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    XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produo - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003

    ENEGEP 2003 ABEPRO 1

    Redes de cooperao entre empresas: uma alternativa para o aumento

    da competitividade das MPEs do municpio de Curitiba/PR

    Andria Marize Rodrigues (FIC Faculdades Integradas Curitiba) [email protected] Marko da Costa Theotnio (FIC Faculdades Integradas Curitiba) [email protected]

    Resumo

    De acordo com o novo cenrio mundial dos negcios, destaca-se a preocupante situao

    ocupada pelas micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras, que muitas vezes no contam

    com capacidade competitiva para sobreviver aos desafios impostos por esta nova era. Para

    sobreviver s condies impostas pela economia vigente, observa-se o surgimento de novas

    formas de organizao industrial, com destaque s redes de cooperao, que estimulam a

    cooperao entre empresas do mesmo setor ou de setores complementares. Desta maneira,este trabalho, atravs de uma reviso bibliogrfica sobre os tipos de redes de cooperao,

    traa um panorama das MPEs do municpio de Curitiba/PR, visando buscar alternativas

    para o incremento de sua competitividade.

    Palavras-chave: Redes, Cooperao, MPEs.

    1. Introduo: as micro e pequenas empresas no cenrio dos negcios

    Nas ltimas dcadas, o cenrio empresarial mundial tem passado por profundas modificaes,afetando diretamente as empresas e definindo novas formas de atuao no mercado. Dentreestas mudanas, destaque dado posio ocupada pelos consumidores, vidos por produtose servios de alta qualidade e que de fato atendam s suas necessidades. Alm disso, destaca-se o fenmeno da globalizao dos mercados, ampliando os horizontes das empresas paraalm dos limites nacionais, aumentando, com isso, a concorrncia, que agora passa a sermundial.

    Esta situao desfavorece, sobretudo, as micro e pequenas empresas (MPEs), que muitasvezes no contam com capacidade competitiva necessria para se adaptarem a esta nova era.Pela Lei Federal n. 9.841 de 05/10/1999, classifica-se como micro empresa a organizao queconta com at 19 funcionrios e como pequena empresa a organizao que possui entre 20 e99 funcionrios.

    Este cenrio preocupante, uma vez que, no Brasil, segundo dados do IBGE (2001), as microe pequenas empresas executam um papel importante na economia nacional, uma vez queexistem no pas por volta de 3,5 milhes de empresas, sendo que 98% delas se constituem emempresas de micro e pequeno porte.. A Tabela 1 ilustra alguns dos dados importantesreferentes a estas empresas.

    Varivel MPEs (%)

    Nmero de empresas 98Pessoal ocupado 59Faturamento 28PIB 20Empresas exportadoras 29Valor das exportaes 1,7

    Fonte: Sebrae (2002)

    Tabela 1: Participao das MPEs na economia nacional

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    Alm de representar a grande maioria das empresas brasileiras, estas empresas empregam59% do pessoal ocupado no pas, sendo esta uma tendncia em ascenso, conformedemonstrado pela Tabela 2.

    Participao total de empregosPerfil da empresa

    Ano: 1995 Ano: 2000

    Variao no

    perodo

    Grandes 36% 34% -2%Mdias 22% 29% -2%

    Pequenas 19% 29% +1%Micros 23% 26% +3%

    Fonte: O crescimento das menores. Revista Veja.ed. 1734, ano35, n.2.(16/01/2002). p.24.

    Tabela 2: Evoluo da participao total de empregos por porte da empresa.

    Desta maneira, clara a importncia das MPEs dentro da economia nacional e estudos quevisem o conhecimento e caracterizao destas empresas e que reforcem sua competitividadese mostram bastante relevantes. Alm disto, conforme discutido por Las Casas (2001), apesarda importncia das MPEs, estas empresas ainda carecem de estudos que abordemespecificamente a problemtica relativa a empresas deste porte.

    Para sobreviver s condies impostas pela economia vigente, observa-se o surgimento denovas formas de organizao industrial, com destaque s que estimulam as cooperaes entreempresas de um mesmo setor ou de setores complementares. Estas relaes entre empresas,tambm chamadas de redes de cooperao, favorecem, sobretudo, as MPEs, possibilitando smesmas incrementos em seus processos produtivos, comerciais e administrativos.

    As redes de cooperao podem se dar de vrias maneiras. Temos como exemplos asincubadoras de empresas, os consrcios, as alianas, parcerias, joint-ventures, clusters, entreoutros, e cada um destes enfoca interaes especficas entre empresas. Nestes arranjos, asempresas participantes cooperam e colaboram para o desenvolvimento de vantagenseconmicas e estratgicas, possibilitando s micro e pequenas empresas incrementos em seus

    processos produtivos, tanto em termos de volume de produo quanto em termos de aumentode possibilidades tecnolgicas, atravs do compartilhamento de meios produtivos e deinvestimentos na busca por melhores tecnologias, sejam elas de produto, de processo ou degesto.

    A cooperao entre empresas pode, ainda, proporcionar inmeras outras vantagens, como oaumento de flexibilidade e agilidade no atendimento de pedidos com relao a uma grandeempresa operando sozinha.

    Desta maneira, o estmulo formao de redes de cooperao entre MPEs tem sido vistocomo uma maneira de alavancar a competitividade das empresas participantes destes arranjoscooperativos.

    2. Redes de cooperao

    Segundo Batalha & Silva (2001), o conceito de redes de empresas refere-se a uma estruturade ligaes entre atores de um sistema social qualquer. J Jarillo (1998) defineredes comoacordos resolutos de longo-prazo entre organizaes distintas, mas ligadas pelo lucro que

    permitem a essas empresas ganhar ou manter vantagem competitiva sobre seus concorrentespela otimizao dos custos das atividades e minimizao dos custos de coordenao. Estas

    empresas fazem isso porque, em muitas indstrias, a melhor estratgia consiste em coordenar

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    todo o sistema de negcio, mas fazer isso atravs da integrao vertical levaria a pesadaspenalidades em sua eficincia.

    Pode-se diferenciar na literatura dois enfoques associados ao conceito de rede de empresas.Um primeiro deles o enfoque intra-empresa, ou seja, diz respeito a ligaes e contratosfechados entre membros de setores funcionais diferentes como forma de diminuir a burocracia

    prpria do sistema administrativo (CHARAM, 1997).

    Outro enfoque dado ao conceito de redes de empresas est ligado s relaes existentes inter-empresas, ou seja, aos conjuntos de relaes externas uma dada organizao, incluindo suateia global de alianas e joint ventures (GRANDORI & SODA, 1995). Santos et al. (1994)apontam dois tipos bsicos de redes de cooperao inter-empresariais: redes verticais decooperao e redes horizontais.

    Na Figura 1, as setas contnuas representam as relaes entre empresas que formariam asredes verticais, ou seja, redes formadas entre uma empresa e seus fornecedores, por exemplo.

    J as redes horizontais esto representadas pelas setas tracejadas, indicando as relaes

    estabelecidas entre uma empresa e seus concorrentes ou com empresas de ramoscomplementares ao seu negcio.

    Figura 1: Redes de empresas dos tipos horizontal ( ) e vertical ( ).

    Ainda dentro da tipificao de redes de cooperao inter-empresas, Grandori & Soda (1995)identificam trs tipos bsicos de redes sob o critrio da formalidade ou informalidade dasrelaes entre as empresas: redes sociais (informais), redes burocrticas (existncia decontrato formal) e redes proprietrias (formalizao de acordos relativos ao direito de

    propriedade).

    As redes, como qualquer forma organizacional, possuem requerimentos administrativos. Doponto de vista da empresa central, onde a reputao no apenas preservada, masconstantemente reforada, cultivar confiana e internalizar riscos absolutamente essencial.Para os outros membros da rede ser o constante esforo para agregar valor rede (atravs daadaptao, aprendizado e difuso daquele aprendizado) determinando, com isso, seu sucessofuturo (JARILLO, 1998).

    Assim, a cooperao entre empresas pode viabilizar o atendimento de necessidades de difcilsatisfao caso cada empresa tenha atuao isolada. Amato Neto (1999) elenca as seguintesvantagens da cooperao produtiva:

    Combinao de competncias;

    Diviso do nus referentes realizao de pesquisas tecnolgicas;

    Partilhamento de riscos e custos relativos explorao de novas oportunidades;

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    Oferecimento de uma linha de produtos mais completa e diversificada;

    Compartilhamento de recursos, sobretudo dos sub-utilizados por uma dada empresa;

    Fortalecimento do poder de compra;

    Obteno de maior fora para a competio no mercado internacional;

    Fortalecimento da fora competitiva.

    Apesar das vantagens auferidas pela incluso de uma empresa em redes de cooperao,Rodrigues (2003) ressalta alguns pr-requisitos para a sua formao:

    Informao sobre os reais benefcios de participar de uma rede;

    Confiana entre os participantes;

    Colaborao mtua;

    Estrutura de governana capaz de diminuir a assimetria de poder entre seus participantes.

    A cooperao existente nas redes tem inovado as relaes intra e inter-empresas, levando criao de uma nova arquitetura organizacional (BATALHA & SILVA, 2001). As tabelas 3, 4

    e 5 explanam algumas das principais formas de cooperao inter-empresas.

    Denominao

    Tipologia Exemplo Caracterstica principal

    Simtricas (semcentralizao depoder)

    Plos e Distritos de AltaTecnologia

    Sociais

    Assimtricas(presena de umagente central)

    Rede italiana de fornecimento daBeneton

    Informalidade nas relaes

    Simtricas (semcentralizao de

    poder)

    Associaes comerciais comocartis, federaes e consrcios.

    Burocrticas

    Assimtricas(presena de umagente central)

    Redes de agncias, acordos delicenciamento e franquias.

    Existncia de um contratoformal

    Simtricas Empregadas na regulao deatividades de P&D e de altocontedo tecnolgico (JointVentures)

    Proprietrias

    Assimtricas Relacionam investidor de um ladoe empresa de outro (CapitalVentures)

    Formalizao de acordosrelativos ao direito depropriedade entre os acionistasde empresas

    Verticais + Relaes de fornecimento docomplexo automobilstico

    Horizontais + Consrcios entre empresas Cooperao entre uma empresae seus concorrentes

    Topdown Indstria automobilstica Formada por uma empresa-me que coordena sua cadeiade fornecedores e sub-fornecedores em vrios nveis.Fornecedor dependente dasestratgias da empresa-me,no tendo flexibilidade nempoder de influncia na rede.

    Redes de

    Empresas

    Flexveis Consrcio verticalizado ehorizontalizado

    Cooperao entre empresasindependentes, formando umgrupo administrado como sefosse uma grande empresa.

    Classificao associada a GRANDORI & SODA (1995)+ SANTOS et al (1994)

    CASSAROTTO & PIRES (1999)Fonte: Rodrigues (2003)

    Tabela 3: Formas de cooperao entre empresas: redes de empresas

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    Denominao Tipologia Exemplo Caracterstica principal

    Consrcios Consrcio de 6 empresas americanaspara viabilizar as pesquisas sobrefibras ticas em Ohio.

    Empresas com necessidadessimilares criam uma novaentidade que preencha anecessidade de todas.

    Joint Ventures Colaborao entre empresas naindstria automobilstica (GM eSuzuki) para a criao de carrospequenos.

    Constituio de um novonegcio ou ampliao de algumexistente

    Alianas

    Estratgicas*

    Parcerias Redes que frequentemente incluemfornecedores, clientes e funcionrios.

    Envolvimento de vriosparceiros em diferentes estgiosde um processo de negcio.

    * Classificao associada a KANTER (1990)

    Fonte: Rodrigues (2003)

    Tabela 4: Formas de cooperao entre empresas: alianas estratgicas.

    Denominao Tipologia Exemplo Caracterstica principal

    ClustersAglomerados Mrmores de Carrara (Itllia),

    Vale do Silcio (EUA), Caladosdo Vale dos Sinos-RGS (Brasil)

    Empresas que cooperam tendo comobase a localizaodas plantas.

    OrganizaesVirtuais

    Redes dinmicas decooperao

    Projeto IMMPAC Mxico. Combinao temporria atravs datelemtica de competncias essenciaisde empresas independentes quecooperam entre si

    Incubadora deEmpresas

    Cooperao universidade-empresas.

    Cooperao inter-institucional com oobjetivo de criar um ambiente propciopara o nascimento e desenvolvimentode empresas.

    ParquesTecnolgicos

    Parqtec So Carlos Destina-se a acelerar a transformaodo resultado de pesquisas em produtose processos, envolvendo PMEs .

    Fonte: Rodrigues (2003)

    Tabela 5: Outras formas de cooperao entre empresas.

    Estas estruturas possuem especial valor para as empresas de menor porte, uma vez que

    acenam para as mesmas como uma alternativa para sua permanncia e estabilidade nomercado. Esta cooperao pode se dar tanto em termos produtivos quanto comerciais outecnolgicos e se apresenta como uma possibilidade para que haja a sinergia desejada entre asempresas participantes. Assim, o estudo da organizao de MPEs em torno de redes decooperao mostra-se relevante para a alavancagem de sua competitividade.

    Desta maneira, tendo as redes de cooperao como alternativa estratgica para o aumento decompetitividade de MPEs, o prximo tpico apresenta um estudo preliminar realizado nasempresas da cidade de Curitiba/PR, visando traar um panorama das MPEs industriais domunicpio, que sirva como base para um posterior estudo das possibilidades de formao deredes de cooperao entre as mesmas.

    3. Perfil das MPEs do municpio de Curitiba/PR

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    As indstrias de transformao se constituram no foco de estudo da pesquisa realizada nasempresas do municpio de Curitiba/PR. De acordo com dados do Sistema Federao dasindstrais do Estado do Paran - Sfiep (2003), o municpio de Curitiba possui 796 empresasde transfomao, dentre as quais 696 podem ser enquadradas como MPEs, o que representaaproximadamente 87% do total, conforme ilustrado na Figura 2. Este dado segue a proporo

    nacional de distribuio de MPEs em relao ao total de empresas brasileiras e demonstra aimportncia das empresas deste porte para o municpio, gerando 16.510 empregos diretos(Tabela 6).

    Figura 2: Percentual de MPEs nas indstrias de transformao de Curitiba/PR

    Estas MPEs apresentam distribuio setorial relativamente uniforme, sendo que dentre ossetores mais relevantes em que estas se concentram, destacam-se os segmentos de edio,impresso e reproduo de gravaes; fabricao de produtos de metal; produtos alimentciose bebidas; fabricao de mveis; e fabricao de mquinas e equipamentos, representando51,44% das MPEs da indstria de transformao.

    Setor de Atividade Empregos ParticipaoEdio, impresso e reproduo de gravaes 2038 12,34%Produtos de metal 1550 9,39%Produtos alimentcios e bebidas 1519 9,20%Mveis e indstrias diversas 1136 6,88%Mquinas e equipamentos 1526 9,24%Produtos minerais no-metlicos 955 5,78%Produtos de madeira 1318 7,98%Produtos de borracha e plstico 1227 7,43%Produtos qumicos 1202 7,28%Artigos do vesturio e acessrios 610 3,69%

    Mquinas, aparelhos e materiais eltricos 374 2,27%Fabricao e montagem de veculos automotores, reboques ecarrocerias

    709 4,29%

    Metarlugia bsica 360 2,18%Produtos txteis 404 2,45%Preparao de couros e artefatos, artigos de viagem 477 2,89%Celulose, papel e produtos de papel 533 3,23%Equip. mdico - hospitalares, de preciso e pticos, paraautomao industrial, cronmetros e relgios

    278 1,68%

    Material eletrnico e equip. de comunicaes 234 1,42%Mquinas para escritrio e equip. de informtica 60 0,36%

    Total 16510 100,00%Fonte: Sfiep (2003).Tabela 6:Distribuio dos empregos gerados pelas MPEs por setor

    Indstria de Transformao

    87,44%

    12,56%

    MPE's

    Demais

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    Setor de Atividade MPE's Participao

    Edio, impresso e reproduo de gravaes 86 12,36%Produtos de metal 81 11,64%Produtos alimentcios e bebidas 69 9,91%

    Mveis e indstrias diversas 66 9,48%Mquinas e equipamentos 56 8,05%Produtos minerais no-metlicos 48 6,90%Produtos de madeira 43 6,18%Produtos de borracha e plstico 43 6,18%Produtos qumicos 42 6,03%Artigos do vesturio e acessrios 41 5,89%Mquinas, aparelhos e materiais eltricos 22 3,16%Fabricao e montagem de veculos automotores, reboques ecarrocerias

    17 2,44%

    Metarlugia bsica 16 2,30%

    Produtos txteis 15 2,16%Preparao de couros e artefatos, artigos de viagem 14 2,01%Celulose, papel e produtos de papel 13 1,87%Equip. mdico - hospitalares, de preciso e pticos, para automaoindustrial, cronmetros e relgios

    11 1,58%

    Material eletrnico e equip. de comunicaes 10 1,44%Mquinas para escritrio e equip. de informtica 3 0,43%Total 696 100,00%

    Fonte: Sfiep (2003)

    Tabela 7: Distribuio das MPEs industriais por setor.

    De acordo com os dados demonstrado pela Tabela 7, apesar destas empresas estaremdistribudas por 19 setores diferentes, bastante significativa a quantidade de empresas

    presentes em cada um dos setores, sendo que em 52,63% dos casos a quantidade de empresaspor setor superior ao nmero de 40.

    Esta concentrao de empresas se mostra bastante interessante, uma vez que possvelidentificar algumas vocaes das MPEs da indstria local, fator este que pode facilitar aformao de redes entre estas empresas, como o caso de clusters, de consrcios e de redesflexveis.

    Porm, conforme discutido anteriormente, a formao de redes de cooperao possui alguns

    requisitos que so fundamentais, tais como a disseminao da informao sobre os benefciosdas redes e a confiana entre os participantes (RODRIGUES, 2003). Apesar da relevncia dasMPEs perante o cenrio industrial do municpio, qualquer afirmao mais contundente se faz

    prematura. Desta maneira, estudos mais aprofundados j vem sendo realizados nestas MPEsno sentido de identificar dados mais precisos sobre estas empresas, visando descobrir suasafinidades, a existncia de objetivos em comum alm da sua inclinao para a formao deredes de cooperao com outras empresas, que, conforme discutido neste texto, se mostracomo um fator dinamizador da competitividade das empresas da rede.

    Referncias

    AMATO NETO, J. Redes de cooperao produtiva: antecedentes, panorama atual e contribuies parauma poltica industrial. Tese (Livre Docncia) Departamento de Engenharia de Produo Universidade de

    So Paulo. So Paulo, 1999.

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    REVISTA VEJA. O crescimento das menores.So Paulo: Editora Abril, 26/01/2002. ed. 1734, ano 35, n.2.

    p.24.RODRIGUES, A.M. Cluster e competitividade: um estudo da concentrao de micro e pequenas empresasno municpio de Marlia/SP. Tese (Doutorado) Departamento de Engenharia Mecnica Escola deEngenharia de So Carlos Universidade de So Paulo. So Carlos, 2003.

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