ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ELIZÂNGELA ......assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade...

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1 ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ELIZÂNGELA GLÓRIA CARDOSO Formando Jovens Autônomos, Solidários e Competentes. ROTEIRO DE ESTUDOS Nº 01 - 4º BIMESTRE/2020 2ª SÉRIE ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas COMPONENTE CURRICULAR/DISCIPLINA: Geografia, História, Filosofia e Sociologia PROFESSOR: Léia Prates, Jerse Vidal, Sérgio Bernardes, Rodrigo Gomes e Carla Dias TURMAS: 23.01 a 23.08 CRONOGRAMA Período de realização das atividades: 07/12/2020 a 19/12/2020 Entrega das atividades: PARTE 01 - 12/12/2020 Entrega das atividades: PARTE 02 - 19/12/2020 CARGA HORÁRIA DAS ATIVIDADES: - Geografia:08 aulas - História:08 aulas - Filosofia:02 aulas - Sociologia:02 aulas COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA ÁREA -Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica. - Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedadescom a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global. - Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. O exercício de reflexão, que preside a construção do pensamento filosófico, permite aos jovens compreender os fundamentos da ética em diferentes culturas, estimulando o respeito às diferenças (linguísticas, culturais, religiosas, étnico-raciais etc.), à cidadania e aos Direitos Humanos. Ao realizar esse exercício na abordagem de circunstâncias da vida cotidiana, os estudantes podem desnaturalizar condutas, relativizar costumes e perceber a desigualdade, o preconceito e a discriminação presentes em atitudes, gestos e silenciamentos, avaliando as ambiguidades e contradições presentes em políticas públicas tanto de âmbito nacional como internacional. HABILIDADES/OBJETIVOS DAS ATIVIDADES (EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável. (EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas das sociedades contemporâneas (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.

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ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ELIZÂNGELA GLÓRIA CARDOSO Formando Jovens Autônomos, Solidários e Competentes.

ROTEIRO DE ESTUDOS Nº 01 - 4º BIMESTRE/2020

2ª SÉRIE

ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPONENTE CURRICULAR/DISCIPLINA: Geografia, História, Filosofia e Sociologia

PROFESSOR: Léia Prates, Jerse Vidal, Sérgio Bernardes, Rodrigo Gomes e Carla Dias

TURMAS: 23.01 a 23.08

CRONOGRAMA Período de realização das atividades: 07/12/2020 a 19/12/2020

Entrega das atividades: PARTE 01 - 12/12/2020

Entrega das atividades: PARTE 02 - 19/12/2020

CARGA HORÁRIA DAS ATIVIDADES:

- Geografia:08 aulas

- História:08 aulas

- Filosofia:02 aulas

- Sociologia:02 aulas

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DA ÁREA -Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional,

nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos epistemológicos,

científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles,

considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de

natureza científica.

- Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedadescom a natureza e seus

impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções que respeitem e

promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional,

nacional e global.

- Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. O exercício de reflexão, que preside a construção do pensamento filosófico, permite aos jovens compreender os fundamentos da ética em diferentes culturas, estimulando o respeito às diferenças (linguísticas, culturais, religiosas, étnico-raciais etc.), à cidadania e aos Direitos Humanos. Ao realizar esse exercício na abordagem de circunstâncias da vida cotidiana, os estudantes podem desnaturalizar condutas, relativizar costumes e perceber a desigualdade, o preconceito e a discriminação presentes em atitudes, gestos e silenciamentos, avaliando as ambiguidades e contradições presentes em políticas públicas tanto de âmbito nacional como internacional.

HABILIDADES/OBJETIVOS DAS ATIVIDADES (EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e

descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes

características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a

sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável.

(EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas das

sociedades contemporâneas (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de

valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais,

econômicas e culturais.

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EM13CHS103 Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos

políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de

dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos,

documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).

EM13CHS502 Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc.,

desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação,

e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às

liberdades individuais.

Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade.

ESTUDO ORIENTADO

● O(a) estudante deve fazer a leitura cuidadosa dos textos deste roteiro de estudos.

● Realizadas as leituras, deve-se proceder à resolução das atividades avaliativas.

● Tendo dificuldades, orienta-se buscar solução para as dúvidas através do grupo de WhatsApp de

ciências Humanas no dia apropriado (quinta-feira).

● Após sanadas as dúvidas, deve o(a) estudante encaminhar as atividades respondidas ao professor

através do formulário Google Forms, disponibilizado no roteiro da semana.

● Os formulários do Google Forms serão desativados para recebimento de respostas assim que o

prazo para envio estiver encerrado.

● A nota do quarto bimestre será fechada através da análise que o professor fará sobre o desempenho do(a) estudante no que diz respeito aos itens elencados nestas orientações de

estudo.

Dicas extras de estudo através de vídeos (os links serão colocados nos grupos de WhatsApp):

Vídeo motivacional para estudantes, baseado no filme Mãos Talentosas.

Filha de catadores é aprovada em medicina - vídeo para reflexão e motivação nos estudos.

A história do jovem da periferia de São Paulo que superou todas as dificuldades e foi estudar em Harvard.

Conspirando a favor do Universo: a importância do esforço individual para o sucesso nos estudos.

A importância de investir e acreditar no próprio sonho - a história do estudante pobre que se tornou médico pela USP e também foi para Harvard.

O universo dos autodidatas - para reflexão, estímulo e motivação ao autodidatismo. Como ser autodidata e estudar sozinho? Dicas de Paula Quintão para ser independente nos

estudos.

OBJETOS DE CONHECIMENTO/CONTEÚDOS PARTE I

Setores da Economia.

Revolução Industrial – Contexto Histórico e causas principais.

Os discursos ideológicos.

Desigualdade social.

PARTE II

As redes materiais: Comércio Internacional. Revolução Industrial e suas fases.

A lógica da ideologia.

Desigualdade social no Brasil.

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AVALIAÇÃO O(a) estudante será avaliado(a) através da observação, por parte do professor, de sua participação no grupo de WhatsApp apresentando dúvidas ou contribuições. Também, por meio da resolução da atividade e envio das respostas via Google Forms, no decorrer de cada semana. Assim, prevalecerá a avaliação interdimensional, observando a prática do exercício do protagonismo e dos 4 (quatro) pilares da educação: Aprender a Ser, a Fazer, a Conhecer e a Conviver).

BONS ESTUDOS!

PARTE I - PARA O PERÍODO DE 07 a 12/12/2020

Setores da Economia

A economia é distribuída em diferentes setores, sendo eles: setor primário, setor secundário e setor terciário.

O conjunto de pessoas que praticam alguma atividade produtiva ou população economicamente ativa estão

distribuídos nos três setores da economia, esses são: setor primário, setor secundário e setor terciário.

• Setor primário: esse ramo de atividade produtiva está vinculado ao desenvolvimento da agricultura, pecuária e

ao extrativismo (vegetal, animal e mineral). Esse setor produz matéria-prima para o abastecimento das indústrias.

• Setor secundário: atua no sistema industrial, enquadrando a produção de máquinas e equipamentos,

produção de bens de consumo, construção civil e geração de energia. Nesse caso o setor em questão atua no

processamento da produção do setor primário, além de promover a distribuição dos produtos em forma de

atacado.

• Setor terciário: está diretamente ligado à prestação de serviços (nesses estão professores, advogados e

profissionais liberais em geral) e comércio em geral. O setor terciário está diretamente ligado ao comércio

varejista.

Atualmente, a distribuição da população economicamente ativa nos setores da economia sofreu uma significativa

mudança com o aumento do setor terciário.

Em países centrais, pesquisas revelaram que está ocorrendo uma profunda diminuição de pessoas que habitam

as zonas rurais, esse processo tende a conduzir a população a tornar-se praticamente urbana, a partir daí

ingressar nos setores secundários e terciários.

O mundo está atravessando a terceira revolução técnico-cientifico-informacional, que consiste em uma

supervalorização da informação, dessa forma, as atuações econômicas contemporâneas estão aliadas às

relações comercias e de informações, e esses têm crescido de forma intensa.

A partir das evoluções promovidas por tal revolução tecnológica, os serviços estão gradativamente sofisticados,

especializados e eficientes, além disso, outras atividades aumentaram suas atuações no mercado, como a do

turismo, telecomunicação e informática que cada vez mais absorvem pessoas para atuar nesses segmentos.

O percentual elevado de uma população economicamente ativa inserida em um determinado setor da economia

eleva o desenvolvimento econômico e o índice de urbanização de um país.

Quanto mais elevado o nível do terciário, mais a população recebe uma variedade de serviços. Em nações de

economias fragilizadas e países emergentes está ocorrendo um crescimento exacerbado no setor terciário.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/setores-economia.htm

Revolução Industrial – Contexto e causas principais

Contexto Histórico

Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura) no

máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se

organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o

processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram

realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não

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4 todas) etapas do processo produtivo.

Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que

passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-

prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos

donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as

máquinas ficou conhecido por maquinofatura.

Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social

que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma

Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia.

Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de

copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.

De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o

conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na

passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são

a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas,

assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um

produto da Revolução Industrial e não sua causa.

Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela

hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão

colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono

britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final

do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela

Europa produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um

crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).

A Revolução Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a três fatores:

1) os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais manufaturadores e

comerciantes do mundo, detendo ainda a confiança e reciprocidade dos governantes quanto à manutenção da

economia em seus estados;

2) a existência de um mercado em expansão para seus produtos, tendo a Índia, a África, a América do

Norte e a América do Sul sido integradas ao esquema da expansão econômica européia; e

3) o contínuo crescimento de sua população, que oferecia um mercado sempre crescente de bens

manufaturados, além de uma reserva adequada (e posteriormente excedente) de mão-de-obra.

Causas da revolução

O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:

Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização

econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas,

razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a

liberação da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da

produtividade em um curto espaço de tempo.

O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu

ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros.

A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi

o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por

meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português.

A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo,

principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde

a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os

centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.

A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas

e contratar empregados.

Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros

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5 no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente não existia progresso

econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.

O Liberalismo de Adan Smith

As novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas. O pensador escocês Adam

Smith procurou responder racionalmente às perguntas da época. Seu livro A Riqueza das Nações (1776) é

considerado uma das obras fundadoras da ciência econômica. Ele dizia que o individualismo é útil para a

sociedade. Seu raciocínio era este: quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é beneficiada.

Exemplo: quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada, você saberia explicar quais os motivos

dela? Será porque ama o seu patrão e quer vê-lo feliz ou porque está pensando, em primeiro lugar, nela mesma

ou no pagamento que receberá no final do mês? De qualquer maneira, se a cozinheira pensa no salário dela, seu

individualismo será benéfico para ela e para seu patrão. E por que um açougueiro vende uma carne muito boa

para uma pessoa que nunca viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou porque está olhando para o

lucro que terá com futuras vendas? Graças ao individualismo dele o freguês pode comprar boa carne. Do mesmo

jeito, os trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para poder garantir seu salário e emprego.

Nesta perspectiva, portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros. No entanto, como

para lucrar precisariam vender produtos bons e baratos, no fim, acabaria contribuindo com a sociedade.Como o

individualismo seria bom para toda a sociedade, as pessoas deveriam viver de modo que pudessem atender

livremente a seus interesses individuais.

Para Adam Smith, o Estado é quem atrapalhava a liberdade dos indivíduos. Para o autor escocês, "o

Estado deveria intervir o mínimo possível sobre a economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a

economia poderia crescer com vigor. Desse modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital,

sem ter de obedecer a nenhum regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam

totalmente liberados. Sem a intervenção do Estado, o mercado funcionaria automaticamente, como se houvesse

uma "mão invisível" ajeitando tudo. Ou seja, o capitalismo e a liberdade individual promoveriam o progresso de

forma harmoniosa.

Disponível em:https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm. Acesso em: 27/11/2020.

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Leia o texto abaixo:

IDEOLOGIA, IDEOLOGIAS, VISÕES DE MUNDO

Ideologia “é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações (ideias e valores) e de normas ou

regras (de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem

pensar, o que devem valorizar e como devem valorizar, o que devem sentir e como devem sentir, o que devem

fazer e como devem fazer. Ela é, portanto, um corpo explicativo, de representações e práticas (normas, regras e

preceitos) de caráter prescritivo, normativo, regulador, cuja função é dar aos membros de uma sociedade dividida

em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, políticas e culturais, sem atribuir tais diferenças à

divisão da sociedade em classes. Pelo contrário, a função da ideologia é a de apagar as diferenças, como as de

classes, e de fornecer aos membros da sociedade o sentimento de identidade social, encontrando certos

referenciais identificadores de todos e para todos, como, por exemplo, a humanidade, a liberdade, a igualdade, a

nação, ou o Estado.” (Marilena Chauí, o que é ideologia 1980).

Além dessa definição da filósofa Marilena Chauí, no decorrer da história do pensamento sociológico, muitos

sociólogos se preocuparam em achar uma definição adequada para este conceito que tanto nos intriga.A palavra

ideologia foi criada por Destutt de Tracy, no séc. XIX, e significa, etimologicamente, ciência das ideias.

Posteriormente, concluiu-se que esta palavra ganharia um sentido novo quando Napoleão chamou De Tracy e

seus seguidores de "ideólogos" no sentido de "deformadores da realidade". No entanto, os pensadores da

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6 Antiguidade Clássica e da Idade Média já entendiam ideologia como o conjunto de ideias e opiniões de uma

sociedade.

Isso mesmo, também podemos definir Ideologia como um conjunto de ideias, concepções, opiniões sobre algum

tema, quando perguntamos por exemplo, qual é a ideologia de um determinado pensador, estamos nos referindo

à doutrina, a um conjunto de posicionamentos e ideias seguidos por ele diante determinados fatos.

Karl Marx conceituou Ideologia como um sistema de pensamento, ou seja, uma forma de conceber o mundo que

abrange, principalmente, os seus aspectos sociais (relações entre os homens e a sua atividade); "Visão do

mundo", isto é, produto e reflexo de uma época e de uma sociedade, mais especificamente de grupos sociais

reais, estratos e classes, expressando os seus interesses, a sua atividade e o seu papel histórico; Não seria,

para este pensador, um sistema de pensamento neutro, pois para ele a ideologia teria uma função que é a de

legitimar, justificar e contribuir, ou para a manutenção da ordem social existente, ou para a sua transformação.

Marx compreende a ideologia como uma consciência falsa, proveniente da divisão entre o trabalho manual e o

intelectual. Nessa divisão, surgiriam os ideólogos ou intelectuais que passariam a operar em favor da dominação

ocorrida entre as classes sociais, por meio de ideias capazes de deformar a compreensão sobre o modo como se

processam as relações de produção. Neste sentido, a ideologia (enquanto falsa consciência) geraria a inversão

ou a camuflagem da realidade, para os ideais ou interesses da classe dominante.

Ideologia também pode indicar Teoria, no sentido de “constituição”, configuração dos conhecimentos para nortear

a ação de indivíduos e instituições, há uma ideologia religiosa, a de uma igreja, de uma religião específica,

estabelece um código de conduta aos fiéis, há uma ideologia para as escolas, cada escola segue uma ideologia

específica, e, claro há a ideologia de um partido político, ou seja, um estatuto que estipula as concepções acerca

de diversos temas de interesse do partido e de seus afiliados, como por exemplo, de poder e fornece uma série

de orientações de ação aos seus militantes.

Cabe aqui citarmos também uma outra definição de ideologia, muito importante, a do pensador Antonio Gramsci,

para ele a ideologia significava uma concepção de mundo, manifestando-se de modo tácito na arte, no direito, na

atividade econômica, enfim em todas as manifestações da vida, e ainda de acordo com Gramsci, a ideologia tem

por função conservar a unidade de toda sociedade.

Segundo Gramsci, as ideologias: “(…) organizam as massas humanas, formam o terreno sobre o qua l os

homens se movimentam, adquirem consciência de sua posição, lutam, etc.”

Mas o que é reificação? O que seria reificar? é o processo de tomar uma ideia ou conceito e tratá-los como se

fossem algo concreto e real. "Sociedade", por exemplo, é um conceito usado pela maioria dos sociólogos para

descrever a organização da vida social.A sociedade não é algo que possamos tocar ,no sentido físico, material,

nem "ver" ou "experimentar" de alguma forma usando nossos sentidos. A sociedade também não é capaz de

pensar, sentir ou agir, mas sim os indivíduos que fazem parte de uma determinada sociedade.

Ainda assim, as pessoas, nós, reificamos frequentemente a sociedade, referindo-se a ela como se fosse uma

entidade viva, concreta, possuindo necessidades, vontades, intenções e comportamento, como se fosse um ser

consciente que pode ser julgado culpado por vários resultados, não sei se estou exagerando, mas um exemplo

disso é a citação de Rousseau, quando este afirma "todo homem nasce bom, e a sociedade o corrompe".

No mundo escolar existem várias ideias, concepções, pensamentos etc. que, sem percebermos, podem ser

distinguidas como ideológicas, essas ideias podem ser expressas por professores, alunos (as), funcionários,

pais, diretores ou mesmo podem ser trazidas de fora da escola por eles.

Exemplos:

“A escola dá oportunidades a todos os alunos de aprenderem as coisas da vida.”

“A função do professor é ensinar, a do aluno é aprender, e só.”

“Professor não pode falar de política em sala de aula.”

Todas estas frases demonstram pensamentos e ideias disseminadas não só na escola, mas em toda

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7 sociedade.Elas prescrevem normas, representam a realidade, generalizam o particular, têm um discurso lacunar,

além de inverter a realidade, naturalizar e ocultar os fatos.E, prescrever normas é elaborar, repetir e manter a

ordem dita “normal” das coisas.

Por exemplo, quem disse que os alunos e alunas não sabem nada e o professor (a) é o único dono(a) da

verdade? E as experiências pessoais dos alunos(as).Não podemos asseverar que a função do professor é

unicamente ensinar e os alunos (as) devem apenas aprender, pois na verdade o professor(a) é um mediador(a),

um facilitador(a) e os alunos(as) podem muito bem ensinar coisas e compartilhar seus conhecimentos com os

professores.

Leitura do texto abaixo

Desigualdade social

Francisco Porfírio

Desigualdade social é a distância que separa as classes sociais mais ricas das mais pobres. Esse é um

problema enfrentado em larga escala no Brasil e no mundo.

O termo desigualdade social é um conceito sociológico e econômico que designa a diferença existente entre as

classes sociais. A desigualdade pode ser medida pelas faixas de renda comparadas (há um método de

comparação de médias das faixas de renda mais ricas com as faixas de renda mais pobres). O resultado dessa

comparação pode ser jogado numa fórmula desenvolvida pelo economista e estatístico italiano Corrado Gini,

formando o chamado coeficiente de Gini.

Outros fatores podem ser usados para medir-se a desigualdade social de um país, pois, geralmente, quanto

maior a desigualdade, maior é a pobreza de uma sociedade. Então, indicadores — como o índice de

desenvolvimento (IDH), a renda per capita e o nível de escolaridade — podem ser apurados e comparados com

os índices de desigualdade social.

Desigualdade social e ideologia

Sempre houve a construção de uma ideologia das classes dominantes que visasse a manter a dominação das

camadas sociais mais baixas. As teorias de Jacques Bossuet (teórico político francês do século XVII) são a prova

disso.

Também houve uma tentativa pseudocientífica, no século XIX, o darwinismo social, de Herbert Spencer, de

formular uma teoria que supostamente justificasse a inferioridade dos povos africanos, indígenas e orientais.

Essa teoria defendia a pobreza nos continentes do sul, sem considerar o colonialismo e o imperialismo, que

levaram os países africanos, americanos e asiáticos à situação de miséria à qual chegaram.

As ideologias sempre foram instrumentos de dominação e, segundo Karl Marx, são as ideologias que mantêm o

proletariado submetido à burguesia. No livro A ideologia alemã, o filósofo, sociólogo e economista alemão

identifica a existência de uma infraestrutura (meios materiais) e uma superestrutura (ideologia, Estado, sistema

jurídico, domínio da informação etc.), que suportam, ideologicamente, um sistema de dominação. Com isso, os

trabalhadores continuam na situação de exploração e não se revoltam contra o sistema desigual.

Desigualdade social e Karl Marx

A origem da desigualdade social está, segundo Marx, na diferença de classes sociais e essas diferenças, não só

econômicas, mas também simbólicas, existentes entre a burguesia e o proletariado evidenciam a desigualdade

social.

A Inglaterra do século XIX, industrializada e sem nenhum tipo de controle estatal ou direito trabalhista,

evidenciava a forte desigualdade daquela sociedade. Segundo Marx, os trabalhadores das fábricas inglesas

daquele período, sem remuneração fixa e mínima, somavam jornadas de até 16 horas diárias, de domingo a

domingo, sem direito à folga, licença médica ou previdência.

O sistema provocado pela divisão de classes somente beneficiaria a burguesia e a dominação, mantida pela

superestrutura — chave elementar para que o sistema continuasse em funcionamento (ou seja, para que o

proletariado continuasse aceitando a exploração). A única saída, segundo Marx, era a extinção das classes

sociais, que só seria possível por meio de uma revolta dos trabalhadores pela tomada dos meios de produção e

da infraestrutura (em especial o Estado).

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8 Esse primeiro estágio, na teoria marxista, seria chamado de regime socialista, feito com uma ditadura do

proletariado que visaria, em primeiro lugar, extinguir as classes sociais. Segundo Marx, a evolução desse sistema

levaria ao comunismo, a forma perfeita do socialismo que dispensaria a infraestrutura e promoveria a igualdade

total.

É possível abolir a desigualdade social?

Para além da perspectiva revolucionária que visa ao fim do capitalismo e das classes sociais, temos as

perspectivas reformistas que objetivam a redução das desigualdades sem pregar o fim do capitalismo. Uma

dessas perspectivas é a social-democracia, modelo do início do século XX que foi resgatado, na segunda metade

do século XX, por países nórdicos.

As medidas propostas por governos sociais-democratas, amplamente adotadas por países como a Finlândia, a

Noruega e a Suécia, visam a melhorar a qualidade de vida da população, criando um estado de bem-estar social,

que reduz a disparidade entre as classes sociais

Um exemplo de políticas de promoção do bem-estar social são as políticas públicas de educação promovidas

pela Finlândia desde a década de 1990, as quais levaram o país a ser um modelo em educação mundial. Os

finlandeses reformularam o currículo da educação básica e proibiram a abertura de instituições particulares de

ensino dentro do território nacional.

Essa reforma educacional, junto a políticas de empregabilidade, saúde e segurança, resultou em uma diminuição

das disparidades sociais, ao valorizar todas as áreas de trabalho e retirar a possibilidade de tratamentos

exclusivos para aqueles que podem pagar por eles.

ATIVIDADES AVALIATIVAS – PARTE 01 – 07 A 12/12/2020 ___________________________________________________________________________________

GEOGRAFIA : https://forms.gle/3hRbob9Tdno9yFLdA

HISTÓRIA: https://forms.gle/qmNNEcRv2rMgYdxRA

FILOSOFIA: https://forms.gle/tUcVmNXjibEnYCWU6

SOCIOLOGIA: https://forms.gle/d55AEiTF3HrEnKBv5

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PARTE II - PARA O PERÍODO DE 14 a 19/12/2020

• As redes materiais: Comércio Internacional

Fluxos de mercadorias

Após a Segunda Guerra Mundial houve um “surto” de empresas multinacionais no mundo, sobretudo norte -

americanas, europeias e japonesas. Tais empresas contribuíram também para o processo de globalização,

interligando países e continentes.

Hoje o mundo está interligado, ou seja, globalizado, diante desse fato há uma grande quantidade de relações

comerciais entre os países, gerando o que chamamos de exportação (venda) e importação (compra). Todos os

dias acontecem inúmeros negócios de compra e venda, e as mercadorias vendidas ou compradas transitam em

diferentes rotas do planeta.

O incremento no comércio internacional ocorreu em razão de dois fatores: a dispersão das empresas

multinacionais e evoluções nos meios de transportes (rodoviário, ferroviário, hidroviário, aeroviário e

principalmente marítimo). Ambos favoreceram maior mobilidade de matéria-prima e de produtos (exemplo: bens

de consumo, gêneros agrícolas, recursos minerais, entre muitos outros) em toda a face da Terra.

O fluxo de mercadorias em âmbito internacional ocorrem, majoritariamente, por meio do transporte marítimo, que

movimenta cerca de 75% do volume de cargas no mundo. Esse meio de transporte tem seu uso difundido no

processo de exportação e importação, pelo fato de o mesmo possuir uma elevada capacidade de carga que

nenhum outro tem, além do baixo custo por tonelada transportada. Em média, um navio cargueiro pode

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9 transportar cerca de 100 mil toneladas.

Um meio de transporte que vem ganhando espaço é o aéreo, o mesmo tem contribuído para o fluxo de

mercadorias internacionais. Esse crescimento se deve, principalmente, pelo fato de que esse tipo de transporte é

mais dinâmico, ou seja, é mais rápido. Sendo usado, especialmente, em casos em que o produto é perecível ou

quando há uma urgência na entrega de um produto. Existem atualmente aviões cargueiros que possui a

capacidade de carga de até 100 toneladas, sem contar que o tempo gasto na viagem é relativamente pequeno,

por exemplo, o trajeto entre Brasil e Estados Unidos é feito em menos de 12 horas.

Essas informações conduzem a uma reflexão de que o processo de globalização está diretamente ligado aos

meios de transportes, os quais permitiram a mobilidade de mercadorias e de pessoas, ligando nações, levando

informações, conforto, novidades, entre outros.

Redes geográficas

As redes geográficas envolvem o conjunto de fixos e fluxos que se comportam como instrumentos do processo de Globalização. O espaço geográfico, segundo muitas abordagens, constrói-se e articula-se a partir das redes. Milton Santos fez

reconhecidas constatações sobre a importância, complexidade e hierarquização das redes geográficas,

formadas, segundo ele, por um conjunto de pontos fixos interligados por meio dos fluxos. Nesse ínterim, formam-

se diversos tipos e subtipos, como as redes de transportes, as digitais, as urbanas, entre outros exemplos.

Portanto, em uma definição mais abrangente, podemos entender as redes geográficas como um conjunto de

locais da superfície terrestre conectados ou interligados entre si. Essas conexões podem ser materiais, digitais e

culturais, além de envolver o fluxo de informações, mercadorias, conhecimentos, valores culturais e morais, entre

outros.

Com o processo de Globalização, podemos dizer que as redes – ou, pelo menos, muitas delas – ganharam um

maior alcance e abrangência no espaço geográfico mundial. Todavia, o acesso e o poder de difusão dessas

redes dependem das diferentes hierarquias nas sociedades, constituídas pelo poder econômico ou político.

Assim, quem possui mais recursos ou poder possui uma maior possibilidade de usufruir da estrutura das redes

geográficas.

É preciso observar que a estruturação e a evolução das redes perpassam, impreterivelmente, pela evolução das

técnicas e tecnologias. No século XIX, as transformações proporcionadas pelas revoluções industriais

propiciaram um fundamental avanço das redes de transportes, incluindo os modais rodoviários e ferroviários.

Desse modo, cidades distantes passaram a estar interligadas entre si, o que se estendeu para pontos situados,

até mesmo, em continentes distintos.

A Revolução Técnico-Científica Informacional também intensificou sobremaneira a expansão das redes,

incluindo a própria rede de transportes, por meios dos aviões e jatos mais avançados. A formação das redes

digitais e também os avanços nas redes de comunicação tornaram-se grandes marcos para esse período.

Assim, em tempo real, comunicados e transações financeiras ocorrem e notícias importantes são divulgadas; até

reuniões de negócios não mais necessitam da presença física de todos os seus participantes, o que exemplifica

o grau de avanço técnico das redes.

A importância das redes geográficas deu-se também para o avanço do sistema capitalista financeiro, que, para

muitos, ganhou o status de capitalismo informacional. A expansão das empresas multinacionais encontra-se

bastante facilitada, incluindo a formação das holdings, que são agrupamentos entre empresas interligadas em

redes internacionais.

As redes possuem papel ativo na configuração do espaço geográfico, e isso se estabelece de forma mais nítida

na constituição das hierarquias no cerne das próprias redes. Um exemplo é a rede urbana, que se define de

local ao global nos mais diversos níveis hierárquicos, desde as cidades globais mais avançadas até os centros

regionais dos países periféricos. Assim, o que se percebe nas diferentes redes geográficas é a constituição de

“nós” formados por tamanhos diferentes, ou seja, alguns com mais fluxos dos que os outros.

As redes geográficas são, afinal, um importante elo entre as diferentes partes do espaço geográfico que integram

o sistema mundial em tempos de globalização. Assim, elas permitem e também condicionam o transporte e

difusão de inúmeros instrumentos técnicos, além de mercadorias, informações e conhecimentos, estando

diretamente associadas à maioria dos elementos que compõem a vida cotidiana das sociedades.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/redes-geograficas.htm

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10 Comércio Interno e Externo

Comércio interno

Comércio interno é aquele que se realiza dentro de um país.

Em comparação com países altamente industrializados, o Brasil apresenta um comércio interno ainda em

crescimento. Isso se explica, entre outros fatores:

pela existência de profundos desequilíbrios regionais;

pela especialização de algumas áreas na produção de mercadorias que seguem diretamente para o

mercado externo;

pela limitação dos meios de transporte em relação ao tamanho do território nacional;

pela elevada concentração de renda, que limita o poder de compra de uma parte da população; para os

mais pobres, maior parcela da população, o consumo se restringe a produtos básicos, como os de

alimentação e vestuário.

Comércio externo As compras e as vendas realizadas entre países constituem o comércio exterior ou internacional. O comércio

exterior é indispensável, pois todos os países dispõem de produtos para vender e precisam comprar outros que

não possuem.

Quando o Brasil vende um produto para outro país, está exportando; quando compra de outro país,

está importando.

A entrada e a saída de mercadorias são feitas por aeroportos, portos e fronteiras terrestres. Há portos marítimos

(de mar), fluviais (de rio) e lacustres (de lago). Os portos e aeroportos são indispensáveis ao comércio exterior.

Por isso, o Brasil tem procurado melhorá-los para facilitar as exportações e as importações.

Os principais produtos de exportação do Brasil são: soja, café, açúcar, minério de ferro, carnes, suco de

laranja, calçados, automóveis, máquinas e produtos de metal, algodão e manganês. Os principais produtos de

importação são petróleo, trigo, fertilizantes, produtos químicos, cobre, máquinas e equipamentos, como tratores

e aparelhos eletroeletrônicos. https://www.coladaweb.com/geografia/comercio-interno-externo

Qual a importância dos transportes no comércio mundial?

O comércio mundial é importantíssimo para diversos processos, como a globalização e a manutenção do modelo

capitalista de produção. Para entendermos esse comércio, é necessário entendermos como ele ocorre, graças

aos transportes. Você saberia dizer quais são os principais modais de transporte no comércio mundial? Espera!

Você não sabe o que é um modal de transporte? Fica tranquilo: este resumo vai tirar as suas dúvidas! Cuidado

para não ficar no caminho, o estudo que segue!

A importância do transporte no comércio mundial/internacional

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, principalmente durante os anos 60, o comércio internacional conheceu

um crescimento prodigioso. O volume de bens e de serviços trocados entre países foi umas das forças centrais

na criação de riquezas na escala mundial. Os movimentos de fretes e da globalização se apoiaram na

performance de múltiplos modais de transportes, desde suas origens até suas respectivas destinações.

O transporte internacional requer infraestruturas de distribuição capazes de sustentar as trocas de inúmeros

parceiros comerciais. Ele tem como objetivo atender às demandas de deslocamento, tanto de bens quanto de

pessoas (e, infelizmente, algumas vezes, pessoas tratadas como bens), integrando mais efetivamente os países

e acelerando o processo de globalização e mundialização da economia. É extremamente necessário estudarmos

essa rápida evolução dos transportes, pois é a partir dela que podemos entender a organização espacial das

indústrias e das cidades na atualidade. O entendimento das rotas comerciais também auxilia na compreensão da

geopolítica mundial, pois o controle dessas rotas impacta profundamente a economia dos países.

A multiplicação de viagens e do volume de carga, além do barateamento dos custos de transporte, não poderia

ter ocorrido sem os numerosos e importantes avanços tecnológicos, que permitiram o transporte mais rápido e

eficaz. Uma das principais invenções, que mudou toda a logística do transporte mundial, foi o container. O

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11 container, por ser padronizado e poder armazenar quase que qualquer tipo de produto, é um imenso facilitador

para transportar carga. Todos os transportes passaram a ser modelados no padrão do container, o que permitiu

uma maior integração dos modais, com pouquíssimo custo, tanto de tempo quanto de energia, para a baldeação.

Os modais de transporte

Um modal de transporte, modo de transporte ou sistema de transporte é uma forma particular de transporte que

se distingue principalmente pelo veículo utilizado e, como conseqüência, da infraestrutura necessária para seu

uso. Existem cinco principais modais de transporte:

1. Transporte Rodoviário (caminhões, carros etc.);

2. Transporte Marítimo;

3. Transporte Aéreo;

4. Transporte Ferroviário;

5. Transporte Hidroviário (se distingue do transporte marítimo por estar em água doce, rios, lagos etc.).

Faz-se necessário notar que a locomoção de uma mercadoria pode vir a necessitar de uma combinação de

diversos modos de transporte, o que é chamado de “transporte multimodal ou intermodal”. Esse conceito é

adotado tanto no planejamento logístico de transporte em escala nacional/global quanto na escala

urbana/metropolitana. Quando diversos modais de transporte são associados para que ocorra uma operação de

transporte, caracteriza-se uma multimodalidade.

Dentre todos esses modais de transporte, dois são particularmente usados no que diz respeito ao transporte

internacional: os modais marítimo e aéreo. Somente uma parte marginal de bens é transportada por rodovias ou

ferrovias, na ótica de um transporte de porte global, já que esses possuem vocação a ter destaque nas escalas

regionais e/ou nacionais e não globais.

É necessário um rápido adendo: poucos países possuem a capacidade de se utilizar eficazmente do transporte

hidroviário. Isso acontece porque há uma necessidade de os rios serem, além de perenes, com calado fundo o

suficiente para o transporte, além de uma vazão e energia mínimas para tornar a navegabilidade promissora. O

Brasil é um desses seletos países, porém negligenciou por muito tempo essa alternativa. A questão é tratada

como prioritária pelos engenheiros de transporte e pelo governo, já que o custo de transporte por hidrovias é

muito menor do que por rodovias.

A escolha do modal de transporte

A escolha do modal de transporte de mercadorias obedece a variáveis como o custo, a rapidez e a segurança.

Muitas vezes é a geografia (necessidade de contornar ou transpor obstáculos naturais), o clima e geralmente o

ambiente e o entorno que induzem ao uso de certo tipo de transporte. Locais com rios navegáveis seriam

propícios ao transporte hidroviário; locais muito declivosos, mais propícios ao transporte rodoviário; locais planos,

ao transporte ferroviário etc. A escolha de um modal de transporte na ótica de uma operação de

importação/exportação depende, em grande parte, dos seguintes elementos:

O peso e o volume das mercadorias;

O custo do transporte;

A distância a percorrer e os acidentes geográficos e características climáticas do percurso;

Os atrasos, prazos e tempo de entrega;

A noção de segurança e risco (ligado intimamente a possibilidade de avarias, fragilidade do produto etc.).

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As fases da Revolução Industrial

1ª fase – 1760- 1860

O início da Revolução Industrial está intimamente ligado a um pequeno número de inovações, a partir da

segunda metade do século XVIII. Na década de 1830, os seguintes ganhos foram obtidos em tecnologias

importantes:

Têxteis - a fiação mecanizada de algodão alimentada por vapor ou água aumentou a produção de um

trabalhador por um fator de cerca de 500. O tear elétrico aumentou a produção de um trabalhador em um

fator de mais de 40. O descaroçador de algodão aumentou a produtividade de remover sementes de

algodão por um fator de 50. Grandes ganhos de produtividade também ocorreram na fiação e tecelagem

de lã e linho, mas não eram tão grandes quanto no algodão.

Máquina a vapor - a eficiência dos motores a vapor aumentou, de modo que eles usaram entre um quinto

e um décimo do combustível. A adaptação de motores a vapor estacionários ao movimento rotativo os

tornou adequados para usos industriais.[20]:82 O motor de alta pressão tinha uma alta relação potência /

peso, tornando-o adequado para o transporte. A energia do vapor sofreu uma rápida expansão após

1800.

Fabricação de ferro - a substituição de coque por carvão reduziu bastante o custo de combustível da

produção de ferro gusa e ferro forjado.[20]:89–93 O uso de coque também permitiu a produção de altos

fornos, resultando em economias de escala. O motor a vapor começou a ser usado para bombear água e

para propulsionar o ar de combustão em meados da década de 1750, permitindo um grande aumento na

produção de ferro, superando a limitação da potência da água.] O cilindro de sopro de ferro fundido foi

usado pela primeira vez em 1760. Mais tarde foi aprimorado, tornando-o de dupla ação, o que permitiu

temperaturas mais altas do alto-forno. O processo de formação de poças produziu um ferro de qualidade

estrutural a um custo menor do que a forno de fundição. O laminador era quinze vezes mais rápido que

martelar ferro forjado. O sopro quente (1828) aumentou consideravelmente a eficiência de combustível na

produção de ferro nas décadas seguintes.

Invenção de máquinas-ferramentas - As primeiras máquinas-ferramentas foram inventadas. Estas

incluíam o torno de corte de parafuso, a máquina de perfuração de cilindros e a máquina de fresagem. As

máquinas-ferramentas possibilitaram a fabricação econômica de peças metálicas de precisão, embora

tenham sido necessárias várias décadas para desenvolver técnicas eficazes.

Motor a vapor

As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam

a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção

de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção.

Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.

As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que

os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de

milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade,

da tecnologia e da mudança incessante triunfou. As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas

de carvão. Eram tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos.

As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o

percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução

Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituíam a força dos cavalos, convencionou-se

em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força).

2ª fase – Expansão pelo mundo

Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Estima-se

que o país, enquanto pioneiro, chegou a produzir 75% da energia produzida por máquinas a vapor a nível

mundial. Embora outros países já contassem com fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados

uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem

desenvolvidos, porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas.

Europa continental

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Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de

carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e

também em algumas regiões da Bélgica. A Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39

pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871,

quando a Prússia venceu a Guerra Franco-Prussiana.

Fora estes lugares, a industrialização ficou presa às principais cidades, como Paris e Berlim; aos centro

de interligação viária, como Lyon, Colônia, Frankfurt am Main, Cracóvia e Varsóvia; aos principais portos,

como Hamburgo, Bremen, Roterdã, Le Havre, Marselha; a polos têxteis, como Lille, Região do

Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld (Wuppertal), Chemmitz, Lodz e Moscou; e a distritos siderúrgicos e indústria

pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre, e da Silésia.

Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo,

principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos. Porém, cada país se desenvolveu

em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.

Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã que,

liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a

partir dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial. Na Itália a

unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que

atrasada, a industrialização do país. Essa só atingiu ao norte da Itália, pois o sul continuou basicamente agrário.

Muito mais tarde, começou a industrialização na Rússia, nas últimas décadas do século XIX. Os principais

fatores para que ela acontecesse foram a grande disponibilidade de mão-de-obra, intervenção governamental na

economia através de subsídios e investimentos estrangeiros à indústria.

Japão e Estados Unidos

A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação

do feudalismo unificou o país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade política foi centralizada

possibilitando a intervenção estatal do governo central na economia, o que resultou no subsidio a indústria. E

como a mão-de-obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão

passou de um dos países mais atrasados do mundo a um país industrializado.

Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da

Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos Estados Unidos

em relação à Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na

Inglaterra existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em

relação à Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante

que a agricultura. Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de

capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até

a segunda metade do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos. O

término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a produtividade da mão de obra.

aumentando assim a velocidade de acumulação de capital, e também muitas riquezas naturais foram

encontradas no período incentivando a industrialização.

Península Ibérica

Em Portugal, as reformas de Mouzinho da Silveira liquidam os resquícios das estruturas feudais e

consolidam a burguesia no poder, modernizando o país. Na segunda metade do século XIX, implanta-se a malha

ferroviária no país em paralelo a um desenvolvimento industrial e do comércio, à dinâmica do colonialismo, e a

uma grande emigração, principalmente em direção ao Brasil e aos Estados Unidos.

A industrialização no Brasil pode ser dividida em quatro períodos principais: o primeiro período, de 1500 a 1808,

chamado de "Proibição"; o segundo período, de 1808 a 1930, chamado de "Implantação"; o terceiro período, de

1930 a 1956, conhecido como fase da Revolução Industrial Brasileira, e o quarto período, após 1956, chamado

de fase da internacionalização da economia brasileira. Ao final da Segunda Guerra Mundial o Brasil dispunha de

grandes reservas de moeda estrangeira, divisas, fruto de ter exportado mais do que importado e houve um

crescimento de 8,9% de 1946 a 1978. Enquanto nas décadas anteriores houve predominância da indústria de

bens de consumo, na década de 40 outros tipos de atividade industrial começam a se desenvolver como no setor

de minerais, metalurgia, siderurgia, ou seja setores mais sofisticados tecnologicamente. Em 1946 teve início a

produção de aço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Volta Redonda, que abriu perspectivas para o

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14 desenvolvimento industrial do pais, já que o aço constitui a base ou a "matriz" para vários ramos ou tipos de

indústria.

Desdobramentos ou impactos da Revolução:

Sociais

Na esfera social, o principal desdobramento da Revolução Industrial foi a transformação nas condições de

vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança progressiva das

necessidades de consumo da população, à medida que novas mercadorias foram sendo produzidas. A

Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador, provocando inicialmente um

intenso deslocamento da população rural para as cidades, criando enormes concentrações urbanas. A população

de Londres passou de 800.000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. No início da

Revolução Industrial, os operários viviam em péssimas condições de vida e trabalho. O ambiente das fábricas

era insalubre, assim como os cortiços onde muitos trabalhadores viviam. A jornadas de trabalho chegava a 80

horas semanais, e os salários variavam em torno de 2,5 vezes o nível de subsistência. Para mulheres e crianças,

submetidos ao mesmo número de horas e às mesmas condições de trabalho, os salários eram ainda mais

baixos.

A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto

final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas

sua produtividade ficava maior. Como a produtividade do trabalho aumentava os salários reais dos trabalhadores

ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870.[carece de fontes] Devido ao progresso ocorrido

nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca

de 50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana). Segundo a teoria marxista,

o salário corresponde ao custo de reprodução da força de trabalho, ou seja, ao valor mínimo necessário para que

o trabalhador sobreviva. Esse nível mínimo de subsistência varia historicamente. Os trabalhadores, notadamente

a partir do século XIX, passaram a pressionar os seus patrões, reivindicando melhores condições de trabalho,

maiores salários e crescentes reduções da jornada de trabalho. Com maiores salários, o conjunto dos

trabalhadores pôde também elevar o seu nível de consumo, tornando possível a produção em massa de bens de

consumo.

Sindicalismo

Os primeiros sindicatos nasceram na Inglaterra, após a Revolução Industrial, no século XVIII e se

expandiram pelo século XIX. O capitalismo se consolidou e se tornou o modo de produção predominante. As

mudanças tecnológicas causaram impacto no processo produtivo pela substituição da mão-de-obra. Para

aumentar e manter o lucro máximo, a chamada mais-valia, os donos do capital, ou seja, a classe

da burguesia impunha um ritmo de trabalho de 16 horas diárias, o trabalho infantil e das mulheres, sem direitos e

péssimas condições nos locais. Para combater essa exploração, a classe operária criou os sindicatos, que

atuaram de forma clandestina – Trade-unions (uniões de ofícios). Os empregados das fábricas formaram

associações e sindicatos, a princípio proibidos e duramente reprimidos, durante a Primeira Revolução Industrial.

Na segunda metade do século XIX, a organização dos trabalhadores assume um considerável nível

de ideologização. O sindicalismo na virada do século XX é caracterizado por veleidades revolucionárias e de

independência em relação aos partidos políticos.

Em 1837, os operários reivindicaram pelo direito a liberdade de atuação, inclusive pelo direito de voto

para todos. Em 1864 é criada em Londres a Associação Internacional de Trabalhadores, a Internacional, primeira

central sindical mundial da classe trabalhadora. No mesmo ano, na França, é reconhecido o direito de greve. As

mobilizações continuaram e, em 1871, os trabalhadores conquistaram o poder político na França, por alguns

dias, a ação ficou conhecida como a Comuna de Paris. Após a Primeira Guerra Mundial, uma parte dos

sindicatos se alinha ao ideário socialista e comunista, enquanto outra parte se inclina para o reformismo ou para

a tradição cristã. Em 1919 é criada a Organização Internacional do Trabalho, um dos mais antigos organismos

internacionais, com direção tripartite, composta por representantes dos governos, dos trabalhadores e dos

empregadores.

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15 Ludismo e Cartismo

Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram

normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, "uma forma mais radical de

protesto". O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos

seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os

homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes

sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram

lembrados como "os quebradores de máquinas". Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram

métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.

O movimento cartista foi organizado pela Associação dos Operários, exigindo melhores condições de

trabalho, incluindo: a limitação de oito horas para a jornada de trabalho; a regulamentação do trabalho feminino;

a extinção do trabalho infantil; a folga semanal e o salário mínimo.Este movimento lutou ainda pela instituição de

novos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (nesta época, o voto era um direito dos

homens, apenas), a extinção da exigência de ter propriedades para que se pudesse ser eleito para

o parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por sua organização e por sua forma de

atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.

Econômico

A partir da Revolução Industrial, o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de

bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens

industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a

concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário. Outra das

consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico

era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per

capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo,

entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e 1880 ela saltou

para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.

Para E. P. Thompson, o incremento da população nesse período se sustentou principalmente por uma

longa série de boas colheitas e numa melhora do padrão de vida desenvolvido nos primeiros momentos da

Revolução Industrial; com o avanço da industrialização na primeira metade do século, no entanto, a saúde da

população urbana começou a deteriorar, principalmente devido à imensa concentração populacional nas cidades

que sofreria com as epidemias, péssimas condições de habitação, deformações e estafa causadas pelo trabalho

e a alimentação insuficiente e inadequada. A medicina, nesse momento, parece ter sido pouco eficaz no combate

a esses problemas.

A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que

se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais

importantes.Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo

em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam

em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, com condições horríveis de higiene e salubridade. Conviviam

com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas. Engels realizou

um relato impressionantemente detalhado de cada região da Inglaterra em seu "A Situação da Classe

Trabalhadora na Inglaterra". Apesar das especificidades de cada cidade, é possível encontrar diversos aspectos

em comum. Em geral, os operários moravam em cortiços de um ou dois andares dispostos em fila, e quase

sempre construídos irregularmente. As casas mais sofisticadas, ascottages, pertenciam aos setores superiores

do operariado, e possuíam até quatro cômodos e cozinha. No entanto, os locais, geralmente, eram

extremamente sujos, com ruas não pavimentadas, sem esgotos ou calçadas, repletos de detritos humanos e

animais e poças lamacentas, que às vezes chegam a cobrir até os joelhos. As habitações quase sempre não

possuíam ventilação, e a falta de espaços livres fazia com que a secagem das roupas fosse feita no meio das

próprias ruas. O mau cheiro era praticamente insuportável; os muros dos bairros estavam destruídos, os vidros,

inexistentes, as portas das casas eram feitas com pedaços de plantas. As casas não possuíam móveis: as

mesas e cadeiras, quando existiam, eram feitas com caixas; aquelas se constituem, assim como as fábricas,

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16 como domicílios escuros, úmidos e apertados (algumas delas chegam a ser subterrâneas, em condições muito

piores do que as similares encontradas no campo).

À medida que a Revolução Industrial se desenvolveu, a produção manufatureira britânica saltou à frente

da de outras grandes economias.

O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A

vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos

produtos, novos gostos, novas modas. Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte

da Europa, sugerem que o progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até

beneficiar a população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o início

da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes, na Alta Idade

Média. É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente durante os anos de 1100 até o

início da revolução industrial em 1780, quando a altura média começou a subir. Foi apenas no início do século

XX que essas populações voltaram a ter altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI. A variação da

altura média de uma população ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar

econômico. Apesar destes dados à longo prazo, a afirmação de que a condição de vida dos trabalhadores

melhorara é polêmica, principalmente se considerarmos as condições de moradia e trabalho, que inclusive incluía

o trabalho infantil. Do mesmo modo,não se pode dizer que essa possível melhora da saúde e do bem-estar

sejam frutos diretos da Revolução Industrial, também envolvendo a consolidação do Estado e dos serviços

públicos prestados à população, como o saneamento básico, bem como a melhora das condições de

alimentação.

Apesar do evidente desenvolvimento tecnológico e da relativa melhora de condições de vida, muitas

críticas são realizadas ao tipo de produção que passou a ser desenvolvida a partir da Revolução Industrial --

àquela da produção em massa e em benefício do enriquecimento individual. Alguns desses críticos defendem

uma modificação da produção e do consumo de forma a se conquistar um desenvolvimento sustentável,

afirmando que essa forma de produção é danosa ao meio ambiente. Outros, questionam a associação entre a

vida urbana e industrializada com uma vida mais saudável e superior a do campo, denunciando os altos índices

de depressão e suicídio na sociedade contemporânea. É o caso do filósofo Serge Latouche, que busca romper

com a ideologia do "crescimento pelo crescimento" e do desenvolvimento tecnológico sem reflexão.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Industrial. Acesso em: 27/11/2020.

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Leia o texto abaixo:

A ideologia como produto material e histórico

RUBENS PINTO LYRA

A análise do conteúdo das ideias dos grandes pensadores revela o descompasso – algumas vezes profundo –

entre a interpretação que suas teorias oferecem do real e a realidade observada. Uma investigação menos

superficial das conclusões a que chegaram filósofos e cientistas sociais sobre a natureza do homem e dos

fenômenos produzidos pela vida em sociedade, comprova esta afirmação.

Aristóteles, por exemplo, a despeito de ter sido um pensador genial, acreditava que os homens eram desiguais

por natureza, e que a diferença de qualidade entre os homens superiores e inferiores era tão grande “como a do

corpo em relação à alma”. Com base nesta análise, o grande filósofo grego concluía logicamente que a condição

social do escravo se explicava pela sua limitada Inteligência. Assim, ele estimava que para os escravos, “é útil e

justo viver na escravidão” (ARISTÓTELES: 1971, p.1).

As pessoas em geral manifestam surpresa ao saber que tais concepções, aparentemente esdrúxulas, tenham

sido elaboradas por homens como Aristóteles, cuja inteligência percuciente e cultura privilegiada não podem ser

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17 postas em dúvida. Na verdade, a visão mais ou menos deformada do objeto de análise não depende,

fundamentalmente, do grau de inteligência e de cultura do observador, mas de elementos objetivos que dizem

respeito às condições materiais em que se encontra inserido.

Como disse Marx “as fantasmagorias do cérebro humano são sublimações resultantes necessariamente de seu

processo de vida material” (MARX: 2008, p. 77). Em outras palavras, os homens constroem, sobre uma

determinada realidade, uma visão ilusória desta, e essa construção ideológica é sempre explicável pelas

condições concretas e específicas do período histórico e do tipo de sociedade em que vivem (1). Assim, a

história da humanidade passa por etapas que vão desde a vida em sociedades primitivas, marcadas pelo

Incipiente desenvolvimento das forças de produção (meios de produzir riqueza, como os Instrumentos de

trabalho, a matéria-prima e a força produtiva do homem), até o modo de produção capitalista, onde a ciência e a

técnica ocupam lugar proeminente.

Compreende-se, desta forma, que nas sociedades primitivas, o pensamento humano esteja impregnado de

explicações mágico-religiosas. Fenômenos tais como a tempestade ou a seca (naturais), ou a guerra (sociais),

tinham, segundo os primitivos, como causa a Ira ou a cólera dos deuses, insatisfeitos com o comportamento dos

homens. Já as condições materiais próprias das sociedades modernas, caracterizadas pelo desenvolvimento

científico e tecnológico – expressão do estágio avançado do desenvolvimento das forças produtivas- fornecem

bases objetivas que explicam a notável evolução na maneira de captar os fenômenos naturais e sociais, até

recentemente avaliados pela ótica do sobrenatural.

Atualmente, mesmo os Ideólogos religiosos afastam a relação direta entre esses fenômenos e a suposta ação da

Divindade. Por outro lado, expressiva maioria dos estudiosos da sociedade converge na afirmação que conflitos

como guerras, rebeliões e greves têm como causa fatores de ordem econômica e social, que podem ser, pela

ação humana, eliminados ou atenuados. Fica, portanto, evidenciado que o mundo das representações que os

homens elaboram não tem história própria. Ao contrário, são produtos das condições concretas e especificas de

sua vida material (2).

Papel da ideologia

O pensamento Ideológico se expressa, em um primeiro momento, numa explicação racional para em seguida

alcançar a concreticidade das relações sociais. Neste instante, se materializa na práxis dos indivíduos, realizando

sua função precípua: a de adequar os comportamentos, independentemente da diversidade dos Interesses em

presença, à ordem estabelecida. Dito de outra maneira: “na ideologia, a função prático-social se sobrepõe à

função teórica, ou de conhecimento. Ela tem então uma dupla relação: com o conhecimento, de um lado e com a

sociedade, do outro”. (ESCOBAR, 1979, p. 67).

Portanto, a ideologia dominante funciona como elemento estabilizador, por excelência, das relações sociais, em

benefício das classes que regem o sistema produtivo. Ela é “o cimento indispensável à coesão das práticas numa

formação social” (ESCOBAR:1979, p.67). O que significa dizer que a ideologia constitui poderoso instrumento de

dominação, na medida em que consegue legitimar a ordem estabelecida pela adesão ativa, ou passiva, das

classes subalternas aos valores e padrões de comportamento em vigor. Essa adesão se processa, via de regra,

através de mecanismo dominado de internalização, ou “interiorização”.

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Sabemos que a ideologia da classe dominante, ao se irradiar a toda a sociedade, é assimilada pelos integrantes

das classes dominadas, que fazem suas as ideias dos dominantes. Frequentemente, esta penetração da

ideologia faz com que as classes subalternas, ao interiorizar os valores que interessam ao capital, assumam ipso

facto uma postura psicológica, e um comportamento correspondente de quem considera autênticos esses

valores.

As primeiras se encarregam, elas próprios, de garantir, seja pela autovigilância e pela culpabilização, seja pelo

simples convencimento, as normas de comportamento ditadas pelo segundo, no exclusivo interesse deste.

Porém, as classes dominantes não têm, “geneticamente”, condições de compreender o caráter histórico e de

classe da ideologia assim como o fato de serem os homens que produzem suas relações sociais, de acordo com

sua produção material. Eles criam também as ideias, as categorias, ou seja, as expressões abstratas dessas

mesmas relações sociais: “essas categorias são tão pouco eternas como as relações que as exprimem: são

produtos históricos transitórios” (KOSIK:1969, p.15).

Musse traz à colação análise de Lukács a respeito, quando lembra que “a consciência de classe dos detentores

do capital (e de seus representantes), ou a sua ‘inconsciência’ – delimitada pela função histórica prática dessa

classe – impede-a de compreender a origem das configurações sociais. A classe como um todo, assim como os

indivíduos que a compõem, está sujeita a essa carência reflexiva cujas características são desconsideração da

história, com a naturalização do presente e o apego aos dados imediatos que contribuem para a ocultação das

relações sociais” (MUSSE: 2020).

Com efeito, a burguesia de nosso país, por exemplo, viveria na terra como se no inferno estivesse, se fosse

obrigar a conviver com o sentimento de culpa e o remorso de sentir responsável pela pobreza e miséria em que

vegetam a maioria dos brasileiros. Os capitalistas racionalizam o seu papel, afirmando que não se deve onerá-los

com taxações ou impostos que os levem, ainda que modestamente, a contribuir para a diminuição da

desigualdade social. Para eles, ao afetar os seus lucros, repercutem negativamente na “livre concorrência”,

inibindo o “instinto animal”, que confere a necessária “agressividade” às suas iniciativas.

Pellegrino sublinha que eles “acreditam que o regime de “livre iniciativa”, do qual são os sustentáculos, é o único

que pode assegurar, através da economia de mercado, progresso social e liberdade individual, supremas

aspirações do homem. Com esta mistificação, matam e dois coelhos com uma só cajadada. Não somente

justificam a exploração do capital como “se atribuem a túnica da verdade, da respeitabilidade e do

desprendimento”. Compram, assim, a “baixo preço, para si, a “boa consciência na terra e uma cadeira cativa no

Ceú (1983, p.3)

Leitura do texto abaixo Desigualdade social no Brasil

Gabriel Milaré

Desigualdade social no Brasil

O tema desigualdade social no Brasil é uma pauta indissociável de diversas outras problemáticas no país. É

inviável tratar sobre desigualdade sem falar sobre o processo histórico de concentração de renda no país, sem

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19 falar sobre o racismo estrutural, sobre a concentração de terras, desigualdades de oportunidades, entre diversas

outras questões. Nesse sentido, nosso objetivo é abordar essa temática apresentando alguns meios de

abordagens em um possível tema de redação.

Análises embasadas em números e dados podem ser por vezes muito frias, no entanto, nos ajudam a ter certa

noção geral do panorama brasileiro. Nesse sentido, o Índice de Gini é um ótimo instrumento para se embasar

esse estudo. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), “O Índice de Gini, criado pelo

matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em

determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.”.

Desigualdade social no Brasil

O último levantamento realizado no ano de 2017 aponta o Brasil como o 7° país mais desigual do mundo, ficando

atrás de países como Botsuana, Suazilândia e Guiné Bissau. Isso aponta que o vácuo econômico entre os mais

pobres e os mais ricos no país está entre os 10 maiores do mundo. O que nos leva a entender a disposição de

oportunidades no país.

Segundo o intelectual Silvio de Almeida, é inviável conceber desigualdade social sem compreender o racismo

estrutural do país. Em uma entrevista para um meio jornalístico, Silvio afirmou: “As relações sociais no Brasil e no

mundo são atravessadas pela naturalização do racismo. Só que essa naturalização só é possível se você tiver

instituições que reproduzam do ponto de vista ideológico e do ponto de vista político essas relações permeadas

pelo racismo. […] O Judiciário e o Ministério Público como um todo são coniventes com a violência policial e com

o desrespeito à Constituição. Trata-se de uma subversão do sistema. Precisamos também falar sobre os meios

de comunicação, que ou silenciam, ou se limitam a falar de questões muito rumorosas, ou ficam no plano do

moralismo individual.”

Nesse sentido, torna-se imperativo analisar a atual questão da desigualdade social no Brasil recorrendo ao

estudo do percurso histórico do país na questão de concentração de renda. Além da questão racial, podemos

citar a ineficácia e, praticamente uma inexistência, de projetos de distribuição de rendas eficientes durante toda a

história republicana brasileira.

A luta por consolidação de uma cidadania ampla no país, por mais que marcada pela proclamação da

Constituição de 1988, precisa vir acompanhada de uma luta por igualdade de oportunidades econômicas e,

consequentemente, de vida. Tratar sobre igualdade social é tratar sobre consolidação de cidadania.

Dica do professor

Para dar algumas dicas sobre como desenvolver esse tema em uma possível redação, o professor do QG do

ENEM, RianGeraisste, apresentou alguns recursos para dissertar sobre essa problemática. Segundo ele:

“A desigualdade social no Brasil é um problema que afeta o país inteiro, mas é importante também fazer um

recorte espacial mais drástico da questão, que afeta principalmente as regiões Norte e Nordeste, porque são as

que apresentam o IDH mais baixo.”

“Já houve relatórios da ONU que mostraram que há vários motivos para o aprofundamento da desigualdade

social: a falta de educação, uma política fiscal injusta, desigualdade de salários e, o mais drástico, falta de

acesso a serviços básicos universais (como saúde, transporte e saneamento básico). Esses quatro aspectos são

os principais geradores da desigualdade. Isso produz graves consequências, como pobreza, miséria,

desemprego, desnutrição, marginalização, aumento de violência, entre outros.”

Já a respeito da proposta de intervenção e conclusão da redação, segundo o professor Rian:

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20 “Isso gera algumas possibilidades de intervenção. Claro que a principal vai ser o reforço da democracia com

eficiência econômica e justiça social. Se os alunos conseguirem estabelecer relações entre essas causas e

consequências, traçando um caminho que leve a essa provável solução, por mais que utópica para alguns, a

desigualdade vai diminuir gradativamente.”

“Eu sempre tento chamar atenção dos alunos para o que causa a desigualdade, porque isso leva às

consequências e, partindo dessas causas, você sabe exatamente onde atacar o problema. Lembrando que no

ENEM, a gente tem que buscar os agentes, como: Governo Federal, Ministério da Fazenda e, claro, os agentes

sociais que vão garantir a democracia, como o Legislativo.”

________________________________________________________________________________________

ATIVIDADES AVALIATIVAS PARTE 02 – 14 A 19/12/2020

GEOGRAFIA: https://forms.gle/FX4HbUAMpNuUNYe29

HISTÓRIA: https://forms.gle/qCywcZZcQTLuqEKj6

FILOSOFIA: https://forms.gle/SspRFY91QsuxDhBZ7

SOCIOLOGIA: https://forms.gle/RdHf9rKV5zLCPRaL7

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ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Assistir aos vídeos nos links abaixo:

GEOGRAFIA: https://www.youtube.com/watch?v=T06h5DlWktI https://www.youtube.com/watch?v=fU1PwpMG_NA https://www.youtube.com/watch?v=dTthvzbcw4U

HISTÓRIA:

Resumo da Revolução Industrial - DESCOMPLICA

https://www.youtube.com/watch?v=Y1S7_OD9Viw

3ª fase da Reovlução Industrial - GEOBRASIL

https://www.youtube.com/watch?v=58vGNWSGtR4

Assista o filme TEMPOS MODERNOS (Charles Chaplin) no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=fCkFjlR7-JQ

FILOSOFIA: https://www.youtube.com/watch?v=9kowwGuS_-8

https://www.youtube.com/watch?v=cowTCfoegsI

Leitura dos textos nos links abaixo:

https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/ideologia-ideologias-visoes-mundo.htm

https://aterraeredonda.com.br/ideologia-conceito-e-caracteristicas/

SOCIOLOGIA:

https://www.youtube.com/watch?v=2W9HYYK_Jjk

https://www.youtube.com/watch?v=Acw66g3bMW0

https://www.youtube.com/watch?v=Acw66g3bMW0

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Leitura dos textos nos links abaixo:

https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/desigualdade-social.htm#:~:text=Desigualdade%20social%20%C3%A9%20a%20dist%C3%A2ncia,no%20Brasil%20e%20no%20mundo.&text=O%20termo%20desigualdade%20social%20%C3%A9,existente%20entre%20as%20classes%20sociais https://blog.enem.com.br/desigualdade-social-no-brasil/

Educação fiscal:

https://www.youtube.com/watch?v=VUcDz_twyeo

https://www.youtube.com/watch?v=8NUvsqeVtkA

https://www.youtube.com/watch?v=wwflPB1T9K8

LEITURA: FUNÇÃO SOCIAL DOS IMPOSTOS:

http://glorinha.rs.gov.br/gov/wp-content/uploads/2018/05/EAD-2017-Mod_3-

Fun%C3%A7%C3%A3o-Social-dos-Tributos.pdf

https://juridicocerto.com/p/dracamillapinheiro/artigos/a-funcao-social-dos-tributos-

2450#:~:text=Destarte%2C%20%C3%A9%20poss%C3%ADvel%20afirmar%20que,de%20justi%C

3%A7a%20tribut%C3%A1ria%20e%20distributividade.

EDUCAÇÃO FISCAL

Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF

Educação Fiscal é um Programa Nacional, desenvolvido no âmbito do estado, por meio do Programa Estadual de Educação Fiscal – PEEF/PNEF, pelas Secretarias da Fazenda e da Educação em parceria com a Receita Federal do Brasil – RFB e Controladoria-Geral da União - CGU. O Programa visa abranger todas as redes de ensino: federal, estadual, municipal e particular e a todos os níveis e modalidades de ensino: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação superior, educação de jovens e adultos e educação profissional. E ainda, os servidores das Secretarias da Educação e Secretaria da Fazenda e por fim, a sociedade em geral. O Estado do Tocantins, por meio de ato conjunto firmado entre a Secretaria da Fazenda e Secretaria da Educação, criou o Programa Estadual de Educação Fiscal - PEEF cujo intuito é implementar ações que contribuam para a formação cidadã dos tocantinenses, na perspectiva de formar uma sociedade mais participativa conhecedora de seus direitos e deveres. O Programa Estadual de Educação Fiscal - PEEF segue as Diretrizes do Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF adequadas à realidade do Tocantins:

1. Objetivos

Despertar, na sociedade tocantinense, a consciência para o pleno exercício da cidadania, proporcionando-lhe conhecimentos sobre tributos com o intuito de formar cidadãos conscientes e participativos no processo produtivo do Estado e no acompanhamento da aplicação dos recursos arrecadados em benefício da sociedade na saúde e educação.

2. Público-alvo do Programa

• Professores e estudantes do ensino fundamental e médio; • Servidores públicos; • Professores e estudantes do Ensino Superior e Comunidade universitária; • Sociedade em geral.

A Educação Fiscal é componente da educação formal, contemplada na Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 007/2010, por seu conteúdo atender aos desafios do mundo contemporâneo, como a busca pela dignidade do ser humano, a igualdade de direitos, a recusa categórica de qualquer forma de discriminação, a importância da solidariedade e a capacidade de vivenciar as diferentes formas de inserções sociopolítica e cultural.

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22 A Educação Fiscal estimula a cidadania participativa e impõe a transposição dos muros da escola, com foco na prática cidadã. No entanto, para que isso aconteça torna-se necessário possibilitar que o educando, em todos os níveis e modalidades de ensino, com a utilização de metodologia apropriada a cada etapa de sua escolarização, se aproprie dos fundamentos das finanças públicas, desenvolvidos em linguagem lúdica e clara, possibilitando-lhe a compreensão da participação cidadã, da qual é o caminho possível para interferir na formulação das políticas públicas e no controle das atividades estatais.

Programa Estadual de Educação Fiscal – PEEF

Considerando o Convênio de Cooperação Técnica entre o Ministério da Fazenda, o Distrito Federal e os Estados, o Distrito Federal e os Estados com os objetivos de promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o pleno exercício da cidadania, sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo, levar conhecimento ao cidadão sobre administração pública e criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão, o Estado do Tocantins instituiu o Programa Estadual de Educação Fiscal (PEEF). Confira a seguir a Portaria Adjunta SEFAZ/SEDUC Nº 706, DE 10 DE AGOSTO DE 2018: Programa Estadual de Educação Fiscal - PEEF

RESPONSÁVEIS: Na Secretaria da Educação Técnica pedagógica do PEEF: Magali Rufo Mascarenhas Telefone: 3218 1445/1460 E-mail: [email protected]

Na Secretaria da Fazenda Técnica Pedagógica do PEEF: Telma Reijane Pinheiro da Costa Telefone: 3218 2070/1235 E-mail: [email protected]

https://seduc.to.gov.br/programas-e-projetos/programa-nacional-de-educacao-fiscal--pnef/

Educação Fiscal é um conjunto de ações educativas que visa mobilizar o cidadão para a compreensão da função

socioeconômica dos tributos e sua conversão em benefícios para a sociedade, bem como entender o papel do

Estado e sua capacidade de financiar as atividades essenciais, o funcionamento da administração pública e o

papel cooperativo do cidadão.

O objetivo da Educação Fiscal é formar cidadãos capazes de compreender a função social dos tributos; entender

a importância de acompanhar a aplicação dos recursos públicos; estar motivado para o exercício da cidadania

plena.

Nesse contexto, a escola tem um papel fundamental na garantia de um futuro sustentável para todos, pois, ao

educar seus estudantes, tem a oportunidade de formar cidadãos críticos, dotados de condições que permitam

entender os contextos históricos, sociais e econômicos; conscientes, responsáveis; com uma visão global;

capazes de intervir e modificar a realidade social. Assim, a Educação Fiscal deve ser trabalhada de forma

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23 transversal, perpassando por todos os componentes curriculares; as ações educativas devem ser desenvolvidas

na promoção da cidadania e dos interesses coletivos, construindo valores e indivíduos socialmente responsáveis,

voltados para a justiça fiscal, com vista ao bem comum, à melhoria da qualidade de vida e à sustentabilidade da

democracia. http://escolas.educacao.ba.gov.br/educacaofiscalsaudeambiental

Imposto. O nome já diz tudo: não é opcional. Sem muita escolha, pagamos tributos ao governo para quase tudo: morar na cidade, movimentar dinheiro no banco, comprar remédio e até para ter água quente na hora do banho. O funcionamento do sistema de arrecadação e a maneira como o dinheiro retorna em forma de serviços à população - incluindo toda a matemática envolvida - são explicados pela educação fiscal. O assunto começou a ganhar importância em 2002. Na época, o Ministério da Educação - em parceria com o Ministério da Fazenda - articulou com as secretarias de Educação um programa de capacitação docente (veja quadro abaixo) para transformar o debate sobre impostos em tema interdisciplinar. A educação fiscal está diretamente relacionada à cidadania, de acordo com o professor Marcilio Hubner, da Universidade Estadual de Maringá (PR). Nas aulas, os alunos aprendem que cabe às autoridades usar o dinheiro dos impostos pagos pela população para fazer o Brasil funcionar. Por isso, eles têm direito de cobrar qualidade nos serviços públicos. "Não há só a sonegação fiscal por parte do cidadão. O prefeito, o governador e o presidente também sonegam quando a verba recolhida não é revertida em benefícios para o povo." O tema não é simples. Por isso, Cássia D'Aquino, especialista em educação financeira, recomenda ao professor estudar muito antes de discuti-lo em classe. Bem preparado, você faz uma boa introdução e coloca os estudantes para trabalhar. "Depois, pode pedir a eles, por exemplo, para conversar com os comerciantes do bairro e descobrir o que pensam sobre a quantidade de impostos que recolhem", sugere Cássia. É provável que eles digam que pagam demais. O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, prevê que, ao final dos quatro anos do governo Jair Bolsonaro, a carga tributária do País poderá estar próxima de 30% do Produto Interno Bruto (PIB).

As formas de cobrar uma aplicação correta das verbas recolhidas pelo governo. "Com classes desse nível, já posso falar em representatividade e na importância dos deputados e vereadores." A Matemática estará no cálculo de parlamentares por estado, número que deveria ser proporcional ao da população. Raio x dos tributos No nosso dia-a-dia pagamos diversos tributos, que se dividem em contribuições, impostos e taxas. Conheça os principais.

Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) - Cobrada pela União sobre o faturamento das empresas, se destina ao financiamento da saúde, previdência e assistência social. CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) - Aplicações financeiras, saques em conta corrente, transferências de valores entre contas de diferentes pessoas são algumas das movimentações financeiras em que incide a CPMF, de competência federal. ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) - De competência estadual, incide sobre a circulação de produtos. Na compra do leite no supermercado, por exemplo, o tributo é recolhido, já que o produto foi transportado até o local. O valor está incluído no preço. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) - Cobrado pelo governo federal de indústrias ou empresas que modificam, aperfeiçoam ou alteram o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto. O consumidor final já compra a mercadoria com o valor do tributo incluso. IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) - Cobrado anualmente por meio de carnês. É um imposto municipal que incide sobre o uso do espaço das cidades. Em geral, quanto maior o imóvel, maior o valor cobrado pela prefeitura. IR (Imposto de Renda) - Como o nome diz, incide sobre a renda. É cobrado sobre tudo o que o contribuinte ganhou (salários, pensões, aluguéis...). Em alguns casos, depois de uma declaração de ajuste anual, há a restituição feita pelo governo federal. ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) - É cobrado pelos municípios e pelo governo federal de quem presta serviços, como seguradoras de saúde, cabeleireiros e empresas de dedetização. Quem contrata os serviços paga o tributo incluído no preço.

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24 ITR (Imposto Territorial Rural) - Tem a mesma essência do IPTU, mas se refere às propriedades rurais. PIS (Programa de Integração Social) - Contribuição que incide sobre os trabalhadores com carteira assinada, com o objetivo de financiar o pagamento do seguro-desemprego e do abono para quem ganha até dois salários mínimos. A empresa recolhe a quantia, devolvendo ao trabalhador em ocasiões previstas em lei.

https://novaescola.org.br/conteudo/2701/educacao-fiscal-e-licao-de-cidadania-e-de-matematica

É possível afirmar que a função social do tributo é colaborar com o bem estar social; está fortemente ligada à

ideia de justiça tributária e distributividade.4 de jul. de 2016

https://juridicocerto.com/p/dracamillapinheiro/artigos/a-funcao-social-dos-tributos-

2450#:~:text=Destarte%2C%20%C3%A9%20poss%C3%ADvel%20afirmar%20que,de%20justi%C3%A7a%20tribut%C3%A1ria%20e%20distributividade.