Escola de Família (aula 16) - Luís e Zélia Martin - a beleza da família - 03.11.2013
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LUÍS E ZÉLIA MARTIN: A BELEZA DA FAMÍLIA
Escola de Família - Aula 16
03/11/2013
A Beleza
da família
DEUS É A BELEZA MAIOR. A BELEZA DA FAMÍLIA É ELE.
“Uma só coisa peço ao Senhor e a peço
incessantemente. É habitar na casa do
Senhor todos os dias de minha vida,
para admirar aí a beleza do Senhor,
e contemplar o seu santuário.” (Sl 26,4).
"Proponhamos, portanto, a todos, com
respeito e coragem, a BELEZA DO
MATRIMÔNIO E DA FAMÍLIA, iluminados
pelo Evangelho!" (Papa Francisco em seu
discurso aos participantes da XXI
Assembleia Planária do Pontifício Conselho
para a Família - 25/10/2013).
CARTAS DE LUÍS MARTIN
Carta 14 (a Maria): “Tudo o que vejo é
esplêndido, mas é sempre uma beleza
terrestre, e nada sacia o nosso coração,
enquanto não virmos a beleza infinita
que é Deus.
Em breve teremos a alegria íntima da
família; é esta beleza que nos aproxima
mais d’Ele...” (Milão, 6 de outubro de 1885).
Carta 16 (Bilhete às suas filhas, depois
que Celina lhe participou sua vocação):
“Quero dizer-lhes, minhas queridas filhas, que
tenho necessidade de agradecer – e fazê-las
agradecer – a Nosso Senhor, pois sinto que
nossa família, embora muito humilde, tem a
honra de ser do número das privilegiadas de
nosso adorável Criador.”
BELEZA DA FAMÍLIA: CASAR-SE NO SENHOR
“Entre os sinais mais preocupantes [...] a
aceitação do matrimônio meramente civil,
em contradição com a vocação dos
batizados ‘a casarem-se no Senhor’”. (João
Paulo II - Familiaris Consortio,7).
Depois da busca pela Beleza de Deus na
tentativa da vida religiosa, Zélia se cruza
com Luís na Ponte de S. Leonardo – Alençon,
em abril de 1858: “Neste instante uma voz
interior segredava-lhe: ‘Foi este que eu
preparei para ti’.” (História de uma família,
p. 45). De 12 para 13 de julho de 1858, se
casaram na Catedral Notre Dame d’Alençon.
Com aspirações à santidade, vivem
os primeiros 10 meses de
matrimônio como irmãos. Aqui é
necessário compreender o contexto
vivido por eles. Mas, convencidos
pelo seu confessor, passam a ter
uma vida matrimonial plena e,
compreendem que poderiam
alcançar a santidade através do
matrimônio e não “apesar do
matrimônio”. O amor e a amizade
sólida testemunhado por eles,
reflete a Beleza de Deus presente
nesse matrimônio e família, como
podemos confirmar em suas cartas.
CARTAS DE ZÉLIA
“Continuo muito feliz com ele, que torna a minha
vida mais doce. Que santo homem é meu marido!
Desejo para todas as mulheres um marido como
ele” (Cartas Familiares 1). “Meu bom Luís”.
“...sigo-o em espírito todo o dia; digo para mim
mesma: ‘Ele está fazendo tal coisa neste momento’.
Está demorando muito para estar ao seu lado, meu
querido Luís; amo você de todo o meu coração, e
ainda sinto dobrar minha afeição pela privação de
sua presença; seria impossível para mim viver
longe de você. [...] Beijo-o do mesmo modo como o
amo.” (Cartas Familiares 108).
“...como me parece longo o tempo! Como gostaria
de retornar hoje! Não sou feliz senão com você,
meu querido Luís” (Cartas Familiares 179).
“Querida amiga, só poderei
chegar a Alençon na segunda-
feira. O tempo me parece
longo, está demorando para
voltar a vê-la. [...] Beijo-a de
todo o coração, à espera da
felicidade de juntar-me a
vocês. [...] Seu marido e
verdadeiro amigo, que a ama
por toda a vida!” (Cartas de
Luís 1).
BELEZA DA FAMÍLIA MARTIN: DEUS O PRIMEIRO A SER SERVIDO
O “Pavilhão”, torrezinha hexagonal que Luís adquiriu antes de se casar,
era um lugar muito apreciado por ele. Ali ele se retirava para rezar,
meditar, ler. Nas paredes colocava frases, como por exemplo: “Deus
me vê”; “A eternidade se aproxima”. No Jardim do Pavilhão ele colocou
a imagem de N. Senhora das Graças que lhe foi dada de presente por
uma senhora amiga da família. Esta é a imagem, diante da qual,
Teresinha será curada e passará a ser chamada de N. Senhora do
Sorriso.
Escreve Celina a seu respeito: “Que dizer do espírito de fé e da
invencível esperança de meu pai?: ‘Deus em tudo, Deus acima de
tudo’. Por isso era-lhe cara a divisa de santo Inácio: Tudo para a maior
glória de Deus!”.
ZÉLIA
“Quero ser santa”. (Cartas Familiares 110).
A missa, em primeiro lugar, é o centro de suas vidas e a primeira
atividade de cada dia. (Hélène Mongin).
“O melhor é colocar todas as coisas nas mãos de Deus e esperar os
acontecimentos na calma e abandono à sua vontade”. (Cartas
Familiares 45).
Pe Piat (autor de História de uma Família) define a espiritualidade
dos Martin por três princípios: “Soberania de Deus, confiança
em sua Providência, abandono a sua vontade”. (Hélène
Mongin).
Santidade no cotidiano.
“É necessário servir bem o bom Deus, minhas queridas filhinhas, e
procurar estar um belo dia no número dos santos da qual hoje
celebramos a festa.” (Cartas Familiares 110).
1. Aqui a vida e a morte coexistiram
2. A família Martin aprendeu
3. A amar e se abandonar a providência
1
2
3
ESPIRITUALIDADE
Fiel observância do Dia do Senhor – o Domingo
Missa diária. Primeira atividade do dia
Liturgia do lar
Muito devotos de Maria e José
Rezavam o terço em família
Faziam leituras espirituais, vida de santos
Viviam muito bem o ciclo litúrgico
Luís fazia visitas diárias ao Santíssimo Sacramento
Participavam muitas vezes em sua paróquia das Laudes e das
Vésperas
O pilar da “pequena via” de Teresinha: “agradar a Jesus
“De qualquer maneira, que a vontade do bom Deus seja feita!”
(Zélia)
“Bastava olhá-lo (seu pai), para saber como rezam os santos.” (Sta
Teresinha)
A BELEZA DA FAMÍLIA: FILHOS
Genitores incomparáveis
(Trechos do livro de Hélène Mongin)
Abertura à vida: “Nasci para tê-las”. “Já temos cinco, sem contar os
que ainda podem vir, pois não desisti de ter outros três ou quatro!”
(Zélia).
Eduação: “É inacreditável os sacrifícios que ele faz para Teresinha,
durante o dia e à noite”. “Nós vivíamos apenas para eles.” (Zélia).
Testemunho das filhas: “Não fomos mimadas. Nossa mãe velava
com grande cuidado pela alma de suas filhas e a menor falta jamais
ficava sem reprimenda. Foi uma educação boa e afetuosa, mas atenta
e cuidadosa.”. “Obedecíamos por amor.”.
Com alegria, amor, firmeza e para o céu: “Diverti-me como uma criança
nos jogos de paciência, voltei a ser criança: tinha de fazer uma remessa de
rendas urgente, de modo que precisei recuperar o tempo perdido e ficar
trabalhando até uma hora da manhã.” (Zélia).
- O ambiente nunca é triste na casa dos Martin. Luís e Zélia, apesar das
provações, fazem reinar uma grande alegria em casa. Cultivam-se as alegrias
simples: pequenas brincadeiras, cantos... e principalmente a alegria de estar
juntos. Na família Martin, a caridade reina absoluta. É comum um dizer ao
outro o quanto o ama.
- Luís, por sua vez, tem um verdadeiro dom para ocupar-se das crianças: sabe
colocar-se no mesmo nível delas, contar-lhes histórias fantásticas, brincar com
elas; cantar para elas, com sua linda voz... imitar mil e um barulhos da
natureza.
- À doçura e ao carinho que prevalecem, eles não deixam de acrescentar a
firmeza. Luís realmente prefere ser enérgico a realizar um capricho de uma de
suas queridas filhas. Dão a cada criança aquilo de que ela precisa.
- “...desejo ter muitos, para educa-los para o Céu.” (Cartas Familiares 192).
A BELEZA DA FAMÍLIA: TRABALHO, SOCIEDADE E GENEROSIDADE(Trechos do livro de Hélène Mongin)
Luís: relojoaria
Zélia: Ponto de Alençon
O Ponto de Alençon cresce e Luís deixa sua relojoaria para ajudar Zélia
Mantinham as finanças das empresas e da família controladas. Não
acumulavam dívidas
Zélia é muito estimada por suas funcionárias. “É uma pessoa muito
justa, boa para suas empregadas, corajosa e que sabe trabalhar. Uma
santa!”
Zélia diz: “...não trato pior as criadas do que as minhas filhas.” (HF
p.146)
Nos negócios, Luís e Zélia são de uma honestidade extrema e preferem
ser enganados a darem motivo de desconfiança. Não deixam de
emprestar sem juros
“Dê, dê sempre e faça muita gente feliz” (Luís)
Luís era bombeiro voluntário
“A caridade era a alma do lar.” (HF p. 152)
A BELEZA DA FAMÍLIA: TRABALHO, SOCIEDADE E GENEROSIDADE
A BELEZA DA FAMÍLIA: TRABALHO, SOCIEDADE E GENEROSIDADE
(Trechos do livro de Hélène Mongin)
Percebendo um infeliz sem-teto que mendiga sem sucesso numa
estação de trem, Luís retira o próprio chapéu, despeja nele uma
soma generosa de dinheiro e passa entre os viajantes, pedindo no
lugar do mendigo.
Escreve Celina: “À semelhança de meu pai, ela era extremamente
caridosa para com os pobres, fossem quais fossem as suas
necessidades, sem nunca fugir aos trabalhos, nem por limites à
generosidade. Vi, muitas vezes, em nossa casa, desgraçados que ela
recolhia e a quem sustentava e vestia”. (HF p.139).
Em 1871 tiveram a cidade invadida pelos Prussianos que lutavam
contra a França. Hospedaram 9 soldados em casa. Após uma
tentativa de furto na relojoaria, Luís denuncia o soldado, depois,
sabendo que poderia ser executado, voltou atrás e pediu o perdão
dos superiores para este soldado.
A BELEZA DA FAMÍLIA: A RIQUEZA DO SOFRIMENTO
6 mortes na família em menos de 5 anos
Três filhos morrem com menos de 1 ano
Helena morre com 5 anos
A enfermidade de Zélia provoca dores e
sofrimentos terríveis que ela acolhe com
resignação e amor a Deus. Em sua autópsia,
os médicos verificaram furos em sua
omoplata, e explicaram que isto causou-lhe
dores atrozes. Chegou ao ponto dela não
conseguir se vestir e despir sozinha
28/08/1877: Com 46 anos, Zélia morre em
seu leito na casa da família em Alençon.
A BELEZA DA FAMÍLIA: A RIQUEZA DO SOFRIMENTO
A BELEZA DA FAMÍLIA: A RIQUEZA DO SOFRIMENTO
Luís é atingido por uma paralisia: todo o lado esquerdo perde a
sensibilidades, a língua fica pastosa. É o primeiro ataque cerebral d
euma arteriosclerose que piorará ao longo de 7 anos
Conta Luís às filhas no Carmelo; “Na Igreja de Nossa Senhora, recebi
tão grandes graças, tamanhas consolações, que fiz esta oração: Meu
Deus, para mim isso é demais! Sim, estou demasiado feliz: não é
possível ir para o Céu assim. Quero sofrer algo por vós! E assim me
ofereci...”
Ficou 3 anos internado num hospital psiquiátrico
29/07/1894: Depois de Celina invocar três vezes “Jesus, Maria e José”,
com 71 anos, morre Luís La Musse, Èvreux (70 km de Lisieux). Era um
domingo, dia do Senhor que tanto ele prezou na vida.
A BELEZA DA FAMÍLIA: A RIQUEZA DO SOFRIMENTO
“Deus me deu pais mais dignos do céu do que da terra” (Sta
Teresinha)
JOÃO PAULO II
Discurso IV EMF – Filipinas – 25/01/2003
“Queridas famílias cristãs,
anunciai com alegria ao
mundo inteiro o tesouro
maravilhoso de que sois
portadoras enquanto
igrejas domesticas!”
ORAÇÃO DO PAPA À SAGRADA FAMÍLIA - JORNADA DAS FAMÍLIAS NO VATICANO
DOMINGO, 27 DE OUTUBRO DE 2013Jesus, Maria e José
a vós, Sagrada Família de Nazaré,
hoje, dirigimos o olhar
com admiração e confiança;
em vós contemplamos
a beleza da comunhão no amor
verdadeiro;
a vós confiamos todas as nossas famílias;
para que se renovem nessas maravilhas
da graça.
Sagrada Família de Nazaré,
escola atraente do santo Evangelho:
ensina-nos a imitar as tuas virtudes
com uma sábia disciplina espiritual,
doa-nos o olhar claro
que sabe reconhecer a obra da
providência
nas realidades cotidianas da vida.
Sagrada Família de Nazaré,
guardiã fiel do mistério da salvação:
faz renascer em nós a estima pelo silêncio,
torna as nossas famílias cenáculo de oração
e transforma-as em pequenas Igrejas domésticas,
renova o desejo de santidade,
sustenta o nobre cansaço do trabalho, da educação,
da escuta, da recíproca compreensão e do perdão.
Sagrada Família de Nazaré,
desperta na nossa sociedade a consciência
do caráter sagrado e inviolável da família,
bem inestimável e insubstituível.
Cada família seja morada acolhedora de bondade e
de paz
para as crianças e para os idosos,
para quem está doente e sozinho,
para quem é pobre e necessitado.
Jesus, Maria e José
a vós com confiança rezamos, a vós com alegria nos
confiamos.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
PIAT P. Stéphane-Joseph, História de uma Família, uma escola de
santidade, o lar onde floresceu santa Teresa do Menino Jesus. Porto:
Livraria Apostolado da Imprensa, 1949. Tradução da 4ª edição
francesa.
MONGIN, Hélène. Luís e Zélia Martin, os bem-aventurados pais de
Santa Teresinha. São Paulo: Edições Paulinas, 2011.
MONGIN, Hélène. Louis et Zélie Martin Les saints de l’ordianire. Paris:
Éditions de l’Emmanuel, 2008.
MARTIN, Celina, Luís Martin o pai de Santa Teresinha do Menino Jesus
Doutora da Igreja, Testemunho filial de Irmã Genoveva da Santa Face
“Celina Martin”. Santa Maria: Pallotti, 1998. Tradução do Carmelo do
Imaculado Coração de Maria e Santa Teresinha, Cotia, S. Paulo. 2ª
edição, revista e atualizada.
MARTIN, Zelia Guérin. Lettere Familiari della madre di santa Teresa di
Gesù Bambino (1863-1877). Roma Morena: 3ª ed. Edizioni OCD, 2004.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
FAMIGLIA Martin uma scuola di santità. A cural del Centro
Iterprovinciale OCD. Roma Morena: Edizioni OCD, 2008.
BIOTTI, Bruno; REGAZZONI, Fabio; SANGALLI,Padre Antonio ocd. Luigi
e Zelia Martin genitori che generano santi. Grafica di Isabella
Manucci, Rimini, 2012.
BOUQUEREL, Francis; ORELLANA, Marc-Antoine. Maison Famille
Martin, Maison natale de Sainte Thérèse. St Hilaire le Châtel:
Imprimerie de Montligeon, 2009.
SANGALI, Padre Antonio, OCD. Uma storia d’amore di straordinaria
ordinarietà. L’urna dei beati coniugi Martin. s.l. s.n. sd.
JOÃO PAULO II. IV Encontro Mundial das Famílias. Discurso do Santo
Padre João Paulo II. 2003. Disponível em:
<http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/2003/
january/documents/hf_jp-ii_spe_20030125_family-manila_po.html>.
Italo J. Passanezi [email protected]