Ergonomia e qualidade de vida bloco 04
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EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
BLOCO 04
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
SUMÁRIO
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.................... 04
Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho...................... 18
Unidade 15. Acessibilidade............................................................................. 30
Unidade 16. Doenças Ocupacionais.............................................................. 42
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
03EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Apresentação
Neste quarto bloco estudaremos o embasamento legal exis-
tente no Brasil sobre como a Ergonomia deve ser aplicada nas empre-
sas e aos trabalhadores, seja por meio da discussão das leis e Normas
Regulamentadoras ou da aplicação da Análise Ergonômica do Traba-
lho.
Faremos também uma discussão crítica sobre a acessibilidade,
tanto nas empresas quanto nos ambientes públicos e até nas nossas
residências, finalizando os estudos do bloco com a apresentação das
principais doenças ocupacionais relacionadas ao risco ergonômico, e
suas respectivas origens.
UNIDADE
13
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EMBASAMENTO
LEGAL DA
ERGONOMIA
NO BRASIL
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
EMBASAMENTO LEGAL DA ERGONOMIA NO BRASIL
Caro(a) Aluno(a),
Nesta unidade discutiremos sobre as Normas Regulamentado-
ras (NRs) do Ministério do Trabalho que tratam da Ergonomia de forma
direta ou indireta. Para isso, apresentaremos alguns itens elencados nas
NRs 12 (Segurança do Trabalho em Máquinas e Equipamentos), 17
(Ergonomia) e 36 (Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de
Abate e Processamento de Carnes e Derivados), além do que a Consti-
tuição trata sobre o tema.
Desta forma, teremos o mínimo de embasamento legal para
quando discutirmos assuntos relacionados à Ergonomia, saúde do
trabalhador e qualidade de vida.
Bom estudo!
Introdução
A aplicação da Ergonomia visando à melhoria das condições de
segurança e saúde do trabalhador em prol de uma melhor produtivida-
de, com conforto e promoção da qualidade de vida, teve seu início de
embasamento legal, mesmo que de forma velada, através da aprovação
da Consolidação das Leis de Trabalho. Desde então, várias modifica-
ções em seu texto já foram realizadas; em nosso estudo destacaremos o
texto que trata da Prevenção da Fadiga.
Posteriormente, com outras modificações na Lei e na criação
de novas Portarias, os temas relacionados à Ergonomia e à Qualidade
de Vida no Trabalho passaram a ter um pouco mais de importância.
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
05
06
Destaca-se, neste ponto, a publicação das Portarias que criaram as Nor-
mas Regulamentadoras do Trabalho, inicialmente em número de 28,
posteriormente aumentadas até a quantidade atual, com 36 Normas
Regulamentadoras.
Outras publicações oficiais foram feitas, visando orientar
empregados e empregadores sobre a importância de uma atividade de
trabalho menos penosa aos trabalhadores, ao mesmo tempo em que
conferisse às empresas maior produtividade. Destacamos a Nota Técni-
ca 060/2001 do Ministério do Trabalho, que tratava da indicação da
melhor postura a ser adotada para a concepção de postos de trabalho.
Assim, faremos uma compilação objetiva destes documentos
públicos que buscaram, ao longo dos anos, regulamentar e estabelecer
o melhor vínculo possível entre empresas e empregados, buscando
sempre os melhores índices de produtividade, aliados aos melhores
índices de promoção de saúde e prevenção de doenças.
CLT – Consolidação das Leis de Trabalho
A Consolidação das Leis de Trabalho foi aprovada inicialmente
em 1º de Maio de 1943, através do Decreto-Lei nº 5452/43 (BRASIL,
1943).
A Ergonomia não foi mencionada diretamente, até porque,
como já estudamos anteriormente, naquela época esse assunto ainda
não era tratado. Somente em 1967, através do Decreto-Lei nº 127/67
(atualmente revogado), começou-se a tratar de assuntos relacionados à
Ergonomia e à Qualidade de Vida do trabalhador, mesmo que não aten-
dendo a princípios claros de Ergonomia. Isso ocorreu no seu Artigo 181,
que estabelecia o limite máximo de peso de 60 Kg para transporte
manual de cargas, desconsiderando, portanto, casos em que o produto
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
07
era puxado ou empurrado em carrinhos ou vagões.
Esta legislação teve apenas uma realocação em 1977, já que,
pelo Decreto-Lei nº 6514/77, o texto foi inserido no contexto da Seção
XIV (Prevenção da Fadiga) do Capítulo V (Segurança e Medicina do
Trabalho) do Título II (Normas Gerais de Tutela do Trabalho), passando a
ser enquadrado como Artigo 198 e respectivo Parágrafo Único. Foi
ainda acrescido o Artigo 199, que tratava da colocação de assentos que
permitissem ao trabalhador uma boa postura na execução de sua ativi-
dade de trabalho:
Art. . 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que
um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as
disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da
mulher.
Parágrafo único - Não está compreendida na proibição deste
artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de
vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros
aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais
casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do
empregado serviços superiores às suas forças.
Art.199 - Será obrigatória a colocação de assentos que assegu-
rem postura correta ao trabalhador, capazes de evitar posições
incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija
que trabalhe sentado.
Parágrafo único - Quando o trabalho deva ser executado de pé,
os empregados terão à sua disposição assentos para serem
utilizados nas pausas que o serviço permitir. (BRASIL, 1977)
Qual o motivo da CLT estabelecer 60Kg como o limite de peso a
ser manuseado pelos trabalhadores? Por que não 50kg? Por que não
25kg ou 70Kg?
Lembre-se de que, naquela época, a carga e descarga dos pro-
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
dutos agrícolas eram feitas manualmente. E, não por acaso, as sacas de
café, arroz, feijão, soja, entre outros produtos, tinham o peso de 60Kg...
Norma Regulamentadora nº 12 (NR-12)
A NR-12 foi aprovada através da Portaria nº 3214/78 e passou
por diversas atualizações desde então. Basicamente, esta NR trata da
definição de referências técnicas para garantir a saúde e integridade
física dos trabalhadores através de requisitos que prevenissem aciden-
tes e doenças de trabalho durante a utilização de máquinas e equipa-
mentos de todos os tipos.
Entre os itens 12.94 e 12.105, a NR-12 trata dos aspectos ergo-
nômicos de máquinas e equipamentos. Dentre os vários itens aborda-
dos, destaca-se:
Ÿ A construção e projeção de máquinas e equipamentos que atendam
a variabilidade antropométrica e as exigências posturais, cognitivas
e de esforços físicos dos trabalhadores, respeitando-se inclusive as
necessidades de adaptação das condições de trabalho às caracterís-
ticas psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza dos trabalhos
a executar;
0508EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
fig. 01
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
09
Ÿ Os postos de trabalho devem possibilitar ao trabalhador a alternân-
cia de posturas;
Ÿ As superfícies de trabalho não devem apresentar cantos vivos ou
superfícies ásperas e cortantes;
Ÿ Os postos de trabalho devem permitir o apoio integral da planta dos
pés no chão;
Ÿ O ritmo de trabalho e a velocidade das máquinas e equipamentos
devem ser compatíveis com a capacidade física dos trabalhadores,
evitando agravos à saúde.
Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17)
A NR-17 foi elaborada inicialmente pela Portaria 3214/78,
sendo alterada pela Portaria 3751/90, você deve recordar que aborda-
mos este assunto na Unidade 04. Posteriormente ela foi acrescida de
dois anexos, através das Portarias 08 e 09 de 2007.
A NR-17 apresenta, no seu item 17.2, uma série de normas para
o manuseio de cargas, as quais atuam em conjunto com o que a CLT nos
traz (estabelecendo o limite de 60Kg). No item 17.2.2, a NR aborda que
“não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas
por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua
saúde ou sua segurança”. Ou seja, respeita-se a hierarquia das Leis, na
qual a CLT estabelece o limite máximo de 60kg, porém desde que este
ocorra sem comprometer a saúde e segurança do trabalhador. A NR
enfatiza ainda, no item 17.2.3, a necessidade de treinamento destes
trabalhadores que frequentemente realizam o transporte de cargas
pesadas.
Mais adiante, a NR-17 trata dos assentos de trabalho. No item
17.3.3, estabelece os requisitos mínimos de conforto:
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
10
Ÿ altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função
exercida;
Ÿ características de pouca ou nenhuma conformação na base do
assento;
Ÿ borda frontal arredondada;
Ÿ encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da
região lombar.
Conforme já redigidos pela CLT e pela NR-12, a NR-17 trata da
necessidade de assentos para descanso quando o trabalho for feito em
pé, assim como da possibilidade de adaptações para o apoio de todo o
pé durante o trabalho sentado.
No item referente aos equipamentos de postos de trabalho
(17.4), a NR-17 foi redigida de forma mais específica às atividades de
entrada de dados, devido ao seu contexto histórico de criação.
Já no que se refere à Ergonomia relacionada ao ambiente de
trabalho, a NR-17 trata de aspectos relacionados à temperatura e ruído,
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Encosto com forma levemente
adaptada ao corpo para proteção
da região lombar
Características de pouca
ou nenhuma conformação
na base do assento
Borda frontal
arrendondada
Altura ajustável à estatura
do trabalhador e à natureza
da função exercida
fig. 02
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
11EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
tendo como foco o conforto do trabalhador, diferentemente do que a
NR-15 aborda, quando relaciona-se com aspectos de segurança do
trabalhador. Assim, estabelece, por exemplo, que a temperatura ideal
esteja entre 20 e 23 graus, assim como que o ruído do local de trabalho
não seja superior a 65dB. Faz ainda alusão à Norma Técnica NBR5413,
que trata da iluminação do ambiente de trabalho e como esta ilumina-
ção deve ser mensurada.
Por fim, a NR-17 faz, de forma muito superficial e genérica, uma
abordagem sobre os aspectos organizacionais do posto de trabalho,
tratando de itens como as normas de produção, o modo operatório, a
exigência de tempo, a determinação do conteúdo de tempo, o ritmo de
trabalho e o conteúdo das tarefas. Na NR-17 não há uma descrição
mais detalhada sobre o que trata cada um desses itens. O quadro a
seguir explica-os melhor, de acordo com Brasil (2002, pp. 49-56):
ITEM DEFINIÇÕO
Normas de Produção
São todas as normas que o trabalhador deve seguir para realizar a tarefa,
incluindo-se desde o horário de trabalho (se diurno ou noturno, a duração e
a frequência das pausas etc.) até a qualidade desejada do produto (um erro
pode acarretar consequências graves), abordando os equipamentos
utilizados para tal.
Modo Operatório
O modo operatório designa as atividades que devem ser executadas para
que se realize a tarefa de trabalho. Conforme já estudamos, pode ser
prescrito (ditado pela empresa) ou real (o modo particular adotado pelo
trabalhador para fazer face à variabilidade anteriormente mencionada).
Exigência de Tempo Expressa o quanto deve ser produzido em um determinado tempo, de
acordo com o que a empresa entende ser o ideal.
Determinação do Conteúdo
de Tempo
A determinação do conteúdo de tempo permite evidenciar o quanto de
tempo se gasta para realizar uma tarefa paralela ou cada uma das
atividades necessárias para a realização de todo o trabalho.
Ritmo de Trabalho
O ritmo de trabalho é a maneira como as cadências são organizadas,
podendo ser livre (quando o indivíduo tem autonomia para determinar sua
própria cadência) ou imposto (por uma máquina, pela chefia ou por
incentivos à produção). Assim, cabe ressaltar que a cadência refere-se à
velocidade dos movimentos que se repetem em uma dada unidade de
tempo.
Conteúdo das Tarefas Designa o modo como o trabalhador percebe as condições de seu trabalho:
estimulante, socialmente importante, monótono ou aquém de suas
capacidades.
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
12EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ao observarmos uma função como a de um coletor de
lixo, temos que as normas de produção são todas aquelas
que ditam como será o seu trabalho (horário de começo e final
de expediente, se terá pausas ou não, quantas casas terá que
atender, quais os equipamentos de segurança terá que utilizar. O modo
operatório são as informações que o funcionário deve saber sobre
como desenvolver seu trabalho: a segurança ao subir e descer do cami-
nhão, como pegar os sacos de lixo e colocá-los na caçamba do cami-
nhão de lixo, etc. A exigência de tempo é estabelecida pela jornada de
trabalho deste funcionário, a qual deve permitir que ele colete o lixo
residencial de todo o seu território, dando tempo de levá-lo ao depósi-
to sanitário e retornar à base da empresa. A determinação do conteúdo
de tempo permite ao funcionário compreender que algumas atividades
gastam mais tempo do que outras, permitindo adotar estratégias dife-
rentes em diferentes regiões (reunir os sacos de lixo nas esquinas para
posteriormente colocá-los todos na caçamba do caminhão ou passar
coletando de casa em casa junto com o caminhão. Isso determina tam-
bém o ritmo de trabalho de suas tarefas. Por fim, o conteúdo das tarefas
é a forma como cada funcionário compreende a importância social do
seu trabalho e se ele é valorizado pela sociedade e pela empresa.
A NR-17 ainda teve acrescidos dois anexos, que tratam do tra-
balho de operadores de caixa de supermercado e de operadores de
telemarketing. Em ambas as situações estabelecem, de forma mais
criteriosa, específica e objetiva, normas sobre os postos de trabalho de
cada uma das funções, além de regras específicas sobre aspectos relaci-
onados à organização do trabalho.
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
13EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Norma Regulamentadora nº. 36 (NR-36)
A NR-36 foi apresentada através da Portaria 555/13, com o
objetivo de estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle
e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na
indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados
ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segu-
rança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho.
No seu item 36.5, trata de forma mais específica e detalhada
(ainda que de forma qualitativa), sobre o levantamento e transporte de
produtos e cargas. Apesar de mais ricos em detalhes, tal recomendação
tem valor legal somente para as atividades da indústria de abate e pro-
cessamento de carnes e derivados, valendo as regras gerais e superfici-
ais para as demais atividades, conforme a própria NR-17. No item 36.12,
a NR-36 faz uma breve menção de como a Ergonomia pode contribuir
para a prevenção dos riscos ambientais e controle médico da saúde
ocupacional dos trabalhadores da área de abate e processamento de
carnes e derivados.
Por fim, o item 36.16, trata especificamente da Análise Ergonô-
mica do Trabalho, com a finalidade de adaptar as demandas de trabalho
às características psicofisiológicas dos trabalhadores.
Tenha acesso às Normas regulamentadoras do Ministério do
Trabalho através do link http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm e mantenha-se atualizado!
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
14EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A Ergonomia e os aspectos que influenciam na Quali-
dade de Vida dos trabalhadores tem tido, ao longo dos anos,
cada vez mais importância, pois recentemente a legislação
tem tratado de forma mais específica e direta este tema. Seja através
das Leis, Portarias ou Instruções Normativas a Ergonomia e a Qualidade
de Vida está mais presente em nossas vidas.
Glossário
Cantos vivos: quinas, bordas que podem gerar compressão mecânica
ao corpo do trabalhador.
Lei: regras que devem ser seguidas; obrigação imposta; com o objetivo
de controlar os comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com
os princípios daquela sociedade.
Portaria: Documento oficial de ato administrativo, baixado por autori-
dade pública e destinado a dar instruções ou fazer determinações de
várias ordens.
Riscos ambientais: Em Segurança do Trabalho são ambientes nos
quais há riscos de acidente ou adoecimento do trabalhador. Risco Físi-
co, Risco Químico, Risco Biológico, Risco Ergonômico e Risco de Aci-
dente.
Referências
BRASIL. Decreto-Lei nº 5452/43, de 1 de maio de 1943. Aprova a
Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União. Rio de
Janeiro, RJ, 1 maio 1943. Disponível em <
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
15EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Aces-
so em 13/09/2015.
BRASIL. Decreto-Lei nº 127/67, de 31 de janeiro de 1967. Dispõe
sobre operação de carga e descarga de mercadorias nos portos orga-
nizados e dá outras providências. Diário Oficial da União. Rio de
Janeiro, RJ. 31 jan. 1967. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-
1988/Del0127impressao.htm >. Acesso em 13/09/2015.
BRASIL. Decreto-Lei nº 6514/77, de 22 de dezembro de 1977. Altera
o Capítulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, rela-
tivo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências.
Diário Oficial da União. Brasília, DF. 23 dez. 1977. Disponível em <
http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1977/6514.htm>
Acesso em 13/08/2015.
BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Nota Técnica
060/2001. Ergonomia: indicação de postura a ser adota na concep-
ção de postos de trabalho. Disponível em
<http://www3.mte.gov.br/seg_sau/comissoes_cne_notatecnica.pdf>
Acesso em 13/09/2015.BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Manual de Aplicação da
Norma Regulamentadora Nº 17. 2. ed. Brasília: MTE/SIT, 2002. Dis-
ponível em: < http://www2.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_manual_nr17.pdf>. Aces-
so em 13/09/2015. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 12 – Segurança no
Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Disponível em <
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A4DA189CA014E505FF44
96DF0/NR-12%20(atualizada%202015).pdf> Acesso em 13/09/2015.BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 17 – Ergonomia. Dis-
ponível em <
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
16EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD706
4803/nr_17.pdf> Acesso em 13/09/2015.BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 36 – Segurança e
Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Car-
nes e Derivados. Disponível em
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3DCADFC3013E237DC
D6635C2/NR-36%20(atualizada%202013).pdf> Acesso em
13/09/2015.
Lista de imagens
fig.01: Trabalhadores transportando cargas pesadas.
br.freepik.com.
fig.02: Cadeira de escritório. Autoral.
Fim daFim da
Unidade!Unidade!Fim da
Unidade!
Se você prestou atenção, já deve Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo. saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.na próxima unidade.
Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.
Unidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
17EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 13. Embasamento Legal da Ergonomia no Brasil.
“A vida de boa qualidade exige mais determi-
nação e disciplina do que qualquer outra
escolha do ser humano.”
ABILIO DINIZ
UNIDADE
14
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ANÁLISE
ERGONÔMICA
DOS POSTOS
DE TRABALHO
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
ANÁLISE ERGONÔMICA DOS POSTOS DE TRABALHO
Caro(a) Aluno(a),
Nesta unidade apresentaremos as principais metodologias de
análise ergonômica dos postos de trabalho, a fim de melhor identificar
os riscos ergonômicos presentes nesses ambientes para que se possa
trabalhar as sugestões de melhoria visando o conforto do trabalhador,
a sua produtividade, a prevenção de acidentes e adoecimentos e a pro-
moção da sua saúde.
Animado (a) para começar?
Bom estudo!
Introdução
Diante das formalidades geradas pelo vínculo empregatício
entre o empregado e o empregador, cabe a este gerenciar os riscos
ambientais aos quais expõe o trabalhador. Basicamente, os riscos ambi-
entais são cinco: risco físico, risco químico, risco biológico, risco de aci-
dente e risco ergonômico. Os quatro primeiros riscos citados são avali-
ados através do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA.
Já o risco ergonômico é avaliado através da Avaliação Ergonômica dos
Postos de Trabalho – AET. Conforme estipula o item 17.1.2 da NR-17,
cabe ao empregador realizar a Análise Ergonômica dos seus ambientes
de trabalho (postos de trabalho).
O posto de trabalho é a determinação espacial de onde o tra-
balhador realiza suas atividades laborais. Logo, o posto de trabalho
Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
19
20
compreende as instruções, os procedimentos e os meios que o funcio-
nário deve atender ao longo da sua jornada de trabalho.
A Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho (AET)
A AET é o levantamento dos riscos ergonômicos existentes no
ambiente de trabalho, de acordo com o prescrito na NR-17 e seus ane-
xos. Cabe ressaltar que, apesar de constarem informações mais objeti-
vas e claras nos anexos da NR-17, eles só são válidos para as respectivas
atribuições, ou seja: o Anexo I para postos de trabalho de operadores
de checkout (caixa) de supermercado e o Anexo II para postos de traba-
lho de operadores de teleatendimento / telemarketing. Recentemente,
com a publicação da NR-36, conforme vimos na Unidade anterior, utili-
za-se também alguns critérios específicos para postos de trabalho das
empresas de abate e processamento de carnes e derivados, ou seja,
frigoríficos e similares.
Segundo Baú (2002), na AET são realizados uma série de regis-
tros e levantamentos das diversas atividades de trabalho da empresa,
suas ferramentas e modos operatórios, objetivando: melhorar a produ-
tividade do trabalhador; fornecer dados para elaboração de manuais,
normas e procedimentos para o trabalho através da racionalização das
tarefas; corrigir as posturas dos trabalhadores, melhorando o nível de
conforto e minimizando a ocorrência de doenças ocupacionais; reduzir
o estresse ocupacional; reduzir o absenteísmo; fornecer dados para o
treinamento do pessoal; e atender toda a legislação trabalhista no que
confere o gerenciamento do risco ergonômico.
Na AET, estes objetivos são almejados através da avaliação de
aspectos como a duração da jornada de trabalho, das funções dos tra-
balhadores, dos seus respectivos ciclos de tarefa, números de movi-
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
21
mentos, esforços, posturas adotadas e pausas. Assim, procura-se esta-
belecer se o ritmo de trabalho está adequado às características psicofi-
siológicas dos trabalhadores, e se as ferramentas e equipamentos utili-
zados estão adequados ao tipo de tarefa realizada. Dessa forma, a AET
busca contribuir para a melhoria das situações de trabalho e, conse-
quentemente, da qualidade de vida do trabalhador (VERONESI
JUNIOR, 2008). Porém, a AET não se restringe apenas à análise do posto
de trabalho espacialmente falando, ou dos requisitos físicos demanda-
dos pelos trabalhadores para cumprir suas atividades de trabalho, o
que já estudamos em aulas anteriores, na Ergonomia Física. São anali-
sados também os aspectos organizacionais e cognitivos (Ergonomia
Organizacional e Ergonomia Cognitiva) dos processos necessários para
que a atividade de trabalho ocorra, além das questões ambientais nas
quais estão envoltos os funcionários analisados, principalmente para as
atividades em que se avaliem as condições de conforto térmico, acústi-
co e de iluminação.
Toda empresa está sujeita à fiscalização da DRT (Delegacia
Regional do Trabalho). Caso não desenvolva nenhuma ação em ergo-
nom ia ou desenvolva ações insatisfatórias, pode ser notificada e
o b t er prazo para elaboração dos documentos solicitados, e geral-
mente um desses é a Análise Ergonômica. Caso a empresa não cumpra
o estabelecido, poderá ser multada. Somente a não conformidade com
a NR 17 já poderia gerar multas de R$6.704,45 a R$ 80.970,00
Técnicas utilizadas nas AET
Na abordagem da AET deve-se realizar, inicialmente, um enfo-
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
que ergonômico baseado na análise biomecânica das posturas e na
relação existente entre o trabalhador, o sistema de trabalho (processos
de trabalho) e o ambiente (maquinário e ferramentas), o que já estuda-
mos anteriormente como SHTM (sistema homem-tarefa-maquina),
você está lembrado? (IIDA, 2005).
Segundo VERONESI JUNIOR (2008), esta abordagem pode ser
feita de duas formas distintas: através de técnicas objetivas (ou técnicas
diretas) e de técnicas subjetivas (ou técnicas indiretas).
Nas técnicas objetivas, as atividades de trabalho são registra-
das por um determinado período de tempo, de forma que este registro
(audiovisual) permita a releitura das atividades de trabalho posterior-
mente, de forma mais específica, visando atender objetivos pontuais,
muitas vezes gerados na própria demanda da tarefa ou durante uma
análise indireta.
Na técnica subjetiva (indireta) encontramos uma série de ferra-
mentas de apoio, como questionários, check-lists e entrevistas com os
funcionários, para basear a análise das atividades e da ergonomia do
posto de trabalho. Muitas vezes, por meio destas ferramentas, é possí-
vel mapear o sistema organizacional do posto de trabalho avaliado.
Metodologia de Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho
É fundamental para que ocorra a AET que o responsável pela
avaliação tenha o máximo de conhecimento sobre o comportamento
do ser humano nas atividades de trabalho (características psicofisioló-
gicas dos trabalhadores), como vimos na Unidade 11.
Os objetivos da AET devem estar bem claros para todos os
envolvidos no processo: a empresa, os empregados e o responsável
pela AET.
0522EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
23
Conforme é citado por FIGUEIREDO e MONT'ALVÃO (2008)
não há um modelo específico de realização da AET. O que há são linhas
de raciocínio estabelecido por alguns pesquisadores que direcionam a
forma de realizar a AET. De uma forma geral, o estudo dos riscos ergo-
nômicos de um posto de trabalho compreende três fases.
Na primeira fase, tem-se a análise da demanda, na qual procu-
ra-se identificar quais os motivos que estão exigindo a necessidade do
levantamento dos riscos ergonômicos dos postos de trabalho de uma
empresa. Neste caso, a demanda pode ser desde uma notificação de
um Auditor do Ministério do Trabalho, até a iniciativa da própria empre-
sa em melhorar as condições de qualidade de vida no trabalho, passan-
do pela identificação feita pelos técnicos da empresa em se melhorar
alguma situação de ordem produtiva ou reduzir demandas de afasta-
mentos ou queixas dos trabalhadores.
Uma demanda seria uma empresa cuja produção está
funcionando plenamente, porém, o Setor de Recursos Huma-
nos começa a perceber o aumento de atestados um determi-
nado setor produtivo da empresa, com queixas similares dentre
os faltantes.
Apesar de ainda não existir uma queda na produção, nem afas-
tamentos, a empresa atenta pode perceber o custo humano que uma
atividade de trabalho pode estar desenvolvendo e agir, diagnosticando
qual ou quais são os problemas e suas possíveis soluções.
A segunda etapa refere-se a análise da tarefa, quando são
analisadas as condições ambientais, técnicas e organizacionais do tra-
balho. É neste instante que serão analisadas a Ergonomia Física do
posto de trabalho (layout, posturas, movimentos repetitivos, alturas de
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
24
bancadas e mesas, dentre outras situações) e a Ergonomia Organizaci-
onal (como ocorre o fluxo de trabalho, qual é o ritmo de trabalho, se há
pausas para descanso, dentre outras situações da Organização do Tra-
balho).
Por fim, tem-se a análise das atividades de trabalho, na qual
observam-se os comportamentos do trabalhador na execução da sua
atividade de trabalho e no relacionamento com seus colegas, chefias e
subordinados. Isto representa uma análise dos comportamentos ges-
tuais, das capacidades de comunicação do grupo, da interpretação dos
sistemas regulatórios e da demanda cognitiva do trabalho, inclusive a
capacidade e autonomia do trabalhador na tomada de decisões.
Em todas as fases é importante realizar o levantamento padro-
nizado dos dados. Para isso, observam-se os dados específicos da fase
estudada em correlação com dados observados nas fases anteceden-
tes. Assim, é possível realizar o apontamento de possíveis ações (inter-
venções ergonômicas) de acordo com a demanda, a tarefa e as ativida-
des de trabalho (Figura 1).
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
ANÁLISE
DE
DEMANDA
DIAGNÓSTICO
ANÁLISE
DA
TAREFA
ANÁLISE
DA
TAREFA
SITUAÇÃO
DE
TRABALHO
SUGESTÕES DE
MELHORIAS
DADOS DADOS DADOS
fig. 01
25EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A intervenção Ergonômica
VERONESI JUNIOR (2008, p.52) afirma que a intervenção
ergonômica ocorre em todas as fases do processo de Análise Ergonô-
mica dos postos de trabalho. Entretanto estabelece uma hierarquia de
ações que podem ser elencadas para desenvolver tal intervenção. A
primeira ação é eliminar as ações primitivas nos postos de trabalho,
como aquelas que estão relacionadas ao transporte de carga excessiva,
exposição a ambientes extremamente insalubres, dentre outros exem-
plos. Em seguida, estabelece a necessidade da melhoria das condições
de conforto relacionadas ao ambiente de trabalho (como por exemplo,
o conforto térmico, sonoro e de iluminação para trabalhos intelectuais).
A terceira ação está relacionada a melhoria dos métodos de trabalho,
observando-se condições biomecânicas desfavoráveis e corrigindo-as,
por exemplo. A próxima etapa esta na melhoria da organização do sis-
tema de trabalho. Por fim, trabalhando na empresa a idéia da Ergono-
mia de Concepção, na qual a empresa estudaria o impacto da compra
de uma máquina, da alteração do layout de uma fábrica ou do escritório
sobre as pessoas e suas características psicofisiológicas.
Figueiredo e Mont'alvão (2008) relatam também a necessidade
de que as recomendações de ajustes dos postos de trabalho sejam
apresentadas à empresa em ordem de prioridades, independentemen-
te se o ajuste a ser feito será simples ou complexo. Para isso, as autoras
detalham que a empresa deve atender aos critérios biomecânicos, fisio-
lógicos, epidemiológicos, psicofísicos e ao critério da produtividade.
Após esta priorização, há também que se expor os custos humanos
envolvidos no processo, visto que o ajustes dos postos de trabalho
podem ser feitos em poucas semanas ou até em muitos meses.
Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
26EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Muitas vezes, o benefício da realização da AET vai além
da prevenção do acidente e adoecimento do trabalhador ou da
promoção da qualidade de vida e melhora da produtividade na
empresa.
Empresas que buscam certificações de reconhecimentos
internacional de qualidade de produção e serviços (OHSAS 18001,
BS8800, NBR18800, ISO14001) exigem alguns requisitos de Ergonomia
e comprometimento com a saúde do trabalhador.
É um processo em que ganha o trabalhador, com a melhoria
das condições de trabalho, e ganha a empresa, com mais visibilidade no
mercado através da qualificação do seu produto ou serviço.
A Ergonomia Participativa
Na Ergonomia Participativa são os trabalhadores que desem-
penham papel fundamental na identificação e análise dos problemas
ergonômicos encontrados nos postos de trabalho, sendo eles mesmos
os responsáveis pela discussão e formulação de soluções (IIDA, 2005, p.
64). Entretanto, para que seja bem-sucedido, é necessário que a empre-
sa apoie e auxilie esse processo, oferecendo tempo e recursos para tal.
Esse processo já ocorre em muitas empresas, e funciona a partir
da formação de um comitê/comissão (Comitê de Ergonomia –
COERGO), criado aos mesmos moldes da CIPA (Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes), com representantes dos trabalhadores dos
diversos setores de uma empresa, representantes da Segurança e Medi-
cina do Trabalho (normalmente o Técnico em Segurança, o Engenheiro
de Segurança ou o Médico do Trabalho da empresa) e representantes
da direção da empresa.
Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
27EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Nesse sistema pode haver a participação de um profissional
externo, que será responsável pelo treinamento e assessoria dos profis-
sionais do Comitê/Comissão, principalmente nos casos em que envolve
o entendimento mais técnico para a busca da resolução de um determi-
nado problema ergonômico.
A Ergonomia surge como uma ciência que visa adaptar
as diversas situações de trabalho às mais variadas característi-
cas físicas e comportamentais dos trabalhadores, entretanto,
a busca pelas soluções de problemas ergonômicos depende da aceita-
ção da existência do problema, tanto por parte da empresa quanto dos
funcionários, ao se remanejar e alterar antigos sistemas de produção e
vícios posturais em prol do conforto e qualidade de vida do trabalha-
dor, associados a sua melhor produtividade.
Glossário
Bancadas: superfícies de trabalho para atividades desenvolvidas
em pé.
Checkout: estação de trabalho para registro da saída de produ-
tos; Checkout de supermercado refere-se ao caixa de supermer-
cado.
Check-lists: ferramenta de avaliação na qual há uma série de perguntas
adaptadas para respostas simples (Sim ou Não), utilizada para uma
conferência rápida e direta de um posto de trabalho ou uma tarefa de
trabalho.
Custos humanos: adoecimento do trabalhador.
Registro audiovisual: fotografias ou filmagens em vídeo.
Risco biológico: ambiente no qual há a exposição do trabalhador a
Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
28EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Agentes Biológicos (vírus, bactérias, fungos, etc.).
Risco físico: ambiente no qual há a exposição do trabalhador a Agen-
tes Físicos (ruído, temperatura, pressão, umidade).
Risco químico: ambiente no qual há a exposição do trabalhador a
Agentes Químicos (gases, poeiras, substâncias tóxicas, etc.).
Vínculo: relação
Referências
ABRAHÃO, J.; SZNELWAR, L.; SILVINO, A.; SARMERT, M.; PINHO, D.
Introdução à Ergonomia: da Prática à Teoria. São Paulo: Blücher, 2009.
BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: ergonomia, legislação e reabili-
tação. Curitiba: Clãdosilva, 2002.
FIGUEIREDO, F.; MONT'ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. 2.
ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.
GRANDJEAN, E. KROEMER, K. H. E. Manual de ergonomia: adaptan-
do o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. São Paulo: Blucher, 2005
VERONESI JUNIOR, J. R. Fisioterapia do Trabalho: cuidando da saúde
funcional do trabalhador. São Paulo: Andreoli, 2008.
Lista de imagens
fig.01: Autoral.
Unidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
29EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 14. Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho.
“Não existe fórmula secreta. Somente a orga-
nização e a disciplina permitem que uma
pessoa desempenhe todos os seus papeis e
dê conta de todas as suas atividades de
forma equilibrada e harmoniosa.”
ABILIO DINIZ
UNIDADE
15
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ACESSIBILIDADE
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
ACESSIBILIDADE
Caro(a) Aluno(a),
Nesta unidade vamos identificar a fronteira oculta que existe
em nossa sociedade quanto à inclusão e acesso de portadores de defi-
ciências aos seus direitos, comuns a todos os cidadãos. Assim, demons-
traremos como a Ergonomia pode contribuir para o acesso de todos às
possibilidades de participar das ações públicas e particulares às quais
qualquer brasileiro tem direito, seja relacionado à saúde, à capacidade
de trabalho, ao lazer ou a demandas sociais.
Bom estudo!
Introdução
As diferenças existentes entre as pessoas não podem se limitar
às características individuais físicas ou comportamentais próprias do
ser humano: étnicas, psicológicas e sociais, que não exigem mudanças
ou transformações do meio em que vivemos para o convívio social.
Devemos observar também as diferenças pessoais resultantes das defi-
ciências mental, física, auditiva, visual, entre outras, que, pelas caracte-
rísticas mais marcantes em relação a um modelo ideal, motivam senti-
mentos e reações de abandono, discriminação e exclusão, quer seja
pela omissão ou pela negação de direitos.
Assim, surge a necessidade de interpretar as diferenças entre
os indivíduos com base nos princípios de equidade, respeito e cidada-
nia, quebrando paradigmas e construindo novos significados sobre as
especificidades das pessoas com deficiência, para além das manifesta-
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
31Unidade 15. Acessibilidade.
32
ções externas, valorizando as capacidades individuais de cada um
enquanto ser humano.
Esta concepção revela, para os diferentes contextos sociais da
organização pública e privada, a necessidade de reconhecermos a
diversidade de capacidades humanas, impedindo que as diferenças
pessoais de cada um se traduzam em desigualdades, já que qualquer
indivíduo pode desenvolver ou adquirir algum tipo de deficiência.
Pessoas com Deficiência
Segundo o Programa do Senado Federal de acessibilidade e de
valorização da Pessoa com deficiência,
Deficiência é toda restrição física, mental ou sensorial, de
natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade funcional
de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária. (BRASIL,
2006, p. 11)
Desta forma, identificamos vários tipos de deficiência que
podem acometer quaisquer pessoas, as quais devem ter preservados
seus direitos fundamentais e constitucionais da dignidade humana.
Dentre as várias formas de deficiência destacamos as mais comuns:
Ÿ Deficiência Física;
Ÿ Deficiência Visual;
Ÿ Deficiência Auditiva;
Ÿ Deficiência Mental.
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 15. Acessibilidade.
33
Segundo Couto (2005), cerca de 15% da população
brasileira apresenta algum tipo de deficiência, considerando que
estas deficiências podem ser permanentes (naturais ou adqui-
ridas) ou temporárias, resultantes, por exemplo, de um acidente
de trabalho ou acidente de trânsito.
Deficiência Física
A deficiência física é considerada a alteração total ou parcial de
um ou de vários segmentos do corpo que geram limitação da capacida-
de física do corpo humano. Pode se apresentar das mais diferentes for-
mas: amputações ou deformidades físicas de nascença ou adquiridas;
nanismo; paralisias diversas (paraplegia, tetraplegia, monoplegia, hemi-
plegia) ou ainda aquelas que interferem na locomoção e coordenação
do aparelho motor.
Para possibilitarmos a acessibilidade das pessoas com deficiên-
cia é necessário entendermos suas necessidades específicas, então
poderemos possibilitar sua inclusão e participação na sociedade. Um
dos principais pontos normalmente analisados para as pessoas que
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Monoplegia Hemiplegia Paraplegia Tetraplegia Amputação
fig. 01
Unidade 15. Acessibilidade.
apresentam deficiência física está na criação de facilitadores da sua
participação social através de rampas, adaptação de portas, banheiros,
pisos e corredores, em locais públicos e nos ambientes de trabalho.
Se a pessoa com deficiência física não consegue participar de
forma efetiva das atividades promovidas pela sociedade, devemos
observar se as condições de acesso a tais atividades estão presentes e
se realmente são efetivas. Muitas vezes, a oportunidade de uma pessoa
com deficiência assumir funções relevantes na sociedade, seja de forma
voluntária ou profissional, são dependentes das possibilidades de
acesso aos diferentes ambientes e espaços físicos. As dificuldades,
encontradas nos espaços públicos e privados, que atrapalham o acesso
da pessoa com deficiência são chamadas de barreiras arquitetônicas.
Comumente, os indivíduos portadores de deficiência física
utilizam-se de órteses ou de recursos de mobilidade, como a cadeira de
rodas. As barreiras arquitetônicas dificultam ou até impedem totalmen-
te a possibilidade de o sujeito portador de deficiência física transitar
livremente de um local para outro.
Deficiência Visual
A deficiência visual é
caracterizada pela perda total (ce-
gueira) ou parcial da capacidade
visual em ambos os olhos, levando
os indivíduos com deficiência à
busca de recursos específicos para o seu desenvolvimento e inclusão
social. Estamos falando, por exemplo, do Sistema Braile para a leitura e
escrita, e do Sorobã para o aprendizado de números e cálculos, além da
bengala e cão-guia, utilizados para auxiliar a locomoção.
0534EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
fig. 02: Soroban.
Unidade 15. Acessibilidade.
35
Pessoas com capacidade visual redu-
zida apresentam algum resíduo de visão que
possibilita que enxerguem objetos e escritas
com o apoio de equipamentos específicos, que
os ampliam de forma a ser possível a realização da
leitura e da escrita, por exemplo.
Deficiência Auditiva
Trata-se da perda bilateral (parcial ou totalmente) da percep-
ção normal dos sons. A perda auditiva pode ser classificada de diversas
formas, desde uma perda leve (quando o indivíduo ouve com dificulda-
de) até profunda (ausência total da capacidade auditiva).
Em indivíduos que apresentam uma deficiência auditiva leve, o
uso de equipamentos auditivos que ampliem o som pode suprir tal
deficiência, permitindo o acesso à comunicação.
Já para os deficientes auditivos totais, a Língua Brasileira de
Sinais (LIBRAS) é a principal forma de comunicação (Figura 3). Entre-
tanto, para ambos os casos, atitudes simples, como conversar com a
pessoa sempre à sua frente, tomando cuidado para que ela enxergue
sua boca e falando de forma clara, já pode ajudar na comunicação, pois
muitos deficientes auditivos desenvolvem a capacidade de realizar a
leitura labial, compreendendo a mensagem a ser passada.
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
fig. 03: Sistema Braille.
fig. 04: LIBRAS.
Unidade 15. Acessibilidade.
36
Como conversar com um surdo? Antes de qualquer
coisa, é importante saber que existe mais de um tipo de defici-
ente auditivo. Para aqueles que possuem perda auditiva leve a
moderada, geralmente os aparelhos auditivos resolvem boa parte do
problema. Há os surdos sinalizados (conhecidos erroneamente como
“surdos-mudos”). Eles conversam através da LIBRAS, uma língua pró-
pria, reconhecida por Lei no Brasil, com morfologia e sintaxe própria,
independente da Língua Portuguesa.
Há ainda os surdos oralizados, que conseguem comunicar-se
pela fala (através de muita fonoterapia), mas, mesmo com aparelhos,
não conseguem escutar, podendo utilizar-se do recurso da LIBRAS ou
ainda da leitura labial.
Segundo Lak Lobato, uma surda oralizada, há algumas dicas
para se conversar com um deficiente auditivo:
1. Fale devagar, mas com naturalidade;
2. Fale de frente para o deficiente auditivo;
3. O volume da voz deve ser de acordo com a deficiência auditiva de
cada um; entretanto, não adianta gritar, principalmente se a deficiência
for severa...
4. Não tenha medo de cometer gafes como “Você está me ouvindo?”
ou “Escuta essa”;
5. Para chamar um surdo, você precisa de algum sinal visual ou tátil;
6. Deficiência auditiva não gera deficiência cognitiva;
7. Não fale mastigando
8. Ambiente iluminado é muito importante na conversa com surdo, seja
ela por meio da leitura labial ou da LIBRAS.
FONTE: Adaptado de
http://desculpenaoouvi.laklobato.com/2009/05/04/10-dicas-para-falar-com-
um-deficiente-auditivo/
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 15. Acessibilidade.
37EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Deficiência Mental
É o funcionamento intelectual significativamente inferior à
média comum de uma pessoa, de acordo com a sua idade cronológica.
Estão associadas à limitação de duas ou mais áreas de habilidades adap-
tativas, como a comunicação, o cuidado pessoal, as habilidades sociais,
a percepção de saúde e segurança, habilidades acadêmicas e outras
atividades que requerem modificações em estratégias de realização.
Os tipos de deficiência mental mais conhecidos são o Retardo
Mental e a Síndrome de Down. O Retardo Mental pode ser classificado
como leve, moderado e severo.
Cada vez mais, observamos a inclusão de pessoas com retardo
mental leve e Síndrome de Down no mercado de trabalho e nos relacio-
namentos sociais, como nas escolas, por exemplo.
Ergonomia e Acessibilidade
Uma pessoa com alguma deficiência não pode ser comparada
simplesmente com outra pessoa não deficiente. Os deficientes normal-
mente promovem um mecanismo de compensação. Os surdos podem
ter aumentada a sua capacidade visual; os cegos desenvolvem capaci-
dade de concentrar-se nas sensações táteis, auditivas e cinestésicas; os
paraplégicos desenvolvem força e habilidades com as mãos.
Muitas empresas promovem o aproveitamento da mão de
obra de pessoas com deficiência mediante a escolha adequada da
tarefa, treinamento e adaptações dos postos de trabalho. Eliminadas as
barreiras arquitetônicas, os portadores de deficiência podem se tornar
tão produtivos quanto qualquer trabalhador.
O avanço dos programas de computadores, com softwares e
Unidade 15. Acessibilidade.
38EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
aplicativos que auxiliam na comunicação, gerou muitas facilidades para
os deficientes. Atualmente, cegos, surdos e deficientes físicos podem
se utilizar de um mesmo aparelho celular, utilizando-se de comandos
diferentes (mensagem escrita ou fonada, vídeos, comandos por voz,
etc.).
A Ergonomia busca, na sua essência, adaptar o meio conforme
as características de cada sujeito, portador ou não de deficiência. Assim,
tanto para o desenvolvimento de aparelhos, equipamentos e dispositi-
vos que superem as deficiências quanto na adaptação de eletrodomés-
ticos, carros, transportes coletivos, móveis e locais de casa ou da
empresa, além de rampas, elevadores, piso tátil e placas sinalizadoras
(inclusive em Braile), a Ergonomia está presente, permitindo o acesso
de todos a todas as suas possibilidades.
fig. 05
Unidade 15. Acessibilidade.
39EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Iida (2005) cita algumas dimensões constantes da Norma Téc-
nica NBR 9050, sobre os espaços físicos para permitir o tráfego de cade-
iras de rodas ou indivíduos com uso de bengalas ou muletas, em ambi-
entes públicos e privados:
Ÿ Áreas de circulação devem ter largura mínima de 120 cm;
Ÿ A superfície deve ter uma declividade máxima de 12,5%;
Ÿ Portas devem ter largura de pelo menos 80 cm.
Tenha acesso à íntegra da NBR9050 através do link:
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivo
s/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_164.pdf e
conheça os detalhes das normas de acessibilidade a edificações, mobi-
liários, espaços e equipamentos urbanos.
Além disso, temos também que ter cuidado quanto à disposi-
ção dos objetos a serem manuseados, estando estes dentro do espaço
normal de alcance. Assim, recomenda-se que interruptores, maçanetas,
campainhas, torneiras e outros objetos de uso frequente em nossa resi-
dência situem-se aproximadamente a 1m. de altura.
A Ergonomia pode contribuir sensivelmente na adaptação dos
ambientes públicos e privados às pessoas com deficiência, permitindo-
lhes a acessibilidade e a fruição de seus direitos enquanto cidadãos. A
eliminação de barreiras arquitetônicas facilita o acesso da pessoa com
deficiência ao transporte público, ao trabalho, à independência funcio-
nal em suas casas e no convívio em sociedade.
Unidade 15. Acessibilidade.
40EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Glossário
Cinestesia: Conjunto de sensações pelas quais são percebidos os movi-
mentos musculares cujos estímulos provêm do próprio organismo.
Equidade: Igualdade, imparcialidade, conformidade.
Hemiplegia: Paralisia do hemicorpo, braços e pernas direito ou
esquerdo.
Monoplegia: Paralisia de apenas um segmento do corpo (um braço ou
uma perna).
Morfologia: No âmbito da língua portuguesa, morfologia é a parte da
gramática que estuda as palavras observadas isoladamente. É o estudo
da estrutura e formação das palavras, suas flexões e sua classificação.
Nanismo: Alteração de origem endócrina, que inibe o crescimento das
pessoas.
Paraplegia: paralisia dos membros inferiores.
Sintaxe: Parte da gramática que trata das funções das palavras na frase
e das relações entre si.
Tetraplegia: Paralisia dos membros inferiores, tronco e membros supe-
riores.
Referência
ABRAHÃO, J.; SZNELWAR, L.; SILVINO, A.; SARMERT, M.; PINHO, D.
Introdução à Ergonomia: da Prática à Teoria. São Paulo: Blücher, 2009.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa
do B ras i l . B ra s í l i a , D F, S enado , 1998 . D i spon í ve l em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
>. Acesso em 20 set 2015.
Unidade 15. Acessibilidade.
41EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 15. Acessibilidade.
BRASIL. Programa do Senado Federal de acessibilidade e de valori-
zação da Pessoa com deficiência. Brasília: Senado Federal, 2006.
FIGUEIREDO, F.; MONT'ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. 2.
ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2005.
VERONESI JUNIOR, J. R. Fisioterapia do Trabalho: cuidando da saúde
funcional do trabalhador. São Paulo: Andreoli, 2008.
Lista de imagens
fig.01:
http://4.bp.blogspot.com/_x4Wto5qykQg/TRd5l-
oDhsI/AAAAAAAAAG0/xBk8GyVlqis/s1600/hdc_0001_0003_0_img0192modificado.jpg
fig.02: Autoral.
fig.03: http://www.uhelp.com/wp-content/uploads/2015/09/3-BRAILE1.jpg
fig.04: http://cursosgratis.blog.br/wp-content/uploads/2012/01/alfabeto-em-libras.jpg
fig.05: Composição de imagens:
a. http://i68.photobucket.com/albums/i27/rslonik/asnovidades2/Cadeiraelevador.jpg
b. http://www.modecenter.com.br/wp-content/uploads/2011/07/pbb.jpg
c. http://www.westernhardscapesupply.com/images/ada.jpg
d. http://maonarodablog.com.br/wp-
content/uploads/2011/08/cid_18200691.jpg
Fim daFim da
Unidade!Unidade!Fim da
Unidade!
Se você prestou atenção, já deve Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo. saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.na próxima unidade.
Se você prestou atenção, já deve
saber tudo sobre esse conteúdo.
Continue estudando. Nos vemos
na próxima unidade.
UNIDADE
16
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
DOENÇAS
OCUPACIONAIS
ERGONOMIA E
QUALIDADE DE VIDA
DOENÇAS OCUPACIONAIS
Caro(a) Aluno(a),
Nesta unidade apresentaremos a definição de doenças ocupa-
cionais, classificando-as de acordo com os Riscos Ambientais e seus
respectivos agentes lesivos, dando ênfase para as doenças relacionadas
a ambientes de trabalho que não atendem aos princípios da Ergono-
mia.
Vamos lá? Bom estudo!
Introdução
Durante a primeira revolução industrial, na qual as máquinas a
vapor foram utilizadas em maior escala no processo de produção, o
adoecimento do trabalhador devido à exposição à sobrecarga de tra-
balho aumentou consideravelmente. Com as novas formas de organi-
zação do trabalho (Taylorismo e Fordismo), a fragmentação do trabalho
trouxe maior penosidade ao trabalhador, potencializando as lesões de
origem ocupacionais.
Atualmente, apesar dos cuidados relacionados à saúde e segu-
rança do trabalhador, ainda observamos ambientes de trabalho inade-
quados, com ferramentas, utensílios, acessórios e mobiliários inconve-
nientes. Tem-se, portanto, uma situação de distanciamento e angula-
ções desajustadas, excesso de jornadas de trabalho, falta de intervalos
apropriados, posturas inadequadas para desempenhar a atividade
laboral, despreparo técnico para a execução das tarefas, exposição do
trabalhador a situações de trabalho em temperaturas extremas, com
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
43Unidade 16. Doenças Ocupacionais.
44
vibração e sobrecargas musculares. Por outro lado, cresce o trabalho no
setor terciário, que também se caracteriza pela introdução de novas
tecnologias nos processos de trabalho, com o aumento do trabalho
manual e do trabalho mental, em busca de um trabalhador polivalente.
Torna-se muito importante que as instituições estudem em
busca de soluções para a redução ou eliminação dos riscos que afligem
os colaboradores dentro da empresa, a fim de preservar o ambiente de
trabalho, o trabalhador e sua família.
Riscos Ambientais
Toda atividade ocorre em um determinado ambiente de traba-
lho. Este, por sua vez, sofre interferência de diversas naturezas: física,
química, ergonômica e biológica. Os riscos no ambiente de trabalho
são classificados, por meio das normas regulamentadoras, em cinco
grupos:
Ÿ Risco de Acidente: qualquer fator que possa colocar em risco a inte-
gridade e o bem-estar físico e psíquico do trabalhador.
Ÿ Riscos Ergonômicos: qualquer fator que possa interferir nas caracte-
rísticas psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou
afetando sua saúde.
Ÿ Riscos Físicos: consideram-se agentes de riscos físicos as diversas
formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores.
Ÿ Riscos Químicos: Consideram-se agentes de riscos químicos as subs-
tâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organis-
mo do trabalhador pela via respiratória, absorvido pela pele ou
ainda através da ingestão.
Ÿ Riscos Biológicos: Consideram-se agentes de riscos biológicos as
bactérias, vírus, fungos, parasitas, entre outros.
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Unidade 16. Doenças Ocupacionais.
45
Em se tratando do adoecimento do trabalhador pelos riscos
químicos, físicos e biológicos, o Quadro a seguir apresenta um resumo
das informações citadas por Bellusci (1996).
Doenças Ocupacionais relacionadas aos Riscos Ergonômicos
Alguns setores de trabalho sofreram, nas últimas décadas, forte
influência do uso do computador para o processamento de dados ou
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAUnidade 16. Doenças Ocupacionais.
Risco Ambiental Agente Doença
Risco Químico
Poeiras Doenças Respiratórias
Alergias (dermatoses)
Fumos metálicos Intoxicação orgânica
Doenças Respiratórias
Gases (solventes)
Alterações orgânicas locais
(intoxicação orgânica)
Depressão do SNC
Venenos/Pesticidas/
Fungicidas
Dermatoses,
Intoxicação orgânica generalizada
Risco Biológico
Vírus / Bactérias Tuberculose, AIDS, Febre amarela.
Dejetos humanos ou
de animais Cólera, Esquistossomose
Animais peçonhentos
Alergias, lesões cutâneas ou lesões
teciduais profundas, conforme a
potência do veneno.
Risco Físico
Calor Hipertermia, desidratação, síncope.
Frio Hipotermia
Pressão
Alterações respiratórias e no
organismo, lesões de pulmão e de
seios paranasais.
Ruído Perda Auditiva
Radiação Alterações cromossômicas e
desenvolvimento de câncer
para o controle de maquinários. Quando este processo ocorre em um
ambiente de trabalho sem o devido planejamento para sua implanta-
ção, gera o uso inadequado destes equipamentos, em condições que
agridem o ser humano e nele provocam doenças.
As lesões osteomusculares consequentes das atividades de
trabalho podem gerar um problema epidêmico nas empresas e neces-
sitam de providências por parte do Estado, das empresas e dos profissi-
onais da área da saúde, no sentido de conter essa evolução que gera
cada vez mais incapacitações de trabalhadores e prejuízos para a socie-
dade (BARBOSA, 2009).
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)
DORT (ou LER, como também era conhecido), não é uma doen-
ça, mas sim um nome para designar um grupo de doenças osteomus-
culares e suas repercussões sociopsicológicas que têm em comum o
fato de serem provocadas por condições inadequadas no trabalho
(BELLUSCI, 1996).
Desde o ano 2000, o último dia do mês de fevereiro é lembrado
em vários países como o Dia Internacional de Conscientização
sobre a DORT.
Segundo Baú (2002) e Veronesi Junior (2008), estudos epide-
miológicos comprovam que a DORT tem uma dimensão multicausal.
Esses estudos identificaram os fatores:
Ÿ Biomecânico: posturas desfavoráveis, forças excessivas, compres-
são mecânica, repetitividade.
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Ÿ Fisiológicos: hormônios, estrutura muscular (referente à diferença
de gênero e de idade), obesidade, traumatismos anteriores, estado
geral de saúde, diabetes, etc.
Ÿ Psicossocial: estresse, atitude negativa em relação à vida, perfil
psicológico, insatisfação dentro e fora do trabalho, desmotivação,
etc.
Ÿ Organizacional: Pausas curtas ou inexistentes entre os ciclos da ati-
vidade de trabalho, pressão temporal, programas de incentivo à
produtividade, ritmo de trabalho imposto pela gerência ou linha de
montagem, horas extras, monotonia, sobrecarga de produção, etc.
Ÿ Ergonômico: postos de trabalho e uso de ferramentas não ergonô-
micas, temperaturas extremas (frio ou calor), vibrações, má ilumina-
ção do ambiente de trabalho, etc.
Ÿ Sociocultural: hobbies ou atividades domésticas que exigem dos
membros superiores dupla jornada de trabalho, vestimentas (sutiã,
por exemplo, podem gerar compressões de plexo braquial), taba-
gismo, etilismo, etc.
Ÿ Predisposição: o sujeito pode apresentar uma capacidade aumenta-
da de desenvolver uma determinada doença devido a alterações
anatômicas, comportamentais ou fisiológicas.
O conhecimento do processo etiológico é de extrema
importância, visto que de nada adianta fazer abordagem pre-
ventiva daquilo que não se conhece bem.
A repetitividade pode ter como causas atos de trabalho como
digitar, martelar, empurrar, puxar, apertar. Quanto maior o tempo de
exposição às atividades repetitivas, maior a possibilidade de desenvol-
vimento das DORTs.
A força excessiva para a realização das tarefas agrava o des-
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gaste físico, logo, quanto maior for essa exigência de força, maior será o
risco de adoecimento do trabalhador. Têm-se como causas da força
excessiva as atitudes corporais e comportamentais do trabalhador, a
pega de objetos e cargas, o transporte de objetos pesados e o uso ina-
dequado de braços de alavanca.
As posturas inadequadas impõem esforços adicionais dese-
quilibrados e inesperados ao trabalhador, com possibilidade de atingir
a coluna vertebral e as extremidades superiores, e podem estar relacio-
nadas a todas as posturas possíveis de trabalho (em pé, sentado, aga-
chado, semissentado).
Por fim, as compressões e vibrações mecânicas podem estar
relacionadas ao uso de ferramentas como furadeiras, marteletes pneu-
máticos, britadeira ou ainda a atividades como martelar, apertar, amas-
sar, etc.
Mecanismo de lesão
Para realizar um movimento, os ossos, músculos, tendões, liga-
mentos, vasos sanguíneos e nervos deslizam uns sobre os outros, pro-
vocando atrito. Em muitas partes do corpo esse atrito é bem absorvido
pelo organismo, que possui mecanismos de defesa para evitar lesões
nessas estruturas.
Entretanto, a modernização do trabalho trouxe para o nosso
meio o trabalho automatizado, de ritmo acelerado, fragmentado, sem
pausas para recuperação e com repouso insuficiente para compensar o
desgaste provocado por suas jornadas de trabalho inadequadas
(BELLUSCI, 1996).
Há algumas estruturas críticas do nosso corpo, como os nossos
punhos, nos quais as estruturas articulares estão muito próximas e con-
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densadas umas às outras. Ao associarmos essa região do corpo a uma
atividade de trabalho de ritmo acelerado e sem período de repouso,
mesmo as compensações orgânicas existentes, que geram a “lubrifica-
ção” destas estruturas, não serão eficientes em evitar possíveis lesões,
devido ao excesso de atrito entre elas.
A somatória de microlesões em uma mesma estrutura gera um
efeito fisiológico que somente piora a lubrificação e aumenta o atrito
entre essas estruturas articulares. Isso aumenta ainda mais a possibili-
dade de lesões, principalmente as relacionadas aos tendões e nervos,
provocando desconforto e dor. Como as estruturas lesionadas são
aquelas normalmente ativadas nos movimentos de trabalho, a capaci-
dade produtiva do trabalhador estará limitada, provocando mudanças
de posturas ou modos operatórios que podem agravar mais ainda seu
estado de saúde.
Classificação do Estágio de Evolução da DORT
Barbosa (2009) aponta a classificação de quatro estágios de
evolução da DORT, conforme estabelecido pelo Ministério da Previ-
dência Social.
Ÿ Grau I: sensação de peso e desconforto no membro afetado, com
dor espontânea localizada, que aparece em caráter ocasional duran-
te a jornada de trabalho e não interfere na produtividade do traba-
lhador, tendo um bom prognóstico de tratamento.
Ÿ Grau II: a dor é mais persistente e mais intensa e aparece durante a
jornada de trabalho intermitentemente, sendo tolerável e permitin-
do o desempenho da atividade profissional, mas já com reconhecida
redução da produtividade. Pode ser observada irradiação da dor e
no repouso geralmente ocorre a sua redução, apresentando ainda
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50EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
prognóstico favorável de tratamento.
Ÿ Grau III: a dor torna-se mais persistente, de intensidade maior, apre-
sentando irradiação mais definida. No repouso ocorre somente a
atenuação da dor, permanecendo a sensação dolorosa mesmo fora
do trabalho. Observa-se a perda de força muscular e parestesia, com
sensível queda da produtividade do trabalhador. O prognóstico de
tratamento é reservado.
Ÿ Grau IV: relato de dor forte, contínua, por vezes insuportável, com
intenso sofrimento do trabalhador. Os movimentos acentuam con-
sideravelmente a dor, que em geral se irradia por todo o membro
afetado. A capacidade de trabalho é anulada e a invalidez se caracte-
riza pela impossibilidade de um trabalho produtivo regular. Prog-
nóstico de tratamento sombrio.
A Previdência Social prevê, para este ano, gastos de
cerca de R$ 2,1 bilhões somente com as LER/DORT, segundo infor-
mação da Folha de São Paulo. De acordo com o diretor do Departa-
mento de Políticas Públicas de Saúde e Segurança Ocupacional da Pre-
vidência Social, Remígio Todeschini, o setor de serviços é o responsável
por grande parte desse número.
Outros especialistas afirmaram ainda que um dos principais
motivadores da doença, que aumentou 586% entre 2006 e 2008 (casos
registrados em perícias do INSS), é a pressão por metas. Na mesma
reportagem, o diretor de Saúde do Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Walcir Previtale, disse que ainda há subnotificações, assim como
a falta de fundamentação nos laudos periciais.
Será que se os gestores públicos e privados investissem 10%
desse valor em fiscalização, campanhas de qualificação profissional e
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orientação, além de incentivos em programas de prevenção, não tería-
mos um retorno mais decente para a sociedade? Tanto em economia de
verbas indenizatórias e tratamento quanto em sofrimento dos traba-
lhadores e familiares?
FONTE: Adaptado de
http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=17527
Diante dos diversos pontos apresentados nesta aula, o conhe-
cimento dos riscos ambientais e seus respectivos agentes causadores
de agravos subsidia uma avaliação criteriosa dos processos de trabalho
de uma empresa, a fim de repensar as propostas de intervenção e
melhoria da qualidade de vida no trabalho. A DORT necessita de uma
maior atenção dos profissionais que trabalham com a saúde ocupacio-
nal, devendo-se primar pela prevenção contínua como a melhor forma
de combater tais distúrbios.
Glossário
Atenuação: redução.
Compressão mecânica: termo utilizado na ergonomia para designar
uma situação de compressão de um segmento corporal a uma quina,
comprimindo músculos, tendões, nervos e vasos sanguíneos durante a
realização da atividade muscular e do trabalho.
Parestesia: perda de sensibilidade.
Penosidade: sofrimento.
Prognóstico: previsão ou suposição do que deve acontecer.
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Referências
BARBOSA, L. G. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomus-
culares relacionados ao trabalho – DORTs: a Fisioterapia do Trabalho
aplicada. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
BAÚ, L. M. S. Fisioterapia do Trabalho: Ergonomia, Legislação, Reabili-
tação. Curitiba: Clãdosilva, 2002.
BELLUSCI, S. M. Doenças Profissionais ou do Trabalho. São Paulo:
Editora Senac São Paulo, 1996.
FIGUEIREDO, F.; MONT'ALVÃO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. 2.
ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.
LUONGO, J.; FREITAS, G. F. Enfermagem do Trabalho. São Paulo: Rid-
del, 2012.
VERONESI JUNIOR, J. R. Fisioterapia do Trabalho: cuidando da saúde
funcional do trabalhador. São Paulo: Andreoli, 2008.
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“Se a sua vida for a melhor coisa que já te
aconteceu, acredite, você tem mais sorte do
que pode imaginar.”
Daniel Godri
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