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8/18/2019 Espaço de experiência e horizonte de expectativas como categorias metodológicas para o estudo das cenas musi…
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TRANS 17 (2013)ARTÍCULOS/ ARTICLES
Espaço de experi!"ia e #ori$o!%e de expe"%a%i&as "o'o"a%eorias 'e%odo*i"as para o es%+do das "e!as '+si"ais
Jorge Cardoso Filho (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)Luciana Xavier de Oliveira (Universidade Federal Fluminense)
Res+'oEsse artigo fa uma revis!o dos "rinci"ais m#todosutiliados "ara "romover estudos so$re as cenasmusicais e a"resenta "rocedimentos %ue devem serseguidos "ara am"arar te&rica e metodologicamente oestudo de cenas "assadas' ara tanto se fundamentana "ro"osi*!o do historiador Reinhart +osellec, so$re o-es"a*o de e."eri/ncias0 e -horionte dee."ectativas0 como categorias da an1lise hist&rica econclui %ue am$as "odem ser usadas "ara a"reenderas cenas musicais na suas condi*2es est#ticas e
historiogr1ficas "articulares'
A,s%ra"% 3he article revie4s the main methods used to "romotemusical scenes researchs and "resents "roceduresthat should $e follo4ed theoreticall5 andmethodologicall5 to su""ort the stud5 of "ast scenes'For this "ur"ose it rests on the "ro"ositions of thehistorian Reinhart +osellec, a$out -field of e."erience0and -horion of e."ectations0 as categories ofhistorical anal5sis and concludes that $oth can $e usedto gras" the musical scenes in their "articularhistoriogra"hical and aesthetical conditions'
-aa&ras "#a&eCenas musicais' 6etodologia' 7n1lise hist&rica eest#tica'
.e ords6usical scenes' 6ethod' 8istorical and aestheticalanal5sis'
e"#a de re"ep"i*! octu$re 9:;9e"#a de a"ep%a"i*! ma5o 9:;<e"#a de p+,i"a"i*! =ulio 9:;<
Re"ei&ed> Octo$er 9:;9A""ep%a!"e a%e> 6a5 9:;<Reease a%e> Jul5 9:;<
Los art?culos "u$licados en TRANS4Re&is%a Tra!s"+%+ra de 56si"a est1n (si no se indica lo contrario) $a=o una licenciaReconocimiento@AoComercial@inO$raerivada 9'D Es"aa de Creative Commons' uede co"iarlos distri$uirlos 5 comunicarlos"$licamente siem"re %ue cite su autor 5 mencione en un lugar visi$le %ue ha sido tomado de 3R7A agregando la direcci&n URL5Go un enlace a este sitio> 444'si$etrans'comGtrans' Ao utilice los contenidos de esta revista "ara fines comerciales 5 no haga conellos o$ra derivada' La licencia com"leta se "uede consultar en htt">GGcreativecommons'orgGlicensesG$5@nc@ndG9'DGesGdeed'es
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TRANS4 Re&is%a Tra!s"+%+ra de 56si"a/Tra!s"+%+ra 5+si" Re&ie 2013
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Espaço de experi!"ia e #ori$o!%e de expe"%a%i&as "o'o"a%eorias 'e%odo*i"as para o es%+do das "e!as '+si"ais Jorge Cardoso Filho (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)Luciana Xavier de Oliveira (Universidade Federal Fluminense)
19 Eoio :s "e!as '+si"ais
7 "resen*a recorrente nos estudos de Comunica*!o e 6sica de refer/ncias
cidade ao es"a*o ur$ano onde se configura uma "r1tica musical (como um
$airro uma casa noturna ou mesmo um clu$e) e s comunidades eGou redes
sociais %ue se estruturam via tecnologias digitais evidenciam cada ve commaior intensidade o im"ortante "a"el %ue o conceito de cena e.erce na
refle.!o so$re a e."eri/ncia musical' A!o raramente # "oss?vel o$servar o
modo como diferentes autores articulam as suas investiga*2es a "artir desse
con=unto de temas %ue com"2em uma cena musical (tra4 ;KK; e 9::;
Berger ;KKK +ahn@8arris 9::: Baulch 9::
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Espaço de experiência e horizonte de expectativas como categorias metodológicas... <
reconhecimento como em Janotti Jnior (9::) e Cardoso Filho (9::P) na
"ers"ectiva da s&cio@semi&tica'
Aesse artigo estamos interessados em faer um ma"eamento dos
"rinci"ais m#todos em"regados "elos "es%uisadores "ara realiar estudos
so$re cenas a fim de a"ontar algumas articula*2es te&rico@metodol&gicas
necess1rias "ara o estudo de cenas musicais distantes historicamente dos
"r&"rios "es%uisadores' 3rata@se "ortanto de cenas "assadas arcaicas eGou
residuais (Qilliams ;KK9) mas com as %uais ainda temos e."eri/ncia de
alguma maneira na cultura contem"orMnea'
3omemos como e.em"lo a reconstitui*!o de "ontos de vista so$re essas
cenas musicais a "artir de filmes como Saturday Night Fever (ir' John
Badham ;K) %ue narra a hist&ria de um =ovem ?talo@americano da classe
tra$alhadora cu=a divers!o nos fins de semana # dan*ar em night clu$s
durante os anos : (o roteiro foi criado a "artir de um artigo do New Yor
!imes so$re a cena disco nos EU7) ou "u#do das $inas% as origens do &eavy
$etal em 'elo &orizonte (9::) um es"#cie de re"ortagemGdocument1rio
so$re o heavy metal $elo horiontino na d#cada de :' Cada um ao seu modo
(um relato ficcional e outro documental) lan*a um olhar so$re uma cena
"assada atrav#s do dis"ositivo audiovisual' o mesmo modo as narrativas
orais cotidianas de "essoas %ue viveram a cena dei.am constantemente
revelar as"ectos im"ortantes da%uela rela*!o' 7ssim como artes gr1ficas
fotografias "rodutos audiovisuais e material hemerogr1fico %ue "odem ser
acessados em ar%uivos e $i$liotecas centros de documenta*!o de =ornais ou
no acervo de algum colecionador ou amante do "er?odo em %uest!o' Aesses
casos a cena # com"reendida como efetivamente "assada mesmo %ue ela
tenha se reconfigurado de outras formas em outros es"a*os com novos
atores'
7o ma"ear os "rocedimentos metodol&gicos adotados "elos
"es%uisadores "retendemos destacar a%ueles %ue "ossi$ilitam com"reender
essas cenas "assadas e o modo como elas "ermitem um ti"o de com"reens!o
%ue # simultaneamente hist&rica e est#tica' Como conclus!o am"arados nos
estudos de Reinhart +osellec, (9::N) sugerimos o uso das categorias dees"a*o de e."eri/ncias e horionte de e."ectativas como limites
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metodol&gicos "ara o estudo das cenas em suas dimens2es est#ticas e
hist&ricas' Entendendo as cenas tanto como ferramentas de an1lise de
categorias sociais e %uanto instrumentos de articula*!o das "r1ticas musicais
com um sentido de es"a*o e tem"o'
29 Ce!as '+si"ais e 'odos de apree!s;o
7m"lamente discutido "or muitos autores o conceito de cena musical foi
sistematiado "or Qill tra4 no in?cio da d#cada de K:' e algum modo esse
conceito emerge como uma alternativa aos estudos das su$culturas ur$anas
de autores como ic, 8e$dige e aul Qillis %ue ofereceram contri$ui*2es
im"ortantes "ara as dimens2es est#ticas da cultura "o"ular mas dei.aram
flancos no %ue concernia s forma*2es de alian*as afetivas vinculadas a
e."ress!o musical como a"ontam Jo!o Freire Filho e Fernanda Fernandes
(9::N)'
Em artigo recente imone 1 (9:;;) fa %uest!o de a"resentar com
detalhes a g/nese do artigo seminal de tra4 S a confer/ncia !he $usic
(ndustry in a )hanging *orld S e a vers!o sint#tica "u$licada no livro de +en
Telder e arah 3hornton !he Su+culture "eader , de modo %ue dialogamos
diretamente com este';
e maneira atenta 1 com"2e uma moldura "ara com"reendermos o
surgimento das refle.2es so$re cenas musicais suas am$i*2es "ol?ticas e
tensionamentos com outros conceitos S como resist/ncia su$culturas eGou
estilos de vida S al#m de a"resentar as vantagens e limites te&ricos da
"ro"osi*!o' 7inda mais im"ortante a autora destaca as contri$ui*2es
"romovidas "or tra4 a"&s uma revis!o nas suas "ro"osi*2es num artigo
"u$licado em 9::N denominado Scenes and Sensi+ilities no %ual o autor
enfatia a ideia de %ue as cenas se referem a es"a*os geogr1ficos ur$anos
es"ec?ficos "ara a articula*!o de mlti"las "r1ticas musicais'
Em$ora fa*a uma revis!o im"ortante e til do conte.to de surgimento do
conceito de cena a aus/ncia s refer/ncias so$re os "rocedimentos
metodol&gicos em"regados "or tra4 nos chamou aten*!o (e nos deu
o"ortunidade de contri$uir com o de$ate)' e a "ro"osi*!o de tra4 cola$orou1 6ais tarde esses tra$alhos d!o origem ao famoso artigo de tra4 Systems o- articulationlogics o- change "u$licado em ;KK;'
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tanto com o estudo das cenas "arece@nos im"ortante sistematiar tam$#m a
"artir de %uais "rocedimentos metodol&gicos tais estudos "odem ser realiados
"or outros "es%uisadores'
Em Systems o- articulation logics o- change tra4 (;KK;) tam$#m dei.a
"oucas indica*2es metodol&gicas a res"eito de como a"reender uma cena' Ao
entanto constr&i uma "ro"osta inter"retativa "ara a com"reens!o do termo
%ue segundo o autor se remete materialia*!o de "r1ticas musicais em um
territ&rio cultural demarcado "or fronteiras geogr1ficas e de valor' Es"a*os
coerentes em sua ca"acidade de transforma*!o a "artir de "rocessos de
diferencia*!o %ue circulam e contri$uem "ara um envolvimento afetivo na
cultura musical' Aeste tra$alho inicial tra4 com"ara as cenas do roc, "&s@
"un, e da dance music %ue seriam configurados "or l&gicas de transforma*!o
e sistemas de articula*!o entre conte.tos locais e glo$ais' Aa descri*!o das
cenas no entanto o autor n!o a"onta m#todos es"ec?ficos e $asicamente as
fontes nas %uais fundamenta suas considera*2es s!o com"ostas "or te.tos
te&ricos es"ec?ficos so$re msica "o" e "or dados divulgados em "u$lica*2es
"eri&dicas como 'ill+oard ou !he *all Street /ournal fontes "rim1rias
dis"on?veis #"oca dos o$=etos de estudo tra$alhados'
J1 em 0ance $usic "u$licado em (9::;) tra4 segue um "ercurso de
an1lise similar mas "arece mais interessado em descrever os a"aratos %ue
"ossi$ilitaram a emerg/ncia de uma cena dance nos EU7' 7 forma como os
es"a*os "$licos tornaram@se mais rece"tivos dan*a em meados do s#culo
XX # um sintoma dessa condi*!o de "ossi$ilidade de configura*!o da cena S
da? seu "rocedimento metodol&gico se assemelhar a uma descri*!o das
"r1ticas cotidianas contem"orMneas emerg/ncia da dance music'
Aa entressafra das refle.2es de tra4 8arris 6' Berger (;KKK)
desenvolve seu estudo "artindo do "ressu"osto de %ue a msica se caracteria
"or "ossuir uma du"la naturea na sua "r1tica> a e."eri/ncia "essoal e a cena
como um gru"o social' esse modo interessa ao autor tra$alhar tanto com os
agenciamentos e a*2es dos su=eitos envolvidos na "r1tica musical (inten*2es
em e."ressar algo ideologia etc') %uanto com os dis"ositivos sociais de
regula*!o im"ostos "elo gru"o social no %ual ele est1 envolvido (como o ti"ode $e$ida consumida as regras de com"ortamento a forma de dan*a)'
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Interessante o modo como ele divide seu estudo "ara dar conta dessas
duas dimens2es' !o tr/s eta"as metodol&gicas> uma etnogr1fica na %ual ele
o$serva as "r1ticas nos locais de socialidade dos integrantes da cena uma
eta"a de descri*!o da e."eri/ncia musical (tanto em seus as"ectos de sentido
%uanto est#ticos) na %ual Berger entrevista os msicos $uscando coletar mais
dados so$re a rela*!o %ue se esta$elece entre os ouvintes (o msico # tratado
fundamentalmente como um su=eito %ue tam$#m e."erimenta os efeitos das
msicas) e um momento de an1lise da rela*!o entre local e glo$al na%uela
cultura musical' ara cum"rir todas as fases ele "assou ; meses como
o$servador "artici"ante fe entrevistas e registrou grava*2es de
a"resenta*2es ao vivo o %ue "ossi$ilitou conhecer um n?vel m#dio da vida dos
gru"os'
ara +eith +ahn@8arris (9:::) o estudo da dicotomia entre local e glo$al
na cena de metal extremo foi um "ro$lema a ser enfrentado de modo %ue o
autor $usca e."licar essa rela*!o a "artir da an1lise da tra=et&ria da $anda
$rasileira e"ultura mais es"ecificamente a "artir do 1l$um "oots (Roadrunner
Records ;KKN) no %ual a $anda tra refer/ncias sonoras tem1ticas e
lingu?sticas da cultura $rasileira' +ahn@8arris recorre tanto aos as"ectos
$iogr1ficos da $anda %uanto a an1lises de can*2es e das condi*2es de
"rodu*!o (no in?cio da carreira e no "er?odo de confec*!o de "oots) tentando
articular tanto a dimens!o te.tual %uanto os as"ectos conte.tuais %ue
configuram a tens!o local X glo$al na msica da $anda'
Interessada em e."lorar como os f!s de death1thrash metal se
organiavam na ilha de Bali no conte.to de crescimento do turismo
internacional da%uela regi!o Emma Baulch (9::
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Espaço de experiência e horizonte de expectativas como categorias metodológicas...
death1thrash metal em Bali ganha caracter?sticas locais' 7o "ermitir %ue os
mem$ros da cena e."onham suas o"ini2es so$re essa regionalia*!o Baulch
ca"ta de maneira atenta os conflitos e "ol/micas institu?dos na "r&"ria cena'
Auma formula*!o recente Janotti Jnior (9:;9) retoma a an1lise das
cenas musicais de heavy metal tam$#m tomando como o$=eto de estudo
"rivilegiado uma msica da $anda e"ultura *ar -or !erritory (lan*ada no
1l$um Chaos 7'' "ela RoadRunner em ;KK
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"autada "elo tra$alho de cam"o %ue "ressu"2e o contato direto entre
entrevistador e entrevistado a metodologia da hist&ria oral mostra@se efica no
sentido de reconstruir narrativas com"reender discursos de valor e gosto e
"erce$er l&gicas de forma*!o de alian*as e configura*!o de e."eri/ncias
su$=etivas anteriores ao momento da "es%uisa' W nesse "onto %ue a hist&ria
oral en%uanto "ossi$ilidade de am"lia*!o de conhecimento so$re o "assado
"ermite uma recu"era*!o mesmo %ue "arcial de uma tem"oralidade
conforme # conce$ida "elos %ue vivenciaram a e."eri/ncia (7l$erti 9::D)'
eve ser im"ortante diante do tema e das %uest2es %ue o "es%uisador se coloca
estudar as vers2es %ue os entrevistados fornecem acerca do o$=eto de an1lise' Oumais "recisamente> tais vers2es devem ser elas mesmas o$=eto de an1lise' 7ssim
uma "es%uisa de hist&ria oral "ressu"2e sem"re a "ertin/ncia da "ergunta -como os
entrevistados viam e v/em o tema em %uest!o0' Ou> -O %ue a narrativa dos %ue
viveram ou "resenciaram o tema "ode informar so$re o lugar %ue a%uele tema
ocu"ava (e ocu"a) no conte.to hist&rico e cultural dado0 (7l$erti 9::D>
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Lima (9::) analisa alguns discos es"ec?ficos e canônicos dos gru"os 6undo
Livre G7 e Chico cience Z Aa*!o [um$i levando em considera*!o as no*2es
de "erformance e msica "o"ular massiva' J1 Ri$eiro (9::N) utilia refer/ncias
encontradas em filmes como 'lade "unner e o$ras liter1rias de fic*!o em sua
maior "arte da chamada -icç2o cient#-ica como forma de construir uma
narrativa historiogr1fica da referida cena mangue. Aeste caso a literatura
constituiu um dos elementos $asilares do universo musical mangue
fundamental "ara o arca$ou*o da%uilo %ue o autor considera como -estruturas
de sentimento0 da cena no %ue di res"eito "artilha de e."eri/ncias gostos
e afetos comuns inscritos em dado territ&rio musical $em como nas "r1ticas
musicais ur$anas engendradas a "artir dele' (Ri$eiro 9::N>
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da%uela situa*!o es"ec?fica algo diferente "ôde se configurar e conceder
alguma singularidade cena' Em nossa "ers"ectiva isso im"lica uma am$i*!o
constante em articular "oss?veis efeitos dos dis"ositivos sociais aos dese=os e
es"eran*as dos integrantes da cena'
Aessa ocasi!o nos restringimos ao %ue "arece haver de comum mas
ainda n!o e."licitado nos estudos =1 realiados so$re cenas musicais> a
necess1ria articula*!o entre as categorias de e."ectativa e e."eri/ncia' Vue
"odem oferecer valioso au.?lio "ara a o$serva*!o e o e.ame das diferentes
tem"oralidades e configura*2es da cena en%uanto es"a*o e horionte coerente
de transforma*!o s&cio@hist&rico@est#tica9 das "r1ticas musicais ur$anas'
39 Se!s?i"o e as %ra!s?or'aç@es
7 "ro=e*!o de dese=os e valores materialiada em situa*2es cotidianas ou
te.tos es"ec?ficos foi uma das formas de estudo encontrada "elo gru"o
interdisci"linar alem!o 3oeti und &ermeneuti (originalmente fundado em
Tiessen "or 8ans Ro$ert Jauss 8ans Blumen$erg Clemens 8eselhaus e
Qolfgang Iser) "ara ma"ear %uais eram as e."eri/ncias dis"osi*!o num
determinado conte.to $em como as e."ectativas "oss?veis de serem geradas
a "artir delas' Esse "rocedimento "ode ser o$servado na an1lise %ue Jauss
(9::9) fa do "oema Spleen (;PD) de Charles Baudelaire ao sugerir tr/s
-e."eri/ncias0 de leitura> uma do leitor -ing/nuo0 contem"orMneo o$ra
outra do leitor -cr?tico0 tam$#m contem"orMneo o$ra e uma terceira leitura
de algu#m afastado tem"oralmente do "oema' O o$=etivo de Jauss #
demonstrar como as"ectos est#ticos se revelam de forma diferente em cada
uma dessas atividades de leitura'
3rata@se na nossa com"reens!o de uma demonstra*!o so$re a rela*!o
%ue se esta$elece entre e."eri/ncia est#tica sincronia e diacronia S
e.atamente a naturea do "ro$lema da%ueles %ue se ocu"am de reunir ind?cios
das cenas musicais "ara inferir as transforma*2es "roduidas' e as duas
2 Ra5mond Qilliams (;K9;@;KPP) "ode ser considerado nesse de$ate como um estudioso %uereivindicou uma refle.!o est#tica menos formalista e mais "r&.ima da vida cotidiana "artindo
do "onto de vista do materialismo
cultural e da cr?tica da cultura' 7o "erce$er %ue a est#ticaromMntica aca$ava mais refor*ando certos "reconceitos gostos e sensi$ilidades do %uecontri$uindo "ara a transforma*!o Qilliams $usca a$arcar essa articula*!o com sua teseso$re as estruturas de sentimento "or e.em"lo'
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"rimeiras formas de leitura sugeridas "or Jauss s!o contem"orMneas o$ra o
%ue distingue as mesmas # o maior ou menor grau de dom?nio %ue o leitor
"ossui so$re as conven*2es c&digos e re"ert&rios %ue a%uele "oema re%uisita'
or sua ve a leitura %ue ocorre na -mudan*a do horionte0 tem"oral negocia
n!o a"enas com esses c&digos e re"ert&rios necess1rios mas tam$#m com
todas as inter"reta*2es %ue da%uele "oema =1 foram feitas numa es"#cie de
hist&ria social dos efeitos' Vuest!o im"ortante tam$#m "ara a%ueles %ue
estudam as cenas afinal ao indagar so$re as "r1ticas acionadas "elos seus
integrantes n!o se deve "erder de vista uma "oss?vel sensi$ilidade cultivada
"or "adr2es hist&ricos diferentes da%uele em vigor na ocasi!o (Cardoso Filho
9:;;a)'
81 a%ui uma %uest!o delicada e %ue em nossa "ers"ectiva re%uer
am"la aten*!o> uma discuss!o so$re a "ossi$ilidade de a"reender os as"ectos
sens?veis envolvidos na rela*!o do integrante de uma cena musical "or um
estudioso diacrônico S %uest!o %ue n!o # nova mas %ue se insinua
constantemente no desenvolvimento dos tra$alhos S so$retudo "ara a%ueles
%ue se relacionam com a cena a "artir de "rodutos da cultura "o"ular massiva'
3oda inter"reta*!o retros"ectiva se alimenta de um acontecer "assado ao %ual em
cada ho=e mais uma ve a "alavra # dada' Uma hist&ria "ortanto forma uma "arte do
decurso estratificado do tem"o no %ual consciente ou inconscientemente transmitida
ela # sem"re de novo rearticulada (+osellec, 9::N> 9D:)'
ara lidar com esse ti"o de o$=e*!o 8ans Ulrich Tum$recht (9::K) sugere
tra*ar "oss?veis Stimmungen (climas dis"osi*2es) encontradas de forma
condensada nos o$=etos culturais a fim de descrever no %ue se est1 envolto ao
ler um te.to liter1rio ouvir uma msica ou ver um filme' ara o autor esse
seria um aut/ntico modo de revelar as "ot/ncias mais "rofundas dessas
e."eri/ncias guardando suas dimens2es est#ticas e hist&ricas es"ec?ficas'
e maneira menos radical %ue Tum$recht as formula*2es de 8ans
Ro$ert Jauss so$re a e."eri/ncia est#tica com a literatura a"resentam a
"ossi$ilidade de tomar os coment1rios cr?ticos so$re a o$ra como reveladores
dos as"ectos valoriados na ocasi!o de sua rece"*!o caminho =1 seguido em
outra o"ortunidade "ara inter"reta*!o de "oss?veis e."eri/ncias est#ticas com
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1l$uns de roc, (Cardoso Filho 9:;;$)' Inclusive nesse "rocedimento "ensamos
%ue as formula*2es do "r&"rio historiador alem!o Reinhart +osellec, S %ue
"artici"ou do gru"o 3oeti und &ermeneuti a"&s sua funda*!o S elucidam
tais esfor*os metodol&gicos'
Vuando o historiador mergulha no "assado ultra"assando suas "r&"rias viv/ncias e
recorda*2es conduido "or "erguntas mas tam$#m "or dese=os es"eran*as e
in%uietudes ele se confronta "rimeiramente com vest?gios %ue se conservaram at#
ho=e e %ue em maior ou menor nmero chegaram at# n&s' 7o transformar esses
vest?gios em fontes %ue d!o testemunho da hist&ria %ue dese=a a"reender o
historiador sem"re se movimenta em dois "lanos' Ou ele analisa fatos %ue =1 foram
anteriormente articulados na linguagem ou ent!o com a=uda de hi"&teses e m#todosreconstr&i fatos %ue ainda n!o chegaram a ser articulados mas %ue ele revela a "artir
desses vest?gios (+osellec, 9::N>
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Espaço de experiência e horizonte de expectativas como categorias metodológicas... ;<
se confronta com vest?gios das e."eri/ncias sem"re %ue mergulha no "assado
nos "arece %ue isso acontece "ela "ot/ncia est#tica %ue as e."eri/ncias
"ossuem S "r1ticas gestuais marcantes como a air guitar na cena roc, a"elo
sensual intenso na cena fun, carioca ou mesmo o uso de adornos e rou"as nas
cenas "un,' Evidentemente na medida em %ue marcam e se tornam "arte do
re"ert&rio comum dos mem$ros das diferentes cenas novos dese=os se
constituem e a$rem@se "ossi$ilidades de ru"turas e inova*2es'
6esmo %ue se=am duas dimens2es com"lementares n!o se "ode afirmar
uma simetria entre e."ectativa e e."eri/ncia' -Uma e."ectativa =amais "ode
ser deduida totalmente da e."eri/ncia ao "asso %ue a e."eri/ncia #
com"letada em um "assado momento anterior so$re o %ual se "ro=eta a%uilo
%ue se es"era0 (+osellec, 9::N>
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9 A "e!a= o %e'po e o espaço ("o!sideraç@es ?i!ais)
7 no*!o de cena n!o # um $anco fi.o de -reserva0 de significados sentidos e
"r1ticas sociais mas sim uma "aisagem %ue condu o olhar "ara uma s#rie de
fenômenos e manifesta*2es ligados ao universo da msica' Em %ue estruturas
locais servem como $ase difus!o musical congregando agentes de su"orte e
sustenta*!o ao mesmo tem"o em %ue oferecem um s?tio de mem&ria e de
insights so$re a vida ur$ana na forma como se e."eriencia e "artilha msica
(Tuerra 9:;;)' Um es"a*o@"ro$lema alterado ao longo do tem"o
reconfigurado a cada momento "or seus fre%uentadoresG"artici"antes %ue se
am"lia desloca ou restringe' elimitando es"a*os "ara os cor"os ocu"arem
essa conforma*!o'
or outro lado a cena se configura tam$#m como um tem"o@"ro$lema
na medida em %ue novas leituras dela s!o feitas em diferentes momentos'
Essa e."eri/ncia da tem"oralidade
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Espaço de experiência e horizonte de expectativas como categorias metodológicas... ;D
conflito altera*!o tensionamentos ou insta$ilidade como o # a "r&"ria
cultura'
E.atamente "or essa caracter?stica os "rocedimentos metodol&gicos a
serem adotados no estudo das cenas "recisam dar conta dessa multi"licidade
de tensionamentos e fissuras "oss?veis %ue "odem ser instauradas tanto "ela
a*!o dos su=eitos %uanto "ela for*a situacional do conte.to' ode@se inferir a
"artir dos estudos =1 e."ostos %ue uma cena musical contem"orMnea tem a
ca"acidade inclusive de reorganiar as -est&rias0 e narrativas mestras de sua
g/nese "ara gerar novas altera*2es e fissuras' ensamos "or e.em"lo na
cena de roc, de Liver"ool na Inglaterra e nas formas como os su=eitos
"recisam constantemente dialogar e revisar a influ/ncia dos Beatles na
chamada $ersey 'eat ou na "r&"ria cena roc, de Recife e suas rela*2es
tensivas com o movimento mangue$eat'
arece@nos im"ortante destacar ent!o %ue tanto o estudioso das cenas
musicais %uanto os su=eitos %ue a integram est!o lidando constantemente com
dis"ositivos de mem&ria %ue organiam e."eri/ncias e e."ectativas tecendo
novos "assados faendo refer/ncias a acontecimentos e as"ectos marcantes
dos relacionamentos' Os fenômenos denominados cenas musicais en%uanto
to"ologia constitucional e semMntica corres"ondem s situa*2es da vida numa
sociedade de consumo marcados "ela cultura "o"ular massiva e "elas
constantes muta*2es inerentes a esse conte.to'
Essas situa*2es (seus circuitos rela*2es e com"rometimentos em torno
da msica) %ue a"arentemente mostravam@se fluidas ef/meras intermitentes
e vari1veis "areciam ca"aes de se re"etirem em outros locais de outras
maneiras "ara al#m ou a%u#m de uma institucionalia*!o %ue a id#ia de
circuito "ro"2e' Isto tam$#m # resultado dos deslocamentos dos su=eitos "or
entre cenas fluidas cu=a materialia*!o se confirmava mais atrav#s do discurso
e dos afetos em uma a*!o mais am"la do %ue a do esta$elecimento de redes
concretas de circula*!o e consumo'
ortanto mlti"las alian*as se consolidam coletivamente a "artir de
uma e."eri/ncia concretiada e em "rocesso dando condi*2es "ara a
4 O movimento musical de roc, na cidade de Liver"ool toma de em"r#stimo o nome do rio6erse5 %ue corta a cidade' Bares im"ortantes "ara esta cena como o famoso )avern )lu+onde os Beatles iniciaram sua carreira est!o localiados nessa regi!o da cidade'
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a"lica*!o de um novo conceito "ara dar conta dessas e."eri/ncias e %ue "ode
ser encaminhado e "osto em "r1tica em um futuro tendo a faculdade de ser
utiliado em novas ocasi2es' e tal modo a cena musical "ode ser
inter"retada como um fenômeno %ue se configura a "artir das e."ectativas
sugest2es "ro=e*2es mesmo %ue sua realidade ainda n!o "ossa ser "erce$ida'
6as em sua organia*!o estruturas de longa dura*!o se tornam vis?veis com
"ossi$ilidades futuras %ue =1 s!o fruto das e."eri/ncias anteriores'
E."eri/ncias im"recisas e vol1teis em um es"a*o %ue institui novos horiontes
de e."ectativa' -A!o se trata mais "ortanto de conceitos %ue classificam
e."eri/ncias mas sim de conceitos %ue criam e."eri/ncias0 (+osellec, 9::N>
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Espaço de experiência e horizonte de expectativas como categorias metodológicas... ;
BIBLIORAIA
7l$erti Yerena' 9::D' $anual de história oral' Rio de Janeiro Editora Funda*!o
Tetlio Yargas'
7maral aulo 6urilo' 9::K' Estigma e )osmopolitismo na )onstituiç2o de uma
$4sica 3opular 5r+ana da 3eri-eria% etnogra-ia da produç2o do tecno+rega em
'el6m do 3ar7' 8 issertation (6usic) S rograma de &s@Tradua*!o em
6sica S Universidade Federal do Rio Trande do ul orto 7legre'
Baulch Emma' 9:: ;KD@9;D'
Berger 8arris' ;KKK' $etal roc and 8azz% perception and the phenomenology
o- musical experience' 8annover> Qesle5an Universit5 ress'
Cardoso Filho Jorge' 9::P' 3o6tica da $4sica 5nderground% vest#gios do &eavy
$etal em Salvador ' Rio de Janeiro> E@"a"ers'
\\\\ 9:;;a' -ara ]a"reender^ a e."eri/ncia est#tica> situa*!o media*2es e
materialidades0' "evista 9al7xia 99 :@D9'
\\\\ 9:;;$' -Cada um com seu i"od> a escuta de In Rain$o4s do Radiohead0'
"evista )i+erlegenda 9(9)> D:@N:'
Fernandes Fernanda' 9::' $4sica estilo de vida produç2o midi7tica na cena
indie )arioca' 67 issertation (Communication and Culture) S rograma de &s@
Tradua*!o em Comunica*!o S Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de
Janeiro'
Freire Filho Jo!o Fernandes Fernanda 6ar%ues' 9::N' -Jovens es"a*o ur$ano
e identidade> refle.2es so$re o conceito de cena musical0' Em )omunicaç2o e
m4sica popular massiva Org' Jo!o Freire Filho e Jeder Janotti Jr' 9D@: alva@
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dor> EUFB7'
Tuerra aula' 9:;;' -7lta Fidelidade> um roteiro com "aragens "elas lo=as de
discos inde"endentes em ortugal na ltima d#cada (;KKP@9:;:)0' Sociologia
"evista da Faculdade de :etras da 5niversidade do 3orto 9; 9GG444'revistaindice'com'$rGv:;n:;'htm _Consulta> ;: de setem$ro de
9:;9`'
Jac%ues 3at5ana' 9::' )omunidade "oc e 'andas (ndependentes de Floria<
nópolis% uma Etnogra-ia so+re Socialidade e )oncepç=es $usicais' 67 isserta@
tion (7nthro"olog5) S rograma de &s@Tradua*!o em 7ntro"ologia ocial Uni@
versidade Federal de anta Catarina Florian&"olis'
Janotti Jnior Jeder' 9::' &eavy $etal com 0endê% roc pesado e m#dia em
tempos de glo+alizaç2o' Rio de Janeiro> E@"a"ers'
\\\\ 9:;9' -Qar for territor5> cenas g/neros musicais e."eri/ncia e uma can@
*!o heav5 metal0' Em >nais Eletr?nicos do @@( Encontro da )A$3BS Jui de
Fora 6inas Terais' htt">GG444'com"os'org'$r' _Consulta> :P de =unho de 9:;9`'
Jauss 8ans Ro$ert' 9::9' -O te.to "o#tico na mudan*a do horionte de
leitura0' Em !eoria da literatura em suas -ontes volume (( Ed' Lui Costa Lima
P 3he Relationshi" Bet4een the Tlo$al and the
Local Qithin the Tlo$al E.treme 6etal cene0' 3opular $usic ;K (:;)> ; Contra"onto (UC RIO)'
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Lima 3atiana' 9::' $angue+eat , da cena ao 7l+um% per-ormances
midi7ticas de $undo :ivre S1> e )hico Science Naç2o um+i' 67 issertation
(Communication) S rograma de &s@Tradua*!o em Comunica*!o e Cultura
Contem"orMneas Universidade Federal da Bahia alvador'
Ri$eiro Tetlio' 9::N' 0o t6dio ao caos do caos C lama% os primeiros cap#tulos
da cena musical $angue "eci-e , GHIJ cenas musicais sensi$ilidades afetos e a
cidade0' Em )omunicaç2o e Estudos )ulturais Ed' Jeder Janotti Jnior e Itania
6aria Tomes ;@;N;' alvador> EUFB7'
tra4 Qill' ;KK;' -5stems of articulation logics of change> scenes and
communities in "o"ular music0' )ultural Studies :D (: Cam$ridge
Universit5 ress'
\\\\ 9::N' -cenes and ensi$ilities0' E Qesle5an Universit5 ress'
Qilliams Ra5mond' ;KK9' )ultura' 9' ed' Rio de Janeiro> a e 3erra'
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REERDNCIAS AUIOISUAIS
'lade "unner ' ;KP9' ir' Ridle5 cott' Y' Estados Unidos' Qarner Bros'
"u#do das $inas> as origens do 8eav5 6etal em Belo 8orionte' 9::' ir' Fili"e
artoreto' Y' Brasil' ro=eto de conclus!o do curso de Comunica*!o ocial na
Universidade Federal de 6inas Terais'
Saturday Night Fever. ;K' ir' John Badham' Y' Estados Unidos'
aramount'
REERDNCIAS ISCORFICAS
e"ultura' ;KKN' "oots. 8olandaGEU7' Roadrunner Records'
e"ultura' ;KK.0.' 8olandaGEU7' Roadrunner Records'
ore Cardoso i#o
ocente no Centro de 7rtes 8umanidades e Letras da Universidade Federal doRecôncavo da Bahia e do rograma de &s@Tradua*!o em Comunica*!o eCultura Contem"orMneas da Universidade Federal da Bahia' es%uisa nas 1reasrelacionadas aos fenômenos est#ticos da cultura midi1tica es"ecialmente na
msica "o"ular' cardosofilho'=orgegmail'com
L+"ia!a Ga&ier de Oi&eira
Bacharel em Jornalismo "ela Universidade Federal do Rio de Janeiro' 6estreem Comunica*!o ocial "elo rograma de &s@Tradua*!o em Comunica*!o eCultura Contem"orMneas da Universidade Federal da Bahia' outoranda do ro@grama de &s@Tradua*!o em Comunica*!o da Universidade Federal Fluminen@se' luciana'uf$agmail'com'
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Ci%a re"o'e!dada
Cardoso Filho Jorge Oliveira Luciana Xavier de' 9:;