Esc.glasgow
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OBJECTIVOS
- Revisão do método de avaliação do nível de consciência utilizando a Escala de
Coma de Glasgow.
- Melhor compreensão dos sinais obtidos no exame ao utente.
- Melhorar as práticas de enfermagem.
AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSCIÊNCIA
O estado de consciência afecta a interpretação dos estímulos recebidos, ao nível
central. Os principais sinais considerados como indicadores do nível de consciência e
coma são sinais de resposta motora, de resposta verbal e de abertura dos olhos.
Muitos aspectos devem ser considerados para uma correcta avaliação, como sejam a
cultura, o desenvolvimento, a aprendizagem e a capacidade do indivíduo receber os
estímulos pelos sentidos periféricos, etc.
Os sinais hoje aceites como indicadores de morte de um indivíduo, são aqueles
que demonstram a cessação de funções do tronco cerebral de forma irreversível.
Estão incluídos nestes a ausência de respiração, a ausência de resposta motora, o
estado de consciência da Escala de Glasgow igual a 3 e a ausência dos reflexos do
tronco cerebral (reflexos fotomotores, oculocefálicos, oculovestibulares,
corneopalpebrais e faríngeos).
Nível de consciência
Para avaliar o nível de consciência existem diversos critérios e escalas que
podem ser utilizados. Notações como lucidez, confusão, estupor, coma, etc, podem
ser encontradas, nem sempre sendo fácil uma interpretação uniforme da avaliação
efectuada. Em todo o caso, a avaliação e os registos exactos são essenciais para
determinar a melhoria ou agravamento do estado de consciência do doente.
Pretendendo objectivar a avaliação do estado de consciência, surgiram algumas
escalas, sendo a mais utilizada a Escala de Glasgow, que quantifica o estado de
consciência em parâmetros de 3 a 15, permitindo pôr de parte discordâncias entre os
diversos técnicos que lidam com doentes que necessitam desta avaliação.
A Escala de Glasgow (EG) baseia-se na observação de três parâmetros:
- resposta verbal
- abertura dos olhos
- resposta motora
Para desencadear essas respostas pode ser necessário aplicar determinados
estímulos. Estes deverão ser aplicados de um modo padronizado.
Escala de Glasgow
Esta escala oferece uma visão geral do nível de resposta do paciente e tem sido
usada para avaliar o estado neurológico dos pacientes. Esta avalia as respostas
motoras, verbais e de abertura dos olhos do paciente. Estes elementos são mais tarde
subdivididos em diferentes níveis e as melhores respostas que os pacientes
apresentam a um estímulo predeterminado são registadas. Para cada resposta é dado
um número (alto para o normal e baixo para o prejudicado), a soma dos três números
indica a gravidade do coma e o possível prognóstico. A pontuação mais baixa é 3
(mínimo responsivo), a maior é 15 (muito responsivo). A pontuação de 7 ou menos é
geralmente aceite como coma e requer intervenção apropriada para o paciente
comatoso.
ESCALA DE GLASGOW
Resposta verbal
Orientada 5
Confusa 4
Palavras inapropriadas 3
Sons incompreensíveis 2
Nenhuma 1
Abertura dos olhos
Espontaneamente 4
À fala 3
À dor 2
Nenhuma 1
Resposta motora
Obedece a ordens 6
Localiza a dor 5
Retirada 4
Flexão anormal 3
Extensão anormal 2
Nenhuma 1
Resposta verbal
O que mais correntemente define o fim do coma ou recuperação da consciência
é a primeira conversação inteligível do doente.
- Orientada: se está consciente de si e do ambiente que o rodeia. O doente
deve saber quem é, onde está e porquê, a estação do ano e o mês.
- Confusa: se pode prender a atenção do doente e este responde de um
modo dialogante, embora apresente alguma desorientação e confusão.
- Palavras inapropriadas: quando há palavras inteligíveis mas usadas ao
acaso ou de forma exclamatória, fora de qualquer contexto, não sendo
possível manter uma conversa.
- Sons incompreensíveis: se há alguma vocalização, mas sobre a forma de
grunhidos ou gemidos, sem se compreenderem palavras.
- Nenhuma: se o doente está entubado, traqueostomizado ou afásico, deve-
se referir essa situação, pois está impedido de responder verbalmente.
Abertura dos olhos
- Espontaneamente: existe abertura dos olhos sem qualquer estímulo.
- À fala: abre os olhos em resposta a qualquer abordagem verbal, não
necessariamente a pedido para abrir os olhos. Ter atenção especial aos
doentes com acuidade auditiva diminuída.
- À dor: se necessário aplicar estímulo doloroso, este deve ser aplicado nos
membros, e nunca na face, pois o encerramento das pálpebras seria
provável.
- Nenhuma: não abre os olhos. Se há edema palpebral ou outra qualquer
dificuldade periférica na abertura dos olhos deve ser referenciada.
Resposta motora
- Obedece a ordens: o doente é capaz de obedecer a ordens do tipo, pôr a
língua de fora ou levantar um braço. Não interpretar movimentos reflexos ou
ajustamentos posturais e não concluir só por uma atitude de resposta. Se
não há resposta a estímulos verbais, pratica-se um estímulo doloroso que
deverá ser mantido até que se obtenha o máximo de resposta.
- Localiza a dor: se o membro superior se mobiliza ao local do estímulo na
tentativa de o remover. Devem ser aplicados estímulos em mais do que um
local, a fim de se verificar se o membro se dirige para mais do que um sítio.
- Retirada: se a resposta em flexão consistir numa rápida retirada do membro
com flexão do cotovelo e abdução do ombro.
- Flexão anormal: se assumir a postura de “descorticação”, com flexão do
cotovelo e adução do ombro.
- Extensão anormal: se a resposta consiste numa adução com rotação
interna do ombro, extensão do cotovelo e pronação do antebraço.
- Nenhuma: se não há nenhuma resposta, mesmo aplicando um estímulo
bastante intenso e está excluída a possibilidade de uma secção medular.
Nota: para a avaliação da resposta motora deve-se utilizar o membro
superior, uma vez que a resposta no membro inferior dá resultados menos
uniformes. Se as respostas são diferentes nos dois braços, então dever-se-á
considerar a melhor resposta.
Interpretação dos valores na E. G.:
Reflexos do Tronco Cerebral
Os reflexos intrínsecos do tronco cerebral também são sinais que revelam ou
não a vitalidade do indivíduo.
Reflexos fotomotores
Trata-se de uma reacção das pupilas proporcional às alterações de
luminosidade. As pupilas variam aproximadamente entre um diâmetro de 2 mm e 5
mm, contraindo-se quando a luminosidade aumenta, diminuindo assim o seu diâmetro,
e aumentando o seu diâmetro quando a luminosidade diminui. Em situação normal as
pupilas são simétricas.
Reflexos oculocefálicos
Os movimentos oculocefálicos, também chamados de “olhos de boneca”, são
suscitados no sentido oposto ao movimento da cabeça (movimentos conjugados
opostos), quando esta é deslocada e deverão ser pesquisados em doentes sonolentos
ou em coma (um indivíduo acordado tem interrupções dos movimentos reflexos).
Reflexos oculovestibulares
Trata-se de pesquisar também movimentos oculares reflexos, aplicando-se uma
estimulação ocular maior do que os simples movimentos da cabeça. Em situação
fisiológica, quando se aplica um estímulo calórico ao vestíbulo através do canal
auditivo externo, há um desvio tónico de ambos os olhos para o lado em que houve o
estímulo, seguindo-se um rápido movimento conjugado correctivo na direcção
contrária.
Reflexos corneopalpebrais
Aplicando-se uma estimulação mecânica na córnea, há uma reacção que
consiste no fechar da pálpebra bilateral.
Reflexos faríngeos
Aplicando-se uma estimulação mecânica no palato, faringe ou amígdala, há uma
contracção na zona estimulada. A ausência de reflexo faríngeo indica perda de
sensibilidade ou perda de motricidade.
ESCALA DE GLASGOW
Resposta verbal
Orientada 5
Confusa 4
Palavras inapropriadas 3
Sons incompreensíveis 2
Nenhuma 1
Abertura dos olhos
Espontaneamente 4
À fala 3
À dor 2
Nenhuma 1
Resposta motora
Obedece a ordens 6
Localiza a dor 5
Retirada 4
Flexão anormal 3
Extensão anormal 2
Nenhuma 1