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espiral Nº 10 - Janeiro / Março de 2003 boletim da associação FRATERNITAS FRATERNITAS MOVIMENTO MOVIMENTO Lembro-me muito bem da história tragico-cómica do ano passado, quando, no Encontro Nacional, vári- as pessoas, muito amáveis e preocupadas, me aju- daram a procurar uma lente perdida, inspeccionan- do minuciosamente todos os recantos do quarto, dos corredores e das salas onde nos reuníamos. Mas a lente não apareceu. E logo era a lente mais neces- sária! Hoje tive outra vez uma grande aflição — voltei a per- der a lente. Desta vez foi diferente, mas não menos preocupante. Tinha ainda bem presentes na minha mente as quatro semanas de espera por uma lente nova. Entre os que usam lentes de contacto correm muitas histórias de contornos mais ou menos semelhantes, em que a lente vai depois aparecer no sítio mais in- crível. Quando ouvia estas histórias dos casos pas- sados com os outros, achava-lhes graça, até desen- volvia alguma compreensão pela aflição do interveniente, mas acabava por esquecer rapidamen- te o incidente. Agora não. É que não ter a lente significava não ter capacidade de visão. Ficaria incapacitado de traba- lhar e de conduzir até que a nova lente viesse de fora. A sensação de impotência, de inevitabilidade e de frustração não se amenizava com a perspectiva de a nova lente poder chegar em breve. Parecia que alguma coisa tinha acabado aqui. No entanto, eu sabia que a principal qualidade dum ser vivo é a sua adaptabilidade às circunstâncias envolventes. É a necessidade que faz destravar, quer no indivíduo quer na sociedade, as evoluções ne- cessárias. Talvez esta necessidade de adaptação possa até fazer emergir capacidades minhas ainda não descobertas, porventura muito ricas, que teriam ficado inexploradas por nunca terem sido excitadas, Seriam talentos enterrados agora trazidos à luz do dia para enriquecimento meu e da comunidade. A perspectiva de não haver solução imediata —a len- te tinha de vir de fora— levou-me a repensar toda a programação dos dias imediatos. Muitas vezes são estes acasos fortuitos que vão determinar alterações na nossa vida. Temos ouvido na televisão testemunhos de pessoas que, por acidente, viram truncadas carreiras promis- soras, fazendo-as voltar à estaca zero e obrigando- as a reaprender tudo como se tivessem nascido na- VER OS SINAIS VER OS SINAIS Sumário: Nota do Responsável 3 Um Ethos mundial 4 Vocações a menos... Erros a mais!... 5 Novos Sócios do FRATERNITAS 6 Quotas 6 Cartas 7 Encontro Reginal do FRATERNITAS 8 (continua na pág. 2)

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espiralNº 10 - Janeiro / Março de 2003

boletim da associação F R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A S M O V I M E N T OM O V I M E N T O

Lembro-me muito bem da história tragico-cómicado ano passado, quando, no Encontro Nacional, vári-as pessoas, muito amáveis e preocupadas, me aju-daram a procurar uma lente perdida, inspeccionan-do minuciosamente todos os recantos do quarto, doscorredores e das salas onde nos reuníamos. Mas alente não apareceu. E logo era a lente mais neces-sária!Hoje tive outra vez uma grande aflição — voltei a per-der a lente. Desta vez foi diferente, mas não menospreocupante. Tinha ainda bem presentes na minhamente as quatro semanas de espera por uma lentenova.Entre os que usam lentes de contacto correm muitashistórias de contornos mais ou menos semelhantes,em que a lente vai depois aparecer no sítio mais in-crível. Quando ouvia estas histórias dos casos pas-sados com os outros, achava-lhes graça, até desen-volvia alguma compreensão pela aflição dointerveniente, mas acabava por esquecer rapidamen-te o incidente.Agora não. É que não ter a lente significava não tercapacidade de visão. Ficaria incapacitado de traba-lhar e de conduzir até que a nova lente viesse defora. A sensação de impotência, de inevitabilidade ede frustração não se amenizava com a perspectivade a nova lente poder chegar em breve. Parecia quealguma coisa tinha acabado aqui.No entanto, eu sabia que a principal qualidade dumser vivo é a sua adaptabilidade às circunstânciasenvolventes. É a necessidade que faz destravar, querno indivíduo quer na sociedade, as evoluções ne-cessárias. Talvez esta necessidade de adaptação

possa até fazer emergir capacidades minhas aindanão descobertas, porventura muito ricas, que teriamficado inexploradas por nunca terem sido excitadas,Seriam talentos enterrados agora trazidos à luz dodia para enriquecimento meu e da comunidade.A perspectiva de não haver solução imediata —a len-te tinha de vir de fora— levou-me a repensar toda aprogramação dos dias imediatos. Muitas vezes sãoestes acasos fortuitos que vão determinar alteraçõesna nossa vida.Temos ouvido na televisão testemunhos de pessoasque, por acidente, viram truncadas carreiras promis-soras, fazendo-as voltar à estaca zero e obrigando-as a reaprender tudo como se tivessem nascido na-

V E R O S S I N A I SV E R O S S I N A I S

Sumário:

Nota do Responsável 3

Um Ethos mundial 4

Vocações a menos... Erros a mais!... 5

Novos Sócios do FRATERNITAS 6

Quotas 6

Cartas 7

Encontro Reginal do FRATERNITAS 8

(continua na pág. 2)

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quele momento. Algumas não conseguiram, outrassim. Estas descobriram em si mesmas capacidadesnovas e conseguiram voltar a dar sentido à própriavida. Conseguiram realizar-se, ser úteis, render e aju-dar os outros. Uma afirmação do valor da vida.

Em termos objectivos os padres que, casando,abandonaram o exercício do ministério, estão umpouco na linha destes ressuscitados. Votados ao ano-nimato por parte das instituições eclesiásticas, queos consideraram como traidores, infiéis às promes-sas feitas, folhas secas, seres falhados e aconselha-dos a abandonarem os lugares onde eram conheci-dos como padres, eles, quase sem se darem conta,venceram essa fase difícil da transição duma carrei-ra clerical para uma profissão normal, eclesialmenteanónima.Foi dessa base que tiveram de refazer a própria vida,o que conseguiram com muito esforço e muita capa-cidade, mas, naturalmente, também com êxito.Por falta de padres as dioceses recorrem a colabo-radores leigos para o exercício de muitas funçõesparoquiais há bem pouco tempo da exclusiva res-ponsabilidade dos padres. Essa prática é de aplau-dir porque os leigos têm o seu lugar na Igreja Povode Deus.Devemos dar graças a Deus por esta actual crise depadres, porque ela obriga a hierarquia a recorrer aoserviço de membros da assembleia, entregando-lhesresponsabilidades e suscitando, assim, vocações ge-nerosas e carismáticas que, noutras circunstâncias,nunca veriam a luz do dia. E isto independentementede serem jovens ou adultos, casados ou solteiros,novos ou velhos, homens ou mulheres. Para umadoação ao serviço eclesial a tempo inteiro éirrelevante se se é casado ou não, como a experiên-cia abunadantemente documenta, p. ex., em termosde missões ad gentes: médicos, professores, enfer-meiros, etc. O Espírito sopra onde quer. Mas o espí-rito de doação é muito mais exercitado no seio dumafamília do que no estado celibatário.

O velho tem muito medo de experiências novas. Épor isso que uma sociedade gerontocrática andasempre a reboque da evolução da sociedade. Aschefias da Igreja não se auto-reformam, são, por na-tureza, imobilistas. Enquanto a hierarquia for umagerontocracia, as reformas não avançam. Porque não

entendem a juventude, os velhos consideram que elaestá perdida. Não se lembram de que eles própriosjá fizeram parte duma “juventude perdida” e que, nes-sa altura, consideravam — e ainda hoje consideram— que eram eles quem tinha razão. Faz lembrar aforma como hoje em dia a matemática é ensinadanas escolas. Os pais não sabem tirar dúvidas dematemática aos filhos, “porque eles não aprendemcomo nós aprendemos no nosso tempo”. É verdadeque eles não aprendem a tabuada nem os proble-mas das torneiras. Mas, no fim, eles vão chegar aosmesmos resultados, só que o fazem seguindo umaabordagem diferente, porventura mais rica e maisfácil.

Foi há cerca de 40 anos que a Igreja começou asentir a saída de muitos dos seus padres. Estes, ten-do saído pelas mais variadas razões, na sua grandemaioria acabariam por casar. No entanto, seria de-masiado redutor e não verdadeiro dizer que os pa-dres saíram para casar.Face às medidas de ostracismo e de anulação ecle-siástica de que foram/são alvo, eles sentiram neces-sidade de se organizarem para se encontrarem eapoiarem mutuamente. E, não menos importante,para fazerem em conjunto a análise da situação emque se encontram. Reconheceram que não fizerammal nenhum, antes pelo contrário, fizeram o que de-via ser feito. E, partindo desta perspectiva, planearacções para o futuro.Começando pela afirmação da sua existência, da suapresença como cidadãos de pleno direito na comu-nidade eclesial, com capacidades próprias para po-der intervir em actividades eclesiais, assumindo queestão em condições de poderem preencher lacunasministeriais, consideram que a sua situação face àcomunidade eclesial pode constituir um incentivo paraas necessárias mudanças no recrutamento dos agen-tes pastorais ordenados.

Por toda a parte os padres, que deixaram o minis-tério, se organizaram. Começaram por aprofundar ahistória do celibato obrigatório para os padres. Nun-ca desvalorizaram o celibato assumido voluntaria-mente como valor ao serviço de Deus e dos irmãos,mas distinguiram muito bem duas coisas que são di-ferentes: o celibato e vocação sacerdotal, porque umacoisa não implica a outra. Assim como é contra osdireitos humanos proibir alguém de casar, tambémninguém é obrigado a casar.

(continuação da pág. 1)

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Desenvolveram a consciência de que “o celibato nãoé essencial para o sacerdócio” (João Paulo II). Sa-bem, por experiência própria, que a antiga tradiçãode mil anos de sacerdócio casado é perfeitamenteválida hoje em dia e até mais consentânea com asexigências da natureza humana.Não podendo ser integrados no exercício do minis-tério, os padres casados foram reflectindo onde po-deriam exercer a vocação que Deus lhes deu para oserviço dos irmãos. Os seus olhares voltaram-se paraos pobres e os oprimidos, sendo naturalmente críti-cos para com os opressores.

Uma associação italiana de padres casados (aVocatio) quando se fundou em 1984, focava as suaspreocupações sobre a Igreja instituição. Pretendiaalargar a concepção de Igreja, que é mistério e co-munhão do Povo de Deus, face a uma Igreja fortale-za no alto do monte, autossuficiente e única detento-ra da verdade.Após quinze anos de movimento, a Vocatio reflectiusobre si mesma e passou de movimento de padrescasados para uma associação de cristãos respon-sáveis, que desafia descriminações, privilégios,hegemonia e poderes históricos dentro da Igreja ca-tólica. Constitui-se, assim, como factor de mudançamediante a valorização das iniciativas individuaisresultantes das várias sensibilidades e experiênciasde fé: “não há limites à pesquisa dentro da experiên-cia da fé, contanto que seja sempre séria e respon-sável e que a comunicação aconteça no pleno res-peito pela consciência do outro”(do site da Vocationa Internet).

Por sua vez, uma associação nos EUA opta porcolocar os padres casados/casais a exercer o mi-nistério sacramental em reuniões familiares. Cons-tatando que muitos católicos já não necessitam daIgreja institucional para viverem a sua fé e preferem

as celebrações familiares, bem na tradição da Igrejaprimitiva, os padres casados aderiram a essa inicia-tiva dos leigos. Têm consciência de que os sacra-mentos ministrados pelos padres casados são váli-dos, e também lícitos em caso de necessidade, em-bora ilícitos nos casos correntes. No entanto, consi-deram que, no momento em que os fiéis necessitemdum serviço paroquial e não haja padre disponível, orecurso aos padres casados é justificado como casode necessidade.

Ao definir os seus objectivos a nossa Fraternitasprocurou evitar situações de afrontamento, ou de ten-são, privilegiando a disponibilidade dos seus mem-bros para colaborar na causa eclesial dentro dosdomínios ou temas em que se sintam particularmen-te habilitados. Não reivindica a reintegração no exer-cício do ministério, embora reconheça que os seusmembros estariam em boas condições de poderemser pastoralmente úteis, nomeadamente nos domí-nios da educação e da acção social.Além disso, a Fraternitas pretende trabalhar no sen-tido de que os seus membros se congreguem,entreajudem e actualizem, quer participando em cur-sos apropriados quer mantendo diálogo com outrosmovimentos. O objectivo é que tenham ânimo paravencer as dificuldades de percurso e, possam, as-sim, encontrar a paz e a tranquilidade de quem sesente no bom caminho. Temos sempre presentes aspalavras do Mestre: “quando dois ou três se reuni-rem em Meu nome, Eu estarei no meio deles”. Coma ajuda d’Ele não há dificuldades insuperáveis. Assoluções para os problemas acabam por surgir deforma inesperada.A lente apareceu quando eu já tinha o telefone namão para encomendar uma lente nova.

Aveiro, 2002-12-19João Simão

Nota da Redação:1. O “nosso” boletim tem resultado mais da disponibilidade do

seu responsável que dos autores dos textos que nele vêemfigurando;

2. Também temos tido colaboração de membros do Fraternitasque nos enviam textos recolhidos noutras publicações e/ouespaços, com recomendação de “publica se entenderes”;

3. Dada a irregularidade de saída dos últimos dois números,julgamos ser preferível tentar dar maior estabilidade àperiodicidade do Espiral ;

4. Assim, decidimos atrasar a saída do presente número,procurando fazer coincidir a sua publicação com o meio doperíodo que julgamos deva, para já, ter — um trimestre;

5. A saída do próximo número prevêmo-la para Maio de 2003.

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Kirche Intern - Quais são os objecti-vos que a exposição “Religiões mun-diais, Paz no mundo, Ethos mundi-al” persegue?KÜNG - Estabelecemos como objecti-vo desta exposição colocar as religiõesmundiais em ligação com a paz no mun-do e o ethos mundial. Trata-se, natural-mente, não só das outras religiões, mastambém do cristianismo. Nesta medi-da, esta exposição pode voltar a mos-trar também aos cristãos quais são, nofundo, as regras elementares da huma-nidade.Na primeira parte da exposição mos-tram-se as seis grandes religiões –hinduísmo, religião chinesa, budismo,judaísmo, cristianismo, islão. Na segun-da parte consideram-se os seis impera-tivos da humanidade que são comuns atodas as religiões e tradições éticas.KI - Na ideia de ética mundial(Weltethos) o Senhor Professor apostaem valores, normas e critérios comunsàs religiões. No entanto, é conhecida atese de Samuel Huntington segundo aqual, após o confronto Leste-Oeste,virá um combate de culturas. Como sepoderá enfraquecer esta tese tão pes-simista, ou seja, não será a sua espe-rança num ethos mundial demasiadooptimista?KÜNG - Estou de acordo com o Prof.Huntington quando ele diz que é preci-so tomar a sério religiões e culturascomo dimensões profundas dos confli-tos actuais. As tradições étnicas e reli-giosas exercem grande influência emmuitos lugares, seja nos Balcãs, no Mé-

dio Oriente, na Índia ou no Sri Lanka.Elas, não sendo muitas vezes a causadirecta dos conflitos, podem incendiá--los, espicaçar os ódios e fornecer ain-da mais motivação para as hostilidades.Por outro lado, – e este é o meu argu-mento contra Huntington – as religiõestambém podem restabelecer a paz, con-tribuir para a pacificação e, circunstan-cialmente, mediar mesmo os conflitos.Temos bastantes exemplos de falhançosdas religiões, como recentemente nosBalcãs e no próximo oriente, mas temostambém o exemplo do Conselho Sul--africano das Religiões, que foi essen-cialmente o responsável pelo desman-telamento do apartheid na África do Sulsem derramamento de sangue. Na Poló-nia e nos países de Leste foram essen-cialmente pessoas religiosamente mo-tivadas que rejeitaram o sistema au-toritário e conduziram a sua revoluçãonão com armas mas com velas. Efecti-vamente não temos de nos envergonhar.Isso é para mim a prova de que entrá-mos num período novo da história pós--moderna, em que as religiões já nãotomam sempre aquela atitude de recu-sa liminar de tudo o que é moderno, quelhes tem valido serem combatidas, ig-noradas, oprimidas. Pelo contrário, hojeem dia as religiões exercem a sua forçade múltiplas formas. Mencionemos,p.ex., a teologia da libertação na Amé-rica Latina e, aqui na Europa, todosquantos lutam por mais liberdade naIgreja, em cuja acção se integra o Mo-vimento do Povo Cristão.Por outro lado, as religiões também ac-

tuam no domínio psíquico, interior. Eupróprio nunca teria superado os gravesconflitos com as chefias da Igreja se nãotivesse estado sempre enraizado na fécatólica. É esta fé que sempre me temfeito ver de forma clara a que instânciaé que eu, em última análise, estou obri-gado – não ao estado e à universidade,também não à Igreja ou ao Papa, mas aDeus.KI - O Senhor Professor estabeleceuquatro directivas para os princípiosdum ethos mundial, entre outras, ocompromisso por uma cultura da não--violência e do respeito pela vida, umacultura da igualdade de direitos entrehomem e mulher – porém, exactamen-te nas igrejas, p.ex., na Igreja católi-ca, verificou-se ser extremamente difí-cil implementar estes princípios.KÜNG - Os desafios, que o princípiodo ethos mundial coloca, também sãonaturalmente válidos para as Igrejas, talcomo o axioma fundamental de que todoo ser humano deve ser tratado com hu-manidade. Muita gente tem hoje a im-pressão de que o sistema instalado nacúria romana contém feições desuma-nas, humilha as pessoas. Antes de tudodever-se-ia observar a regra de ouro “fazaos outros aquilo que queres que te fa-çam a ti”. Mas quando eu penso na for-ma como certos bispos tratam as pes-soas do Movimento do Povo Cristão,posso imaginar que esses bispos certa-mente não gostariam de ser tratados domesmo modo.Poder-se-iam citar ainda outras regras,p.ex., a de que é necessário respeitar avida, mas, em questões como a contra-cepção e a eutanásia, não nos devemosdeixar empedernir de forma intransigen-te em posições moralistas. Moralismoé o contrário de moral, o exagero damoral.Sobre uma outra regra a observar – a deagir com justiça e honestidade – mui-tos dos funcionários da Igreja teriamalgo a dizer.

UM ETHOS MUNDIALA propósito da abertura em Viena de uma exposição sobre “Religiõesmundiais, Paz no mundo, Ethos mundial”, Isabella Kampbell-Wessigentrevistou Hans Küng, Director do Instituto para a Investigação Ecuménicada Universidade de Tübingen, acerca dos objectivos da Fundação Weltethos(ethos mundial) . O texto que publicamos tem já algum tempo (Abril de 2001),mas a crise que hoje se vive no mundo confere-lhe uma gritante actualidade.É uma tradução da revista Kirche Intern, pp. 14-16, da autoria do JoãoSimão. A selecção do texto que publicamos é da nossa responsabilidade.

(conclui na pág. 6)

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Em determinada freguesia rezou-semuito pelas vocações sacerdotais, numa«Semana Vocacional». Talvez se tenhamesquecido as indispensáveis vocações doscristãos para o serviço da pastoral nasfamílias e nas comunidades. Mais do quechorar pela falta de vocações sacerdotais, énecessário interpretar e responder aosdesafios do nosso tempo.

É preciso continuar a desclericalizar aIgreja, para se corrigir a tendência do pas-sado em que todos os ministérios pastoraisapenas se atribuíam aos sacerdotes. Nãoera assim no tempo dos primeiros cristãos.Às vezes a actuação da hierarquia parecetransformar a Igreja numa repartição públi-ca, onde as pessoas, do lado de fora dobalcão, esperam pelo «despacho» do funci-onário, se e quando ele se dispuser a isso!...

A falta de sacerdotes veio repor os fiéisnos campos da pastoral, de onde nuncadeviam ter sido retirados. Foi um grandeerro da história da Igreja! E o mesmo errose repete quando não se aproveitam tantosque sabem e podiam servir, mas que semarginalizam com desajustadas leis!...

Se não me chamassem herege, eu diriaque a falta de sacerdotes foi uma benção doEspírito Santo!... Certamente um sinal daSua presença na Igreja, que todos deviamcompreender!...

É verdade que Jesus disse: «A seara égrande, mas os trabalhadores são poucos.Pedi ao senhor da seara que mande traba-lhadores para a sua vinha» (Mt 9,37-38).Mas este apelo é dirigido a todos os seusdiscípulos, sejam ou não ordenados. Atéporque Cristo nunca ordenou nenhum sacer-dote!...

Jesus visionava, no seu horizonte, todaa Igreja, todos os baptizados. O sacerdócioministerial é, ou deve ser, indispensável

para a salvaguarda e integridade da mensa-gem evangélica. Mas quem tem de cons-truir a Igreja são todos os que, pelo baptis-mo, participam no sacerdócio real deCristo. Faltam sacerdotes? E o menos. Afalta de cristãos na pastoral é que é o maisgrave!...

A Igreja é um Corpo, do qual todos osbaptizados são igualmente membros. Ecada um tem de colaborar na manutençãoda vida desse Corpo.

Por outro lado é preciso conhecer osentido e o alcance da oração. Pelo quegeralmente se observa, fica-se com a erra-da impressão de que Deus se mantém tãoalheio aos nossos problemas, que é preciso«sacudi-lO», para que Ele «acorde»!... Istoé um erro que não se compadece com amisericórdia e solicitude de Deus! Elesempre nos procura, mesmo que O esque-çamos! Foi Santo Agostinho que confes-sou: «Senhor, eu não Te teria encontradose primeiro não me tivesses procurado».

Então para que se reza?!... Olhai: umdia o P. Paulo Guerra escreveu, no seu belolivro «Celebrar a Festa», que «a nossaoração não move o coração de Deus paradar, mas dispõe o nosso para receber». Oproblema está aqui. O que é preciso éestarmos atentos e abertos ao Espírito deDeus, e deixá-lO entrar na nossa vida...

A oração é para mover e sensibilizar,mais a nós do que a Deus. É preciso acei-tar os Seus convites e transformar os nos-sos comportamentos. Quando Cristo nosensinou o «Pai Nosso», pôs em primeirolugar o homem a louvar a Deus na

vivência do seu Reino no mundo, e sódepois a petição do «pão de cada dia»para que se possa viver num compromissocom os outros igual ao que desejamos paranós: «assim como nós perdoamos...». Deuse os homem num mesmo abraço!...

A Cruz é o sinal do cristão. E ela tem adimensão vertical que liga o homem aDeus, mas ficaria incompleta sem a dimen-são horizontal que nos liga uns aos outros.Sem qualquer destes braços não há Cruz,nem sinal do cristão...

A oração, mesmo feita individualmen-te, nunca é um acto privado. Temos de terpresentes todas as necessidades dos outros,porque nenhum de nós é ilha isolada nomundo. De outra maneira a oração não écomunhão com Deus nem com os irmãos.Não há oração sem comunhão!

Se a oração se reduzisse a petições,não passaríamos de pedintes. E Deus nãonos quis fazer pedintes. Nem Ele é sádico,nem nós masoquistas!...

A oração é muito mais um diálogo-comunhão com Deus, uma acção de graçaspor tudo quanto d’Ele recebemos. Daí quenos choca quando alguém diz querer «sal-var a sua alma». Acho que salvaremos anossa só na medida em que ajudarmos osoutros a salvar a sua... Se somos membrosdo Corpo Místico de Cristo, não podemosimaginar que um qualquer membro apenasse ajude a si mesmo! A Natureza nos ensi-na isso!...

Se nas nossas comunidades se viver

VOCACÕES A MENOS...ERROS A MAIS!...

OPINIÃO EM PRIMEIRA PESSOA

(conclui na pág. 6)

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uma fé operativa, com impacto construtivona vida individual e colectiva, as famílias ea sociedade se transformarão, abrindo-seàs inspirações do Espírito Santo que sem-pre sopra «como, quando e onde quer». Oque é preciso é que as preocupações disci-plinares, às vezes farisaicas, não impeçama acção do Espírito de Deus!

E então não hão-de faltar vocações atodos os níveis. Sim, porque é precisadisponibilidade nos indivíduos, nas famílias

Rezar, sim!... Não para «acordar»Deus, mas para abrir o nosso coração à luzdo Espírito Santo e deixá-la entrar livre-mente. Porque a luz pode chegar aos luga-res mais escuros, mas nunca entra numacasa com as portas e as janelas fechadas.Então, que a Igreja abra todas as portas etodas as janelas e, sem ser do mundo, queviva no mundo real, a cada momento!...

Manuel Paiva

e na comunidade, sem barreiras egoístas eindividualistas. Isto para todas as voca-ções!.. Mas a Igreja tem de aprender afalar de Deus ao mundo, e do mundo aDeus!

Deus não força ninguém, mas apontaos Seus caminhos e impele-nos suavemen-te a segui-los. A nossa oração não pode seruma interesseira pedinchice de braçoscaídos, mas uma entrega de braços aber-tos para Deus e para os outros!

VOCACÕES A MENOS... ERROS A MAIS!... (conclusão da pág. 5)

PAGAMENTO DE QUOTAS

Recordamos a todos os sócios do Fraternitas a necessidade (ejustiça!) do pagamento atempado das respectivas quotas.Há despesas todos os meses que são apenas cobertas pelasnosssa quotas, nosso contributo para o Movimento e suasactividades.Supérfluo se torna recordar que os casos especiais, como tal,são devidamente considerados pela Direcção e Tesouraria.Mas, se o teu caso for apenas de esquecimento...

Um outro ponto seria que todo o homemtem direito à verdade e à lealdade. Ora,muitas vezes a hierarquia é acusada dementir. No que concerne à igualdade dedireitos e de participação, deve dizer--se que, hoje em dia, nenhuma institui-ção é acusada de menosprezar a digni-

dade e a igualdade de direitos da mu-lher como a Igreja católica. Desde aquestão da contracepção, passando pelaquestão do aborto até à questão do celi-bato e da ordenação das mulheres – portoda a parte as mulheres sofrem sob leisrigoristas, moralizantes. Até nisto es-tas normas éticas gerais representam na-

turalmente também um repto às Igre-jas.KI - É frequente afirmar-se erradamen-te que o ethos mundial, que preconiza,deveria substituir-se às religiões. Seráque um ethos desta natureza se poderealmente compatibilizar com religiõestão fundamentalmente diferentes como,p.ex., islamismo e budismo?K - É sempre um pouco difícil impor--se à ignorância. Quem afirma que aideia do ethos mundial reduz a religiãoao ethos, ou que o ethos mundial ambi-ciona ser uma religião de unidade, re-conhece-se simplesmente como igno-rante. Deveria talvez começar por ler aDeclaração do Parlamento das Religi-ões Mundiais, que também é a razãode ser desta exposição. Sobre a ques-tão de se o ethos se compatibiliza comreligiões diferentes, deve dizer-se que éum facto que também no canon budistaaparecem normas semelhantes às doDecálogo da Bíblia hebraica ou do NovoTestamento. Em todas as culturas estasregras são muito pouco vividas, o que éválido para o cristianismo tal como parao espaço budista. Portanto, isso não éargumento contra o ethos, pelo contrá-rio, é um argumento a favor. Como se-ria o mundo se nós não tivéssemos osdez mandamentos? Gostaríamos quedesta exposição resultasse claro quepara cristãos e muçulmanos, paracroatas e sérvios, para crentes e nãocrentes, para cristãos democratas e so-cialistas, há algumas regras que lhes sãocomuns, as quais também podem cons-tituir uma base para a convivência.

Novos Sócios do FATERNITAS

Admitidos na Reunião de Direcção de 14 de Dezembro de 2002

Nº 92 - AUGUSTO DE CAMPOS OLIVEIRA e MARIA EMÍLIA ALVES MOREIRA

DE CAMPOS

Rua António Nobre, 2294470-140 MAIA

Nº 93 - MÁRIO AUGUSTO SAMPAIO NUNES FERREIRA e FERNANDA MARIA

MARTINS SILVA

Rua Estrada Velha, 910 - R/c Esqº Norte4480-107 ÁRVORE (Vila do Conde)

Nº 94 - MANUEL BAPTISTA DA SILVA e ANA VAZ TEIXEIRA BAPTISTA DA

SILVA

Rua do Barreiro, 3294450-292 JUNQUEIRA (Vila do Conde)

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(conclusão da pág. 4)

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Caríssimos Amigos e Colegas no Sacerdócio e no Fra-ternitas:

Em primeiro lugar, venho felicitar-vos. Pois foi comgrande alegrai e admiração ver que o nosso boletimEspiral veio mais “crescido”, já com 8 páginas, muitoprofundo, eclesial (de/da Igreja), muito bem orientado,paginado e ilustrado com abundantes fotos a cores. Láreconheci alguns dos fundadores (entre eles o Simão,bom Presidente, e esposa, Tuna, Alípio, Serafim eFaustino, meus co-diocesanos), outros e, com muitaalegria, muitas caras novas (e bonitas...), além de ou-tros, dos primeiros, cujos nomes me não recordo demomento.

Apreciei, especialmente, o sempre artigo de fundodo Simão, Presidente: é frontal, directo e, ao mesmotempo, diplomata. É interessantíssimo o jogo doutrinalque faz com a Joana, ainda criança alegre, e o nossoMovimento Fraternitas.

Igualmente apreciei muito o “Falemos Claro” do ZéSampaio, que me parece mais radical, no bom sentido,positivo, sobretudo ao comparar, “mutatis mutandis”,os talibans muçulmanos com os talibans da “minha Igre-ja” — como diz.

Idem, o “Partilhar com os Amigos” do Abílio Antu-nes, sobretudo ao relembrar os briosos e destemidosHumanistas, defensores dos Direitos Humanos, comoDalai Lama, Gahdhi, Luther King e outros.

C a r t a s . . .1

Cumpre à gratidão do peregrino não esquecer nun-ca a fonte que o dessedentou, a palmeira que lhe deufrescura e sombra, o oásis que lhe rasgou um horizonteà esperança.

Impedido por doença de estar presente no IV CursoBíblico que o Movimento Fraternitas realizou em Fátimade 7 a 10 de Junho de 2002, superiormente orientadopelo Dr. Artur Cunha de O1iveira, venho, muito sensi-bilizado, agradecer a todos quantos naquele encontrose lembraram de mim, recomendando-me nas suas ora-ções.

Felicitando o Movimento Fraternitas, patenteio o meureconhecimento, e, pelas informações que até mim che-garam, saúdo Artur Cunha de Oliveira pela maneirasábia e prática como abordou o tema, “Os Evangelhosda Infância de Jesus”, dando, assim facilidade a todosos participantes de compreender mais uma vez, a ri-

O MEU RECONHECIMENTO

Idem, a celebração das bodas de prata , “pratea-das” pelos próprios filhos, familiares e vós todos, preci-samente onde tinham celebrado o seu matrimónio, emFátima.

“Caridade sobre Caridade” é como classifico o gestocristão e altruísta da Direcção, e o agradecimento sem-pre humano e cristão do Domingos Moreira e sua es-posa, Celeste, ao verem-se acarinhados, oportuna ejustamente, quando a cruz lhes bateu à porta e os as-sombrou.

Não posso, justamente, deixar de referir os 8 pon-tos do Sr. Pe. Manuel Morujão, S.J., orientador do IXEncontro Nacional. Creio que fez a síntese do que dis-se e foi ainda mais além, maravilhado com os testemu-nhos, sempre belíssimos e extraordinários que ouviu , esobre os quais reflectiu, a posteriori, deslumbrado!

Nas “Conclusões” imperou o optimismo cristão esacerdotal.

Parabéns aos artigos e aos novos Corpos Gerentes.Gostaria que estas minhas impressões fossem

publicadas no próximo número do Espiral, por dois mo-tivos: para vos dizer que estamos sempre convosco,embora não com a presença física, devido ao“Alzheimer” de minha querida esposa; e para vos agra-decer os belos postais por vós carinhosamente assina-dos,

Silva Pinto

queza espiritual contida no livro Sagrado — a Bíblia.Recordo, neste momento estelar da minha vida, osalmista (in Sl 133 e 134):«Vejam como é bom e agradável viverem unidos os que

se sentem irmãos!»É como a unção perfumada na cabeça do sacerdote

Aarão que escorre pela barba até às vestes;é como o orvalho do monte Hermon que escorre sobre

os montes de Sião.É ali que o Senhor dá a sua bênção de vida Eterna.Vamos, servos do Senhor, todos bendizer o Senhor, vós

todos que estais no Seu santuário.Elevai as vossas mãos em oração e louvai o Senhor!...Ele que fez o céu e a terra!...”

Muito reconhecido,Henrique Mª dos Santos

Évora,12 de Julho de 2002

Embora com algum atraso, prendendo-se também comalguma “falta de espaço”, não quisemos deixar de publicarestas duas cartas de dois consócios que tanto prezamos.As nossas desculpas aos autores e... aos leitores!

Page 8: Espiral 10

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boletim daassociação fraternitas movimento fraternitas movimento

Responsável: Alberto Osório de Castro

Nº 10 - Janº/Março de 2003

Dia 16 de Novembro de 2002.A chuva caía aos solavancos, mas impiedosamente. O

frio anestesiava a ponta do nariz! E a «Casa da Legião deMaria», da Apúlia, não aparecia diante de alguns que a de-mandavam! Não havia sinais dela! Nada na porta da entra-da! Quem andou de canto em esquina à sua procura, encos-tou o ouvido a uma porta, talvez dela, e ouviu, lá muito den-tro, francas gargalhadas e vozes a falar com entusiasmo. «Éaqui! Tanta alegria só pode ser o sinal de membros da«Fraternitas» — pensou-se.

E era! Os que andaram perdidos entraram, encolhidosde frio. Mas logo se aqueceram com a recepção tão típicaque tiveram, com o aperto dos abraços e com a música dosbeijos de uma fraternal e sincera amizade! O calor das al-mas é sempre excepcional e contagiante entre os membrosda «Fraternitas»!

E veio a primeira reunião. Eram Padres casados e Espo-sas, e por isso já habituados ao trabalho e à disciplina. Comohavia alguns novos membros entrados neste Movimento,cada um dos presentes fez a sua apresentação.

Depois foi a conversa sobre o tema «’Que fazeis vós deextraordinário’ (Mt 5,47) — QUE FAZ A IGREJA QUE OS OU-TROS NÃO FAZEM?» O Salomão Morgado apresentou o seutestemunho pessoal, por ser avesso a exposições temáticasmais ou menos teóricas.

Ele fez-nos voar pelo seu passado, mergulhou-nos nasfrustrações e triunfos de quem procura viver um ideal, fez--nos viver os encontros e desencontros da sua vida de pere-grino da felicidade. Tanto quanto é possível às contingênci-as humanas, ele encontrou-a no Movimento «Fraternitas».É aqui onde realmente se vive a fraternidade que une osperegrinos dos mesmos caminhos, abraçados na comunhãoque, um dia, Cristo veio ensinar aos homens de boa vonta-de. Se Saint-Exupéry pudesse hoje falar, diria que amar nãoconsiste em olhar uns para os outros, mas caminhar unidos

na mesma direcção.Seguiram-se as ressonâncias ao testemunho do Salomão.

Almas que se abriram ao carinho de todos, porque todoseram a mesma família! Foram pedaços de vida fraternal-mente repartidos! E com o doce sabor de pão! Compreen-demos os homens porque descobrimos Deus!

Só quem está dentro deste Movimento da «Fraternitas»e tem a ventura de tomar parte nos encontros com os cole-gas, é que pode sentir quanto amor, quanta doação e quantaentrega mútua se pode viver na terra à sombra de um mes-mo ideal! Isto até explica porque é que um sócio, vindo delonge, não quis faltar à reunião, mesmo de cadeira de ro-das! Isto também explica porque é que, depois de cada reu-nião, seja regional ou nacional, cada um de nós se sente tãorejuvenescido e com uma visão tão diferente da vida!...

Às 13 horas foi o almoço-convívio. E que convívio!...Alguns sócios até se levantavam da mesa para andar a dis-tribuir sorrisos e entusiasmo pelas outras mesas!...

Às 17:30 foi o remate num profundo e bem vivido mo-mento de oração com a Eucaristia. Aqui foi a hora da con-templação, que é amor que se vive, para que a nossa acçãoseja amor que se dá. Lembro-me do aviso do poeta Auden:«Nós temos de amar uns aos outros ou morrer».

O presidente da assembleia era um sacerdote, já entra-do na idade, mas sempre com um sorriso a escapar-se-lhedos pequenos olhos pelas grossas lentes dos óculos! Tam-bém ele foi envolvido por aquele ambiente de fraternal uniãoe alegria que dominava toda a assembleia. E manifestou oseu contentamento por ter podido viver esses momentosjunto de nós. Comungou vida connosco, e todos, nós e ele,com Cristo vivo! Ali se viveu o abraço sacerdotal em todasas suas dimensões, mesmo na dispensada do ministério eque, até hoje, ainda não foi justificada...

Encontros destes precisam-se!... E aqueles, que ain-da não experimentaram, que se juntem a nós! E a vida

lhes sorrirá de outra forma!... «Oh!Como é bom estarmos aqui! . . .»(Mc. 9,5)

Manuel Paiva

ENCONTRO REGIONAL DENCONTRO REGIONAL D OO «FRATERNITAS» «FRATERNITAS»NO LITORAL - NORTENO LITORAL - NORTE

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