Estudo de Caso

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FACULDADE SEAMA BIANCA OLIVEIRA BITTENCOURT CAROLINE DE SOUZA VIEIRA CLÍCIA HELENA PIRES DA COSTA DO NASCIMENTO DANIELLE SILVA DOS SANTOS MIRLAINE KELLY DE LIMA NUNES PEDRO HENRIQUE FERNANDES RYAN PATRICK GRAÇA BARBOSA THIAGO MORAES FERREIRA O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE PESQUISA

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Page 1: Estudo de Caso

FACULDADE SEAMA

BIANCA OLIVEIRA BITTENCOURT

CAROLINE DE SOUZA VIEIRA

CLÍCIA HELENA PIRES DA COSTA DO NASCIMENTO

DANIELLE SILVA DOS SANTOS

MIRLAINE KELLY DE LIMA NUNES

PEDRO HENRIQUE FERNANDES

RYAN PATRICK GRAÇA BARBOSA

THIAGO MORAES FERREIRA

O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE PESQUISA

MACAPÁ

2011

Page 2: Estudo de Caso

BIANCA OLIVEIRA BITTENCOURT

CAROLINE DE SOUZA VIEIRA

CLÍCIA HELENA PIRES DA COSTA DO NASCIMENTO

DANIELLE SILVA DOS SANTOS

MIRLAINE KELLY DE LIMA NUNES

PEDRO HENRIQUE FERNANDES

RYAN PATRICK GRAÇA BARBOSA

THIAGO MORAES FERREIRA

O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Trabalho apresentado como requisito avaliativo da nota parcial de G1, referente à disciplina de Metodologia Científica do curso de bacharelado em Direito da Faculdade Seama, ministrado pela Profª Alzira Nogueira.

MACAPÁ

2011

Page 3: Estudo de Caso

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................4

1 ENTENDENDO O ESTUDO DE CASO....................................................................5

2 PROJETANDO O ESTUDO DE CASO....................................................................6

2.1 APLICAÇÕES DO ESTUDO DE CASO.............................................................6

2.2 COMPONENTES DO PROJETO DA PESQUISA..............................................7

2.3 CRITÉRIOS PARA JULGAR A QUALIDADE DO PROJETO DA PESQUISA ATRAVÉS DE TESTES LÓGICOS...........................................................................7

3 PREPARAÇÃO PARA A COLETA DA EVIDÊNCIA DO ESTUDO DE CASO........8

3.1 O QUE É NECESSÁRIO ANTES DE DAR INÍCIO À COLETA DOS DADOS DO ESTUDO DE CASO...........................................................................................8

3.2 O PESQUISADOR DO ESTUDO DE CASO: HABILIDADES DESEJADAS......8

3.2.1. Formular boas questões...........................................................................9

3.2.2 Ser bom ouvinte.........................................................................................9

3.2.3 Exercitar Adaptabilidade e a Flexibilidade...............................................9

3.2.4 Ter uma noção clara dos assuntos em estudo.......................................9

3.2.5 Evitar o viés..............................................................................................10

3.3 PREPARAÇÃO E TREINAMENTO PARA UM CASO DE ESTUDO ESPECÍFICO..........................................................................................................10

3.3.1 Proteção dos sujeitos humanos.............................................................10

3.3.2 Treinamento do estudo de caso como seminários...............................11

3.3.3 Revisão e Desenvolvimento do protocolo.............................................11

3.3.4 problemas a serem abordados...............................................................11

3.4 O PROTOCOLO PARA O ESTUDO DE CASO...............................................12

3.4.1 Visão geral do projeto de estudo de caso.............................................12

3.4.2 Procedimentos de campo........................................................................12

3.4.3 Questões de estudo de caso...................................................................13

3.4.3.1 Orientação geral das questões............................................................13

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3.4.3.2 Níveis de questões..............................................................................13

3.4.4 Confusão indesejada entre a unidade de coleta de dados e a unidade de análises.........................................................................................................14

3.4.5 Outros dispositivos de coleta de dados................................................14

3.5 TRIAGEM DOS CASOS...................................................................................14

3.6 O ESTUDO DE CASO-PILOTO.......................................................................15

3.6.1 Seleção dos Casos-Piloto.......................................................................15

3.6.2 Escopo da Investigação-Piloto...............................................................15

3.6.3 Relatórios dos Casos-Piloto...................................................................16

4 COLETA DE EVIDÊNCIA DO ESTUDO DE CASO...............................................16

4.1 TRÊS PRINCÍPIOS DA COLETA DE DADOS.................................................19

4.1.1 Princípio 1: Uso de múltiplas fontes de evidência................................19

4.1.2 Princípio 2: Criar uma base de dados do estudo de caso...................20

4.1.3 Princípio 3: Manter o encadeamento de evidências.............................20

5 ANÁLISE DA EVIDÊNCIA DO ESTUDO DE CASO..............................................20

5.1 ESTRATÉGIA ANALÍTICA...............................................................................20

5.2 TÉCNICAS ANALÍTICAS.................................................................................21

5.3 ANÁLISE DE ALTA QUALIDADE.....................................................................23

6 PRINCIPAIS ELEMENTOS PARA SE ELEBORAR UM RELATÓRIO DE ESTUDO DE CASO..................................................................................................................24

CONCLUSÃO............................................................................................................27

REFERÊNCIAS.........................................................................................................28

Page 5: Estudo de Caso

4

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo explanar sobre o método “O estudo de caso”,

cujo é uma das várias estratégias de realizar uma pesquisa sólida. Outros modos

incluem experiências vividas, históricas, e a análise de informação de arquivo.

O estudo de caso constitui uma estratégia de pesquisa utilizada nas Ciências

Sociais com bastante regularidade. Cada estratégia possui vantagens e

desvantagens que dependem de três condições: 1) o tipo de questão da pesquisa;

2) o controle que o investigador tem sobre eventos comportamentais atuais, e 3) o

enfoque em acontecimentos contemporâneos ao invés de fenômenos históricos.

Em geral, estudos de casos se constituem na estratégia preferida quando o

"como" e/ou o "por que" são as perguntas centrais, tendo o investigador um pequeno

controle sobre os eventos, e quando o enfoque está em um fenômeno

contemporâneo dentro de algum contexto de vida real.

Estudos de casos podem ser classificados de várias maneiras: explicativos,

cognitivos e expositivos. Para melhor compreender o método, ele foi divido em seis

tópicos principais, o qual irá conter várias recomendações e dicas para preparar uma

boa pesquisa, todas fundamentadas no livro de Robert K. Yin e apoiadas com outras

referências.

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5

1 ENTENDENDO O ESTUDO DE CASO

Nas ciências sociais existem várias estratégias para fazer pesquisa, como por

exemplo, os experimentos, levantamentos, pesquisas históricas, análise de arquivos

e o estudo de caso.

Pode-se utilizar o estudo de caso em diversas situações, contribuindo com o

conhecimento dos fenômenos individuais ou de grupos, sociais, políticos, além de

outros fenômenos, pois o estudo de caso permite preservar as características

holísticas e significativas dos conhecimentos da realidade.

Embora, alguns cientistas sociais acreditam que essa estratégia de pesquisa

é apenas para fase exploratória de uma investigação, os estudos de caso, assim

como as outras estratégias, podem ser, exploratórios, descritivos ou explanatórios.

Agora, você deve se perguntar: então, o que diferencia os estudos de caso das

demais estratégias de pesquisa?

Existem três condições para que se possa fazer essa diferenciação:

Quanto ao tipo de questão da pesquisa:

Que trata das questões que a pesquisa irá abordar (“quem”, “o que”, “onde”,

“como” e “por que”). Por exemplo, se a questão é do tipo “quem” ou “onde” (ou seus

derivados – “quantos” e “quanto”) favorecem estratégias de levantamento de dados

ou análise de arquivos, tendo como objetivo da pesquisa descrever a incidência ou a

predominância de um fenômeno, ou quando ele for previsível sobre certos

resultados.

Entretanto, as questões “como” e “por que” podem ser usadas no estudo de

caso, nas pesquisas históricas ou nos experimentos.

Quanto à abrangência do controle sobre eventos comportamentais:

Como mostrado na condição anterior, questões dos tipos “como” e “por que”

nos levam a três estratégias, pesquisas históricas, estudo de caso e experimento.

Nessa situação o estudo de caso vai ser utilizado quando se examinam

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acontecimentos atuais, mas não se podem manipular comportamentos relevantes,

ou seja, não tem controle sobre os eventos comportamentais.

Quanto ao grau de enfoque em acontecimentos contemporâneos em

oposição a acontecimentos históricos:

O estudo de caso, diferente da pesquisa histórica, focaliza em

acontecimentos contemporâneos, mas podendo lidar com técnicas utilizadas na

pesquisa histórica, tais como, documentos e artefatos, porém com dois diferenciais,

a observação dos acontecimentos estudados e as entrevistas das pessoas

envolvidas.

Portanto, quando se abordam questões do tipo “como” e “por que”, quando o

pesquisador não tem tanto controle sobre os acontecimentos e quando o foco é em

fenômenos atuais dentro de contexto da realidade, o estudo de caso é a melhor

estratégia a ser utilizada.

De acordo com Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é um estudo empírico que

investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as

fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são

utilizadas várias fontes de evidência.

A necessidade de utilizar a estratégia de pesquisa “Estudo de Caso” vem da

vontade de entender um fenômeno social complexo.

O estudo de caso abrange a lógica de planejamento, as técnicas de coleta de

dados e as abordagens de análise dos dados, ou seja, é uma estratégia de pesquisa

abrangente, que proporciona uma visão ampla do que está sendo estudado.

2 PROJETANDO O ESTUDO DE CASO

2.1 APLICAÇÕES DO ESTUDO DE CASO

O estudo de caso pode ser aplicado para as seguintes situações:

Explicar ligações causais em intervenções ou situações da vida real que são

complexas demais para tratamento através de estratégias experimentais ou

levantamento de dados;

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Descrever um contexto de vida real no qual uma intervenção ocorreu;

Avaliar uma intervenção em curso e modifica-la com base em um Estudo de

Caso ilustrativo;

Explorar aquelas situações nas quais a intervenção não tem clareza no

conjunto de resultados.

2.2 COMPONENTES DO PROJETO DA PESQUISA

Uma questão de estudo do tipo: “como” e/ou “por que”;

Proposições orientadoras do estudo, enunciadas a partir de questões

secundárias;

Unidade de análise, por exemplo, indivíduo, organização, setor;

Estabelecer a lógica que ligará os dados às proposições do estudo;

Critérios para interpretar os achados – referencial teórico e categorias.

Não se deve confundir “generalização analítica” – própria do Estudo de Caso –

com “generalização estatística”, pois o que se generaliza, no Estudo de Caso, são

aspectos do “modelo teórico encontrado”. O caso não é um elemento amostral.

2.3 CRITÉRIOS PARA JULGAR A QUALIDADE DO PROJETO DA PESQUISA

ATRAVÉS DE TESTES LÓGICOS

Validade de constructo: estabelecer definições conceituais e operacionais

dos principais termos e variáveis do estudo para que se saiba exatamente o que se

quer estudar. O teste é realizado através da busca de múltiplas fontes de evidência

para uma mesma variável.

Validade Interna: estabelecer o relacionamento causal que explique que em

determinadas condições (causas) levam a outras situações (efeitos). Deve-se testar

a coerência interna entre as proposições iniciais, desenvolvimento e resultados

encontrados.

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Validade Externa: estabelecer o domínio sobre o qual as descobertas podem

ser generalizadas. Deve-se testar a coerência entre os achados do estudo e

resultados de outras investigações assemelhadas.

Confiabilidade: mostrar que o estudo pode ser repetido obtendo-se

resultados assemelhados. O protocolo do Estudo de Caso e a base de dados são

fundamentais para os testes que indicam confiabilidade.

3 PREPARAÇÃO PARA A COLETA DA EVIDÊNCIA DO ESTUDO DE CASO

3.1 O QUE É NECESSÁRIO ANTES DE DAR INÍCIO À COLETA DOS DADOS DO

ESTUDO DE CASO

A maioria das pessoas associa a realização do estudo de caso com a coleta

de dados, onde essa realização é iniciada com a pesquisa e o desenvolvimento do

projeto de estudo de caso.

Se a preparação para a coleta dados não for bem realizada, ela se tornará

complexa e difícil, prejudicando assim toda a investigação, e todos os seus

preliminares (definições de pesquisa e o desenvolvimento do projeto do estudo de

caso).

É necessário adicionar em qualquer preparação de estudo de caso quatro

tópicos importantes, como o treinamento, o desenvolvimento de um protocolo (este é

o meio mais eficaz, pela confiabilidade dos estudos de caso), a triagem dos

candidatos ao caso e a condução do estudo de caso-piloto.

3.2 O PESQUISADOR DO ESTUDO DE CASO: HABILIDADES DESEJADAS

Os cientistas iniciantes são geralmente atraídos para o estudo de caso, pois

acreditam que seja algo fácil, acreditando que só irão aprender procedimentos

técnicos e que seus próprios defeitos na habilidade não serão importantes.

Na verdade as demandas de um estudo de caso são muito maiores do que

qualquer outro método de pesquisa, isso porque, os procedimentos de coleta não

são rotineiros. Quando a fase de coleta de dados do projeto de pesquisa é

conduzida por um assistente, e este realiza a atividade com um comportamento

arbitrário mínimo, então essa atividade se torna rotineira.

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9

A condução de estudos de caso não progride neste mesma proporção. Do

contrário, necessita de um pesquisador experiente para uma condução de alta

qualidade em virtude de uma interação contínua entre os assuntos teóricos e os

dados coletados.

Apesar de não existir controle de entrada para investigar as habilidades para

o estudo de caso, há algumas qualidades que serão descritas abaixo.

3.2.1. Formular boas questões

Um bom pesquisador deve saber formular boas questões e interpretar as

respostas, ou seja, ele deve se questionar durante a coleta de dados. Essa

capacidade é um pré-requisito para os investigadores dos estudos de caso, pois a

pesquisa é sobre questões, não necessariamente resposta.

3.2.2 Ser bom ouvinte

O pesquisador deve ser um bom ouvinte, não deixando que suas ideologias e

preconceitos o confundam. Deve ser capaz de assimilar uma grande demanda de

novas informações imparcialmente. Essa habilidade também precisa ser aplicada à

observação da evidência documental.

3.2.3 Exercitar Adaptabilidade e a Flexibilidade

O pesquisador deve ser adaptável e flexível para que novas situações sejam

vistas como oportunidades. O hábil investigador deve lembrar o objetivo original da

investigação, mas ele deve estar disposto a adaptações dos procedimentos ou dos

planos se ocorrerem eventos não prévios.

3.2.4 Ter uma noção clara dos assuntos em estudo

O pesquisador deve ter uma noção clara dos assuntos em estudo, o que

reduz eventos relevantes e as informações a serem buscadas. Para permanecer no

foco é preciso entender a finalidade da investigação do estudo de caso, seus

aspectos teóricos ou políticos. Deve-se ser capaz de interpretar a informação à

medida que está sendo coletada, verificando a presença de contradições.

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3.2.5 Evitar o viés

Todas as condições precedentes serão anuladas se o pesquisador procurar

usar apenas um estudo de caso para fortalecer uma posição sem fundamento sério.

Os pesquisadores são propensos a esse problema porque devem entender sobre os

assuntos antecipadamente.

3.3 PREPARAÇÃO E TREINAMENTO PARA UM CASO DE ESTUDO ESPECÍFICO

3.3.1 Proteção dos sujeitos humanos

Em algum momento entre o término do projeto e o início da coleta de dados, será

necessário mostrar o que o pesquisador planeja proteger as pessoas em seu estudo

de caso. A necessidade específica dessa proteção dá-se pelo fato de que quase

todos os estudos de caso são cobertos por assuntos pessoais contemporâneos.

Sendo assim, o pesquisador é responsável pela condução do seu estudo de caso

com cuidado e sensibilidade. Os cuidados envolvem:

O consentimento informado de todas as pessoas que podem fazer parte do

estudo de caso, solicitando que sua participação seja voluntária;

Proteger os que participam do estudo de qualquer dano, evitando o uso de

dissimulação no estudo;

Proteger a privacidade e a confiabilidade dos que participam para que não

fiquem em posição indesejada;

Tomar precauções que possam ser necessárias para proteger grupos

especialmente vulneráveis (que envolva crianças, por exemplo).

Todas as instituições têm um Conselho de Revisão Institucional (CRI). Este é

encarregado de revisar e aprovar toda a pesquisa com sujeitos humanos antes que

ela possa prosseguir, coibindo os objetivos do estudo e do plano do pesquisador

para proteger as pessoas que podem fazer parte do estudo.

O dever do pesquisador antes do prosseguimento do seu estudo de caso é

procurar o CRI em sua instituição, seguir suas orientações e obter aprovação.

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3.3.2 Treinamento do estudo de caso como seminários

O pesquisador precisa ter alguns planos para a coleta de dados antes de

buscar a provação, mas a finalização dos planos só ocorrerá se a provação dor

concedida. Todo pesquisador de estudo de caso deve ser capaz de operar como um

pesquisador sênior, devendo pensar sobre si mesmo como um pesquisador

independente, tomando decisões inteligentes ao longo do processo de coleta de

dados.

A investigação do estudo de caso deve contar com uma equipe de estudo de

caso, pois um único caso exige intensa coleta de dados no mesmo local,

demandando uma equipe de investigadores, também porque envolve casos

múltiplos, com pessoas diferentes, sendo necessárias para cobrir cada local ou para

revezar entre os locais ou uma combinação das duas primeiras condições. Assim

todos os membros contribuirão para o desenvolvimento do rascunho, que seria uma

versão submetida para aprovação do CRI, sendo considerada a versão final do

protocolo.

A meta geral do treinamento é fazer com que todos os participantes consigam

entender os conceitos básicos, a terminologia e os aspectos metodológicos

relevantes ao estudo. Todos os membros devem saber por que o estudo está sendo

feito, que evidência está sendo procurada, quais variações podem ser antecipadas e

o que constituirá evidência de apoio ou contrária para qualquer proposição

determinada.

3.3.3 Revisão e Desenvolvimento do protocolo

Cada investigador fica responsável pela revisão do material de leitura

apropriado, relacionado à porção atribuída, acrescentando qualquer outra

informação que seja relevante e liderando questões que esclareça essas questões

do protocolo.

3.3.4 problemas a serem abordados

Se o problema no plano de estudo ou na habilidade da equipe de pesquisa for

reconhecido a tempo, antes de iniciar a coleta de dados, estes atrapalharão menos.

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Esses problemas devem aparecer durante o treinamento, por pressão dos bons

pesquisadores.

Esses problemas podem ser, por defeitos no projeto, por incompatibilidade

entre a equipe que investiga, por prazos e expectativas impraticáveis, em relação

aos recursos disponíveis.

3.4 O PROTOCOLO PARA O ESTUDO DE CASO

O protocolo e o questionário de levantamento dirigem-se a um único ponto

dos dados. Apesar das semelhanças, existem diferenças importantes. O protocolo é

mais do que um questionário, contém procedimentos e regras a serem seguidas. O

protocolo é uma maneira muito importante para aumentar a confiabilidade da

pesquisa de estudo de caso, orienta o investigador na realização da coleta de dados

de um caso único.

O protocolo baseia-se em estruturas teóricas, questões e hipóteses. Deve ter

procedimento de campo, estruturas de tabelas para séries específicas de dados e

fontes de informações para responder cada questão.

3.4.1 Visão geral do projeto de estudo de caso

A visão geral deve englobar informações dos antecedentes do projeto, sendo

investigadas leituras relevantes sobre questões. A maior parte dessa visão geral

deve ser dedicada aos assuntos substantivos sendo investigados.

3.4.2 Procedimentos de campo

Na realização dos estudos de caso o pesquisador deve se submeter à

disponibilidade do entrevistado, não a sua própria. Ao observar as atividades da vida

real, o pesquisador está invadindo o mundo do sujeito estudado e não o contrário.

Esse processo leva à necessidade de procedimentos de campo explícitos e

bem-planejados, envolvendo diretrizes para os comportamentos de enfrentamento.

Os procedimentos de campo precisam enfatizar as tarefas importantes na coleta de

dados incluindo acessos aos entrevistados, ter recursos suficientes enquanto ao

campo (computador pessoal, papel, grampo de papel e um local silencioso), fazer

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uma programação clara das atividades de coleta de dados, tomar providências para

os eventos não antecipados, incluindo as mudanças na disponibilidade, dos

entrevistados.

3.4.3 Questões de estudo de caso

O núcleo do protocolo é um conjunto de questões substantivas que refletem

sua linha de investigação. Algumas pessoas podem considerar esta parte do

protocolo como o instrumento do estudo de caso, porém duas características

distinguem as questões de estudo de caso das de um instrumento de levantamento.

Essas serão explicadas abaixo.

3.4.3.1 Orientação geral das questões

São formuladas para o investigador e não para o entrevistado. Assim o

protocolo é dirigido a um grupo totalmente diferente ao do instrumento de

levantamento. As questões do protocolo são os lembretes relacionados com a

informação necessária a ser coleta e por quê.

3.4.3.2 Níveis de questões

As questões no protocolo do estudo de caso devem distinguir claramente os

diferentes tipos de níveis da questão. O nível 1 são questões feitas sobre

entrevistados específicos, o nível 2 são questões feitas sobre casos individuais, o

nível 3 são questões feitas sobre o padrão das descobertas entre os casos múltiplos,

o nível 4 são questões feitas sobre todo um estudo (visitando a informação além da

evidência do estudo) e finalmente o nível 5 são questões normativas sobre as

recomendações e as conclusões políticas, indo além do escopo estrito do estudo.

Sobre os níveis 1 e 2 ambos os tipos são mais comumente confundidos, pois

os investigadores acham que suas questões de investigações são semelhantes às

questões específicas que farão no campo. Só que a linha de investigação verbal é

diferente da linha de investigação mental e essa é a diferença entre esses níveis.

Não é fácil ter em mente as questões do nível 2, assim como não é fácil articular as

questões do nível 1 durante a comunicação com um entrevistado.

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14

A questão do nível 3 não pode ser abordada até que os dados de todos os

casos únicos sejam examinados. Os níveis 4 e 5 também vão bastante além de

qualquer estudo de caso individual.

3.4.4 Confusão indesejada entre a unidade de coleta de dados e a unidade de

análises

A confusão comum começa porque as fontes de coleta de dados podem ser

pessoas, individualmente, enquanto a unidade de análise pode ser um coletivo,

quando o estudo de caso é sobre uma comunidade, uma organização ou um grupo

social.

3.4.5 Outros dispositivos de coleta de dados

O esboço básico do relatório de estudo de caso deve ser parte do protocolo,

facilitando a coleta dos dados relevantes e reduzindo a possibilidade de que seja

necessária uma nova visita ao local do estudo de caso. A existência desse esboço

não deve apresentar uma adesão rígida ao protocolo pré-projetado.

3.5 TRIAGEM DOS CASOS

A seleção final dos casos, às vezes, é simples porque você optou pelo estudo

de um caso singular, cuja identidade já era conhecida desde o inicio de sua

investigação.

No entanto, pode haver muitos candidatos qualificados para um estudo de um

caso, você pode escolher seu caso único final ou uma série de casos múltiplos. A

meta é garantir que você identifique os casos finais apropriadamente, antes da

coleta final dos casos.

Quando você tem apenas 20 ou 30 possíveis candidatos que poderiam servir

como seus casos, a triagem pode consistir na interrogação de pessoas

conhecedoras sobre cada candidato.

Antes de coletar os dados, deve-se definir um conjunto de critérios

operacionais de acordo com os candidatos qualificados para servir como seus

casos. Escolha casos que forneçam os melhores dados.

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15

Quando o número de candidatos for maior, o procedimento é dividido em dois

estágios: O primeiro consiste na coleta de dados quantitativos relevantes sobre todo

o grupo de alguma fonte de arquivo (bases estatísticas de escola ou empresas).

Talvez você tenha que obter os dados de arquivo de alguma fonte central (Agencia

federal estadual ou local). A meta é reduzir o número de candidatos a 20 ou 30. O

segundo consiste em realizar o procedimento de parágrafo prévio.

3.6 O ESTUDO DE CASO-PILOTO

Os casos-piloto podem ser conduzidos por várias razões não relacionadas

com os critérios para a seleção dos casos finais no projeto do estudo de caso.

Exemplo: Os informantes em um local-piloto podem ser acessíveis e agradáveis, no

local pode haver uma quantidade incomum de documentações de dados.

O caso-piloto é mais informativo, auxiliando-o a desenvolver linhas de

questões, proporcionando um esclarecimento conceitual ao projeto de pesquisa. O

texto piloto deve ocorrer, preferencialmente, antes da busca da aprovação final do

CRI. Por esse motivo, alguns tópicos merecem maior discussão: a seleção dos

casos-piloto, a natureza da investigação para os casos-piloto e a natureza dos

relatórios.

3.6.1 Seleção dos Casos-Piloto

A proximidade geográfica pode ser um dos principais critérios para a seleção

de um ou vários casos-piloto. Pode ser tido como um “laboratório” no detalhamento

do seu protocolo, permitindo a observação dos diferentes fenômenos a partir de

muitos ângulos distintos.

3.6.2 Escopo da Investigação-Piloto

Pode ser muito mais amplo e menos focado do que o plano final de coleta de

dados. A investigação cobre tanto os aspectos substantivos e metodológicos. Os

dados-piloto proporcionam insight considerável aos assuntos básicos.

As fontes duplas de informação os ajudam a garantir a reflexão aos aspectos

teóricos ou políticos significativos.

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3.6.3 Relatórios dos Casos-Piloto

Os relatórios dos casos-piloto são valiosos para os pesquisadores e devem

ser redigidos claramente. Uma diferença entre os relatórios-piloto e os relatórios

verdadeiros de estudos de caso é que os relatórios-piloto devem ser explícitos sobre

as lições aprendidas, tanto para o projeto de pesquisa quanto para os

procedimentos de campo.

Se mais de um caso-piloto for planejado, o relatório de caso-piloto pode

indicar as modificações a serem testadas no caso-piloto seguinte.

O relatório pode conter a agenda para o caso-piloto subsequente. Se forem

realizados casos-piloto suficientes, a agenda final pode realmente tornar-se um bom

protótipo para o protocolo final do estudo de caso.

4 COLETA DE EVIDÊNCIA DO ESTUDO DE CASO

Para que haja uma boa pesquisa de estudo de caso é necessário usar no

mínimo 6 fontes de evidências, contudo o pesquisador deve estar familiarizado com

os procedimentos da coleta.

As 6 fontes apresentadas neste trabalho são:

Documentação

A informação documental é a que sobressai para todos os tópicos de estudo

de caso, visto que os documentos são úteis mesmo que não sejam sempre precisos

e possam apresentar parcialidade, por isso é uma fonte que deve ser usada

cuidadosamente.

Para um pesquisador iniciar sua coleta de dados o essencial seria começar

pela documentação, visto que é um material que contêm informações valiosas, o

que pode fortalecer a pesquisa. Porém é necessário ser cauteloso, pois existem

muitos documentos falsos que contêm informações erradas, e nesse caso a verdade

precisa ser irrefragável.

Page 18: Estudo de Caso

17

Registros em Arquivos

Para muitos estudos de casos os registros de arquivos se tornam de grande

importância, sendo que não se generaliza a todos. Normalmente nas pesquisas são

usados arquivos de uso público (censo ou dados estatísticos), registros de serviços

(números), registros organizacionais (orçamentos) e entre outros.

Como visto, os registros de arquivos variará de estudo de caso para outro,

tendo alguns com relevância passageira. No caso de ser relevante é necessário

confirmar os dados com exatidão, visto que em certas pesquisas esse tópico tem

finalidade específica.

Entrevista

Primeiramente as entrevistas são conversas guiadas e não investigações

estruturadas. Para que ocorra êxito na entrevista é necessário o pesquisador usar

dois métodos, o 1º seria seguir sua própria linha de investigação e o 2º seria

formular questões verdadeiras e consistentes, para que sirvam as necessidades de

sua linha de investigação.

Existem três métodos de entrevista, a entrevista em profundidade, entrevista

focada e por última entrevista de levantamento formal.

A entrevista de Profundidade tem como base o pesquisador perguntar ao(s)

respondente(s) sobre fatos de um assunto, podendo pedir para que estes exponham

seus próprios pensamentos e opiniões. Nesse caso geralmente a entrevista tem um

longo período de tempo, não tendo uma única ocasião; o entrevistado pode sugerir

outras pessoas para serem entrevistadas. Vale ressaltar que os informantes-chaves

são frequentemente fundamentais para um sucesso de estudo de caso.

Na entrevista focada o informante é entrevistado em um curto período de

tempo (horas). Tem como finalidade importante nesta entrevista, fortalecer

determinados fatos que o pesquisador já considera estabelecido.

Por ultimo tem o levantamento formal, que neste caso não seria obrigatório,

sendo assim dependendo de estudo de caso para outro. Esse tipo de levantamento

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18

poderia ser projetado como parte de estudo de caso integrado, ou seja, produzir

dados quantitativos como parte de evidência da pesquisa.

Finalizando este tópico, as entrevistas são uma fonte de evidência essencial

do estudo de caso, visto que a maioria delas é sobre assuntos humanos ou eventos

comportamentais. Vale ressaltar que é necessário agir com cautela, para que sua

opinião não faça parte literalmente da pesquisa.

Observações diretas

O estudo de caso deve ocorrer no ambiente natural do caso, então por isso o

pesquisador estará sempre criando a oportunidade para as observações diretas. As

observações podem variar das atividades de coleta de dados formais às informais.

As observações diretas podem ser feitas durante a visita de campo, incluindo

as ocasiões em que outras evidências, como as das entrevistas, estejam sendo

coletadas. As observações podem ser tão valiosas que o pesquisador pode até

mesmo fotografar o local do estudo de caso, que, no entanto essas fotografias

ajudarão a transmitir importantes características do caso aos observadores externos.

Para evitar problemas seria bom haver mais de um observador, para que

houvesse um aumento de confiabilidade. Diante disso a evidência observacional é

frequentemente útil para proporcionar informação adicional sobre o assunto

pesquisado.

Observação Participante

A observação participante é uma modalidade especial de observação na qual

o pesquisador passa assumir vários papéis na situação do estudo de caso, sendo

assim participando realmente dos eventos estudados.

Normalmente esse tipo de fonte é usada em estudos antropológicos, os quais

tem diferentes grupos sociais e culturais. Esse tipo de observação garante

oportunidade ao estudo, pois está relacionada com capacidade de obter acesso aos

eventos e grupos, de outro modo, seriam inacessíveis ao estudo. Outro quesito

importante é a capacidade de captar a realidade do ponto de vista de alguém

“interno”, o que se diferencia das demais fontes de pesquisa.

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19

Esse tipo de fonte muitas vezes pode trazer grandes complicações ao estudo,

pois o observador participante pode não saber diferenciar suas posições ou papéis

de defesa, o segundo problema é tomar partida de apoio a um grupo ou

organização, e o terceiro problema seria exigir um excesso de atenção ao

observador, o que pode tomar grande parte do seu tempo. Por último, se ocorrer da

organização ou do grupo estarem dispersos pode gerar dificuldade por parte do

observador, comprometendo todo o projeto de estudo de caso.

Artefatos Físicos

É a fonte final da coleta de evidências, seria um dispositivo tecnológico, uma

ferramenta ou um instrumento. Essa fonte tem um grau menor de importância em

relação às demais fontes, mas caso ele seja relevante, os artefatos podem ser um

componente de grande importância ao estudo de caso.

A partir de certas matérias encontradas, pode ocorrer de haver uma pesquisa

mais ampla, pode ter mais resultados para o campo de investigação.

Essas são as 6 fontes de evidências de extrema necessidade para um

pesquisador, visto que esta é a primeira finalidade para o começo de pesquisa, cujo

sua meta é coletar o máximo de evidências, com objetivo de fazer uma análise de

caso com convicção, para que não haja dados errados.

4.1 TRÊS PRINCÍPIOS DA COLETA DE DADOS

São princípios relevantes para as seis fontes, se caso usados

apropriadamente, podem ajudar a tratar dos problemas de estabelecimento da

validade do constructo e da confiabilidade da evidência do estudo de caso.

4.1.1 Princípio 1: Uso de múltiplas fontes de evidência

Para fazer uma forte coleta de dados do estudo de caso, é necessário usar

diferentes fontes de evidências, pois a necessidade de usar múltiplas fontes de

evidência excede muito a dos outros métodos de pesquisa, como os experimentos,

os levantamentos e as histórias.

Page 21: Estudo de Caso

20

O uso de múltiplas fontes de evidências nos estudos de caso permite que o

investigador aborde uma variação maior de aspectos históricos e comportamentais,

com isso se ganha uma enorme vantagem, o chamado desenvolvimento de linhas

convergentes de investigação, que seria um processo de triangulação e corrobação.

A coleta de dados de múltiplas fontes é mais cara do que quando os dados

são coletados de uma única fonte, por isso cada pesquisador precisa saber como

realizar grande variedade de técnicas de coletas de dados.

4.1.2 Princípio 2: Criar uma base de dados do estudo de caso

Este princípio refere-se à maneira de organizar e documentar os dados

coletados para os estudos de casos, sendo que sua documentação consiste em

duas coletas separadas, que seria os dados coletados e o relatório, ou seja, o livro.

Dificilmente ocorre a distinção dessas duas coletas, no entanto normalmente

os dados do estudo de caso são sinônimos à narrativa apresentada no relatório. O

banco de dados é de necessária importância ao estudo, visto que aumenta a

confiabilidade do trabalho; para isso um pesquisador tem que ter a disposição em se

comprometer a construir um banco de dados, o qual tem quatro componentes:

notas, documentos, tabelas e narrativas.

4.1.3 Princípio 3: Manter o encadeamento de evidências

Este princípio está baseado em uma noção similar à utilizada nas

investigações forense, ou seja, aplicação de métodos científicos e sistemáticos.

Neste princípio é permitido que um observador externo siga a derivação de

qualquer evidência das questões de pesquisa iniciais para finalizar as conclusões do

estudo de caso. Por isso nenhuma evidência original deve ser perdida, para evitar

problemas relacionados ao fato.

5 ANÁLISE DA EVIDÊNCIA DO ESTUDO DE CASO

5.1 ESTRATÉGIA ANALÍTICA

A análise de estratégia analítica é um dos aspectos menos desenvolvidos e

mais difíceis dos estudos de caso. Tudo depende do estilo de raciocínio empírico

Page 22: Estudo de Caso

21

rigoroso do investigador, apresentação de evidência e a das interpretações

alternativas.

Existem algumas estratégias gerais para estudo de caso. A primeira delas é

seguir as proporções teóricas que levam ao seu estudo de caso. Os objetivos

originais e o projeto para o estudo de caso são baseados nessas proporções, que

por sua vez, refletem um conjunto de questões de pesquisa, revisões de literatura e

novas hipóteses ou proporções. A proporção ajuda a focar a atenção em

determinados dados e a ignorar outros. A proporção também ajuda a organizar todo

estudo de caso, e definir as explanações alternativas a serem examinadas.

A segunda estratégia analítica é desenvolvimento da descrição de caso, ou

seja, desenvolver uma estrutura teórica para a organização do estudo de caso. Essa

estratégia é menos usada do que a primeira, mas serve como alternativa quando

existem dificuldades para fazer a primeira estratégia funcionar. O objetivo original do

estudo de caso pode não ser descritivo, mas a abordagem descritiva ajuda a

identificar as lições apropriadas a serem analisadas, mesmo a quantitativa.

A terceira estratégia é o uso de dados quantitativos e qualitativos. Os dados

quantitativos podem ser relevantes para seu estudo de caso por duas razões, eles

podem cobrir o comportamento ou os eventos que seu estudo está tentando explicar

os “resultados” em estudo de caso avaliador. Em segundo lugar, os dados podem

estar relacionados a uma quantidade de análise integrada no estudo mais amplo.

Em qualquer situação, os dados qualitativos podem ser críticos para a explanação

ou, por outro lado, para o teste das proposições chave do estudo de caso. Todos os

estudos ilustrativos ou unidades integradas podem ser uma ocasião para coleta de

dados quantitativos. Ainda assim, as principais questões de estudo de caso podem

estar em um nível superior: uma única escola, bairro, empresa, comunidade, etc.,

para explorar, descrever ou explicar os eventos neste nível superior devem ser

coletados e usados dados quantitativos, assim, o estudo de caso usa tanto os dados

quantitativos quanto os qualitativos.

5.2 TÉCNICAS ANALÍTICAS

O objetivo das técnicas analíticas é iniciar modestamente, trabalhar minuciosa

e introspectivamente e construir seu próprio repertório analítico ao longo do tempo.

Page 23: Estudo de Caso

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Para análise de estudo de caso, a primeira e uma das técnicas mais

desejáveis é o uso da lógica de combinação de padrão, ou seja, comparar o padrão

baseado empiricamente com o padrão previsto, se os padrões coincidirem, os

resultados podem ajudar o estudo de caso a fortalecer sua validade interna. Se o

estudo de caso for explanatório, os padrões podem estar relacionados com as

variáveis dependentes ou independentes do estudo. Se o estudo de caso for

descritivo, a combinação padrão prevista de variáveis especificas deve ser definida

antes da coleta de dados.

A segunda técnica analítica é a construção da explanação, um tipo especial

de combinação de padrão, o procedimento é mais difícil e, portanto, merece mais

atenção. Seu objetivo é analisar os dados do estudo de caso construindo uma

explanação sobre o caso. Os elementos da explanação visam explicar o fenômeno,

ou seja, estipular o conjunto presumido de elos causais sobre ele, ou como e por

que algo aconteceu. Na maioria dos estudos de caso, a construção da explanação

ocorre de forma narrativa. Os melhores estudos de caso são aqueles que referem

algumas proposições teoricamente significativas, pois as narrativas não são muito

precisas.

A terceira técnica analítica é a analise de séries temporais, que nada mais é

do que a condução de uma análise de séries temporais diretamente análogas e

conduzidas nos experimentos e nos quase experimentos. Essa análise pode seguir

alguns padrões intrincados, quanto mais intrincados e preciso o padrão, mais a

analise de séries temporais também proporcionará uma base firme para as

conclusões do estudo de caso. Nas séries temporais, pode apenas haver uma única

variável dependente ou independente. Nessas circunstancias, quando um grande

número de dados são relevantes e disponíveis, os testes estatísticos podem ser

usados até mesmo para analisar os dados. Em geral a analise de eventos

cronológicos é uma técnica frequente nos estudos de caso, podendo ser

considerada uma forma especial da análise de séries temporais.

A quarta técnica é a de modelos lógicos, que é a técnica cada vez mais útil

nos dias atuais, especialmente na realização das avaliações dos estudos de caso. O

modelo lógico estipula deliberadamente um encadeamento complexo de eventos,

são estagiados em padrões repetidos de causa-efeito-causa-efeito, pelos quais uma

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23

variável dependente, em um estágio anterior, torne-se a variável independente para

o estagio. O uso do modelo lógico consiste em combinar eventos empiricamente

observados com eventos teoricamente previstos. Pode-se considerar a técnica do

modelo lógico como outra forma de combinação padrão. O modelo lógico deve ser

definido antes da coleta de dados, para que seja possível testar o modelo vendo o

quanto os dados o sustentam.

A quinta e ultima técnica é da síntese cruzada dos casos, essa técnica aplica-

se, especificamente, a análise dos casos múltiplos. A análise é provavelmente mais

fácil e as constatações são mais robustas, havendo apenas um caso único. As

sínteses de casos cruzados podem ser realizadas se os estudos de caso individuais

tenham sido previamente conduzidos como estudos de pesquisa independente ou

como uma pré-projetada do mesmo estudo. O exame de tabelas de palavras é muito

importante em casos cruzados, contará fortemente com a interpretação

argumentativa, não com tabulações numéricas. É muito importante também saber

que é preciso desenvolver argumentos fortes, plausíveis e imparciais apoiados pelos

dados.

5.3 ANÁLISE DE ALTA QUALIDADE

Quatro princípios são importantes a toda boa pesquisa para garantir que a

analise seja de mais alta qualidade.

Primeiramente, a análise deve mostrar que a pesquisa foi baseada em todas

as evidencias, as estratégias analíticas devem cobrir exaustivamente as questões-

chave da pesquisa, incluindo o desenvolvimento de hipóteses rivais, ou seja, a

análise deve mostrar que foram usadas todas as evidencias disponíveis e as

interpretações devem dar conta de toda essa evidencia sem deixar pontas soltas

para que a análise não fique vulnerável.

Em segundo lugar a análise deve abordar todas as interpretações rivais

importantes fazendo uma explanação alternativa para umas ou mais descobertas.

Em terceiro lugar, a análise deve abordar o aspecto mais significativo no

estudo de caso, caso o estudo seja único ou múltiplo, deve-se demonstrar toda

Page 25: Estudo de Caso

24

habilidade analítica do pesquisador para que o estudo se torne menos vulnerável às

possíveis descobertas negativas.

Em quarto, o pesquisador deve usar seu próprio conhecimento prévio de

especialista em seu estudo de caso, é fundamental que demonstre conhecer o

raciocínio e o discurso atual sobre o tópico do estudo de caso.

6 PRINCIPAIS ELEMENTOS PARA SE ELEBORAR UM RELATÓRIO DE ESTUDO

DE CASO

Para realizar bons estudos de caso é desejável torna-se bom na composição.

Um indicador de sucesso é ter considerado os trabalhos de escola ou da

universidade fáceis ou difíceis de fazer. O pesquisador bem-sucedido geralmente

percebe a fase composicional como uma oportunidade de realizar uma contribuição

importante para o conhecimento ou para a prática.

O início de qualquer pesquisa de estudo de caso pode ser a consulta a um

livro-texto que cubra a redação dos relatórios de pesquisa de maneira mais geral. A

principal finalidade é destacar os aspectos da composição e do relatório que estão

diretamente ligados com o estudo de caso tais como:

Público-alvo dos relatórios de estudo de caso;

Relatórios de estudo de caso como parte de maiores estudos de vários

métodos;

Utilização de recursos visuais para a composição do estudo de caso;

Adotar a metodologia ao se realizar um relatório de estudo de caso.

Existem quatro tipos de público-alvo:

Colegas acadêmicos;

Políticos, profissionais, líderes comunitários e outros profissionais não

especializados no estudo de caso ou em outras pesquisas da ciência social;

Grupos especiais, como o comitê de dissertação e tese;

Page 26: Estudo de Caso

25

A instituição financiadora da pesquisa.

Na maioria dos relatórios de pesquisa, como os de experimentos, o segundo

público não é normalmente relevante, pois não seria esperado que o resultado de

um experimento de laboratório fosse dirigido a não especialistas. Para os estudos de

caso, no entanto, esse segundo tipo de público pode ser o alvo frequente do

relatório. Em outra comparação, o terceiro tipo de público raramente seria relevante

para certos tipos de pesquisa – como as avaliações – porque elas não são

adequadas, geralmente, como teses ou dissertações. Entretanto, para os estudos de

caso este terceiro tipo de público é também um usuário frequente do relatório,

devido ao grande número de teses e dissertações que contam com estudos de caso

nas ciências sociais. E para as instituições financiadoras da pesquisa, o significado

do estudo de caso, é tão importante quanto o rigor com o qual a pesquisa foi

conduzida.

Existem três procedimentos que compõem um relatório de estudo de caso, o

primeiro é a lista de referências, ela sempre pode ser aumentada, é o momento

onde se formaliza cada experiência para garantir que estejam completas. A seção

metodológica, esta pode ser rascunhada neste estágio, já que os principais

procedimentos para coleta e análise dos dados devem ser parte do projeto do

estudo de caso. A seção é revisão preliminar, seu estudo de caso estará

estabelecido sobre essas questões e proposições, com finalidade de prosseguir com

o desenvolvimento do protocolo e com a coleta dos dados.

Enquanto a seção metodológica deve incluir os aspectos relativos à seleção

do caso, os dados descritivos devem cobrir a informação qualitativa e quantitativa

sobre o caso. Além disso, o rascunho das seções descritivas, mesmo de forma

abreviada, pode estimular o raciocínio sobre o formato e estrutura geral.

Se o pesquisador tiver acesso a apenas “casos”, ou se os recursos forem

extremamente limitados, o estudo de caso subsequente talvez tenha que ser sobre

um tópico de significação da mediana.

O caso ou casos individuais são incomuns e de interesse público geral;

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26

Os aspectos subjacentes são nacionalmente importantes tanto em termos

teóricos quanto em termos políticos ou práticos;

Seu caso deve preencher as duas condições precedentes.

Contrastando com essas duas condições promissoras, muitos estudantes

selecionam casos não diferenciados ou aspectos teóricos ultrapassados coo tópicos

para seus estudos de caso. Esta situação pode ser evitada, em parte, com a

investigação detalhada do corpo de pesquisa existente. Se não houver uma resposta

satisfatória, talvez deva ser planejado outro estudo de caso.

Essa seletividade não significa que a evidência deva ser citada de maneira

parcial, incluindo apenas, por exemplo, as evidências que sustentam as conclusões

do pesquisador. A evidência deve ser apresentada com neutralidade, juntamente

com dados que apoiam e dados que desafiam. O leitor deve ser capaz, então, de

tirar conclusões independentes sobre a validade de uma determinada interpretação.

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CONCLUSÃO

O trabalho objetivou explicar o método de Estudo de Caso, utilizado para a

realização de pesquisas, onde são necessários por parte do pesquisador bastante

cautela e disposição de tempo, visto que é uma pesquisa demorada e precisa de

dados verídicos para evitar questionamentos sobre o tema abordado.

Os seis tópicos principais exemplificaram métodos que um pesquisador deve

obedecer para concluir um estudo de caso, dando maior importância para a

utilização de dados de evidências, pois sem essas fontes é impossível fazer um

excelente Estudo de Caso.

Contudo é um método que abrange diversas questões especificamente com

enfoque nas relações sociais, permitindo uma visão ampla do que está sendo

estudado.

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REFERÊNCIAS

GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª Ed. São Paulo:

Atlas, 2008.

MICHEL, Maria Helena. Metodologia e Pesquisa Científica em Ciências Sociais.

2ª Ed. São Paulo: Atlas S.A, 2009.

YIN, Robert K. Estudo de caso: Planejamento e Métodos. 3ª Ed. Porto Alegre:

Bookman, 2005.