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espiral Nº 11 - Abril / Junho de 2003 boletim da associação FRATERNITAS FRATERNITAS FRATERNITAS FRATERNITAS FRATERNITAS MOVIMENTO MOVIMENTO MOVIMENTO MOVIMENTO MOVIMENTO X Encontro Nacional da Associação Fraterni- tas Movimento foi mais um passo importante na nossa caminhada como Associação. Sobre o tema “Nova Evangelização, Novos Caminhos da Igreja” ouvimos o Senhor D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, e Frei Bento Domingues, OP. Faz sempre bem ouvir o que têm para nos dizer os especialistas que reflectem sobre estes temas. Disseram que tudo no mundo evolui, até mesmo a estrutura ecle- siástica. Só que, nesta, a tendência não é para evoluir nem para trilhar caminhos não andados. Como se ela estivesse sempre certa, nunca cometesse erros. Como se as concepções do mundo e das coisas, e também das pessoas, estivessem fixas, imutáveis. Como se a verda- de toda, universal, estivesse ali clara e distinta, com- preensível a todos, abrangendo todos os sectores da vida humana, com respostas bastantes e adequadas para to- das as interrogações, angústias, necessidades, proble- mas, aspirações. Em suma, um sistema completo, per- feito. Mas foi-nos dito lá: “O mundo da Igreja tradicional acabou. Até o mundo da nossa infância já não existe”. Então a primeira coisa que há a fazer agora é escutar a realidade social em que a gente vive. E, quando se trata de perceber qual o sentido da caminhada a cumprir, é preciso ter sempre presente que o Senhor Jesus é o mais novo de todos nós. Ele é a vanguarda. Importa, por isso, procurar saber o que Jesus fez e ensinou, a maneira como actuou, com quem se entendia, como os discípulos fo- ram apreendendo a sua mensagem através do que fazia e dizia, pelo modo como abordava as pessoas e as aco- lhia e como, após a ressurreição, essa mensagem era transmitida. “Cada coisa nova deve encarar-se com es- pírito de acolhimento, mas também com a consciência de que isso é o que se pode arranjar”. Há muito mais para além disso. Uma vez institucionalizada, a Igreja organizou-se HOJE E AMANHÃ HOJE E AMANHÃ HOJE E AMANHÃ HOJE E AMANHÃ HOJE E AMANHÃ Sumário: Ecos de... Lisboa 3 X Encontro Nacional 4 / 5 Cartas 7 Novos Sócios da FRATERNITAS 7 Conclusões do X Encontro da FRATERNITAS 8 O (continua na pág. 2) Rostos da Fraternitas: o futuro já chegou...

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espiralNº 11 - Abril / Junho de 2003

boletim da associação F R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A SF R A T E R N I T A S M O V I M E N T OM O V I M E N T OM O V I M E N T OM O V I M E N T OM O V I M E N T O

X Encontro Nacional da Associação Fraterni-tas Movimento foi mais um passo importantena nossa caminhada como Associação. Sobre o

tema “Nova Evangelização, Novos Caminhos daIgreja” ouvimos o Senhor D. Albino Cleto, Bispo deCoimbra, e Frei Bento Domingues, OP.

Faz sempre bem ouvir o que têm para nos dizer osespecialistas que reflectem sobre estes temas. Disseramque tudo no mundo evolui, até mesmo a estrutura ecle-siástica. Só que, nesta, a tendência não é para evoluirnem para trilhar caminhos não andados. Como se elaestivesse sempre certa, nunca cometesse erros. Comose as concepções do mundo e das coisas, e também daspessoas, estivessem fixas, imutáveis. Como se a verda-de toda, universal, estivesse ali clara e distinta, com-preensível a todos, abrangendo todos os sectores da vidahumana, com respostas bastantes e adequadas para to-das as interrogações, angústias, necessidades, proble-mas, aspirações. Em suma, um sistema completo, per-feito.

Mas foi-nos dito lá: “O mundo da Igreja tradicionalacabou. Até o mundo da nossa infância já não existe”.Então a primeira coisa que há a fazer agora é escutar arealidade social em que a gente vive. E, quando se tratade perceber qual o sentido da caminhada a cumprir, épreciso ter sempre presente que o Senhor Jesus é o maisnovo de todos nós. Ele é a vanguarda. Importa, por isso,procurar saber o que Jesus fez e ensinou, a maneira comoactuou, com quem se entendia, como os discípulos fo-ram apreendendo a sua mensagem através do que faziae dizia, pelo modo como abordava as pessoas e as aco-lhia e como, após a ressurreição, essa mensagem eratransmitida. “Cada coisa nova deve encarar-se com es-

pírito de acolhimento, mas também com a consciênciade que isso é o que se pode arranjar”. Há muito maispara além disso.

Uma vez institucionalizada, a Igreja organizou-se

H O J E E A M A N H ÃH O J E E A M A N H ÃH O J E E A M A N H ÃH O J E E A M A N H ÃH O J E E A M A N H Ã

Sumário:

Ecos de... Lisboa 3

X Encontro Nacional 4 / 5

Cartas 7

Novos Sócios da FRATERNITAS 7

Conclusões do X Encontro da FRATERNITAS 8

O

(continua na pág. 2)

Rostos da Fraternitas: o futuro já chegou...

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em unidades pastorais chamadasparóquias. Esta milenar organizaçãoda Igreja em paróquias está profun-damente enraizada na tradição cris-tã. Paroquianos eram os que viviamnuma determinada circunscriçãoparoquial sob a responsabilidadedum pároco. Era na paróquia que sedesenrolava a vida cristã das pesso-as desde o nascimento até à morte.

A realidade moderna subverteuesta organização, por duas ordens derazões.

Em primeiro lugar, porque já nãohá padres em número suficiente parao provimento das paróquias. Em se-gundo lugar, porque as pessoas têma possibilidade de participar nas ce-lebrações eucarísticas em qualquerigreja ou capela, ou noutro local ouambiente humano onde se sintambem. Mercê das grandes facilidadesde transporte, criam-se grupos devivência e celebração da fé tendo porbase, não já o território, mas as afi-nidades pessoais. Hoje-em-dia jánão temos só “paroquianos”, temostambém “parqueanos”, ou seja,aqueles que se deslocam ao encon-tro dum líder e de pessoas com asmesmas afinidades mútuas. Mas nãodeixa de ser uma pena que se tenhadeixado perder uma instituição pa-roquial de tão grande tradição e ta-manha riqueza humana e social.

urante a Assembleia Geralda nossa Associação surgi-ram várias ideias quer no

sentido de a Fraternitas entrar emcontacto com organizações congé-neres doutros países, trocando ex-periências, quer para se escrever ahistória da nossa Associação, decomo surgiu e cresceu.

Já depois da nossa AssembleiaGeral vim a descobrir na Internet asconclusões duma reunião homóloga,realizada na data de 18-20 Outubro

2002, da Associação Alemã dosPadres católicos casados e suas Es-posas (VKPF), por onde se vê queesta associação decidiu reforçar adivulgação das suas actividades,aumentar o serviço de consultadoria,valorizar a cooperação com outrosgrupos eclesiais de base e criar o ar-quivo da VKPF.

Noutro documento o actual pre-sidente, Ernst Sillmann, questiona asvantagens de a VKPF se associar aoutros movimentos reformadores debase (p. ex., Nós Somos Igreja, Ini-ciativa Igreja de Base, etc.) e chegaà conclusão de que a VKPF, tendodefinido como meta a abolição da leido celibato obrigatório, corre o ris-co de ficar isolada na sua reivindi-cação, já que, para os outros movi-mentos reformadores, a discussão docelibato é uma questão ultrapassa-da. Há temas muito mais importan-tes que preocupam esses movimen-tos. Mas a consequência disso é queas propostas de reforma por que sebatem e a realidade eclesial se estãoa afastar cada vez mais, resultandodaí, por um lado, que a autoridadeeclesiástica recusa o diálogo e, poroutro, que os movimentos acabampor se resignar.

É neste contexto que ErnstSillmann faz realçar a força e a fra-queza da VKPF no círculo dos ou-tros movimentos de reforma da Igre-ja:

“A nossa força está em que nós,por experiência própria, designamosa injustiça concreta pelo nome eapresentamos sugestões concretaspara remediar essa injustiça.

Enquanto a Igreja persistir emmanter a actual lei do celibato, ha-verá sempre gente — homens, mu-lheres e crianças — que sofre porcausa dela e não se resignará.

Ao contrário, a fraqueza daVKPF está no facto de o círculo dasvítimas directas dessa lei ser relati-

vamente restrito. Mesmo os padresno activo que transgridem a lei docelibato, fazem-no de forma a evi-tar a luz da publicidade por medodas sanções eclesiásticas. Então co-lhe-se a impressão de se tratar de umproblema clerical marginal, desinte-ressante para quem está de fora. Naverdade, é muito mais gratificanteter como alvo a visão duma Igrejarenovada, do que estar sempre a es-tigmatizar injustiças concretas quenão atingem a grande maioria dosmembros da Igreja. Eu não auguroum futuro esplendoroso a uma Igre-ja que no presente não escuta os pro-testos contra as injustiças, ainda quetais protestos não tenham perspecti-vas de êxito”.

agora, também da Internet,uma citação da alocução dedespedida dum padre ame-

ricano, o pároco da Igreja de Todos--os-Santos, dos seus paroquianos,porque se ia casar. Dizia a dado pas-so: “Esta decisão é ainda mais difí-cil porque no mais íntimo do meucoração eu sinto que tenho vocaçãopara o sacerdócio ordenado da Igre-ja Católica romana. Amo o sacer-dócio. Amo o ministério. Amo a pas-toral. Não amo o celibato. Porquehoje estão ligados, não posso conti-nuar. Disse-me um amigo meu:‘Agora entendes o que significa sermulher na Igreja de hoje’. Talvezseja isso. É terrivelmente penoso.Por isso me preocupa o futuro daIgreja. As nossas comunidades pa-roquiais estão colocadas em situa-ções delicadas. Continuamos a pôro celibato acima das ordens sacras,a abstinência sexual acima da parti-cipação eucarística. Subvertemos asnossas prioridades.”

Aveiro, 2003-05-24João Simão

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(continuação da pág. 1)

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Realizou-se na Casa de Retiros daBuraca, em Benfica, o IV EncontroRegional de Lisboa da Fraternitas,presidido pelo Senhor Cardeal Patri-arca, em que estiveram presentes 32participantes, 4 dos quais pela pri-meira vez.

Confirma-se, assim, a ideia dequanto os Encontros Regionais sãoúteis para tornar mais conhecido oMovimento e afastar de algumas“mentes” a ideia de que a Fraternitasé uma Associação de “saudosistas”.Aqueles que têm coragem para ven-cer estas ideias preconcebidas — efalsíssimas, como, depois, confir-mam, “com saber de experiência fei-to”, como diria o nosso Épico — vêm,sentem-se bem e felizes no meio deirmãos e amigos, unidos pelo mes-mo Ideal.

Vale a pena o esforço dispendidopelos grupos de cada Região para queos Encontros Regionais se intensifi-quem.

Mas, feito este pequeno exórdio,vamos à crónica do Encontro.

Todos aguardámos, no átrio, achegada do Senhor Patriarca que, decara sorridente, a todos cumprimen-tou, infundindo-nos a convicção quetínhamos no meio de nós Alguém quenos conhecia bem como bem conhe-cia o nosso Movimento.

Dirigimo-nos para a sala onde iadecorrer o Encontro, tendo o CarlosLeonel aberto a sessão com palavrasde saudação ao Senhor Patriarca e,começando por lhe agradecer a suapresença neste Encontro, sublinhoueste gesto, “não isolado na sua acti-vidade pastoral, mas antes ligado àcoragem que teve de possuir para re-solver a situação injusta do Pe. Feli-cidade bem assim como o caso donosso associado Abílio Tavares Car-doso e... outros...”

Falou, em seguida, da finalidadedos Encontros Regionais, que é pro-curar dar a conhecer os verdadeirosobjectivos e actividades da Fraterni-tas, esclarecer dúvidas e corrigir er-ros ou falsas notícias...” E apontoucasos concretos de falsidades e men-tiras, como o artigo inserido no jor-nal diocesano, Badaladas, da paró-quia de Torres Vedras.

Não é possível ignorar a incon-gruência teológica da ligação do ce-libato ao Sacramento da Ordem...”

Sobre a nossa disponibilidade,disse que “não somos obrigados a serfuncionários do sagrado, mas esco-lhemos alguns caminhos para servira Igreja...”

Quanto à nossa imagem de padrescasados, lembrou que “o sacerdote ca-sado não é uma nódoa na Igreja, masalguém que tomou uma decisão euma posição por coerência e hones-tidade...”

Recordou ainda que “o papel dasnossas esposas é fundamental na nos-sa aprendizagem de homens casadose a sua posição de mulheres casadascom um padre nem sempre é fácil...”E mais adiante, afirmou: “Na nossareflexão, temos verificado que a His-tória é um processo de mudança e nóssomos também actores da mudançae fazemos parte da geração que abreas portas do futuro.

A Igreja precisa de repensar a mo-tivação religiosa e evangélica do ce-libato...”

E depois de recordar que no dia11 p.p. se celebrara o quadragésimoaniversário da abertura do ConcílioVaticano II, lembrou as palavras deMaria de Lurdes Pintasilgo à T.S.F.e do Doutor Carlos Azevedo na Uni-versidade Católica. A primeira afir-mara que “o Concílio não nasceu dozero. Nasceu da reflexão de muitos

teólogos e cristãos...”, enquanto oProfessor Carlos Azevedo, Vice-Rei-tor da Universidade Católica do Por-to, afirmara: “Não há dúvida que oConcílio provocou uma mudança fun-damental na Igreja. Mas, após umafase de exaltação, veio um momentode decepção, ao descobrir o peso dainércia da Instituição, com resistên-cia à mudança...”

Ao terminar a saudação ao Se-nhor Patriarca, o Carlos Leonel afir-mou: “Senhor Patriarca, alguns denós atravessaram vales tenebrosos,caminhos de humilhação, de vergo-nha, de abandono, de esquecimento...Alguns vacilaram! Vacilaram na Fé,uns, e outros vacilaram na confiançana Igreja.

Mas nós estamos aqui! Estamosaqui para dizer que estamos vivos,que somos felizes ao lado das nossasesposas, dos nossos filhos e alguns jájunto dos netos.

Estamos aqui para dar testemu-nho da nossa vida familiar, da pazinterior que sentimos, do esforço quefazemos para sermos fiéis à Mensa-gem do Evangelho...”

Terminadas que foram as palavrasdo Carlos Leonel, iniciaram-se os tes-temunhos dos participantes, come-çando o Pacheco de Andrade por nosconfessar quanto tinha gostado doúltimo Curso Bíblico orientado peloArtur Oliveira, sobre os “Evange-lhos da Infância”. “Foi com certa des-confiança, disse, que aceitei o convi-te para participar nesse Curso, poispensei que ia encontrar um grupo decolegas cheios de frustrações e, comgrande surpresa minha, encontrei umambiente normalíssimo, alegre, sin-cero e pleno de altruísmo, com gran-de maturidade e frescura.”

Seguiu-se a Maria Cristina Fer-reira da Silva para nos tornar cientesde quanto se sentia feliz por Deus lheter dado a graça de a unir a um ho-

. . . L i sboa

e c o s d e . . .

(continua nas págs. 6 e 7)

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Na Casa de Nossa Senhora dasDores, em Fátima, realizou-se de 24a 27 de Abril, o X EncontroNacional da Associação Fraternitas/Movimento. O X Encontro Nacionalem apenas 7 anos, além de 17Encontros Regionais em diversospontos do país e 5 Cursos Bíblicos.Quem diria?!

Não há duvida nenhuma de quehoje a FRATERNITAS é, além desólida associação, um autênticomovimento. Mas, movimento emque sentido? Apenas num só sentido— o vertical; no sentido de ser maise serem melhores. Ser mais, comoassociação, na fidelidade à Fé Cristã.Serem melhores os seus membros,no conhecimento, na vivência, notestemunho e no serviço quotidianoe circunstancial dessa mesma Fé,não fossem eles sacerdotes dispen-sados do ministério, casados ou não.E temo-lo visto: na vida e na morte;na saúde e na doença; na alegria ena tristeza; no prazer e na dor; nacompanhia e na solidão; no trabalhoe na aposentação. Sempre. E nasmais diversas circunstâncias. Naverdade, algo de novo se passa en-tre nós.

Com efeito, de cada vez que nosjuntamos para um Encontro, umRetiro, um Curso ou apenas umaestatutária e supostamente anódinaAssembleia Geral, mais se repercuteno ambiente e na circunstância a vozquente e exultante do salmista: Eccequam bonum et quam iucundumhabitare fratres in unum! (Para osque continuam aborrecendo o latimjeronimiano da Vulgata, aqui vai oportuguês da Liturgia das Horas:“Oh! Como é bom e agradável

viverem os irmão em harmonia!” —Sl. 132,1). E assim é. O que aFRATERNITAS pretende comquanto programa e realiza é a vidaem harmonia. E porque em harmo-nia, já não surpreende a alegria ex-plosiva de voltarmos a ter connoscoo Domingos Moreira e a sua MariaCeleste, nem a mais suave de go-zarmos com ver, a par dos frescos85 anos do Manuel Ferreira da Silva,o rebentar da vida naquela mãocheia de crianças e até de bebés. Éverdade: a família da FRATER-NITAS contou desta vez — e quebom que isso foi! — com a presençada Ana Helena que já disse “Pala-vra do Senhor” a uma leitura da Eu-caristia, como com a do Filipe quese faz a isso, da já habitual (e diriamesmo: indispensável?) Joana, da doDavid que ainda não sabe bem queestá no Mundo, o que sucede igual-mente ao Samuel, e das do Daniel edo Guilherme. Enfim, é mesmo aVida, o mistério da Vida, aquela quemais facilmente nos leva ao Mistériode Deus.

Sob o signo de “Nova Evan-gelização. Novos Caminhos daIgreja”, o X Encontro Nacional

abriu por mão de D. Albino Cleto,bispo de Coimbra, que conduzindo--nos com segurança através das di-versas formas por que se fez evan-gelização no decurso destes doismilénios de Cristianismo, nos levoua concluir não podermos continuaranunciando um Deus–bombeiro, umDeus que é remédio para tudo. E jáque uma das maiores carências doMundo de hoje é a da relação, a determos com quem nos relacionar, nosabrir, com quem partilhar, há que fa-zer da relação um núcleo central daNova Evangelização. Daí a neces-sidade de um culto diferente deDeus, de nova linguagem, de outrasexperiências de Igreja. Quiçá, deinventarmos uma outra liturgiaeuropeia.

A tarde do primeiro dia do En-contro foi preenchida pela realizaçãoestatutária da Assembleia Geral daFRATERNITAS. Apreciados oRelatório de Actividades de 2002-2003 e as Contas da Gerência de2002, foram os mesmos aprovadoscomo não podia deixar de ser, já que,entre nós, “não é o homem que foifeito para o sábado, mas o sábadopara o homem” (Mc. 2,27). Quer

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Frei Bento Domingues, orientando uma das reflexões.

Participantes no

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dizer: cumpre-se a letra dosEstatutos como quem serve porqueama, e não como quem serve, ou seserve, por outra qualquer razão.Acima da lei, a pessoa do outro!

Também foi apreciado e votadofavoravelmente o Plano de Ac-tividades para 2003-2004, o qualcontempla, já para 28 de Novembro/1 de Dezembro, um Curso deActualização Teológica sobre “OsNovíssimos”. O XI Encontro Na-cional está marcado para de 23 a 25de Abril de 2004, e intensificar-se--á a realização de EncontrosRegionais, inclusive nos Açores. OPlano de Actividades deposita igual-mente as maiores esperanças no bo-letim Espiral, que “pode ser uminstrumento importante, não só paradar a conhecer a FRATERNITAS,como também para nos ajudar areflectir sobre a problemática queenvolve a situação eclesial dos seusmembros, clarificando as razões daalteração de trajectória profissionale procurando a reconciliação de cada

um consigo mesmo. À luz do Evan-gelho, naturalmente.”

Por fim, foi rejeitada umaproposta de alteração aos Estatutos,a qual previa que o presidente dadirecção não podia ser reeleito parao mesmo cargo por mais de doismandatos sucessivos.

Esta parte do X Encontro Na-cional terminou com uma agradávelnotícia: a Antónia Sampaio Ferreira,Secretária da Direcção, anunciouque, a partir daquela data, existia naWeb uma página da FRATERNITAS,lá passando a vir tudo. Abram-na eleiam-na. Mais, dêem-na a ler. Oendereço electrónico é:www.geocities.com/fraternitasmovimento.

No sábado 26 tivemos odominicano frei Bento Dominguesque, repegando o tema de “NovaEvangelização, Novos Caminhosda Igreja”, andou connosco todo odia à procura do que possa, hoje emdia, ser novo na Evangelização. Istoporque, se a evangelização de Jesusde Nazaré trouxe ao Mundo de entãoalgo de novo (para ter sido “evan-gelização” deve ter trazido umanova boa), do mesmo passo a nossasó será evangelização se trouxer al-go de novo ao Mundo de hoje. Paratanto, há que indagar, em primeirolugar, se a Igreja atrai os jovens, poistrata-se de rejuvenescê-la. Emsegundo lugar, é preciso fazer dela(Igreja) uma instância de escuta aoMundo, de atenção à realidade, a fimde lhes poder levar depois algo denovo, no sentido de Boa-Nova.

Na verdade, o que Jesus de Na-zaré trouxe de novo ao Mundo foi arevelação de um Deus voltado parao ser humano (relação), de um Deus

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que é de todos e para todos os sereshumanos. Será isso que a Igreja eos cristãos de hoje anunciam? Ou,pelo contrário, a nossa maiorpreocupação (e ocupação) comocristãos é colocar Deus ao nossoserviço, é captar Deus para o nossolado?

Claro que uma Nova Evan-gelização deverá, em primeiro lugar,deixar Deus à vontade; como quelibertá-l’O — Spiritus ubi vultspirat (Jo. 3,8). Depois, perguntar:De que é que o Mundo e a Huma-nidade de hoje mais precisam? (Atal necessidade e até dever de escu-ta). Em seguida: Que é que Deus temde novo que deva ser anun-ciado? Eanunciá-lo. Possivelmente, usandouma nova linguagem que se traduzatanto em palavras como em obras.E nunca esquecendo: Ninguém deitavinho novo em odres velhos; se ofizer, o vinho romperá os odres eperde-se o vinho, tal como os odres.Mas, vinho novo em odres novos(Mc. 2,22).

O X Encontro Nacional fechoucom chave de ouro. Na manhã deDomingo 27, precedendo a Missa deEncerramento (uma autêntica Eu--Caris-tia), o Pacheco de Andradetraçou-nos — e ninguém melhor doque ele para no-lo fazer — umretrato da personalidade, dopensamento e da obra do que foibispo do Porto, D. António FerreiraGomes, um verdadeiro Sacerdote eProfeta. Só não foi rei porque, paratanto, teria de violar a própriaconsciência, violentando-se, o queD. António jamais faria. Umaperpétua e permanente lição paratodos nós!

A. & A.

X Encontro Nacional (na foto não couberam todos!...).

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mem que vive tão intensamente oamor de Deus e o amor aos homens,seus irmãos, com especial relevo,como não podia deixar de ser, aque-les que são mais irmãos, ela e os trêsfilhos que, por graça de Deus, procu-ram ser apóstolos no meio em quevivem. Assim, em vez de um, são cin-co a fazer apostolado e a viverem emIgreja.

O Abílio Cardoso tomou a pala-vra para nos dizer que “embora per-tença à Fraternitas, a sua assiduida-de às actividades tem sido pouca, poispensava que os objectivos desta se re-duzissem a fazer renascer a nostal-gia e o regresso ao passado... Feliz-mente que já pude sentir que é preci-samente o contrário e que, como pa-dres casados, temos um papel impor-tante a desempenhar na Igreja...”

A sua mulher, a Maria da Luz,“pegou” na palavra do Abílio e, comum misto de graça e de verdade, deu-nos conhecimento de que conhecerao Abílio não como padre, e muitomenos como ex-Reitor do Semináriodos Olivais, mas num convívio decolegas da escola onde ambos eramprofessores. Foi nesse convívio quea chefe da secretaria lhe falou dasmuitas qualidades do professor Abí-lio, pessoa muito inteligente e sem-pre disponível para aceitar todos ostrabalhos que mais ninguém queria.O único problema foi quando, já ena-morada do professor, confessou o seutic...tac... de coração à mãe e esta lhediz que o eleito do seu coração erapadre e que fora ele quem presidiraàs suas Bodas de Prata!...

Vem a seguir o Jana, no uso dapalavra, para nos relatar o seu per-curso até ingressar na Fraternitas e oque esta representa para ele: “[...] UmPolo que nos tem ajudado a actuali-zar a nossa formação e onde se viveum ambiente mais fraterno, de pro-funda amizade...”

Depois... depois... foi a onda!...

(continuação da pág. 3) Alguém que tinha dentro de si umvulcão em ebulição e que ainda nãoentrara em actividade, pois era a pri-meira vez que contactava com genteda Fraternitas, lança, em lavasincandescentes, o que lhe ia na alma.Estava ainda muito magoado, o nos-so Poço!... Esperamos em Deus quejá se encontre melhor, neste momen-to.

Porque se aproximava a hora daEucaristia e uma vez que o SenhorPatriarca, que presidia à mesma, nãodispunha de mais tempo, foram in-terrompidas as intervenções que con-tinuariam de tarde, após o almoço,tendo o Senhor Cardeal Patriarca en-cerrado a sessão da manhã com pa-lavras repassadas de amizade frater-nalmente sacerdotal.

Depois de saudar todos os presen-tes, uma vez mais, falou-nos da ale-gria que sentia por se encontrar nomeio de nós, elementos da Fraterni-tas, da aceitação que esta sempre ti-vera entre os elementos da Conferên-cia Episcopal, afirmando que “OsBispos achavam que a Fraternitaspoderia preencher uma lacuna exis-tente no seio da Igreja... Esta situa-ção de padres casados é nova, na Igre-ja, e devemos pensar que ela não es-tava preparada para a enfrentar. Te-mos de ser compreesivos para certademora de abertura da legislação daIgreja a este e outros problemas... Nãohá dúvida que o contributo da Fra-ternitas tem que ser assinalado noprocesso histórico da Igreja em Por-tugal... Estamos num período demudança... Estamos num período deantítese e não sabemos bem quandochegaremos à síntese... A Igreja temde ter a capacidade para aceitar apluralidade no seio da verdade e dasinceridade, como é o vosso caso...Como Movimento de Igreja, nuncadeveis desistir, mas antes procurarpossuir a virtude da Esperança...”

E terminou as suas palavras dePastor com um apelo: “Peço-vos queprocedais como o tendes feito até

aqui. Nunca vos transformeis em gru-po de pressão.”

A EucaristiaTerminados os trabalhos da ma-

nhã, dirigimo-nos à Capela para vi-vermos a Eucaristia sob a presidên-cia do Senhor Patriarca. Embora otempo não fosse muito para a prepa-ração dos cânticos, a Celebração foiviva e participada, tornando-se assimo centro do Encontro. E, alimenta-dos com o Pão do Espírito, fomos ali-mentar-nos com o outro pão.

Após o almoço, frugal, mas ale-gre e comunicativo, e depois de unsmomentos de convívio fraterno, vol-támos à sala para continuarmos avivência dos testemunhos.

Estes foram iniciados por um ca-sal novo, novo em idade e novo nosEncontros, pois era a primeira vezque tomava contacto connosco: oVicente e a Cidália, acompanhadosdo seu lindo pimpolho, o Samuel. ACidália começou por nos falar dasdificuldades de vária ordem por quetêm passado, a começar pela língua,dado que o Vicente não é português.Terminou o seu depoimento afirman-do que se sentiam felizes por teremparticipado neste Encontro.

Depois foi a vez do nosso Presi-dente tomar a palavra para recordara todos os presentes que um dos prin-cipais objectivos da Fraternitas é en-contrar um Ponto onde todos aquelesque iniciaram uma caminhada e de-pois mudaram de direcção se possamencontrar e sentir que todos fomoschamados por Deus à felicidade e quepodemos chegar a Ele por caminhosvários. “A Fraternitas apoia a mudan-ça assim como apoia o casamento.Este é uma opção válida e todos nóstemos de sentir que não estamos er-rados. Tudo acontece por bem e paranosso bem...”

O Francisco Silva testemunhou,depois, a alegria que sente à sua vol-ta quando vai de visita à Paróquiaonde exercera o sacerdócio.

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Estimados Consócios da FraternitasFraternitasFraternitasFraternitasFraternitas

Recebi o vosso postal — fruto da reunião de25 de Abril. Obrigado!

Com o auxílio duma lupa consegui ler todosos nomes: de A (Abílio) a Z (Zélia).

Nessa tarefa, a memória segredou-me oaforismo “se amas alguém, não lhe ouças apenasos sons, escuta-lhes os silêncios também”. Escu-tei.

Deus brindou-nos com muitas alegrias e rosas(dois filhos, dois netos e três netas). Hoje prova-nos com os espinhos.

C a r t a s . . .✑

Sempre defendi e defendo que o sofrimento éum valor. E precioso. A todos — obrigado!

A todos — Paz em Cristo.Casal Nabais

Sesimbra, Maio de 2003

MANUEL NABAISLg. D. Nuno Álvares Pereira, 17 - 1º Esqº2970-662 SESIMBRATelf.: 212 233 537

Novos Sócios da FATERNITAS

Admitidos na Reunião de Direcção de 17 de Maio de 2003

Nº 95 - MANUEL FERREIRA DA SILVA e MARIA CRISTINA GONÇALVES VIEIRA

DE CASTRO

Rua Prof. Mira Fernandes, Lote 17 - 3º Dtº1900-380 LISBOA

Nº 96 - BRÁULIO VEIGA MARTINS e MARIA JOSÉ DE ALMEIDA SANTOS

MARTINS

Tv. 1º de Maio, 805425-052 VIDAGO

Nº 97 - VINCENT NORBERT DE SOUZA e CIDÁLIA JOSÉ DE MATOS COSTA

Via Rara2695-396 SANTA IRIA DE AZÓIA

Nº 98 - DAVID MARQUES DA SILVA e PAULA DE JESUS CASTANHEIRA LOPES

DA SILVA

Rua Padre Mário Martins, Lote 15 - 2º Esqº2350-526 TORRES NOVAS

Secretariado:e-mail: [email protected]

Seguiu-se o testemunho do Fer-reira da Silva que nos afirmou ter-serecusado a responder aos inquéritosda Santa Sé por achar que eles feri-am a sua dignidade de homem e depadre. Valeu-lhe o Bispo D. JúlioTavares Rebimbas, que o conhecia

muito bem e se comprometeu a tra-tar da sua dispensa do exercício dasOrdens para que a Igreja não perdes-se um filho que tanto lhe tinha dado.“Hoje, sinto-me felicíssimo no seioda minha família e, com a minhamulher e meus três filhos, como elahá pouco disse, somos cinco a servir

a Igreja e os irmãos e não apenasum...”

A hora ia adiantada, havia algunsparticipantes de longe e tínhamos deencerrar o Encontro com as palavrasdo nosso Presidente, João Simão, queacrescentou ao que já havia dito: “AFraternitas estabelece uma empatiaentre todos, cada um com seu feitio,a sua maneira de ser e de pensar, masuma coisa temos em comum, e issonos une: o sacerdócio e a necessida-de de nos encontrarmos para desaba-far e pôr em comum aquilo por quepassámos. É urgente que o caminhoaberto aos nossos irmãos leigos pos-sa ser o princípio de mudança naIgreja para que esta aproveite os pa-dres casados e que renasça uma novaIgreja de Cristo...”

Muitos abraços de despedida e ou-tro dos vossos,

Maria Antóniae Zé Sampaio

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Page 8: Espiral 11

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boletim daassociação fraternitas movimento fraternitas movimento fraternitas movimento fraternitas movimento fraternitas movimento

Responsável: Alberto Osório de Castro

Nº 11 - Abril/Junho de 2003

A Associação Fraternitas Movimen-to realizou em Fátima, nos dias 24 a27 de Abril de 2003, o seu X Encon-tro Nacional que constou de duas par-tes: uma, de reflexão sobre o tema“Nova Evangelização. Novos Cami-nhos da Igreja”, e a sessão anual ordi-nária da Assembleia Geral.

ISobre esta última, e depois de longa emuito participada discussão e aprecia-ção dos vários pontos da Ordem de Tra-balhos por parte dos setenta sócios pre-sentes, a Assembleia Geral:• Aprovou o Relatório de Actividades

e as Contas da Gerência, referentesa 2002;

• Aprovou igualmente o Plano de Ac-tividades para 2003 e a PrevisãoOrçamental para o mesmo período;

• Recomendou à Direcção uma pos-sível intensificação dos EncontrosRegionais e a sua eventual extensãoàs dioceses insulares, nomeadamen-te à Diocese de Angra;

• Recomendou do mesmo passo à Di-recção que estude e envide esforçosno sentido de uma prudente abertu-ra ao exterior, com o objectivo de es-tabelecer parcerias com outras orga-nizações e movimentos laicais daIgreja, e de fraternas relações comassociações e movimentos congé-neres do estrangeiro;

• Rejeitou uma proposta de alteraçãodo Artigo 9º dos Estatutos, a qualprevia que o Presidente da Direcçãonão podia ser eleito para o mesmocargo por mais de dois mandatos su-cessivos.

IINo que concerne à reflexão sobre otema: “Nova Evangelização. NovosCaminhos da Igreja”, foi orientador, na

C O N C L U S Õ E SDO

X ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO FRATERNITAS MOVIMENTOmanhã do dia 25, o Senhor D. AlbinoCleto, Bispo de Coimbra. Após umaelucidativa panorâmica do que foi aEvangelização na Europa durante osdois primeiros milénios de Cristianis-mo, a reflexão em conjunto levou àsseguintes conclusões:1. Não podemos continuar com o anún-

cio de um Deus-bombeiro, como sen’Ele e na pessoa de Jesus Cristo re-sidisse o único remédio para todosos males de que sofre o nosso mun-do;

2. Uma vez que uma das maiores ne-cessidades do mundo actual é a re-lação inter-pessoal, a Nova Evangeli-zação terá de fazer-se também, se-não mesmo sobretudo, pela práticade novas formas de relação inter-pes-soal;

3. Nesse sentido, há que fazer apelo àcriatividade, porventura a umareinvenção da liturgia europeia, àtransformação do actual serviço so-cial da Igreja em serviço de amor,em serviços que “incomodem”, e,sem prejuízo do sagrado, a uma re-modelação da linguagem cristã.

IIIOrientador da reflexão sobre o tema doEncontro, durante o dia 26, foi o do-minicano Frei Bento Domingues que,no seu estilo muito próprio e revelandouma exemplar familiaridade com aMensagem Evangélica, nos proporcio-nou chegarmos às seguintes conclusões:1. A Nova Evangelização e os Novos

Caminhos da Igreja, como quer queos entendamos, pertencem à ordemdos meios e não à dos fins. Por con-seguinte, devem ser sempre encara-dos como instrumentos e nuncacomo definições de que “agora o ca-minho é por aqui”;

2. É que a Igreja, para evangelizar, nãopode cair nas tentações em que Je-sus de Nazaré não caiu, isto é, nastentações do poder, do domínio;

3. Sendo a evangelização, de sua natu-reza, uma “novidade”, a primeiracoisa a fazer é descobrir o que aevangelização de Jesus Cristo trou-xe de novo. Essa novidade foi a re-velação de um Deus voltado para aspessoas, um Deus que é de todos semexcepção, e não um Deus apropria-do, isto é, posto ao serviço de ape-nas alguns;

4. Daí a necessidade primordial e ine-lutável de a Igreja estar sempre atentaà realidade, de escutar continuamen-te a Humanidade e cada ser humanonas suas aspirações, de modo a aper-ceber-se do “sentido novo” que aEvangelização lhes pode trazer.Como consequência, o vinho novoda evangelização só pode ser trans-portado e conservado em odres no-vos (Lc 2,22). A Igreja deve, por isso,ser e aparecer a todo o ser humanocomo instituição que escuta e serve,mais atenta aos de fora, nomeada-mente aos excluídos e marginaliza-dos, dando-lhes voz e vez;

5. Assim, poder-se-á encarar a novaevangelização como instrumentopara o rejuvenescimento da Igreja.Mas aqui há, em primeiro lugar, queperguntar: Porque é que a Igreja nãoatrai os jovens? Em segundo, e ten-do em conta que, no início da Igreja,foram diferentes as testemunhas so-bre o Ressuscitado, porque é quehoje não há-de haver, como meio deevangelização, a pluralidade na uni-dade?

IVNa parte da manhã do dia 27 foi evocadaa grande figura da Igreja portuguesaque foi D. António Ferreira Gomes,pelo nosso colega Caetano AntónioPacheco de Andrade.

Abril de 2003

A DIRECÇÃO