSDB). Ele teve 49,51% dos votos contra 26,01% da candidata do PSB, Marina Silva. A petista Dil-ma Rousseff fi cou em tercei-ro em território estrangeiro, com 18,35% dos votos.

O maior número de eleito-res em território estrangeiro está concentrado nos Estados Unidos (112,2 mil), seguido pelo Japão (30,6 mil). Os paí-ses europeus, juntos, abrigam 140 mil eleitores brasileiros,

com destaque para Portu-gal (30,4 mil), a Itália (20,9 mil), Alemanha (17,5 mil) e Inglaterra (16.9 mil).

No segundo turno, o candi-dato à Presidência Aécio Ne-ves (PSDB) venceu as eleições com mais de três mil votos de diferença. Foram 3.350 votos para o candidato tucano con-tra 349 para Dilma Rousseff (PT). O resultado fi nal deu vi-tória ao tucano, que fi cou com 90,5%, e a petista, 9,5% dos

votos válidos. Aécio também ganhou as eleições no Reino Unido. Ele fi cou com 4.415 votos (75,5%) e a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) obteve com 1.435 votos (24,5%). Dezessete mil eleito-res brasileiros, no Reino Unido, estão aptos a votar. Entre os brasileiros que vivem na China e decidiram votar, 218 opta-ram pelo tucano, enquanto 63 optaram pela candidata à ree-leição Dilma Rousseff (PT).

Aécio ganhou em todos os países do exterior

As votações ocorreram em consulados e foram realizadas em urnas eletrônicas e na presença de mesários, como no Brasil

DIVULGAÇÃO

Eleitor que não votou pode justifi car até 26 de dezembro

O grande número de abs-tenções no país chamou a atenção. Até as 23h (horário Manaus), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia registra-do 30.137,317 abstenções ou 21,10%, de um universo de quase 143 milhões de brasi-leiros aptos a votar. Durante o primeiro turno das eleições, o Amapá foi a unidade da Fe-deração que registrou menos abstenções (10,44%), seguida do Distrito Federal (11,67%) e Roraima (12,43%). No topo da lista de abstenções por Estado no primeiro turno estão Mara-nhão (23,63%), Bahia (23,19%) e Mato Grosso (22,91%).

O eleitor que estiver fora de seu domicílio eleitoral deve entregar o Requerimento de Justifi cativa Eleitoral devida-mente preenchido em um dos postos de justifi cativa da cida-de onde estiver. Basta levar o título eleitoral e um documento ofi cial de identifi cação.

Enquanto não regularizar a situação com a Justiça Elei-toral, o eleitor não poderá

inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública nem tomar posse se aprovado. Também fi ca proi-bido de receber vencimentos, remuneração, salário ou pro-ventos de função ou emprego público; participar de concor-rência pública ou administrati-va da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos municípios, ou das res-pectivas autarquias;

Outras consequências são a impossibilidade de obter passaporte ou carteira de identidade; renovar matrícula em estabelecimento de ensi-no ofi cial ou fi scalizado pelo governo e praticar qualquer ato para o qual se exija a quitação do serviço militar ou imposto de renda.

Quem não justifi cou a ausência nas urnas no pri-meiro turno deve fazer isso até o dia 4 de dezembro. O prazo para quem não votar nem justifi car neste segundo turno a ausência termina no dia 26 de dezembro.

BRASIL

Quem não pode ou não quis votar no segundo turno tem até o dia 26 de dezembro para justifi car a ausência ao pleito 2014

PENALIDADESBrasileiros que votam no exterior e que não justifi carem seus vo-tos fi cam impossibili-tados de renovar seus passaportes e podem sofrer outras penali-dades ao retornarem ao Brasil

RAIMUNDO VALENTIM

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15MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Ministro Toff oli diz que ‘brasileiro gosta de votar’Declaração de Dias Toff oli foi dada a visitantes internacionais que estão acompanhando o processo eleitoral no Brasil

O presidente do Tribu-nal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toff oli, disse neste do-

mingo que o brasileiro gosta de votar. A um público de visitantes internacionais que está no país para acompanhar as eleições, o ministro explicou que o voto no Brasil é obrigatório. No entanto, a sanção para quem não vai às urnas é baixa, “equivalente a um dólar”, segundo Toff oli. O presidente do tribunal explicou que, no primeiro turno, a absten-ção foi de cerca de 20% - um índice baixo, na avaliação dele. “O brasileiro gosta de votar, ele gosta de participar do processo eleitoral”, concluiu Toff oli.

O ministro disse que, a cada eleição, o TSE consegue tota-lizar o resultado das votações mais rápido. Neste domingo, a expectativa era que o nome do próximo presidente da Repú-blica fosse apurado antes das 20h. No entanto, somente após esse horário os brasileiros sou-beram do resultado, em respeito aos eleitores do Acre, que só terminam de votar às 20h do horário de Brasília. “Nem esse presidente saberá antes, toda a nação saberá junto (o resultado das eleições)”, garantiu.

Pós-abertura de urnasCom o resultado da disputa

presidencial divulgado depois das 20h30, os brasileiros vota-ram neste domingo para pre-sidente e, em 13 Estados e no Distrito Federal, também para governador. O TSE informou que os crimes eleitorais totalizaram 1.052 ocorrências, sendo que 451 resultaram em prisão. Nenhum candidato foi detido cometendo irregularidade. No primeiro turno, segundo o TSE, mais de 1,2 mil

pessoas foram presas por crimes eleitorais.

A irregularidade eleitoral com maior registro no país foi a boca de urna, com 406 casos, dos quais 268 resultaram em prisão. A divulgação de propaganda ilegal foi re-gistrada em 303 ocorrências, das quais 48 resultaram em prisão. Houve 11 ocorrên-cias por corrupção eleitoral, com apenas duas prisões.

Até as 12h35 deste domingo foram substituídas 1.733 urnas eletrônicas e 66 eleitores foram presos por crimes eleitorais, diz balanço do TSE. As urnas que tiveram de ser trocadas por problemas representam 0,40% do total. O Estado com o maior número de substituições foi o Rio de Janeiro, com 265. Em segundo lugar está São Paulo com 239 e, em terceiro, Rio Grande do Sul, com 151. O balanço também mostra que 66 eleitores foram presos, 28 deles por boca de urna. Outras 227 ocorrências foram registradas, mas não resultaram em detenções.

O presidente do Tribunal Supe-rior, ministro Dias Toff oli, mini-mizou a abstenção nas urnas de mais de 30 milhões de eleitores – ou seja, 21% do total – em uma eleição acirrada, com uma diferença de cerca de 4,5 milhões de votos entre os dois candidatos à Presidência da República. Ele lembrou que, apesar de o voto ser obrigatório, a punição para quem não participa das eleições é de apenas R$ 3.

“Comparativamente a ou-tros países, o comparecimen-to no Brasil é muito elevado”, avaliou, depois de divulgar o resultado das eleições.

Nos Estados, a marcha da apuração começou com o encerramento das urnas, depois das 17h em horário local de cada Estado. Foram eleitos: no Rio de Janeiro, Luiz

Fernando Pezão (PMDB); no Rio Grande do Norte, Ro-binson Faria (PSD); no Ce-ará, Camilo Santana (PT); no Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB); em Goiás,

Marconi Perillo (PSDB); em Mato Grosso do Sul, Rei-naldo Azambuja (PSDB); no Amapá, Waldez Goes (PDT); na Paraíba, Ricardo Couti-nho (PSB); no Amazonas, José

Melo (Pros); no Rio Grande do Sul, Ivo Sartori (PMDB); em Rondônia, Confúcio Moura (PMDB); em Roraima, Suely Campos (PP); e no Pará, Si-mão Jatene (PMDB).

Escolhidos pelos eleitores nos Estados

Em alguns municípios, os votos foram realizados utilizando o sistema biométrico, que deve ser adotado pelo TSE em todo o país

Ministro minimizou o número de eleitores que deixaram de comparecer às urnas neste domingo; de acordo com ele, a penalidade reduzida poderia ser um motivador para faltas, porém não o é

ROBERTO JAYME/AG BRASIL

IONE MORENO

EXPEDIENTEEDIÇÃO Mário Adolfo, Tricia Cabral, Isabella Siqueira de Castro e Costa,Náis Campos e Michele Gouvêa

REPORTAGEMJoelma Muniz, Raphael Lobato, Emer-son Quaresma, Sérgio Victor, Bruno Mazieri, Melanie Hashimoto e Tadeu

Souza (Parintins)

REVISÃOJoão Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Kleuton Silva, Klinger Santiago, Leonardo Cruz, Mário Henrique, Marcelo Robert e Pablo Filard

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

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Page 16: Eleições 2014 - 27 de outubro de 2014

16 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 27 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Confi ra quem foram os presidentes do BrasilMarechal Deodoro da Fonseca1º período: 15 de novembro de 1889

a 25 de fevereiro de 1891.Perfi l: proclamou a República em

15 de novembro de 1889. Em 25 de fevereiro de 1891, foi eleito presidente. Renunciou em novembro do mesmo ano. Morreu um ano mais tarde, em 23 de agosto de 1892.

Marechal Floriano PeixotoPeríodo: 23 de novembro de 1891 a

15 de novembro de 1894.Perfi l: assumiu o cargo de presi-

dente com a renúncia do Marechal Deodoro.

Prudente de MoraesPeríodo: 15 de novembro de 1894 a

15 de novembro de 1898.Perfi l: dirigiu o Estado de São Paulo

e a Assembleia Constituinte. Foi o primeiro presidente a ser eleito pelo voto popular.

Campos SallesPeríodo: 15 de novembro de 1898 a

15 de novembro de 1902.Perfi l: o principal destaque do manda-

to de Campos Salles foi o saneamento das fi nanças do país.

Rodrigues AlvesPeríodo: 15 de novembro de 1902 a

15 de novembro de 1906.Perfi l: foi ministro da Fazenda de

Floriano Peixoto e Prudente de Morais. Ao término de seu mandato na Presi-dência, voltou a ocupar o governo de São Paulo.

Aff onso PennaPeríodo: 15 de novembro de 1906 a

14 de junho de 1909.Perfi l: na continuidade das obras pú-

blicas de Rodrigues Alves, modernizou capitais e portos brasileiros, além de ampliar as redes ferroviária e tele-gráfi ca.

Nilo PeçanhaPeríodo: 14 de junho de 1909 a 15

de novembro de 1910.Perfi l: durante o curto período de seu

mandato, foi criado o Serviço Nacional de Proteção ao Índio, núcleo da atual Funai.

Hermes da FonsecaPeríodo: 15 de novembro de 1910 a

15 de novembro de 1914.Perfi l: enfrentou Rui Barbosa na elei-

ção, sendo eleito depois da primeira crise da política do “café-com-leite”.

Wenceslau BrazPeríodo: 15 de novembro de 1914

a 15 de novembro de 1918.Perfi l: esteve no poder durante

toda a Primeira Guerra Mundial, momento de grande crescimento da indústria nacional.

Rodrigues AlvesPeríodo: 15 de novembro de 1918

a 15 de novembro de 1918.Perfi l: apesar de eleito pelo voto di-

reto, não assumiu o segundo manda-to devido ao seu estado de saúde.

Delfi m MoreiraPeríodo: 15 de novembro de 1918

a 28 de julho de 1919.Perfi l: assumiu o cargo interina-

mente. Porém, pelas regras cons-titucionais, foi realizada nova elei-ção, da qual saiu vitorioso Epitácio Pessoa.

Epitácio PessoaPeríodo: 28 de julho de 1919 a 15

de novembro de 1922.Perfi l: de fora do trio São Paulo,

Minas Gerais e Rio Grande do Sul, Epitácio Pessoa tentou assegurar o apoio dos três Estados de maior peso político da época.

Arthur BernardesPeríodo: 15 de novembro de 1922

a 15 de novembro de 1926.Perfi l: foi deputado estadual, depu-

tado federal, secretário de fi nanças e governador de Minas Gerais.

Washington LuísPeríodo: 15 de novembro de 1926

a 24 de outubro de 1930.Perfi l: governou sob os efeitos da

crise da Bolsa de Nova York, em 1929, que gerou pressões ainda mais fortes sobre o preço do café, e a ascensão de movimentos contrários à política do “café-com-leite”.

Júlio PrestesPerfi l: Eleito, proclamado, mas não

empossado devido ao movimento revolucionário de 24 de outubro de 1930.

Menna BarretoPeríodo: 24 de outubro de 1930 a

03 de novembro de 1930.Perfi l: Assume o poder quando da

eclosão do movimento revolucioná-rio de 24 de outubro de 1930.

Almirante Isaías de NoronhaPeríodo: 24 de outubro de 1930 a

03 de novembro de 1930.Perfi l: assumiu o poder e governou

com a Junta Governativa.

General Augusto FragosoPeríodo: 24 de outubro de 1930 a

03 de novembro de 1930.Perfi l: assumiu o poder e governou

com a Junta Governativa.

Getúlio VargasPeríodo: 3 de novembro de 1930

a 29 de outubro de 1945.Perfi l: Chegou à Presidência com a

crise da economia cafeeira e da polí-tica do “café-com-leite”. Manteve-se no poder depois de 1934, eleito pela Assembleia Constituinte, até 1945, com a instituição do Estado Novo, de infl uência nítida do fascismo.

José LinharesPeríodo: 29 de outubro de 1945 a

31 de janeiro de 1946.Perfi l: Com a deposição de Vargas

em 1945, Linhares, então presiden-te do Supremo Tribunal Federal, assumiu o cargo até que um novo presidente fosse eleito.

Gaspar DutraPeríodo: 31 de janeiro de 1946 a

31 de janeiro de 1951.Perfi l: Durante seu governo, foi pro-

mulgada a Constituição de 1946, que devolveu a democracia ao país, depois do Estado Novo e a “constituição po-laca” de Getúlio Vargas.

Getúlio VargasPeríodo: 31 de janeiro de 1951 a 24

de agosto de 1954.Perfi l: Voltou à Presidência pelo voto

direto ao vencer Eduardo Gomes em 1950. Criou a Petrobras, que garantiu o monopólio nacional sobre a prospec-ção, a lavra, o refi no e o transporte do produto. Cometeu suicídio no ano de 1954, com um tiro, em seu quarto, no Palácio do Catete.

Café FilhoPeríodo: 24 de agosto de 1954 a 11

de novembro de 1955.Perfi l: com a morte de Getúlio, as-

sumiu o governo. Em 1955, devido a problemas de saúde, foi substituído por Carlos Luz, então presidente da Câmara.

Carlos LuzPeríodo: 8 de novembro de 1955 a

11 de novembro de 1955.Perfi l: assumiu interinamente a Pre-

sidência da República por causa de uma doença de Café Filho. Dias depois também adoeceu e renunciou.

Nereu RamosPeríodo: 11 de novembro de 1955

a 31 de janeiro de 1956.Perfi l: exerceu a Presidência da Re-

pública por menos de dois meses e entregou o cargo a Juscelino Kubits-chek, em 1956.

Juscelino Kubitschek (foto)Período: 31 de janeiro de 1956 a

31 de janeiro de 1961.Perfi l: trouxe a indústria automo-

bilística ao status que ocupa hoje no país. Construiu Brasília.

Jânio QuadrosPeríodo: 31 de janeiro de 1961 a

25 de agosto de 1961.Perfi l: em 25 de agosto de 1961,

renunciou. A tradicional postura po-pulista de Jânio, apartidário, jus-ticeiro e adversário da corrupção, comprometido apenas com o povo fez dele o presidente com o maior número de votos até então.

Paschoal R. MazzilliPeríodo: 25 de agosto de 1961 a

8 de setembro de 1961.Perfi l: assumiu interinamente quan-

do Jânio Quadros renunciou.

João GoulartPeríodo: 8 de setembro de 1961 a

31 de março de 1964.Perfi l: deixou o cargo em 1º de

abril de 1964 sob a pressão de um golpe militar.

Ranieri MazzilliPeríodo: 2 de abril de 1964 a 15

de abril de 1964.Perfi l: assumiu interinamente a

Presidência em virtude da queda de Goulart e pela ausência do vice-presidente.

Marechal Castello BrancoPeríodo: 15 de abril de 1964 a 15

de março de 1967.Perfi l: chegou ao governo com a

deposição de João Goulart e o golpe que deu início à ditadura militar no Brasil.

Marechal Costa e SilvaPeríodo: 15 de março de 1967 a

31 de agosto de 1969.Perfi l: Na crescente linha dura, con-

tinuou a editar Atos Institucionais para fortalecer o Executivo, inclusive o nefasto AI-5, em 1968.

General Aurélio LyraPeríodo: 31 de agosto de 1969 a

30 de outubro de 1969.Perfi l: assumiu o governo com a

Junta Militar por força do Ato Insti-tucional nº 12, de 1969.

Almirante Augusto RademakerPeríodo: 31 de agosto de 1969 a

30 de outubro de 1969.Perfi l: mesma situação de Aurélio

Lyra.

Brigadeiro Márcio MelloPeríodo: 31 de agosto de

1969 a 30 de outubro de 1969. Perfi l: mesma situação de Aurélio Lyra.

General Emílio Garrastazu Mé-dici

Período: 30 de outubro de 1969 a 15 de março de 1974.

Perfi l: o período de seu governo fi cou conhecido como “os anos negros da ditadura”, subsequentes ao AI-5.

General Ernesto GeiselPeríodo: 15 de março de 1974 a

15 de março de 1979.Perfi l: revogou o AI-5. Deu início

ao processo de reabertura política “lenta, segura e gradual”.

General João Baptista Figuei-redo

Período: 15 de março de 1979 a 15 de março de 1985.

Perfi l: enfrentou o movimento das Diretas Já.

Tancredo NevesPerfi l: Eleito pelo colégio eleitoral,

adoeceu na véspera de sua posse, marcada para o dia 15 de fevereiro de 1985. Morreu no dia 21 de abril de 1985.

José SarneyPeríodo: 15 de março de 1985 a

15 de março de 1990.Perfi l: assumiu a Presidência da

República com a morte de Tancredo, em 21 de abril de 1985.

Fernando CollorPeríodo: 15 de março de 1990 a 2

de outubro de 1992.Perfi l: primeiro presidente civil

eleito por voto direto desde 1960 no Brasil. Deixou a Presidência da República em 2 de outubro de 1992 em meio a denúncias de esquemas de corrupção.

Itamar FrancoPeríodo: 2 de outubro de 1992 a

1º de janeiro de 1995.Perfi l: vice-presidente eleito 1989,

assumiu a Presidência depois da re-núncia forçada de Fernando Collor.

Fernando Henrique CardosoPeríodo: 1º de janeiro de 1995 a 1º

de janeiro de 1999.Perfi l: exilado durante a primeira

fase do golpe militar, retornou ao Bra-sil em 1968. Participou da fundação do PSDB. E assumiu o ministério das Relações Exteriores e da Fazenda du-rante o governo de Itamar Franco.

Fernando Henrique CardosoPeríodo: 1º de janeiro de 1999 a 1º

de janeiro de 2003.Perfi l: FHC contou em sua reeleição

ainda com refl exos do Plano Real.

Luiz Inácio Lula da SilvaPeríodo: 1º de janeiro de 2003 a 1º

de janeiro de 2007.Perfi l: antes de vencer as eleições

presidenciais de 2002, foi derrotado em três ocasiões: em 1989 perdeu para Fernando Collor de Mello e, em 1994 e 1998, para FHC.

Luiz Inácio Lula da SilvaPeríodo: 1º de janeiro de 2007 a 1º

de janeiro de 2011.Perfi l: enfrentou o candidato Geral-

do Alckmin (PSDB) no segundo turno e foi reeleito com 60,8% dos votos válidos.

Dilma Vana Rousseff Período: 1º de janeiro de 2011 a 1º

de janeiro de 2014.Perfi l: a ex-ministra de Minas e

Energia e da Casa Civil foi alçada já em 2008 à condição de candidata pelo então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Quando assumiu, tornou-se a oitava mineira e primeira mulher a ocupar o cargo de presidente.

CRONOLOGIA

Para garantir a hegemonia do Partido dos Trabalhadores no governo federal, já existem articulações para a volta de Lula

Presidente do PT defende a volta de Lula em 2018

O presidente nacio-nal do PT, Rui Fal-cão, disse ontem ter “certeza” que o ex-

presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocará à disposição quando for aberto o processo de escolha da próxima candi-datura ao Planalto do partido. “Eu, pessoalmente, sou a favor de que o presidente seja candi-dato em 2018. Naturalmente, isso vai depender da disposição dele, mas ele tem dito sempre que se colocará à disposição do PT”, afi rmou, em café da manhã que reuniu petistas e aliados no Centro de São Paulo.

“Eu tenho certeza que o presi-dente, com todas as qualidades que o (Aloizio) Mercadante men-cionou aqui, estará à disposição do PT no momento preciso em

que se abrir o processo para escolher a nossa candidatura”, acrescentou, após o ministro da Casa Civil falar que seria “cabo eleitoral” de Lula em qualquer ocasião. Lula tem dito que não sabe se concorrerá em 2018, quando completa 73 anos. Du-rante a pré-campanha e início de campanha deste ano, aliados torceram para que Lula concor-resse pelo partido em vez da atu-al presidente e então candidata à reeleição Dilma Rousseff , em movimento que fi cou conhecido como “volta, Lula”.

Questionado sobre mani-festações antipetistas ocor-ridas nas últimas semanas, o presidente do PT afi rmou que “nunca vivemos uma fase de liberdade de expressão tão ampla”, o que permite que atos

como esse aconteçam.“Vamos responder às ma-

nifestações de ódio com to-lerância. A verdade vencerá a mentira. E não vamos aceitar provocações que estão conci-tando toda a nossa militância e todos os nossos apoiadores nesse dia de hoje”, disse Falcão. “Incentivamos a manterem a se-renidade, a calma, mas também não vamos levar recado para casa”, afi rmou.

Ao lado de Falcão e Mercadan-te, estavam o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o senador Eduardo Suplicy, a ministra Ele-onora Menicucci, da secretaria de Políticas para Mulheres, o deputado federal Arlindo Chi-naglia e o deputado estadual eleito José Américo Dias, entre outros petistas e aliados. O ex-presidente Lula votou em São Bernardo do Campo. Em 2018, pode voltar como candidato

RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA

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