Estrutura do componentearb6reo da floresta arenosa de...

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Hoehnca 31(1): 61-71, 3 lab., 6 fig., 2004 Estrutura do componente arb6reo da floresta arenosa de restinga do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Rio Grande do SuI Lucia Patricia Pereira Dorneles l ,3 e Jorge Luiz Recebido: 03.07.2003; aceito: 20.02.2004 ABSTRACT - (Structure of the tree component of coastal plain sandy forest from "Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Rio Grande do Sui"). Floristic composition and spatial structure of the tree component were analyzed in a coastal plain sandy forest (restinga) in Lagoa do Peixe National Park (31 °04' -3 1 0 29'S; 50°46' -51 °09' W), located in the central region of the Rio Grande do Sui coastal plain. The tree component was sampled according to the point-centered quarter method, including individuals with a minimum DBH of 5 em. Sixty sample points were distributed along four parallel transects, each with 15 points, with approximately the same NE-SW orientation as the lagoon system. Floristic composition resulted in 19 families, 25 genera and 27 species. The total tree density estimated for one hectare was 1031 individuals. The family with highest species richness was Myrtaceae. The most important species were: Sideroxylon obtusifolium, Sebastiania commersoniana, Ficus organensis, Zanthoxylumfagara and Diospyros inconstans. Species diversity estimated by the Shannon index was 2.65 (nats). The tree layer of this forest has a relatively low species diversity compared to other restinga forests of Brazil, probably intluenced by its southern localization, with lower winter temperatures and sandy soils, with low water and nutrient retention. Key words: tree component, "restinga", phytosociology, diversity RESUMO - (Estrutura do componente arb6reo da tloresta arenosa de restinga do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Rio Grande do Sui). A composiy30 tloristica e a estrutura do componente arb6reo foram analisadas em uma tloresta arenosa de restinga no Parque Nacional da Lagoa do Peixe (31 °04'-31 50°46'-51 °09'W), localizado na regi30 central da planicie costeira do Rio Grande do SuI. 0 componente arb6reo foi amostrado pelo metodo de quadrantes centrados, incluindo individuos com DAP minimo de 5 em. Foram amostrados 60 pontos, distribuidos ao longo de quatro transectos paralelos, aproximadamente com a mesma orientay30 NE-SW do sistema lagunar. A composiy30 tloristica resultou em 19 familias, 25 generos e 27 especies. A densidade arb6rea total estimada para um hectare foi de 1031 individuos. A familia com maior riqueza especifica foi Myrtaceae. As especies mais importantes foram: Sideroxylon obtusifolium, Sebastiania commersoniana, Ficus organensis, Zanthoxylum fagara e Diospyros inconstans. A diversidade especifica estimada pelo indice de Shannon foi de 2,65 (nats). A tloresta estudada apresentou uma diversidade especifica considerada baixa quando comparada com outras tlorestas de restinga do Brasil, provavelmente intluenciada pela localizay30 austral, com baixas temperaturas invernais e pelas condiyoes do solo arenoso, com baixa reteny30 de agua e nutrientes. Palavras-chave: componente arb6reo, restinga, fitossociologia, diversidade A planicie coste ira do Rio Grande do Sui, cobrindo cerca de 33.000 km 2 e alcanyando em alguns pontos mais de 100 km de largura, constitui-se na mais ampla planicie litoranea do Brasil (Tomazelli & Villwock 2000). De origem geologica recente, a morfologia de praia arenosa baixa que caracteriza a linha de costa e bastante uniforme, com exceyao de Torres, no extrema norte do Estado (Rambo 1954). Aproximadamente a metade desta superficie e ocupada par um complexo sistema de corpos lagunares, dentre as quais se destacam a Lagoa dos Patos, a Lagoa Mirim ea Lagoa Mangueira (Villwock et af. 1986). o Parque Nacional da Lagoa do Peixe esta inserido na regiao central da planicie costeira, entre a Lagoa dos Patos ea Oceano Atlantica, e relll1e diver- sos ecossistemas que formam a chamada restinga lito- ranea (Danilevicz 1989, Waechter 1990, Rizzini 1992). o revestimento vegetacional da restinga litoranea, I. Douloranda do Programa de P6s-Gradua<;:ao em Botanica da Universidade Federal do Rio Grande do SuI, Av. Bento Gon<;:alves, 9500, Prcdio 43433, sala 214, Campus do Vale, 91501-970 Porto Alegre, R ,Brasil. 2. Universidade Federal do Rio Grande do Sui, Departamento de Botanica, Av. Paulo Gama, 40. 90046-900 Porto Alegre, RS, Brasil. 3. Autor para correspondencia: [email protected]

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Hoehnca 31(1): 61-71, 3 lab., 6 fig., 2004

Estrutura do componente arb6reo da floresta arenosa de restinga doParque Nacional da Lagoa do Peixe, Rio Grande do SuI

Lucia Patricia Pereira Dorneles l,3 e Jorge Luiz Waechte~

Recebido: 03.07.2003; aceito: 20.02.2004

ABSTRACT - (Structure of the tree component of coastal plain sandy forest from "Parque Nacional da Lagoa do Peixe, RioGrande do Sui"). Floristic composition and spatial structure of the tree component were analyzed in a coastal plain sandyforest (restinga) in Lagoa do Peixe National Park (31 °04' -3 10 29'S; 50°46' -51 °09' W), located in the central region of the RioGrande do Sui coastal plain. The tree component was sampled according to the point-centered quarter method, includingindividuals with a minimum DBH of 5 em. Sixty sample points were distributed along four parallel transects, each with 15points, with approximately the same NE-SW orientation as the lagoon system. Floristic composition resulted in 19 families,25 genera and 27 species. The total tree density estimated for one hectare was 1031 individuals. The family with highestspecies richness was Myrtaceae. The most important species were: Sideroxylon obtusifolium, Sebastiania commersoniana,Ficus organensis, Zanthoxylumfagara and Diospyros inconstans. Species diversity estimated by the Shannon index was2.65 (nats). The tree layer of this forest has a relatively low species diversity compared to other restinga forests of Brazil,probably intluenced by its southern localization, with lower winter temperatures and sandy soils, with low water andnutrient retention.Key words: tree component, "restinga", phytosociology, diversity

RESUMO - (Estrutura do componente arb6reo da tloresta arenosa de restinga do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, RioGrande do Sui). A composiy30 tloristica e a estrutura do componente arb6reo foram analisadas em uma tloresta arenosa derestinga no Parque Nacional da Lagoa do Peixe (31 °04'-31 ~9'S; 50°46'-51 °09'W), localizado na regi30 central da planiciecosteira do Rio Grande do SuI. 0 componente arb6reo foi amostrado pelo metodo de quadrantes centrados, incluindoindividuos com DAP minimo de 5 em. Foram amostrados 60 pontos, distribuidos ao longo de quatro transectos paralelos,aproximadamente com a mesma orientay30 NE-SW do sistema lagunar. A composiy30 tloristica resultou em 19 familias, 25generos e 27 especies. A densidade arb6rea total estimada para um hectare foi de 1031 individuos. A familia com maiorriqueza especifica foi Myrtaceae. As especies mais importantes foram: Sideroxylon obtusifolium, Sebastianiacommersoniana, Ficus organensis, Zanthoxylum fagara e Diospyros inconstans. A diversidade especifica estimada peloindice de Shannon foi de 2,65 (nats). A tloresta estudada apresentou uma diversidade especifica considerada baixa quandocomparada com outras tlorestas de restinga do Brasil, provavelmente intluenciada pela localizay30 austral, com baixastemperaturas invernais e pelas condiyoes do solo arenoso, com baixa reteny30 de agua e nutrientes.Palavras-chave: componente arb6reo, restinga, fitossociologia, diversidade

Introdu~ao

A planicie coste ira do Rio Grande do Sui, cobrindo

cerca de 33.000 km2 e alcanyando em alguns pontos

mais de 100 km de largura, constitui-se na mais ampla

planicie litoranea do Brasil (Tomazelli & Villwock

2000). De origem geologica recente, a morfologia de

praia arenosa baixa que caracteriza a linha de costa ebastante uniforme, com exceyao de Torres, no extremanorte do Estado (Rambo 1954). Aproximadamente a

metade desta superficie eocupada par um complexo

sistema de corpos lagunares, dentre as quais sedestacam a Lagoa dos Patos, a Lagoa Mirim e a Lagoa

Mangueira (Villwock et af. 1986).o Parque Nacional da Lagoa do Peixe esta

inserido na regiao central da planicie costeira, entre a

Lagoa dos Patos e a Oceano Atlantica, e relll1e diver­

sos ecossistemas que formam a chamada restinga lito­

ranea (Danilevicz 1989, Waechter 1990, Rizzini 1992).o revestimento vegetacional da restinga litoranea,

I. Douloranda do Programa de P6s-Gradua<;:ao em Botanica da Universidade Federal do Rio Grande do SuI, Av. Bento Gon<;:alves, 9500,Prcdio 43433, sala 214, Campus do Vale, 91501-970 Porto Alegre, R ,Brasil.

2. Universidade Federal do Rio Grande do Sui, Departamento de Botanica, Av. Paulo Gama, 40. 90046-900 Porto Alegre, RS, Brasil.3. Autor para correspondencia: [email protected]

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muitas vezes referido como vegetac;ao pioneira,comp6e-se, na realidade, de um imenso mosaico decomunidades floristica e estruturalmente distintas, quedepende mais do solo do que do clima, encontrando-seem terrenos predominantes arenosos, de origemmarinha, fluvial, lagunar, eolica ou a combinac;aodestas, de idade quaternaria, em solos poucodesenvolvidos (Lindman, 1906, Rambo 1956, Veloso& Klein 1963, Waechter 1990, Araujo 1992). Asespecies vegetais presentes nestas comunidadesapresentam caracteristicas que as permitem colonizarsolos pobres, arenosos, encharcados ou com certasalinidade e ambientes com ventos constantes(Waechter 1985, Porto & Dillenburg 1986).

A floresta arenosa tambem e conhecida comofloresta de restinga, mata baixa de restinga, matinhalitodinea, matinha mirtacea, cap6es de dunas ousimplesmente matinha (Rambo 1956, Lindeman et 01.1975, Waechter 1990). Esta formac;ao desenvolve-sesobre solo arenoso em elevac;6es bem drenadas sendocaracterizada principalmente pela presenc;a deespecies xeromorficas, suculentas ou esclerofilas, comarvores de porte relativamente baixo e forma tortuosa,apresentando frequentemente aspecto dense devidoa presenc;a de lianas espinhosas (Waechter 1990,Dillenburg et 01. 1992).

Em func;ao da fragilidade dos ecossistemas derestinga, as florestas exercem um papel fundamentalpara a estabilizac;ao dos sedimentos e a manutenc;aoda drenagem natural, bem como para a preservac;aoda fauna residente e migratoria, que encontra nesteambiente disponibilidade de alimento e abrigo (Lacerdaelol. 1993, Araujo et 01. 1998a).

No Brasil, principalmente na regiao sudeste, asrestingas tem ido alvo de estudos mais sistematizados,sobretudo levantamentos floristicos e estruturais, queevidenciam a importancia destes ecossistemas para abiodiversidade (Araujo 1987, Pereira 2002). Ostrabalhos pioneiros com 0 objetivo de descrever ascomunidades vegetais da planfcie costeira do RioGrande do SuI foram realizados por Saint-Hilaire(1887), Lind an (1906), Malme (1936) e Rambo(1956). Levando em considerac;ao 0 componentearboreo dest s formac;6es, destacam-se os levan­tamentos feitos por Dillenburg el 01. (1992), Rossoni(1993), Waechter & Jarenkow (1998), Waechter et 01.(2000), Moraes & Mondin (200 I).

Este trabalho tem como objetivos descrever acomposic;ao oristica e a estrutura do componentearboreo da floresta arenosa de restinga localizada no

Parque Nacional da Lagoa do Peixe, contribuindo parao conhecimento das florestas do Parque e acrescentardad os sobre a vegetac;ao de restinga na planiciecosteira do Rio Grande do SuI.

Material e metodos

Area de estudo - 0 Parque Nacional da Lagoa doPeixe (3 1°04'-3 10 29'S; 50°46' -51 °09'W) possui umaarea de 34.400 ha, abrangendo porc;6es litoraneas dosmunicipios de Mostardas e Tavares (figura I).

Criado pelo Decreto Federal 93.546 de 6 denovembro de 1986, 0 Parque Nacional da Lagoa doPeixe e uma Unidade de Conservac;ao Federal,administrada pelo IBAMA. 0 objetivo principal doParque e a protec;ao de ecossistemas litoraneos daregiao da Lagoa do Peixe e, particularmente, das avesmigratorias que dela dependem para seu cicio vital.Em 1992 foi incluido na Reserva da Biosfera da MataAtlantica e em 1998 passou a ser considerado areapiloto da Reserva da Biosfera no Rio Grande do Sui(Knak 1999),

o clima na area, como em toda a planicie costeirado Rio Grande do SuI, encontra-se incluido no tipoCfa (subtropical umido), da classificac;ao de Koppen,com uma temperatura media anual de 17,5 °C, tendo

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Figura I. Localizayao do Parque acional da Lagoa do Pcixe(31 °04' ·31 °29'S: 50°46'.51 ° 09'W). A area tracejada cOITcspondcaos Iimites do Parqlle, 0 circllio apontado pela seta indica a arcaondc roi realizado 0 estudo. Escala: 1: Ill, Mapa IBAMA e FURGmodificado (Knak 1999).

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L.P.P. Dornelcs & J.L. Wacchter: Estrllillra do cOl1lponcn(c arb6rco da florcsta dc rcstinga 63

janeiro e fevereiro como os meses mais quentes ejunho e julho como os mais frios. A precipitayao variaentre 1.150 e 1.450 mm, bem distribuida ao longo doano. Os ventos sao predominantemente de nordeste,

seguidos por ventos sudeste com elevado teor de

umidade. As velocidades medias ficam entre 3 a 5 m/s(Tagliani 1995).

No Parque Nacional da Lagoa do Peixe, asformayoes florestais localizam-se na parte oeste das

Lagoas do Peixe, Pai Joao e Veiana, paralelas aosistema lagunar. As florestas ocupam uma estreitafaixa, com ate I km de largura, distando entre 7 e8 km da linha de costa, com aproximadamente 50 kmde extensao. A florestaarenosa cobre a parte superiordo declive conhecido localmente como "recosta", onde

o solo e mais seco e arenoso. 0 estudo foi realizadona floresta localizada na Fazenda Nadir Brum, no

municipio de Tavares.Metodologia - 0 levantamento fitossociologico foirealizado empregando-se 0 metodo de quadrantescentrados (Cottam & ClIItis 1956). Foram levantados60 pontos, distribuidos ao longo de quatro transectosparalelos ao sistema lagunar, cada transecto com 15pontos distantes entre si 10 metros.

A disposiyao dos quadrantes foi determinada comestacas transversais it linha do transecto. Para cadaarvore mais proxima da origem do quadrante,registrou-se a identificayao taxon6mica, as medidasusuais de d istancia do ponto, 0 perimetro it altura dopeito (1,30 cm) e a estimativa visual de altura total(Waechter et af. 2000).

Foram amostrados os individuos arboreos com

diametro na altura do peito (DAP) igual ou superior a5 cm. Para os fustes ramificados, mediu-se 0 perimetrode todos os ramos que tivessem 0 DAP minimo esta­belecido. A area basal destes individuos ramificadosfoi obtida pela soma das areas basais calculadas paracada ramo.

A suficiencia amostral foi avaliada a pattir dacurva de especies por pontos. Foi calculada tambemuma equayao logaritmica de ajustamento dos pontos,do tipo S = a + b log x, onde S e igual ao nllmero deespecies arboreas e x 0 nllmero de pontos (Waechter1992, Waechter et af. 2000). Os dados obtidos naamostragem foram utilizados para quantificar osseguintes descritores estruturais: freqUencia, densidadee cobertura, alem do valor de impOltancia das especies(Mueller-Dombois & Ellenberg 1974). A ordenayaodecrescente das especies seguiu 0 valor de importancia(VI) sugerido por Holdridge et af. (1971), que dividem

a soma dos parametros relativos por tres. A distanciamedia geometrica foi empregada para estimar adensidade total absoluta por hectare.

A diversidade especifica foi determinada peloindice de Shannon (H'), tambem foi calculado 0 indicede eqUidade de Pielou (3) conforme Magurran (1988).

Um segundo tipo de analise incluiu as arvoresmortas em pe que estivessem mais proximas daorigem do quadrante e apresentassem DAP 2: 5 cm.Para estes individuos registrou-se as medidas dedistancia do ponto e 0 perimetro it altura do peito. Aanalise dos dados foi feita separadamente da seguinteforma: na tabela de dados os valores obtidos para osindividuos vivos foram substituidos pelos valores dasarvores mortas nos pontos em que estas apareceram.

As especies foram classificadas nas familiasreconhecidas pelo APG, Angiosperm PhylogenyGroup (2003). A atualizayao nomenclatural foirealizada de acordo com a bibliografia especializada

(Carauta & Diaz 2002; Sobral 2003). 0 materialbotanico coletado foi incorporado ao acervo do herbariodo Departamento de Botanica da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sui (lCN).

Resultados

o levantamento fitossociologico amostrou 27especies arboreas, distribuidas em 25 generos e 19familias (tabela 1). Proximo da area de amostragemainda foram constatadas outras seis especies: Lithraeabrasiliensis, Cereus hildmannianus, Myrsineumbellata, Eugenia uruguayensis, Myrcia palustrise Psidiul11 cattleyanul11.

As familias com maior riqueza especifica foramMyttaceae e Salicaceae, respectivamente com oito etres especies, considerando 0 levantamento floristicogeral. Duas familias Rubiaceae e Sapotaceaeapresentaram duas especies, enquanto as demaisforam representadas com apenas uma especie.

A analise visual da curva de especies por pontosmostrou uma tendencia it estabi Iizayao a pattir do 400

ponto onde 26 (96%) das 27 especies, ja estavamincluidas no levantamento (figura 2).

A densidade total estimada para um hectare foide 1.031 individuos arboreos. A distancia mediageometrica estimada foi de 3, 11 m resultando em umaarea media de 9,70 m2

. A cobertura total de todos osindividuos amostrados foi de 16,54 m2.

Na tabela 2 estao listadas, em ordem decrescentede V I, as especies amostradas na area de estudo e asestimativas de seus respectivos para metros

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64 Hoehnea 3\ (\), 2004

Tabela I. Famflias e especies arb6reas, amostradas no levantamento titossociol6gico na noresta arenosa do Parque Nacional da Lagoa doPeixe, RS.

Familia

CannabaceaeEbenaceaeErythroxylaceaeEuphorbiaceaeFabaceaeLamiaceaeLogan iaceaeMoraceaeMyrtaceae

NyctaginaceaeRhamnaceaeRubiaceae

RutaceaeSalicaceae

SantalaceaeSapindaceaeSapotaceae

SolanaceaeUrticaceae

Especie

Celtis spinosa Spreng.Diospyros inconstans Jacq.Erythroxylum argentinllm O.E. SchulzSebastiania commersoniana (Baillon) L.B. Smith & R.J. DownsCalliandra tweediei Benth.Vitex megapotamica (Spreng.) MoldenkeStrychnos brasiliensis (Spreng.) Mart.Ficus organensis (Miq.) Miq.Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. BergEugenia hiemalis Cam bess.Eugenia myrcianthes Nied.Myrcianthes gigantea (D. Legrand) D. LegrandMyrrhinium atropurpureum SchottGuapira opposita (Vel!.) ReitzScutia buxifolia ReissekGuellarda uruguensis Cham. & Schltd!.Randia armata (Sw.) DC.Zanthoxylum/agara (L.) Sarg.Casearia decandra Jacq.Casearia sylvestris Sw.Xylosma tweediana (Clos) EichlerJodina rhombifolia (Hook. & Am.) ReissekAllophylus edulis (St.-Hi!.) Radlk.Chrysophyllum marginatum (Hook. & Am.) Radlk.Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D. Penn.Solanum pseudoquina St.-Hil.Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini

Nome vulgar

taleiramaria-pretacacaobranquilhotopete-de-cardealtarumaesporao-de-galofigueira-do-matomurtaguammmpessegueiro-do-matoara<;:a-do-matopau-ferromaria-molecoronilhaveludinholimoeiro-do-matomamica-de-cadelacanelinha-de-veadocha-de-bugresucaracanco-rosachale-chaleespinheirabatinga-vermelhacanemamata-pau

estruturais. Aproximadamente 30% das espeClesamostradas foram representadas com urn individuo.

Os resultados obtidos destacaram a importanciade Sideroxy/on obtusifolium e Sebastianiacommersoniana, a primeira especie influenciada pelamaior cobertura e a segunda pela maior densidade efreqi.iencia na floresta.

Apesar do pequeno numero de individuos, Ficusorganensis tern urn grande destaque fisionomico nafloresta estudada principalmente pelo porte em termosde altura e diametro. Esta especie e Sideroxylonobtusifolium constituem basicamente 0 dossel dafloresta. Zanthoxylumfagara ocupou 0 quarto lugarem funyao do valores de densidade e freqi.iencia.

Os valores de cobeliura tambern influenciarama importancia de Diospyros inconstans e Guapiraopposita. Enquanto que, os valores de densidade efreqi.iencia determinaram as posiyoes de Caseariasylvestris, Myrrhiniul11 atropurpureul11 eBlepharocalyx salicifolius. Com exceyao de Ficusorganensis, estas especies foram representadas na

amostragem com no minimo 10 individuos, e somadasacumularam 81,7% do total de importancia.

Aproximadamente 60% dos individuos arb6reos,distribuidos em 10 especies, apresentaram aculeos,espinhos e/ou ramos espinescentes (Celtis spinosa,

30<n.~ 25u

.<1)

0- 20<n<1)

<U15"2\0<1)

E':::l

5Z

5 \0 \5 20 25 30 35 40 45 50 55 60

NLllnero de pontos quadrantes

Figura 2. Curva do nLlmero cumulativo de especies par numerode pontos quadrantes amostrados, na Ooresta arenosa do ParqueNacional da Lagoa do Peixe (RS). A equa<;:ao que melhor se ajustaaos pontos observados e y = -I. 660 + 7,275 log(x).

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L.P.P. Dorneles & J.L. Waechter: Estrutura do eornponcnte arb6reo da Oorcsta de restinga 65

Tabela 2. Panimetros estruturais das especies arb6reas (DAPmin = 5cm) amostradas na floresta arenosa do Parque acional da Lagoa doPeixe: Ni = numero de individuos de cada especie: DRi = densidade relativa (%); FRi = freqliencia relativa (%); CRi = cobertura relativa(%): VI = valor de importancia (%).

Espccie DRi FRi CRi VI

Sideroxylon obtusifoliul11 30 12.50 12.99 42.34 22.61Sebastiania commersoniana 57 23.75 16.78 11,43 17.32Ficus organensis 7 2,92 3.25 21,17 9.11Zanthoxylum fagara 24 10,00 10.28 2,47 7,59Diospyros inconstans 17 7,08 5,95 8,56 7,20Casearia sylvestris 17 7,08 7,04 1,9/ 5,34Guapira opposita 10 4,17 5.41 4,54 4,71Myrrhinium atropurpureum 15 6,25 5,41 0,68 4, IIBlepharocalyx salicifolius I I 4,58 5,41 1,03 3,68Chrysophyllum marginatum 7 2,92 3.79 2,04 2,91Guettarda uruguensis 7 2,92 3,79 0,22 2,31Allophylus edulis 6 2,50 3,25 0,59 2,1 IScutia buxifolia 6 2,50 3,25 0,56 2,10Celtis spinosa 6 2,50 3,25 0,27 2,01Xylosma tweediana 4 1,67 1,62 0,26 1,18Coussapoa microcarpa 2 0,83 1,08 1,07 1,00Solanum pseudoquina 2 0,83 1,08 0,27 0,73Casearia decandra 2 0,83 1,08 0,13 0,68Jodina rhombifolia 2 0.83 1,08 0,05 0,65Strychnos brasiliensis I 0,42 0,54 0,16 0,37Randia armata I 0,42 0,54 0,08 0,35Vitex megapotamica I 0,42 0,54 0,06 0,34Eugenia myrcianthes I 0,42 0,54 0,04 0,33Elythroxylum argentinum I 0,42 0.54 0,02 0,33Eugenia hiel11alis 1 0,42 0,54 0,02 0.33Calliandra tweediei I 0,42 0,54 0,02 0,32Myrcianthes gigantea I 0,42 0,54 0,01 0,32

Classe de diametro (cm)

Figura 3. Distribuiyao do numero de individuos amostrados nanoresta arenosa do Parquc Nacional da Lagoa do Pcixe, pOI' classesde diametro de 10 cm (A = 5-14 cm, B= 15-24 cm ... L =105-114 cm).

obtusifolium, com 15 m de altura.A relayao entre as alturas estimadas e 0 numero

de individuos (figura 4), demonstrou que a distribuiyaodas alturas e aproximadamente normal, com apresenya de apenas uma moda (moda = 9 metros).Estes resultados indicaram que esta floresta esta

LABC D E F G H

140

~ 120::l

~ 100

-g 80

.g 60o~ 40EZ 20

O.J---.-----r-.,---....:....::;~~t;:~:r+""i"""......,._+_,

Sebastiania commersoniana, Xylosma tweediana,Strychnos brasiliensis, SCLltia buxifolia, Guettardauruguensis, Randia armata, Zanthoxylum fagara,Sideroxylon obtusifolium) ou ainda folhas demargem espinhosa (Jodina rhombifolia).

Os valores de diiimetro aaltura do peito (DAP)variaram de 5 cm (minimo incluido) ate 106 cm (media= 22 cm). A distribuiyao de todos os individuosarb6reos em classes de diiimetro (figura 3) demonstrouque a metade das arvores amostradas concentrou-sena primeira classe, ou seja, com valores de diiimetroentre 5 e 14 cm. Aproximadamente 37% dosindividuos apresentaram diiimetros superiores a 20 cm.As arvores que se destacaram com os fustes maisdesenvolvidos foram dois individuos de Ficusorganensis com 102 e 106 cm.

Os valores de altura variaram de 5 a 15 111, comuma media de 8,9 m, cerca de 38% dos individuosamostrados apresentaram altura superior a 9 m, osvalores mais altos foram atribuidos a tres individuosde Ficus organensis e tll11 individuo de Sideroxylon

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Altura estimada (m)

Figura 4. Distribuiyiio de freqliencia das alturas estimadas naIloresta arenosa de restinga do Parque Nacional da Lagoa doPeixe (RS).

formada por um estrato arb6reo unico. Porem adistribuiyao das alturas das especies maisimportantes no levantamento (figura 5), indicou umatendencia de desenvolvimento de dois estratos nafloresta. Sebastiania C0111111ersoniana (tipica desub-bosque), apresentou uma distribuiyllO bimodalpara as altura , com um pico em torno de 6 m eoutro em torno de 9 m, enquanto que, Sideroxylonobtusifoliu1l1 (tipica de dossel), concentrou um maiornllmero de individuos em torno de 12 m, apresentandouma distribuiyao normal, isto e, com apenas um picomodal.

Neste estudo foram amostrados 92 individuosramificados, isto e, individuos que apresentaram maisde um tronco com DAP ~ 5 cm (figura 6). Estesindividuos estavam distribuidos em 15 especies. Entre

16

en 140:J 12:g>

-0 10c:

<.l 8-0

2 6<.l

E4.:J

Z2

0

5 6 7 8 9 10 II 12 13 14 15

Altura estimada (Ill)

Figura 5. Relayiio entre as alturas estimadas e 0 nlllllero de indivi­duos de Sebastiania commersoniana (Iosangos) e Sideroxylol1obtusijolium (quadrados).

:g 160:J

:g 140>

-0 120.5 100<.l

-0e 80

E 60.:JZ 40

20

O-J---.-----,----,-~~~~*==T .....-r+.........._,_-+-,

2 3 4 5 6 7 8 9 10 II

N lllllero de ramos

Figura 6. Relayiio entre 0 nllmero de ram os e 0 numero deindividuos arboreos amostrados na Iloresta arenosa do Pat'queNacional da Lagoa do Peixe (RS).

as 10 especies com maior valor de impOltancia, comexceyao de Ficus organensis, todas apresentaramtroncos multiplos. A especie que apresentou 0 maiornumero de individuos ramificados foi Sebastianiac01l1mersoniana com 32 individuos. Algumas especiesapresentaram valores iguais ou superior a 50% do totalde individuos amostrados com troncos multiplos:Sideroxylon obtusifoliu1I1, Guapira opposita,Chrysophyllu111 1I1arginatu1l1 e Guettardauruguens is.

Foram amostrados 13 individuos na categoria dearvores mOftas em pe, equivalente a 5,4% do totalamostrado. Os valores de diametro it altura do peitovariaram de 5 cm a 20 cm (media = 9,4 cm). Estesdados indicaram que as arvores mortas concentram-senas tres primeiras classes de diametro entre 5 e 20 cm,ocupando 0 12° lugar em valor de cobeltura (CA =

10,4) . A categoria arvores mortas em pe destacou-seem valores de frequencia (FA = 18,3) e densidadeabsoluta com 58,9 individuos por hectare, ocupandonestes parametros 0 qu into e 0 setimo lugarrespectivamente.

A diversidade arb6rea estimada pelo indice deShannon (H') foi de 2,65 (nats), e 0 indice de equidadede Pielou (J) de 0,80 (tabela 3).

Discussao

A constatayllO de Myltaceae com a maior riquezaespecffica na comunidade estudada, confirma 0

importante papel que esta familia desempenha nafisionomia das formayoes florestais de restinga, sendocitada como a famil ia que melhor caracteriza essavegetayao (Klein 1983b, Araujo & Henriques 1984).

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L.P.P. Dorneles & J.L. Waechter: Estrutura do cOl11ponente arb6reo da floresta de restinga 67

Tabela 3. Dados obtidos em alguns levantamentos realizados na Planicie Costeira do Rio Grande do Sui: Npq - numero de pontosquadrantes; DAP - diiimetro minimo de inclusiio (em); Ni - numero de individuos; S - nLltnerO de especies amostradas; DTA - densidadetotal por area (ind . ha- I

); AMe - altura media dos individuos amostrados (m); AMx - altura maxima dos individuos amostrados (m); 1-1'­indice de diversidade (nat. ind- I ); J - indice eqliidade.

Autor Municipio Latitude Npq DAP Ni S DTA AMe AMx* H'

Rosson i (1993) Arroio do Sal 29°2S'S 100 5 400 47 2137 5,64 12 3,OS O,SODillenburgelal. (1992) Osorio 29°5S·S 45 5 ISO 15 2219 6,3 13 1,9S 0,73Waechter el af. (2000) Viamiio 3000S-S 60 10 240 24 834 10,89 22 2,41 0,76Moraes & Mondin (2001) Palmares do Sui 30022'S 30 5 120 18 1207 5,5 9 2,13 0,75Presente estudo Tavares 31°29'S 60 5 240 27 1031 S,9 15 2,65 0,80Waechter & Jarenkow (1998) Rio Grande 32°30'S 30 10 120 12 791 10,26 16 1,89 0,76

* Valores decil11ais arredondados para nUl11eros inteiros l11ais pr6xil11os

As especies amostradas na floresta arenosa doParque Nacional da Lagoa do Peixe foram citadastambem em outros levantamentos realizados emflorestas costeiras no Rio Grande do SuI, como os dePorto & Dillenburg (1986) no Taim - Rio Grande,Dillenburg et af. (1992) em Emboaba - Osorio,Rossoni (1993) em Rondinha Velha - Arroio do Sal,Waechter & Jarenkow (1998) no Taim - Rio Grande,Waechter et af. (2000) em Morro Grande - Viamao,Moraes & Mondin (200 I) em Quintao - Palmares doSuI. Estas especies nao sao exclusivas do litoral,ocorrendo tambem em outras forma<;:5es florestais doRio Grande do Sui, como nas matas de morrosareniticos ou graniticos do centro-Ieste do Estado,estudadas por Dan ilevicz (1992) e Knob (1978)respectivamente; na floresta estacional em Santa Cruzdo Sui, estudada por Bencke & Soares (1998); nafloresta pluvial do Alto Uruguai (Brack et al. 1985);na floresta com araucaria do planalto nordeste(Jarenkow & Baptista 1987); e nas matas de galeriada depressao central (Bueno et af. 1987). As restingassao consideradas areas de extensao de especiesvegetais caracteristicas de outros ecossistemas(Rambo 1954, Araujo 1987, Rizzini 1992).

Com ampla distribui<;:ao, oCOlTendo nas florestasde restinga do sui ao sudeste do Brasil destacam-seas seguintes especies: Sideroxylon obtusifoliul/1,Ficus organensis, Zanthoxylum jagara, Diospyrosinconstans, Casearia sylvestris, Guapira opposita,MyrrhiniulI1 atropurpureulI1, Blepharocalyxsalicifolius, Coussapoa microcarpa, Caseariadecandra e Randia armata (Bresolin 1979, DeGrande & Lopes 1981, Araujo & Henriques 1984,Rossoni & Baptista 1995, Araujo et af. 1998a, b,Fabris & Pereira 1998, Silva 1998, Sugiyama 1998,Pereira & Araujo 2000, Lemos et af. 2001).

Sebastiania commersoniana e citada desdeMinas Gerais ate 0 Rio Grande do SuI, penetrando naArgentina, Uruguai e Paraguai (Rambo 1960,Dillenburg et af. 1992), Porem, considerando essen­cialmente as forma<;:5es florestais de restinga, estaespecie tem sido constatada apenas em Santa Catarinae no Rio Grande do Sui (Reitz 1954, Bresolin 1979),

Sideroxylon obtusifolium, Ficus organensis eSebastiania cOll1l11ersoniana tambem aparecementre as mais importantes nos levantamentos realizadosem outras florestas arenosas do Rio Grande do SuI(Dillenburg et af. 1992, Waechter et al. 2000, Moraes& Mondin 2001). Estas especies, juntamente comMyrrhiniul/1 atropurpureulI1, Erythroxylul11argentinum e Guapira opposita, sao consideradasas especies mais tipicas de florestas de restinga(Waechter 1985, Dillenburg et af. 1992, Rossoni 1993),

A densidade total de individuos, calculada nesteestudo, foi inferior it de outros trabalhos desenvolvidosno litoral do Rio Grande do SuI, e que utilizaram 0

mesmo criterio de inclusao (DAP 2: 5 em). Estesresultados podem ser em fun<;:ao de interferenciaantropica na area de estudo, com 0 corte de arvorese/ou pisoteio de gada bovino, como foi observado naarea estudada por Moraes & Mondin (2001).

o elevado nLII11erO de individuos armados deespinhos amostrados reflete as condi<;:5es do soloarenoso e bem drenado, imprimindo it floresta arenosaestudada um carater xerofitico comum nestasforma<;:5es (Rizzini 1992),

A floresta arenosa do Parque Nacional da Lagoado Peixe difere da maioria das florestas arenosas derestinga do Rio Grande do SuI no porte das arvores,com altura maxima de 15 m. Nas demais florestas osvalores maximos de altura variaram entre 9 e 13 m(Dillenburg et af. 1992, Rossoni 1993, Moraes &

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68 Hochnea 31(1),2004

Mond in 2001), com exces;ao da floresta do MorroGrande- Viamao, localizadaem uma planfcie costeirainterna, onde as arvores chegam a atingir 22 m dealtura. Provavelmente 0 maior porte da florestaestudada seja em funs;ao de condis;oes ambientaisfavoraveis, como a menor as;ao de ventos e da maresia,que permitem 0 maior desenvolvimento destacomunidade.

A presens;a de muitos indivfduos ramificados euma caracterfstica comum na fisionomia das florestasde restinga e esta relacionada com perturbas;oesocasionadas atraves do corte seletivo de arvores (Sa1993, Silva et al. 1994, Sugiyama & Mantovani 1994,Araujo et al. 1997, Lemos et al. 2001). Sa (1993),levando em consideras;ao 0 elevado valor deimportancia das especies que apresentavam muitosindivfduos ramificados, sugeriu que um tronco multiplooriginado atraves de rebrota seria uma vantajosaadaptas;ao das especies na conquista de espas;o.

A distribuis;ao das alturas, associada ao grandenumero de troncos ramificados em Sebastianiacommersoniana, sao indfcios de que esta populas;aosofreu algum tipo de perturbas;ao, provavelmente corteseletivo. Esta especie e largamente utilizada, comofornecedora de lenha e carvao com alto podercalorffico, alem de ser materia prima para fabricas;aode caibros, cabos de ferramentas, instrumentosagrfcolas entre outras utilidades (Carvalho 1994).

Estudos que evidenciam a categoria arvoresmortas em pe sao raros em florestas de restinga,sendo mais comuns em outras formas;oes florestais,como a florestas semidecfduas estudadas porCavassan et al. (1984) e Tabanez et al. (1997) nointerior do Estado de Sao Paulo; a floresta pluvial doAlto Uruguai, no Rio Grande do Sui, estudada porVasconcellos et al. (1992); e a floresta estacionaldecidual estudada por Bencke & Soares (1998), emSanta Cruz do SuI no Rio Grande do SuI. Os valoresde densidade e freqiiencia obtidos para esta categoriana area de estudo indicam que as arvores mortasocupam uma posis;ao de destaque na f1oresta,semelhante as populas;oes mais importantes,concordando com os dados obtidos por Cavassanet al. (1984), Tabanez et al. (1997) e Bencke &Soares (1998). A mortal idade de arvores deve-se amultiplos e complexos fatores, que vao desdeacidentes (ventos, tempestades, queda de grandesgalhos, entre outros) a doens;as, competis;ao,ambiente estressante ou perturbas;oes antropicas(Franklin et al. 1987). Alem disso, considerando que

esta floresta sofreu perturbas;ao antropica nopassado, pode estar ocorrendo uma substituis;ao dasespecies pioneiras dos estagios iniciais querecolonizaram a area, pelas especies dos estagiosmais tardios (Bencke & Soares 1998).

A floresta arenosa do Parque Nacional da Lagoado Peixe apresenta diversidade florfstica superior amaioria das florestas de restinga do Rio Grande doSuI, superada apenas pela f10resta estudada porRossoni (1993). Este resultado pode estar relacionadoao maior numero de pontos amostrados na floresta deArroio do Sal e ao fato de ser uma area bempreservada, alem de sua localizas;ao mais ao norteem relas;ao as florestas estudadas.

Os menores valores de diversidade foramobservados para a floresta arenosa de Osorio e parafloresta turfosa de Rio Grande. Nas duas formas;oes,o baixo valor de diversidade foi atribufdoprincipalmente as condis;oes desfavoraveis do solo,no primeiro caso pobre e excessivamente drenado(Dillenburg et al. 1992) e no segundo caso solos comaeras;ao deficiente e substrato instavel (Waechter &Jarenkow 1998).

A ocupas;ao geologicamente recente dosterrenos de restinga e as condis;oes estressantes dosubstrato sao fatores que contribuem para a baixadiversidade especffica encontrada nestas formas;oes(Sugiyama & Mantovani 1994, Sugiyama & Soares2000). A diversidade especffica da floresta do ParqueNacional da Lagoa do Peixe e baixa, quandocom parada com outras f10restas de restingalocalizadas nas regioes mais tropicais da costabrasileira, como as estudadas por Silva et al. (1994)no Parana, Sugiyama (1998) em Sao Paulo e Bastos(1996) no Para. Diversos fatores estao relacionadosa essa baixa diversidade, pois, apesar da planfciecosteira ser uma regiao geologicamente similarobserva-se uma diminuis;ao de especies tropicais nasregioes mais austrais. Provavelmente as baixastemperaturas invernais e a ocorrencia de geadassejam fatores limitantes para muitas destas especies(Klein 1983a, Ramos Neto 1993, Waechter &Jarenkow 1998, Waechter et al. 2000), deve-se levarem consideras;ao tambem os diferentes metodos etamanhos amostrais dos estudos avaliados, queinfluenciam nos resultados obtidos. Gentry (1988)destaca a varias;ao latitudinal como outro importantefator que influencia a riqueza especffica, ou seja, como aumento da latitude OCOI'l'e um decrescimoacentuado na riqueza de plantas lenhosas.

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L.P.P. Dorncles & J.L. Waechtcr: Estrulura do componcntc arb6reo da Ooresta de restinga 69

Agradecimentos

Ao programa de P6s-Graduas;ao em Botanica daUFRGS, pela oportunidade de realizas;ao deste

trabalho. A CAPES, pela bolsa de doutorado

concedida it primeira autora. AFundas;ao 0 Boticario

de Protes;ao it Natureza pelo finallciamento do projeto.

Ao IBAMA do Parque Naciollal da Lagoa do Peixe,

Mostardas - RS, pela disponibilidade de realizas;ao da

pesquisa naquela unidade de conservas;ao. A Marcos

Sobral, peIo auxfl io na identificas;ao do material

botanico.

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