Etapa Resolve Vunesp 1ª fase 2012 · dos. Hoje questionamos até o conceito de “pre-ço”, à...

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INSTRUÇÃO: As questões de números 01 a 05 tomam por base um fragmento de uma crônica de Eça de Queirós (1845-1900) escrita em ju- nho de 1871. Uma campanha alegre, IX Há muitos anos que a política em Portu- gal apresenta este singular estado: Doze ou quinze homens, sempre os mes- mos, alternadamente possuem o Poder, per- dem o Poder, reconquistam o Poder, trocam o Poder... O Poder não sai duns certos grupos, como uma pela* que quatro crianças, aos quatro cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, num rumor de risos. Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no Poder, esses homens são, segundo a opinião, e os dizeres de todos os outros que lá não estão — os corruptos, os esbanjadores da Fazenda, a ruína do País! Os outros, os que não estão no Poder, são, segundo a sua própria opinião e os seus jor- nais — os verdadeiros liberais, os salvadores da causa pública, os amigos do povo, e os in- teresses do País. Mas, coisa notável! — os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem para conti- nuar a ser os esbanjadores da Fazenda e a ruí- na do País, durante o maior tempo possível! E os que não estão no Poder movem-se, conspi- ram, cansam-se, para deixar de ser o mais de- pressa que puderem — os verdadeiros liberais, e os interesses do País! Até que enfim caem os cinco do Poder,e os outros, os verdadeiros liberais, entram triunfantemente na designação herdada de esbanjadores da Fazenda e ruína do País; em tanto que os que caíram do Poder se resig- nam, cheios de fel e de tédio — a vir a ser os verdadeiros liberais e os interesses do País. Ora como todos os ministros são tirados deste grupo de doze ou quinze indivíduos, não há nenhum deles que não tenha sido por seu turno esbanjador da Fazenda e ruína do País... Não há nenhum que não tenha sido de- mitido, ou obrigado a pedir a demissão, pelas acusações mais graves e pelas votações mais hostis... Não há nenhum que não tenha sido jul- gado incapaz de dirigir as coisas públicas — pela Imprensa, pela palavra dos oradores, pe- las incriminações da opinião, pela afirmativa constitucional do poder moderador... E todavia serão estes doze ou quinze indi- víduos os que continuarão dirigindo o País, neste caminho em que ele vai, feliz, abundan- te, rico, forte, coroado de rosas, e num chou- to** tão triunfante! (*) Pela: bola. (**) Chouto: trote miúdo. (Eça de Queirós. Obras. Porto: Lello & Irmão-Editores, [s.d.].) Considere as frases com relação ao que se afirma na crônica de Eça de Queirós: I. Os que estão no poder não querem sair e os que não estão querem entrar. II. Quando um partido ético está no poder, tudo fica melhor. III. Os governantes são bons e éticos, mas vi- vem a trocar acusações infundadas. IV. Os políticos que estão fora do poder jul- gam-se os melhores eticamente para governar. As frases que representam a opinião do cro- nista estão contidas apenas em: a) I e II. b) I e III. c) I e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. alternativa C As seguintes afirmações são validadas pelos tre- chos: I. "os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem para continuar (...) E os que não estão no Poder movem-se, conspiram..." IV. "Os outros, os que não estão no Poder, são (...) os verdadeiros liberais, os salvadores da cau- sa pública..." ... cheios de fel e de tédio... Nesta passagem do sexto parágrafo, o cronis- ta se utiliza figuradamente da palavra fel para significar a) rancor. b) eloquência. ETAPA VUNESP Questão 1 Questão 2

Transcript of Etapa Resolve Vunesp 1ª fase 2012 · dos. Hoje questionamos até o conceito de “pre-ço”, à...

INSTRUÇÃO: As questões de números 01 a 05tomam por base um fragmento de uma crônicade Eça de Queirós (1845-1900) escrita em ju-nho de 1871.

Uma campanha alegre, IX

Há muitos anos que a política em Portu-gal apresenta este singular estado:

Doze ou quinze homens, sempre os mes-mos, alternadamente possuem o Poder, per-dem o Poder, reconquistam o Poder, trocam oPoder... O Poder não sai duns certos grupos,como uma pela* que quatro crianças, aosquatro cantos de uma sala, atiram umas àsoutras, pelo ar, num rumor de risos.

Quando quatro ou cinco daqueles homensestão no Poder, esses homens são, segundo aopinião, e os dizeres de todos os outros que lánão estão — os corruptos, os esbanjadores daFazenda, a ruína do País!

Os outros, os que não estão no Poder, são,segundo a sua própria opinião e os seus jor-nais — os verdadeiros liberais, os salvadoresda causa pública, os amigos do povo, e os in-teresses do País.

Mas, coisa notável! — os cinco que estãono Poder fazem tudo o que podem para conti-nuar a ser os esbanjadores da Fazenda e a ruí-na do País, durante o maior tempo possível! Eos que não estão no Poder movem-se, conspi-ram, cansam-se, para deixar de ser o mais de-pressa que puderem — os verdadeiros liberais,e os interesses do País!

Até que enfim caem os cinco do Poder, eos outros, os verdadeiros liberais, entramtriunfantemente na designação herdada deesbanjadores da Fazenda e ruína do País; emtanto que os que caíram do Poder se resig-nam, cheios de fel e de tédio — a vir a ser osverdadeiros liberais e os interesses do País.

Ora como todos os ministros são tiradosdeste grupo de doze ou quinze indivíduos, nãohá nenhum deles que não tenha sido por seuturno esbanjador da Fazenda e ruína doPaís...

Não há nenhum que não tenha sido de-mitido, ou obrigado a pedir a demissão, pelasacusações mais graves e pelas votações maishostis...

Não há nenhum que não tenha sido jul-gado incapaz de dirigir as coisas públicas —

pela Imprensa, pela palavra dos oradores, pe-las incriminações da opinião, pela afirmativaconstitucional do poder moderador...

E todavia serão estes doze ou quinze indi-víduos os que continuarão dirigindo o País,neste caminho em que ele vai, feliz, abundan-te, rico, forte, coroado de rosas, e num chou-to** tão triunfante!

(*) Pela: bola.

(**) Chouto: trote miúdo.(Eça de Queirós. Obras. Porto:Lello & Irmão-Editores, [s.d.].)

Considere as frases com relação ao que seafirma na crônica de Eça de Queirós:I. Os que estão no poder não querem sair e osque não estão querem entrar.II. Quando um partido ético está no poder,tudo fica melhor.III. Os governantes são bons e éticos, mas vi-vem a trocar acusações infundadas.IV. Os políticos que estão fora do poder jul-gam-se os melhores eticamente para governar.As frases que representam a opinião do cro-nista estão contidas apenas em:a) I e II.b) I e III.c) I e IV.d) I, II e III.e) II, III e IV.

alternativa C

As seguintes afirmações são validadas pelos tre-chos:I. "os cinco que estão no Poder fazem tudo o quepodem para continuar (...) E os que não estão noPoder movem-se, conspiram..."IV. "Os outros, os que não estão no Poder, são(...) os verdadeiros liberais, os salvadores da cau-sa pública..."

... cheios de fel e de tédio...Nesta passagem do sexto parágrafo, o cronis-ta se utiliza figuradamente da palavra felpara significara) rancor.b) eloquência.

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Questão 1

Questão 2

c) esperança.d) medo.e) saudade.

alternativa A

Rancor substitui perfeitamente a palavra "fel",pois indica o estado em que se encontram os go-vernantes que caíram do poder.

Considerando que o último parágrafo do frag-mento representa uma ironia do cronista, seusignificado contextual é:a) Portugal vai muito bem, apesar de seusmaus governantes.b) A alternância dos grupos no poder faz bemao país.c) O país experimenta um progresso vertiginoso.d) O país vai mal em todos os sentidos.e) Portugal não se importa com seus políticos.

alternativa D

Como a figura de linguagem ironia mostra o con-trário daquilo que se enuncia, temos que ao elogiaro país o autor, na verdade, quer mostrar que elevai mal.

Não há nenhum que não tenha sido demitido,ou obrigado a pedir a demissão, pelas acusa-ções mais graves e pelas votações mais hostis...Com esta frase, o cronista afirma quea) a atividade política está sempre sujeita aacusações descabidas.b) é altamente honroso, em certos casos, de-mitir-se para evitar males ao estado.c) a defesa de boas ideias frequentementeleva à renúncia.d) os políticos honestos sofrem acusações eperseguições dos desonestos.e) todos os políticos se equivalem pelos desviosda ética.

alternativa E

O autor afirma que "Não há nenhum que não te-nha" se envolvido em situações antiéticas, o queequivale a dizer que todos os políticos se envolve-ram em questões antiéticas.

Assinale a alternativa cuja frase contém umnumeral cardinal empregado como substanti-vo.a) Há muitos anos que a política em Portugalapresenta...b) Doze ou quinze homens, sempre os mesmos,alternadamente possuem o Poder...c) ... os cinco que estão no Poder fazem tudo oque podem para continuar...d) ... são tirados deste grupo de doze ou quin-ze indivíduos...e) ... aos quatro cantos de uma sala...

alternativa C

O artigo os que acompanha o numeral cinco tema função de substantivá-lo.

INSTRUÇÃO: As questões de números 06 a 10tomam por base um artigo de Don Tapscott(1947-).

O fim do marketing

A empresa vende ao consumidor– com a web não é mais assim

Com a internet se tornando onipresente, osQuatro Ps do marketing – produto, praça, pre-ço e promoção – não funcionam mais. O para-digma era simples e unidirecional: as empre-sas vendem aos consumidores. Nós criamosprodutos; fixamos preços; definimos os locaisonde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós con-trolamos a mensagem. A internet transformatodas essas atividades.

(...)Os produtos agora são customizados em

massa, envolvem serviços e são marcados peloconhecimento e os gostos dos consumidores.Por meio de comunidades online, os consumi-dores hoje participam do desenvolvimento doproduto. Produtos estão se tornando experiên-cias. Estão mortas as velhas concepções indus-triais na definição e marketing de produtos.

(...)Graças às vendas online e à nova dinâ-

mica do mercado, os preços fixados pelo for-necedor estão sendo cada vez mais desafia-

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Questão 4

Questão 5

Questão 3

dos. Hoje questionamos até o conceito de “pre-ço”, à medida que os consumidores ganhamacesso a ferramentas que lhes permitem de-terminar quanto querem pagar. Os consumi-dores vão oferecer vários preços por um pro-duto, dependendo de condições específicas.Compradores e vendedores trocam mais infor-mações e o preço se torna fluido. Os merca-dos, e não as empresas, decidem sobre os pre-ços de produtos e serviços.

(...)A empresa moderna compete em dois

mundos: um físico (a praça, ou marketplace)e um mundo digital de informação (o espaçomercadológico, ou marketspace). As empresasnão devem preocupar-se com a criação de umweb site vistoso, mas sim de uma grande co-munidade online e com o capital de relacio-namento. Corações, e não olhos, são o queconta. Dentro de uma década, a maioria dosprodutos será vendida no espaço mercadoló-gico. Uma nova fronteira de comércio é amarketface – a interface entre o marketplacee o marketspace.

(...)Publicidade, promoção, relações públicas

etc. exploram “mensagens” unidirecionais, deum-para-muitos e de tamanho único, dirigi-das a consumidores sem rosto e sem poder. Ascomunidades online perturbam drasticamen-te esse modelo. Os consumidores com frequên-cia têm acesso a informações sobre os produ-tos, e o poder passa para o lado deles. Sãoeles que controlam as regras do mercado, nãovocê. Eles escolhem o meio e a mensagem. Emvez de receber mensagens enviadas por profis-sionais de relações públicas, eles criam a“opinião pública” online.

Os marqueteiros estão perdendo o controle,e isso é muito bom.

(Don Tapscott. O fim do marketing. INFO,São Paulo, Editora Abril, janeiro 2011, p. 22.)

A leitura atenta deste instigante artigo deDon Tapscott revela que o tema central desua mensagem é:a) O advento do comércio via internet subver-teu as teorias tradicionais de marketing.

b) O comércio via internet confirma todas asteorias de publicidade e marketing vigentes.c) A aplicação dos princípios tradicionais demarketing se tornou vital para o sucesso docomércio online.d) O comércio realizado em lojas físicas é ain-da preferível ao realizado online.e) A lei da oferta e da procura não influenciade nenhum modo o comércio via internet.

alternativa A

Trechos como "os Quatro Ps do marketing (...) nãofuncionam mais", "Estão mortas as velhas concep-ções industriais na definição e marketing de produ-tos" e "Os marqueteiros estão perdendo o controle, eisso é muito bom" indicam que as teorias tradicionaisde marketing já não são significativas.

Publicidade, promoção, relações públicas etc.exploram “mensagens” unidirecionais, de um--para-muitos e de tamanho único, dirigidas aconsumidores sem rosto e sem poder.Nesta passagem do quinto parágrafo, ao em-pregar a expressão consumidores sem rosto esem poder, o autor sugere que:a) nas compras via internet, o consumidor ésempre anônimo.b) no sistema de marketing tradicional, pen-sa-se nos consumidores como massa, e nãocomo indivíduos personalizados.c) a identidade e a opinião do consumidor nãointeressam a nenhum comerciante, mas ape-nas as vendas.d) o anonimato é o princípio fundamental detodo tipo de comércio.e) o poder do consumidor é proporcional aodinheiro que possui.

alternativa B

Segundo o texto, a publicidade preocupa-se coma massa de consumidores ("de um-para-muitos")e não os vê em sua individualidade ("sem rosto").

São eles que controlam as regras do merca-do, não você. Eles escolhem o meio e a mensa-gem. Em vez de receber mensagens enviadas

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Questão 6

Questão 7

por profissionais de relações públicas, elescriam a “opinião pública” online.Nesta passagem do penúltimo parágrafo dotexto, o autor repete por três vezes o pronomeeles, para referir-se enfaticamente aosa) proprietários de lojas.b) veículos de comunicação.c) profissionais de relações públicas.d) consumidores online.e) fabricantes dos produtos.

alternativa D

O pronome "eles", por meio da coesão referencial,trata, em específico, dos consumidores online, poissão estes que controlam as regras do mercado.

Nós criamos produtos; fixamos preços; defi-nimos os locais onde vendê-los; e fazemosanúncios. Nós controlamos a mensagem.Nas orações que compõem os dois períodostranscritos, os termos destacados exercem afunção dea) sujeito.b) objeto direto.c) objeto indireto.d) predicativo do sujeito.e) predicativo do objeto.

alternativa B

Todos os verbos do trecho pedem um alvo a suasações; pela ausência de preposição, têm-se obje-tos diretos.

Os marqueteiros estão perdendo o controle, eisso é muito bom.O termo marqueteiro, presente nesta frase, foiformado em português por influência do inglêse tem como uma de suas acepções usuais:a) consumidor de mercado.b) construtor de marquises de lojas.c) investidor do mercado financeiro.d) profissional de marketing.e) empresário de supermercado.

alternativa D

Termo formado a partir da derivação sufixal demarket; marqueteiro é o profissional de marketing.

INSTRUÇÃO: As questões de números 11 a 15tomam por base um fragmento de uma elegiade Vinicius de Moraes (1913-1980).

Elegia na morte de Clodoaldo Pereira daSilva Moraes, poeta e cidadão

A morte chegou pelo interurbano em longas[espirais metálicas.

Era de madrugada. Ouvi a voz de minha[mãe, viúva.

De repente não tinha pai.

No escuro de minha casa em Los Angeles[procurei recompor tua lembrança

Depois de tanta ausência. Fragmentos da[infância

Boiaram do mar de minhas lágrimas. Vi-me[eu menino

Correndo ao teu encontro. Na ilha noturnaTinham-se apenas acendido os lampiões a

[gás, e a clarinetaDe Augusto geralmente procrastinava a tarde.Era belo esperar-te, cidadão. O bondinhoRangia nos trilhos a muitas praias de distân-

[cia...Dizíamos: “Ê-vem meu pai!”. Quando a curvaSe acendia de luzes semoventes*, ah, corríamosCorríamos ao teu encontro. A grande coisa era

[chegar antesMas ser marraio** em teus braços, sentir por

[últimoOs doces espinhos da tua barba.Trazias de então uma expressão indizível de

[fidelidade e paciênciaTeu rosto tinha os sulcos fundamentais da

[doçuraDe quem se deixou ser. Teus ombros possantesSe curvavam como ao peso da enorme poesiaQue não realizaste. O barbante cortava teus

[dedosPesados de mil embrulhos: carne, pão, utensíliosPara o cotidiano (e frequentemente o binóculoQue vivias comprando e com que te deixavas

[horas inteirasMirando o mar). Dize-me, meu pai

Que viste tantos anos através do teu óculo de[alcance

Que nunca revelaste a ninguém?Vencias o percurso entre a amendoeira e a[casa como o atleta exausto no último lance

[da maratona.

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Questão 10

Questão 9

Te grimpávamos. Eras penca de filho. JamaisUma palavra dura, um rosnar paterno.

[Entravas a casa humildeA um gesto do mar. A noite se fechavaSobre o grupo familial como uma grande porta

[espessa.Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixa-

[vas-te olhando o marCom mirada de argonauta. Teus pequenos

[olhos feiosBuscavam ilhas, outras ilhas... – as imacula-

[das, inacessíveisIlhas do Tesouro. Querias. Querias um dia

[aportarE trazer – depositar aos pés da amada as joias

[fulgurantesDo teu amor. Sim, foste descobridor, e entre elesDos mais provectos***. Muitas vezes te vi,

[comandanteComandar, batido de ventos, perdido na

[fosforênciaDe vastos e noturnos oceanosSem jamais.Deste-nos pobreza e amor. A mim me desteA suprema pobreza: o dom da poesia, e a

[capacidade de amarEm silêncio. Foste um pobre. Mendigavas

[nosso amorEm silêncio. Foste um no lado esquerdo. MasTeu amor inventou. Financiaste uma lanchaMovida a água: foi reta para o fundo. Partiste

[um diaPara um brasil além, garimpeiro sem medo e

[sem mácula.Doze luas voltaste. Tua primogênita – diz-se –Não te reconheceu. Trazias grandes barbas e

[pequenas águas-marinhas.(Vinicius de Moraes. Antologia poética. 11 ed.

Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1974,p. 180-181.)

(*) Semovente: “Que ou o que anda ou semove por si próprio.”(**) Marraio: “No gude e noutros jogos, pala-vra que dá, a quem primeiro a grita, o direitode ser o último a jogar.”(***) Provecto: “Que conhece muito um as-sunto ou uma ciência, experiente, versado,mestre.”

(Dicionário Eletrônico Houaiss)

Compare o conteúdo das frases a seguir como que o eu-poemático afirma no poema.I. A notícia da morte do pai chegou por telefone.II. O falecimento foi informado pela primogê-nita.III. A morte do pai provocou reminiscênciasda infância.IV. Apesar de não ter sido um bom pai, o fi-lho perdoa e sente saudades.As frases que correspondem ao que é efetiva-mente expresso no poema estão contidas ape-nas ema) I e II.b) I e III.c) I e IV.d) I, II e III.e) II, III e IV.

alternativa B

II. Incorreta: "Ouvi a voz de minha mãe, viúva."IV. Incorreta: Não há no texto algo que não o ca-racterize como um bom pai ou qualquer referênciaa perdão.

O barbante cortava teus dedos / Pesados demil embrulhos:O emprego da expressão mil embrulhos noverso mencionado caracteriza-se como figurade linguagem denominada hipérbole, porquea) é uma imagem exagerada, mas expressiva,do fato referido no verso.b) “barbante” aparece personificado, com ati-tudes humanas.c) ocorre uma comparação entre um fato reale um fato fictício.d) o eu-poemático tenta precisar metonimica-mente o que não é preciso.e) há uma relação de contiguidade semânticaentre “dedos” e “embrulhos”.

alternativa A

A hipérbole é a figura de linguagem que sugere aideia de exagero, como em "mil embrulhos".

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Questão 12

Questão 11

Marque a alternativa cujo verso contém umpleonasmo, ou seja, uma redundância de ter-mos com bom efeito estilístico.a) De repente não tinha pai.b) Rangia nos trilhos a muitas praias de dis-tância...c) Se curvavam como ao peso da enorme poe-siad) Sobre o grupo familial como uma grandeporta espessa.e) Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste

alternativa E

Na frase "A mim me deste" tem-se um objeto indi-reto pleonástico, repetido em "A mim" e "me".

Quando a curva / Se acendia de luzes semo-ventes,Esta imagem significa, nos versos em quesurge,a) o mar ao longe refletia as luzes da cidade.b) o bonde se aproximava todo iluminado.c) a lua despontava no horizonte, trêmula ebrilhante.d) as luzes dos postes se acendiam, ao anoite-cer.e) a curvatura do céu todo estrelado apareciaà noite.

alternativa B

Os versos "Quando a curva / Se acendia de luzessemoventes" retomam metonimicamente a ima-gem do bondinho que "Rangia nos trilhos a mui-tas praias de distância..."

Partiste um dia / Para um brasil além, ga-rimpeiro sem medo e sem mácula.O emprego da palavra brasil com inicial mi-núscula, no poema de Vinicius, tem a seguin-te justificativa:a) O eu poemático se serve da inicial minús-cula para menosprezar o país.

b) Empregar um nome próprio com inicial mi-núscula era comum entre os modernistas.c) O eu poemático emprega “brasil” como me-táfora de “paraíso”, onde crê estar a alma deseu pai.d) O emprego da inicial maiúscula em nomesde países é facultativo.e) Na acepção em que é empregada no texto,a palavra “brasil” é um substantivo comum.

alternativa E

brasil, reforçado por "além", significa "outro lugar",isto é, indica uma transcendência: além do Brasilreal, físico, país. Assim, não se trata de um nomepróprio (o que justificaria a maiúscula), mas sim umoutro lugar qualquer, além da realidade imediata.

INSTRUÇÃO: As questões de números 16 a 20 to-mam por base fragmentos de um livro do búl-garo Tzvetan Todorov (1939-), linguista e teó-rico da literatura.

A literatura em perigo

A análise das obras feita na escola não de-veria mais ter por objetivo ilustrar os conceitosrecém-introduzidos por este ou aquele linguista,este ou aquele teórico da literatura, quando, en-tão, os textos são apresentados como uma apli-cação da língua e do discurso; sua tarefa deve-ria ser a de nos fazer ter acesso ao sentido des-sas obras – pois postulamos que esse sentido,por sua vez, nos conduz a um conhecimento dohumano, o qual importa a todos. Como já odisse, essa ideia não é estranha a uma boa par-te do próprio mundo do ensino; mas é necessá-rio passar das ideias à ação. Num relatório es-tabelecido pela Associação dos Professores deLetras, podemos ler: “O estudo de Letras im-plica o estudo do homem, sua relação consigomesmo e com o mundo, e sua relação com osoutros.” Mais exatamente, o estudo da obraremete a círculos concêntricos cada vez maisamplos: o dos outros escritos do mesmo autor,o da literatura nacional, o da literatura mun-dial; mas seu contexto final, o mais importan-te de todos, nos é efetivamente dado pela pró-pria existência humana. Todas as grandesobras, qualquer que seja sua origem, deman-dam uma reflexão dessa dimensão.

O que devemos fazer para desdobrar osentido de uma obra e revelar o pensamentodo artista? Todos os “métodos” são bons, des-

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de que continuem a ser meios, em vez de setornarem fins em si mesmos. (...)

(...)(...) Sendo o objeto da literatura a própria

condição humana, aquele que a lê e a compreen-de se tornará não um especialista em análiseliterária, mas um conhecedor do ser humano.Que melhor introdução à compreensão daspaixões e dos comportamentos humanos doque uma imersão na obra dos grandes escrito-res que se dedicam a essa tarefa há milênios?E, de imediato: que melhor preparação podehaver para todas as profissões baseadas nasrelações humanas? Se entendermos assim aliteratura e orientarmos dessa maneira o seuensino, que ajuda mais preciosa poderia en-contrar o futuro estudante de direito ou deciências políticas, o futuro assistente social oupsicoterapeuta, o historiador ou o sociólogo?Ter como professores Shakespeare e Sófocles,Dostoievski e Proust não é tirar proveito deum ensino excepcional? E não se vê que mes-mo um futuro médico, para exercer o seu ofí-cio, teria mais a aprender com esses mesmosprofessores do que com os manuais preparató-rios para concurso que hoje determinam o seudestino? Assim, os estudos literários encon-trariam o seu lugar no coração das humani-dades, ao lado da história dos eventos e dasideias, todas essas disciplinas fazendo pro-gredir o pensamento e se alimentando tantode obras quanto de doutrinas, tanto de açõespolíticas quanto de mutações sociais, tanto davida dos povos quanto da de seus indivíduos.

Se aceitarmos essa finalidade para o en-sino literário, o qual não serviria mais unica-mente à reprodução dos professores de Letras,podemos facilmente chegar a um acordo sobreo espírito que o deve conduzir: é necessário in-cluir as obras no grande diálogo entre os ho-mens, iniciado desde a noite dos tempos e doqual cada um de nós, por mais ínfimo queseja, ainda participa. “É nessa comunicaçãoinesgotável, vitoriosa do espaço e do tempo,que se afirma o alcance universal da literatu-ra”, escrevia Paul Bénichou. A nós, adultos,nos cabe transmitir às novas gerações essaherança frágil, essas palavras que ajudam aviver melhor.

(Tzvetan Todorov. A literatura em perigo. 2 ed.Trad. Caio Meira. Rio de Janeiro: DIFEL,

2009, p. 89-94.)

Observe as seguintes opiniões referentes aoensino de literatura.I. O estudo de obras literárias na escola temcomo objetivo fundamental ensinar os funda-mentos da Linguística.II. A análise das obras feita na escola deve le-var o estudante a ter acesso ao sentido dessasobras.III. O objetivo do ensino da literatura na es-cola não é formar teóricos da literatura.IV. De nada adianta a leitura das obras lite-rárias sem a prévia fundamentação das teoriasliterárias.Das quatro opiniões, as que se enquadram naargumentação manifestada por Todorov emseu texto estão contidas apenas em:a) I e II. b) I e III.c) II e III. d) I, II e III.e) II, III e IV.

alternativa C

I. Incorreta. Embora o autor fale em conceitos in-troduzidos por certos linguistas e em aproveita-mento das obras para análise da língua, isso nãocaracteriza o ensino dos “fundamentos da Lin-guística”.IV. Incorreta. Segundo o autor, o mais importantena leitura de uma obra é a reflexão sobre a “pró-pria existência humana”.

Ter como professores Shakespeare e Sófocles,Dostoievski e Proust não é tirar proveito deum ensino excepcional?Esta questão levantada por Todorov, no con-texto do terceiro parágrafo, significa:a) O conhecimento enciclopédico desses auto-res, manifestado em suas obras, equivale aum verdadeiro curso universitário.b) Por se tratar de autores de nacionalidadese épocas diferentes, a leitura de suas obrastraz conhecimentos importantes sobre seusrespectivos países.c) Esses autores escreveram com a intençãofundamental de passar ensinamentos paraseus contemporâneos e a posteridade.

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d) A leitura das obras desses autores, que fo-calizam admiravelmente o homem e o huma-no, seria de excepcional utilidade para os es-tudantes de relações humanas.e) A leitura desses autores não acrescentanada de excepcional ao ensino.

alternativa D

No texto:"Que melhor introdução à compreensão das pai-xões e dos comportamentos humanos do queuma imersão na obra dos grandes escritores quese dedicam a essa tarefa há milênios?"

Que melhor introdução à compreensão daspaixões e dos comportamentos humanos doque uma imersão na obra dos grandes escrito-res que se dedicam a essa tarefa há milênios?Com base no fato de que a palavra “imersão”,usada na expressão uma imersão na obra, ca-racteriza uma metáfora, indique a alternati-va que elimina essa metáfora sem perda rele-vante de sentido:a) uma imitação da obra.b) uma paráfrase da obra.c) uma censura da obra.d) uma transformação da obra.e) uma leitura da obra.

alternativa E

Metáfora é uma comparação indireta, ou seja, a“imersão” na obra é uma leitura, um mergulho emseu conteúdo.

No segundo parágrafo do fragmento apresen-tado, Todorov afirma que Todos os “métodos”são bons, desde que continuem a ser meios,em vez de se tornarem fins em si mesmos. Oautor defende, com essa afirmação, o argu-mento segundo o qual o verdadeiro valor deum método de análise literáriaa) consiste em ser exato e perfeito, superior atodos os demais.b) está em ser completo: quando terminar aanálise, nada mais deve restar a explicar.c) consiste em servir de instrumento adequa-do à análise e interpretação da obra.

d) reside no fato de que, depois de aplicado,deve ser substituído por outro melhor.e) é mostrar mais suas próprias virtudes queas da obra focalizada.

alternativa C

Para Todorov, os métodos servem de instrumentoà análise e interpretação das obras, pois eles sãoutilizados como ferramentas colaborativas.

Considerando que o pronome o, usado na se-quência que o deve conduzir, tem valor anafó-rico, isto é, faz referência a um termo jáenunciado no último parágrafo, identifiqueesse termo.a) Ensino literário.b) Professores de Letras.c) Acordo.d) Espírito.e) Grande diálogo.

alternativa A

O que se deve conduzir é o ensino literário, o que éverificado a partir do trecho: "Se aceitarmos essa fi-nalidade para o ensino literário, o qual não serviriamais unicamente à reprodução dos professores deLetras, podemos facilmente chegar a um acordo so-bre o espírito que o deve conduzir...".

INSTRUÇÃO: Leia o texto e analise o gráfico pararesponder às questões de números 21 a 25.

Why use biofuels for aviation?

The aviation industry has seen hugegrowth since its beginning. Today, more thantwo billion people enjoy the social andeconomical benefits of flight each year. Theability to fly conveniently and efficientlybetween nations has been a catalyst for theglobal economy and has shrunk culturalbarriers like no other transport sector. Butthis progress comes at a cost.

In 2008, the commercial aviation industryproduced 677 million tones of carbon dioxide(CO2). This is around 2% of the total man-madeCO2 emissions of more than 34 billion tones.While this amount is smaller compared withother industry sectors, such as power generation

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Questão 20

Questão 19

Questão 18

and ground transport, these industries haveviable alternative energy sources currentlyavailable. For example, the power generationindustry can look to wind, hydro, nuclear andsolar technologies to make electricity withoutproducing much CO2. Cars and buses can runon hybrid, flexible fuel engines orelectricity.________-powered trains canreplace ________ locomotives.

The aviation industry has identified thedevelopment of biofuels as one of the majorways it can reduce its greenhouse gasemissions. Biofuels provide aviation with thecapability to partially, and perhaps one dayfully, replace carbon-intensive petroleum fuels.They will, over time, enable the industry toreduce its carbon footprint significantly.

(Beginner’s Guide to Aviation Biofuels,May 2009. Adaptado.)

Duas das razões apontadas para odesenvolvimento de biocombustíveis e suautilização em aviões sãoa) a eliminação das pegadas deixadas na his-tória da indústria aeronáutica e dos combus-tíveis derivados do petróleo.b) a redução das taxas de emissão de carbonopelos aviões e do efeito estufa sobre o nossoplaneta.c) a eliminação do efeito estufa e das pegadasdeixadas na história da indústria aeronáutica.d) a redução de combustíveis derivados do pe-tróleo e do custo das viagens aéreas.e) a redução do custo elevado das viagensaéreas e das taxas de emissão de carbono pe-los aviões.

alternativa B

No último parágrafo:

"The aviation industry has identified thedevelopment of biofuels as one of the major waysit can reduce its greenhouse gas emissions. (...)They will, over time, enable the industry to reduceits carbon footprint significantly."

Entre as opções indicadas no texto para quese reduzam as taxas de emissão de carbonono setor energético estãoa) a energia eólica, as hidrelétricas e a ener-gia solar.b) o uso da água, do vento e a geração de ele-tricidade a partir do CO2.c) a energia nuclear, a energia solar e o gáscarbônico.d) o uso da água, a energia nuclear e o gáscarbônico.e) a geração de eletricidade a partir do CO2 eas hidrelétricas.

alternativa A

No 2º parágrafo:"For example, the power generation industry canlook to wind, hydro, nuclear and solar technologiesto make electricity without producing much CO2."

De acordo com o texto, os setores que ocasio-nam as menores taxas de emissão de CO2 nomundo sãoa) as formas de transporte que excluem osaviões, indústrias variadas e de aquecimento.b) os processos industriais diversos, o trans-porte rodoviário e as indústrias de cimento.c) os processos industriais diversos, de aque-cimento e as substâncias químicas.d) o transporte rodoviário e outras formas detransporte, menos os aviões.e) as indústrias variadas, o transporte aéreoe outras formas de transporte.

alternativa E

No gráfico: "Emissões globais de CO2":Other industry: 2%Air: 2%Other transport: 2%São os valores mais baixos no gráfico.

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Questão 23

Questão 22

Questão 21

A partícula but, na última oração do primeiroparágrafo, estabelece um contraste entrea) os benefícios do desenvolvimento da indús-tria aeronáutica e o alto custo do progresso,que afeta a economia global.b) as barreiras culturais estabelecidas pelaeconomia global e o desenvolvimento da in-dústria aeronáutica.c) as barreiras culturais estabelecidas pelaeconomia global e o alto custo do desenvolvi-mento da aviação no mundo.d) o desenvolvimento da aviação e seus bene-fícios para a sociedade, e uma consequêncianegativa do crescimento do setor aéreo.e) o desenvolvimento da indústria aeronáuti-ca e o seu alto custo, como o estabelecimentode barreiras culturais.

alternativa D

O texto inicia mostrando os benefícios da aviação.Porém, no final do parágrafo, a conjunção adver-sativa “but” (mas) apresenta uma faceta negativadessa indústria: o seu custo.

Quais palavras completam corretamente osdois espaços no segundo parágrafo do texto?a) Carbon e electric. b) Diesel e wind.c) Electric e diesel. d) Petroleum e diesel.e) Carbon e wind.

alternativa C

O texto tenta propor todo o tempo alternativassustentáveis para a produção de eletricidade semque se recorra aos combustíveis fósseis. A únicaalternativa que está de acordo com o texto é a C,que propõe que locomotivas elétricas substituamaquelas movidas a diesel.

INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder àsquestões de números 26 a 30.

Sustainable flight

TAM was the first airline in SouthAmerica to carry out an experimental flight

using biofuel on November 22, 2010.Produced from the oil of 100% domesticnettlespurge, known in Portuguese aspinhão-manso, it reduces carbon emissions bybetween 65% and 80% compared withpetroleum-derived kerosene, according toresearch. Besides, the plant does notthreatens the food chain, as it is not edible forhumans nor animals. “Compared with otherbiofuels, the fuel from this plant is verypromising for the Brazilian scenario,” saysPaulus Figueiredo, TAM’s fuel manager. Thenext step in the project is to implement afarming unit, in reduced scale, at TAM’sTechnological Center in São Carlos (SP),exclusively to conduct studies and makebetter cultivation techniques viable. “Theobjective is to carry out studies concerningtechnical and economic viability to build abiofuel Brazilian platform based onnettlespurge,” explains TAM’s CEO, LíbanoBarroso. The experimental flight was a jointeffort between TAM, Airbus, CFM International(joint venture between U.S.’s GE and theFrench Safran Group) and Air BP. The tripwas authorized by Brazil’s National CivilAviation Agency (ANAC) and by theEuropean Aviation Safety Agency (EASA).

(TAM News, January 2011. Adaptado.)

A utilização do pinhão-manso em biocombus-tíveis é vantajosa porquea) somente animais podem se alimentar depinhão-manso.b) o pinhão-manso é abundante no territóriobrasileiro.c) o sucesso dos biocombustíveis no Brasilestá garantido.d) somente seres humanos gostam de comerpinhão-manso.e) essa tecnologia não interfere na cadeia ali-mentar.

alternativa E

No texto:"... does not threatens [sic] the food chain..."

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Questão 26

Questão 25

Questão 24

De acordo com o texto,a) a TAM pretende realizar estudos sobre opinhão-manso em larga escala, em uma uni-dade agrícola em São Carlos.b) pretende-se realizar estudos, com patrocí-nio estrangeiro, sobre a versatilidade da tec-nologia do uso do pinhão-manso em biocom-bustíveis.c) pretende-se desenvolver uma plataformabrasileira sobre o uso do pinhão-manso naprodução de biocombustíveis para a aviação.d) a TAM realizará estudos sobre uma tecno-logia para viabilizar carregamentos de pi-nhão-manso no Brasil.e) a TAM pretende implementar o uso de bio-combustível e reduzir estudos sobre técnicasagrícolas na região de São Carlos.

alternativa C

No texto:"The objective is to carry out studies concerningtechnical (...) based on nettlespurge..."

Assinale a alternativa correta.a) O voo experimental da TAM foi realizadocom patrocínio da ANAC e da EASA, um ór-gão europeu.b) O voo experimental foi realizado pelaTAM, em parceria com empresas europeias enorte-americanas.c) As viagens aéreas com a utilização de bio-combustível ainda não foram autorizadaspela ANAC, no Brasil.d) Para utilizar biocombustível, a TAM ne-cessita de parcerias com empresas europeias,entre as quais a Airbus e a GE.e) Para utilizar biocombustível, a TAM preci-sa de autorização de um órgão brasileiro ouestrangeiro, e da Airbus.

alternativa B

No texto:"The experimental flight was a joint effort betweenTAM, Airbus CFM International (...) and Air BP."

A que se refere o pronome it, na oração itreduces carbon emissions by between 65%and 80%?a) Ao combustível de origem vegetal.b) Ao pinhão-manso.c) Ao voo experimental da TAM.d) À emissão de carbono.e) Ao querosene derivado do petróleo.

alternativa A

No texto:"TAM was the first airline (...) to carry out anexperimental flight using biofuel (...). Producedfrom the oil of (...) nettlespurge, it reduces carbonemissions (...)""it" refere-se ao biocombustível.

As expressões carry out, edible, promising,step e joint effort no texto significam,respectivamente,a) carregar, comestível, prominente, etapa eesforço conjunto.b) carregar, saudável, promissor, parada eefeito conjunto.c) carregar, saudável, prominente, parada eesforço conjunto.d) realizar, comestível, promissor, etapa e es-forço conjunto.e) realizar, saudável, prominente, passo eefeito conjunto.

alternativa D

Quem não conhece as expressões deve usar ocontexto para responder esta questão:"A TAM foi a primeira empresa aérea na Américado Sul a realizar (carry out) um voo experimental...""Além disso, a planta não ameaça a cadeia ali-mentar, uma vez que não é comestível (edible)para humanos nem animais."Apenas esses dois trechos já levam à alternativacorreta.

Aedo e adivinho têm em comum um mes-mo dom de “vidência”, privilégio que tiveram

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Questão 30

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Questão 28

Questão 31

Questão 27

de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegospara a luz, eles veem o invisível. O deus queos inspira mostra-lhes, em uma espécie de re-velação, as realidades que escapam ao olharhumano. Sua visão particular age sobre aspartes do tempo inacessíveis às criaturasmortais: o que aconteceu outrora, o que aindanão é.

(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre osgregos, 1990. Adaptado.)

O texto refere-se à cultura grega antiga emenciona, entre outros aspectos,a) o papel exercido pelos poetas, responsáveispela transmissão oral das tradições, dos mi-tos e da memória.b) a prática da feitiçaria, estimulada especial-mente nos períodos de seca ou de infertilidadeda terra.c) o caráter monoteísta da sociedade, que im-pedia a difusão dos cultos aos deuses da tra-dição clássica.d) a forma como a história era escrita e lidaentre os povos da península balcânica.e) o esforço de diferenciar as cidades-estadose reforçar o isolamento e a autonomia em queviviam.

alternativa A

Caracterizado por uma realidade socioeconô-mica agrária e rural, o Período Homérico (sécu-los XII-IX a.C.) da história grega foi marcadopela definição de sua tradição mítica e lendá-ria. Foi nessa época que poetas peregrinos, osaedos, entoavam cânticos em louvor aos deusese aos heróis mitológicos, que seriam transforma-dos nos poemas Ilíada e Odisseia, atribuídos aHomero.

(...) o elemento religioso não limitou osseus efeitos ao fortalecimento, no mundo dacavalaria, do espírito de corpo; exerceu tam-bém uma ação poderosa sobre a lei moral dogrupo. Antes de o futuro cavaleiro receber asua espada, no altar, era-lhe exigido um jura-mento, que especificava as suas obrigações.

(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.)O texto mostra que os cavaleiros medievais,entre outros aspectos de sua formação e con-duta,

a) mantinham-se fiéis aos comerciantes dascidades, a quem deviam proteger e defenderna vida cotidiana e em caso de guerra.b) privilegiavam, na sua formação, os aspec-tos religiosos, em detrimento da preparação edos exercícios militares.c) valorizavam os torneios, pois neles mostra-vam seus talentos e sua força, ganhandoprestígio e poder no mundo medieval.d) agiam apenas de forma individual, realizan-do constantes disputas e combates entre si.e) definiam-se como uma ordem particulardentro da rígida estrutura feudal, mas man-tinham vínculos profundos com a Igreja.

alternativa E

A cavalaria no Ocidente Europeu Medieval fazparte de um quadro social mais amplo, marcadopela religiosidade e por uma característica estrati-ficação social que dividia a sociedade entre osque trabalham, os que guerreiam e os que oram.

Os centros artísticos, na verdade, poderiamser definidos como lugares caracterizadospela presença de um número razoável de ar-tistas e de grupos significativos de consumi-dores, que por motivações variadas — glorifi-cação familiar ou individual, desejo de hege-monia ou ânsia de salvação eterna — estãodispostos a investir em obras de arte umaparte das suas riquezas. Este último pontoimplica, evidentemente, que o centro seja umlugar ao qual afluem quantidades considerá-veis de recursos eventualmente destinados àprodução artística. Além disso, poderá ser do-tado de instituições de tutela, formação e pro-moção de artistas, bem como de distribuiçãodas obras. Por fim, terá um público muitomais vasto que o dos consumidores propria-mente ditos: um público não homogêneo, cer-tamente (...).

(Carlo Ginzburg. A micro-história eoutros ensaios, 1991.)

Os “centros artísticos” descritos no texto po-dem ser identificadosa) nos mosteiros medievais, onde se valoriza-va especialmente a arte sacra.b) nas cidades modernas, onde floresceu o Re-nascimento cultural.

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Questão 32

Questão 33

c) nos centros urbanos romanos, onde predo-minava a escultura gótica.d) nas cidades-estados gregas, onde o estilodórico era hegemônico.e) nos castelos senhoriais, onde prevalecia aarquitetura românica.

alternativa B

Considera-se que o Renascimento Cultural, quecaracteriza o início da Época Moderna no Ociden-te Europeu, foi um fenômeno marcadamente ur-bano impulsionado, entre outros aspectos, peladinamização do comércio, a valorização da obser-vação e da razão, bem como pelo questionamen-to de argumentos de autoridade.

A Revolução Puritana (1640) e a RevoluçãoGloriosa (1688) transformaram a Inglaterrado século XVII. Sobre o conjunto de suas rea-lizações, pode-se dizer quea) determinaram o declínio da hegemonia in-glesa no comércio marítimo, pois os conflitosinternos provocaram forte redução da produ-ção e exportação de manufaturados.b) resultaram na vitória política dos projetospopulares e radicais dos cavadores e dos nive-ladores, que defendiam o fim da monarquia edos privilégios dos nobres.c) envolveram conflitos religiosos que, junta-mente com as disputas políticas e sociais, de-sembocaram na retomada do poder pelos ca-tólicos e em perseguições contra protestantes.d) geraram um Estado monárquico em que opoder real devia se submeter aos limites esta-belecidos pela legislação e respeitar as deci-sões tomadas pelo Parlamento.e) precederam as revoluções sociais que, nosdois séculos seguintes, abalaram França,Portugal e as colônias na América, provocan-do a ascensão política do proletariado indus-trial.

alternativa D

As Revoluções Inglesas do século XVII, que cul-minaram com a Revolução Gloriosa (1688), esta-beleceram limites ao poder real, dando origem àmonarquia parlamentar, consagrando o princípio“o rei reina, mas não governa”.

INSTRUÇÃO: Leia o texto para responder àsquestões de números 35 e 36.

Os africanos não escravizavam africanos,nem se reconheciam então como africanos.Eles se viam como membros de uma aldeia,de um conjunto de aldeias, de um reino e deum grupo que falava a mesma língua, tinhaos mesmos costumes e adorava os mesmos deu-ses. (...) Quando um chefe (...) entregava a umnavio europeu um grupo de cativos, não esta-va vendendo africanos nem negros, mas (...)uma gente que, por ser considerada por eleinimiga e bárbara, podia ser escravizada. (...)O comércio transatlântico (...) fazia parte deum processo de integração econômica doAtlântico, que envolvia a produção e a comer-cialização, em grande escala, de açúcar, algo-dão, tabaco, café e outros bens tropicais, umprocesso no qual a Europa entrava com o ca-pital, as Américas com a terra e a África como trabalho, isto é, com a mão de obra cativa.

(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aosmeus filhos, 2008. Adaptado.)

Ao caracterizar a escravidão na África e avenda de escravos por africanos para europeusnos séculos XVI a XIX, o textoa) reconhece que a escravidão era uma insti-tuição presente em todo o planeta e que a di-ferenciação entre homens livres e homens es-cravos era definida pelas características raciaisdos indivíduos.b) critica a interferência europeia nas dispu-tas internas do continente africano e demons-tra a rejeição do comércio escravagista peloslíderes dos reinos e aldeias então existentesna África.c) diferencia a escravidão que havia na Áfricada que existia na Europa ou nas colôniasamericanas, a partir da constatação da hete-rogeneidade do continente africano e dos po-vos que lá viviam.d) afirma que a presença europeia na África ena América provocou profundas mudançasnas relações entre os povos nativos dessescontinentes e permitiu maior integração e co-laboração interna.

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Questão 35

Questão 34

e) considera que os únicos responsáveis pelaescravização de africanos foram os própriosafricanos, que aproveitaram as disputas tri-bais para obter ganhos financeiros.

alternativa C

O texto diferencia a escravidão que havia na África,seguindo a lógica da guerra entre os diversos rei-nos, da que ocorreu na Europa e no Novo Mundo,que fez parte do contexto da expansão do capitalis-mo comercial, servindo para produzir bens agrícolase metais preciosos em larga escala, voltados parapromover a economia das metrópoles.

Ao caracterizar a “integração econômica doAtlântico”, o textoa) destaca os diferentes papéis representadospor africanos, europeus e americanos naconstituição de um novo espaço de produção ecirculação de mercadorias.b) reconhece que europeus, africanos e ameri-canos se beneficiaram igualmente das relaçõescomerciais estabelecidas através do OceanoAtlântico.c) afirma que a globalização econômica se ini-ciou com a colonização da América e não con-tou, na sua origem, com o predomínio clarode qualquer das partes envolvidas.d) sustenta que a escravidão africana nas co-lônias europeias da América não exerceu pa-pel fundamental na integração do continenteamericano com a economia que se desenvol-veu no Oceano Atlântico.e) ressalta o fato de a América ter se tornadoa principal fornecedora de matérias-primaspara a Europa e de que alguns desses produ-tos eram usados na troca por escravos africa-nos.

alternativa A

O autor apresenta uma perspectiva ampla dofuncionamento do Antigo Sistema Colonial, noqual a Europa representava o centro do siste-ma, a África a fonte de mão de obra, e a Améri-ca o espaço de produção de bens agrícolas emetais preciosos.

A tabela contém dados extraídos de A forma-ção do capitalismo dependente no Brasil,1977, de Ladislau Dowbor, que se referem aopreço médio de um escravo (sexo masculino)no Vale do Paraíba.

ANO PREÇO (MIL RÉIS)

1835 375

1845 384

1855 1.075

1865 972

1875 1.256

Indique a alternativa, que pode ser confirma-da pelos dados apresentados na tabela.a) A comercialização interna de escravos per-mitiu que os preços se mantivessem altos naprimeira metade do século XIX.b) A Lei do Ventre Livre, de 1871, foi a prin-cipal responsável pela diminuição no númerode escravos e pela redução dos preços.c) A grande imigração, a partir de 1870, au-mentou o uso de mão de obra escrava e pro-vocou redução nos preços.d) A proibição do tráfico de escravos, em1850, provocou sensível aumento nos preços,pois limitou drasticamente o ingresso de afri-canos.e) A aplicação da tarifa Alves Branco, em1844, aumentou os impostos de importação,dificultou o tráfico de escravos e provocou ele-vação nos preços.

alternativa D

A Lei Eusébio de Queirós (1850) determinou o fimdo tráfico negreiro para o Brasil, fazendo escas-sear e encarecer a mão de obra escrava no país.

O caudilhismo é um fenômeno político hispa-no-americano do século XIX, que se associaa) à resistência contra o intervencionismonorte-americano, sobretudo nas áreas do Ca-ribe e América Central.

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Questão 38

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Questão 36

b) às guerras civis entre unitários e federalis-tas durante o processo de formação dos Esta-dos nacionais.c) aos pensadores liberais que lutaram pelaemancipação política e econômica do continente.d) às lideranças militares que atuaram nasguerras de independência e defenderam aunificação do continente.e) ao temor, manifesto sobretudo na região doPrata, de que o Império brasileiro avançassemilitarmente para o sul.

alternativa B

A formação dos Estados Nacionais hispano-ame-ricanos, no século XIX, foi marcada por choquesviolentos entre facções e lideranças políticas an-tagônicas. Essas divisões no seio das elites locaisexpressavam, grosso modo, projetos administrati-vos contrastantes de maior ou menor centraliza-ção do poder. Daí os diversos confrontos caudi-lhescos, os golpes de Estado, as alterações arbi-trárias da ordem constitucional, além dos conflitosinternacionais nas zonas de fronteiras.

Com pouco dinheiro, mas fora do eixo re-volucionário do mundo, ignorando o Manifes-to Comunista e não querendo ser burguês,passei naturalmente a ser boêmio. (...) Conti-nuei na burguesia, de que mais que aliado,fui índice cretino, sentimental e poético. (...) Avalorização do café foi uma operação imperia-lista. A poesia Pau Brasil também. Isso tinhaque ruir com as cornetas da crise. Como ruiuquase toda a literatura brasileira “de van-guarda”, provinciana e suspeita, quando nãoextremamente esgotada e reacionária.

(Oswald de Andrade. Prefácio a Serafim PonteGrande, 1933.)

O texto de Oswald de Andradea) expõe o anseio do autor de que a literaturae as demais formas artísticas fossem contro-ladas pelo Estado e escapassem, assim, da tu-tela da classe social hegemônica.b) revela algumas das principais característi-cas do movimento modernista de 1922, comoa busca da identidade nacional e a adesão aprojetos político-partidários de direita.c) indica o afastamento gradual dos partici-pantes da Semana de Arte Moderna em rela-

ção aos componentes ideológicos de esquerdaque caracterizaram o movimento.d) explicita a preocupação dos setores políti-cos e sociais dominantes frente à crise econô-mica provocada pela alta do preço do café esua tentativa de regulamentar o setor.e) demonstra a defesa, pelo autor, da politiza-ção da produção literária e o abandono departe dos princípios estéticos que guiaramsua obra na década anterior.

alternativa E

Oswald de Andrade é considerado um dos expoen-tes do Movimento Modernista, que critica as ex-pressões estéticas até então dominantes e pro-põe, entre outros aspectos, uma renovação dospadrões vigentes.

A Coluna Prestes, que percorreu cerca de 25 milquilômetros no interior do Brasil entre 1924e 1927, associa-sea) ao florianismo, do qual se originou, e ao re-púdio às fraudes eleitorais da Primeira Repú-blica.b) à tentativa de implantação de um poderpopular, expressa na defesa de pressupostosmarxistas.c) ao movimento tenentista, do qual foi oriun-da, e à tentativa de derrubar o presidenteArtur Bernardes.d) à crítica ao caráter oligárquico da PrimeiraRepública e ao apoio à candidatura presiden-cial de Getúlio Vargas.e) ao esforço de implantação de um regimemilitar e à primeira mobilização política demassas na história brasileira.

alternativa C

Surgido na década de 1920, o movimento tenen-tista constituiu-se em um movimento relativamen-te articulado de jovens oficiais, o qual criticava amáquina político-administrativa montada ao longoda República Velha.Da crítica passa à ação armada contra a ordemestabelecida, como atestam a Revolta do Forte deCopacabana, as Revoluções de 1924, a ColunaPrestes – que pretendiam, entre outras coisas,depor o presidente Artur Bernardes – e a própriaRevolução de 1930.

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