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ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO PARA PROGRAMAS ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO PARA PROGRAMAS DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA: ORIENTAÇÕES AOS AUTORE DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA: ORIENTAÇÕES AOS AUTORES Conhecer não é um ato isolado, individual. Conhecer envolve intercomunicação, intersubjetividade. É por meio dessa intercomunicação mediada pelos objetos a serem conhecidos que os homens mutuamente se educam, intermediados pelo mundo real. Paulo Freire Equipe da Coordenação Pedagógica Equipe da Coordenação Pedagógica Cleide Leitão Gustavo Figueiredo Henriette dos Santos Maria Leonor Leal Marisa Teixeira Sheila Nunes Suely Rocha Valéria Fonseca Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Programa de Educação a Distância EAD/ENSP/FIOCRUZ 1

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Texto sobre elaboração de mteriais didáticos para EAD.

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  • ELABORAO DE MATERIAL DIDTICO IMPRESSO PARA PROGRAMASELABORAO DE MATERIAL DIDTICO IMPRESSO PARA PROGRAMAS

    DE FORMAO A DISTNCIA: ORIENTAES AOS AUTOREDE FORMAO A DISTNCIA: ORIENTAES AOS AUTORES

    Conhecer no um ato isolado, individual. Conhecer envolveintercomunicao, intersubjetividade. por meio dessa intercomunicao

    mediada pelos objetos a serem conhecidos que os homens mutuamente seeducam, intermediados pelo mundo real.

    Paulo Freire

    Equipe da Coordenao Pedaggica Equipe da Coordenao Pedaggica Cleide Leito

    Gustavo FigueiredoHenriette dos Santos

    Maria Leonor LealMarisa Teixeira

    Sheila NunesSuely Rocha

    Valria Fonseca

    Ministrio da SadeFundao Oswaldo Cruz

    Escola Nacional de Sade PblicaPrograma de Educao a Distncia

    EAD/ENSP/FIOCRUZ

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  • Rio de JaneiroRio de JaneiroDezembro de 2005Dezembro de 2005

    APRESENTAOAPRESENTAO

    com grande satisfao que a Coordenao Pedaggica do Programa de Educao a

    Distncia, da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca EAD/ENSP apresenta o

    documento Elaborao de material didtico impresso para programas de formao a distncia:

    orientaes aos autores.

    O presente documento, destinado aos grupos de trabalho envolvidos no processo de

    produo do material didtico dos diferentes cursos do Programa, integra um conjunto de

    muitos outros que a Coordenao vem construindo, dentre os quais destacamos:

    Pressupostos do Programa EAD/ENSP; Orientaes para os Coordenadores de Curso; Programa de

    formao de tutores; O papel do tutor no ensino a distncia; Passo a passo do Ambiente Virtual de

    Aprendizagem - AVA.

    Todas essas produes esto sendo desenvolvidos com a finalidade de discutir a

    qualidade na ao dos atores envolvidos nos processos de planejamento, construo,

    execuo e avaliao dos programas de formao a distncia.

    Equipe de Coordenao Pedaggica

    Programa de Educao a Distncia EAD

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  • I. INTRODUOI. INTRODUO

    O avano no campo das tecnologias da informao e da comunicao, iniciado na

    segunda metade do sculo passado e impulsionado pelo desenvolvimento acelerado de

    novos instrumentos e recursos da informtica, tem causado grande impacto em todos os

    mbitos da atividade humana: na cultura, na economia, nos meios de comunicao, na

    gesto de empresas, na direo dos servios pblicos e no funcionamento do sistema

    poltico.

    A anlise do uso dessas tecnologias, nos diversos mbitos, e as transformaes

    profundas que elas imprimem so a chave para compreender as caractersticas marcantes da

    sociedade atual e para desenvolver, de forma competente, qualquer atividade profissional.

    No campo da Educao, a conexo promovida por essas tecnologias, entre os

    diversos sistemas sociais, econmicos, polticos e culturais nos impulsiona a superar as

    barreiras disciplinares tradicionais, integrando diversas perspectivas tericas, ferramentas

    metodolgicas e experincias profissionais.

    O Programa de Educao a Distncia, da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio

    Arouca EAD/ENSP uma iniciativa estratgica de formao e qualificao em sade,

    que oferece oportunidades de alto nvel aos profissionais, de forma integrada ao seu

    processo de trabalho. Com isso, visa colaborar para a construo e consolidao do Sistema

    nico de Sade SUS com mais eficcia, eficincia e eqidade, fundamentando-se em trs

    dimenses interdependentes: o material didtico, o sistema de gesto acadmica e a

    tutoria/orientao da aprendizagem.

    Este documento tem como objetivo orientar o desenvolvimento de parte de uma

    dessas trs dimenses a do material didtico impresso , estabelecendo princpios para a

    sua construo pelos autores e garantindo a uniformidade da poltica pedaggica e da

    filosofia educacional adotada pelo EAD/ENSP.

    Podemos afirmar que o sucesso de um curso a distncia diretamente proporcional

    sua qualidade pedaggica. E no caso especfico dos materiais didticos impressos de que

    trata este documento compreendemos a qualidade pedaggica no s no sentido da forma,

    do contedo e do alcance dos objetivos, mas, fundamentalmente, na possibilidade de

    utilizao de materiais interativos, estimulantes, compreensveis e atraentes.

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  • Os ambientes de aprendizagem a distncia, compostos pelas diversas mdias

    material impresso, udio-visual, CD-Rom etc. , precisam favorecer o desenvolvimento do

    conhecimento interdisciplinar, da intuio e da criatividade.

    II. PRESSUPOSTOS TERICO-CONCEITUAISII. PRESSUPOSTOS TERICO-CONCEITUAIS

    O referencial poltico-pedaggico adotado pelo EAD/ENSP fundamenta-se nos

    princpios bsicos do construtivismo, cuja premissa essencial a de que o indivduo agente

    ativo de seu prprio conhecimento. Isto , ele constri significados e define sentidos de

    acordo com a representao que tem da realidade, a partir de suas experincias e vivncias

    em diferentes contextos.

    Estas representaes sobre a realidade, no entanto, esto constantemente abertas a

    mudanas e suas estruturas formam as bases sobre as quais novos conhecimentos so

    construdos.

    Esse pressuposto assume a perspectiva de que o processo de formao tem como eixo

    fundamental o pensamento crtico e produtivo, e parte do conceito de atividade consciente,

    em que a ao intencional do aluno, na resoluo de problemas do mundo real, em diversas

    instncias tcnica, interpessoal, poltica, social etc. construda a partir de uma enorme

    gama de conhecimentos e metodologias que ele articula, mobiliza e usa, quando se depara

    com um problema que precisa ser resolvido no exerccio de sua atividade.

    O programa de formao a distncia da EAD/ENSP desenvolvido em um ambiente

    de interao que busca oferecer uma srie de materiais e atividades: textos bsicos, listas,

    fruns, exerccios, situaes-problema geradas a partir do contexto e do processo de trabalho

    do aluno. Portanto, um programa de educao a distncia em sade, com o uso de redes,

    deve ser compreendido como um novo paradigma para a organizao social de um campo de

    conhecimentos e prticas com perspectivas de formao, intercmbios de experincias, acesso

    a materiais e informaes.

    Configura-se, assim, como um espao aberto, permitindo a participao ativa de todos

    os seus integrantes em condies de igualdade, migrando-se, progressivamente, da noo de

    curso (pontual) para a de programa de formao, estruturado em unidades de

    aprendizagem/mdulos que possibilitam ao aluno estabelecer sua trajetria, baseado na

    realidade de seu processo de trabalho.

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  • O EAD/ENSP assume como prerrogativa, no processo de construo do material

    educativo, uma postura descentralizadora e participativa, buscando uma aproximao com a

    realidade local vivenciada pelos alunos/profissionais. Compreendemos que, ao estabelecer

    uma relao de informalidade e cordialidade, estamos estimulando e favorecendo o processo

    de construo coletivo e possibilitando a construo de materiais didticos com uma

    concepo interdisciplinar, que busca personalizar os estudos a partir de casos, relatos de

    experincias e exemplos contextualizados em termos geogrficos, e no somente o

    conhecimento cientfico clssico. Na educao a distncia, o material didtico assume o

    papel de fio condutor, j que organiza o desenvolvimento e a dinmica de todo o processo

    de ensino-aprendizagem.

    No desenvolvimento de materiais didticos pelos autores, a interdisciplinaridade

    pode ser alcanada na apresentao de problemas reais enfrentados pelos alunos em seu

    cotidiano e no desenvolvimento do seu processo de trabalho. exatamente na resoluo de

    problemas concretos, oriundos da vida real, que as diversas disciplinas interagem entre si e

    possibilitam ao aluno o desenvolvimento de novas competncias profissionais.

    , portanto, um desafio, oferecer metodologias que estimulem a busca de novos

    conhecimentos pelo aluno. Nesta perspectiva, o material didtico no precisa conter todos os

    contedos e todas as possibilidades de aprofundamento da informao oferecida, j que a

    lgica de organizao enciclopdica dos conhecimentos vem perdendo fora a cada dia em

    nossa sociedade, uma vez que as tecnologias de comunicao e de informao possibilitam

    acesso rpido e difuso a contedos de alta qualidade.

    Deste modo, mais importante que ofertar todos os contedos de um curso em seu

    material didtico, oferecer aportes tericos e estratgias metodolgicas, em uma

    perspectiva interativa, que motive o aluno busca de conhecimentos e o estimule a resolver

    as estratgias pedaggicas, possibilitando, assim, o desenvolvimento de competncias

    profissionais.

    IV. ORIENTAES GERAISIV. ORIENTAES GERAIS

    Procurando subsidiar, de modo mais especfico, a produo de material didtico

    impresso destinado aos programas de formao a distncia promovidos pela EAD/ENSP,

    destacamos algumas orientaes relacionadas aos seguintes aspectos:

    - objetivos do material didtico

    - Termo de Referncia

    - princpios pedaggicos

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  • - linguagem

    - articulao forma-contedo

    - abordagem baseada em problemas/casos

    - atividades de avaliao

    - estrutura

    - formato

    - fonte, pargrafo e entrelinhas

    A) Objetivos do material didtico Ao iniciarmos o processo de concepo e produo de qualquer material didtico,

    necessrio ter em mente os objetivos que pretendemos atingir com aquele material, junto ao

    pblico-alvo. Dentre esses objetivos, vale salientar:

    proporcionar os conhecimentos fundamentais para a compreenso crtica dos

    problemas e para a interveno no contexto social, poltico e cultural em que eles so

    produzidos;

    estimular a reflexo sobre os meios, recursos e estratgias de transformao da

    realidade vivenciada no processo de busca de novos conhecimentos para a resoluo

    dos problemas;

    fornecer contedos mnimos que possibilitem a organizao do conhecimento prvio

    trazido pelo aluno, indicar referncias e, principalmente, estimular o prprio aluno a

    buscar novos contedos;

    fornecer ferramentas e informaes necessrias pesquisa qualificada de novos

    contedos, a partir das necessidades reais do aluno;

    facilitar a aquisio das competncias tcnicas especficas, como, tambm, estimular o

    desenvolvimento de competncias necessrias ao trabalho em equipe, atitude de

    liderana e tica profissional;

    promover a integrao entre as unidades de aprendizagem, a partir de uma

    abordagem que considere diferentes estratgicas metodolgicas, tais como: resoluo

    de problemas, estudos de casos, reflexes sobre a experincia e/ou sobre o aporte

    terico, pesquisa, planejamento de aes;

    estimular a participao do aluno na comunidade virtual de aprendizagem;

    estimular a relao tutor-aluno e aluno-aluno;

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  • promover a reflexo sobre o processo de trabalho do aluno, instrumentalizando-o

    para o desenvolvimento de uma nova prtica profissional.

    B) Termo de Referncia das Unidades de Aprendizagem do Curso Na construo de um curso, no mbito da EAD/ENSP, o Termo de Referncia o

    documento que organiza e planeja as Unidades de Aprendizagem que compem a estrutura

    programtica do curso, sendo cada uma dessas unidades de responsabilidade de um grupo

    de autores.

    Assim, ao iniciar a elaborao do material didtico de um determinado curso,

    importante considerar o Termo de Referncia de cada Unidade de Aprendizagem, o qual

    servir de balizamento para a construo do material, em todas as suas etapas. nele que

    os autores vo consultar os objetivos e as competncias que se busca desenvolver naquela

    Unidade de Aprendizagem, em especial, e, tambm, no curso como um todo.

    C) Princpios pedaggicos Considerando o referencial poltico-pedaggico adotado pelo EAD/ENSP, que se

    fundamenta nos princpios bsicos do construtivismo, podemos sinalizar os princpios

    pedaggicos a serem observados na construo do material didtico utilizado nos cursos do

    EAD.

    Construo dos textos do material a partir dos princpios pedaggicos quefundamentam os cursos do EAD/ENSP

    Significa dizer que, para o aluno construir o seu conhecimento, necessrio partir das

    suas experincias, de suas vivncias, de seu processo de trabalho, para que, a partir

    deles, o aluno possa refletir sobre sua prtica. Portanto, a partir da temtica a ser

    trabalhada, importante questionar o aluno sobre seus conceitos, vivncias e percepes,

    favorecendo um movimento de prtica-teoria-prtica.

    Possibilidade de o aluno assumir um papel ativo dentro do processo de ensino-aprendizagem

    Tendo em vista que lidamos com um profissional-aluno, importante convoc-lo a

    analisar o contexto profissional no qual se insere, identificar os problemas de sua

    realidade de trabalho, prioriz-los e buscar solucion-los. Neste contexto de

    aprendizagem, a teoria ganha sentido, pois subsidia a compreenso dos problemas,

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  • contribuindo para avanar na busca de resoluo desses problemas aprendizagem

    significativa.

    Respeito aos conceitos-chave do curso e das Unidades de Aprendizagem

    A observncia deste princpio, no processo de produo de um material didtico, facilita

    o desenvolvimento do contedo, evitando que os autores se excedam em aspectos que

    possam ser irrelevantes para o desenvolvimento daquele tema, alm de nortear a

    elaborao das atividades.

    D) LinguagemA produo de um material didtico sempre precisa ser cuidadosa em relao

    linguagem de seus textos, qualquer que seja o nvel curso ou o grau de escolaridade de seu

    pblico-alvo. Ressaltamos, nos itens que seguem, alguns desses cuidados.

    Privilegiar uma linguagem clara, objetiva e coloquial, adequada s caractersticasda clientela, especialmente quanto ao nvel de escolaridade, idade e interesses.

    Isto permite uma leitura leve e agradvel, de fcil compreenso, uma vez que o aluno

    estar estudando a distncia e a referncia cultural de processos educativos que ele tem

    normalmente o ensino presencial. Alm disso, esse tipo de linguagem possibilita uma

    sensao de maior proximidade com os autores e, conseqentemente, com o curso, visto

    que o material uma das vias de materializao da figura do docente.

    Elaborar o texto de forma a dialogar o mximo possvel com o aluno.

    Algumas estratgias podem ser adotadas na produo de um material didtico, de modo

    a garantir a dialogicidade do texto, e que vo ao encontro dos princpios pedaggicos

    adotados pelo EAD/ENSP. Dentre essas estratgias podemos adotar, por exemplo, a

    incluso de questionamentos, questes para reflexo ou pequenas atividades voltadas

    para a realidade de trabalho ou de vida do aluno.

    E) Articulao forma-contedoA busca da articulao entre forma e contedo deve ser uma preocupao constante,

    ao se construir um material didtico, qualquer que seja a natureza do curso.

    Nesse sentido, importante que os autores se perguntem sempre:

    - Como podemos desenvolver melhor este determinado contedo?

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  • - Que recursos podem ser utilizados? Figuras, fotografias, mapas, diagramas, grficos,

    tabelas? Filmes e vdeos? Outras linguagens, como, por exemplo, poesias, msicas, pequenos contos,

    relatos de experincias, pinturas, quadrinhos, jornais, desenhos?

    importante lembrar que esses recursos devem ser selecionados e includos no

    material sempre na perspectiva de agregar elementos que possam contribuir para a reflexo

    e o enriquecimento do assunto tratado.

    Portanto, quando adequadamente selecionados, os recursos apiam a difcil tarefa de

    tornar o estudo mais prazeroso, pois podem ajudar a dar asas aos pensamentos e aos

    sentimentos.

    Os recursos includos no material didtico devem vir acompanhados das respectivas

    fontes e datas, quando for o caso.

    F) Abordagem baseada em problemas/casos

    Como j vimos, a formao do aluno do Programa de Educao a Distncia parte do

    conceito de atividade consciente, em que a ao intencional do aluno, na resoluo de

    problemas do mundo real, em diversas instncias tcnica, interpessoal, poltica, social etc.

    construda a partir de uma enorme gama de conhecimentos e metodologias que ele articula,

    mobiliza e usa, quando se depara com um problema que precisa ser resolvido, no exerccio de

    sua atividade.

    Nesse sentido, ao se adotar a abordagem baseada em problemas/casos importante

    atentar para os seguintes aspectos na elaborao de casos :

    selecionar fatos reais, possveis de o profissional se deparar em seu campo de trabalho

    e que sejam representativos da complexidade deste campo;

    buscar construir um "esqueleto" do curso, tentando relacionar os casos selecionados

    com as competncias que ele visa desenvolver. Este exerccio possibilita avaliar se o

    conjunto de atividades (casos) atende aos objetivos do curso e ao desenvolvimento das

    competncias necessrias ao perfil de sada do profissional;

    descrever, em detalhes, o contexto e a histria que envolve o caso selecionado, para

    que o aluno tenha elementos suficientes para compreender as diversas dimenses que

    envolvem a prtica profissional e, portanto, sua complexidade;

    buscar apresentar, no caso selecionado, vises de diferentes atores;

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  • elaborar questes que conduzam o aluno reflexo e ao questionamento, de tal

    forma que ele se envolva com a situao-problema, buscando analis-la e sentindo-se

    desafiado a encontrar solues. Sendo assim, as questes devem remet-lo prtica,

    articulao teoria-prtica para uma atuao profissional consistente.

    G)Atividades de avaliao

    As atividades de avaliao propostas no material didtico devem refletir o sistema de

    avaliao definido para o curso. Este sistema, por sua vez, precisa considerar os seguintes

    aspectos preconizados pelo Programa de Educao a Distncia da ENSP, numa perspectiva

    de avaliao que pretende envolver todos os participantes como sujeitos do processo:

    a avaliao do processo educativo no um fim em si mesma; parte indissocivel

    da prpria concepo pedaggica;

    o desenvolvimento da compreenso sobre avaliao como formativa, processual e

    possibilitadora de mudanas;

    a clareza nos critrios de avaliao, os quais devem estar em consonncia com o

    regimento da Instituio Formadora, com o nvel do curso e certificao;

    o uso de diferentes formas de avaliao (relatrios, snteses, reflexes, elaborao de

    textos, pesquisas etc.) como instrumentos que devem auxiliar o aluno/grupo/tutor a

    avanar no processo de construo do conhecimento;

    e, finalmente, a relao necessria entre as atividades de avaliao escolhidas e os

    objetivos e competncias estabelecidos para cada Unidade de Aprendizagem e/ou

    mdulo.

    H)Estrutura

    A estrutura do material didtico, ou seja, o modo como o contedo organizado e

    apresentado ao aluno, deve ser definida antes de os autores iniciarem a elaborao dos

    textos propriamente dita. Nesse processo, algumas reflexes se fazem necessrias, como

    destacamos aqui.

    Analisar o contedo e as atividades da Unidade de Aprendizagem sob a

    responsabilidade daquele grupo de autores, tendo em vista as demais Unidades e,

    tambm, o curso como um todo. Nesse processo de anlise, que possibilita a busca da

    coerncia interna do material, importante, por exemplo, identificar os links entre as

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  • Unidades; as possveis articulaes que favorecem a costura e a constituio da

    unidade do curso.

    Construir um material que amplie a viso do aluno, que permita o aprofundamento

    dos assuntos principais, fornecendo sempre uma vasta bibliografia de apoio,

    sugestes de sites para navegao, textos para complementao dos assuntos

    abordados etc.

    Estruturar o material de forma clara, que propicie fcil manuseio e identificao de

    cada uma de suas partes/elementos.

    Prever a incluso, no material didtico, de sees especiais, como, por exemplo, de

    questes para reflexo, de dicas, de glossrio etc., que se constituem recursos para

    maior interao do aluno com o material; para dialogar com o texto; e, ainda, para

    facilitar a navegao e articulao dos contedos. Estas sees, definidas

    principalmente em funo dos objetivos e contedos do curso e do pblico a que ele

    se destina, devem ser apresentadas de modo a serem claramente

    identificadas/percebidas pelo aluno quanto ao que elas propem, devendo estar em

    perfeita harmonia com o contedo e a estrutura do material. Nesse sentido, vale

    destacar a importncia de se buscar um equilbrio entre a variedade de sees

    definidas para um mesmo material didtico impresso, como, tambm, entre o

    nmero de cada uma delas, lembrando que o excesso pode poluir o material e/ou

    comprometer a clareza e a objetividade dos assuntos tratados.

    Dentre os itens que podem compor a estrutura de um material didtico, sugerimos

    aqueles considerados bsicos, embora outros tambm possam ser agregados, tendo em vista

    as especificidades do curso a que o material se destina. So eles:

    Sumrio

    o geral, abrangendo os grandes itens contemplados no material

    o objetivo, apresentando, preferencialmente, ttulos e subttulos at oterceiro nvel da hierarquia de ttulos

    Apresentao e/ou Introduo

    o traz consideraes gerais dos autores (ou da chefia da EAD/ENSP) sobrea obra: objetivos do material/curso, importncia dos temas tratados,

    contexto em que a publicao se situa; agradecimentos (se for o caso).

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  • o pode ser includa mais de uma apresentao no material. Por exemplo,uma de natureza institucional, assinada pela direo da EAD/ENSP; e

    outra com uma abordagem pedaggica, assinada pela equipe de

    coordenao do curso.

    Unidades de Aprendizagem (I, II, III etc.)

    o cada unidade pode ter uma pgina especial de abertura (opcional), quetraria, no mnimo, os seguintes elementos: ttulo da unidade, seu

    respectivo nmero e os ttulos dos subitens que ela compreende.

    o Mapa Referencial da Unidade vem logo aps a pgina de abertura daunidade (caso exista), trazendo informaes sobre os grandes blocos

    temticos da unidade e os principais assuntos tratados em cada um deles.

    o desenvolvimento da Unidade propriamente dito, com as atividades aolongo e outras ao final, que necessariamente sero enviadas ao tutor para

    correo e aferio de nota/conceito.

    Referncias bibliogrficas

    o podem ser apresentadas para o material como um todo e, nesse caso,devem vir ao final de todos os textos e antes dos anexos;

    o tambm podem ser especficas para cada Unidade de Aprendizagem docurso, sendo apresentadas ao final delas.

    Anexos

    Ainda em relao estrutura do material didtico, necessrio lembrar que existem

    critrios editoriais pr-definidos para os elementos que devero compor as capas e as

    pginas iniciais do material, que antecedem o sumrio. No Anexo possvel consultar o que

    deve constar em cada uma dessas capas/pginas iniciais.

    I) Formato

    Em se tratando de um material didtico impresso, o seu formato est diretamente

    relacionado ao seu feitio, s suas dimenses (largura e altura) expressas em centmetros.

    O formato geralmente definido pelos autores em conjunto com o designer, no s

    em funo da esttica mas, principalmente, do objetivo do material, do contedo que ser

    12

  • veiculado, do pblico-alvo do curso e da economia de papel, tendo em vista o tipo de corte

    que ser efetuado.

    So exemplos de formato de material didtico impresso:

    - formato A4 bastante usual, com dimenses de 21 x 29,7cm

    - formato oblongo aquele em que a largura da pgina maior que a altura

    - formato almao com dimenses de 33 x 44cm, peculiar ao papel almao, e que,

    dobrado ao meio, produz o formato ofcio

    - formato tablide correspondente metade do formato corrente de um jornal

    J) Fonte, pargrafo e entrelinhas

    Embora o projeto grfico de um material didtico impresso defina a fonte, o

    pargrafo e o entrelinhamento que sero adotados nos textos, nos ttulos, nas legendas das

    figuras, nas notas de rodap etc., recomendvel que o original entregue empresa

    encarregada da produo grfica seja digitalizado segundo alguns critrios, visando

    normalizar e, assim, facilitar a transposio do texto para o programa de edio apropriado.

    Dentre os critrios para a digitalizao dos originais do material didtico, em sua

    forma final, ressaltamos alguns mais relevantes:

    - editor de texto Word

    - fonte Times New Roman , corpo 11

    - pargrafo justificado

    - entrelinhas 1,5

    - caixa alta e baixa (Cab) usar em todo o material, ou seja, nos textos, ttulos,

    legendas de figuras etc.

    Recomendao

    Cada mdulo ou outro componente de uma Unidade de Aprendizagem apresentar um

    nmero mdio de 10 a 15 laudas.

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  • V. CONSIDERAES FINAIS V. CONSIDERAES FINAIS

    Com o objetivo de estimular os autores a fazerem uma auto-avaliao do material

    didtico produzido, nas suas diferentes etapas de elaborao, sugerimos algumas

    questes para problematizao.

    Os contedos esto dando suporte ao desenvolvimento das competncias identificadas?

    A linguagem est clara, compreensvel, propiciando entendimentos e reflexes?

    As estratgias pedaggicas propostas (atividades, questes para reflexo, uso de

    imagens, casos etc.) possibilitam que o aluno realize uma atividade consciente, reflexiva

    e crtica?

    O material permite partir do contexto do aluno, de suas experincias e vivncias para

    que, a partir delas, ele possa construir o seu prprio conhecimento?

    As atividades de avaliao esto contemplando todo o percurso do processo educativo?

    O fato de hoje serem priorizadas as tecnologias eletrnicas de ponta facilmente justificvel porque encontra amparo em razes bem conhecidas e fundadas,

    mas isso no implica excluso ou refutao de qualquer outra tecnologia educacional, independentemente de sua gerao.

    (Hildenbrand e Leite, s.d).

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  • VI. REFERNCIAS BIBLIOGRFICASVI. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CARVALHO, Antnio Ivo e DUPRET, Lcia Maria. Modelo e Diretrizes Estratgicas para

    formulao de cursos a distncia : a experincia da Escola de Governo

    ENSP/FIOCRUZ. ABED, 2004.

    HILDENBRAND, Luc e LEITE, Lgia Silva. Material didtico impresso como elemento do

    Sistema de Comunicao em EAD. Disponvel em

    http://www.artmed.com.br/patiooline/frconteudopatio.php?=11668secao=548pai=53

    . Acessado em 28/12/2005.

    HOLANDA FERREIRA, Aurlio Buarque. Novo dicionrio eletrnico Aurlio. Verso 5.0.

    Curitiba: Positivo Informtica Ltda., 2004.

    KRITZ, Sonia. Utilizao de Material Didtico. In: GONALVES, Maria Helena Barreto

    (Org.). Competncias bsicas: Programa de Desenvolvimento de Docentes. Rio de

    Janeiro: Editora Senac Nacional, 2000.

    SENAI/Departamento Regional de So Paulo. Manual de elaborao de material didtico

    impresso. So Paulo: Senai/SP, 1994.

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  • A N E X OA N E X O

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  • CAPAS E PGINAS INICIAIS DE UM MATERIAL DIDTICO IMPRESSO

    1) Capa- Apresenta os seguintes elementos:

    o ttulo especfico do material, caso existao ttulo do curso, se os autores/designer considerarem necessrio/interessante

    - Pode tambm incluir outros textos definidos pela equipe de autores/designer. Porexemplo: ttulo das unidades de aprendizagem; nmero ou nome do mdulo; a quemo material se destina etc.

    2) Segunda Capa Verso da capa- Geralmente em branco

    3) Pgina 1 Folha de rosto - Na parte superior da pgina, geralmente centralizado incluir nome do Ministrio

    - No miolo da pgina Repetir os ttulos principais da capa, com a mesma formatao.

    Dependendo do projeto grfico do material, pode manter ou no alguns elementos

    grficos da capa, como, por exemplo, fios, ilustraes, logomarca do curso etc.

    - Na parte inferior da pgina, geralmente centralizado incluir o nome do municpio,

    estado e ano da edio

    - Exemplo de segunda capa

    Ministrio da Sade

    Curso de YYYYYYYYYCurso de YYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY

    YYYYYYYYYYYYYYYYLivro do Tutor

    Rio de Janeiro RJ2006

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  • 4) Pgina 2 Verso da folha de rosto- Apresenta os crditos institucionais gerais

    - Exemplo de verso de uma folha de rosto.

    Governo Federal Governo Federal

    Ministro de Estado de SadeJos Saraiva Felipe

    Demais crditos, considerando especificidades do curso

    Fundao Oswaldo CruzFundao Oswaldo Cruz

    PresidentePaulo Marchori Buss

    Vice-Presidente de Ensino, Informao e ComunicaoMaria do Carmo Leal

    Diretor da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio AroucaAntonio Ivo de Carvalho

    Coordenadora do Programa de Educao a Distncia ENSPLucia Maria Dupret

    Outra instituio parceira/programa, se for o caso Outra instituio parceira/programa, se for o caso

    Crditos correspondentes

    Ateno Atualizar os crditos no momento de impresso do material.

    5) Pgina 3 - Apresenta os crditos institucionais especficos

    - Exemplo de pgina 3

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  • Curso de YYYYYYYYY Curso de YYYYYYYYY

    Crditos, conforme especificidades do curso. Exemplo:

    Coordenao Nacional Coordenao Nacional (ou Coordenao Geral Coordenao Geral etc.)

    Nome(s) por hierarquia

    Coordenao dos Ncleos RegionaisCoordenao dos Ncleos RegionaisNome do ncleo por ordem alfabtica e respectivo nome docoordenador

    Equipe de CoordenaoEquipe de CoordenaoNomes em ordem alfabtica

    Apoio Administrativo Apoio Administrativo Nomes em ordem alfabtica

    Coordenao PedaggicaCoordenao PedaggicaNomes dos elementos da equipe envolvidos nocurso/produo do material didtico

    Grupo de AvaliaoGrupo de AvaliaoNomes em ordem alfabtica

    6) Pgina 4 Verso da pgina 3 - Apresenta a autoria do texto do material: organizadores ou coordenadores; autores;

    colaboradores etc.

    - Dependendo das especificidades do material, a relao dos nomes da autoria pode

    ser geral, para o material como um todo, ou agrupada por outro critrio: por

    unidades de aprendizagem; por mdulos etc.

    - Incluir os nomes em ordem alfabtica

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  • 7) Pgina 5 - Apresenta a relao dos tutores-validadores, se for o caso, ou outros crditos

    correspondentes/similares

    - Nomes relacionados em ordem alfabtica

    8) Pgina 6 Verso da pgina 5 - Apresenta, essencialmente:

    o copirraite, na parte superior da pginao crditos relativos editorao do materialo ficha catalogrficao instituies responsveis pela elaborao, distribuio e informao

    - Exemplo de pgina 6

    Ttulo do material

    2005 Fundao Oswaldo CruzTodos os direitos dessa edio reservados ....

    Crditos de autoria da editorao. Por exemplo:

    Capa:Projeto grfico: Ilustraes:Fotos:Editorao eletrnica:Reviso de texto (ou reviso gramatical):Reviso editorial:Outros necessrios, conforme projeto grfico

    Ficha catalogrfica

    Nome das instituies responsveis pela elaborao,distribuio e informao (vem antes ou depois da ficha):

    - endereo completo;- telefone e fax;- endereo de e-mail etc.

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  • 9) Pgina 7 (ou outra pgina mpar)- Apresenta o sumrio do material como um todo

    - Deve vir, necessariamente, em pgina mpar, por ser considerada a pgina nobre

    do material

    10) Pgina 9 (ou outra pgina mpar seguinte do sumrio)- Destinada apresentao do material

    - Deve estar, necessariamente, em pgina mpar

    - Se o material apresentar mais de uma apresentao, cada uma delas deve iniciar em

    pgina mpar

    AtenoA numerao das pginas do material, em geral, comea a aparecer somente aqui, na pginada apresentao.

    11) Terceira capa - Geralmente sem impresso

    11) Quarta capa - Apresenta logos das instituies envolvidas no curso/produo de material didtico,

    indo da direita para a esquerda em ordem de importncia hierrquica

    - Tambm pode conter um texto divulgativo da obra; uma resenha etc.

    13) Outros comentrios - A partir da apresentao, so introduzidos os componentes especficos do material,

    tal como definido em seu projeto/estrutura. Por exemplo: introduo, orientaes aoaluno, unidade de aprendizagem, atividades de avaliao, textos complementaresetc.

    - Cada um desses componentes deve iniciar, preferencialmente, em pgina mpar.

    - Para uma melhor estruturao do material e tambm para facilitar o seu manuseiopelo aluno, cada um dos elementos acima referidos pode vir separado por umapgina especial de abertura. Essa pgina pode incluir, por exemplo:

    o o ttulo daquela parte (introduo, orientaes gerais, unidade deaprendizagem etc.)

    o os subitens daquela parte, caso existam. Sugerimos no usar, aqui, o termosumrio, pois pode confundir com o sumrio da obra como um todo.

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