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Endividada, Colombo pede segurança em recuperação ... · Empresas | Te n d ê n c i a s & C o n...
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B8 | Valor | Sexta-feira, 10 de junho de 20 1 6
Enxerto
Jornal Valor Econômico - CAD B - EMPRESAS - 10/6/2016 (21:2) - Página 8- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW
Empresas | Te n d ê n c i a s & C o n s u m o
Moda Plano tem apoio de bancos credores; dívida é de cerca de R$ 1,5 bi
Endividada, Colombo pederecuperação extrajudicialVinícius PinheiroDe São Paulo
Com uma dívida da ordem deR$ 1,5 bilhão, a Camisaria Colom-b o, varejista de moda masculina,protocolou acordo de recupera-ção extrajudicial. O plano obteveapoio dos os principais credores,que incluem os bancos Itaú Uni -banco, HSBC e S a n t a n d e r.
O acordo inclui uma série dealternativas, mas os credoresmais representativos devem op-tar pela conversão da dívida emações ou em debêntures (títulosde dívida) conversíveis ou nãoem ações da Colombo, sem desá-gio em relação ao valor atual.
Tanto as ações como as debên-tures têm características seme-lhantes: só pagarão alguma remu-neração caso a empresa venha adistribuir dividendos ou em umevento de liquidez, que pode ser avenda ou a abertura de capital dacompanhia. Como opção à conver-são, a empresa propôs o pagamen-to da dívida com um deságio de30%, em prestações mensais apósum prazo de carência de três anos.
O edital prevê um prazo de 30dias para a escolha da propostapelos credores. Caso haja adesãototal à conversão da dívida, elespassarão a deter 85% do capitalda Colombo. “O acordo mostraque os credores acreditam nofundamento do negócio”, afirmaWarley Pimentel, sócio do bancoBrasil Plural, assessor financeiroda varejista e que assumirá a ges-tão da companhia após a homo-logação do plano pela Justiça.
A dívida bilionária da Colom-bo foi contraída nos últimos anos
para fazer frente ao plano de ex-pansão da rede, de olho no au-mento de renda da população,em particular dos consumidoresda classe C. Em 2011, a varejistarecebeu um aporte da Gávea In-vestimentos, do ex-presidente doBanco Central Armínio Fraga.Com a retração da economia, ocrescimento esperado não veio. Agestora deixou o negócio no anopassado com a venda da partici-pação para os fundadores, os ir-mãos Álvaro e Paulo Jabur Maluf.
No ano passado, a Colombovendeu um total de 5 milhões decamisas e registrou lucro antesde juros, impostos, depreciação eamortização (Ebitda, na sigla em
SILVIA ZAMBONI/VALOR
Projeto prevê o fechamento de lojas da camisaria, que possui hoje 380 unidades próprias, e readequação de produtos
inglês) de R$ 100 milhões. Para osócio do Brasil Plural, a empresatem condições de atingir umEbitda de até R$ 150 milhões nospróximos anos.
Pimentel diz que a estratégiaagora, porém, é mais de estabiliza-ção do que de crescimento. O pla-no prevê a redução no número delojas e a readequação da linha deprodutos. “Consideramos que oportfólio hoje é inadequado paraatender o público-alvo da empre-s a”, afirma. A Colombo possui hoje380 unidades próprias.
A recuperação extrajudicial dacamisaria será a maior já realiza-da no país e deve se tornar refe-rência para processos semelhan-
tes, segundo Pedro Bianchi, doFelsberg Advogados. O instru-mento pode ser usado quando aempresa obtém acordo com cre-dores que representem pelo me-nos 60% das dívidas, desde queseja homologado pela Justiça.
Segundo o advogado, o acordocom os bancos pode ajudar a viabi-lizar o negócio anunciado no anopassado entre a Colombo e a Gar -nero Group Acquisition Company,que captou US$ 144 milhões de in-vestidores nos EUA e tem a opçãode fazer uma fusão com a camisa-ria. Caso a transação seja concluí-da, a Colombo passa ser controla-da pela Garnero, com ações lista-das na bolsa americana Nasdaq.
TCE questionasegurança emobra do metrôOlimpíadaRobson SalesDo Rio
Relatório do Tribunal de Con-tas do Estado do Rio de Janeiro(TCE-RJ) divulgado ontem con-cluiu que o tempo curto para aconclusão da obra da Linha 4 dometrô pode prejudicar a segu-rança e a operação do transpor-te durante a Olimpíada. O perío-do de teste será finalizado umdia antes do início da operaçãocom passageiros, em 1o de agos-to. Os Jogos Rio 2016 começamno dia 5 de agosto.
Em 2010, o contrato previa 12meses de pré-operação. O períodoseria de outubro de 2014 a setem-bro do ano passado. A abertura de-finitiva ao público seria em feverei-ro de 2016. Esse relatório não ana-lisou possíveis casos de superfatu-ramento no contrato.
Após a queda da ciclovia na or-la da zona sul do Rio, que deixoudois mortos, o presidente do TCE,Jonas Lopes Carvalho Junior, te-me que a velocidade da obra pos-sa comprometer a qualidade doprojeto. Nesta semana, a prefei-tura do Rio recebeu críticas por-que logo no segundo dia de ope-ração houve problemas com oVeículo Leve sobre Trilhos (VLT).
“Ficamos com a preocupaçãode que com essa celeridade fosseprejudicada a qualidade da obrae até mesmo o seu andamento.Decidimos fazer um alerta às au-toridades envolvidas”, destacouCarvalho Junior. Entre as autori-dades que serão avisadas estão oComitê Olímpico Internacional
(COI), o governo estadual, o Con-selho Regional de Engenharia(Crea) e o Corpo de Bombeiros.
No fim do ano passado, umquarto aditivo adiou e reduziu otempo de testes de 90 para 60dias. Na prática, os testes só co-meçaram neste mês. A reduçãoem 30 dias na operação assistidadespertou a atenção do TCE. Esseé o sexto relatório emitido pelotribunal em relação à obra dometrô, que ainda produz análisesobre os custos financeiros.
O presidente do TCE não quisadiantar o conteúdo da investiga-ção, mas afirmou que “as notíciasnão são boas”. “A obra não estásendo feita fielmente como con-t r a t a d a”, limitou-se a dizer apósquestionamento de jornalistas.Sem especificar a denúncia, disseque “existe a possibilidade de quea obra foi paga e não realizada”.
Após relatório do Tribunal deContas do Estado do Rio de Janeiro(TCE-RJ) apontar risco e segurançana operação da Linha 4 do Metrôpor causa do curto período de tes-te, o governo do Rio afirmou que operíodo pré-operação está respei-tando o contrato de concessão enormas internacionais.
Em nota, a Secretaria Estadualde Transporte informou que “ostestes dos sistemas foram inicia-dos em janeiro deste ano e o tes-te do material rodante em junhode 2015, respeitando o dispostono contrato”.
No texto, a secretaria disse ain-da que “o prazo de testes adotadona Linha 4 leva em consideraçãotodos os procedimentos de segu-rança já adotados desde a inau-guração do metrô, em 1979”.