Estudo de Caso de Enfermage
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face à manutenção e promoção de saúde, ambiente ecológico, subsistema familiar e
suporte social; avaliação completa e objetiva do estado de saúde do indivíduo
recorrendo sempre que possível a instrumentos de avaliação e medição, não esquecendo
a relação com o Modelo Conceptual de Virgínia Henderson, em todas as dimensões e
ambientes referentes à pessoa, tentando perceber em que medida esta se encontra
saudável de acordo com o Modelo Salutogénico.
Para alcançar os respetivos objetivos, de forma mais concreta, recorri a vários
instrumentos de avaliação e medição (escalas, questionários, etc.) e obtive informação
acerca da pessoa estudada, mediante a recolha de dados efetuada através da observação,
da entrevista e da avaliação de parâmetros vitais, tendo-se verificado uma
complementaridade entre estes métodos. Para elaborar este trabalho reportei-me
também, às orientações fornecidas no guia de elaboração deste estudo de caso, bem
como, no Guia de Elaboração de Trabalhos Escritos de 2008, (estabelecido pela Escola
Superior de Enfermagem de Coimbra), de pesquisa bibliográfica e apontamentos do ano
anterior.
Durante o trabalho, tive em consideração os artigos 85.º e 86.º do Código Deontológico
do Enfermeiro, que referem que para assegurar o sigilo e a intimidade do indivíduo
estudado e da sua família, todos os nomes citados ao longo de um trabalho devem ser
representados por iniciais de nomes fictícios. Todo este processo foi realizado no
domicílio da pessoa em estudo, no sentido de evitar constrangimentos, estimulando, por
outro lado, a naturalidade do ambiente familiar, de forma a ser também mais evidente a
natureza do mesmo.
O trabalho está divido em 4 partes: a primeira remete-nos para uma breve abordagem
conceptual onde são referidos conceitos e definições fundamentais à compreensão dotrabalho (Modelo Salutogénico, Recurso gerais de resistência e Papel da Enfermagem);
a segunda parte é referente à colheita de dados, propriamente dita, realizada à pessoa
escolhida, onde estão incluídos dados de identificação, exame físico, história e
antecedentes pessoais e estrutura familiar; na terceira parte apresento os 5 recursos
gerais de resistência e de que forma, a existência, ou não, dos mesmos influência a
saúde do indivíduo; as respostas às NHB, segundo o modelo conceptual de Virgínia
Henderson, são descritas e analisadas na quarta parte bem como os ensinos importantes
que foram realizados. Por fim, apresento uma conclusão do estudo.
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1. ABORDAGEM CONCEPTUAL
1.1.MODELO SALUTOGÉNICO
Durante séculos a doença sempre foi percecionada como algo que comprometia o bem
estar físico das pessoas, por essa razão a preocupação das populações era tentar
descobrir qual a origem da doença e de que forma a podiam curar. Em contrapartida a
saúde era encarada numa perspetiva teológica, sobre a qual ninguém tinha controle e em
que as medidas implementadas se baseavam no abandono e exclusão dos doentes.
Com o passar do tempo, com os avanços tecnológicos e científicos, e com o surgimento
de doenças crónicas, cientistas e médicos começaram a considerar evidências de
etiologia multi-factorial. Ou seja, uma determinada patologia poderia ter várias e
diferentes causas. Com esses avanços no conhecimento a preocupação da população
direcionou-se noutro sentido, descobrir como promover a saúde e prevenir a doença.
É neste contexto que surge o Modelo Salutogénico, em oposição ao Modelo Patogénico,
criado por Antonovxky, sociólogo, em 1987, que se baseia não nas causas que
conduzem à doença, mas antes nas causas que conduzem a uma boa saúde.
Este modelo afirma a existência de fatores individuais e coletivos que favorecem a
saúde e o bem-estar, procurando assim os elementos que conduzem o indivíduo a
manter-se com Saúde, independentemente dos elementos desfavoráveis do meio onde se
encontra. Isto leva a colocar em destaque as predisposições que caracterizam cada
indivíduo (hereditárias, psicológicas, sócias, culturais, entre outras) e a forma como
estas influenciam a ocorrência de perturbações patogénicas que levam à doença ou
morte.
O Modelo Salutogénico defende ainda, que a relação Saúde/Doença deve ser
compreendida como num contínuo com dois limites: disfuncional/funcional, no qual é
possível progredir ou regredir em relação aos seus pólos. Todos os indivíduos estãoincluídos neste contínuo.
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1.2.RECURSOS GERAIS DE RESISTENCIA
Como anteriormente referido, “Antonovsky explorou um conjunto de fatores e de
variáveis a partir de estudos epidemiológicos e a sua correlação com a saúde, a que
chamou “recursos gerais de resistência.”(Lindstrom e Eriksson, 2005).
De acordo com Long (2001), podemos agrupar os “recursos gerais de resistência” em
categorias significativas:
- Ambientais e materiais: descreve o contexto em que o indivíduo nasce e se
desenvolve, podendo envolver recurso materiais, educação, saúde, ocupação,localização geográfica, ambiente físico e níveis de poluição;
- Físicos e bioquímicos: refere-se a fatores genéticos individuais e incluem
características, tais como, a capacidade do sistema imunitário para combater a doença e
se adaptar a um ambiente em mudança.
- Emocionais: refere-se à identidade do eu, à identificação do papel e á estabilidade da
personalidade;
- Interpessoais ou relacionais: inclui a rede de suporte social do indivíduo. Porexemplo, o apoio do cônjuge, de um amigo, colega ou religioso;
- Sócio-culturais: refere-se à forma como o indivíduo se adapta ao seu ambiente social.
Inclui a cultura, o sistema de crenças, a língua, as normas e a extensão com que o
indivíduo ou grupo está inserido na sociedade e que dá significado à sua existência.
É em função das categorias apresentadas, que irei expor os dados, relativos aos recursos
gerais de resistência, do indivíduo em estudo.
1.3.PAPEL DA ENFERMAGEM NAS TRANSIÇÕES SAÚDE DOENÇA
Afaf Meleis, atual professora de Enfermagem e Sociologia, focou o seu estudo em áreas
ligadas às Teorias de Enfermagem, na sua maioria mais relacionadas com a saúde da
mulher e com o desenvolvimento. Foi no decorrer deste último tema que surgiu a Teoria
das Transições, e das reações do ser humano a estas.
A transição é “uma passagem ou movimento de um estado, condição ou lugar, para o
outro” (MELEIS, 1986), ou seja ao longo do ciclo de vida de cada indivíduo a mudança
é inevitável, no entanto isso não significa que seja natural ou desejada pelo mesmo.
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Assim estas alterações de “estado” podem provocar instabilidade e desequilíbrio
(passageiro ou permanente) no ser humano.
Por outro lado, nestes períodos de transição o indivíduo vai adquirindo novosconhecimentos e capacidades o que pode provocar mudança de comportamento e uma
outra definição de nós próprios no contexto social. De forma mais clara podemos dizer
que “O curso de vida é, marcado por períodos de estabilidade, instabilidade e retorno à
estabilidade.” (MURPHY, 1990), um processo de entrada, passagem e saída, um
conjunto de momentos condicionados por diferentes fatores.
O cuidado de enfermagem está relacionado com toda esta aprendizagem contínua do
indivíduo. CHICK E MELEIS (1986) indicam alguns momentos específicos para umamelhor compreensão desta teoria, sendo um deles, a mudança de estado entre saúde e
doença.
O enfermeiro pode avaliar, planear e implementar estratégias de prevenção, promoção e
intervenção terapêutica, ou seja sensibilizar e consciencializar o indivíduo, com a
finalidade de facilitar estes momentos de transição em direção à transição saudável,
tentando passar rapidamente para uma fase de estabilidade e equilíbrio.
Durante este processo o enfermeiro não pode descorar a importância da comunicação e
relação com o utente, só assim poderá realizar uma avaliação correta intervir
diretamente nas ação e comportamentos do indivíduo. Como refere Ascenção (2010,
p.35) “Os cuidados de enfermagem caracterizam-se por terem fundamento numa
interação entre enfermeiro e utente, indivíduo, família, grupos e comunidade;
estabelecerem uma relação de ajuda com o utente…”.
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2. COLHEITA DE DADOS
2.1.IDENTIFICAÇÃO PESSOAL
Nome: B.I.D.S.
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 16/05/1989
Idade: 23 anosRaça: Caucasiano
Estado civil: Solteiro
Naturalidade: Sé Velha
Freguesia: Souselas
Nacionalidade: Portuguesa
Reside em: Rua Central da Fonte, 76 - Zouparria do Monte
Vive com: Mãe, Pai, IrmãoHabilitações: 12ºano
Profissão: Estudante Universitário
Pessoa de Referência: Mãe – M.A.D.
2.2.EXAME FÍSICO
Pele - Hidratada, Oxigenada, cor rosada, boa circulação, nutrida, sem lesões e sem
soluções de continuidade tecidual.
Cabelo e Couro cabeludo - Cabelo preto, quantidade normal e bem distribuída; nenhum
sinal de alopécia.
Cabeça - Não apresenta nenhum tipo de lesões; forma redonda; tamanho normal e
simétrica.
Face - Forma oval; acne esporadicamente.
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Olhos - Simétricos e de tamanho médio; forma normal e de cor castanha; conjuntiva de
cor rosada; esclerótica branca; córnea transparente; iris castanha; pupilas isocóricas;
reatividade à luz;
Sobrancelhas - Distribuição normal; simétricas
Ouvido externo - Simétricos e bem alinhados com tamanho médio; cor igual à pele da
face; sem lesões ou alterações; boa higiene e bom cuidado; boa audição.
Nariz - Simétrico e tamanho médio, proporcional à face; septos nasais normais, assim
como as narinas; narina esquerda maior relativamente à direita; cor rosada; mucosas
húmidas e sem corrimento; boa permeabilidade das fossas nasais; olfato normal.
Boca - Simétrica e tamanha médio; lábios cor-de-rosa; mucosa interna de cor rosada;
hálito normal.
Dentes - Dentição completa; brancos, um direitos e firmes; boa higiene oral;
sensibilidade ao quente e frio, maioritariamente ao frio.
Língua - Lisa, húmida e cor rosada; papilas e paladar normais; não são visíveis nenhum
tipo de lesões quer na parte superior quer na parte inferior da língua; Tamanho normal esimétrico; boa mobilidade.
Pescoço - Cor igual à face; pele macia; boa mobilidade; sem adenopatias;
Tórax - Simétrico e de tamanho normal; cor rosada; temperatura normal; coluna normal
sem alterações; respiração normal; normotenso.
Mama - bem enquadradas no tronco; sem anomalias; simétricas; sem nódulos.
Axilas - Pigmentação normal; sem nódulos; distribuição dos pelos normal
Abdómen - Ruídos intestinais normais, sons timpânicos; tónus muscular normal;
apresenta defesa voluntária; sem massas anormais; sinais percutórios normais; cor
rosada.
Órgãos genitais - Distribuição dos pelos púbicos normal e dispersa; sem alterações.
Membros superiores - Posicionamento é bem enquadrado no tronco; simétricos ecompridos; cor rosada; boa coordenação motora e presença de força; mãos hidratadas e
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cuidadas; unhas normais, limpas e com bom retorno venoso; preenchimento capilar
normal.
Membros inferiores - Tamanho comprido; simétricos; boa mobilidade; pele brancarosada, e macia; hidratados e cuidados; distribuição pilosa normal; pés com boa
mobilidade, boa higiene e bom enchimento capilar; boa higiene nas unhas e ausência de
calosidades.
Sistema motor - Não apresenta tremores, nem contrações involuntárias; marcha regular
e certa; bom equilíbrio e coordenação; existência de força; autónomo.
Sistema Sensorial - Boa sensação à dor e ao quente e frio.
Peso - 55 kg;
Altura - 1,62 m;
O exame físico, aos genitais externos foi realizado indiretamente, isto é, a avaliação foi
feita através do que o Sr. B.S. referiu, relativamente a algumas perguntas que coloquei.
2.3.HISTÓRIA PESSOAL
O Sr. B.I.D.S. nasceu no ano de 1989, a 16 de Maio, no Instituto Maternal Daniel de
Matos, em Coimbra, com 3,320 quilos e 48 centímetros.
Relativamente à educação, começou por frequentar aos dois anos a Creche da freguesia
de Barcouço. Aos seis anos foi matriculado na Escola Primária Sargento-Mor, perto de
sua casa, na qual se manteve até aos 9 anos. O Ensino Básico, ciclo na altura, foi
realizado no Instituto Educativo de Souselas. Desde o 5º ano que participou ematividades desportivas como Corta-Mato, Futsal e Natação. E nos tempos livres, a seguir
às aulas frequentava o ATL ( Atividades de Tempos Livres). Aos 12 anos começa a
frequentar espaços lúdicos, recreativos e culturais, participando na Banda Filarmónica
de Barcouço. No 9º ano participou num concurso de pintura tendo sido premiado com o
2º prémio.
Em todo o percurso de Ensino Básico, revelou aptidão e interesse para o desenho e, por
esse motivo, optou pelo curso de Artes Visuais, frequentando a Escola Secundária
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Avelar Brotero. Neste processo manteve o desporto como preferência, continuando a
participar em competições de Corta-Mato e torneios de Futsal.
Desde os 12 até aos 16 anos foi jogador federado de futebol no Clube Desportivo da
Mealhada.
Confessa que se desinteressou pelo seu desempenho e vida escolar, pelo que, foi
repetente no 10º ano. Devido à falta de empenho ao longo do percurso escolar, não
terminou a disciplina de Geometria Descritiva, não concluindo assim o 12º ano e
decidindo assim, parar os estudos. Nos 3 anos seguintes, iniciou a sua vida profissional,
permanecendo na cidade de Coimbra. No primeiro ano foi trabalhador na MIM, uma
empresa de metalúrgica, no ano seguinte numa empresa de distribuição, TNT e por
último, em 2009 foi empregado na Europcar, uma rent-a-car. Durante todo este tempo
foram várias as tentativas de realizar o exame da disciplina que faltava concluir, mas
sem sucesso.
Em 2010, com o sonho presente de terminar o 12ºano, inscreveu-se num CET (Curso de
Especialização Tecnológica) da EUAC (Escola Universitária das Artes de Coimbra) que
teria a duração de um ano e que lhe permitiria conseguir uma equivalência do 12º ano.
No entanto, devido à falta de inscrições e à falta de financiamento o curso não chegou aser iniciado; consequentemente o SR. B.S. permaneceu um ano desempregado.
Em Setembro de 2011 inscreveu-se novamente no CET, optando pela área de
Fotografia, desta vez, com sucesso. No final do ano letivo termina o curso com média
de 17 e com equivalência ao 12º ano.
Após ter alcançado este objetivo pessoal, candidatou-se á Licenciatura de Design de
Comunicação na EUAC, estando atualmente a meio do primeiro ano.
Relativamente a hábitos diários, refere passar bastante tempo ao computador, devido
aos trabalhos; dispensa algumas horas do seu dia para cuidar do seu animal doméstico
(um cão); aprecia séries televisivas e documentários, gostando também de ler; dá
especial importância aos amigos e a família. Mantem gosto pelo futebol, jogando às
extas feiras. Uma vez que é cristão evangélico, vai regularmente à igreja onde pertence,
sendo participativo e realizando várias atividades na mesma.
O Sr. B.E.J.P. não manifesta hábitos tabágicos e quanto ao consumo de álcool refereconsumir apenas esporadicamente quando sai com os amigos. Bebe três cafés por dia.
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Diz ser consciente em relação à sua saúde e não menospreza sinais e sintomas, ou riscos
de gerar doença, no entanto confessa não valorizar as idas ao Hospital ou Centro de
Saúde e justifica, dizendo que não existem uma boa gestão de tempo nas urgências,
desperdiçando muito do seu tempo.
2.4.ANTECEDENTES PESSOAIS
Com 6 meses de idade foi diagnosticado com crescimento anormal, pelo que foi seguido
em consultas durante 1 ano.
Aos 8 anos, num acidente no recreio da escola, com os amigos, fez uma ferida por
esmagamento no 5º dedo da mão esquerda, provocando uma deformação que permanece
até hoje.
Aos 10 anos realizou eletrocardiograma e outros exames ao coração porque sofria de
bradicardia.
Aos 12 anos foi suturado no joelho direito devido a um acidente de bicicleta.
Foi diagnosticada um desarranjo interno do joelho direito com rotura do menisco, porlesão, aos 21 anos que reverteu com fisioterapia e medicação durante dois meses.
2.5.ESTRUTURA FAMILIAR
O Sr. B.S. reside com os pais e irmão, mantém diariamente comunicação com eles, bem
como com a sua namorada, de há 4 anos. Com a restante família mantem uma
comunicação frequente, tios maternos e paternos, primos e avós maternos e paternos,
uma vez que vivem todos na mesmo concelho. Com a família, que considera mais
distante, mantem uma comunicação pouco regular.
A relação com os seus pais é muito boa, sempre contou com o apoio deles e existe uma
relação de confiança forte que os une.
O seu pai, atualmente, está a trabalhar fora do país (Alemanha), sendo emigrante à 6
anos. Apesar da distância mantem contacto diário com a família, por telefone ou
internet, regressando ao seu país de 3 em 3 meses no máximo.
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Esta situação tem algumas consequências com no seio familiar, nomeadamente em
relação ao SR. B.S. uma vez que, sendo o filho mais velho, torna-se responsável por
algumas das atividades que seriam do pai. Tomamos como exemplo, questões
relacionadas com a habitação, burocráticas, etc. Este aspeto será desenvolvido mais à
frente.
Uma vez estudante, atualmente, é monetariamente dependente dos pais. Participa
ativamente nas diferentes tarefas da casa, como limpezas, o cuidar do jardim e do
terreno com plantações.
Os valores desta família são primordialmente o amor, o respeito, a sinceridade e a
confiança.
Para entender melhor a perceção que o indivíduo B.S. tem do funcionamento da sua
família e se a família constitui, ou não, um recurso para ele, foi realizado o questionário
APGAR Familiar, que consiste em cinco questões, considerando como principais
funções da família a adaptação, participação, crescimento, afeto e decisão.
As respostas atingem valores máximos de 2 pontos, intermédios de 1 ponto e mínimos
de 0 pontos. Assim, após a aplicação desta escala (ANEXO I) o resultado obtido em
relação ao Sr. B.S. foi de 9 pontos, o que corresponde a um valor caracterizado de
altamente funcional.
2.5.1. Antecedentes familiares
Alguns dos familiares mais próximos do Sr. B.S. têm alguns problemas de saúde ou
comportamentos de risco. O Pai, foi submetido a duas cirurgias a ambos os joelhos; aos
40 anos foi diagnosticada litíase renal que foi revertida e fez colecistectomia. A Mãe,
apresenta queixas álgicas na coluna mas ainda não foi diagnosticado o problema.
O Tio paterno sofreu de um AVC e o tio materno é portador de esclerose múltipla. A
Avó paterna sofre de hipertensão, e deslocou a anca durante um parto. O Avô paterno
faleceu em 1999 por cancro cerebral e o Avô materno tem IRC diagnostica em 2011.
2.5.2. Genograma
No sentido de facilitar a compreensão da estrutura familiar do indivíduo, é comum
fazer-se um Genograma (esquema tipo árvore genealógica, que fornece informação
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acerca dos membros da família e das suas relações, ao longo de pelo menos três
gerações, duas anteriores e uma posterior).
Fig. 1
Imigrante
Litíase Renal
I. S.
49
Lombalgias
A. D.
48
Estudante
B. S.
23
Estudante
C. S.
15
Reformada
Deslocamento
da anca
M. S.
83
Soldador
Sofreu AVC
(há 6 anos)
J. S.
57
Costureira
L. S.
56
Engenheiro
V. D.
53
Reformado
IRC
B. C.
76
Reformada
A. D.
79
Imigrante
Infertil
E. D.
42
Maquinista
Esclerose
Multipla
C. H.
45
Proprietário
de um
café
F. H.
51
Cancro
cerebral
1930-1999
J. S.I
II
III
Símbolos de Genograma
Rótulo da Relação Familiar
Rótulo da Relação Emocional
Amor
Indivíduo do sexo masculino
Indivíduo do sexo feminino
Indivíduo em estudo
Falecimento
Encarregado de educação
Geração
Casamento
Filho (s)
Legenda
Genograma
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2.5.3. Ecomapa
Um Ecomapa apresenta as relações familiares com outros sistemas socias, como por
exemplo, o serviço de saúde, a entidade religiosa, etc.. É uma ilustração visual daunidade familiar, relativamente ao contexto social e comunidade.
Ecomapa
B.I.D.S
Fig. 2
Legenda
Centro deSaúde
Escola:EUAC
Pai
FamíliaPróxima
Amigos
Vizinhos
NamoradaIgreja
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Da análise do Genograma (Fig. 1), constata-se que o Sr. B.S. só perdeu um dos seus
avós que faleceu de cancro cerebral. As restantes patologias dos elementos da família já
foram referidas anteriormente. É de salientar a relação de amor, que existe entre os pais
do Sr. B.S, apesar do distanciamento físico, uma vez que o pai é imigrante.
Da análise do Ecomapa (Fig. 2), conclui-se que apesar de o pai estar distante
fisicamente, mantem um vínculo forte com o filho. De uma maneira global os familiares
próximos, a namorada e a igreja, estabelecem vínculos fortes que se marcam pela
transição de fluxo de energia para si, de maneira a que possa enfrentar o stress causado
por vários fatores da sua vida. As relações mais superficiais que tem são com os
vizinhos que raramente vê e com o centro de saúde onde só costuma ir às consultas de
rotina.
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3.
RECURSOS GERAIS DE RESISTENCIA
3.1.AMBIENTAIS E MATERIAIS
Os recursos ambientais e materiais dizem respeito ao contexto em que o indivíduo nasce
e se desenvolve. O Sr. B.S. é natural de Souselas – Zouparria do Monte como referido
anteriormente, local onde habita desde os 10 anos.
3.1.1. Condições Socioeconómicas
Com o intuito de perceber o nível de estratificação social que a família ocupa foi
realizado o Teste de Graffar (ANEXO II), que se baseia nas características da família
relativamente aos itens: profissão, nível de instrução, fonte de rendimento, conforto da
habitação e aspeto da zona de residência. A cada um dos critérios é atribuída pontuação
num intervalo de 1 – 5 e o somatório final permite incluir a família numa classe
indicativa do nível socioeconómico. Ao aplicar este teste, conclui-se que a família
pertence a um nível socioeconómico razoável, Classe III, devido ao resultado final ter
sido de 16 pontos.
3.1.2. Condições habitacionais
Zouparria do Monte é uma localidade pequena, situada na periferia da cidade. No
passado, foram registadas ocorrências de assaltos, nomeadamente à própria casa do Sr.
B.S. Atualmente é uma povoação mais calma e agradável.
Em termos de infra-estruturas a sua moradia está bem localizada, uma vez que se situa a
15 minutos de um Hospital (Centro Hospitalar da Universitário de Coimbra) e a cercade 10 min do centro de Coimbra (que possui escolas, bombeiros, centro de saúde,
policia, espaços comerciais, etc.) de automóvel. Como possui viatura própria tem
facilidade em deslocar-se para qualquer sítio.
A casa é uma moradia de dois andares, construída num terreno herdado pela família.
Semi-moderna, com boas condições; tem uma cozinha, quatro quartos, uma sala de
estar, uma sala de convívio, três casas de banho e uma garagem. Na parte exterior da
casa existe um jardim, um anexo com churrasqueira e um quintal com plantações. A
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família tem um animal de estimação (cão), que tem acesso à maioria do espaço, com
exceção dos quartos. À volta da residência existem várias habitações.
A residência está equipada com os eletrodomésticos essenciais na cozinha, como
frigorifico, fogão, forno, microondas e máquina de lavar roupa e louça. Tem também
uma televisão na sala e outra na cozinha. Tem água canalizada, eletricidade, telefone e
internet por satélite. Têm saneamento básico e gás de botija.
3.1.3. Acessos aos serviços de saúde
Encontra-se inscrito, assim como o resto da família, no Centro de Saúde de Souselas, no
entanto não possui médico de família desde 2012. Por este motivo não frequentam as
consultas de rotina. Quando há alguma situação de saúde mais grave recorrem ao
serviço de urgência do Hospital Universitário de Coimbra.
3.2.FÍSICOS E BIOQUÍMICOS
3.2.1. Idade, Sexo e Fatores Hereditários
Estes recursos dizem respeito aos fatores genéticos e individuais do indivíduo. Em
relação à sua idade e sexo o Sr. B.S não apresenta alterações associadas. No entanto oatraso no crescimento, anteriormente referido, é fisicamente percecionado atualmente.
Considera-se que esta alteração foi potenciada pelo fator hereditário, uma vez que os
elementos da sua família materna apresentam alturas inferiores a 1,60m.
Existem ainda, episódios de familiares com tumores e hipertensão, e um caso de
esclerose múltipla, tendo estas patologias, igualmente, um carácter hereditário.
3.3.EMOCIONAIS
Os recursos emocionais referem-se à identidade do eu, a identificação do papel, a
estabilidade da personalidade e estilo de vida.
3.3.1. Estilo de vida do indivíduo
O Sr. B.S. é um individuo bastante comunicativo e afetivo, que valoriza os
relacionamentos com o outro, no entanto perante situações de nervosismos é impulsivo,conseguindo na maioria das vezes autocontrolar-se. Divertido mas teimoso, atencioso
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mas de opiniões fortes, relaciona-se facilmente e é bem aceite por todos, principalmente
devido á sua sinceridade e genuinidade. Lida bem com os desafios da vida e valorizando
a opinião e o apoio familiar.
Como já exposto, o Sr. B.S encarregou-se, temporariamente, de muitos dos
papéis/responsabilidade que pertenciam ao seu pai, uma vez que este se encontra
ausente por longos períodos de tempo. Esta situação representa alguma preocupação e
stress para o Sr. B., uma vez que se viu obrigado a lidar com problemas familiares, da
casa, financeiros, burocráticos, etc. Afirma: “esta situação obrigou me a crescer…”.
Perante estes relatos, confirmados pela restante família aplicou-se a escala de avaliação
do nível de stress. Esta escala permite-nos ter um pouco a noção se os indivíduos em
que estamos a incidir o nosso estudo, têm muito ou pouco stress. Após aplicação da
escala (ANEXO III) pode-se observar que o Sr. B.S. Tem stress moderado e sabe como
lidar com ele, uma vez que obteve uma pontuação de 38.
3.4.RELACIONAIS
3.4.1. Redes socias e comunitárias
O Sr. B.S. tem uma vasta rede de suporte social. Confessa que, primeiramente, o seu
maior suporte é Deus e que logo em segundo lugar valoriza o apoio da sua família,
tendo uma boa relação com a sua família mais próxima e namorada. Na escola que
frequenta sente-se realizado, tendo uma ótima relação com os colegas e professores. Na
sua igreja local tem um grupo de amigos com quem se diverte e convive. Mostra que é
capaz de lidar com conflitos de gerações e conflitos provenientes da relação com
amigos, evitando ao máximo esses momentos.
3.5.SÓCIO-CULTURAIS
Os recursos sócio-culturais falam-nos de como o indivíduo se adapta ao seu ambiente
social. É Português, mas tem uma boa relação com pessoas de outras nacionalidades.
Pertence a uma igreja, e mantem uma boa relação com os membros da mesma, sentindo-
se realizado ao participar nas atividades. Preserva valores como honestidade,
sinceridade e amor.
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4. MODELO CONCEPTUAL DE VIRGÍNIA HENDERSON
Phaneuf define o modelo conceptual de Virgínia Henderson como a “Organização
conceptual dos cuidados de enfermagem, baseada no conhecimento e na satisfação das
necessidades da pessoa em referência ao desenvolvimento ótimo da sua independência.”
(Phaneuf, 2001, p. 36 in Ascenção, 2010). Define também a palavra ‘necessidade’ como
“… necessidade vital que a pessoa deve satisfazer a fim de conservar o seu equilíbrio
físico, psicológico, social ou espiritual e de assegurar o seu desenvolvimento.” (idem).
A implementação do processo de enfermagem tem como objetivo avaliar as
necessidades e condições patológicas que as alteram: avaliação inicial (apreciação),
planeamento, implementação e avaliação (final dos resultados). Este processo realiza-se
em cada uma das 14 componentes dos cuidados básicos.
Neste sentido, considero a análise das 14 NHB do Sr. B.S., fundamental para uma
melhor compreensão do seu estilo de vida, e identificação dos comportamentos desaúde, ou não, adquiridos pelo mesmo. Implementei a Escala de Barthel (ANEXO VII)
com o intuito de avaliar o grau de independência/dependência em cada NHB.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESSOA SEGUNDO AS NECESSIDADES
HUMANAS BÁSICAS
Os valores apresentados de sinais vitais, são referentes ao dia 12 de Abril de 2013.
4.1.1 Necessidade de respirar
“Respiração é um tipo de função com características específicas: Processo contínuo de
troca molecular de oxigénio e de dióxido de carbono dos pulmões para oxidação celular,
regulada pelos centros cerebrais da respiração, recetores brônquicos e aórticos bem
como por um mecanismo de difusão.” (CIPE Beta2®, p.17, 2005)
Apresenta uma respiração toraco-abdominal, com uma amplitude superficial.Frequência respiratória de 16 ciclos por minuto (eupneico), rítmica e simétrica. A
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respiração é livre, pelo nariz e silenciosa, sendo as vias aéreas permeáveis. A coloração
dos tegumentos (pele e mucosas) é rosada.
Presença do reflexo de tosse e espirro. O expetorar é eficaz, aquando a presença deexpetoração. O Sr. B.S não apresenta hábitos tabágicos.
Apresenta completa satisfação desta necessidade, pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: a regular atividade física semanal (futebol,
jogging), a ausência de hábitos tabágicos, a frequência regular de espaços verdes e a não
utilização de medicação para as vias nasais/respiratórias, são manifestações de
independência nesta necessidade.
4.1.2 Necessidade de comer e beber
“Autocuidado beber é um tipo de autocuidado com as caraterísticas específicas:
encarregar-se de organizar a ingestão de bebidas durante as refeições e regularmente ao
longo do dia quando se tem sede, beber por uma chávena ou copo ou deitar os líquidos
na boca utilizando os lábios, músculos e língua, beber até saciar a sede.” (CIPE Beta2®,
p.56, 2005)
“Autocuidado comer é um tipo de autocuidado com as caraterísticas específicas:
encarregar-se de organizar a ingestão de alimentos sob a forma de refeições saudáveis,
cortar e partir os alimentos em bocados manejáveis, levar comida à boca, mete-la na
boca utilizando lábios, músculos e língua e alimentando-se até ficar satisfeito.” (CIPE
Beta2®, p.56, 2005)
Em relação ao estado nutricional, apresenta um peso de 55 Kg, 1,62m de altura, numIMC (Índice de Massa Corporal) resultante de aproximadamente 21 (peso ideal), calculo
em ANEXO IV.
Faz 3 refeições por dia (que ingere na totalidade), apresentando um apetite elevado e
sensação de saciado após refeições. Como alimentos preferidos tem: camarão, carne de
porco, arroz, etc., e alimentos que ingere com menos frequência que lhe desagradam
são: favas e queijo.
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Consome uma grande variedade de alimentos e neste momento não tem nenhuma
alergia ou restrição alimentar. Sem hábitos alcoólicos, bebendo ocasionalmente e
esporadicamente. A ingestão hídrica é de cerca 0,10L por dia.
Apresenta a dentição definitiva, completa e em bom-estado. Não demonstrando
dificuldades na mastigação ou deglutição. O olfato e paladar não se encontram
alterados.
Efetua a digestão de forma normal sem intercorrências.
Realizei o questionário Mini Avaliação Nutricional (ANEXO V) ao Sr. B.S.. Após
aplicação do mesmo, o resultado obtido foi de 24. O que corresponde individuo bem
nutrido.
O Sr. B.S apresenta completa satisfação desta necessidade, pelo que é independente e
saudável na mesma.
Fatores e comportamentos de influência: manifesta uma alimentação equilibrada e
variada com intervalos curtos de tempo e não ingere bebidas alcoólicas, no entanto
considera-se que a quantidade de açúcares ingerida é exagerada, bem como a
quantidade de alimentos por refeição. Concluo que este comportamento advém do fato
do Sr. B.S. não percecionar qualquer altearão física ou de mal-estar, como por exemplo
o aumento de peso, ainda assim estes comportamentos podem ter efeitos negativos na
sua saúde.
4.1.3 Necessidade de eliminar
“É um tipo de função com as características específicas: movimento e evacuação de
resíduos sob a forma de excreção.” (CIPE Beta2®, p.25, 2005)
Eliminação intestinal – efectuada 4 vezes por dia, sendo as características de fezes
moldadas e acastanhadas, em quantidade moderada e cheiro normal. Controlo do
esfíncter vesical. Não apresenta sintomas associados ou outras alterações.
Eliminação vesical – efectuada 2 vezes por dia, sendo as características de urina amarela
âmbar e sem sedimentos. Com controlo do esfíncter anal e sem outros sintomas ou
alterações associadas.
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Apresenta sudorese de acordo com o esforço físico e atividades realizadas, ou ainda
com as alterações ambientais. Sem náuseas ou vómitos.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: bebe diariamente líquidos, realiza uma boa
digestão e ingere fibras em boa quantidade.
4.1.4 Necessidade de movimentar-se e manter postura corporal
“Autocuidado atividade física é um tipo de autocuidado com as características
específicas: encarregar-se dos comportamentos de atividade física, assegurar local eoportunidade para praticar exercício na vida diária.” (CIPE Beta2®, p.25, 2005)
“Circulação é um tipo de função com as características específicas: movimento do
sangue através do sistema cardiovascular como o coração e os vasos sanguíneos centrais
e periféricos” (CIPE Beta2®, p.18, 2005)
O Sr. B.S apresenta força muscular normal pelo que se movimenta de forma autónoma eindependente, sem necessidade de recurso a auxiliares de marcha. Atualmente e devido
a uma lesão no menisco apresenta algias no joelho direito, controladas com analgesia,
não interferem na mobilidade.
A postura corporal é adequada, bem como o equilíbrio corporal, quer em repouso, quer
em movimento. Mobilidade articular completa, executando movimentos coordenados e
com amplitude normal. Realiza todos os decúbitos no leito. Refere esporadicamente
lombalgias.
Ausência de edemas, ulceras de pressão e desvios anormais da coluna vertebral.
A tensão arterial encontra-se a 117 mmHG – sistólica; 65 mmHG – diastólica;
normotenso.
Foi realizada a palpação do pulso na zona radial, para avaliação do mesmo, com 62
pulsações por minuto – normocárdico, pulso cheio, forte, rítmico e simétrico.
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Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: pelo facto de manter posturas corporaisadequadas, praticar semanalmente exercício físico, fazer caminhadas, ter uma vida
ativa.
4.1.5 Necessidade de dormir e repousar
“Autocuidado comportamento sono – repouso é um tipo de autocuidado com as
características específicas: assumir as necessidades de um sono reparador, arranjar local
e oportunidade para dormir, organizar horas de sono e repouso.” (CIPE Beta2®, p.56,
2005)
Não apresenta dificuldades em dormir ou adormecer. Dorme cerca de 8 horas por noite,
adormecendo às 1h e acordando às 9h, a maioria das vezes. Sendo o decúbito lateral
direito, o preferencialmente escolhido para dormir.
Tem um sono contínuo, reparador, tranquilo e com sonhos normais. Privilegia o
ambiente do seu quarto no escuro completo.
Por norma faz sestas durante o dia de 30 min.
Para avaliar a probabilidade do indivíduo B.S. apresentar sonolência durante o dia
aplicou-se a escala de sonolência de Ep Worth. As respostas atingem valores máximos
de 21 pontos, mínimos de 0 pontos, sendo 8 o divisor da normalidade. Assim, após a
aplicação desta escala (ANEXO VI) o resultado obtido foi de 7 pontos, o que
corresponde a um valor normal, existindo alguma probabilidade de dormitar.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: apresenta uma carga de repouso suficiente
(8horas) que contribui para o bom funcionamento cardio-respiratório, gastrointestinal,
neuro-muscular, entre outros, assim como para um equilíbrio emocional, favorecendo o
cumprimento das obrigações sociais. Não toma qualquer tipo de medicação e não tem
dificuldades em adormecer.
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4.1.6 Necessidade de vestir e despir
“Autocuidado vestuário é um tipo de autocuidado com as características específicas:
encarregar-se de vestir e despir as roupas e sapatos de acordo com a situação e o clima,tendo em conta as convenções e códigos normais do vestir, vestir e despir a roupa pela
ordem adequada, apertá-la convenientemente.” (CIPE Beta2®, p.55, 2005)
O Sr. B.S é autónomo no cuidado de vestir e despir. Apresenta vestiário limpo (muda de
roupa todos os dias), confortável e adequado à temperatura ambiente, estando a limpeza
e o cuidado da roupa a cargo da sua mãe.
Apresenta preferência por roupa desportiva, utilizando esporadicamente, por exemplo
ao fim de semana, roupa formal. Não possui alergias a nenhum tipo de tecido.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: A sua dimensão bio-fisiológica condiciona a
satisfação desta necessidade e a sua personalidade e sexualidade influenciam a sua
forma de vestir.
4.1.7 Necessidade de manter a temperatura corporal
“Temperatura corporal é um tipo de função com as características específicas: calor
corporal relacionado com o metabolismo do corpo mantido a um nível constante com
uma ligeira subida na temperatura corporal durante o período diurno em comparação
com a temperatura corporal durante o sono e em repouso” (CIPE Beta2®, p.19, 2005)
36o C é a sua temperatura de referência, apirético, os episódios de febre são escassos.
Perante o frio e calor procura estratégias para manter o bem-estar, demonstrado
conhecimentos sobre a manutenção da temperatura. Tem sensibilidade às diferenças de
temperatura. Tem como preferência a estação do veãro.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: utiliza materiais de adaptação às diferentes
temperaturas, como lareira, aquecedor, ar-condicionado, ventoinhas, etc.
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4.1.8 Necessidade de estar limpo e proteger tegumentos
“Autocuidado higiene é um tipo de autocuidado com as características específicas:
encarregar-se de manter um padrão contínuo de higiene, conservando o corpo limpo e bem arranjado, sem odor corporal, lavando regularmente as mãos, limpando as orelhas,
nariz e zona perineal e mantendo a hidratação da pele, de acordo com os princípios de
preservação e manutenção da higiene.” (CIPE Beta2®, p.55, 2005)
É autónomo nos cuidados de higiene, tomando banho 3 a 4 vezes por semana e
apresentando assim um aspeto limpo com pele cuidada, hidratada, sem odor. O nariz é
limpo e sem secreções, assim como os pavilhões auriculares. O cabelo apresenta-se
cuidado, penteado e é higienizado todos os dias. A barba é aparada 3 vezes por mês. Asunhas das mãos e pés estão limpas e são cortadas 3 vezes por mês.
Realiza higiene oral de forma autónoma, 2 a 3 vezes por dia e possui mucoso bocal
rosada e hidratada.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: utiliza diariamente utensílios de higiene e
limpeza tais como: cremes hidratantes, faciais e corporais, gel de banho, shampô e
amaciador, óleo corporal, gel de barbear e protetor solar; vai regularmente ao barbeiro;
valoriza o aspeto e aparência.
4.1.9 Necessidade de evitar perigos
“Consciência é um tipo de sensação com as características específicas: capacidade de o
pensamento responder a impressões e que resulta de uma combinação dos sentidos emordem a manter o pensamento alerta, acordado e sensível ao ambiente exterior.” (CIPE
Beta2®, p.40, 2005)
“Precaução é um tipo de Comportamento de Adesão com as características específicas:
proteger-se ou manter-se a salvo de alguma coisa.” (CIPE Beta2®, p.57, 2005)
O Sr. B.S. encontra-se consciente, orientado e colaborante.
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Sempre que necessário, aceita o protocolo farmacêutico, depois de devidamente
informado, tomando sempre a medicação. Possui o calendário de vacinas atualizado e
encontra-se informado sobre a sua situação clínica atual.
Não apresenta dificuldades a nível dos sentidos e comportamentos adequados em
relação aos outros e a si próprio. Respeita as regras de trânsito. Não apresenta risco de
queda nem comportamentos de risco.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: uma capacidade de identificar possibilidade de
perigos, prevenindo-os através da medicação, regularização da tomada das vacinas,
alimentos preventivos e adaptação a medidas específicas.
4.1.10 Necessidade de comunicar
“Comunicação é um tipo de Ação Interdependente com as características específicas:
ações de dar ou trocar informações, mensagens, sentimentos ou pensamentos entre
pessoas e grupos de pessoas, usando comportamentos verbais e não-verbais,
conversação face a face ou medidas de comunicação remota como o correio, correio
eletrónico e telefone.” (CIPE Beta2®, p.64, 2005)
Utiliza o idioma português e inglês, escrito e falado. As diferentes formas de
comunicação, verbais, escritas e gestuais, estão presentes.
Apresenta boa acuidade visual, auditiva, fineza do olfato, do paladar e sensibilidade
táctil. Estes sentidos permitem-lhe manter uma interação harmoniosa com as sua esfera
social, familiar e profissional, sendo fácil para o Sr. B.S exprimir-se.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: por pertencer a uma igreja evangélica, lida
diariamente com uma grande diversidade de pessoas (diferentes idades e géneros) e
comunica facilmente.
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4.1.11 Necessidade de agir segundo crenças e valores
“Crença é um tipo de Autoconhecimento com as características específicas: disposições
para reter e abandonar ações tendo em conta as próprias opiniões.” (CIPE Beta2®, p.53,2005)
Professa a religião Protestante-evangélica, praticando-a. Participa nas atividades que se
realizam semanalmente. Acredita em Deus e rege-se pelos valores da integridade,
interajuda, honestidade e compaixão. Sente-se realizado e as suas crenças e os seus
valores contribuem para o seu bem-estar no sentido em que fundamentam a integridade
e as relações humanas.
Aceita transfusões de sangue.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: devido à sua educação, cultura, dimensão
psico-sócio-cultural e independência física, estruturou um conjunto de valores e crenças
que o influenciaram a sentir-se realizado.
4.1.12 Necessidade de se ocupar com vista a realizar-se
“Interação de Papéis é um tipo de Ação Interdependente com as características
específicas: interagir de acordo com um conjunto implícito ou explícito de expectativas,
papéis e normas de comportamentos esperados pelos outros.” (CIPE Beta2®, p.63,
2005)
“Bem-estar é um tipo de Autoconhecimento com as características específicas: imagem
mental de estar bem, equilibrado, contente, bem integrado e confortável por orgulho ou
alegria e que se expressa habitualmente demonstrando relaxamento de si próprio e
abertura às outras pessoas ou satisfação com independência.” (CIPE Beta2®, p.43,
2005)
Apresenta qualidade das suas funções biológicas e psicológicas, executando todos os
movimentos, manifestando alegria, confiança em si mesmo e valorização da sua auto-
estima e da sua imagem. Tem gosto pelo curso onde está matriculado e sente-serealizado. Manifesta ambição e motivação para adquirir conhecimentos;
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Nos tempos livres realiza atividades tais como: ver televisão, jogar computador, ir ao
cinema, passear, sair com os amigos, frequentar ambientes diferentes, como a praia, a
serra, etc., praticar desporto;
Tem como perspetivas futuras iniciar novos projetos de vida, tais como: concluir o seu
curso, abrir um estúdio fotográfico e especializar-se nessa área.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: apresenta condição económica estável que lhe
permite realizar atividades de ocupação que o façam sentir-se realizado.
4.1.13 Necessidade de se divertir
“Autocuidado atividade recreativa é um tipo de Autocuidado com as características
específicas: encarregar-se de procurar atividades com o objetivo de se entreter, divertir,
estimular e relaxar.” (CIPE Beta2®, p.56, 2005)
Realiza atividades como sair com os amigos, passear, jogar computador, praticar
desporto e ir ao cinema, sentindo-se alegre. No entanto revela não ter o tempo que
gostaria para se divertir, mas sente-se realizado nesta necessidade.
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: ao longo do seu desenvolvimento criou
estruturas sociais e interativas com o seu meio ambiente que o influenciaram a praticar
as atividades referidas.
4.1.14 Necessidade de aprender
“Aprendizagem é um tipo de Autoconhecimento com as características específicas:
processo de adquirir conhecimentos ou competências por meio de estudo sistemático,
instrução, prática, treino ou experiência.” (CIPE Beta2®, p.46, 2005)
Não apresenta dificuldades na aprendizagem. Tem interesse em conhecer e saber mais.
Está recetivo a novas aprendizagens e ensinos e é capaz de modificar os seus
comportamentos e hábitos de acordo com a aprendizagem que vai adquirindo;
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Tem informação geral sobre a sua saúde e demonstra compreender as recomendações
dadas e aceita a mudança de comportamento em determinadas situações;
Utiliza como meios de aprender livros, revistas, televisão (documentários), internet eações de formação profissionais;
Apresenta completa satisfação desta necessidade pelo que é independente e saudável na
mesma.
Fatores e comportamentos de influência: Apresenta boa perceção, boa memória e bom
raciocínio, possui condições económicas que lhe permitem ter acesso a diferentes meios
de aprendizagem.
4.2. EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
No sentido de consolidar todas as necessidades verificadas anteriormente apliquei ao Sr.
B.E.J.P. a Escala de Barthel (ANEXO X), na qual se comprovou que o indivíduo é
independente nas várias necessidades, devido ao resultado ter sido de 20 Pontos.
No entanto, também se pode verificar que, apesar de se encontrar na generalidade
saudável, apresenta alguns comportamentos de risco, como é o caso da alimentação e
das idas pouco frequentes ao centro de Saúde.
Assim sendo, é fundamental que se procedam a alguns ensinos à pessoa para que esta se
possa direcionar para o estado de saúde máxima.
Relativamente à alimentação foram feitos ensinos sobre o número de refeições diárias
recomendadas e a sua constituição. Foi realizada uma breve explicação sobre as
consequências de uma exagerada ingestão de açúcares e sobre a importância de ingerir.
No mínimo 1 a 2 litros de água por dia. Foi elucidado sobre o facto de a má alimentação
acarretar grandes consequências para a sua saúde, mesmo que não apresente
sintomatologia das mesmas.
No seguimento do diálogo, foi também motivado a frequentar com mais regularidade o
Centro de Saúde e as consultas de rotinas, Apesar de não ter médica de família poderealizar análises periodicamente para se certificar de que não há alterações.
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Concluo que o Sr. B.S. se encontra no caminho da máxima funcionalidade, de acordo
com os seus comportamentos. As várias dimensões abordadas (física, social, psicológica
e espiritual), apesar de apresentarem algumas lacunas, não se revelam significativas de
forma a afetarem a sua saúde global, logo considera-se que seja uma pessoa saudável.
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CONCLUSÃOA elaboração deste trabalho foi, na minha opinião, bastante importante na melhoria dos meus
conhecimentos e capacidades, principalmente pelo facto de ter sido um trabalho novo, nunca
antes pedido.
Percebi que o estudo de caso de uma pessoa saudável torna-se pertinente na avaliação das
necessidades e comportamentos da mesma, através da abordagem do Modelo Salutogénico que
identifica variáveis de saúde e não de doença, validando toda uma intervenção que é realizada
de modo a que se potenciem ganhos a nível da saúde elevando a pessoa no pólo de bem-estar e
de saúde.
Este estudo de caso possibilitou-me ainda aprofundar o modelo conceptual de Virgínia
Henderson e verificar como a satisfação das necessidades humanas fundamentais contribui para
a manutenção do modelo salutogénico preconizado por Antonovsky.
Posso concluir que os objetivos aos quais me propus inicialmente, foram parcialmente
alcançados, isto porque o Homem é um ser muito complexo, e seria necessário muito mais
tempo para conseguir estudá-lo e compreendê-lo nas suas dimensões física, psicológica, social e
cultural. No entanto, creio que na generalidade cumpri os objetivos, no sentido em que
identifiquei um indivíduo saudável, assim como identifiquei e explorei a sua história e a sua
vida diária, conseguindo fazer uma abordagem a todos os aspetos referidos na introdução.
Penso que evolui na recolha de informação pertinente, contudo experimentei algumas
relativamente à capacidade de síntese, uma vez que era demasiada informação a reter para uma
seleção dentro dos parâmetros auto-propostos.
Depois de ter elaborado e analisado este trabalho segundo o Modelo Salutogénico, concluo que
a pessoa alvo neste estudo de caso encontra-se dentro do Modelo saudável, não apresentando
nenhuma patologia específica.
Considero então que a realização deste estudo contribuiu para a construção da minha formação a
nível profissional, pois foi um momento de aquisição de novas competências, percebendo a
ideia de que antes de constatar a doença, posso preveni-la, tendo a capacidade de ser o vetor
dessa informação aos meus futuros doentes, através de todas as ações que possa vir a
desempenhar.
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