Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das...

119
DANIELA BECKER BIRGEL Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal São Paulo 2013

Transcript of Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das...

Page 1: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

DANIELA BECKER BIRGEL

Estudo da anemia em ovinos decorrente à

verminose gastrintestinal

São Paulo

2013

Page 2: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

DANIELA BECKER BIRGEL

Estudo da anemia em ovinos decorrente a verminose

gastrintestinal

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia da Universidade de São

Paulo para obtenção do título de Doutor em

Ciências

Departamento:

Clínica Médica

Área de concentração:

Clínica Veterinária

Orientador:

Prof. Dr. Eduardo Harry Birgel Junior

Coorientador:

Prof. Dr. Fernando José Benesi

São Paulo

2013

Page 3: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO

(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)

T.2762 Birgel, Daniela Becker FMVZ Estudo da anemia em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal / Daniela Becker

Birgel. -- 2013. 118 f. : il.

Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Clínica Médica, São Paulo, 2013.

Programa de Pós-Graduação: Clínica Veterinária. Área de concentração: Clínica Veterinária. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Harry Birgel Junior. Coorientador: Prof. Dr. Fernando José Benesi.

1. Anemia. 2. Verminose. 3. Ovinos. 4. Hemograma. 5. Perfil bioquimico. I. Título.

Page 4: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado
Page 5: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Autor: BIRGEL, Daniela Becker

Título: Estudo da anemia em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal.

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica

Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor

em Ciências

Data: ______/______/_________

Banca Examinadora:

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento:_________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento:_________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento:_________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento:_________________________

Prof. Dr. ____________________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento:_________________________

Page 6: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

Dedico este trabalho...

Ao meu marido, Eduardo, quem acreditou que tudo fosse dar certo e dar tempo, mesmo em muitas dificuldades, companheiro de todas as horas e momentos e tantas e tantas noites e finais de semana na USP se dedicando aos animais.

Obrigada por todo carinho e amor.

Aos meus filhos, Beatriz, Isabelle e Henrique, vocês sempre participaram de tudo, com alegria e empolgação. Obrigada pelo companheirismo, noites e finais de semana na USP, obrigada pela torcida que tudo daria certo, obrigada pela meta: - “Mamãe, termina logo o doutorado para podermos ter o nosso cachorro”. Vocês são muito preciosos e importantes, realmente amo vocês e estar ao lado de vocês.

É o mais feliz, seja ele rei ou camponês, aquele que encontra paz em seu lar. (Goethe)

Page 7: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

Dedico este trabalho... A minha mãe, Vera, e minha sogra, Alice, exemplo de mulheres fortes que me estimularam e me apoiaram para que nunca desistisse, principalmente na principal dificuldade da mulher moderna, conciliar bem o seu papel de mãe e profissional. Em tantos momentos que pensei

não ser possível, vocês me estimularam a seguir em frente. Obrigada pela confiança e exemplo.

Ao meu pai, Jayme, exemplo de pessoa calma, cuidadosa e forte. Obrigada pela confiança e presença em minha vida.

Ao meu sogro, Eduardo, obrigada pelo exemplo, carinho e confiança.

Aos meus queridos avós, Clara Eufride, José Becker e Paschoalina, obrigada pelo carinho, pelo amor e por tudo que significam em minha vida.

Aos meus queridos irmãos, Julio César e Thales, cunhadas, Cynthia e Heloisa, e cunhado, Eduardo, como é bom ter vocês em minha vida!

Aos queridos Antônio Augusto, Maria Gabriela, Letícia e Leonardo, durante o mestrado vocês eram crianças, agora são jovens estudando e buscando seus objetivos. Acreditem em

suas capacidades e sigam em frente, mas cuidem bem do principal alicerce, a família!

As queridas sobrinhas Julia e Carolina, como é bom ter vocês na família!

Aos meus queridos tios e tias, primos e primas e amigas e amigos... Obrigada por tudo sempre!!!

Page 8: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

Dedico este trabalho...

Ao Prof. Wanderley Pereira de Araujo, meu primeiro orientador, muito obrigada por tudo!

Ao Prof. Fernando José Benesi, obrigada por todo ensinamento, carinho e atenção.

Page 9: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

Agradecimentos

Muitas pessoas me ajudaram na execução e conclusão desse trabalho, tanto para formação das minhas bases profissionais, como execução, finalização e viabilização deste trabalho. Há todos meu muito obrigada!!! Obrigada, aos meus professores de graduação Obrigada, aos meus professores de pós-graduação Obrigada, aos colegas de pós graduação Obrigada, aos colegas de trabalho Obrigada, as bolsistas de pré iniciação científica, Jennyfer e Joyce Obrigada, aos bolsistas de capacitação e de iniciação científica, Pedro, Aline, Karina, Tainan e Alois Obrigada, aos estagiários, Vivian e Luan Obrigada a Rosângela, que tanto cuidou das minhas preciosidades enquanto estive trabalhando nesta pesquisa Obrigada às amigas, Andrea, Camila e Daniela, que me ajudaram buscando as crianças na escola quando eu não podia Obrigada aos pós-graduandos, Paulo, Flávio e Eduardo, por cuidar dos animais quando me ausentava Obrigada, Vanessa, Melina e Raquel, vocês fizeram a diferença nos momentos finais, nunca vou esquecer pela ajuda e disposição. Obrigada!!!

Page 10: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

As Atitudes Mentais são mais Importantes que a Capacidade Mental

“ Tudo, na sua vida, depende da sua atitude. A felicidade não depende de coisas à sua

volta, mas da sua atitude. É uma lei que importa recordar. As nossas atitudes controlam as

nossas vidas. São uma força secreta a labutar vinte e quatro horas por dia, para o bem ou para

o mal. É importante sabermos como domesticar e controlar essa grande força. As atitudes

mentais são mais importantes que a capacidade mental. As atitudes afetam o corpo; criamos

um clima dentro de nós e à nossa volta com as nossas atitudes. Tenha uma atitude agradável,

afetuosa e amistosa.

Séneca, o sábio romano, afirmou:

- «Um homem pode governar o mundo inteiro e continuar infeliz, se não sentir que é

supremamente feliz».

Que beleza existe no mundo em que vive? Ora bem, é tão belo como a sua atitude

mental. Resolva ter uma atitude feliz, confiante, enérgica, positiva, entusiástica. A disposição

interior, mais que qualquer outra coisa, pode dar a perspectiva adequada e a faculdade para

resolver qualquer situação. Cada pessoa tem uma tendência para uma atitude construtiva ou

negativa. Manter pensamentos positivos requer vigilância constante e desenvolvimento do

caráter através do estudo e da experiência.”

Alfred Montapert, em 'A Suprema Filosofia do Homem'

Page 11: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

RESUMO

BIRGEL, D. B. Estudo da anemia em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal.

[Study of anemia in sheep due to gastrointestinal nematode parasites]. 2013. 118 f. Tese

(Doutorado em Ciências) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de

São Paulo, São Paulo, 2013.

A anemia por verminose nos ovinos é do tipo normocítico e normocrômico. O estado anêmico

decorrente da verminose gastrintestinal determinou normoleucocitemia com existência de

linfopenia e eosinopenia, podendo ser observado em animais com hematócrito menor do que

15 % a ocorrência de neutrofilia sem desvio a esquerda. Observou-se inversão do padrão

leucocitário, que passou de linfocitário para neutrofílico. Os teores séricos de ferro e índice de

saturação da transferrina nos animais com anemia intensa e moderada são significativamente

menores, enquanto os valores de Capacidade Total de Ligação de Ferro não sofreram

variações significativas. Observou-se hipoproteinemia, hipoalbuminemia e menor

concentração de colesterol sérico em animais classificados como intensamente anêmicos e

moderadamente anêmicos. Afora essa alteração, os resultados obtidos para a função hepática,

função renal e lipidograma indicam alterações de menor importância e mostram que os ovinos

apresentam grande capacidade de manter a sua homeostase. O processo anêmico agudo não

determinou modificações no pH, pO2, pCO2, HCO3-

e lactato sanguíneo, indicando que não

houve hipóxia tecidual. Independentemente da intensidade da anemia, os animais foram

capazes de minimizar ou prevenir os efeitos da hipóxia por meio do aumento da sua

frequência cardíaca. Neutrofilia transitória foi observada no grupo de animais submetidos à

sangria aguda, enquanto nos animais submetidos à perda crônica de sangue esse fenômeno

não ocorreu. Ao se analisar o número de leucócitos e de neutrófilos em animais submetidos à

perda crônica de sangue, observou-se leucopenia por neutropenia associado a linfopenia e

eosinopenia. Esses resultados evidenciam que as alterações no leucograma de animais com

anemia verminótica não se devem somente a perda crônica de sangue, pois os valores de

leucócitos e neutrófilos dentro da normalidade ou aumentados (como observado nos ovinos

com anemia grave) não puderam ser associados com a perda de sangue crônica.

Palavras-chave: Anemia. Verminose. Ovinos. Hemograma. Perfil Bioquimico.

Page 12: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

ABSTRACT

BIRGEL, D. B. Study of anemia in sheep due to gastrointestinal nematode parasites.

[Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese

(Doutorado em Ciências) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de

São Paulo, São Paulo, 2013.

The anemia caused by nematode parasites in sheep is normocytic and normochromic. The

total number of leukocytes did not change. The anemic state due to gastrointestinal parasitism

determined lymphopenia anda monocytosis and can be observed in animals with packed cell

volume less than 15% neutrophils without the occurrence of a left shift.It was observed a

change of the pattern leukocyte count, which becoming mostly neutrophilic. The levels of

serum iron and transferrin saturation index in animals with moderate and severe anemia are

significantly lower, while the values of capacity total iron binding didn’t show significant

variation. It was observed significant lower levels of total serum protein, serum albumin and

serum cholesterol in animals classified as strongly anemic and moderately anemic. Aside

from this change, the results obtained for liver function, renal function and lipidic profile

indicate minor changes and shown that sheep have a great capacity to maintain the

homeostasis. The acute anemic process not determined changes in pH, pO2, pCO2, HCO3-

and

lactate, indicating no tissue hypoxia. Regardless of the intensity of anemia, the animals were

able to minimize or prevent the effects of hypoxia by increasing the heart rate. Transient

neutrophilia was observed in the group of animals subjected to acute bleeding, while in

animals subjected to chronic blood loss this phenomenon did not occur. When analyzing the

number of leukocytes and neutrophils in animals subjected to chronic blood loss, there was

decrease on the number of neutrophils associated with a decreas on the number of

lymphocyte and eosinophils. These results show that changes in leukocyte counts in anemic

animals with worm infection due not only to chronic blood loss, because the values of

leukocytes and neutrophils normal or increased (as observed in sheep with severe anemia)

could not be associated with chronic blood loss.

Key words: Anemia. Verminosis. Sheep. Hemogram. Biochemistry profile.

Page 13: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 16

3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 23

4 RESULTADOS .............................................................................................. 42

5 DISCUSSÃO ................................................................................................ 101

6 CONCLUSÕES ........................................................................................... 110

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 112

Page 14: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

13

1 INTRODUÇÃO

Com rebanho nacional estimado em 17 milhões de cabeças, a ovinocultura vem

vivenciando um incremento na sua atividade nas últimas décadas, alcançando destaque cada

vez maior na pecuária brasileira, participando da produção pecuária familiar e comercial,

sobretudo, de carne e lã. Entre os animais de médio porte, os ovinos assinalaram maior

crescimentono panorama da pecuária nacional no ano de 2011 (IBGE, 2011).

O Estado de São Paulo possui mais de 450.000 cabeças, o maior rebanho ovino da

região Sudeste, sendo ele voltado principalmente para a produção de carne, em detrimento a

outros produtos como a lã (IBGE, 2011).

A queda do preço da lã nos mercados internacionais, ocasionou mudança no perfil

produtivo no qual os animais lanados começaram a ser substituídos por ovinos voltados para

produção de carne. Esta mudança ocasionou o desenvolvimento da ovinocultura em varias

regiões que não possuíam esta tradição (MARTINS, 2006).

Dentre os ovinos voltados à produção de carne, a raça Santa Inês, selecionada no

Brasil, é considerada mais tolerante às verminoses que outras raças exóticas, tornando-se,

portanto, de grande interesse zootécnico (ROCHA; AMARANTE; BRICARELLO, 2006;

SILVA, 2010). Devido a sua rusticidade, maior resistência a doenças e não apresentar

estacionalidade reprodutiva, os deslanados, dentre eles o Santa Inês e suas cruzas,

representam 61,5 % dos ovinos criados no país (MALHADO et al., 2009).

O aumento de produção e da produtividade animal são os maiores focos na pecuária

comercial. Para tanto, existe a necessidade da melhora na sanidade dos rebanhos com o

implemento de medidas que permitam o diagnóstico, tratamento e prevenção de enfermidades

responsáveis por grandes prejuízos econômicos. Dentre essas doenças, merecem destaque

particular, as verminoses gastrintestinais, que ao acometer os ovinos, causam redução de

produtividade, mortalidade e perdas econômicas (GENNARI; AMARANTE, 2006).

As verminoses gastrintestinais representam um problema na criação de ovinos,

ocasionando entraves à expansão do plantel e graves prejuízos econômicos com a perda de

produtividade, mortalidade dos animais e uso frequente de vermífugos, com grande impacto

sobre a resistência parasitária aos anti-helmínticos, o que tem dificultado o tratamento das

parasitoses (ALBERS et al., 1987; AMARANTE; AMARANTE, 2003; MILLER;

HOROHOV, 2006).

Page 15: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

14

Na região sudeste do Brasil, os nematódeos de maior importância para os pequenos

ruminantes são: Haemonchus contortus, Trichostrongylus colubriformis, Strongyloides spp.,

Cooperia curticei e Oesophagostomum columbianum (AMARANTE et al., 1997;

AMARANTE et al., 2004), sendo que pelas condições climáticas, considera-se que o

Haemonchus contortus desempenha papel principal (VIEIRA BRESSAN et al., 1995; LOPES

et al.,1997). Em pesquisa realizada no Estado de São Paulo, Faria Junior e colaboradores

(2002) verificaram que 64% das larvas cultivadas e identificadas em amostras de fezes obtidas

de animais com verminose eram deste gênero de parasita.

O Haemonchus contortus, localizado no abomaso, é um parasito hematófago, portanto

causador de perdas sanguíneas, que levam a quadros de anemia e hipoproteinemia, resultando

em diminuição da produção e, em casos graves, em morte. Em infestações nas quais este

parasita é único ou majoritário, não se constata animais com diarreia (MOLENTO et al.,

2004).

Atualmente, o controle de nematódeos gastrintestinais em ovinos baseado apenas no

uso de anti-helmínticos tem se mostrado ineficaz. Fatores como o equilíbrio entre hospedeiro

e parasita estão sendo considerados, bem como a busca por raças e indivíduos naturalmente

mais resistentes à infecção (GENNARI; AMARANTE, 2006).

Geralmente, as infecções por parasitas são mistas, causando um somatório dos efeitos

patogênicos de cada uma das espécies que infectam o animal. Em consequência à infecção

por nematóides gastrintestinais, os principais sinais clínicos apresentados pelos ovinos são

anemia, edema submandibular, diarreia e inapetência (GENNARI; AMARANTE, 2006).

Entre 1999 e 2003, segundo Gregory e Benesi (2006), 15,82% (90/569) dos

atendimentos de ovinos realizados no Serviço de Clínica de Bovinos e Pequenos Ruminantes

da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, foram decorrentes de estados

anêmicos associados a verminoses gastrintestinais.

Para o diagnóstico laboratorial da verminose, o exame mais utilizado, porém com

significativa margem de variação, é o que determina a quantidade de ovos por grama de fezes

(OPG), baseado na técnica de Gordon e Whitlock modificada (UENO; GONÇALVES, 1998)

realizado antes e/ou após o tratamento com anti-helmínticos. Um método hoje muito utilizado

nos rebanhos para indicar o tratamento para verminose gastrintestinal é o Famacha®, baseado

no diagnóstico do mais frequente e preocupante sintoma, a anemia.

Segundo Ueno e Gonçalves (1998), em infecções mistas por helmintos em ovinos, as

contagens de OPG acima de 1000 seriam consideradas infecções moderadas e a partir de 2000

OPG infecção intensa. Para Molento et al. (2004), mesmo com contagens de OPG maiores

Page 16: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

15

que 1500, vários animais não apresentaram sintomas de anemia, sugerindo uma maior

capacidade de alguns animais em suportar altas cargas parasitárias, sendo denominados

resilientes.

Devido à importância da verminose para a criação de ovinos e aos prejuízos

econômicos associados principalmente à anemia justificam-se pesquisas que detalhem mais

esse sintoma, sendo assim, estabeleceram-se como objetivos:

a) Avaliar o quadro eritrocitário e o metabolismo de ferro de acordo com a gravidade do

estado anêmico e

b) Avaliar a repercussão do estado anêmico no leucograma, na função hepática, na

função renal, no lipidograma e no equilíbrio ácido-básico.

Page 17: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

16

2 REVISÃO DE LITERATURA

A anemia pode ser definida pela diminuição do número de eritrócitos, da concentração

de hemoglobina e do volume globular. Esta condição possivelmente leva a diminuição do

suprimento de oxigênio ao organismo, o que pode gerar hipóxia tecidual. As causas principais

de anemia são a perda sanguínea, a destruição eritrocitácia e diminuição da eritropoiese

(FELDMAN et al., 2000).

A ação dos nematoides gastrointestinais pode ocasionar dois processos: anemia e

hipoproteinemia. A anemia é causada principalmente pela ação hematófaga do Haemonchus

contortus, já que cada adulto chega a expoliar 0,08mL de sangue por dia (GARCIA;

D’ANGELINO, 1985). Blood et al. (1988) ressaltam que a ingestão de grandes quantidades

de larvas de Haemonchus contortus pode levar a haemoncose hiperaguda em cordeiros,

ocorrendo, em sete dias, morte súbita. As infestações crônicas, envolvendo números menores

de helmintos, determinam, segundo Ruas e Berne (2001), alterações caracterizadas por

anorexia, menor ganho de peso, emagrecimento progressivo, ausência de diarreia, sendo o

sintoma mais evidente a anemia.

Segundo Benesi (1985) as manifestações sintomáticas da anemia são variáveis e

dependentes da etiologia e patogênese do processo, do grau/intensidade da anemia, das

alterações do volume total de sangue circulante e das exigências e/ou manejo a que estão

sujeitos os animais afetados. De acordo com Garcia e D’Angelino (1985) as manifestações

sintomáticas são determinadas pela hipóxia tecidual que se instala e agrava o quadro, pois

toda atividade eritropoiética fica diminuída pela depressão medular. Nestes casos, mucosas

pálidas são frequentemente encontradas. Segundo Faria Junior et al. (2002), em caprinos

acometidos por intensa helmintose gastrintestinal (mais de 2.000 ovos por grama de fezes) a

presença de mucosas esbranquiçadas foi observada em 23,33% dos animais e ocorrência de

edemas em 3,33% das cabras examinadas.

Para prevenir ou diminuir a hipóxia, o organismo ativa os chamados mecanismos

compensatórios, que atuam em diversas funções e órgãos como na respiração, coração e

medula óssea (BENESI, 1985; BIRGEL, 1999).

As adaptações respiratórias caracterizam-se por aumento da frequência respiratória,

devido a concentração aumentada de gás carbônico (CO2) circulante, respiração superficial,

dispneia e por redução da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio (O2), o quepermite uma

maior liberação de O2 para os tecidos (BENESI, 1985; BIRGEL, 1999).

Page 18: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

17

As compensações cardíacas se revelam por um aumento de rendimento cardíaco,

determinando maior velocidade de circulação e menos extração de O2 em cada circulação.

Quando a concentração de hemoglobina cai, abaixo dos 50% do valor normal, pode ocorrer

aumento da frequência cardíaca. Estas alterações podem dar origem a extremidades frias e

taquicardia com sopros cardíacos sistólicos (BENESI, 1985; BIRGEL, 1999).

As adaptações vasculares objetivam a diminuição do tempo de circulação e o aumento

da perfusão seletiva, através do desvio do sangue de áreas não vitais para as vitais, como

diminuição da circulação cutânea e renal para favorecer o cérebro, miocárdio e músculos

(BENESI, 1985; BIRGEL, 1999).

As adaptações eritropoiéticas, reconhecidas como o verdadeiro mecanismo

compensatório, visam o aumento da produção de eritrócitos. A hipóxia tecidual leva à

produção de eritropoetina e esta estimula a eritropoiese (BENESI, 1985). Veng-Pedersen et al.

(2002) realizaram sangrias em ovinos adultos jovens e observaram rápida elevação da

eritropoietina plasmática, que alcançou valores máximos de três a oito dias após os

procedimentos. A presença de reticulócitos na circulação sanguínea ocorreu em 12 horas até

1 dia e meio após as sangrias.

Segundo Birgel (1999), após perda de sangue por hemorragia e/ou hemólise intensa,

há diminuição do volume total de sangue, com compensação rápida por aumento do volume

plasmático, restaurando a volemia. O hemograma revela intensa diminuição dos valores

hematológicos (contagem de hemácias, hematócrito e dosagem de hemoglobina). O exame do

aspecto das hemácias, em esfregaços sanguíneos corados pela técnica de Rosenfeld, é

extremamente válido para estabelecero prognóstico, uma vez que a presença de sinais

regenerativos (policromatofilia, ponteado basofílico, corpúsculos de Howell-Jolly, dentre

outros) mostram adequada respostado organismo (GARCIA; D’ANGELINO, 1985).

A medula óssea, estimulada pela condição anêmica, libera grande quantidade de

células jovens e imaturas, que possuem maior volume corpuscular médio determinando

macrocitose. Após a hiperplasia medular compensatória da anemia, o tecido mieloide retorna

a liberar eritrócitos maturos, ocorrendo, então, normocitose e normocromia (BIRGEL, 1999).

A contagem de reticulócitos auxilia na verificação da intensidade da resposta medular

ao processo anêmico e até para o esclarecimento da possível etiologia do processo (MEYER;

HARWEY, 1998).

Reticulócitos são eritrócitos imaturos que, em condições normais, não são encontrados

na circulação periférica de ovinos sadios. São células de maior diâmetro, que apresentam no

citoplasma um retículo corado e que permitem, por seu número, avaliar as reações do tecido

Page 19: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

18

eritróide nos processos anêmicos, a evolução das anemias e a eficácia da terapia. O aumento

do número de reticulócitos é intenso nas hemorragias agudas e de menor magnitude nas

crônicas e pode ser persistente nas anemias hemolíticas. Um aumento no número é sinal de

eritroregeneração e bom prognóstico (BENESI, 1985). A presença de reticulócitos é

observada a partir do terceiro dia da perda de sangue (MEYER; HARWEY, 1998).

Caso o processo de espoliação determinada pelo endoparasita se prolongue e resulte

em perdas intensas e continuadas de sangue, poderá ocorrer a depleção das reservas de ferro e

consequentemente a anemia torna-se hipocrômica e, finalmente, microcítica (BIRGEL, 2000).

Na opinião de Birgel (1999), as anemias microcíticas, quer sejam hipocrômicas ou não, são as

formas clínicas mais frequentemente diagnosticadas nos pequenos ruminantes.

Segundo Birgel (1999) as anemias microcíticas e hipocrômicas podem ser

diferenciadas em duas formas: microcíticas ferroprivas e microcíticas não ferroprivas. Nas

primeiras, além das características hematimétricas, observam-se uma significativa diminuição

das concentrações plasmáticas de ferro; ao passo que nas não ferroprivas a sideremia se

encontra na amplitude de variação fisiológica. Nas anemias não ferroprivas, os estados de

sub-nutrição, que determinam déficit proteico, impedirão a formação da hemoglobina por não

haver condições de síntese da globulina.

As anemias microcíticas não ferroprivas de origem constitucional são

hemoglobinopatias primárias e relacionam-se a herdabilidade de fatores que determinam

formação de hemoglobinas anormais e com ações fisiológicas deficientes. Descreveu-se em

caprinos e ovinos, diferentes tipos de hemoglobinas, porém ainda não foi elucidado,

definitivamente, a influência desses tipos de hemoglobina nas condições de saúde desses

animais (BIRGEL, 1999).

Al- Quaizy et al(1987) verificaram que ovinos da raça Awassi infestados com 500

larvas de Haemonchus contortus por Kg de peso vivo desenvolveram anemia a partir do

décimo primeiro dia pós-infecção, sendo que os valores do volume globular diminuíram de

29,5%, no dia da infestação experimental, para 15,5%, no vigésimo dia após o início do

experimento.

A ocorrência de anemia macrocítica ABBOTT; PARKINS; HOLMES, 1984) ou de

anemia normocítica e normocrômica (ABBOTT; PARKINS; HOLMES, 1984; FARIA

JUNIOR et al., 2002) foram relatadas em ovinos infectados por Haemonchus contortus. Em

estudo realizado em caprinos, Garcia et al.(1983) observaram as seguintes características

morfológicas das anemias decorrentes a verminose gastrintestinal: em 72% dos casos foram

do tipo macrocítico, 23% normocítico, 78% normocrômica e 18 % hipocrômica.

Page 20: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

19

Em pesquisa desenvolvida por Faria Junior et al.(2002), foram utilizados 90 animais

adultos, naturalmente infectados, divididos em três grupos de 30 animais cada, sendo: grupo I

de zero a 500 OPG; grupo II de 501 a 2.000 OPG e grupo III maior que 2.000 OPG. Os

autores observaram que caprinos acometidos por intensa helmintose gastrintestinal (mais de

2.000 OPG), apresentavam importantes alterações no seu eritrograma com a ocorrência de

anemia normocítica e normocrômica, diminuição do número de hemácias e do volume

globular. Os teores de hemoglobina foram significativamente menores nos grupos II e III.

A maior parte do ferro no organismo, aproximadamente 80%, é destinada à função

eritrocítica, presente no eritrócito em forma de hemoglobina. O restante deste mineral está

distribuído no organismo na mioglobina (3%), nos locais de estoque, como ferritina e

hemossiderina (15%) e em várias enzimas (catalases, citocromos, peroxidases) numa

pequena quantidade (1%) (HAYS; SWENSON, 1996).

Os resultados obtidos por Ashmead (2001), mostram que a suplementação oral

de ferro em doses diárias ou doses altas intermitentes aumentam a sua

biodisponibilidade com conseqüente aumento na resposta eritropoiética em

monogástricos. Hurtado, Claussen e Scott (1999), concluíram que a suplementação semanal

de ferro oral em indivíduos anêmicos levou a um aumento nos níveis de hemoglobina e

volume corpuscular médio (VCM), indicando aumento na resposta medular. Da mesma

forma, a utilização de ferro dextrano, na forma injetável, melhora a resposta reticulocitária em

cordeiros anêmicos (ROCHA et al., 2007). Este aumento na resposta medular ocorre, pois a

quantidade de ferro liberado para o eritrócito imaturo é diretamente dependente da

concentração do ferro sérico, que é melhorado pela suplementação com este mineral

(SCHOOL; JOHNSON, 2000).

O leucograma é influenciado pelo cortisol na medida em que este atua sobre a medula

óssea. O cortisol promove a liberação dos neutrófilos do compartimento de estocagem da

medula óssea causando, portanto, elevação de leucócitos circulantes. Aqueles já presentes na

circulação diminuem a expressão de moléculas de adesão na superfície, reduzindo sua ligação

com células endoteliais o que contribui para o aumento no compartimento circulante

(FELDMAN et al., 2000). Segundo Feldman et al. (2000), o cortisol induz redução dos

eosinófilos sanguíneos por inibir a eosinopoiese na medula óssea e/ou migração destas células

para outros tecidos como o baço e os linfonodos.

A eosinofilia tem sido discutida como uma forma de resistência do hospedeiro às

infeções por nematoides gastrintestinais. Segundo Dorchies et al. (1997), animais que

Page 21: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

20

apresentaram maiores contagens de eosinófilos séricos, tiveram suas contagens de ovos para

Hemonchus contortus diminuídas.

A hipoproteinemia, que ocorre pela ação dos nematoides gastrointestinais é causada

por distúrbios na digestão e absorção normal dos nutrientes. Com a conseqüente queda da

pressão oncótica do sangue, nota-se o extravasamento de plasma no interstício orgânico, na

tentativa de recuperação da pressão normal. Este extravasamento pode causar anasarca, ascite

e edema submandibular. O estado geral do animal se deteriora e nota-se perda de peso, pelos

arrepiados e sem brilho, apatia, anorexia, hipotonia ou atonia ruminal e, raramente, diarréia

(GARCIA; D’ANGELINO, 1985).

O edema que se instala nos quadros de hemoncose ocorre por consequência da

hipoproteinemia e hipoalbuminemia, enquanto a anemia é causada principalmente pela ação

hematófaga do Haemonchus contortus (ABBOTT; PARKINS; HOLMES, 1984; GARCIA;

D’ANGELINO, 1985; ABBOTT; PARKINS; HOLMES, 1988).

Deve ser destacado que nos estados anêmicos, principalmente naqueles com perda

aguda de sangue, pode ocorrer uma menor oxigenação da região centro-lobular dos lóbulos

hepáticos determinando processo degenerativo e/ou de necrose hepatocelular com

comprometimento da função do órgão (MACLACHLAN; CULLEN, 1998). Apesar desta

possibilidade, os resultados das dosagens séricas de aspartato-amino-transferase (AST) e

gamaglutamil-transferase (GGT) obtidos em pesquisa realizada por Faria Junior et al.(2002)

não conseguiram demonstrar a presença de lesão hepática que seria provocada pela hipóxia

decorrente da anemia verminótica.

Fonteque (2005) induziu anemias agudas através de sangrias e observou diminuição

de eritrócitos, da concentração de hemoglobina, do volume globular e da concentração de

proteína plasmática total. Este autor verificou a recuperação da anemia 28 dias após a segunda

sangria. A perda aguda de sangue determinou a elevação de leucócitos, neutrófilos,

monócitos, inversão da relação neutrófilo:linfócito, redução de eosinófilos, elevação de

cortisol, porém, os teores de lactato, uréia, creatinina, AST e GGT, não sofreram alterações.

O lactato pode ser utilizado como indicador de hipóxia tecidual. Em estados

isquêmicos as células privadas de oxigênio metabolizam lactato, que é liberado para a

circulação sanguínea (DUTTON, 2003). Widness et al. (2000) induziram anemia em

cordeiros através de sangrias. Os autores verificaram que o débito cardíaco e a concentração

de eritropoietina aumentaram apenas quando a hemoglobina ficou abaixo de 7,5g/dl, enquanto

o lactato elevou-se somente com valores de hemoglobina menores que 5,5g/dl.

Page 22: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

21

A anemia também pode causar alcalose respiratória decorrente da hiperventilação

prolongada. A compensação da alcalose respiratória é realizada por diminuição na reabsorção

de bicarbonato renal o qual se acumula na urina, levando o organismo a reter também cloreto

aumentando a eletroneutralidade (ORTOLANI, 2003).

Além das alterações eritropoieticas o parasitismo gastrintestinal causa também

alterações no consumo e digestão dos alimentos. Ovinos parasitados podem reduzir o

consumo de alimentos ou até, em casos mais graves, chegar à completa anorexia. O

parasitismo no abomaso causa alterações de pH e estas podem determinar menor absorção de

elementos como o cobre (BORBA, 1996). Przemeck (2003) estudando a infecção por

Ostertagia circumcincta em cordeiros encontrou aumento de pH abomasal logo nos primeiros

dias do parasitismo (5 a 10 dias).

Nos ruminantes, grande parte da energia utilizada no seu metabolismo é obtida de

ácidos graxos voláteis (acetato, propionato e butirato) provenientes da fermentação ruminal,

sendo que a síntese de glicose a partir dos ácidos graxos voláteis é dependente do perfeito

funcionamento do fígado, uma vez que este órgão é o regulador da concentração de glicose no

sangue e da oferta de glicose aos tecidos, sendo essencialmente o único local para a

gliconeogênese (formação de glicose a partir de compostos carbônicos), ainda que exista uma

pequena contribuição do córtex renal (HERDT, 2000).

O butirato é convertido no epitélio ruminal em betahidroxibutirato (β-HBO), e quando

adentra a corrente sanguínea, pode ser utilizado como energia ou fonte de ácidos graxos de

cadeia longa (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 2008). Normalmente, o β-HBO plasmático

provém da fermentação ruminal uma vez que os ruminantes diferem, entre outros aspectos,

dos demais monogástricos na medida em que grandes quantidades de corpos cetônicos

alimentares são liberados na veia porta (MARUTA, 2005).

Dentre os lipídeos considerados importantes para o organismo animal devem ser

citados e destacados os ácidos graxos de cadeia longa, triglicérides, fosfolipídeos, corpos

cetônicos e o colesterol. Os lipídeos exercem muitas funções, tais como reserva de energia

(essencialmente sob forma de triglicérides, tanto visceral quanto subcutaneamente,

dependendo da espécie), composição da membrana lipídica (fosfolipídeos e colesterol), além

de precursor de esteróides e ácidos biliares (colesterol), isolamento térmico (triglicérides), e

isolamento elétrico. Os lipídeos não exercem força osmótica no sistema biológico, em razão

se sua insolubilidade em água, podendo ser estocados em grandes quantidades no tecido

adiposo. Ainda que a maioria das células consiga sintetizar triglicérides, o fígado, tecido

adiposo, glândula mamária e intestino delgado são os mais adaptados para esta síntese. O

Page 23: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

22

colesterol, sintetizado e catabolizado no fígado é precursor de hormônios esteróides, vitamina

D, ácidos biliares, e é constituinte de membranas celulares e micelas biliares (KANEKO;

HARVEY; BRUSS, 2008).

O principal substrato para a formação do colesterol, como no caso dos ácidos graxos

de cadeia longa, é a acetil-CoA. Em casos de ingestão de alimento, aumento de insulina,

aumento da leptina (CHILLIARD et al., 2001; CHILLIARD et al., 2005), baixo glucagon, ou

seja, quando o organismo está em desfosforilação (menor consumo de ATP), a produção do

colesterol é estimulada. Em momentos de inanição fisiológica (periparto) ou patológica

(doença), que levam o organismo a fosforilação, a produção de colesterol fica comprometida,

fenômeno que também é observado com aumentos nas quantidades de glicocorticóides,

endógenos ou exógenos (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 2008).

Ácidos graxos de cadeia longa liberados do tecido adiposo durante a lipólise circulam

como ácidos graxos não esterificados (NEFA) cuja concentração no sangue reflete a

magnitude da mobilização do tecido adiposo (PULLEN et al.,1989), portanto com o aumento

do balanço energético negativo, que pode ocorrer na diminuição de consumo alimentar, mais

ácidos graxos não esterificados são liberados do tecido adiposo, aumentando a sua

concentração no sangue.

A função renal deve ser acompanhada, pois a perda de volemia determina uma

diminuição da filtração glomerular. Neste sentido, os testes de função renal são úteis para

monitorar o tratamento das anemias. (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 2008).

O catabolismo de proteínas gera amônia, que é utilizada como substrato pelo fígado

para sintetizar ureia. A uremia pode ser alterada pela síntese de ureia nos hepatócitos e/ou

pela sua taxa de eliminação renal. A taxa de eliminação da ureia depende da filtração

glomerular e da reabsorção deste elemento nos túbulos renais KANEKO; HARVEY; BRUSS,

2008).

A musculatura esquelética tolera melhor a isquemia que outros órgãos e contém alta

atividade de creatininofosfoquinase (CK). O aumento de CK plasmática pode indicar lesão

muscular sendo, portanto, uma determinação útil para essa finalidade (DUTTON, 2003).

Page 24: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

23

3 MATERIAL E MÉTODOS

A parte experimental desta pesquisa foi dividida em dois momentos: um momento de

observação a campo em que ovelhas foram examinadas e selecionadas e delas colhido

material para exame e outro em que as ovelhas foram mantidas em baias e piquetes no

campus da USP de Pirassununga para desenvolvimento de parte experimental relacionada a

perda aguda e perda crônica de sangue, efeito da restrição alimentar no hemograma e na

bioquímica sanguínea de ovinos com infecção moderada por nematóides e efeito do sulfato de

manganês como antagonista de absorção do ferro.

3.1 ANIMAIS UTILIZADOS PARA AVALIAÇÃO DO QUADRO ERITROCITÁRIO E

DA REPERCUSSÃO DO ESTADO ANÊMICO NO LEUCOGRAMA E NO PERFIL

BIOQUÍMICO DECORRENTES À VERMINOSE GASTRINTESTINAL

Para a realização desta pesquisa foram utilizados 167 ovinos, fêmeas, mestiças ½

sangue da raça Santa Inês oriundos de cinco propriedades com histórico de problemas de

verminose gastrintestinal causadas principalmente por Haemonchus spp.

As cinco propriedades rurais apresentavam manejo semelhante, no qual os animais

eram soltos no pasto pela manhã e no final do dia eram reunidos em local coberto e neste

momento fornecido silagem, com sal mineral e água à vontade.

A seleção dos animais foi realizada por meio de exame clínico através da inspeção da

coloração da mucosa ocular que era classificada pelo método Famacha®. Para garantir a

homogeneidade dos animais avaliados foram utilizados somente ovelhas com mais de 24

meses de vida e descartados aqueles cujo estado anêmico fosse decorrente à anemias

hemolíticas, como observado na intoxicação por cobre, ou em que a verminose gastrintestinal

estivesse associada a outras enfermidades.

O exame clínico era complementado pela determinação do hematócrito com o intuito

de quantificar a anemia existente, pelo coproparasitológico caracterizando a existência ou não

de verminose gastrintestinal decorrente à infecções por parasitas da superfamília

Trichostrongyloidea e pela coprocultura confirmando a percentagem maior de parasita do

Page 25: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

24

gênero Haemonchus spp. A coprocultura foi realizada no Instituto Biológico utilizando-se

pool de fezes de animais da mesma propriedade.

Baseado na magnitude das diminuições do hematócrito e de acordo com as

recomendações de Benesi (1985), as anemias foram classificadas segundo a sua intensidade

em anemias de grau leve - quando as diminuições forem de até 1/3 dos valores mínimos

normais de hematócrito, sendo assim entre 21 e 25 % de hematócrito; anemia moderada -

quando as reduções forem de 1/3 a 1/2 dos valores mínimos normais, sendo assim entre 16%

e 20% de hematócrito e anemia intensa - quando as diminuições forem maiores que a 1/2 dos

valores mínimos normais, com hematócrito igual ou menor que 15%. A seguir foram

constituídos os grupos de animais de acordo com a intensidade de anemia: animais sem

anemia, anemia de grau leve, anemia moderada e anemia intensa (Quadro 1). Os animais sem

anemia, utilizados como grupo controle, foram divididos em dois grupos, o primeiro com

valores de hematócrito maiores do que 30 % e o segundo com valores de hematócrito entre 25

e 30%.

Quadro 1 – Animais utilizados para avaliar o quadro eritrocitário, o metabolismo de ferro e avaliar a

repercussão do estado anêmico no leucograma, na função hepática, na função renal, no

lipidograma e nos teores sérico de glicose, lactato e cobre

Grupos Intensidade da anemia Número de

animais

1 ovinos sem anemia: com hematócrito maior do 30 % 38

2 ovinos sem anemia: com hematócrito variando entre 25 e 30% 41

3 ovinos com anemia leve: com hematócrito variando entre 21 e 25% 54

4 ovinos com anemia moderada: com hematócrito variando entre 15 e 20 % 21

5 ovinos com anemia intensa com hematócrito igual ou menor a 15% 13

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Page 26: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

25

3.2 ANIMAIS UTILIZADOS PARA AVALIAÇÃO DO QUADRO ERITROCITÁRIO E

DA REPERCUSSÃO DO ESTADO ANÊMICO NO LEUCOGRAMA, NO PERFIL

BIOQUÍMICO E NO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO DECORRENTE À PERDA

SANGUÍNEA AGUDA

Foram utilizadas 9 ovelhas de mais de 24 meses de idade, mestiças meio sangue Santa

Inês, pesando entre 50 e 60 kg, com bom estado geral, valores normais de hematócrito,

hemácias e hemoglobinas e exame coproparasitológico negativo. As ovelhas foram mantidas

no campus da USP em Pirassununga, estabulados em baias concretadas com acesso a solário e

alimentadas no cocho duas vezes ao dia com feno de capim Coast – Cross (Cynodon

dactylon), água à vontade e sem acesso a sal mineral. Sete dias antes do início da sangria

foram vermifugadas utilizando-se 20 mg/kg de albendazole via oral.

Neste estudo procurou-se promover a perda de sangue aguda, dentro do período de 12

horas, de forma que os valores de hematócrito, hemoglobina e hemácia fossem reduzidos a

menos da metade dos valores mínimos normais para a espécie, alcançando por volta de 15 %

de hematócrito, 4,5 x 106 hemácias por mm

3 e 4,5 g/dL de hemoglobina.

A sangria foi realizada por punção da veia jugular externa garroteada utilizando-se

agulha 40x16 heparinizada ligada a equipo heparinizado que depositava o sangue retirado em

proveta graduada. Inicialmente retirava-se 1000 mL de sangue e imediatamente era fornecido

1000 mL de solução fisiológica. Após 30 minutos da reposição da volemia, era realizado

hemograma para avaliar a intensidade da anemia provocada. A seguir nova sangria era

realizada, na qual retirava-se entre 250 e 500 mL antes de repor a volemia com a mesma

quantidade de solução fisiológica. Dentro do período máximo de 12 horas foram feitas

repetidas sangrias e hemogramas até que o número de hemácias, taxa de hemoglobina e

valores de hematócrito decrescerem para metade dos valores mínimos normais para a espécie.

Considerando que o volume de sangue corpóreo representa 8 % do peso vivo, para

produzir o quadro experimental proposto, retirou-se cerca de 50 % do total do volume de

sangue corpóreo, o que representou cerca de 2000 ml de sangue.

Após atingir os valores determinados as sangrias foram interrompidas e passou-se a

acompanhar a recuperação da perda aguda de sangue nos seguintes momentos: imediatamente

após sangria a última sangria (momento 0), 12 horas após a sangria, 24 horas após sangria, 48

horas após, 3 dias após, 5 dias após, 7 dias após, 10 dias após, 15 dias após, 21 dias após, 30

dias após, 45 dias após e 60 dias após a sangria.

Page 27: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

26

Nestes momentos era realizado o exame físico das ovelhas através da aferição das

funções vitais: temperatura, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e movimento ruminal,

inspeção da coloração da mucosa ocular classificada pelo método Famacha® e a inspeção da

condição corporal por meio de palpação da região lombar, segundo técnica descrita por

Russel (1984), que atribuem valores de 0 a 5 (0 = caquético, 1 = magro, 2 = regular, 3 = bom,

4 = gordo e 5 = muito gordo) para o escore de condição corporal inspeção da condição

corporal classificando-as de condição corporal 1 (extremante magra) a 5 (obesa). Colhia-se

sangue para hemograma, análises bioquímicas e hemogasometria, bem como fezes eram

colhidas para exame coproparasitológico, com a finalidade de monitorar a condição de não

parasitados por nematódeos da superfamília Trichostrongyloidea.

3.3 ANIMAIS UTILIZADOS PARA AVALIAÇÃO DO QUADRO ERITROCITÁRIO E

DA REPERCUSSÃO DO ESTADO ANÊMICO NO LEUCOGRAMA E NO PERFIL

BIOQUÍMICO DECORRENTES À PERDA SANGUÍNEA CRÔNICA EM ANIMAIS SEM

VERMINOSE GASTRINTESTINAL

Foram utilizadas 8 ovelhas de mais de 24 meses de idade, mestiças meio sangue Santa

Inês, com bom estado geral, valores normais de hematócrito, hemácias e hemoglobina e

exame coproparasitológico negativo. As ovelhas foram mantidas no campus da USP em

Pirassununga, estabulados em piquete de terra batida com 300 m2

de área e alimentadas no

cocho duas vezes ao dia com feno de capim Coast – Cross (Cynodon dactylon) com água à

vontade e sem acesso a sal mineral. Sete dias antes do início da sangria foram vermifugadas

utilizando-se 20 mg/kg de albendazole via oral.

Neste estudo procurou-se promover a perda de sangue crônica, dentro de

aproximadamente sessenta dias, de forma que os valores de hematócrito, hemoglobina e

hemácia fossem reduzidos a menos da metade dos valores mínimos normais para a espécie,

alcançando por volta de 15 % de hematócrito, 4,5 x 106 hemácias por mm

3 e 4,5 g/dL de

hemoglobina.

A sangria foi realizada por punção da veia jugular externa garroteada utilizando-se

agulha 40x16 heparinizada ligada a equipo heparinizado que depositava o sangue retirado em

proveta graduada.

Page 28: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

27

Inicialmente retirou-se 100 mL de sangue por animal por dia durante sete dias, após

esse período foi realizado o hemograma e optou-se por diminuir a quantidade de sangue

retirada para que não fosse provocada rápida diminuição nos constituintes figurados

sanguíneos. Semanalmente era colhido sangue para hemograma e bioquímica sanguínea, bem

como a cada 21 dias foi realizado exame coproparasitológico comprovando a manutenção no

estado de não parasitados por nematódeos da superfamília Trichostrongyloidea. A quantidade

de sangue retirada diariamente está detalhada no quadro 2 abaixo:

Quadro 2 – Descrição da quantidade de sangue retirada por dia para provocar anemia por perda

sanguínea crônica

Semana

Quantidade de sangue retirada por dia

Quantidade de sangue retirada por semana

1º semana 100 mL 700 mL

2° semana 50 mL 350 mL

3° semana 60 mL 420 mL

4° semana 80 mL 560 mL

5° semana 100 mL 700 mL

6° semana 120 mL 840 mL

7° semana 150 mL 1050 mL

8° semana 170 mL 1190 mL

9° semana 200 mL 1400 mL

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Ao término da nona semana (63 dias) foi retirado o total de 7.210 mL de sangue por

animal, sendo necessário mais dois dias, retirando 200 ml de sangue por dia, para que 6

ovelhas apresentassem decréscimo dos valores de hematócrito, hemácia e hemoglobina para

metade dos valores mínimos normais para a espécie. Para obtermos o mesmo resultado em

outras duas ovelhas, continuou-se retirando 200 ml de sangue, além dos 63 dias, por mais dez

dias, totalizando 73 dias de sangria e volume de sangue igual a 9.210 mL.

Após atingir os valores determinados no hemograma não era mais realizada sangria e

passava-se a acompanhar a recuperação da perda crônica de sangue nos seguintes momentos:

imediatamente após a última sangria (momento 0), 24 horas após sangria, 48 horas após, 3

dias após, 5 dias após, 7 dias após, 10 dias após, 15 dias após, 21 dias após, 30 dias após e 45

dias após a sangria.

Page 29: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

28

Nestes momentos era realizado o exame físico das ovelhas através da aferição das

funções vitais: temperatura, freqüência cardíaca, freqüência respiratória e movimento ruminal,

inspeção da coloração da mucosa ocular classificada pelo método Famacha® e inspeção da

condição corporal por meio de palpação da região lombar, segundo técnica descrita por

Russel (1984), que atribuem valores de 0 a 5 (0 = caquético, 1 = magro, 2 = regular, 3 = bom,

4 = gordo e 5 = muito gordo) para o escore de condição corporal. Colhia-se sangue para

hemograma e análises bioquímicas, bem como fezes eram colhidas para exame

coproparasitológico, com a finalidade de monitorar a condição de não parasitados por

nematódeos da superfamília Trichostrongyloidea.

3.4 ANIMAIS UTILIZADOS PARA AVALIAR O EFEITO DA RESTRIÇÃO

ALIMENTAR NOS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS, BIOQUÍMICOS E

COPROPARASITOLÓGICOS

Entre fevereiro e agosto de 2012, foram mantidas 12 ovelhas, mestiças meio sangue

Santa Inês, com verminose gastrintestinal, na qual predominava Haemonchus contortus, em

piquete de 300 m2 de terra batida, dentro da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de

Alimentos-USP Pirassununga. Nesse piquete, o único alimento recebido era feno de Coast –

Cross (Cynodon dactylon) e água à vontade. Não recebiam sal mineral. Nos meses de abril,

maio e junho de 2012, reduziu-se a quantidade fornecida de feno em 50% da quantidade

inicial. As ovelhas que recebiam diariamente 1 kg de feno por ovelha passaram a receber

500g de feno por animal.

3.5 ANIMAIS UTILIZADOS PARA AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA

ADMINISTRAÇÃO VIA ORAL DO SULFATO DE MANGANÊS COMO

ANTAGONISTA DA ABSORÇÃO DE FERRO NO ERITROGRAMA E NO

METABOLISMO DE FERRO

Foram utilizadas 10 ovelhas sem anemia, mestiças meio sangue Santa Inês, com

verminose gastrintestinal, na qual predominava Haemonchus contortus. Essas ovelhas foram

Page 30: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

29

consideradas resilientes por apresentarem infecção por nematódeos de mais de 1000 opg e não

apresentarem anemia. Os animais foram mantidos em baias de concreto e diariamente era

fornecido via oral 4 gramas de Sulfato de Manganês, como antagonista de absorção de ferro,

durante 100 dias. O sulfato de manganês era fornecido diluído em água utilizando uma

seringa.

Os animais eram alimentados com feno de Coast – Cross (Cynodon dactylon) e tinham

acesso livremente à água. Não recebiam suplementação mineral.

3.4 COLHEITA DE SANGUE

As amostras de sangue foram colhidas por punção da veia jugular externa, com agulha

descartável 25x28 mm, em três tubos plásticos preparados para a colheita de sangue á vácuo

(Sistema Vacutainer

). O tubo contendo 7,2 mg de K2 EDTA como anticoagulante (tubo de

tampa roxa) e com vácuo suficiente para aspirar 4 ml de sangue era destinado à determinação

do hemograma. O tubo sem anticoagulante e com gel ativador de coágulo (tubo de tampa

amarela) era destinado à obtenção do soro para as análises bioquímicas e o tubo com 6 mg de

fluoreto de sódio (agente anti glicolítico) e EDTA como anticoagulante (tubo de tampa cinza)

foi destinado à obtenção do plasma e com ele determinação da concentração de glicose.

O sangue após a colheita era mantido sob refrigeração até o momento da realização

dos exames, sempre concluídos antes de decorridas oito horas de conservação.

No laboratório de Análises Clínicas Veterinárias da USP de Pirassununga, os tubos

com fluoreto de sódio e os tubos com gel ativador de coágulo foram centrifugados (Centrifuga

Excelsa II, modelo 206 BL) durante 20 minutos à 2500 RPM para a formação do coágulo ou

sedimentação dos elementos figurados do sangue. A seguir, o soro e o plasma foram

pipetados em micro tubos tipo Eppendorf e as amostras embaladas e conservadas em freezer a

menos 20ºC até a realização das determinações.

Page 31: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

30

3.5 AVALIAÇÃO DA HEMOGASOMETRIA:

O sangue para a gasometria foi colhido em seringas específicas heparinizadas com Ca

balanceado da marca Monovette® Sarstedt.

Inicialmente, utilizando scalp 25G, puncionava-se a artéria carótida no terço final do

pescoço e localizada bem próxima à veia jugular, esperava-se o preenchimento do scalp pelo

sangue arterial. Com o scalp preenchido, acoplava-se a seringa e delicadamente puxava-se o

êmbolo permitindo o preenchimento pelo sangue e a não formação de bolhas. Ao preencher

mais do que 1 ml retirava-se o scalp, delicadamente homogenizava a amostra com as mãos e

retirava-se todo ar, vedando a seringa com sua tampa plástica. O sangue venoso era colhido

por punção jugular com agulha 25X8 acoplada na seringa Monovette®, com a seringa

preenchida repetia-se o mesmo procedimento citado acima.

O sangue era rapidamente analisado no local utilizando hemogasômetro portátil i-

STAT 1® (empresa Abbott) e cartuchos i-STAT® EG7+ que consistem de um chip

biossensor eletroquímico que realiza determinações à 37ºC para pH, pCO2 (pressão parcial de

dióxido de carbono em mmHg), pO2 (pressão de oxigênio em mmHg), Na (sódio em

mMol/L), K (potássio em mMol/l), iCa (cálcio ionizado em mMol/l) e Hematócrito. A partir

dessas determinações o sistema calcula valores para o HCO3 (bicarbonato em mmol/L), o

TCO2 (Dióxido de Carbono Total em mmHg), BE ( excesso ou déficit de bases no sangue em

mMol/L), SO2 (saturação de oxigênio em %) e hemoglobina (g/dL). O pH, pCO2 e pO2 são

convertidos para a temperatura do animal.

3.6 AVALIAÇÃO DO HEMOGRAMA

A determinação do número de hemácias, do hematócrito, dosagem de hemoglobina e

número total de leucócitos foram realizadas no contador automatizado BC-2800 Vet

Mindray®. Esse equipamento utiliza o método de impedância para mensuração das hemácias

e leucócitos e os métodos colorimétricos para determinação da hemoglobina.

O volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e

concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) também são calculados pelo

aparelho que utiliza as equações abaixo para determinação.

Page 32: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

31

VCM=Ht X 10

He

HCM = Hb x 10

He

CHCM = Hb x100

Ht

Com o sangue “in natura” foram distendidos dois esfregaços sanguíneos destinados à

contagem diferencial de leucócitos. Esses esfregaços, após secarem, foram corados utilizando-

se o corante de Rosenfeld.

Corante de Rosenfeld:

0,97 g -------- Giemsa em pó

0,53 g -------- May Grunwald

1000 ml ------- Metanol p.a.

Técnica utilizada:

Cobrir o esfregaço com 1 ml de corante de Rosenfeld

Aguardar 3 minutos

Acrescentar em gotas 2 ml de água destilada fervida

Homogeneizar

Aguardar 13 minutos

Lavar com água destilada fervida

Secar o esfregaço

Técnica padronizada para os animais por Birgel (1982).

Em cada esfregaço sanguíneo foram avaliados aspectos morfológicos e tintoriais das

hemácias bem como a ocorrência de sinais de policromasia (eritroblastos, células basófilas,

ponteado basófilo nas hemácias, corpúsculos de Howell-Joly e anéis de Cabot.) que,

juntamente com a contagem de reticulócitos, permitem avaliar a resposta da eritropoiese aos

estímulos, determinando se a anemia é degenerativa ou regenerativa.

Nesses esfregaços sanguíneos foram diferenciados 100 leucócitos classificados, de

acordo com suas características morfológicas e tintoriais, em neutrófilos com núcleo em

bastonete, neutrófilos com núcleo segmentado; eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos.

Page 33: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

32

Complementando a avaliação do hemograma foi realizado a contagem manual de

reticulócitos colocando partes iguais (50uL) do corante Azul de Cresil Brilhante (Laborclin®)

e do sangue em tubo de vidro. Essa mistura foi incubada em banho-maria por 20 minutos a

37°C e, após, distendido dois esfregaços e rapidamente secados. Os esfregaços eram contra-

corados com corante de Rosenfeld e analisado no microscópio óptico em aumento de 1000X,

contando-se 1000 hemácias e dentre essas as que foram corados fragmentos de RNA, os

reticulócitos. O resultado foi expresso em número absoluto de reticulócitos

(FERNANDEZ;GRINDEM, 2000).

3.7 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPÁTICA

3.7.1 Determinação dos teores séricos de proteína total

A determinação dos teores séricos de proteína total foi feita pelo método do biureto, de

acordo com a técnica preconizada por Gornall et al. (1949) e modificada por Strufaldi (1987),

com leitura da coloração da reação utilizando-se comprimento de onda de 550nm em

Analisador Bioquímico Automático da marca Randox Daytona®

- Randox Laboratories, Reino

Unido utilizando-se kit comercial da marca Randox® referência TP4001. O princípio desta

técnica baseia-se na reação entre os tripeptídeos, polipeptídeos e proteínas existentes no soro

sanguíneo com íons de cobre presentes no reativo de biureto, em meio alcalino, formando um

complexo de coloração violeta, cuja intensidade é diretamente proporcional à concentração de

proteína presente na amostra, sendo os resultados expressos em g/dL.

3.7.2 Determinação dos teores séricos de albumina

A determinação dos teores séricos de albumina foi feita pelo método do verde de

bromocresol em analisador bioquímico automático da marca Randox Daytona®

- Randox

Laboratories, Reino Unido utilizando-se kit comercial da marca Randox® referência AB3800,

de acordo com a técnica preconizada por Doumas et al. (1971), sendo a leitura da coloração

da reação realizada utilizando-se comprimento de onda de 630nm. O princípio desta técnica

Page 34: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

33

baseia-se na reação entre a albumina, presente na amostra, e o verde de bromocresol, em meio

ácido, originando um complexo cuja intensidade de coloração é diretamente proporcional à

concentração de albumina presente na amostra e os resultados expressos em g/dL.

3.7.3 Determinação dos teores séricos de globulinas e da relação albumina/globulinas

A determinação dos teores séricos de globulinas foi obtida pela subtração dos teores

séricos de proteína total e albumina, sendo os valores expressos em g/dL. Com a

determinação dos teores séricos de globulinas, dividia-se a albumina pela globulinas obtendo

a relação entre as variáveis.

3.7.4 Determinação da atividade sérica da aspartato-aminotransferase (AST)

A atividade enzimática sérica da aspartato-aminotransferase foi determinada segundo

metodologia cinética otimizada em conformidade com o European Comitee for Clinical

Laboratory Standards (ECCLS), em Analisador Bioquímico Automático da marca RX

Daytona®

- Randox Laboratories, Reino Unido, utilizando-se kit comercial da marca Randox®

referência AS3804.

O princípio do método está baseado na ação catalítica da AST sobre o 2-oxoglutarato,

originando glutamato e oxalacetato, sendo este último convertido a L-malato pela enzima

malato-desidrogenase e, nesta reação acoplada, ocorre simultaneamente, a oxidação de

NADH para NAD+, ocasionando diminuição na quantidade de NADH e o desenvolvimento

de coloração quantificada em 340nm a uma temperatura igual a 25C, cuja intensidade é

diretamente proporcional à atividade de AST presente na amostra (SCHIMID; FOSTNER,

1986) e expressas em U/L.

3.7.5 Determinação da atividade sérica da gama glutamiltransferase (GGT)

A atividade enzimática sérica da gama glutamiltransferase foi determinada segundo

metodologia cinética otimizada em conformidade com o European Comitee for Clinical

Page 35: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

34

Laboratory Standards (ECCLS), em Analisador Bioquímico Automático da marca RX

Daytona®

- Randox Laboratories, Reino Unido, utilizando-se kit comercial da marca Randox®

referência GT3817.

Segundo essa técnica, a enzima gama-glutamiltransferase cataliza a transferencia do

resíduo gama-glutamil da L-gama-glutamil-3-carboxi-4-nitrobenzoato para glicilglicina e a

quantidade de 3-carboxi-4nitroanilina formada na reação é diretamente proporcional à

atividade enzimática existente na amostra. Na realização desta prova quantificou-se o

aumento da densidade óptica em 405nm, sendo os resultados expressos em U/L e

considerando a temperatura de reação para expressão dos valores igual a 25C.

3.7.6 Determinação da atividade sérica da creatina quinase (CK)

A atividade enzimática sérica da creatina-quinase foi determinada segundo

metodologia cinética otimizada preconizada pelo Deutsche Gesellschaft fur Klinische

Chemie, em Analisador Bioquímico Automático da marca RX Daytona®

- Randox

Laboratories, Reino Unido, utilizando-se kit comercial da marca Randox® referência CK

NAC 110.

O princípio do método está baseado na ação catalítica da CK sobre a creatina fosfato e

ADP, originando creatina e ATP; durante a ocorrência desta reação outras duas reações

ocorrem simultaneamente, dando origem a NADPH que confere cor ao composto, cuja

intensidade, determinada utilizando-se comprimento de onda igual a 340nm, é diretamente

proporcional a atividade de CK existente na amostra (SCHIMID; FOSTNER, 1986), sendo os

resultados expressos em U/L e a temperatura de reação considerada para a expressão deste

valor igual a 25C.

3.7.7 Determinação das bilirrubinas séricas

As bilirrubinas foram determinadas por metodologia descrita por Jendrassik et al.

(1938), utilizando-se o método colorimétrico direto de diazotação para as determinações de

Page 36: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

35

bilirrubinas total e direta, feita com kit de Bilirrubina da marca Randox® referência BR3807

para bilirrubina direta e referência 3859 para Bilirrubina Total.

O método fundamenta-se na reação das bilirrubinas, especificamente com o ácido

sulfanílico diazotado, produzindo um pigmento vermelho (azobilirrubina). A bilirrubina

conjugada (bilirrubina direta) reage com o diazoreativo e, para obter-se a reação completa,

permitindo a determinação de toda bilirrubina presente no soro sanguíneo (bilirrubina total),

emprega-se um acelerador aquoso de benzoato de cafeína. A bilirrubina livre (indireta) é

calculada por diferença entre os valores determinados para as bilirrubinas total e direta. As

leituras das reações coloridas foram realizadas com espectrofotômetro, em 530nm de

comprimento de onda e os resultados expressos em mg/dL.

3.8 AVALIAÇÃO DO LIPIDOGRAMA

3.8.1 Determinação dos teores séricos de colesterol

A determinação dos teores séricos de colesterol foi quantificada por metodologia

enzimática colorimétrica em Analisador Bioquímico Automático da marca RX Daytona®

-

Randox Laboratories, Reino Unido, utilizando-se kit comercial da marca Randox® referência

CH3810, conforme método descrito por Allain et al. (1974).

O princípio do método está baseado na ação das enzimas colesterol-esterase e

colesterol-oxidase sobre o colesterol, originando um composto intermediário e água

oxigenada. Na presença de peroxidase, a água oxigenada formada na reação anterior, reage

com 4-arnino-antipirina e fenol dando origem a um complexo que desenvolve coloração, cuja

intensidade medida em comprimento de onda igual a 500nm mantém relação direta com a

quantidade de colesterol presente na amostra, sendo os resultados expressos em mg/dL.

3.8.2 Determinação dos teores séricos de triglicérides

A determinação dos teores séricos de triglicérides foi quantificada por metodologia

enzimática colorimétrica em Analisador Bioquímico Automático da marca RX Daytona®

-

Page 37: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

36

Randox Laboratories, Reino Unido, utilizando-se kit comercial da marca Randox® referência

TR3823, conforme técnica descrita por Fossati et al. (1982).

O princípio do método está baseado na hidrólise dos triglicérides pela ação da enzima

lipase liberando glicerol; a ação da enzima glicerol-quinase e glicerol-fosfato-oxidase sob o

glicerol formado na reação anterior, promove a formação de peróxido de hidrogênio e este por

sua vez, sofre ação da peroxidase, produzindo quinolaimina que desenvolve coloração, cuja

intensidade medida em comprimento de onda igual a 500nm, mantém relação direta com a

quantidade de triglicérides presente na amostra, sendo os resultados expressos em mg/dL.

3.8.3 Determinação dos teores séricos de acidos graxos não esterificados (NEFA)

A determinação dos teores séricos de ácidos graxos não esterificados (NEFA) foi

quantificada por metodologia enzimática colorimétrica em Analisador Bioquímico

Automático da marca RX Daytona®

- Randox Laboratories, Reino Unido, utilizando-se kit

comercial da marca Randox® referência FA115.

O principio do método está baseado na ação das enzimas acil-CoA-sintetase na

presença de ATP e cofatores sobre os ácidos graxos não esterificados, originando acil-CoA,

AMP e Ppi; a acil-Coa é oxidada dando origem a peróxido de hidrogênio que age favorecendo

a reação de N-etil-N-(2hidroxi-3-sulfopropil)-m-tosluidina com 4-aminoantipirina, presentes

no reagente, dando origem a um complexo que desenvolve coloração púrpura, cuja

intensidade medida em comprimento de onda igual a 550nm mantém relação direta com a

quantidade de NEFA presente na amostra, sendo os resultados expressos em mol/L.

3.8.4 Determinação dos teores séricos de beta-hidroxibutirato

A determinação dos teores séricos de beta-hidroxibutirato foi quantificada por

metodologia enzimática colorimétrica em Analisador Bioquímico Automático da marca RX

Daytona®

- Randox Laboratories, Reino Unido, utilizando-se kit comercial da marca Randox®

referência RB 1007.

Page 38: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

37

O principio do método está baseado na oxidação de D-3-hidroxibutirato em

acetoacetato pela enzima desidrogenase 3-Hidroxibutirato. Concomitantemente com esta

oxidação o cofator NAD+ é reduzido a NADH dando origem a coloração, cuja intensidade

medida em comprimento de onda igual a 340nm mantém relação direta com a quantidade de

beta-hidroxibutirato presente na amostra, sendo os resultados expressos em mg/dL.

3.9 DETERMINAÇÃO DOS TEORES PLASMÁTICOS DE GLICOSE

Para a determinação dos teores plasmáticos de glicose foi utilizado o método descrito

por Barhan et al. (1972), em Analisador Bioquímico Automático da marca RX Daytona®

-

Randox Laboratories, Reino Unido, utilizando-se kit comercial da marca Randox® referência

GL3815.

O princípio do método está baseado na oxidação da glicose em ácido glicurônico e

peróxido de hidrogênio pela enzima glicose-oxidase; na presença de peroxidase o peróxido de

hidrogênio, formado na reação anterior, reage com a 4-aminofenazona e com o 2,4-diclofenol,

produzindo um corante quinoneiminico de coloração rósea, cuja intensidade mantém relação

direta com a quantidade de glicose presente na amostra, sendo a leitura da coloração realizada

utilizando comprimento de onda igual a 505nm e os resultados expressos em mg/dL.

3.10 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL

3.10.1 Determinação dos teores séricos de uréia

A determinação dos teores séricos de uréia foi realizada por meio de método cinético

enzimático, sendo a leitura da reação obtida pelo analisador bioquímico automático RX

Daytona ®

- Randox Laboratories, Reino Unido utilizando-se kit comercial da marca Randox®

referência UR3825.

A uréia da amostra é hidrolisada pela enzima urease com produção de gás carbônico e

íons amônio. Estes são captados por uma segunda enzima, a glutamato desidrogenase, a qual

em presença de outros substratos como o NADH2 e α -cetoglutarato, produz NAD e

Page 39: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

38

glutamato. A diminuição da concentração de NADH2 pode ser medida por espectrofotometria

utilizando comprimento de onda igual a 340 nm, sendo sua diminuição proporcional à

concentração de uréia na amostra. Os resultados foram expressos em mg/dL.

3.10.2 Determinação dos teores séricos de creatinina

A determinação dos teores séricos de creatinina foi realizada por método colorimétrico

e sua intensidade de cor processada pelo Analisador Bioquímico Automático da marca RX

Daytona®

- Randox Laboratories, Reino Unido, utilizando kit comercial da marca Randox®

referência CR3814.

A reação da creatinina em solução alcalina com o picrato, origina um complexo de

cor, cuja intensidade, determinada utilizando-se comprimento de onda igual a 340nm, é

diretamente proporcional a atividade de creatinina existente na amostra, sendo os resultados

expressos em mg/dL.

3.11 DETERMINAÇÃO DOS TEORES SÉRICOS DE LACTATO

O teor sérico de lactato foi obtido por determinação enzimática, correlacionando a

ação catalítica da Lactato Oxidade que é diretamente proporcional à quantidade de lactato na

amostra. A leitura por espectrofotometria utilizando comprimento de onda igual a 340 nm, foi

realizada pelo Analisador Bioquímico Automático da marca RX Daytona®

- Randox

Laboratories, Reino Unido, utilizando kit comercial da marca Randox® referência LC3980.

Os resultados foram expressos em mg/dL.

3.12 DETERMINAÇÃO DO TEOR SÉRICO DE FERRO (FS), CAPACIDADE TOTAL

DE LIGAÇÃO DO FERRO À TRANSFERRINA (CTLF OU TIBC) E ÍNDICE DE

SATURAÇÃO DA TRANSFERRINA (IST)

A determinação dos teores séricos de ferro e capacidade total de ligação do ferro à

transferrina (CTLF) foi realizada por método colorimétrico, sendo a leitura da coloração da

Page 40: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

39

reação obtida pelo analisador bioquímico automático RX Daytona ®

- Randox Laboratories,

Reino Unido, utilizando kit comercial da marca Randox® referência SI250. Nesta

determinação, o pH ácido do reagente tampão libera o ferro sérico que está ligado à

transferrina sob a forma férrica. Há liberação do ferro férrico que é, então, reduzido para a

forma ferrosa pela hidroxilamina. O ferro na forma ferrosa reage com o reativo

Ferene(cromógeno) formando um complexo de cor azul. A absorbância da coloração desse

complexo é lida utilizando-se comprimento de onda igual a 595 nm, sendo o resultado

proporcional à concentração sérica de ferro na amostra. A presença de tiuréia na solução

tampão suprime qualquer interferência do ferro.

Em pH alcalino os receptores não ocupados de transferrina podem ligar-se com

o ferro na forma ferrosa. A adição de ferro não ligado à transferrina neste pH, reage com o

Ferene e forma uma cor. A absorbância da coloração desse complexo ferro-Fereneé lida

utilizando-se comprimento de onda igual a 595 nm, sendo o resultado inversamente

proporcional à quantidade de receptores não ocupados. A capacidade total de ligação do ferro

a transferrina (CTLF ou TIBC) é a soma da concentração sérica de ferro e a quantidade

adicional de ferro necessária para saturar o sítio não ligado de transferrina (UIBC).

Os resultados do Ferro Sérico (FS), da Capacidade Total de Ligação do Ferro à

transferrina (CTLF)foram expressos em ug/dL.

A percentagem de saturação da transferrina foi obtida através do cálculo da

proporção entre a concentração de Fe (FS) e a Capacidade Total de Ligação do Ferro à

transferrina (CTLF) e multiplicado por 100. Seguindo a equação abaixo:

ISF = _FS_ X 100

CTLF

3.13 DETERMINAÇÃO DOS TEORES SÉRICOS DE COBRE

A determinação dos teores séricos de cobre foi realizada por método colorimétrico em

pH 4,7 no qual o cobre ligado a ceruloplasmina é liberado por uma agente redutor, em seguida

reage com o complexante 3,5-Di-Br-PAESA, formando um complexo colorido estável e sua

intensidade de cor é diretamente proporcional a concentração de cobre na amostra. A leitura

por espectrofotometria, utilizando comprimento de onda igual a 580 nm, foi realizada pelo

Page 41: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

40

Analisador Bioquímico Automático da marca RX Daytona®

- Randox Laboratories, Reino

Unido, utilizando kit comercial da marca Randox® referência CU2340. Os resultados foram

expressos em ug/dL.

3.14 EXAME COPROPARASITOLÓGICO E COPROCULTURA

A contagem no número de ovos de nematóides gastrintestinal foi realizada pela técnica

de Gordon e Whitlock modificada utilizando solução hipersaturada de cloreto de sódio, sendo

a contagem do número de ovos por grama de fezes realizada em Câmara de Macmaster, de

acordo com as recomendações de Ueno e Gonçalves (1998). Os ovos encontrados foram

diferenciados e classificados como pertencentes à superfamília Trichostrongyloidea, aos

gêneros Strongyloides, Nematodirus e Trichuris, sendo registrados a ocorrência de ovos

pertencentes ao gênero Moniezia e oocitos do gênero Eimeria sp.

Para identificação dos parasitas, principalmente, da superfamília Trichostrongyloidea

foi realizada a coprocultura conforme a técnica de Roberts e O’Sullivan descrita por Ueno e

Gonçalves (1998).

3.15 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os valores da média aritmética e desvio padrão foram calculados utilizando o

procedimento Means do SAS versão 9.2 (SAS/STAT, SAS Institute Inc., Cary, NC).

Os testes de normalidade dos resíduos foram realizados utilizando-se o Teste Shapiro-

Wilk e para homogeneidade das variâncias utilizou-se o Guide Data Analise do SAS. Dados

que não preencheram os pressupostos para a análise de variância (distribuição normal e

homocedasticidade das variâncias) foram transformadas em conformidade e novamente

analisados.

Nas variáveis nas quais foi satisfeita a premissa de distribuição normal e a hipótese de

homocedasticidade, utilizou-se a análise de variância, GLM, para testar igualdade de médias.

Nos casos em que foi rejeitada a hipótese de igualdade de médias entre os grupos, optou-se

Page 42: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

41

por utilizar o teste paramétrico de Duncan, com nível de 5% de significância (p0,05),

conforme recomenda Sampaio (1998).

Para as variáveis nas quais a suposição de normalidade e independência dos resíduos

não foi satisfeita, optou-se por utilizar os testes não paramétricos. O teste não paramétrico de

Mann-Whitney quando foi necessária a comparação de dois grupos experimentais e o teste

não paramétrico de Kruskal-Wallis quando foi necessária a comparação de três ou mais

grupos experimentais (SAMPAIO, 1998).

Page 43: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

42

4 RESULTADOS

Os resultados apresentados na presente pesquisa serão em seguida documentados e

ilustrados através de gráficos e tabelas.

4.1 AVALIAÇÃO DO QUADRO ERITROCITÁRIO E DA REPERCUSSÃO DO

ESTADO ANÊMICO DECORRENTES À VERMINOSE GASTRINTESTINAL

4.1.1 Eritrograma

Nos gráficos 1 a 6 e tabela 1 foram apresentados as médias e desvios padrão do

número de hemácias, concentração de hemoglobina, hematócrito e os índices hematimétricos

absolutos de ovinos sem anemia e com três diferentes intensidades de anemia, permitindo a

caracterização de cada sub-grupo.

As médias de número de hemácias, concentração de hemoglobina e hematócrito por

grupo foram estatisticamente diferentes confirmando as diferenças da intensidade da anemia

observadas nos subgrupos.

Em termo médios, a análise dos resultados dos índices hematimétricos absolutos

permitiram caracterizar a anemia como normocítica e normocômica independente da

intensidade do processo anêmico.

Considerando-se os resultados individuais, observou-se na população de animais

sadios e não anêmicos valores de VCM maiores do que 40,0 µ em 3,8 % (3/79) e valores de

VCM menores do que 28,0 µ em 7,6 % (6/79) das ovelhas examinadas. A ocorrência de

anemia classificada como macrocítica foi igual a 7,4% (4/54) nas ovelhas com anemia leve,

14,3 % (3/21) nos animais com anemia moderada e 46,2 % (6/13) nos animais com anemia

grave. Anemia do tipo microcítico foi diagnosticada em 16,7 % (9/54) das ovelhas com

anemia leve, em 19,0% (4/21) das ovelhas com anemia moderada e em 23,1 % (3/13) das

ovelhas com anemia grave. Com relação aos valores individuais do HCM observou-se que

em 10,1 % (8/79) das ovelhas não anêmicas eram observados valores de HCM menores do

que 9,0 picogramas. A ocorrência de anemia classificada como hipocrômica foi igual a 9,3%

(5/54) nas ovelhas com anemia leve, 23,8 % (5/21) nos animais com anemia moderada e 46,2

% (6/13) nos animais com anemia grave.

Page 44: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

43

Gráfico 1 - Número de Hemácias de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 2 - Concentração de Hemoglobina de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia –

Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 3 – Hematócrito de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

3,4

5,6

7,3

8,8

10,7

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Hem

aci

as

(x1

06/m

m3)

1,01 a

1,01 b

1,26 d

1,15 c

1,76 e

3,81

6,22

8,32

10,20

12,00

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Hem

oglo

bin

a (g/d

L)

1,76 e

1,55 d

0,96 c

0,87 b

0,97 a

12,0

18,5

23,6

28,0

36,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Hem

ató

crit

o (%

)

2,70 a

1,53 b

1,28 c

1,45 d

4,15 e

Page 45: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

44

Gráfico 4 – VCM de ovinos distribuídos segundo o grau de anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 5 - HCM de ovinos distribuídos segundo o grau de anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 6 - CHCM de ovinos distribuídos segundo o grau de anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

11,8411,29 11,56 11,72

11,21

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

HC

M (p

g)

1,56 a 1,41 a1,98 a

0,88 a

3,64 a

31,4734,02

35,4236,80

33,24

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

CH

CM

(%

)

3,67 a2,54 b

3,14 bc

5,70 b

2,17 c

37,4

33,5 33,132,2

34,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

VC

M (µ

³)

9,12 a

5,68 a 5,33 a4,37 a

3,75 a

Page 46: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

45

Tabela 1 - Valores médios e respectivos desvios padrão do número de hemácias, concentração de hemoglobina, hematócrito e índices hematimétricos absolutos de ovinos agrupados

em diferentes intensidades de anemia – Pirassununga – 2013

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-

Wallis (p ≤ 0,05)

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Animais Anêmicos Animais Sem Anemia

Anemia Intensa

Ht ≤ 15 %

Anemia Moderada

15 % < Ht ≤ 20 %

Anemia Leve

20%< Ht ≤ 25 %

25%< Ht ≤ 30 %

Ht > 30 %

Número de Amostras 13

21

54

41

38

Hemacias* (X10

6/mm

3)

3,35 ± 1,01 a

5,59 ± 1,01 b

7,29 ± 1,15 c

8,84 ± 1,26 d 10,72 ± 1,70 e

Hemoglobina*

(g/dL) 3,81 ± 0,97 a 6,22 ± 0,87 b 8,32 ± 0,96 c 10,20 ± 1,55 d 12,00 ± 1,76 e

Hematócrito*

(%) 12,00 ± 2,70

a 18,48 ± 1,53 b 23,56 ± 1,28

c 27,99 ± 1,45 d 35,96 ± 4,15

e

VCM**

(µ3)

37,44 ± 9,12 a

33,53 ± 5,68 a 33,10 ± 5,33 a

32,17 ± 4,37 a 34,01 ± 3,75 a

HCM**

(pg) 11,84 ± 3,64

a 11,29 ± 1,56 a 11,56 ± 1,41

a 11,72 ± 1,98 a 11,21 ± 0,88

a

CHCM**

(%) 31,47 ± 3,67 a 34,02 ± 2,54 b 35,42 ± 3,14 bc 36,80 ± 5,70 b 33,24 ± 2,17 c

Page 47: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

46

Nos esfregaços sanguíneos avaliados foi observado anisocitose e hipocromia em,

respectivamente, 52,4% (41/79) e em 26,6 % (21/79) das ovelhas não anêmicas. A frequência

e a intensidade da anisocitose e hipocromia aumentou gradualmente com o aumento da

intensidade da anemia. Em animais com anemia leve observou-se anisocitose em 75,9 %

(41/54) e hipocromia em 38,9 % (21/54) das amostras de sangue examinadas. Em animais

com anemia moderada observou-se anisocitose em 85,7 % (18/21) e hipocromia em 38,1 %

(8/21) das amostras de sangue examinadas. Em animais com anemia intensa observou-se

anisocitose em 100,0 % (13/13) e hipocromia em 100,0 % (13/13) das amostras de sangue

examinadas.

Nas ovelhas sadias e não anêmicas não são observados sinais de policromasia.

Presença de corpúsculo de Howel-Jolly e eritroblastos foram achados esporadicamente nos

esfregaços sanguíneos de ovelhas anêmicas e não representaram um bom parâmetro para

afirmar se a anemia é do tipo regenerativa ou degenerativa. A presença de reticulócitos, de

ponteado basófilo e de hemácias basofílicas foi, dentre os sinais de prolicromasia, aqueles que

apresentaram significado clinico para a interpretação do eritrograma de ovinos.

A frequência de reticulócitos foi igual a 5,6 % (3/54) no grupo de animais com anemia

leve, igual a 14,3 % (3/21) no grupo de animais com anemia moderada e igual a 53,8 % (7/13)

no grupo de animais com anemia intensa.

Observou-se que no grupo de animais com anemia leve, a frequência de ponteado

basófilo foi igual a 5,6 % (3/54), nas anemias moderadas igual a 14,3% (3/21) e nas anemias

intensas igual a 30,8 % (4/13).

A frequência de hemácias basofílicas foi igual a 1,9 % (1/54) no grupo de animais com

anemia leve, igual a 9,5 % (2/21) no grupo de animais com anemia moderada e igual a 38,5 %

(5/13) no grupo de animais com anemia intensa.

4.1.2 Leucograma

A repercussão do estado anêmico sobre o leucograma foi apresentada nos gráficos 7 a

14 e tabela 2, em média observou-se normoleucocitemia com existência de linfopenia e

eosinopenia, podendo ser observado em animais com hematócrito menor do que 15 % a

ocorrência de neutrofilia sem desvio a esquerda. Observou-se linfopenia e eosinopenia

Page 48: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

47

11808

84579082 9339

10764

0

5000

10000

15000

20000

25000

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Leu

cóci

tos

(/m

m³)

7715 a

6409 b

3372 ab 2977 ab

3852 a

absoluta que aumentou conforme maior era a intensidade do processo anêmico e ocorria

inversão do padrão leucocitário, que passa de predominantemente linfocitário para

neutrofílico.

Essa inversão acentua-se a medida que o processo anêmico torna-se mais intenso. Nos

ovinos com hematócrito maior do que 30 %, observou-se que 26,3 % (10/38) dos animais

apresentavam quadro leucocitário predominantemente neutrofílico, enquanto nos animais com

hematócrito variando entre 25 e 30 % o percentual foi de 43,9 % (18/41). Nos animais com

anemia leve esse percentual era de 63,9 % (34/54), nos animais com anemia moderada o

percentual foi de 61,9 % (13/21), enquanto nos animais com anemia grave o padrão

leucocitário foi neutrofílico em 84,6 % (11/13) dos animais examinados.

Nos ovinos observou-se que 22,8 % (38/167) dos animais apresentava número

absoluto de eosinófilos variando entre 500 e 1.000 celulas/mm³ e 16,8 % (28/167)

apresentavam eosinofilia, ou seja, número absoluto de eosinóflos maior do que 1000 células/

mm³.

Gráfico 7 - Leucócitos de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte:: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Page 49: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

48

Gráfico 8 - Neutrófilos bastonetes de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga –2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 9 - Neutrófilos segmentados de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga -

2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 10 - Neutrófilos totais de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

8876

5159 51224511 4570

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Neu

tró

filo

s S

egm

enta

dos

(/m

m³) 6972 a

2632 b

2117 b

5670 b

2109 b

10

36

63

2512

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Neu

tró

filo

s B

ast

on

etes

(/m

m³)

37 a

299 a

81 a

66 a

32 a

8886

5195 51854536 4582

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Neu

tró

filo

s T

ota

is (/

mm

³)

6960 a

5738 b

2890 b

2132 b 2112 b

Page 50: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

49

Gráfico 11 - Linfócitos de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 12 - Monócitos de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

26132951

3303

3991

4845

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Lin

fóci

tos

(/m

m³)

1527 a

1922 ab

1845 bc

997 a

2362 c

236

7397

121 134

0

100

200

300

400

500

600

700

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Mo

cito

s (/

mm

³)

421 a

139 a 125 a

181 a138 a

Page 51: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

50

Gráfico 13 - Eosinófilos de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 14 - Basófilos de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

74

223

482

666

1181

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Eo

sin

ófi

los

(/m

m³)

150 a

298 b

625 bc505 bd

1299 d

0

15 14

25 23

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Basó

filo

s (/

mm

³)

35 a

31 a

53 a

62 a

Page 52: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

51

Tabela 2 – Valores médios e respectivos desvios padrão do diferencial de leucócitos de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Animais Anêmicos

Animais Sem Anemia

Anemia Intensa

Ht ≤ 15 %

Anemia Moderada

15 % < Ht ≤ 20 %

Anemia Leve

20%< Ht ≤ 25 %

25%< Ht ≤ 30 %

Ht > 30 %

Leucócitos*

(/mm³)

11.808 ± 7.715 a

8.457 ± 6.409 b

9.082 ± 3.372 ab

9.339 ± 2.977 ab

10.764 ± 3.852 a

Neutrófilos

Bastonete**

(/mm³)

10 ± 37 a

36 ± 81 a

63 ± 299 a

25 ± 66 a

12 ± 32 a

Neutrófilos

Segmentado*

(/mm³)

8.876 ± 6.972 a 5.159 ± 5.670 b 5.122 ± 2.632 b

4.511 ± 2.117 b 4.570 ± 2.109 b

Total de Neutrófilos*

(/mm³)

8.886 ± 6.960 a

5.195 ± 5.738 b

5.185 ± 2.890 b

4.536 ± 2.132 b

4.582 ± 2.112 b

Linfócitos*

(/mm³)

2.613 ± 997 a

2.951 ± 1.527 a

3.303 ± 1.922 ab

3.991 ± 1.845 bc

4.845 ± 2.362 c

Monócitos*

(/mm³)

236 ± 421 a

73 ± 139 a

97 ± 125 a

121 ± 181 a

134 ± 138 a

Eosinófilos*

(/mm³)

74 ± 150 a

223 ± 298 b

482 ± 625 bc

666 ± 505 bd

1.181 ± 1.299 d

Basófilos*

(/mm³)

0 ± 0 a

15 ± 35 a

14 ± 31 a

25 ± 53 a

23 ± 62 a

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Page 53: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

52

4.1.3 Coproparasitológico

A média e desvio padrão do número de ovos da superfamília Trichostrongyloidea por

grama de fezes foi significativamente maior em ovelhas com anemia intensa (8.567 ± 7.276

opg) e no grupo de animais com anemia moderada (4.715 ± 3.821 opg). Os resultados da opg

entre o grupo composto por animais sem anemia e grupo de animais com anemia leve

oscilaram entre 1.718 ± 3.555 e 2.438 ± 3.572 opg sem que diferenças estatísticas fosse

observadas.

Tabela 3 – Média de ovos de Trichostrongyloidea por grama de

fezes de ovinos distribuídos segundo a intensidade de

anemia – Pirassununga - 2013

Ovos de Trichostrongyloidea por

gramas de fezes (opg)*

Anemia Intensa

Ht ≤ 15 % 8567 ± 7276 a

Anemia Moderada

15 % < Ht ≤ 20 % 4712 ± 3821 b

Anemia Leve

20%< Ht ≤ 25 % 2121 ± 2203 c

Sem Anemia

25%<Ht≤30% 2438 ± 3572 c

Sem Anemia Ht>30% 1718 ± 3555 c

abcde:letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística

significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05) Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Page 54: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

53

4.1.4 Função Renal

A repercussão do estado anêmico na função renal não determinou diferenças

significativas comparadas a animais não anêmicos.

Apesar da média dos teores séricos de ureia não ser estatisticamente maior nas ovelhas

intensamente anêmicas, na análise individual dos resultados observa-se maior porcentagem de

animais com teores de ureia sérica acima de 60 mg/dl. Desta forma, 38,4% (5/13) das ovelhas

com anemia intensa, comparado a 14,2% (3/21) das ovelhas com anemia considerada

moderada, 9,2 % (5/54) das ovelhas com anemia leve e à 8 % (7/79) das ovelhas não

anêmicas apresentaram teores de mais de 60 mg/dl de ureia sérica.

Os teores séricos de creatinina oscilaram sem diferença estatística entre anêmicos e

não anêmicos. Nenhum animal utilizado nessa pesquisa apresentou teores séricos de mais de 2

mg/dl de creatinina, sendo valores acima de 2 mg/dl considerados indicativo de insuficiência

renal.

Os teores séricos de ureia e creatinina seguem representados nos gráficos 15 e 16 e na

tabela 4:

Page 55: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

54

Gráfico 15 - Ureia de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 16 - Creatinina de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

53,10

32,30 32,9035,70

32,66

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Uré

ia (m

g/d

l) 17,2 a19,3 a

17,7 a

28,1 a

12,1 a

0,80

0,90 0,90 0,90

1,09

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Cre

ati

nin

a (m

g/d

l)

0,30 a 0,20 ab 0,20 b

0,30 ab

0,20 c

Page 56: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

55

Tabela 4 – Valores médios e respectivos desvios padrão da concentração de uréia e creatinina de ovinos distribuidos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05) Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Animais Anêmicos Animais Sem Anemia

Anemia Intensa

Ht ≤ 15 %

Anemia Moderada

15 % < Ht ≤ 20 %

Anemia Leve

20%< Ht ≤ 25 %

25%< Ht ≤ 30 %

Ht > 30 %

Uréia*

(mg/dl) 53,09 ± 28,07

a 32,28 ± 17,16

a 32,92 ± 19,35

a 35,73 ± 17,73

a 32,66 ± 12,10

a

Creatinina*

(mg/dl) 0,80 ± 0,32

a 0,91 ± 0,27

ab 0,87 ± 0,18

ab 0,95 ± 0,17

b 1,09 ± 0,20

c

Page 57: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

56

4.1.5 Função Hepática

A análise dos resultados da repercussão do estado anêmico sobre a função hepática

determinou que animais intensamente anêmicos, com valores de hematócrito abaixo de 15%,

apresentassem em média menor concentração de proteína, albumina e globulina séricas

comparadas às demais intensidades de anemia e aos não anêmicos.

Animais com anemia considerada moderada, também apresentaram em média,

significante diminuição de proteína total e albumina comparado aos não anêmicos. A relação

albumina globulina só estava diminuída nos animais intensamente anêmicos.

Os gráficos 17 a 20 e tabela 5 representam as médias e seus desvios padrão da

concentração sérica de proteína, albumina, globulina e relação albumina globulina.

Gráfico 17 – Proteína total de ovinos distribuídos segundo o grau de anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

5

6,2

6,8 6,9 6,95

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Pro

teín

a T

ota

l (g/d

l) 1,30 a

0,80 c 0,80 c1,10 b

0,70 c

Page 58: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

57

Gráfico 18 – Albumina de ovinos distribuídos segundo o grau de anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 19 – Globulinas de ovinos distribuídos segundo o grau de anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 20 – Relação Albumina/Globulinas de ovinos distribuídos segundo o grau de anemia – Pirassununga -

2013

Fonte:: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

1,80

2,30

2,702,90

3,18

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Alb

um

ina (g/d

l)0,40 a

0,50 b0,30 c

0,30 d

0,28 e

3,10

3,904,10 4,00

3,76

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Glo

bu

lin

as

(g/d

l) 1,00 a

1,30 b0,80 b 0,90 b

0,77 b

0,640,68 0,7

0,75

0,89

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Rel

açã

o A

lb/G

lob

0,23 b

0,20 b

0,17 b

0,34 b

0,27 a

Page 59: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

58

Tabela 5 – Valores médios e respectivos desvios padrão da concentração de proteína total, albumina, globulina e relação albumina/globulinas de ovinos distribuidos segundo a

intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Animais Anêmicos Animais Sem Anemia

Anemia Intensa

Ht ≤ 15 %

Anemia Moderada

15 % < Ht ≤ 20 %

Anemia Leve

20%< Ht ≤ 25 %

25%< Ht ≤ 30 %

Ht > 30 %

Proteína Total**

(g/dl) 4,99 ± 1,34

a 6,20 ± 1,13

b 6,77 ± 0,83

c 6,90 ± 0,78

c 6,95 ± 0,70

c

Albumina**

(g/dl) 1,77 ± 0,41

a 2,30 ± 0,46

b 2,72 ± 0,30

c 2,87 ± 0,28

d 3,18 ± 0,28

e

Globulinas**

(g/dl) 3,10 ± 1,01

a 3,90 ± 1,27

b 4,06 ± 0,84

b 4,03 ± 0,88

b 3,76 ± 0,77

b

Relação Albumina /

Globulinas** 0,64 ± 0,27

a 0,68 ± 0,34

b 0,70 ± 0,17

b 0,75 ± 0,20

b 0,89 ± 0,23

b

Page 60: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

59

Os gráficos 21 e 22 e tabela 5 representam as médias e seus desvios padrão da

atividade enzimática sérica da AST e GGT, segundo a intensidade da anemia. A concentração

enzimática da CK também é apresentada como forma de diferenciar uma provável alteração

muscular, na qual haveria aumento de AST e CK.

Ao analisar os dados abaixo se pode concluir que em média a intensidade da anemia

não provocou alterações na AST, GGT e CK, ao se analisar individualmente os resultados

pode-se afirmar que, quando a AST se elevou a valores não considerados dentro da

normalidade, a CK também se elevou, indicando dano muscular e não hepático.

Gráfico 21 – Determinação da AST a 25°C de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia –

Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 22 – Determinação da GGT a 25°C de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia –

Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

161,50189,60

104,00

74,5060,52

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

350,00

400,00

450,00

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

AS

T a

25

ºC (U

/L)

199,8 a

134,0 a

70,6 a

217,7 a

29,6 a

21,824,3

33,7

28,4

42,9

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

GG

T a

25

ºC (U

/L)

12,9 a 11,9 a

13 a13,1 b

48,41 ab

Page 61: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

60

A atividade sérica da enzima CK não apresentou, em média, diferença estatística entre

as diversas intensidades da anemia, mas quando se analisa os dados individualmente temos

que 30,8% (4/13) dos animais com anemia intensa apresentaram valores para CK maiores que

200 U/L, sendo observado o mesmo fato em 23,8% (5/21) dos animais moderadamente

anêmicos, 13% (7/54) dos levemente anêmicos e em 5% (4/79) das ovelhas não anêmicas.

Gráfico 23 – Determinação da CK a 25°C de ovinos distribuídos segundo o grau de anemia – Pirassununga -

2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

Os gráficos 24 a 26 e a tabela 6 representam as médias e desvios padrão de bilirrubina

direta, indireta e total, ao analisá-los se pode concluir que não houve alteração das bilirrubinas

hepáticas conforme a intensidade do processo anêmico.

266,7 286,9

155,6

86,270,5

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

800,0

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

CK

a 2

5ºC

(U

/L) 317,60 a

265,90 a

91,60 a

436,20 a

44,43 a

Page 62: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

61

Gráfico 24 – Bilirrubina indireta de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

Gráfico 25 – Bilirrubina direta de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

Gráfico 26 – Bilirrubina total de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

0,2860,254

0,213 0,203

0,259

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Bil

irru

bin

a In

dir

eta (m

g/d

l)

0,128 ab

0,097 b0,103 b

0,092 ab0,065 a

0,034 0,034

0,028

0,045

0,016

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Bil

irru

bin

a D

iret

a (m

g/d

l)

0,043 ab

0,029 ab

0,039 a

0,03 ab

0,018 b

0,3090,287

0,24 0,246

0,276

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Bil

irru

bin

a T

ota

l (m

g/d

l)

0,062 a

0,095 b 0,078 b

0,095 ab0,128 ab

0,3090,287

0,24 0,246

0,276

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Bil

irru

bin

a T

ota

l (m

g/d

l)

0,062 a

0,095 b 0,078 b

0,095 ab0,128 ab

Page 63: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

62

Tabela 5 – Valores médios e respectivos desvios padrão da atividade sérica das enzimas AST, GGT e CK e da concentração de bilirrubina indireta, direta e total de ovinos distribuidos

segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Animais Anêmicos Animais Sem Anemia

Anemia Intensa

Ht ≤ 15 %

Anemia Moderada

15 % < Ht ≤ 20 %

Anemia Leve

20%< Ht ≤ 25 %

25%< Ht ≤ 30 %

Ht > 30 %

AST a 25ºC**

(U/L) 161,48 ± 199,81

a 189,64 ± 217,69

a 103,99 ± 133,99

a 74,45 ± 70,64

a 60,52 ± 29,60

a

GGT a 25ºC**

(U/L) 21,78 ± 12,88

a 24,31 ± 11,88

a 33,73 ± 13,05

b 28,44 ± 12,99

a 42,90 ± 48,41

a

b

CK a 25ºC**

(U/L) 266,69 ± 317,64

a 286,90 ± 436,24

a 155,56 ± 265,95

a 86,25 ± 91,61

a 70,53 ± 44,43

a

Bilirrubina Indireta*

(mg/dl) 0,286 ± 0,065

a 0,254 ± 0,092

ab 0,213 ± 0,103

b 0,203 ± 0,097

b 0,259 ± 0,128

a

b

Bilirrubina Direta**

(mg/dl) 0,034 ± 0,043

ab 0,034 ± 0,030

ab 0,028 ± 0,029

ab 0,045 ± 0,039

a 0,016 ± 0,018

b

Bilirrubina Total*

(mg/dl) 0,309 ± 0,062

a 0,287 ± 0,095

ab 0,240 ± 0,095

b 0,246 ± 0,078

b 0,276 ± 0,128

a

b

Page 64: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

63

4.1.6 Lipidograma

Os gráficos 27 a 31 e tabela 6 representam a concentração de colesterol, triglicérides,

NEFA (ácidos graxos não esterificado), beta-hidroxibutirato e glicose de ovinos distribuídos

conforme a intensidade da anemia e ovinos não anêmicos.

Ao analisar os resultados se pode concluir que apenas os valores médios do colesterol

eram menores nos grupos com anemia intensa e moderada, comparado aos animais com leve

anemia e aos não anêmicos. A glicemia dos animais com verminose gastrintestinal diminuiu

com o aumento da intensidade da anemia, porém no grupo com anemia intensa observou-se

hiperglicemia. Em de três dos 13 animais apresentavam glicemia maior do que 100 mg/dL

Gráfico 27 – Colesterol de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

Gráfico 28 – Triglicérides de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

23,5024,40

25,80

30,20

24,56

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Tri

glic

érid

es (

mg/d

l)

17,60 a

11,00 a 9,10 a

10,50 a

8,45 a

38,10

48,00

58,6061,90

68,19

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Co

lest

ero

l (m

g/d

l)

19,20 a13,40 b

15,40 c

18,00 c

18,78 c

Page 65: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

64

Gráfico 29 – NEFA de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

Gráfico 30 – Beta-Hidroxibutirato de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

Gráfico 31 – Glicose de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde – letras diferentes significam diferenças estatísticas significante

175,2155,5

110,9

159,2

217,26

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

NE

FA

(u

Mo

l/L

) 133,2 ab

92,6 b

137,5 ab139,4 b

171,42 a

2,803,00

2,50

2,90

2,57

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Bet

a-H

idro

xib

uti

rato

(m

g/d

l) 1,10 a

0,90 a

1,00 a0,90 a 1,32 a

80,6

61,264,5

73,1 74,18

0

20

40

60

80

100

120

140

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Gli

cose

(m

g/d

l)

35,4 a

14,1 ab

20,3 a

24,1 b 15,04 a

Page 66: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

65

Tabela 6 – Valores médios e respectivos desvios padrão da concentração de colesterol, triglicérides, NEFA, Beta hidroxibutirato e glicose de ovinos distribuidos segundo a intensidade

da anemia – Pirassununga - 2013

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Animais Anêmicos Animais Sem Anemia

Anemia Intensa

Ht ≤ 15 %

Anemia Moderada

15 % < Ht ≤ 20 %

Anemia Leve

20%< Ht ≤ 25 %

25%< Ht ≤ 30 %

Ht > 30 %

Colesterol*

(mg/dl) 38,06 ± 19,15

a 47,98 ± 13,36

b 58,55 ± 15,43

c ± 61,93 ± 18,03

c 68,19 ± 18,78

c

Triglicérides**

(mg/dl) 23,54 ± 17,57 a 24,40 ± 11,03 ab 25,80 ± 9,06 b ± 30,17 ± 10,50 b 24,56 ± 8,45 b

Ácidos Graxos Não

Esterificado*

(uMol/L)

175,18 ± 133,19 ab 155,50 ± 139,39 b 110,86 ± 92,58 b ± 159,20 ± 137,47 ab 217,26 ± 171,42 a

Beta-Hidroxibutirato*

(mg/dl) 2,82 ± 1,10

a 3,00 ± 0,89

a 2,53 ± 0,91

a ± 2,85 ± 0,99

a 2,57 ± 1,32

a

Glicose*

(mg/dl) 80,59 ± 35,37

a 61,15 ± 24,07

b 64,49 ± 14,08

ab ± 73,14 ± 20,31

a 74,18 ± 15,04

a

Page 67: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

66

4.1.7 Determinação da concentração de lactato sérico, ferro sérico (FS), capacidade total

de ligação do ferro (TIBC), índice de saturação da transferrina (IST) e cobre sérico

O gráfico 32 e a tabela 7 representam as médias da concentração sérica de lactato, ao

analisá-las se pode concluir notar que a concentração de lactato variou sem se relacionar com

a intensidade da anemia.

Gráfico 32 – Lactato de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013) abcd - letras diferentes significam diferença estatística significante

Os gráficos 33 a 35 e tabela 7 representam as médias e seus desvios padrão da

concentração sérica de ferro (FS), capacidade total de ligação do ferro à transferrina (TIBC) e

índice de saturação da transferrina (IST) segundo a intensidade da anemia.

A média da concentração sérica de ferro foi menor em animais intensamente anêmicos

e moderadamente anêmicos. Ao analisar individualmente os resultados observou-se que

46,1% (6/13) das ovelhas intensamente anêmicas apresentaram concentração sérica de ferro

menor do que 100 ug/dl, enquanto que o mesmo foi observado em 47,6% (10/21) das ovelhas

com anemia moderada, 20,4% (11/54) das ovelhas com anemia leve e 19% (15/79) das

ovelhas sem anemia. A ausência de diferença estatística para as médias de TIBC entre as

diversas intensidades de anemia e os animais sem anemia indicam que não houve diferença na

concentração de transferrina entre animais anêmicos e não anêmicos. Ao analisar o IST

conclui-se que as médias estatisticamente menores deste índice, dos animais intensamente

anêmicos e moderadamente anêmicos, confirmam deficiência primária de ferro nos animais

mais anêmicos, nos quais a transferrina apresentou maior número de sítios sem ligação.

54,8

26,5

33,4

41,3

68,01

0

20

40

60

80

100

120

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Lact

ato

(m

g/d

l)

26,4 d 21,9 cd

30,2 bc

42,2 ab35,11 a

Page 68: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

67

Gráfico 33 – Ferro de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 34 – TIBC de ovinos distribuídos segundo intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

Gráfico 35 – IST de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

104,4 103,6

139,6 137,3

170,19

0

50

100

150

200

250

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Fer

ro (u

g/d

l)

74,6 a

46,4 a

53,8 ab58,1 b

52,49 b

257,5269,1 266,6

279,0291,9

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

TIB

C (u

g/d

l)

39,3 a

58,5 ab 50,3 ab49,6 ab51,65 b

39,1 39,6

52,0 49,4

60,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

IST

(%

)

27,1 a18,2 b

17,6 ab

18,2 a

15,79 b

Page 69: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

68

O gráfico 36 e tabela 7 representam a média e desvio padrão da concentração sérica de

cobre, ao analisá-los se pode inferir que não houve variação significativa com relação as

diversas intensidades da anemia.

Gráfico 36 – Cobre de ovinos distribuídos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

abcde - letras diferentes significam diferença estatística significante

63,0

76,6

84,4

75,8

90,5

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

Anemia

Intensa

Anemia

Moderada

Anemia

Leve

Sem

Anemia

25%<Ht≤30%

Sem

Anemia

Ht>30%

Co

bre

(u

g/d

l)

27,9 ab25,3 b

24,7 ab

29,7 a

29,19 b

Page 70: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

69

Tabela 7 – Valores médios e respectivos desvios padrão da concentração de lactato, ferro sérico (FS), capacidade total de ligação do ferro à transferrina (TIBC), índice de saturação da

transferrina (IST) e cobre sérico de ovinos distribuidos segundo a intensidade da anemia – Pirassununga - 2013

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,0)

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Animais Anêmicos Animais Sem Anemia

Anemia Intensa

Ht ≤ 15 %

Anemia Moderada

15 % < Ht ≤ 20 %

Anemia Leve

20%< Ht ≤ 25 %

25%< Ht ≤ 30 %

Ht > 30 %

Lactato**

(mg/dl) 54,82 ± 42,23

ab 26,54 ± 26,39

d 33,36 ± 21,88

cd 41,28 ± 30,16

bc 68,01 ± 35,11

a

Ferro*

(ug/dl) 104,41 ± 74,58

a 103,62 ± 46,37

a 139,63 ± 58,10

b 137,30 ± 53,80

ab 170,19 ± 52,49

b

TIBC*

(ug/dl) 257,51 ± 39,30

a 269,10 ± 49,60

ab 266,63 ± 58,48

ab 279,01 ± 50,34

ab 291,85 ± 51,65

b

IST*

(ug/dl) 39,10 ± 27,05

a 39,61 ± 18,22

a 51,96 ± 18,21

b 49,37 ± 17,63

ab 59,96 ± 15,79

b

Cobre**

(ug/dl) 62,96 ± 29,75

a 76,62 ± 27,92

ab 84,39 ± 25,29

b 75,83 ± 24,65

ab 90,45 ± 29,19

b

Page 71: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

70

4.2 AVALIAÇÃO DO QUADRO ERITROCITÁRIO E DA REPERCUSSÃO DO

ESTADO ANÊMICO DECORRENTE À PERDA SANGUÍNEA AGUDA E

CRÔNICA NO LEUCOGRAMA, METABOLISMO DE FERRO E EQUILÍBRIO

ÁCIDO- BÁSICO

As tabelas 8 a 10 representam as médias e seus desvios padrão dos componentes do

eritrograma e leucograma de ovelhas submetidas à perda aguda de sangue.

A retirada do sangue em menos de 12 horas até valores de hematócrito por volta de

15%, representou em média 4,63g/dl de hemoglobina e 4,65 x 106

hemácias por mm3.

Os

valores de hemácia, hemoglobina e hematócrito começaram a aumentar a partir de 5 dias após

a sangria, neste momento a média do VCM encontra-se significativamente maior indicando

macrocitose. A média do VCM continua elevada até 21 dias, após esse momento retorna a

valores semelhantes ao antes da sangria.

As médias de HCM e VCM não sofreram variações, permitindo concluir que o

processo anêmico em todos os momentos foi normocrômico. A média de RDW (red cell

distribution width – grau de anisocitose das hemácias), no décimo dia após sangria, aumentou

significantemente, mas esse fato não perdurou a partir do 15º dia após sangria, voltando

assumir médias estatisticamente iguais a antes da sangria.

As médias dos valores de hemácias, hemoglobina e hematócrito passaram a estar

dentro dos valores de referência para a espécie a partir do 21° dia após sangria, mas se pode

notar que até o 60º dia após sangria, as referidas médias não eram estatisticamente iguais à

antes da sangria.

Na análise dos esfregaços sanguíneos nos diversos momentos da recuperação da perda

sanguínea aguda, pode-se observar que sinais de eritroregeneração apareceram rapidamente,

pois em amostras colhidas imediatamente após o término do processo de sangria já era

possível detectar a presença de reticulócitos. Imediatamente após a sangria observou-se

presença de reticulócitos em 22,2 % (2/9) das amostras de sangue examinadas, indicando

existir resposta medular dentro de 12 horas nas quais 50% do sangue corpóreo foi retirado. O

número de animais com reticulócitos no sangue aumentou gradualmente, até que nas amostras

colhidas 48 horas após a sangria o percentual foi igual a 100,0% (9/9). Essa situação

permaneceu até o 7º dia após a sangria. A partir desse momento o número de animais que

apresentavam reticulócitos circulantes começou a diminuir, sendo que nas amostras colhidas

Page 72: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

71

com 30 dias após a sangria, não era possível encontrar nenhum animal com reticulócitos

circulantes. Resposta semelhante foi observada com relação à presença de ponteado basófilico

e hemácias basofílicas.

Ao se analisar o quadro leucocitário imediatamente após a sangria pode-se constatar

ligeira neutrofilia sem devio a esquerda, não mais encontrada 12 horas após a sangria.

Juntamente com a neutrofilia, sem aumento do número total de leucócitos, houve inversão do

padrão leucocitário para neutrofílico e isso perdurou até o 5° dia após a sangria. No sétimo dia

as médias do número absoluto de linfócitos eram maiores do que de neutrófilos. Em nenhum

momento da recuperação após sangria houve aumento do número total de leucócitos.

Os 9 animais que sofreram perda aguda de sangue apresentaram apatia imediatamente

após a retirada do sangue, mas esse comportamento não mais existiu nos próximos momentos,

sendo que durante os 60 dias de recuperação não houve diminuição do apetite e não houve

modificação do score de condição corporal.

As médias dos teores séricos de ferro, de cobre, da capacidade total de ligação do ferro

à transferrina (TIBC) e do índice de saturação da transferrina (IST), retratados na tabela 11,

não apresentaram variações significativas nos momentos de recuperação da anemia por perda

aguda de sangue.

O processo anêmico agudo não determinou modificações no pH sanguíneo e no

equilíbrio acido-básico. As variações observadas na pO2 e na pCO2 não foram

estatisticamente significantes e o lactato não aumentou, indicando que não houve hipóxia

tecidual. Independentemente da intensidade da anemia, os animais foram capazes de

minimizar ou prevenir os efeitos da hipóxia por meio do aumento da sua frequência cardíaca.

As médias de pH, pO2, pCO2 e bicarbonato nos momentos de recuperação da perda

sanguínea crônica estão retratadas nas tabelas 12 e 13, sendo as médias de frequência

cardíaca, respiratória e da concentração de lactato, na tabela 14.

Page 73: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

72

Tabela 8 - Eritrograma de ovelhas meio sangue Santa Inês submetidas à sangria aguda para acompanhamento da recuperação da crase sanguínea decorrente a processos anêmicos

agudos – Pirassununga - 2013

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Hemacias**

(X106/mm

3)

Hemoglobina**

(g/dL)

Hematócrito**

(%)

VCM*

(µ3)

HCM**

(pg)

CHCM**

(%)

RDW*

%

Antes

da Sangria 11,46 ± 2,09

a

12,25 ± 2,20 a

35,65 ± 6,07 a

31,23 ± 1,90 ab

10,66 ± 0,83 bcde

34,31 ± 1,60 abc

17,63 ± 0,69 ab

c

Imediatamente

após a sangria 4,65 ± 0,35

b

4,63 ± 0,33

b

14,28 ± 1,16

b

30,84 ± 1,99

b

9,92 ± 0,53

e

32,42 ± 1,40

e

17,01 ± 0,74

a

12 horas

após a sangria 4,83 ± 0,69

b

5,01 ± 0,64 bc

15,06 ± 1,96 b

31,31 ± 1,90 ab

10,38 ± 0,84 de

33,39 ± 1,80 bcde

17,21 ± 0,79 a

24 horas

após a sangria 4,32 ± 0,55

b

4,40 ± 0,61

b

13,39 ± 1,66

b

31,17 ± 2,14

ab

10,13 ± 0,84

e

32,76 ± 1,68

de

17,18 ± 0,95

a

48 horas

após a sangria 4,85 ± 0,89

b

5,12 ± 0,97 bcd

15,56 ± 3,16 bc

32,21 ± 3,09 abc

10,53 ± 0,98 cde

32,99 ± 2,11 cde

17,01 ± 0,99 a

3 dias

após a sangria 4,89 ± 0,56

b

5,25 ± 0,71

bcd

16,22 ± 2,28

bc

33,32 ± 4,21

abcde

10,73 ± 1,22

bcde

32,39 ± 1,70

e

17,19 ± 0,91

a

5 dias

após a sangria 5,34 ± 0,82

bc

6,07 ± 1,00 cde

18,77 ± 2,92 cd

35,43 ± 4,30 def

11,35 ± 1,23 abc

32,29 ± 1,65 e

17,39 ± 0,95 ac

7 dias

após a sangria 5,44 ± 0,45

bc

6,27 ± 0,77

de

19,58 ± 2,66

d

36,15 ± 4,25

ef

11,50 ± 1,25

ab

32,03 ± 1,07

e

18,31 ± 2,17

ab

c

10 dias

após a sangria 6,07 ± 0,59

cd

7,12 ± 0,94 ef

21,89 ± 2,86 de

36,34 ± 4,13 f

11,71 ± 1,23 a

32,41 ± 0,90 e

20,23 ± 2,72 d

15 dias

após a sangria 6,89 ± 0,92

de

7,93 ± 1,34

f

24,53 ± 4,07

ef

35,69 ± 2,96

def

11,43 ± 0,92

abc

32,30 ± 1,01

e

19,15 ± 1,51

bd

21 dias

após a sangria 7,33 ± 0,54

ef

8,23 ± 0,81 f

25,35 ± 2,47 f

34,70 ± 2,29 cdef

11,20 ± 0,68 abcd

32,44 ± 0,98 abcd

18,98 ± 1,72 bd

30 dias

após a sangria 8,27 ± 1,88

f

9,92 ± 1,87

g

29,07 ± 4,90

g

34,00 ± 1,95

acdef

11,52 ± 0,77

ab

34,08 ± 1,43

e

18,59 ± 1,84

ab

c

45 dias

após a sangria 9,63 ± 1,63

g

10,93 ± 1,67 gh

31,40 ± 4,56 g

32,82 ± 1,92 abcd

11,34 ± 0,69 abc

34,73 ± 0,74 b

18,83 ± 1,74 bc

d

60 dias

após a sangria 10,03 ± 1,57

g

11,15 ± 1,64

g

31,74 ± 4,49

g

31,84 ± 1,78

abc

11,10 ± 0,46

abcd

35,06 ± 1,28

a

19,14 ± 1,99

bd

Page 74: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

73

Tabela 9 - Leucograma de ovelhas meio sangue Santa Inês submetidas à sangria aguda para acompanhamento da recuperação da crase sanguínea decorrente a processos anêmicos

agudos – Pirassununga - 2013

Leucócitos*

(/mm³) Neutrófilos*

(/mm³) Eosinófilos**

(/mm³) Basófilos**

(/mm³) Linfócitos*

(/mm³) Monócitos**

(/mm³)

Antes

da Sangria 7.711 ± 3.550 a 3.173 ± 991 abc 459 ± 345 ab 5 ± 16 a 3.933 ± 2.667 a 140 ± 170 ab

Imediatamente

após a sangria 9.290 ± 2.234 a 6.159 ± 1.845 d 91 ± 156 c 0 ± 0 a 2.882 ± 1.423 a 153 ± 141 ab

12 horas

após a sangria 8.400 ± 2.829 a 4.851 ± 2.065 bd 216 ± 212 bc 0 ± 0 a 3.214 ± 1.288 a 120 ± 126 ab

24 horas

após a sangria 8.420 ± 2.959 a 4.894 ± 2.015 bd 219 ± 252 bc 8 ± 26 a 3.158 ± 1.752 a 141 ± 138 ab

48 horas

após a sangria 8.130 ± 2.176 a 4.147 ± 1.446 bcd 309 ± 315 abc 8 ± 27 a 3.354 ± 1.122 a 307 ± 230 bc

3 dias

após a sangria 7.740 ± 3.084 a 4.010 ± 1.595 bc 309 ± 352 abc 19 ± 39 a 3.065 ± 1.652 a 353 ± 275 c

5 dias

após a sangria 7.810 ± 2.501 a 3.863 ± 1.370 bc 300 ± 272 abc 6 ± 19 a 3.389 ± 1.794 a 252 ± 111 abc

7 dias

após a sangria 6.950 ± 3.131 a 3.078 ± 807 abc 191 ± 165 bc 16 ± 50 a 3.423 ± 2.349 a 242 ± 198 abc

10 dias

após a sangria 6.640 ± 4.147 a 2.934 ± 1.825 ac 191 ± 152 bc 10 ± 21 a 3.372 ± 2.471 a 134 ± 141 ab

15 dias

após a sangria 6.250 ± 4.511 a 2.402 ± 1.953 a 254 ± 179 bc 11 ± 23 a 3.411 ± 2.302 a 172 ± 271 ab

21 dias

após a sangria 6.510 ± 4.595 a 3.053 ± 2.322 ac 141 ± 163 bc 34 ± 75 a 3.177 ± 2.532 a 112 ± 106 a

30 dias

após a sangria 7.720 ± 5.138 a 3.091 ± 2.028 ac 468 ± 420 ab 3 ± 10 a 4.086 ± 2.854 a 72 ± 89 a

45 dias

após a sangria 8.440 ± 4.313 a 3.383 ± 1.259 abc 639 ± 874 a 0 ± 0 a 4.245 ± 2.929 a 174 ± 191 ab

60 dias

após a sangria 7.130 ± 2.762 a 3.146 ± 818 abc 281 ± 186 bc 0 ± 0 a 3.538 ± 2.056 a 165 ± 169 ab

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Page 75: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

74

Tabela 10 - Leucograma de ovelhas meio sangue Santa Inês submetidas à sangria aguda para acompanhamento da recuperação da crase sanguínea

decorrente a processos anêmicos agudos – Pirassununga - 2013

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Neutrófilos Bastonetes**

(/mm³) Neutrófilos Segmentados*

(/mm³) Neutrófilos Totais*

(/mm³)

Antes

da Sangria 7 ± 21 a 3.167 ± 994 abc 3.173 ± 991 abc

Imediatamente

após a sangria 35 ± 78 ab 6.124 ± 1.821 d 6.159 ± 1.845 d

12 horas

após a sangria 32 ± 52 ab 4.819 ± 2.031 bd 4.851 ± 2.065 bd

24 horas

após a sangria 35 ± 58 ab 4.859 ± 2.028 bd 4.894 ± 2.015 bd

48 horas

após a sangria 24 ± 43 ab 4.123 ± 1.426 bcd 4.147 ± 1.446 bcd

3 dias

após a sangria 76 ± 63 b 3.934 ± 1.601 bc 4.010 ± 1.595 bc

5 dias

após a sangria 77 ± 82 b 3.786 ± 1.308 bc 3.863 ± 1.370 bc

7 dias

após a sangria 72 ± 71 b 3.006 ± 812 abc 3.078 ± 807 abc

10 dias

após a sangria 21 ± 45 ab 2.912 ± 1.832 ac 2.934 ± 1.825 ac

15 dias

após a sangria 0 ± 0 a 2.402 ± 1.953 a 2.402 ± 1.953 a

21 dias

após a sangria 32 ± 71 ab 3.021 ± 2.291 ac 3.053 ± 2.322 ac

30 dias

após a sangria 16 ± 28 a 3.075 ± 2.037 ac 3.091 ± 2.028 ac

45 dias

após a sangria 23 ± 49 ab 3.360 ± 1.260 abc 3.383 ± 1.259 abc

60 dias

após a sangria 0 ± 0 a 3146 ± 818 abc 3.146 ± 818 abc

Page 76: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

75

Tabela 11 - Concentração sérica de ferro, capacidade total de ligação do ferro (TIBC), índice de saturação da transferrina (IST) e concentração

sérica de cobre de ovelhas mestiças meio sangue Santa Inês submetidas a sangria aguda para acompanhamento da recuperação da crase

sanguínea decorrente a processos anêmicos agudos – Pirassununga - 2013

Ferro

(µg/dL)

Capacidade Total de

Ligação Ferro

(µg/dL)

IST

(%) Cobre

(µg/dL)

Antes

da Sangria 156,70 ± 34,00 a 295,10 ± 44,05 bcd 53,12 ± 9,36 ab 108,54 ± 23,57 abcd

Imediatamente

após a sangria 120,40 ± 43,03 a 224,90 ± 34,37 e 53,16 ± 16,01 ab 86,15 ± 19,42 ef

12 horas

após a sangria 158,88 ± 47,68 a 253,58 ± 34,22 de 61,63 ± 12,65 a 90,95 ± 15,84 def

24 horas

após a sangria 132,75 ± 47,06 a 269,15 ± 31,85 cd 48,69 ± 14,56 abc 107,32 ± 27,50 abcde

48 horas

após a sangria 132,61 ± 56,63 a 315,51 ± 48,54 abc 41,59 ± 15,32 bc 115,97 ± 16,48 abc

3 dias

após a sangria 112,47 ± 34,60 a 299,87 ± 49,75 bc 37,58 ± 9,76 c 127,57 ± 22,28 ab

5 dias

após a sangria 134,80 ± 69,61 a 302,10 ± 55,81 bc 43,19 ± 16,91 bc 124,38 ± 20,36 ab

7 dias

após a sangria 145,85 ± 85,74 a 337,85 ± 55,42 ab 41,97 ± 18,43 bc 124,87 ± 20,20 ab

10 dias

após a sangria 163,28 ± 93,31 a 366,38 ± 52,07 a 42,85 ± 18,77 bc 129,11 ± 20,95 a

15 dias

após a sangria 146,51 ± 80,41 a 305,81 ± 66,72 bc 45,82 ± 17,46 bc 105,72 ± 23,17 bcdef

21 dias

após a sangria 174,84 ± 79,67 a 314,74 ± 64,53 abc 54,23 ± 15,76 ab 100,98 ± 23,10 cdef

30 dias

após a sangria 146,10 ± 72,61 a 320,40 ± 65,60 abc 44,24 ± 15,76 bc 91,42 ± 27,88 def

45 dias

após a sangria 128,57 ± 28,96 a 310,97 ± 27,10 abc 41,13 ± 7,37 bc 83,95 ± 13,32 f

60 dias

após a sangria 121,12 ± 17,25 a 290,42 ± 55,32 bcd 42,73 ± 7,99 bc 90,30 ± 24,34 def

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Page 77: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

76

Tabela 12 - Hemogasometria de sangue venoso de ovelhas mestiças meio sangue Santa Inês submetidas a sangria aguda para

acompanhamento da recuperação da crase sanguínea decorrente a processos anêmicos agudos – Pirassununga - 2013

ph*

pCO2*

pO2*

BE**

HCO3*

Antes

da Sangria 7,41 ± 0,04

a

41,00 ± 4,06 a

39,44 ± 6,69 abcd

1,88 ± 2,36 a

26,02 ± 2,08 a

Imediatamente

após a sangria 7,43 ± 0,04

a

41,11 ± 5,48 a

33,88 ± 5,32 a

1,87 ± 3,27 a

25,93 ± 2.96 a

12 horas

após a sangria 7,44 ± 0,05

a

39.11 ± 2,31 a

34,22 ± 5,93 a

1,87 ± 3,27 a

26,88 ± 3,75 a

24 horas

após a sangria 7,45 ± 0,03

a

37,88 ± 2,31 a

37,11 ± 5,44 ab

2,88 ± 3,37 a

26,33 ± 2,95 a

48 horas

após a sangria 7,42 ± 0,04

a

36,44 ± 3,35 a

34,66 ± 4,47 ab

-0.33 ± 3,60 a

23,66 ± 3,06 a

3 dias

após a sangria 7,40 ± 0,03

a

38,88 ± 4,98 a

36,33 ± 4,82 ab

-0,44 ± 2,12 a

23,88 ± 2,12 a

5 dias

após a sangria 7,42 ± 0,04

a

38,55 ± 2,83 a

36,11 ± 6,33 ab

0,55 ± 2,29 a

24,16 ± 1,79 a

7 dias

após a sangria 7,41 ± 0,03

a

39,77 ± 2,72 a

35,66 ± 5,36 ab

1,00 ± 2,17 a

25,05 ± 1,88 a

10 dias

após a sangria 7,42 ± 0,01

a

38,55 ± 2,12 a

37,88 ± 2,57 abc

1,22 ± 1,20 a

25,14 ± 1,05 a

15 dias

após a sangria 7,41 ± 0,04

a

38,66 ± 3,64 a

41,00 ± 8,32 bcde

0,00 ± 1,87 a

24,05 ± 1,35 a

21 dias

após a sangria 7,40 ± 0,01

a

38,22 ± 3,76 a

43,44 ± 7,85 cde

-0,66 ± 1,65 a

23,65 ± 1,77 a

30 dias

após a sangria 7,42 ± 0,05

a

37,44 ± 4,30 a

46,88 ± 7,54 e

0,44 ± 2,69 a

24,25 ± 2,22 a

45 dias

após a sangria 7,41 ± 0,05

a

39,11 ± 3,85 a

43,44 ± 7,26 de

0,44 ± 4,21 a

24,62 ± 3,56 a

60 dias

após a sangria 7,41 ± 0,04

a

39,00 ± 4,61 a

46,28 ± 8,47 de

0,57 ± 1,51 a

24,70 ± 1,34 a

abcde - letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis

(p ≤ 0,05) Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Page 78: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

77

Tabela 13 - Hemogasometria de sangue arterial de ovelhas mestiças meio sangue Santa Inês submetidas a sangria aguda para acompanhamento

da recuperação da crase sanguínea decorrente a processos anêmicos agudos – Pirassununga - 2013

ph*

pCO2*

pO2*

BE*

HCO3*

Antes

da Sangria 7,47 ± 0,02

a

33,80 ± 3,30 a

91,80 ± 19,20 a

1,22 ± 3,15 a

24,40 ± 2,80 a

Imediatamente

após a sangria 7,52 ± 0,05

a

33,44 ± 2,88 a

101,5 ± 19,00 a

5,22 ± 4,94 bc

27,50 ± 4,20 a

12 horas

após a sangria 7,51 ± 0,06

a

32.55 ± 2,22 a

109,70 ± 15,70 a

4,11 ± 3,10 abc

25,80 ± 3,00 a

24 horas

após a sangria 7,52 ± 0,05

a

32,60 ± 3,00 a

102,20 ± 12,70 a

4,66 ± 3,50 c

26,80 ± 2,80 a

48 horas

após a sangria 7,47 ± 0,06

a

32,08 ± 3,02 a

102,90 ± 12,20 a

0,55 ± 4,79 ab

23,50 ± 3,70 a

3 dias

após a sangria 7,50 ± 0,05

a

31,01 ± 2,24 a

117,00 ± 24,00 a

1,11 ± 3,05 abc

23,90 ± 2,10 a

5 dias

após a sangria 7,47 ± 0,04

a

33,55 ± 2,22 a

89,20 ± 23,30 a

1,66 ± 2,87 a

24,50 ± 2,10 a

7 dias

após a sangria 7,48 ± 0,03

a

32,60 ± 3,70 a

92,00 ± 7,90 a

2,33 ± 2,87 abc

25,20 ± 2,30 a

10 dias

após a sangria 7,46 ± 0,02

a

35,3 ± 2,40 a

92,20 ± 10,10 a

2,00 ± 1,50 a

25,20 ± 1,30 a

15 dias

após a sangria 7,48 ± 0,08

a

32,20 ± 4,30 a

102,70 ± 24,00 a

0,25 ± 1,83 a

24,00 ± 2,20 a

21 dias

após a sangria 7,46 ± 0,04

a

32,70 ± 3,30 a

94,50 ± 11,30 a -

0.11 ± 1,45

a

23,20 ± 1,20 a

30 dias

após a sangria 7,47 ± 0,05

a

33,20 ± 3,80 a

94,00 ± 15,00 a

1,00 ± 2,78 a

24,00 ± 2,30 a

45 dias

após a sangria 7,46 ± 0,06

a

33,30 ± 3,70 a

95,50 ± 13,10 a

0,55 ± 4,63 a

23,90 ± 3,90 a

60 dias

após a sangria 7,46 ± 0,02

a

33,50 ± 2,60 a

88,80 ± 6,70 a

0,77 ± 2,22 a

24,00 ± 1,90 a

abcde - letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-

Wallis (p ≤ 0,05) Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Page 79: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

78

Tabela 14 - Frequência cardíaca, movimentos respiratórios, lactato e PCO2 de ovelhas meio sangue da

raça Santa Inês submetidas à sangria aguda para acompanhamento da recuperação da

crase sanguínea decorrente a processos anêmicos agudos – Pirassununga - 2013.

Frequência

cardíaca*

Movimentos

respiratórios**

Lactato*

Antes

da Sangria 82,28 ± 13,63

cde

32,00 ± 14,60 a

43,83 ± 28,32 a

Imediatamente

após a sangria 119,71 ± 32,29

a

32,57 ± 9,07 a

19,95 ± 10,03 bc

12 horas

após a sangria 118,85 ± 25,37

a

27,71 ± 6,36 a

22,28 ± 26,62 cd

24 horas

após a sangria 109,71 ± 27,98

ab

28,00 ± 7,30 a

7,63 ± 2,55 d

48 horas

após a sangria 99,42 ± 14,86

abc

26,85 ± 6,81 a

18,71 ± 13,70 bc

3 dias

após a sangria 100,50 ± 13,08

abc

32,00 ± 9,56 a

12,14 ± 6,61 cd

5 dias

após a sangria 96,00 ± 12,96

abcd

26,22 ± 9,82 a

14,71 ± 15,20 cd

7 dias

após a sangria 90,66 ± 21,54

bcde

32,44 ± 12,07 a

18,48 ± 16,37 bcd

10 dias

após a sangria 100,00 ± 27,85

abcd

33,77 ± 9,61 a

24,95 ± 40,42 cd

15 dias

após a sangria 78,22 ± 14,71

de

29,11 ± 10,05 a

25,94 ± 36,44 cd

21 dias

após a sangria 72,00 ± 13,85

e

36,88 ± 18,19 a

35,03 ± 36,21 ab

30 dias

após a sangria 84,00 ± 16,24

cde

46,00 ± 19,82 a

52,59 ± 45,87 a

45 dias

após a sangria 90,22 ± 16,13

bcde

43,42 ± 26,67 a

54,22 ± 50,84 a

60 dias

após a sangria 94,28 ± 14,94

abcd

34,28 ± 21,14 a

49,52 ± 54,09 a

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de

Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Page 80: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

79

As tabelas 15 a 17 representam as médias e seus desvios padrão dos componentes do

eritrograma e leucograma de ovelhas submetidas à perda crônica de sangue.

A média do hematócrito no momento inicial da recuperação dos aproximadamente 65

dias de retirada diária de sangue, foi de 16%, representando por volta de 5,35 x 106 hemácias

por mm3

e 5,06 g/dl de hemoglobina..Os valores de hemácia, hemoglobina e hematócrito

começaram a aumentar a partir de 24 horas após a última sangria.

Não há alteração significativa das médias do VCM em toda recuperação da perda

sanguínea crônica, mas nota-se que imediatamente após a última sangria as médias de HCM e

CHCM são significantemente menores do que antes das sangrias e permanecem assim pelos

45 dias de recuperação. O CHCM retorna a seus valores médios equivalentes ao antes da

sangria, 30 dias após a última sangria. Baseado nesses parâmetros pode-se concluir que a

anemia foi normocítica hipocrômica.

As médias de RDW (red cell distribution width – grau de anisocitose das hemácias)

foram maiores, comparadas a antes da sangria, desde imediatamente após a sangria e isso

perdurou pelos 45 dias estudados.

As médias dos valores de hemácias, hemoglobina e hematócrito passaram a estar

dentro dos valores de referência para a espécie a partir do 15° dia após sangria, e se pode

notar que no 45° dia após sangria, as referidas médias eram estatisticamente superiores à antes

da sangria.

Na análise dos esfregaços sanguíneos, imediatamente após a última sangria, pode-se

observar presença de sinais de eritroregeneração em 100 % (8/8) dos animais examinados. A

partir do 5º dia após a ultima sangria observou-se diminuição do número de reticulócitos

circulantes, sendo que a sua presença não foi mais detectada em amostras colhidas a partir do

10° dia após o termino da sangria. Nos primeiros 5 dias verificou-se que entre 2 e 4 % das

células vermelhas eram reticulócitos.

Na recuperação da crase sanguínea, de animais submetidos a processo crônico de

perda sanguínea, foi possível observar a presença de eritroblasto em 37,5 % (3/8) dos animais

examinados. Os achados de ponteado basofilico e da basofilia tiveram comportamento

semelhante aquele observado para os reticulócitos.

Ao se analisar o quadro leucocitário imediatamente após a última sangria pode-se

constatar leucopenia por neutropenia associado a linfopenia e eosinopenia, esta situação se

manteve até por volta do 15º dia de recuperação da sangria. A mudança do perfil leucocitário

Page 81: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

80

de linfocítico para neutrofílico ocorreu a partir do 7º dia de recuperação, mantendo-se até os

45 dias de acompanhamento.

Os 8 animais que sofreram perda crônica de sangue apresentaram dentre os 65 dias de

retirada de sangue diminuição do escore corporal, na qual foram classificados como score 2.

Através de inspeção e palpação do flanco esquerdo, era perceptível diminuição de conteúdo

no interior do rúmen, constatando que a perda crônica de sangue provocou emagrecimento,

debilidade e falta de apetite. Na recuperação da anemia crônica as 8 ovelhas apresentaram

alteração e depravação do apetite, durante os primeiros 15 dias de recuperação, comendo terra

e roendo concreto. Após os 15 dias, esse comportamento não foi mais observado.

Em termos médios os teores séricos de ferro, de cobre, da capacidade total de ligação

do ferro à transferrina (TIBC) e do índice de saturação da transferrina (IST), não sofreram

variações significativas durante a recuperação da anemia por perda crônica de sangue, vide

tabela 18.

Page 82: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

81

Tabela 15 - Eritrograma de ovelhas meio sangue Santa Inês submetidas a sangria crônica para acompanhamento da recuperação da crase sanguínea decorrente a processos anêmicos

crônicos – Pirassununga - 2013

abcdef letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Hemacias*

(X106/mm

3)

Hemoglobina**

(g/dL)

Hematócrito**

(%)

VCM*

(µ3)

HCM*

(pg)

CHCM*

(%)

RDW*

(%)

Antes

da Sangria 9,33 ± 1,74 a 11,08 ± 2,29 a 31,13 ± 5,67 a 33,45 ± 1,65 a 11,80 ± 0,83 a 35,43 ± 1,36 a 16,28 ± 0,77 a

Imediatamente

após a sangria 5,35 ± 0,73 b 5,06 ± 0,37 b 16,01 ± 0,89 b 30,38 ± 3,06 a 9,50 ± 0,96 b 31,56 ± 1,28 bc 18,50 ± 0,85 b

24 horas

após a sangria 6,32 ± 0,50 c 6,15 ± 0,50 cd 19,26 ± 1,33 c 30,78 ± 3,34 a 9,74 ± 1,18 b 31,89 ± 0,91 bcd 18,69 ± 0,97 bc

48 horas

após a sangria 6,57 ± 0,66 cd 6,63 ± 0,32 cd 20,18 ± 0,96 c 31,09 ± 3,47 a 10,11 ± 0,96 b 32,83 ± 1,22 def 19,15 ± 0,47 bcd

3 dias

após a sangria 5,93 ± 0,76 bc 6,00 ± 0,38 d 18,31 ± 1,38 bc 31,33 ± 3,60 a 10,19 ± 0,98 b 32,79 ± 1,67 def 19,11 ± 0,92 bcd

5 dias

após a sangria 7,21 ± 0,88 d 7,03 ± 0,76 e 22,30 ± 1,95 cd 31,34 ± 3,95 a 9,76 ± 1,20 b 31,43 ± 1,04 c 19,85 ± 1,38 bcd

7 dias

após a sangria 7,35 ± 1,17 d 7,13 ± 0,70 e 22,09 ± 1,95 de 30,61 ± 4,00 a 9,79 ± 1,44 b 32,19 ± 0,87 bcd 19,38 ± 1,51 bcd

10 dias

após a sangria 8,39 ± 0,86 a 8,19 ± 0,54 f 24,71 ± 1,82 d 29,76 ± 3,48 a 9,78 ± 1,08 b 33,10 ± 0,82 ef 19,44 ± 0,81 bcd

15 dias

após a sangria 9,25 ± 0,75 a 9,09 ± 0,91 f 27,74 ± 2,46 f 30,14 ± 3,01 a 9,80 ± 0,98 b 32,69 ± 0,75 bdef 19,45 ± 1,57 bcd

21 dias

após a sangria 10,80 ± 1,17 e 10,46 ± 0,77 a 31,24 ± 2,62 a 29,16 ± 2,78 a 9,71 ± 0,99 b 33,49 ± 0,99 e 20,13 ± 1,68 cd

30 dias

após a sangria 11,33 ± 0,85 e 11,33 ± 0,86 ag 32,39 ± 2,73 ag 28,73 ± 2,38 a 9,95 ± 0,73 b 34,96 ± 0,69 a 20,49 ± 2,03 d

45 dias

após a sangria 12,17 ± 0,94 e 12,19 ± 1,10 g 34,29 ± 3,52 g 28,24 ± 2,10 a 9,98 ± 0,63 b 35,54 ± 0,77 a 20,14 ± 2,16 cd

Page 83: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

82

Tabela 16 - Leucograma de ovelhas meio sangue Santa Inês submetidas a sangria crônica para acompanhamento da recuperação da crase sanguínea decorrente a processos

anêmicos crônicos – Pirassununga - 2013

Leucócitos*

(/mm³) Neutrófilos*

(/mm³) Eosinófilos**

(/mm³) Basófilos**

(/mm³) Linfócitos**

(/mm³) Monócitos**

(/mm³)

Antes

da Sangria 8.838 ± 2.840 a 3.919 ± 1.363 a 709 ± 934 a 57 ± 53 a 4.065 ± 1.469 a 87 ± 128 a

Imediatamente

após a sangria 3.613 ± 564 bc 1.780 ± 421 bc 83 ± 104 b 5 ± 15 a 1.686 ± 451 bc 58 ± 47 a

24 horas

após a sangria 4.400 ± 981 bd 2.069 ± 642 bc 81 ± 84 b 0 ± 0 a 2.113 ± 619 bcde 138 ± 88 a

48 horas

após a sangria 4.338 ± 667 bd 2.053 ± 469 bc 72 ± 101 b 0 ± 0 a 2.089 ± 643 bcde 124 ± 51 a

3 dias

após a sangria 3.538 ± 843 be 1.720 ± 614 bc 42 ± 40 b 0 ± 0 a 1.708 ± 387 bce 67 ± 36 a

5 dias

após a sangria 3.200 ± 796 e 1.423 ± 471 c 82 ± 65 b 0 ± 0 a 1.640 ± 335 bc 56 ± 68 a

7 dias

após a sangria 4.538 ± 2.726 be 2.860 ± 2.522 bd 50 ± 45 b 11 ± 19 a 1.548 ± 325 c 69 ± 90 a

10 dias

após a sangria 4.513 ± 1.060 bd 2.328 ± 675 bd 109 ± 154 b 5 ± 14 a 1.938 ± 419 bcde 132 ± 84 a

15 dias

após a sangria 5.738 ± 1.612 df 3.340 ± 1.094 ad 237 ± 126 b 7 ± 18 a 2.001 ± 682 bcde 153 ± 143 a

21 dias

após a sangria 7.725 ± 2.626 af 4.209 ± 1.704 a 804 ± 391 a 12 ± 34 a 2.562 ± 1.017 d 138 ± 129 a

30 dias

após a sangria 8.163 ± 1.838 a 4.836 ± 1.427 a 651 ± 292 a 22 ± 40 a 2.509 ± 608 de 145 ± 166 a

45 dias

após a sangria 7.000 ± 1.714 af 4.162 ± 1.562 a 268 ± 126 b 50 ± 73 a 2.450 ± 612 bde 71 ± 52 a

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Page 84: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

83

Tabela 17 - Leucograma de ovelhas meio sangue Santa Inês submetidas a sangria crônica para acompanhamento da recuperação da crase sanguínea

decorrente a processos anêmicos crônicos – Pirassununga - 2013

Neutrófilos Bastonetes**

(/mm³) Neutrófilos Segmentados*

(/mm³) Neutrófilos Totais*

(/mm³)

Antes

da Sangria 22 ± 61 a 3.897 ± 1.355 a 3.919 ± 1.363 a

Imediatamente

após a sangria 10 ± 18 a 1.770 ± 408 bc 1.780 ± 421 bc

24 horas

após a sangria 38 ± 66 a 2.031 ± 590 bc 2.069 ± 642 bc

48 horas

após a sangria 10 ± 18 a 2.043 ± 464 bc 2.053 ± 469 bc

3 dias

após a sangria 10 ± 19 a 1.710 ± 602 bc 1.720 ± 614 bc

5 dias

após a sangria 12 ± 26 a 1.411 ± 466 c 1.423 ± 471 c

7 dias

após a sangria 47 ± 78 a 2.813 ± 2.474 bd 2.860 ± 2.522 bd

10 dias

após a sangria 0 ± 0 a 2.328 ± 675 bd 2.328 ± 675 bd

15 dias

após a sangria 0 ± 0 a 3.340 ± 1.094 ad 3.340 ± 1.094 ad

21 dias

após a sangria 12 ± 34 a 4.197 ± 1.703 a 4.209 ± 1.704 a

30 dias

após a sangria 0 ± 0 a 4.836 ± 1.427 a 4.836 ± 1.427 a

45 dias

após a sangria 0 ± 0 a 4.162 ± 1.562 a 4.162 ± 1.562 a

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Page 85: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

84

Tabela 18 - Concentração sérica de ferro, capacidade total de ligação do ferro (TIBC), índice de saturação da transferrina (IST) e concentração sérica de

cobre de ovelhas meio sangue Santa Inês submetidas a sangria crônica para acompanhamento da recuperação da crase sanguínea decorrente a

processos anêmicos crônicos – Pirassununga - 2013

Ferro*

(µg/dL)

Capacidade Total de

Ligação Ferro**

(µg/dL)

IST**

(%) Cobre*

(µg/dL)

Antes

da Sangria 154,51 ± 42,69 a 287,26 ± 25,82 ab 54,38 ± 16,53 ab 79,35 ± 13,33 abc

Imediatamente

após a sangria 162,29 ± 93,73 a 283,29 ± 50,03 a 54,07 ± 26,81 ab 79,03 ± 16,43 abc

24 horas

após a sangria 148,30 ± 73,97 a 328,80 ± 66,81 bcd 46,01 ± 21,17 bc 92,72 ± 18,36 cd

48 horas

após a sangria 171,66 ± 109,88 a 380,41 ± 32,98 e 46,12 ± 30,11 bc 107,30 ± 18,90 de

3 dias

após a sangria 197,21 ± 102,81 ab 374,09 ± 33,66 e 53,38 ± 28,64 ab 92,29 ± 9,36 cd

5 dias

após a sangria 260,44 ± 53,37 b 368,56 ± 29,89 de 70,09 ± 9,80 a 89,83 ± 16,59 bcd

7 dias

após a sangria 175,86 ± 112,83 a 327,61 ± 53,19 bcd 50,32 ± 28,80 abc 84,78 ± 19,87 abc

10 dias

após a sangria 181,29 ± 81,85 ab 366,54 ± 40,03 de 48,47 ± 19,23 abc 132,59 ± 45,42 e

15 dias

após a sangria 114,88 ± 28,74 a 319,88 ± 20,67 abc 35,75 ± 8,04 bc 88,95 ± 16,65 abcd

21 dias

após a sangria 111,43 ± 32,68 a 393,55 ± 28,21 e 28,81 ± 10,50 c 88,38 ± 7,81 bcd

30 dias

após a sangria 132,00 ± 19,99 a 358,63 ± 36,95 cde 37,17 ± 6,77 bc 72,18 ± 14,07 ab

45 dias

após a sangria 130,09 ± 29,56 a 294,59 ± 11,14 ab 44,10 ± 9,38 bc 70,48 ± 8,80 a

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Page 86: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

85

Os gráficos 37 a 52 retratam as diferenças nas médias dos componentes do

hemograma, metabolismo de ferro e concentração sérica do cobre dentre os diversos

momentos da recuperação da perda aguda e crônica de sangue.

Na análise dos gráficos infere-se que a recuperação dos valores de hemácia,

hemoglobina e hematócrito foi mais rápida para os animais que sofreram perda crônica de

sangue.

A anemia por perda aguda de sangue pode ser classificada como macrocítica

normocrômica, enquanto a por perda crônica foi normocítica e hipocrômica.

Animais em recuperação da perda aguda de sangue apresentaram em todo processo

normoleucocitemia, havendo mudança do perfil leucocitário de linfocítico para neutrofílico

imediatamente após a sangria perdurando até o 5° dia após a sangria.

Animais em recuperação da perda crônica de sangue apresentaram após a última

sangria leucopenia por neutropenia, associado a linfopenia e eosinopenia, esta situação se

manteve até por volta do 15º dia de recuperação da sangria. A mudança do perfil leucocitário

de linfocítico para neutrofílico ocorreu a partir do 7º dia de recuperação, mantendo-se até os

45 dias de acompanhamento.

Page 87: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

86

Grafico 37-Médias do número de hemácia por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e crônica –

Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Grafico 38-Médias da taxa de hemoglobina por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e crônica –

Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Hem

aci

as

(X1

06

/mm

3)

___________________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Hem

og

lob

ina

(g

/dL

)

_____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 88: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

87

Grafico 39-Médias do hematócrito por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e crônica –

Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Grafico 40-Médias do volume corpuscular médio por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e

crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

10

15

20

25

30

35

40

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Hem

atr

ócr

ito

(%)

_____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

26

28

30

32

34

36

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

VC

M (µ

3)

_____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 89: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

88

Grafico 41-Médias da hemoglobina corpuscular média por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e

crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Grafico 42-Médias da concentração de hemoglobina corpuscular média por momento de recuperação da perda

sanguínea aguda e crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

9

10

11

12

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

HC

M (

pg)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

30

31

32

33

34

35

36

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

CH

CM

(%

)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 90: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

89

Grafico 43-Médias do índice de anisocitose por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e crônica –

Pirassununga – 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

15

16

17

18

19

20

21

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

RD

W (

%)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 91: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

90

Grafico 44- Médias do número de leucócitos por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e crônica –

Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Grafico 45- Médias do número total de neutrófilos por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e

crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Leu

cóci

tos

(/m

m³)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Neu

tró

filo

s T

ota

is (

/mm

³)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 92: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

91

Grafico 46- Médias do número total de linfócitos por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e

crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Grafico 47- Médias do número total de eosinófilos por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e

crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Lin

fóci

tos

(/m

m³)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Eo

sin

ófi

los

(/m

m³)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 93: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

92

Grafico 48- Médias do número total de monócitos por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e

crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Grafico 49- Médias do número total de basófilos por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e

crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Mo

cito

s (/

mm

³)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

0

10

20

30

40

50

60

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Basó

filo

s (/

mm

³)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 94: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

93

Grafico 50- Médias da concentração sérica de ferro por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e

crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Grafico 51-Médias da capacidade total de ligação de ferro por momento de recuperação da perda sanguínea

aguda e crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

50

100

150

200

250

300

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Fer

ro (µ

g/d

L)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

150

200

250

300

350

400

450

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Ca

pa

cid

ad

e T

ota

l d

e L

iga

ção

do

Fer

ro

(µg

/dL

)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 95: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

94

Grafico 52-Médias do índice de saturação da transferrina por momento de recuperação da perda sanguínea aguda

e crônica – Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

Grafico 53-Médias dos teores séricos de cobre por momento de recuperação da perda sanguínea aguda e crônica

– Pirassununga - 2013

Fonte: (BIRGEL, D. B., 2013)

20

30

40

50

60

70

80

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

IST

(%

)

____________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

60

70

80

90

100

110

120

130

140

Antes

da

Sangria

0 Hs 24 hs 48 hs 3 dias 5 dias 7 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias 45 dias

Co

bre

g/d

L)

__________________________________________________________________

Após a sangria

Anemia Crônica Anemia Aguda

Page 96: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

95

4.4 AVALIAÇÃO DO QUADRO ERITROCITÁRIO E DA REPERCUSSÃO DO

ESTADO ANÊMICO DECORRENTE À RESTRIÇÃO ALIMENTAR

Nas tabelas 19, 20,21 estão retratadas as médias dos componentes do hemograma,

perfil bioquímico, coproparasitológicos, metabolismo de ferro e concentração sérica do cobre

de ovelhas infectadas predominantemente por Haemonchus contortus, submetidas a restrição

alimentar.

Ao analisar os resultados se pode concluir que houve redução de 4 % nos valores de

hematócrito e de 0,9 g/dL nas taxa de hemoglobina, mas não foi estatisticamente significante.

A análise dos teores séricos de ferro, da capacidade total de ligação de ferro e do

índice de saturação de ferro não sofreram variações após o processo de restrição alimentar.

Nesse mesmo período observou-se que os valores de albumina diminuíram de forma

significativa em 0,46 g/dL. Verificou-se, ainda, que a restrição alimentar determinou

significativa diminuição nos valores dos ácidos graxos não esterificados e da glicemia.

Tabela 19 - Eritrograma de ovelhas submetidas a período de restrição alimentar durantes 90 dias – Pirassununga

– 2013

Sem

Restrição Alimentar

Com

Restrição Alimentar

Hemacias*

(X106/mm

3)

7,69 ± 2,15

a 6,32 ± 1,73

a

Hemoglobina*

(g/dL)

8,68 ± 2,01

a 7,79 ± 2,06

a

Hematócrito*

(%)

28,53 ± 5,80 a

24,28 ± 5,83 a

VCM**

(µ3)

38,13 ± 5,19

a 39,19 ± 4,05

a

HCM *

(pg)

11,43 ± 0,99

a 12,46 ± 0,68

a

CHCM*

(%)

30,28 ± 2,01

a 32,15 ± 2,54

b

ab letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** -

Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Tabela 20 – Média de ovos de Trichostrongyloidea por grama de fezes de ovelhas submetidas a período de

restrição alimentar durantes 90 dias – Pirassununga – 2013

Sem

Restrição Alimentar

Com

Restrição Alimentar

Trichostrongyloidea*

(opg)

9848 ± 10650

a 4783 ± 4342

a

ab letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** -

Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Page 97: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

96

Tabela 21 Perfil bioquímico de ovelhas submetidas a período de restrição alimentar durantes 90 dias –

Pirassununga – 2013

Sem

Restrição Alimentar

Com

Restrição Alimentar

Proteína Total*

(g/dl)

6,55 ± 0,95

a 6,42 ± 0,99

a

Albumina**

(g/dl)

3,03 ± 0,44

a 2,57 ± 0,40

b

Globulinas*

(g/dl)

3,51 ± 1,22

a 3,85 ± 0,78

a

Relação Albumina /

Globulinas**

0,94 ± 0,27 a 0,68 ± 0,12 b

AST a 25ºC**

(U/L)

55,47 ± 28,85

a 133,80 ± 115,80

a

GGT a 25ºC*

(U/L)

18,24 ± 6,54

a 32,67 ± 10,98

b

CK a 25ºC*

(U/L)

66,44 ± 21,33

a 262,34 ± 331,08

a

Bilirrubina Indireta**

mg/dl

0,038 ± 0,049

a 0,245 ± 0,052

a

Bilirrubina Direta**

mg/dl

0,016 ± 0,020

a 0,051 ± 0,045

a

Bilirrubina Total*

mg/dl

0,254 ± 0,053 a 0,296 ± 0,055 a

Colesterol *

(mg/dl)

44,21 ± 10,07

a 39,67 ± 6,34

a

Triglicérides*

(mg/dl)

25,06 ± 8,69

a 21,39 ± 9,20

a

Ácidos Graxos Não

Esterificado*

(uMol/L)

272,75 ± 261,46 a 104,17 ± 46,63 b

Beta-Hidroxibutirato*

(mg/dl)

2,68 ± 0,81

a 2,53 ± 0,74

a

Glicose*

(mg/dl)

89,68 ± 20,05

a 48,60 ± 13,41

b

Uréia*

(mg/dl)

48,69 ± 13,42

a 49,74 ± 7,43

a

Creatinina*

(mg/dl)

1,07 ± 0,19 a 0,76 ± 0,13 b

Lactato**

(mg/dl)

77,44 ± 33,52

a 29,74 ± 13,26

b

Ferro *

(ug/dl)

110,02 ± 41,71

a 127,51 ± 37,35

a

TIBC*

(ug/dl)

288,50 ± 27,65

a 286,84 ± 38,26

a

IST*

(ug/dl)

40,43 ± 15,92

a 45,70 ± 16,56

a

ab letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** -

Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,05)

Page 98: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

97

4.3 AVALIAÇÃO DO QUADRO ERITROCITÁRIO E DO METABOLISMO DE FERRO

DE ANIMAIS SUBMETIDOS A TRATAMENTO COM SULFATO DE MANGANÊS

Nas tabelas 22, 23 e 24 estão retratadas as médias dos componentes do eritrograma,

exame coproparasitológico e metabolismo de ferro de ovelhas que receberam, via oral,

diariamente 4 gramas de Sulfato de Manganês, durante 100 dias.

A análise das tabelas permitiu afirmar que houve redução do número de hemácia em

1,64 x106 hemacias/mm

3, redução em 5,9 % no hematócrito e de 2,3 g/dL na taxa de

hemoglobina. A anemia desses animais foi do tipo normocícito e normocrômico e os teores

séricos de ferro foram significativamente menores nas colheitas realizadas com 60 e 80 dias

após o inicio do uso do manganês como antagonista da absorção do ferro.

Page 99: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

98

Tabela 22 - Eritrograma de ovinos submetidos a tratamento com sulfato de manganês para antagonizar absorção de ferro – Pirassununga - 2013

abcd letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,0)

Hemacias**

(X106/mm

3)

Hemoglobina**

(g/dL) Hematócrito**

(%)

VCM*(µ3)

HCM** (pg)

CHCM**(%)

Antes 8,72 ± 2,07 a 10,17 ± 2,29 a 30,61 ± 5,86 a 35,76 ± 4,68 a 11,69 ± 0,86 a 33,07 ± 2,90 a

30 Dias após Início do

Tratamento 8,451 ± 1,73 ab 9,54 ± 1,99 a 29,33 ± 4,88 ab 35,28 ± 5,03 a 11,26 ± 0,67 b 32,36 ± 2,72

a

45 Dias após Início do

Tratamento 7,98 ± 1,49 abc 8,68 ± 1,96 b 27,39 ± 4,68 b 34,8 ± 5,63 a 10,75 ± 0,83 c 31,49 ± 3,20 a

60 Dias após Início do

Tratamento 7,84 ± 1,29 bcd 8,61 ± 1,67 bc 26,92 ± 4,02 bc 34,67 ± 4,24 a 10,89 ± 0,67 BC 31,75 ± 3,00 a

80 Dias após Início do

Tratamento 7,219 ± 1,27 cd 7,840 ± 1,64 c 24,32 ± 4,38 cd 33,91 ± 4,30 a 10,74 ± 0,78 c 32,18 ± 3,10 a

100 Dias após Início do

Tratamento 7,07 ± 1,36 d 7,88 ± 1,70 c 24,66 ± 5,09 cd 34,98 ± 4,20 a 11,06 ± 0,93 bc 31,97 ± 2,50 a

Page 100: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

99

Tabela 23 - Média de ovos de Trichostrongyloidea por grama de fezes de

ovinos submetidos a tratamento com sulfato de manganês

para antagonizar a absorção de ferro – Pirassununga - 2013

OPG

Antes 2755 ± 1982 a

30 Dia após Início do

Tratamento 2920 ± 2003 a

45 Dias após Início

do Tratamento 3430 ± 1668 a

60 Diasapós Início do

Tratamento 3360 ± 1602 a

80 Diasapós Início do

Tratamento 3840 ± 2502 a

100 Dias após Início

do Tratamento 2680 ± 1735 a

abcde - letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença

estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** - Teste de Kruskal-Wallis

(p ≤ 0,05)

Page 101: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

100

Tabela 24 – Concentração de ferro sérico, capacidade total de ligação do ferro e índice de saturação da transferrina de

ovinos submetidos a tratamento com sulfato de manganês para antagonizar a absorção de ferro –

Pirassununga - 2013

Ferro

(µg/dL)

Capacidade Total de

Ligação Ferro

(µg/dL)

IST

(%)

Antes 159,80 ± 60,64 ab

292,50 ± 42,42 a

53,80 ± 16,94 a

30 Dias

após Início do Tratamento 146,66 ± 54,83

ab 322,76 ± 34,46

b 46,27 ± 18,17

ab

45 Dias

após Início do Tratamento 150,76 ± 67,62

ab 328,96 ± 42,46

b 47,31 ± 24,27

ab

60 Dias

após Início do Tratamento 97,29 ± 38,02

c 357,09 ± 28,92

c 27,93 ± 12,07

c

80 Dias

após Início do Tratamento 123,52 ± 48,91

bc 312,42 ± 22,46

ab 39,32 ± 14,17

b

100 Dias

após Início do Tratamento 172,80 ± 63,23

a 318,20 ± 28,89

b 55,17 ± 22,16

a

abcde letras diferentes na mesma coluna, denotam presença de diferença estatística significante: * - Teste de Duncan (p≤0,05); ** -

Teste de Kruskal-Wallis (p ≤ 0,0)

Page 102: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

101

5 DISCUSSÃO

Ao compulsar-se a literatura sobre anemia de pequenos ruminantes foi descrita, em

associação a verminose de pequenos ruminantes por Haemonchus contortus, a ocorrência de

anemia macrocítica (GARCIA et al., 1983; ABBOTT; PARKINS; HOLMES, 1988), anemia

normocítica e normocrômica (GARCIA et al., 1983; ABBOTT; PARKINS; HOLMES, 1984;

FARIA JUNIOR et al., 2002) ou hipocrômicas (GARCIA et al., 1983).

As discrepâncias relacionadas à classificação do tipo de anemias observadas na

literatura compulsada podem ser justificadas como inerentes a fase de evolução do processo

anêmico. Em processos agudos com grave perda de sangue, a medula óssea estimulada pela

condição anêmica libera grande quantidade de células jovens e imaturas com maior volume

corpuscular médio determinando macrocitose. Conforme o processo cronifica-se, ocorre

hiperplasia medular compensatória da anemia, retorna o tecido mieloide a liberar eritrócitos

maturos, ocorrendo, então, normocitose e normocromia. Caso o processo de espoliação

determinada pelo endoparasita se prolongue e resulte em perdas continuadas de sangue poderá

ocorrer depleção das reservas de ferro e conseqüentemente a anemia torna-se hipocrômica e,

finalmente, microcítica.

Apesar da existência de animais cuja anemia foi classificada como macrocítica e de

animais cuja anemia foi classificada como do tipo microcítica e hipocrômica, verificou-se,

que em termos médios, o predomínio da ocorrência de anemia do tipo normocítico e

normocrômico nas verminoses dos ovinos, criados no Estado de São Paulo. Os resultados

obtidos na presente pesquisa não puderam estabelecer uma relação do tipo de anemia com a

intensidade do processo anêmico.

Esses resultados indicam que a instalação do processo anêmico dos ovinos

relacionados à verminose gastrintestinal tem evolução que permite a hiperplasia da medula e

que as reservas de ferro, mesmo que diminuídas, não determinam grau extremo de depleção

dos estoques de ferro que poderiam determinar anemia microcítica e hipocromica.

Possivelmente, a depleção das reservas de ferro a um grau extremo estejam relacionadas a

carga parasitária, a fatores individuais que favoreçam ou inibam a absorção do ferro e ao

sistema de semi-extensivo de criação de ovinos no Estado de São Paulo, no qual os animais

tem acesso a pastos e podem por meio da ingestão de terra suprir parcialmente ou totalmente

as suas necessidades de ferro.

Page 103: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

102

Considera-se que a deficiência primária de ferro em ruminantes adultos não é comum

em nosso país, pois o solo e as pastagens brasileiras são ricos nesse elemento (TOKARNIA;

DÖBEREINER; PEIXOTO, 2000). Somente nos bezerros, a deficiência primária de ferro é

considerada importante e frequentemente associada como causa determinante das anemias

observadas nos neonatos (BIRGEL, 1972; TENNANT, 1975; HIDIROGLOU, 1980).

Segundo Birgel (1999), a carência de ferro na alimentação ocorre, particularmente, nos

animais lactentes, pois além do leite ser um alimento pobre em ferro existe nessa fase da vida

um balanço negativo, pois os bezerros nascem com uma pequena reserva de ferro que é

rapidamente consumida, sendo este elemento considerado como de fundamental importância

na dieta de animais jovens durante o período de rápido crescimento (HIDIROGLON, 1980).

Nas perdas crônicas de sangue, a anemia desenvolve-se lentamente e as reservas

corporais de ferro podem ficar esgotadas (DUNCAN; PRASSE; MAHAFFEY, 1994). A ação

hematófaga do Haemonchus contortus se assemelha aos processo anêmico crônicos, sendo

estimado que cada parasito deste gênero suga 0,05 ml de sangue por dia (RUAS; BERNE,

2001). A análise dos resultados da presente pesquisa demonstrou que os teores séricos de

ferro e índice de saturação da transferrina nos animais com anemia intensa e moderada são

significativamente menores, enquanto os valores de Capacidade Total de Ligação de Ferro,

que refletem os teores séricos de transferrina, não sofreram variações significativas.

Considerando-se que não existe deficiência de ferro primária em animais adultos, esses dados

indicam que existe na anemia verminótica balanço negativo de ferro, sendo a capacidade de

absorção de ferro menor do que a quantidade de ferro que é espoliado pelos vermes

hematófagos.

Em grupo de animais por nós acompanhados, nos quais havia predomínio de infecção

por Haemonchus contortus, com opg que variaram entre 4.783 ± 4.342 e 9.848 ±10.650 opg,

submetidos a restrição alimentar, no qual cada animal recebia 0,5 Kg de feno de coast-cross,

durante o período de 90 dias não desenvolveram anemia na intensidade esperada. Os

resultados apresentados nessa dissertação mostram que a redução de 4 % nos valores de

hematócrito e de 0,9 g/dL nas taxa de hemoglobina não foi estatisticamente significante. A

análise dos teores séricos de ferro, da capacidade total de ligação de ferro e do índice de

saturação de ferro não sofreram variações durante o processo de restrição alimentar. Nesse

mesmo período observou-se que os valores de albumina diminuíram de forma significativa

em 0,46 g/dL. Verificou-se, ainda, que a restrição alimentar determinou significativa

diminuição nos valores dos ácidos graxos não esterificados e da glicemia.

Page 104: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

103

Apesar de ovinos submetidos a dietas com pouca proteina serem mais sensíveis a

infecção experimental por Haemonchus contortus (BRICARELLO et al., 2005), os resultados

por nós obtidos sugerem que a existência de déficit energético e proteico não potencializou a

anemia dos animais e deveria ser vista como uma somatória da ação simultânea de duas

enfermidades: verminose e desnutrição. A desnutrição proteico-energética tem sido associada

à anemia em humanos (BARROS, 2007), camundongos (BARROS, 2007) e cordeiros

(BORELLI et al., 2007), sendo descrito anemia do tipo normocícito e normocrômico com

diminuição do número de reticulócitos. Na anemia de animais subnutridos não foi observado

redução dos teores séricos de ferro e foi sugerido que a anemia observada era causada pela

alteração na capacidade de proliferação e maturação da célula progenitora, resultando em

inefetiva eritropoiese (BORELLI et al., 2007).

Os resultados por nós obtidos indicam que os animais foram capazes de manter a

homeostase no metabolismo de ferro, possivelmente por que tinham acesso a piquetes com

terra.

Ovelhas, alimentadas ad libitum com feno de coast cross, que receberam diariamente 4

gramas de Sulfato de Manganes pelo período de durante 100 dias, apresentaram redução de

1,64 x106 hemacias/mm

3, de 5,9 % no hematócrito e de 2,3 g/dL na taxa de hemoglobina. A

anemia desses animais foi do tipo normocícito e normocrômico e os teores séricos de ferro

foram significativamente menores nas colheitas realizadas com 60 e 80 dias após o inicio do

uso do manganês com antagonista de absorção de ferro.

Os animais continuarão a receber o sulfato de manganês até completarem 150 dias de

administração, entretanto, um deles, que apresentou anemia intensa foi retirado do grupo

experimental. Esse animal recebeu durante 45 dias, diariamente, 10 gramas de sulfato de ferro

por via oral. Observou-se neste animal, que permanece infectado (não recebeu vermífugo),

recuperação da sua crase sanguínea, com valores de hemácias aumentando de 5,48 para 8,74

x106 hemácias/mm

3, hemoglobina de 4,9 para 9,2 g/dL; hematócrito de 14,9 para 27,3 %,

VCM de 27,3 para 31,3 µ3 e HCM de 8,9 para 10,5 pg. Os teores séricos de ferro aumentaram

de 105,8 µg /dL para valores que oscilaram entre 141,2 e 338,2 µg /dL.

Os dados obtidos até agora com o uso de manganês sugerem que a resposta ao

processo anêmico dos animais com verminose gastrintestinal, bem como o fenômeno de

resiliência nas verminoses gastrintestinais poderiam estar associadas ao metabolismo de ferro

e à maior capacidade de captação e absorção de ferro. O manejo dos animais ou ao ambiente

em que são criados seriam importantes fatores a serem considerados, pois as reservas de ferro,

em situações nas quais os terrenos sejam arenosos ou animais criados confinados poderiam

Page 105: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

104

ser insuficientes para contrapor a depleção de ferro pelos vermes hematófagos. Afora isso

haveriam fatores individuais relacionados a eficiência no aproveitamento do ferro alimentar.

Camundongos deficientes de hepcidina desenvolveram sobrecarga de ferro, especialmente no

fígado, pâncreas e coração (GROTTO, 2008). Por outro lado animais que superexpressavam a

hepcidina apresentavam anemia microcitca e hipocromica ao nascimento e morriam

rapidamente (GROTTO, 2008). Em situações de anemia e hipóxia há inibição da expressão da

hepcidina, visando maior absorção de ferro pelos enterócitos e maior exportação de ferro do

sistema reticuloendotelial e enterócitos, aumentado a disponibilidade de ferrro para a

eritropiese (GROTTO, 2008).

A avaliação da repercussão do estado anêmico/ verminose gastrintestinal sobre o

leucograma evidenciou normoleucocitemia com existência de linfopenia e eosinopenia,

podendo ser observado em animais com hematócrito menor do que 15 % a ocorrência de

neutrofilia sem desvio a esquerda. Em ovelhas não infectadas observou-se valores de

linfócitos maiores do que nos infectados.

Observou-se linfopenia absoluta que aumentou conforme maior era a intensidade do

processo anêmico e ocorria inversão do padrão leucocitário, que passa de predominantemente

linfocitário para neutrofílico. Essa inversão acentua-se a medida que o processo anêmico

torna-se mais intenso. Nos ovinos com hematócrito maior do que 30 % observou-se que 26,3

% (10/38) dos animais apresentavam quadro leucocitário predominantemente neutrofílico,

enquanto nos animais com hematócrito variando entre 25 e 30 % o percentual de animais com

quadro neutrofílico era de 43,9 % (18/41). Nos animais com anemia leve esse percentual era

de 63,9 % (34/54), nos animais com anemia moderada o percentual foi de 61,9 % (13/21),

enquanto nos animais com anemia grave o padrão leucocitário foi neutrofílico em 84,6 %

(11/13) dos animais examinados. Encontra-se na literatura datada da década de 60, uma

referencia sobre aumento do número relativo de neutrófilos associado à diminuição do

número relativo de linfócitos sem alterações no número total de leucócitos em casos de

verminose gastrintestinal experimental causada por Trichostrongylus colubriformis

(GALLAGHER, 1963). Entretanto ao analisar os resultados apresentados por Gallagher

(1963) verificou-se que esse autor não observou inversão do padrão leucocitário, ou seja, o

quadro leucocitário de animais com tricostrongilíase permanecia linfocitário.

Apesar dos mecanismos de imunidade ao parasitismo por Haemonchus contortus ainda

não estarem completamente elucidados, pesquisas tem demonstrado o envolvimento dos

linfócitos Th2 CD4+ na resposta imune a infecções parasitárias por nematódeos (Amarante;

Amarante, 2003). Estudos realizados com canulação do abomaso evidenciaram a participação

Page 106: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

105

de linfócitos agindo diretamente na mucosa afetada (SCHALLIG, 2000), a ativação e

proliferação dos leucócitos, em especial os linfócitos (VEER et al., 2007) e significativa

correlação inversa entre a contagem de linfócitos T na mucosa abomasal e a fecundidade,

tamanho e a sobrevivência da fêmea adulta de Haemonchus contortus (ROWE et al., 2008).

Esses fatos permitem supor que a diminuição do número de linfócitos circulantes seria

conseqüência da sua provável migração para a mucosa abomasal.

Ocorrência de eosinofilia na mucosa abomasal e intestinal foi observada nas infecções

por parasitas gastrintestinais e associada a maior resistência as infecções parasitárias.

Correlacionou-se a ocorrência do aumento do número de eosinófilos circulantes com baixos

valores de opg nas fezes de ovinos e relacionou-se esse fenômeno com maior resistência

animal a infecção parasitária (HOHENHAUS et al., 1998).

Os resultados obtidos na presente pesquisa evidenciaram que a eosinopenia aumentou

conforme aumentava a intensidade do processo anêmico e que o número absoluto de

eosinóficos era menor nos animais infectados. Comparando-se os resultados obtidos em

ovinos com aqueles referidos em caprinos por Muller et al. (2011) verifica-se que existem

diferenças importantes entre o leucograma de ovinos e caprinos infectados por vermes

gastrintestinais. Eosinofilia em caprinos ocorreu de forma esporádica quer nos animais sadios

quer naqueles com verminose gastrintestinal, sendo observado valores absolutos de

eosinófilos maiores do que 500 células/mm³ em menos de 5 % dos caprinos examinados

(MULLER et al., 2011). Nos ovinos observou-se que 22,8 % (38/167) dos animais

apresentava número absoluto de eosinófilos variando entre 500 e 1.000 celulas/mm³ e 16,8 %

(28/167) apresentavam eosinofilia, ou seja, número absoluto de eosinóflos maior do que 1000

células/ mm³.

Outra diferença no leucograma de ovinos e caprinos infectados por Haemonchus

contortus foi observado na resposta neutrofílica, pois nos ovinos infectados por vermes

hematófagos, a neutrofilia foi observada somente no grupo de animais com anemia intensa.

Em caprinos com verminose gastrintestinal, a neutrofilia sem desvio a esquerda era

mais evidente e observada, também, no grupo de animais com anemia leve e moderada, sendo

que sua intensidade aumentava proporcionalmente ao aumento da gravidade da anemia

(MULLER et al., 2011).

Durante a análise dos resultados obtidos, surgiu a dúvida se a resposta hematológica

observada (neutrofilia e linfopenia) seria decorrente propriamente a verminose ou ao processo

anêmico. Os resultados obtidos nos grupos de animais submetidos a perda aguda de sangue e

perda crônica de sangue, contribuem para esclarecer a questão.

Page 107: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

106

A ocorrência de neutrofilia durante os processos anêmicos por perda sangüínea

puderam ser observados de forma transitória no grupo de animais submetidos a sangria aguda,

enquanto nos animais submetidos a perda crônica de sangue esse fenômeno não ocorreu. Em

animais pesando entre 50 e 60 Kg, nos quais foi retirado no intervalo de 12 horas cerca de

2.000 ml de sangue, seguido de reposição do volume com solução fisiológica, apresentaram

evidente neutrofilia sem desvio a esquerda, sendo que a inversão da relação entre neutrófilos e

linfócitos permaneceu durante 7 dias. Em cordeiros, observou-se que elevações do número

total de leucócitos, neutrófilos e monócitos, com a inversão da relação entre neutrófilos e

linfócitos e com a redução dos eosinófilos coincidiram com as maiores as maiores

concentrações de cortisol (FONTEQUE, 2005), devendo essas alterações serem creditadas ao

desvio do compartimento marginal de neutrófilos para o compartimento circulante (JAIN,

1993). Mesmo nas infecções graves por vermes hematógafos, nas quais existissem de 2000 a

5000 Haemonchus contortus, as perdas sanguíneas diárias oscilariam entre 100 e 250 ml, não

permitindo caracterizar perda aguda de sangue.

Ao analisar-se o número de leucócitos e de neutrófilos em animais submetidos a perda

crônica de sangue observou-se leucopenia por neutropenia associado a linfopenia e

eosinopenia. Esses resultados evidenciam que as alterações no leucograma de animais com

anemia verminótica não se devem somente a perda crônica de sangue, pois se por um lado a

linfopenia e eosinopenia poderiam ser creditados ao processo anêmico, por outro a

normoleucocitemia e valores de neutrófilos dentro da normalidade ou aumentados (como

observado nos ovinos com anemia grave) não puderam ser associados com as perdas de

sangue crônicas.

A suposição que o estado anêmico associado às verminoses gastrintestinais causariam

menor oxigenação da região centro-lobular dos lóbulos hepáticos determinando processo

degenerativo e/ou de necrose hepatocelular com comprometimento da função do órgão

(MacLACHLAN; CULLEN, 1998) não pode ser demonstrada, pois a análise dos resultados

de AST e GGT, bem como os teor sérico de bilirrubina total não sofreram variações em

função dos grupos experimentais. Ao consultar a literatura sobre as possíveis inter-relações da

função hepática e as anemias verminóticas, observa-se que o assunto foi pouco estudado,

sendo encontrada somente a pesquisa de Faria et al. (2002) que também não conseguiram

demonstrar a presença de lesão hepática que seria provocada pela hipóxia decorrente da

anemia verminótica. Diante dos resultados obtidos poder-se-ia formular hipótese que nos

animais com anemia verminótica as lesões não comprometeram mais que um terço do fígado

ou seriam lesões sub-agudas, nas quais os valores das enzimas não se alteraram ou já

Page 108: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

107

regressaram aos seus valores normais, não permitindo que por meio da bioquímica sangüínea

ser efetuado o diagnóstico da hepatopatia. Para demonstrar se existe inter-relações entre as

anemias verminóticas e a ocorrência de lesões hepáticas será necessário a utilização de outros

métodos de diagnóstico como a ultra-sonografia e a biopsia hepática.

A principal alteração do perfil metabólico dos ovinos com verminose gastrintestinal

foi a diminuição dos teores séricos de colesterol. Segundo Kaneko, Harvey e Bruss (2008), as

quantidades de colesterol presentes refletem o acetil-CoA disponível para a geração de

energia, oriundo basicamente da ingestão de comida. Em momentos de diminuição de

ingestão de alimentos, há diminuição da liberação de insulina e de leptina e aumento de

glucagon e AMPc, ou seja, em situações em que o organismo está em fosforilação, a produção

de colesterol fica comprometida (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 2008).

A associação entre baixos valores de colesterol e a ocorrência de distúrbios da

reprodução foi descrita por Arosh et al. (1998) que verificaram níveis de colesterol

significativamente menores para o grupo de fêmeas bovinas considerados inférteis. As

explicações dessa associação estariam relacionadas ao fato do colesterol ser um precursor de

hormônios esteróides como a progesterona, o estrógeno e a testosterona (KANEKO;

HARVEY; BRUSS, 2008) ou ainda no fato que os baixos níveis de colesterol poderiam afetar

a qualidade dos oócitos (KRUIP et al., 1996).

Encontra-se na literatura diversas referências correlacionando negativamente os teores

séricos de colesterol, os teores plasmáticos de lipoproteínas com a infiltração gordurosa do

fígado, ou seja, naqueles animais com significativa esteatose hepática observou-se que os

valores séricos ou plasmáticos de colesterol e de lipoproteínas são baixos (VAN DEN TOP et

al., 1995). Em seu livro sobre patologia animal, Santos (1979) afirma que nas anemias a

gordura permanece nas células hepáticas, sem ser utilizada, acumulando-se progressivamente

e ocasionando, dessa maneira, lipidose hepática. Apesar de não termos observado

macroscopicamente a ocorrência de esteatose hepática nos animais com verminose

necropsiados, existe a necessidade de avaliar por meio de biopsia hepática as possíveis inter-

relações entre a esteatose hepática e os teores séricos de colesterol em animais com verminose

gastrintestinal.

A glicemia dos animais com verminose gastrintestinal diminuiu com o aumento da

intensidade da anemia, porém no grupo com anemia intensa observou-se hiperglicemia. Em

três dos 13 animais apresentavam glicemia maior do que 100 mg/dL. Talvez, essa alteração

bioquímica seja uma demonstração que pode ocorrer durante os processos graves de

verminose distúrbios do metabolismo da glicose, com aumento da neoglicogênese em

Page 109: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

108

resposta ao aumento de secreção de glicocorticóides ou dificuldades no aproveitamento da

glicose como reflexo da diminuição dos níveis plasmáticos de insulina associado a menor

ingestão de alimentos.

Os valores do betahidroxibutirato mantiveram-se dentro de valores de normalidade,

indicando que não houve aumento da produção de corpos cetônicos, bem como a cetôgenese

alimentar manteve-se inalterada. Este fato é indicativo que, mesmo com a diminuição da

ingestão de alimentos, os processos fermentativos do rúmen não foram afetados pela

verminose gastrintestinal, uma vez que durante a fermentação de carboidratos o acetato e o

butirato, são convertidos em acetoacetato e β-HBO durante a absorção pelo epitélio ruminal,

na denominada cetogênese alimentar (HEITMANN et al., 1987).

Ao analisar, os resultados da presente pesquisa observa-se que não houve aumento da

lipólise associado à anemia verminótica, mas observou-se que 46,1 % (77/167) de todos os

animais examinados tinham valores de NEFA menores do que 100 µmol/dL. Esses resultados

sugerem que um número significativo de ovelhas criadas no Estado de São Paulo, as reservas

corporais de gordura são pequenas, o que poderiam indicar má alimentação nesses animais.

Em situações de déficit energético, pode ocorrer mobilização das gorduras corpóreas e

aumento do catabolismo protéico em decorrência da diminuição dos níveis plasmáticos de

insulina e o aumento de secreção de glicocorticoide (KANEKO; HARVEY; BRUSS, 2008).

Apesar da média dos teores séricos de ureia não serem estatisticamente maior nas ovelhas

intensamente anêmicas, na análise individual dos resultados observa-se maior porcentagem de

animais com teores de ureia maiores do que de 60 mg/dl: 38,4% (5/13) das ovelhas com

anemia intensa, 14,2% (3/21) das ovelhas com anemia moderada, 9,2 % (5/54) das ovelhas

com anemia leve e 8 % (7/79) das ovelhas não anêmicas apresentaram teores de mais de 60

mg/dl de ureia sérica. Da mesma forma a atividade sérica da enzima CK não apresentou, em

média, diferença estatística entre os diversos grupos experimentais, mas a análise individual

dos resultados mostrou que 30,8% (4/13) dos animais com anemia intensa apresentaram

valores para CK maiores que 200 U/L, sendo esse aumento observado em 23,8% (5/21) dos

animais moderadamente anêmicos, 13% (7/54) dos levemente anêmicos e em 5% (4/79) das

ovelhas não anêmicas.

A análise dos resultados obtidos nessa pesquisa para a função hepática, função renal e

lipidograma, incluindo aspectos do metabolismo energético e proteico, indicam que os ovinos

apresentam grande capacidade de manter a sua homeostase. Esse fato poderia ajudar a

explicar porque mesmo em processos mórbidos graves, as manifestações clínicas das

Page 110: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

109

enfermidades que acometem os ovinos são mais dificilmente percebidas do que nas outras

espécies de ruminantes.

O processo anêmico agudo não determinou modificações no pH sanguíneo e no

equilíbrio acido-básico. As variações observadas na pO2 e na pCO2 não foram

estatisticamente significantes e o lactato não aumentou, indicando que não houve hipóxia

tecidual. Independentemente da intensidade da anemia, os animais foram capazes de

minimizar ou prevenir os efeitos da hipóxia por meio do aumento da sua frequência cardíaca.

Considerando-se a população de animais examinados anêmicos e sem anemia

verificou-se que em 27,0 % (23/85) das mensurações realizadas o pH sangüíneo estava menor

do que 7,350. Nesses casos verificou-se que em 21,7 % (5/23) a acidose era respiratória e em

78,3 % (18/23) havia um componente metabólico. Nesses animais observou-se aumento dos

níveis séricos de lactato. Essas observações e alterações são compatíveis com aquelas

observadas na miopatia de captura (CARRAMENHA; CARREGARO, 2012) e possivelmente

estejam relacionados a resposta de estresse dos ovinos à contenção física, podendo explicar

parte dos quadros de morte súbita relatados nessa espécie animal durante a sua manipulação.

Page 111: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

110

6 CONCLUSÕES

A análise dos resultados obtidos na presente tese bem como a sua discussão permitiu

que as seguintes conclusões fossem obtidas:

1ª Conclusão –Em termos médios, observou-se predomínio da ocorrência de anemia do tipo

normocítico e normocrômico nas verminoses dos ovinos, criados no Estado de São Paulo.

2ª Conclusão – A avaliação da repercussão do estado anêmico/ verminose gastrintestinal

sobre o leucograma evidenciou normoleucocitemia com existência de linfopenia e

eosinopenia, podendo ser observado em animais com hematócrito menor do que 15 % a

ocorrência de neutrofilia sem desvio a esquerda. Observou-se linfopenia absoluta, que

aumentou conforme maior era a intensidade do processo anêmico, e a inversão do padrão

leucocitário, que passa de predominantemente linfocitário para neutrofílico.

3ª Conclusão –Os teores séricos de ferro e índice de saturação da transferrina nos animais com

anemia intensa e moderada são significativamente menores, enquanto os valores de

Capacidade Total de Ligação de Ferro, que refletem os teores séricos de transferrina, não

sofreram variações significativas.

4ª Conclusão – Observou-se hipoproteinemia e hipoalbuminemia que se intensificou com a

intensidade da anemia, enquanto os teores de colesterol diminuíram com a intensidade da

anemia. Afora essa alteração, os resultados obtidos nessa pesquisa para a função hepática,

função renal e lipidograma, incluindo aspectos do metabolismo energético e proteico, indicam

alterações de menor importância e mostram que os ovinos apresentam grande capacidade de

manter a sua homeostase.

5ª Conclusão – A restrição alimentar não determinou diminuição significativa nos valores do

eritrograma e indicam que os animais foram capazes de manter a homeostase no metabolismo

de ferro, possivelmente por que foram mantidos em piquete com terra. Entretanto a restrição

de ferro na alimentação, utilizando-se 4 gramas de Sulfato de Manganês como antagonista da

absorção de ferro, durante 100 dias, determinou redução de 1,64 x106 hemacias/mm

3, de 5,9

% no hematócrito e de 2,3 g/dL na taxa de hemoglobina. A anemia desses animais foi do tipo

Page 112: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

111

normocícito e normocrômico e os teores séricos de ferro foram significativamente menores

nas colheitas realizadas com 60 e 80 dias após o inicio do uso do manganês. A administração

de ferro oral em um desses animais infectados determinou a recuperação dos valores da crase

sanguínea.

6ª Conclusão - A ocorrência de neutrofilia durante os processos anêmicos por perda sangüínea

puderam ser observados de forma transitória no grupo de animais submetidos a sangria aguda,

enquanto nos animais submetidos a perda crônica de sangue esse fenômeno não ocorreu.

7ª Conclusão - Ao analisar-se o número de leucócitos e de neutrófilos em animais submetidos

a perda crônica de sangue observou-se leucopenia por neutropenia associado a linfopenia e

eosinopenia. Esses resultados evidenciam que as alterações no leucograma de animais com

anemia verminótica não se devem somente a perda crônica de sangue, pois se por um lado a

linfopenia e eosinopenia poderiam ser creditados ao processo anêmico, por outro a

normoleucocitemia e valores de neutrófilos dentro da normalidade ou aumentados (como

observado nos ovinos com anemia grave) não puderam ser associados com as perdas de

sangue crônicas.

8ª Conclusão – O processo anêmico agudo não determinou modificações no pH sanguíneo e

no equilíbrio acido-básico. As variações observadas na pO2 e na pCO2 não foram

estatisticamente significantes e o lactato não aumentou, indicando que não houve hipóxia

tecidual. Independentemente da intensidade da anemia, os animais foram capazes de

minimizar ou prevenir os efeitos da hipóxia por meio do aumento da sua frequência cardíaca.

Page 113: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

112

REFERÊNCIAS

ABBOTT, E. M.; PARKINS, J.J.; HOLMES . P. H. Studies on pathophysiology of cronic

ovine haemonchosis in Merino and Scottish lambs. Parasitology, v.89, n.3, p.585-596, 1984.

ABBOTT, E. M.; PARKINS, J.J.; HOLMES . P. H. Influence of dietary protein on the

pathophysiology of haemonchosis in lambs given continuous infection. Research Veterinary

Science, v. 45, n.1, p.41-49, 1988.

ASHMEAD, H.D. The chemistry of ferrous bisglycinate chelate. Archives Latinoamerican

Nutrition, v.51 n.1, p.13-21, 2001.

ALBERS, G. A. A.; GRAY, G.D.; PIPER, L.R.; BARKER, J. S. F.; LE JAMBRE, L.F.;

BARGER, I.A. The genetics of resistance and resilience to Haemonchus contortus infection

in young merino sheep. International Journal for Parasitology, v. 17, p. 1355-1363, 1987.

ALLAIN, C. C.; POON, L. S.; CHAN, C. S. G.; RICHMOND, W.; FU, P. C. Enzymatic

determination of total serum cholesterol. Clinical Cheminstry, v. 20, p. 470-475, 1974.

AL-QUAIZY, H.H.; AL-ZUBAIDY, A.J.; ALTAIF, K. I.; MAKKAWI, T.A. The

pathogenicity of haemonchosis in sheep and goats in Iraq:. clinical, parasitological and

haematological findings. Veterinary Parasitology, v.24, p.221-228, 1987.

AMARANTE, A.F.T.; AMARANTE, M.R.V. Breeding sheep for resistance to nematode

infections. Journal of Animal and Veterinary Advances 2, v. 3, p. 147-161, 2003.

AMARANTE, A.F.T.; BAGNOLA JUNIOR, J.; AMARANTE, M.R.V.; BARBOSA, M.A.

Host specificity of sheep and cattle nematode in São Paulo state, Brazil. Veterinary

Parasitology, v.73, p.89-104, 1997.

AMARANTE, A.F.T.; BRICARELLO, P.A.; ROCHA, R.A.; GENNARI, S.M. Resistence of

Santa Inês, Suffolk and Ile de France lambs to naturally acquired gastrointestinal nematode

infections. Veterinary Parasitology, v.120, p.91-106, 2004.

AROSH, A. J.; KATHIRESAN, D.; DEVANATHAN, T. G.; RAJASUNDARAM, R. C.;

RAJASEKARAN, J. Blood biochemical profile in normal cyclical and anoestrus cows.

Indian Journal of animal Sciences, v. 68, n. 11, p. 1154-1156, 1998.

BARHAN, D.; TRINDER, P. An improved color reagent for the determination of blood

glucose by oxidase system. Analyst, v. 97, p. 142-145, 1972.

BARROS, Francisco Erivaldo Vidal.Avaliação do ciclo celular de células hematopoiéticas

da medula óssea de camundongos submetidos à desnutrição protéica. 2007. Dissertação

(Mestrado em Análises Clínicas) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São

Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9136/tde-

04022009-180859/>. Acesso em: 29. Jan. 2013.

BENESI, F.J. Diagnóstico e terapia das anemias em caprinos. In: D’ANGELINO, J.L.

Manejo, patologia e clínica de caprinos. São Paulo: Sociedade Paulista de Medicina

Veterinária, 1985. p. 171-191.

Page 114: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

113

BLOOD, D.C.; HENDERSON, J.A.; RADOSTITIS, O.M. Clinica Veterinária. 5. ed. Rio de

Janeiro-RJ: Guanabara Koogan, 1988. p. 777-778.

BIRGEL, E.H. Hematologia clínica veterinária. In: BIRGEL, E.H.; BENESI, F.J. Patologia

clínica veterinária. São Paulo: Sociedade Paulista de Medicina Veterinária 1982. p. 2-34.

BIRGEL, E. H. (Org.). Anemia dos pequenos ruminantes.Rio Grande do Sul: ABEAS -

Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, 1999. v. 1. 46 p.

BORBA, M.F.S. Efeitos do parasitismo gastrintestinal sobre o metabolismo do hospedeiro.

In: SOBRINHO, A. G. S.; BATISTA, E.R.;SIQUEIRA, E.R.; ORTOLANI, E.L.; SUSIN, I.;

COELHO DA SILVA, J.F.; TEIXEIRA, J.C.; BORBA,M.F.S. Nutrição de ovinos.

Jaboticabal: FUNEP, 1996. p. 227.

BORELLI, P. ;BLATT, S.; PEREIRA, J.; MAURINO, B.B.; TSUJITA, M., SOUZA, A.C.;

XAVIER, J.G.; FOCK, R.A. Reduction of erythroid progenitors in protein-energy

malnutrition. The British journal of nutrition, v. 97, n. 2, p. 307-14,2007.

BRICARELLO, P.A. ; AMARANTE, A.F.T. ; ROCHA, R.A. ; CABRAL FILHO, S.L. ;

HUNTLEY, J.F.; HOUDIJK, J.G.M.; ABDALLA, A.L.; GENNARI, S.M. Influence of

dietary protein supply on resistance to experimental infections with Haemonchus contortus in

Ile de France and Santa Ines lambs. Veterinary Parasitology, v. 134, n. 1–2, p. 99-109. 2005.

CARRAMENHA, C. P.; CARREGARO, A. Stress and sudden death in veterinary medicine.

Estresse e morte súbita em medicina veterinária. Ars Veterinaria, v. 28, n. 2, p. 090-099,

2012.

CHILLIARD, Y.; BONNET, M.; DELAVAUD, C.; FAULCONNIER, Y.; LEROUX, C.;

DJIANE, J.; BOCQUIER, F. Leptin in ruminants. Gene expression in adipose tissue and

mammary gland, and regulation of plasma concentration. Domestic Animal Endocrinology,

v. 21, p. 271–295, 2001.

CHILLIARD, Y.; DELAVAUD, C.; BONNET, M. Review: leptin expression in ruminants:

nutritional and physiological regulations in relation with energy metabolism. Domestic

Animal Endocrinology, v. 29, p. 3–22, 2005.

DOUMAS,B.T.; BIGGS, H.G.; WATSON, W. Albumin standards and the measurement of

serum albumin with bromocresol green. Clinica Chimica Acta, v. 31, p. 87-96, 1971.

DORCHIES, P.; BERGEAOD, J.P.; VAN KHANH, N.; MORAND, S. Reduced egg counts

in mixed infections with Oestrus ovis and Haemonchus contortus: influence of eosinophils?.

Parasitology Research, v. 83, p. 727-730, 1997

DUNCAN, J.R.; PRASSE, K.W.; MAHAFFEY, E.A. Veterinary laboratory medicine –

clinical pathology. 3 ed. Iowa: Iowa State University, 1994. 300 p.

DUTTON, R.P. Patophysiology of the traumatic shock. Massive transfusion and control of

hemorrhage in the trauma patient. Baltimores: The International Trauma Anesthesia and

Critical Care Society (ITACCS). 2003. p.5-7.

Page 115: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

114

FARIA JUNIOR, S. P.; SILVA, M.M.; SCHEIBEL, M.; MARTINS, M.F.; RABELLO, P.;

BERTAGNON, H.G.; GARCIA, M. Uso da contagem fecal de ovos de nematóides para

estimar a condição clínica em caprinos. Ciência Veterinária dos Trópicos, v.5, n. 23, p. 86-

92, 2002.

FELDMAN, B.F.; ZINKL, J.G.; JAIN, N.C. Schalm’s Veterinary. 5. ed. Philadelphia:

Lippincott Williams & Williams, 2000. 1344p.

FERNANDEZ, F.R.; GRINDEM, C.B. Reticulocyte response. In: FELDMAN, B.F.; ZINKL,

J.G.;JAIN,N.C. Schalm's veterinary hematology. Philadelphia: Lippincott Williams &

Wilkins, 2000. cap.19, p.110-116.

FONTEQUE, J. H. Estresse oxidativo e lipoperoxidação devido à anemia induzida por

perda aguda de sangue em ovinos. 2005. 90 f. Tese (Doutorado em Clínica Veterinária) -

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de

Mesquita Filho”, Botucatu, 2005.

FOSSATI, P.; PRENCIPE, L. Serum triglycerides determined colorimetrically with na

enzyme that produces hydrogen peroxide. Clinical Chemistry, v. 28, p. 2077-2080, 1982

GALLAGHER, C.H. Studies on trichostrongylosis of sheep: plasma volume, haemoglobin

concentration, and blood cell count. Australian Journal of Agricultural Research, v. 14, n.

3, p. 349-363, 1963.

GARCIA, M.; ORTOLANI, E.L.; BENESI, F.J.; ARAUJO, W.P.; D’ ANGELINO, J. L.;

ARAUJO, L. M.; BIRGEL, E.H. Aspectos clínicos da verminose dos caprinos. Ocorrências

nos anos de 1982 e 1983 no Hospital Veterinário da FMVZ-USP. In: SEMANA DE

MEDICINA VETERINÁRIA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2., 1983, São Paulo, SP. Anais...

São Paulo: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo,

1983. p.68.

GARCIA, M.; D’ANGELINO, J.L. Parasitoses em caprinos. In D’ANGELINO, J.L.

Manejo, patologia e clínica de caprinos. São Paulo: Sociedade Paulista de Medicina

Veterinária, 1985. p. 149-170.

GENNARI, S.M.; AMARANTE, A. F.T. Helmintos de ovinos e caprinos. Biológico, São

Paulo, v.67, n.1/2, p.13-17, 2006

GORNALL, A. G.; BARDAWILL, C. J.; DAVID, M. M. Determination of serum proteins by

means of biuret reaction. Journal of Biological Chemistry, v. 177, p. 751-766, 1949.

GREGORY, L.; BENESI, F.J. Enfermidades mais freqüentes em caprinos e ovinos atendidos

no Hospital de Ruminantes do VCM / HOVET - FMVZ/USP. Biológico, São Paulo, v.68,

n.1/2, p.19-20, 2006.

GROTTO, H.Z.W. Metabolismo do ferro: uma revisão sobre os principais mecanismos

envolvidos em sua homeostase. Revista Brasileira Hematologia e Hemoterapia, São Paulo,

v. 30, n. 5, p. 390-397, 2008.

Page 116: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

115

HEITMANN, R. N.; DAWES, D. J.; SENSENIG, S. C. Hepatic ketogenesis and peripheral

ketone body utilization in the ruminant. Journal of Nutrition, v. 177, p. 1174-1180, 1987.

HERDT, T. H. Ruminant adaptation to negative energy balance. Influences on the etiology of

ketosis and fatty liver.Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v. 16,

n. 2, p. 215-230, 2000

HIDIROGLOU, M. Trace elements in the fetal and neonate ruminant: A review. Canadian

Veterinary Journal, v. 21, p. 328-335, 1980.

HOHENHAUS, M.A.; JOSEY, M.J.; DOBSON, C.; OUTTERIDGE, P.M. The eosinophil

leucocyte, a phenotypic marker of resistance to nematode parasites, is associated with calm

behaviour in sheep. Immunology and Cell Biology, v. 74, p. 153-158, 1998.

HURTADO, E.K. CLAUSSEN, A.H.; SCOTT, K.G. Early childhood anemia and mild or

moderate mental retardation. American Journal Clinical Nutrition, v. 69, n.1, p.115-119,

1999.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção da

pecuária municipal. 2011. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Pecuaria/

Producao_da_Pecuaria_Municipal/2011/ppm2011. pdf>. Acesso em: 12 jan. 2013.

JAIN, N.C. Essentials of veterinary hematology. Philadelphia: Lea &Febiger, 1993. 417p.

JENDRASSIK, L.; GROF, P. Verainfachte photometrische Methoden zur Bestimmung des

Blutbilirrubins. Biochemische Zeitschrift, v. 297, n.1-2, p.81-89, 1938.

KANEKO, J.J.; HARVEY, J.W.; BRUSS, M.L. Clinical biochemistry of domestic animals.

5th. ed. San Diego: Academic Press, 2008. 932p.

KRUIP, T. A. M.; VAN DER WERF, J. H. J.; WENSING, T.; GROEN, A. F. Energy balance

in early lactation of high producing dairy cows and its relation to reproduction, health and

welfare. In: WAGENINGEN INSTITUTEE OF ANIMAL SCIENCES SYMPOSIUM, 84,

1996, Wageningen, Netherlands. Proceedings… Wageningen, Netherlands: EAAP

Publications, 1996, p. 45-57.Ref. 43.

LOPES, R.S.; VIEIRA BRESSAN, M.C.R.; KOHAYAGAVA, A. ; SEQUEIRA, J.L.; CURI,

P.R. Comparative susceptibility and pathogeny of Nelore and Holstein-Friesian calves to the

experimental infection of Haemonchus placei (Place, 1893). Arquivo Brasileiro de

Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.49, n.3, p.279-290, 1997.

MACLACHLAN, N.J.; CULLEN, J.M. Fígado, sistema biliar e pâncreas exócrino. In

CARLTON, W.W.; MCGAVIN, M. D. Patologia veterinária especial. 2. ed. São Paulo:

Artmed–Mosby, 1998. p. 95-131.

MALHADO, C.H.M.; CARNEIRO, P.L.S.; AFFONSO, P.R.A.M.; SOUZA JR., A.A.O.;

SARMENTO, J.L.R. Growth curves in Dorper sheep crossed with the local Brazilian breeds,

Page 117: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

116

Morada Nova, Rabo Largo, and Santa Inês. Small Ruminant Research, v. 84, p. 16-21,

2009.

MARTINS, E.C. Ovinocultura no Brasil: novas fronteiras. 2006. Disponível em:

<www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=23380> . Acesso em: 29jan.2013.

MARUTA, C. A. Perfil metabólico e ruminal de garrotes submetidos às condições de

alimentação normal, jejum e realimentação. 2005. 93 f. Tese (Doutorado em Clínica

Veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo,

São Paulo, 2005.

MEYER, D.J.; HARWEY, J.W. Veterinary laboratory medicine. Interpretation and

diagnosis. 2. ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company. 1998. 373p.

MILLER, J.E.; HOROHOV, D.W. Immunological aspects of nematode parasite control in

sheep. Journal of Animal Science, v. 84 p.124-130, 2006.

MULLER,A.F; BIRGEL, D.B.; FANTINATO NETO,P.; BENESI, F.J.; BIRGEL JUNIOR,

E.H. Avaliação do quadro eritrocitário e da repercussão do estado anêmico no leucograma

de caprinos com verminose gastrintestinal. In: 19º Simpósio Internacional de iniciação

científica da USP-SIICUSP, 2011, Piracicaba. Anais do 19º SIICUSP, 2011.

ORTOLANI, E.L. Diagnóstico e tratamento de alterações ácido-básicas em ruminantes.

In: SIMPÓSIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA REGIÃO SUL DO

BRASIL, 1., 2003, Porto Alegre.Anais... Porto Alegre: Gráfica da Universidade Federal do

Rio Grande do Sul. 2003. p. 17-29.

MOLENTO, M. B.; TASCA, C.; GALLO, A.; FERREIRA, M.; BONONI, R.; STECCA, E.

Método Famacha® como parâmetro clínico individual de infecção por Haemonchus contortus

em pequenos ruminantes. Ciência Rural, Santa Maria, v. 34, n. 4, p. 1139-1145, 2004.

PRZEMECK, S.M.C. Effects of abomasal nematoide parasites In vivo and In vitro.

315p.Tese (doutorado) – Massey University, Palmerston North, Nova Zelandia, 2003.

PULLEN, D. L.; PALMQUIST, D. L.; EMERY, R. S. Effects on day of lactation and

methionine hydroxy analog on incorporation of plasma fatty acids into plasma triglicerides.

Journal of Dairy Science, v. 72, n. 1, p. 49-58, 1989.

ROCHA, R.A.; AMARANTE, A.F.T.; BRICARELLO, P.A. Resistance of Santa Inês and Ile

de France suckling lambs to gastrointestinal nematode infections. Revista Brasileira de

Parasitologia Veterinária, v. 14, n. 1, p.17-20, 2006.

ROCHA, R.X.; BONDAN, C.; MARINHO, R.; LOPES, S. T. A.; CECIM, M. Dextran iron

in anemic lambs: effects on reticulocytosis and free radical production. Ciência Rural, v.37,

n.5, p.1344-1348, 2007.

ROWE, A.; GONDRO, C.; EMERY, D.; SANGSTER, N. Genomic analyses of Haemonchus

contorts infection in sheep: Abomasal fistulation and two Haemonchus strains do not

substantially confound host gene expression in microarrays. Veterinary Parasitology. v.154,

p. 71-81, 2008.

Page 118: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

117

RUAS, J.L.; BERNE, M. E. A.. Nematódeos gastrintestinais de bovinos e ovinos. In RIET-

CORREA, F.; SCHILD, A.L.; MENDEZ, M.D.C.; LEMOS, R.A.A. Doenças de ruminantes

e equinos. São Paulo: Varela, 2001. v. 2, p. 89-105.

SAMPAIO, I. B. M. Estatística aplicada à experimentação animal. Belo Horizonte:

Fundação de ensino em medicina veterinária e zootecnia, 1998, 221 p.

SANTOS, J. A. Patologia especial dos animais domésticos. 2. ed. Rio de Janeiro:

Interamericana,1979. p. 345.

SCHALLIG, H. D. F. H. Immunological responses of sheep to Haemonchus contortus.

Parasitology, v. 120, p 63-72, 2000.

SCHMID, M.; FOSTNER, L. A. Laboratorie testing in veterinary medicine diagnosis in

the clinical monitoring. Mannheim: Boehringer, 1986. 253 p.

SCHOOL, T.O; JOHNSON, W.G. Folic acid: influence on the outcome of pregnancy.

American Journal Clinical Nutrition; v.71, p.1295-1303, 2000.

SILVA, M.B. Resistência às infecções artificiais por Haemonchus contortus de cordeiras

Santa Inês, Ile de France e de cordeiras produtos do cruzamento entre a raça Santa Inês

e as raças Dorper, Ile de France, Suffolk e Texel. 2010. 97 f. Dissertação (Mestrado em

Biologia Geral e Aplicada) – Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista “Júlio

de Mesquita Filho”, Botucatu, 2010.

STRUFALDI, B. Prática de bioquímica clínica. São Paulo: Faculdade de Ciências

Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, 1987.

TENNANT, B.; HAROLD, D.; REINA-GUERRA, M.; KENDRICK, J. W.; LABEN, R. C.

Hematological of the neonatal calf erythrocyte and leucocyte values of normal calves.

Cornell Veterinary, v. 64, p. 516-532, 1975.

TOKARNIA , C. H; DÖBEREINER, J.; PEIXOTO, P. V. Deficiências minerais em animais

de fazenda, principalmente bovinos em regime de campo. Pesquisa Veterinária Brasileira,

v. 20, p. 127-138, 2000.

UENO, H.; GONÇALVES, P. C. Manual para diagnóstico das helmintoses de

ruminantes. 4. ed. Tóquio: Japan International Cooperation Agency, 1998.143 p.

VAN DEN TOP, A. M.; WENSING, T.; GEELEN, M. J. H.; WENTINK, G. H.; VAN´T

KLOOSTER, A. T.; BEYNEN, A. C. Time trends of plasma lipids and enzymes synthesizing

hepatic triacylglicerol during postpartum development of fatty liver in dairy cows. Journal of

Dairy Science, v. 78, p. 2208 –2220, 1995.

VEER, M.J.; KEMP, J.M.; MEEUSEN, N.T. The innate defence against nematode parasites.

Parasite Immunology, v. 29, p 1-9, 2007.

Page 119: Estudo da anemia em ovinos decorrente à verminose gastrintestinal · 2014. 6. 2. · [Estudo das anemias em ovinos decorrente a verminose gastrintestinal]. 2013. 118f Tese (Doutorado

118

VENG-PEDERSEN, P.; CHAPEL, S.; SCHMIDT, P.R.L.; AL-HINITI, N.H.; COOK, R.T.;

WIDNESS, J.A. An integrated pharmacodynamic analysis of erythropoietin, reticulocyte, and

hemoglobin responses in acute anemia.Pharmaceutical Research, v.19, n.11, p.1630, 2002.

VIEIRA BRESSAN, M.C.R.; GENNARI, J.M.; SANTOS FILHO, J.P.; ROGERO, J. R.

Pathophysiological observations on calves concurrently infected with Cooperia punctata and

Haemonchus placei. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo

Horizonte, v.47, n.1, p.53-54, 1995.

WIDNESS, J.A.; LOWE, L.S.; BELL, E.F.; BURMEISTER, L.F.; MOCK, D.M.; KISTARD,

J.A.; BARD, H. Adaptative responses during anemia and its correction in lambs. Journal

Applied Physiology, v.88, p.1397- 1406, 2000.